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7/23/2019 [CIRURGIA PLÁSTICA] Queimaduras
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RESUMOS TEMAKI BEER – Cirurgia Plástica - Vanessa Sumiyoshi 1
Queimaduras
Lesões frequentes, atingem todas as faixas etárias, causando grande sofrimento.
Pode ser de origemo Físicao Químicao Térmicao
Elétricao Radiação
Importante identificar a causa para tratar corretamente
Crianças: maioria das queimaduras ocorre pela curiosidade ou maus tratos. Pp com vela e álcool.
Idosos (10%) pela diminuição dos reflexos, baixa acuidade visual.
Adultos: lesões associadas ao uso de álcool, cigarro, drogas e durante o trabalho.
Lesão com destruição total ou parcial da pele, podendo acometer tecido celular subcutâneo, pele, fáscias...
Etiologiao Simples: líquido aquecido, sólidos, substâncias inflamáveis, contato direto com chama, exposição solar, frio
(congelamento)o Complexas: mecânica ou fricção, elétricas, químicas (não tentar neutralizar as substâncias pelo risco de piorar a
queimadura, já que se trata de uma reação EXOtérmica), radiação ionizante. Ex de queimadura química além das convencionais: quimioterápico IV.
Mecanismos fisiopatológicos
o Temperatura x Tempo Indivíduo exposto a 44ºC por 6 horas (deserto) Trombose de vasos (3 a 4 semanas) Depressão imediata das imunoglobulinas
o
Aumento da permeabilidade capilar Hemólise e diminuição em 30% do tempo de vida Em 4 dias há perda plasmática de 2x pool total O paciente grande queimado perde aproximadamente 350 ml por hora, sendo que a maior perda ocorre
dentro das primeiras 12 a 18 horas transcorridas após o acidente.o Coagulação, estase e hiperemia
Hemólise e diminuição em 30% DC > 50% SC, normaliza em 36h Aumento da ventilação e consumo de O2
o Perda da barreira cutânea Hiperacidez e diminuição do muco gástrico
Aumento do catabolismo de 2 -3x Úlcera de Curling - úlcera duodenal que surge como consequência de uma queimadura extensa
ou stress – hemorragia digestiva.
Derme superficial X derme profundao Diferencia clinicamente pelo agente causador. (vasos estão na derme mais superficial) Ou seja:
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Queimaduras de 3º grau geralmente cursam com ausência de sensibilidade.
Epitélio dentro das glândulas pilosas é cilíndrico. A cicatrização ocorre da borda para o meio. Quanto mais profunda,mais tempo demora.
Intermaçãoo Provocada pela ação do calor em ambiente com temperaturas muito alta, locais onde estejam em funcionamento
fornos, fogões, caldeiras, forjas...o Clínica
Cansaço, náuseas, calafrios, palidez ou tonalidade azulada no rosto, temperatura corporal elevada, peleúmida e fria (desidratação), diminuição da PA.
Classificaçãoo Profundidade
o 1º grau: pele avermelhada e quente, dor leve e moderada (Ex mais frequente é a queimadura solar)o 2º grau: dor é extremamente importante. Receptores sensoriais da pele (calor é o Ruffini)
Dor (por que colocamos a mão onde está doendo?) Porque o gânglio só responde a uma informação – ou dor ou tátil.
A pele é avermelhada e com bolhas e a dor é severa. Beneficia-se de curativos adequados.o 3º grau: apresentam-se secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizado, fazendo com que a pele se assemelhe a
couro. É indolor, vai doer em áreas de queimadura de 2º e 1º grau.
Extensão (quanto maior extensão, maior o risco da vítima) tem que saber calcular a porcentagem!
Superficial – Bolha mais vermelha (maior quantidade)Profunda – Bolha com base mais esbranquiçada (pele seca, cor de carvão)
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Conduta quanto a gravidadeo Pequenas ► AMBULATÓRIO
2% III grau 10% II grau
o Moderadas ► HOSPITAL GERAL 2ª 10% III grau 10 a 29% II grau
o Críticas ► HOSPITAL ESPECIALIZADO
> 10% III grau > 29% II grau Traumas associados
Indicações de remoção para centro especializado: Queimadura de II e III com 10%, <10 a e >50a Queimadura de II e III com >20% em qualquer idade Queimadura de face, mãos, pés, períneo e articulações Queimadura de III com 5% Trauma elétrico
Queimadura química Lesão inalatória (pode se manifestar tardiamente, após 4 – 6h da exposição, referida como tosse e
rouquidão) Queimadura circunferencial do tórax (em queimaduras de III grau pode levar a restrição respiratória –
necessário fazer escarotomia ou fasciotomia) Patologias associadas (diabetes, cardiopatia, nefropatia) pelo risco de choque hipovolêmico por baixo
débito.
Atendimento inicial – ATLS/CNNAQo Vias aéreas
Aspiração, O2, IOT, traqueostomia, coluna cervicalo
Respiração Trauma fechado de tórax, restrição, oximetria, gasometria
o Circulação Hipotermia, acesso venoso, monitorização, exames, analgesia, escarotomia, diurese
o Neurológico Nível de consciência, resposta motora e verbal, hipoglicemia, TCE, CO, Glasgow<8 = IOT
o Exposição Lesões associadas, peso, extensão, cultura.
o É necessário conhecer a etiologia da queimadurao Cuidados locais: queimaduras superficiais e pequenas deve-se fazer compressas friaso Não perfurar as bolhas. Se romper, retirá-la totalmente para virar meio de cultura.o
Atenção especial para vias aéreas (expectoração, tosse, principalmente se história de explosão)o Lesão de olho, suspeitar quando há queima de supercílioo Interromper o processo de queimadurao Remover a roupa queimada, exceto as aderidas na peleo Lembrar, na hora de socorrer a vítima no local do acidente, PRIMEIRO, garantir a segurança da equipe.o Na queimadura química devemos remover a roupa e lavar, lavar, lavar.
Queimaduras elétricaso “Lesão em iceberg ”. Lesão no ponto de entrada da corrente elétrica, no ponto de saída e em todo o trajeto.o Hemólise, hemoglobinúria pela rabdomiólise(risco de fazer IRA – hidratar 4ml/kg, mantendo diurese acima de
100ml/h)o
Passar SNGo Avaliar ruptura de vísceras ocas e fraturas associadas
Tratamento geralo ABCD das VAo Verificar segurança da equipe de resgate, retirar vítima do foco do acidente
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o Restabelecer o volumeo Infecção 48-72ho Restabelecer precocemente a alimentação (dieta oral e enteral – hipercalórica, hiperprotéica)o Se lesão laríngea (suspeitar quando houver broncorreia e rouquidão), verificar necessidade de intubação,
ventilação assistida.o Vacinação e soro antitetânico, na dúvida sobre imunização, deve-se fazer!o Limpeza e debridamentoo Atenção ao aparelho digestivo para vômito, íleo paralítico, úlcera de curling...
o
Queimadura química – diluir em água corrente. Se lesão ocular, pode-se usar anestésico local para prevenir o blefaroespasmo.
Restabelecer volume circulante – Prescrição de um paciente queimadoo Método de Parkland
2 a 4 ml/kg/%SCQ/24h Cristaloide – RL Monitorar a diurese
1 a 2 ml/kg/h (criança)
30 - 50 ml/h (adulto)
> 100 ml/h (elétrica) pelo risco de IRA
Volume Metade do volume total faz nas primeiras 8h
A outra metade em 16h Um paciente com 70 kg, com 20% de SCQ. Qual o volume necessário de RL?
V = 4 x Kg x %SCQ = 5600 ml
Administrar 2800 ml nas primeiras 8h e depois 2800 nas outras 16h
Consideraçõeso Perdas
Pele íntegra – 1 a 3g de água/h Queimadura 120 – 140 g/h
Em 24h perde-se até 3L/masc²o Antibiótico, iniciar apenas se infecção sistêmicao Alimentação – precoceo Repouso gástrico inicial – cuidado com a dieta imediata. Risco: íleo adinâmicoo Proteção gástrica – cuidado com a úlcera de Curlingo Dieta líquida hiperproteica e hipercalóricao Ingesta 2000 – 3000 kcalo Indivíduo queimado perde 150 – 200 g de proteína por dia