Post on 13-Oct-2020
Como garantir uma Educação Infantil eficiente, sem perder
de vista a importância do brincar?
Angélica de Almeida Merli 1º Semestre/2015
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Vamos mudar a pergunta?
É possível garantir uma Educação Infantil eficiente
sem considerar a importância do brincar?
(Essa Educação Infantil é eficiente do ponto de vista
de quem?)
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Para responder é
preciso... Resgatar a concepção de criança que se tem:
desenvolvimentista, sócio-histórico-cultural,
sociologia da infância.
Em qualquer uma destas concepções...
AS CRIANÇAS APRENDEM EM SUA ATIVIDADE.
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No lugar do controle e da
imobilidade, a brincadeira... Necessidade de superar essa visão:
“[...] a criança precisa negar seu corpo, cuja
multidimensionalidade precisa ser esquecida, ou
propositadamente controlada” (BARBOSA, 2009a, p. 27).
E avançar para um novo olhar:
Com relação aos/às pequenininhos/pequenininhas, é através de
brincadeiras, de diversas linguagens, de seus sentimentos, de
suas expressões, de gestos, de movimentos que empreendem
com seus corpos em diferentes espaços que eles/elas vão
dando sentido à infância. Seus corpos possibilitam-lhes a
experiência sensorial, sendo assim, seus primeiros brinquedos.
Sayão, 2008, p. 94
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[...] que as instituições de educação infantil possam verdadeiramente
oportunizar (como dizem os italianos) ambientes de vida em contexto
educativo, onde as crianças pequenas possam expressar nas mais
diferentes intensidades suas cem linguagens, conviver com todas as
diferenças (de gênero, de idade, de classe, de religiões, de etnias e
culturas, etc.), combatendo as desigualdades, exercitando a tolerância
(e não o conformismo), a solidariedade, a cooperação e todos os
comportamentos e valores de caráter coletivo, concomitantemente,
com a construção da sua identidade e autonomia, sentido de
pertencimento à comunidade local, enquanto especificidade infantil, e,
ao mesmo tempo, preparando-se para as outras fases da vida que
também são tão provisórias quanto a infância, aprendendo desta
forma a arbitrariedade e provisoriedade da hierarquia social existente
na sociedade atual.
Faria, 2001, p. 75
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O brincar é: •O movimento da criança,
•O “trabalho” da criança,
•Sua forma de se relacionar com o mundo a partir do
seu corpo, da sua interação com os outros e com os
objetos.
•Pelo brincar a criança aprende sobre o mundo, sobre
a cultura.
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O brincar é um elemento essencial na vida da criança.
Pois é brincando que a criança expressa sua
imaginação e criatividade. Assim, brincar é uma das
formas mais importantes que possibilita a essas
pessoas de pouca idade poderem ressignificar o
contexto.
Bufalo, 2003, p. 26
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A criança é um ser com direitos e dentre estes
direitos encontra-se o DIREITO AO BRINQUEDO E
À BRINCADEIRA. Direito de escolher, de tomar
decisão sobre o que fazer.
De acordo com o documento Critérios para um atendimento em creche que
respeite os direitos fundamentais das crianças,
- Os brinquedos são considerados como instrumentos do direito à
brincadeira e não como um presente excepcional; [...]
- A formação prévia e em serviço reconhece a importância da brincadeira e
da literatura infantil para o desenvolvimento da criança; [...]
- Os brinquedos, os materiais e os livros são considerados instrumentos
importantes para a promoção do desenvolvimento e ampliação dos
conhecimentos das crianças. (CAMPOS, ROSEMBERG, 2009, p. 38-39).
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É preciso, portanto...
Pensar uma Educação Infantil em que o brincar não
fique para o segundo plano, que venha em primeiro
lugar.
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Qual é o lugar que o brincar ocupa
na sua rotina junto às crianças?
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Planejamento 1 - Maternal I
Planejamento 2 - Maternal II
Planejamento 3 - Pré
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As crianças já nascem
sabendo brincar?
pintura com pé.mp4
Assistindo o vídeo e pensando sobre... • A professora fez alguma intervenção? •Se sim, que tipo de intervenção foi feita? •Como as crianças parecem estar se sentindo? •Vocês acham que esta é uma atividade frequente nesta turma?
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E as escolhas das crianças? Afetividade
Corpo e movimento
Representação
CRIAR ESPAÇOS E MATERIAIS PARA O BRINCAR.
Quando há recursos disponíveis para as crianças
fazerem escolhas? Quando somos nós, os adultos,
que escolhemos por elas?
Observamos e escutamos o brincar da criança?
O que podemos aprender sobre a criança a partir
desta observação e desta escuta?
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Este novo conceito de criança que construímos a partir
da observação das crianças – num ambiente em que elas
tenham múltiplas possibilidades de atividades – aponta
que, diferentemente do que pensávamos até pouco tempo
atrás, a criança não é um ser incapaz, frágil, carente e que
necessita do adulto o tempo todo para dirigir sua
atividade e para garantir proteção. Ao contrário, ela é,
desde muito pequena, curiosa, capaz de explorar os
espaços e os objetos que encontra ao seu redor, de
estabelecer relações com as pessoas, de elaborar
explicações sobre os fatos e fenômenos que vivencia.
Mello, 2004, p 71
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DCNs “As práticas pedagógicas têm como eixos
norteadores as interações e a brincadeira”.
Brincar e educar: aprender a ser um ser social, criar
amizades aprender sobre o corpo e o movimento,
exploração, uso sensorial, entrar em situações
simbólicas, imitar, assumir papéis sociais (Tizuco).
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Brincar com qualidade •Espaço: “Um espaço e o modo como é organizado resulta sempre
das ideias, das opções, dos saberes das pessoas que nele habitam.
Portanto, o espaço de um serviço voltado para as crianças traduz a
cultura da infância, a imagem das crianças, dos adultos que o
organizaram; é uma poderosa mensagem do projeto educativo
concebido para aquele grupo de crianças.” Galardini (1996)
•Materiais: Se oferecemos sempre a mesma coisa, não há avanço, nem
brincadeira criativa.
•Mediação: o que a criança precisa? O que ainda não foi oferecido?
Disponibilizar o que falta. Ampliar/modificar a diversidade de
situações para a criança avançar na sua brincadeira.
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Links vídeos •https://www.youtube.com/watch?v=NdfZTeAp5Tg
•https://www.youtube.com/watch?v=hADrymZWIfc
•https://www.youtube.com/watch?v=U4sJM49QAFc&list
=PLwtaWcfcrGsbku-Pbw2NLkr31K9GyrhMn&index=2
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Sugestões de leitura...
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Referências BUFALO, Joseane Maria Parice. No espaço da creche, com o convívio das
diferenças, emerge a cultura infantil. Revista de Educação da PUC, Campinas,
n. 14, p. 23-33, jun. 2003.
CAMPOS, Maria Malta; ROSEMBERG, Fúlvia. Critérios para um atendimento
em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças. 6. ed.
Brasília, DF: MEC, SEB, 2009.
FARIA, Ana Lúcia Goulart de; PALHARES, Marina Silveira (Org.). Apresentação. In:
______ Educação Infantil pós-LDB: rumos e desafios. 3. ed. Campinas:
Autores Associados, FE/Unicamp; São Carlos: Ed. Ufscar; Florianópolis: Ed. UFSC,
2001. p. 1-4.
MELLO, Suely Amaral. Um mergulho no letramento a partir da educação infantil.
In: SÃO PAULO (Município). Caderno temático de Formação – 2:
Construindo a Pedagogia da Infância no Município de São Paulo. São Paulo:
SME/DOT – G, 2004. p. 69-76.
SAYÃO, Deborah Thomé. Cabeças e corpos, adultos e crianças: cadê o
movimento e quem separou tudo isso? Revista Eletrônica de Educação:
Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar, v. 2, n. 2, p. 92-105, nov.
2008.
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