Post on 21-Feb-2017
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
CLÍNICA E CIRURGIA DE GRANDES ANIMAIS
IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO
o Marília Gomes Ismar - matrícula 105058
o Médico veterinário Helder Fernandes Martins da Costa
o Professor doutor Paulo Henrique Jorge da Cunha
LOCAL DE ESTÁGIO
o Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis - Coomap
o Endereço: Rod. GO-162, km 0, s/n, Setor Industrial, Palminópolis-Goiás-Brasil, CEP: 75.990-00
o Contato: (64) 3675.1516
JUSTIFICATIVA
o Aptidões por uma determinada área de atuação
o Grande número de cooperados
o Possível casuística
DESCRIÇÃO DO LOCAL
o Inaugurada em março de 2002
o Associação de 24 trabalhadores rurais
o Atualmente possui 965 cooperados
o 400 funcionários
o Atende 20 municípios: Adelândia, Americano do Brasil,
Anicuns, Aurilândia, Avelinópolis, Campestre, Cezarina, Córrego do Ouro, Firminópolis, Jandaia, Nazário, Palmeiras, Palminópolis, Paraúna, Sancrerlândia, Santa Bárbara, São João da Paraúna, São Luís dos Montes Belos, Trindade e Turvânia
o A produção dos cooperados é de 200.000 l/dia de leite
o Oferece assistência técnica veterinária à campo:
Atendimento clínico e cirúrgico Coleta de sangue - brucelose e anemia
infecciosa equina Exames de tuberculose Diagnóstico de gestação em bovinos
o Destaca-se na:
Fabricação de rações Loja agropecuária - medicamentos, insumos,
rações e sal Balança rodoviária - 100 toneladas Supermercado
DESCRIÇÃO DA ROTINA DE ESTÁGIO
o Período: 13 de janeiro de 2014 e 1° de abril de 2014
o Dias e horários: segunda-feira a sexta-feira - das 7h às 11h e das 13h às 17h
o Total de horas: 8h diárias
o Atendimentos:
Agendados Emergência
RESUMO QUALIFICADO DAS ATIVIDADES
oOs casos clínicos, cirúrgicos, reprodutivos e as atividades acompanhadas durante o estágio curricular obrigatório supervisionado seguem relacionados nas tabelas 1, 2, 3 e 4.
TABELA 1 - Casos clínicos de ruminantes atendidos durante o estágio curricular obrigatório realizado na Coomap entre os dias 13 de janeiro e 1° de abril de 2014
Casos Quantidade (un)
Ocorrência (%)
Achinelamento de casco em bovino
7 30.44
Deformidade de unha em bovino
5 21.74
Clostridium chauvoei em carneiro
5 21.74
Dermatite necrótica no úbere bovino
3 13.04
Papilomatose em bovino 3 13.04TOTAL 23 100
TABELA 2 - Casos cirúrgicos em bovinos atendidos durante o estágio curricular obrigatório realizado na Coomap entre os dias 13 de janeiro e 1° de abril de 2014
Casos Quantidade (un)
Ocorrência (%)
Hematoma de sola 8 14.81Hiperplasia interdigital
6 11.11
Dermatite digital 5 9.26Úlcera de sola 5 9.26Doença de linha branca
5 9.26
Dermatite interdigital 4 7.41Erosão de talão 4 7.41Erosão de pinça 3 5.55
Continuação da tabela 2
Casos Quantidade (un)
Ocorrência (%)
Abscesso de sola 3 5.55Sola dupla 2 3.70Carcinoma de células escamosas vulvares
2 3.70
Rufião por aderência 2 3.70Enucleação 2 3.70Rabdomiossarcoma na região abdominal
1 1.86
Descorna 1 1.86Carcinoma de células escamosas oculares
1 1.86
TOTAL 54 100
TABELA 3 - Casos reprodutivos em bovinos atendidos durante o estágio curricular obrigatório realizado na Coomap entre os dias 13 de janeiro e 1° de abril de 2014Casos Quantidade
(un)Ocorrência
(%)Diagnóstico de gestação 103 91.15Parto distócico 9 7.96Prolapso de útero 1 0.89TOTAL 113 100
TABELA 4 - Atividades correlacionadas com a sanidade animal acompanhadas durante o estágio curricular realizado na Coomap entre os dias 13 de janeiro e 1° de abril de 2014Atividades Quantidade
(un)Ocorrência
(%)Vacinação de brucelose em bovinos
157 59.00
Coleta de sangue para realização do exame diagnóstico para AIE
6 2.28
TOTAL 266 100
Figura 1: Rabdomiossarcoma na região abdominalFonte: Arquivo pessoal
Figura 2: Escoriações na mucosa prepucial para melhor aderênciaFonte: Arquivo pessoal
Figura 3: Úlcera e hematoma de sola e doença de linha brancaFonte: Arquivo pessoal
Figura 4: DescornaFonte: Arquivo pessoal
Figura 5: Dermatite necrótica no úbereFonte: Arquivo pessoal
DISCUSSÃO DE CASOS
Carcinoma de células escamosas
oculares em bovinos
Histórico• Atendimento: 18 de fevereiro de 2014
• Propriedade: Fazenda Boa Vista
• Local: Turvânia-GO
• Atividade: bovinocultura de leite
• Sem casos anteriores
• Raça: sintética girolando ¾
• Idade: 7 anos
• Produção: média (12 kg)
• Número de gestações: 4
Exame físico• Oftalmológico
Lacrimejamento Pálpebra aumentada
Sinais clínicos
• Apatia
• Queda de produção
• “Tumor interno” no olho esquerdo
Fonte: Arquivo pessoal
• Irritação evidente na conjuntiva
• Lacrimejamento excessivo
• Possível secreção purulenta, infecção secundária e/ou miíases
• Perda de peso
• Queda na produção de leite
• Redução da vida reprodutiva
• Condenação de carcaças em abatedouros
• Gastos significativos
• Os distúrbios oculares mais importantes que afetam os bovinos são:
Inflamação da conjuntiva (conjuntivite) Da conjuntiva e da córnea (ceratoconjuntivite) Carcinoma de células escamosas
Suspeitas
• Bos taurus taurus• Pigmentação da pele• Idade• Nutrição• Gestação• Presença de vírus
Incidência e fatores predisponentes
• Presença/ausência de pelos
• Estrutura ocular• Predisposição genética• Distribuição
geográfica• SexoSexo
Desenvolvimento tumoral
• Fases pré-malignas
Placas pequenas, brancas, elevadas e
hiperplásicas ou papilomas
Tumor irregular, nodular, rosado,
erosivo e necrótico
• Fase maligna
Desenvolvimento tumoral
• Fases pré-malignas 30% a 50% de
regressão
Raramente regride• Fase maligna
Lesão única ou múltipla
Uni ou bilateral75% - conjuntiva e
córnea10% - córnea
Áreas expostas ao sol
1,5% - 5%
Diagnóstico diferencial e definitivo• Carcinoma de células escamosas oculares• Lesões precursoras• Conjuntivites• Ceratoconjuntivites• Traumatismos• Lesões de 3° pálpebra
HISTOPATOLÓGICO
Prognóstico
• Depende do grau de comprometimento neoplásico
• Diagnóstico precoce• Tratamento• Tumores > 5 cm• Enucleação ou descarte
EnucleaçãoFonte: Arquivo pessoal
Tratamento
• Cirurgia• Radiação • Criocirurgia• Imunoterapia
• Procedimento: 1. Xilazina 2% - 0,01 ml/kg de pv - intravenosa2. Limpeza e tricotomia3. Lidocaína 2% - 15 ml - subcutânea4. Exposição do tumor5. Retirada completa da terceira pálpebra6. Penicilina - 20.000UI/kg de pv - intramuscular
Fonte: Arquivo pessoal
Controle e profilaxia
• Verificar os maiores de 3 anos• Inutilizar touros com histórico
DISCUSSÃO DE CASOS
Parto distócico
Histórico• Atendimento: 4 de março de 2014
• Propriedade: Fazenda Mata Grande
• Local: Turvânia-GO
• Atividade: bovinocultura de leite
• Raça: sintética girolando ¾
• Idade: 3 anos
• Número de gestações: 1
Anamnese• Partos anteriores• Sinais de parto eminente• Quais medidas já foram tomadas• Estado geral e funções vitais da
parturiente
Exame físico• Inspecionar o abdômen• Movimentos fetais• Pelve• Vulva• Corrimento• Glândula mamária
Fatores predisponentes• Raça, peso e conformação da vaca e do reprodutor• Condição e duração da gestação• Número de parições e fetos• Época do parto• Sexo, peso ao nascer e saúde• Apresentação e postura
• Materna ou fetal:1. Hereditária2. Nutricional3. Manejo4. Infecciosa5. Traumática6. Mistas ou combinadas
PRIMÍPARAS 28,6%
MULTÍPARAS 10,7%
Diagnóstico obstétrico
• Estado geral da paciente• Condição das bolsas e das vias fetais• Lubrificação da via fetal mole• Características morfológicas e vitais do
feto• Apresentação, posição e atitude fetal
Diagnóstico definitivo• Feto em posição anormal - parto distócico:
Termo utilizado para designar um parto que não pode ser realizado somente pelas forças da parturiente, tornando-o uma função difícil ou até mesmo impossível, perigosa para a mãe, para o feto ou para ambos
Prognóstico
• Quando o médico veterinário foi solicitado• Início do trabalho de parto até atendimento• Agilidade, tipo e qualidade da intervenção• Tipo de distocia• Condição da parturiente e do feto
Tratamento
• Manobra obstétrica
• Intervenção cirúrgica
• Correntes obstétricas• Cordas• Puxadores metálicos• Fetótomo • Instrumentos
cirúrgicos
• Procedimento: 1. Palpação retal2. Tração dos membros3. Retirada do feto4. Penicilina - 20.000UI/kg de pv - intramuscular
Fonte: Arquivo pessoal
CONCLUSÕES
• Precisamos nos aperfeiçoar• Lidar com cautela• Ideal x Real• Senso crítico• Certo x Errado• Sugerindo melhorias
BIBLIOGRAFIAS• Barros R. R. et al. Carcinoma de células escamosas no olho de bovino
com invasão cerebral através de nervos cranianos. Revista Ciência Rural, v.36, n.5, p.1651-1654, Santa Maria-RS, 2006.
• Blood, D. C. & Radostits, O. M. Enfermidades específicas de etiologia incerta ou desconhecida. Revista Clínica Veterinária, Editora Guanabara Koogan, 7°ed., p.1224-1225, Rio de Janeiro-RJ, 1991.
• Borges, M. C. B. et al. Caracterização das distocias atendidas no período de 1985 a 2003 na Clínica de Bovinos da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.7, n.2, p.87-93, Salvador-BA 2006.
• Griffin D. D. et al. Bovine Ocular Neoplasia. Cooperative Extension, Institute of Agriculture and Natural Resources, University of Nebraska-Lincoln, p.1-3, Estados Unidos, 2005.
• Perlmann E. et al. Feline intraocular sarcoma associated with phthisis bulbi. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.63, n.3, p.591-594, Belo Horizonte-MG, 2011.
• Ramos A. T. et al. Carcinoma de células escamosas em bovinos, ovinos e equinos: estudo de 50 casos no sul do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Medicana veterinária e Zootecnia, v.44, suplemento, p.5-13, São Paulo-SP, 2007.
• Simon T. & Wayne C. M. Técnica cirúrgica em animais de grande porte. 1ºed., Editora Roca, São Paulo-SP, 2002.
• Vanselow B. Cancer eye in cattle. The Veterinary Journal, v.19, p.790-799, Londres, 2005.
• Ximenes, F. H. B. Distocia em vacas e ovelhas atendidas no Hospital Veterinário da UnB entre os anos de 2002 e 2009. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Dissertação de Mestrado, p.71, Brasília-DF, 2009.
Obrigada!
“Razão, observação e experiência -A trindade completa da ciência’’
Robert G. Ingersoll (1833-1899)