COMPARAÇÃO SEMIÓTICA ENTRE O CINEMA.docx

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COMPARAO SEMITICA ENTRE O CINEMAE A LITERATURALuciana Lima Alves da Silva GarritINTRODUOEste trabalho monogrfico uma anlise comparativa entre dois tipos de linguagem: O livro Memrias Pstumas de Brs Cubas, escrito por Machado de Assis e o filme dirigido por Andr Klotzel. Essas foram as obras utilizadas como objeto de estudo para o desenvolvimento deste trabalho. Os textos escritos so exemplos de signos expressos na linguagem verbal, ou seja, de forma escrita, linear, como se pode perceber ao ler o livro Memrias Pstumas de Brs Cubas.J no cinema, ao assistir ao filme baseado na obra, alm da utilizao da linguagem verbal observada na fala das personagens, possvel perceber a presena de linguagem no verbal, signos que so apresentados em forma de imagens e sons, perceptveis aos sentidos dos seres humanos.Uma nica histria poder proporcionar diferentes interpretaes, em funo do meio em que ser veiculada. Esta variedade de significados ser possvel devido aos signos apresentados, as vezes anlogos, por outras vezes distintos ao confronto entre o livro e o filme.O homem integrante da sociedade e faz parte desta porque se relaciona por intermdio da fala, que o resultado de seu raciocnio. Este homem se comunica porque primeiramente entende a lngua que usa e em seguida compreende e se expressa por linguagens convencionais internalizadas ao longo de sua existncia. Esta linguagem pode ser falada, escrita ou pode ser entendida atravs de gestos, sons e imagens.Linguagens: Literria e Cinematogrfica2.1. Variedade dos significadosA Semitica investiga todas as linguagens possveis, tendo como objetivo os modos de constituio de todo e qualquer fenmeno como: fenmeno de produo de significado e sentido.Como h diversas formas de linguagens para comunicar, consequentemente, estes inserem significados diferentes ou no, a partir da interpretao pessoal e/ou compartilhada que esto relacionadas por suas opinies pessoais e convenes culturalmente impostas e aceitas.2.2. Os signosA base da linguagem comunicativa est na interpretao do signo apresentado. Este foi definido por estudiosos como Peirce, Movis, Schaff, Saussure, Cassirer, Wittgenstein, Gadamer e Eco. Ser tomado por base o conceito de Peirce, que define signo como algo que est para algum em lugar de algo em algum aspecto; e o conceito de Saussure que define o signo lingstico como unio de uma imagem acstica (significante) a um conceito (significado) por meio de um lao arbitrrio (Apud: Epstein, 2001: p.62). Isto quer dizer que muitas vezes uma palavra representa algo que no pode estar presente naquele momento e que uma palavra pode se referir a algo de forma diferente, dependendo da lngua utilizada em determinado lugar, no deixando de se referir a um mesmo objeto de igual significado.2.2.1. Nas lnguasPegando como exemplo o livro Memrias Pstumas de Brs Cubas possvel perceber que o nico signo apresentado o signo verbal.A construo de uma imagem associada histria fica por conta da imaginao do leitor, que livre para imaginar, por exemplo, como a personagem principal da narrativa, pode associar alguma descrio feita no texto e recriar em sua mente as caractersticas fsicas de Brs Cubas. A mora o grande prazer da leitura, ler algo imposto, mas tendo a liberdade de interpretar, imaginar e refletir sobre os acontecimentos ficcionais narrados.2.2.2. No cinemaH maior quantidade e diversidade de linguagem no-verbal, onde possuem diferentes significados na construo das cenas, a partir da simultaneidade dos elementos sgnicos apresentados, apresentando motivao na imitao do real.Um espectador brasileiro ao assistir ao filme nacional Memrias Pstumas se no possuir todas as aptides pr-estabelecidas, como ser letrado (no caso de legendas em algumas cenas), enxergar e ouvir bem, mas se pelo menos possuir uma delas, como por exemplo, ser cego, mas ouvir saudavelmente bem, possvel acompanhar toda a histria apenas ouvindo. Da revela-se a amplitude do filme na imagem e na linguagem.O filme consegue transpor, transcodificar principalmente o que pertence ao visual (descrio dos objetos filmados, movimentos, expresses, gestos, olhares das personagens,...), do filme (montagem das imagens), do sonoro (msicas, rudos, gros, tons, tonalidades das vozes) e do audiovisual (relao entre imagens e sons).Ao assistir as primeiras cenas do filme, percebe-se a grande semelhana do texto flmico e do texto original e at uma certa satisfao em reconhecer nas imagens e nos textos algo j conhecido e visto antes.Memrias Pstumas de Brs Cubas3.1. Viso literriaToda e qualquer comunidade apresenta diferentes maneiras para se expressar artisticamente, entre elas a Literatura, na qual destina-se a ser objeto de apreciao, lazer e estudo.3.1.1. A palavraA Literatura a arte da palavra, seu material a palavra.Partindo das experincias pessoais e sociais que vive o artista, ele transcreve ou recria a realidade, dando origem a uma supra-realidade ou a uma realidade ficcional. Ao transcrever a realidade se pode usar a imaginao, tanto o autor como o leitor, so livres para recriar livremente a realidade ao escrever e ao ler o texto.3.1.2. A construo da narrativaChega at ns por diversas linguagens: pela palavra (linguagem verbal, oral e escrita), pela imagem (linguagem visual e sonora), pela representao (linguagem teatral), pelos gestos (linguagem gestual), entre outras.Tomemos como exemplo Memrias Pstumas de Brs Cubas, escrito por Machado de Assis. Publicado em 1881 esta narrativa em prosa veio a estrear o realismo psicolgico na Brasil. Narrado por um defunto, personagem central, o romance trata das recordaes de Brs Cubas em vida, onde o maior investimento descrever caractersticas interiores das personagens, expressando suas contradies e problemas existenciais.3.2. Viso cinematogrficaO cinema, tambm uma manifestao artstica, expressa a cultura de uma populao e desperta prazer, diverso e conscincia nesta ou em qualquer outra populao.3.2.1. A imagemTomemos como exemplo o filme Memrias Pstumas, percebe-se os atores, suas roupas, suas maquiagens, suas expresses corporais e faciais, seus gestos, suas vozes, o cenrio, o colorido, as msicas, entre outros, compem o seguimento de imagens de um contexto, onde o movimento d seqncia a histria. As significaes so lanadas e cabe ao espectador assistir e interpretar, se envolvendo e projetando suas idias e emoes.3.2.2. A diegeseO filme mostra uma realidade definida e representada pelas imagens e pela narrao, esse mundo tido como existente definido como diegese. Todos esses signos lingsticos e extralingsticos contribuem para que no momento em que o espectador assiste ao filme, creia que aquela fico por aquele momento se torne real, motivando sua imaginao e seus sentidos.O filme Memrias Pstumas possui em sua narrativa um contexto em que fcil imaginar-se inserido, pois personificam hbitos comuns e aceitveis daqueles que o assistem, da a facilidade de se acreditar naquilo que se est vendo e compreendendo.Identidades e Diferenas em Memrias Pstumas de brs Cubas4.1. Na produo literriaExistem algumas semelhanas entre a histria Memrias Pstumas de Brs Cubas contada no livro e no filme, apesar de seus tipos de linguagem serem diferentes no processo da comunicao.O leitor para ler a histria no precisa saber sobre a histria do livro, basta que ele seja letrado e saiba decodificar as convenes empregadas no que est escrito. O texto nacional, isto quer dizer que o emprego da Lngua Portuguesa e a origem brasileira so comuns entre as duas linguagens. O ttulo do texto objetivo, declara uma inteno real, onde compromete-se a revelar as lembranas passadas de algum. Esta objetividade continua na primeira cena da histria, onde o morto Brs Cubas fala de seu enterro estando no seu prprio enterro. O leitor ainda no sabe como ele , quem surgir na histria e o que vo contar (prolepse). H uma inverso temporal na apresentao da trama, o final diegtico colocado no incio cronolgico. No se sabe o que levou Machado a comear pelo fim, porm, seguramente uma delas est no tom realista que quis imprimir com que Memrias Pstumas superasse as convenes do simples Romance.No flash back de Brs Cubas h um emprego inverossmil do foco narrativo: todas as cenas que parecem to realistas no passam de lembranas de Brs, que logicamente no poder nos fazer ver coisas que nem ele viu.Ao longo da narrativa, Brs dialoga com seu interlocutor.Estas semelhanas da narrativa so dadas pela fiel adaptao que o filme fez baseado no livro.O receptor pode ter duas reaes ao perceber a histria, ele pode tentar adivinhar o que vem a seguir (prospectivamente), futuramente confirmando ou negando o que j foi mostrado (retroativamente). Este mesmo receptor est passvel de sentir vrias sensaes, como emoo, medo, pena, simpatia, dio, excitao, nojo, indignao ao perceber o realismo da criao.O livro apesar de no usufruir o recurso da imagem, este ltimo tambm precisa ser interpretado, assim como um texto apenas escrito. O que se mostra no texto, assim como na tela, no constitui todo o espao ficcional da narrao. O no mostrado tem a funo de construo de sentido simtrico do mostrado, construdas pela imaginao de cada um, o receptor contribui com a sua imaginao para preencher determinadas ausncias.A narrativa um ponto comum entre essas duas linguagens. No seu espao ficcional existente (diegese) at o final do filme as informaes sonegadas so fornecidas para o seu desenlace. H a narrao actancial (personagem narrador) que testemunhou quase tudo, pois em coisas que o receptor sabe e ele no. O leitor, assim como o espectador decodificam os signos por estarem familiarizados as suas atribuies.No livro e no filme a narrativa comunicvel em sua recepo, imprevisvel em sua estruturao e fechado em sua significao.Ao terminar a leitura do livro ou de assistir ao filme, o receptor desperta para a realidade, onde esteve distante, hipnotizado pelo tempo que durou sua leitura ou o filme.4.2. Na encenao da obraMaior do que as semelhanas so as diferenas entre as linguagens literria e cinematogrfica. Isso acontece devido variedade de signos mostrados no filme a partir de suas imagens em movimento, contrapondo-se ao livro que possui apenas a palavra como signo representativo e esttico.As diferenas j comeam pelo lugar que usado para se fazer leitura do livro, que pode ser facilmente deslocado, como pelos cmodos da casa, um meio de transporte at lugares externos. J para se assistir ao filme s restam duas opes, ir ao cinema ou alugar a fita cassete e coloc-la em um vdeo.Apesar do filme ser baseado na obra, o texto antigo e o filme possui uma produo moderna, assim como a Literatura uma arte antiga e o Cinema uma arte nova, a stima arte.O tempo que se leva para ler um livro determinado por seu leitor, geralmente maior do que o tempo que se leva para assistir ao filme, at o nmero de pginas diferente do tempo de durao de um filme. A montagem do filme leva um tempo bem maior do que o produto final que o filme pronto, at a ordem das cenas podem ser gravadas aleatoriamente.O espectador (assim como o leitor) no precisa saber sobre a histria do cinema para compreend-lo, basta a sua competncia semitica (e lingstica), ou seja, quase que intuitivamente entender o significado do que assiste (s por curiosidade o primeiro filme exibido foi em 1895, pelos irmos Lumire de nome: Sada dos Operrios da Fbrica, no Grand Caf de Paris).So vrias as atribuies a serem decodificadas no filme cinematogrfico quanto a sua linguagem, a seguir: emprego funcional da cmara (planificao), referncias, enquadramento (variao da posio da cmara com relao ao elemento filmado), variao dimensional dos planos (do geral ao primeiro), angulao (plonge panormica). Cada tipo de imagem remete a um significado diferente, a partir de um contedo semitico.H pontos semiticos comuns entre o filme e o livro, como o cineasta se basear na obra, mas por mais que se dedique em ser fiel, chegar um momento em que ficar impossvel ser uma reproduo mimtica, j que a sua criatividade influenciar livremente na produo da imagem. Esta imagem remete um mundo real e a construo pragmtica da linguagem cinematogrfica.A montagem do cinema composta do domnio flmico (o efeito do que se v na tela) e sobre o cinematogrfico (os procedimentos tcnicos da filmagem), divergindo totalmente da construo literria que se precede no mximo por rascunhos e correes posteriores.Diferente da Literatura, todo o tempo no filme tende a ser sentido como presente. Presa ao esquema lingstico, a fico literria no consegue narrar o passado fazendo abstrao das modalidades verbais que o marcam, ao passo que o filme, que apenas mostra sem enunciar, fez isso perfeitamente. O gnero cinematogrfico baseado em fatores tcnicos, pragmticos, culturais e semiticos, aprofundando-se na imagem. Enquanto que o gnero literrio analisa o texto a partir do contexto histrico entre outros recursos aprofundados em uma teoria. A narrao identifica-se at certo ponto, como nos dilogos e roteiros, onde usado o signo verbal, mas o filme possui a arte plstica, como a planificao, o cenrio e a iluminao, artifcios extralingsticos que o livro no pode utilizar. H descrio em ambas as linguagens, mas se expressam de forma diferente, no livro a descrio de certa personagem dada atravs de referncias, atribuies, adjetivos, entre outros, e o filme descreve a partir da imagem, usando caractersticas fsicas dos atores entre outros caracteres, como roupas, gestos e etc.Diferente do livro, onde o leitor constri a imagem mentalmente daquilo que l, o filme exibe a imagem pronta junto com a narrativa. Esta a grande diferena entre essas duas linguagens, a imagem como profunda produtora de significados. A imagem visual, a fotografia (iluminao) e a trilha sonora so fortes demarcaes a explicitar e exemplificar o signo flmico.FIGURAS DE ESTILO5.1. MetforasOs escritores se utilizam de alguns diversificados recursos para desenvolverem sua obra, independente do estilo que tenham escolhido para se expressarem. No caso da obra analisada, verifica-se que o escritor Machado de Assis escolheu empregar tais recursos por intermdio da narrao. Dentre os artifcios construtores da obra, como o letramento e a criao do autor, registra-se a utilizao de figuras de linguagem. O mais interessante reconhecer que estas figuras conseguiram destaque no s na linguagem escrita, como j de conhecimento daqueles que estudam o assunto, mas se apropriaram tambm da imagem para se fazerem atuantes.5.1.1. Na obraA gramtica normativa define a metfora como uma espcie de comparao implcita entre seres, j que o elemento comparativo fica subentendido (Cereja, 1995: p.18). Comparando a outras gramticas normativas, a definio no ser exatamente escrita igual a essa, mas o sentido, o significado, ser o mesmo. A definio costuma se estender aos tipos seguidos de exemplos ilustrativos. bem verdade que quando o leitor passa a ler com uma inteno alm do prazer, passa a ler com maior esprito de investigao, conseguindo reconhecer no texto tal recurso aplicado. Alm de perceber que uma metfora, consegue at distinguir se de nvel de semelhana ou supresso.5.1.2. Na encenaoA metfora cinematogrfica pode ser apresentada de forma heterodiegtica, ou seja, a situao fictcia revelada percebida apenas pelos espectadores. Mesmo que a metfora apresentada no tenha sido de conhecimento das personagens, ela no deixa de compor o contexto diegtico que provoca sentido no receptor.A metfora um exemplo de discurso e para haver discurso no necessria a existncia obrigatria de um dilogo entre personagens em uma cena. A partir do momento que a cena aparece transmitindo determinada situao, construindo significado capaz de ser compreendido pelo receptor, fez-se a comunicao, que a prpria concretizao do discurso cinematogrfico.A msica, a iluminao e a tcnica usada para filmar so exemplos de metfora no cinema. Estas constroem um significado a parte para o espectador, onde ele une o que subentendeu nas entrelinhas ao conjunto de suas convenes internalizadas, se tornando capaz de compreender a obra diegtica.Um espectador menos atento pode no perceber determinado elemento do filme como metafrico, mas o decodificar literalmente como mera funo narrativa ou descritiva.5.2. MetonmiasTrata-se de mais um tipo de figura de linguagem usada pelos escritores e tambm definida pela gramtica normativa.5.2.1. No livroAssim como a metfora, esta figura recebe um conceito, como o dado a seguir: consiste no uso de uma palavra em lugar de outra, em virtude de certa familiaridade que elas tm entre si. Essa familiaridade pode ocorrer empregando-se o nome do autor pela obra, o nome da divindade por sua funo, o continente pelo contedo, o lugar pelo objeto caracterstico do local, a causa pela conseqncia, o concreto pelo abstrato, a marca pelo produto (Cereja, 1995: p.19).5.2.2. No filmeUma imagem no lugar de outra representando a outra, um exemplo concreto de metonmia no filme.CONCLUSOUma determinada histria, como Memrias Pstumas de Brs Cubas, escrita por Machado de Assis e adaptada para o cinema por Andr Klotzel, difere essencialmente na linguagem em que utiliza para se expressar. O leitor seja ele literrio e/ou flmico, percebe de forma diferente essa mesma histria, j que cada veculo comunicador da histria trabalha com signos diferentes. interessante retratar que a pessoa que l e assiste Memrias Pstumas passa por dois processos distintos de leitura, onde a ordem altera a sua concepo.A toda a tcnica utilizada por cada um dos processos de construo de linguagem e as diferentes formas em que esses signos podem ser percebidos foi que se destinou a elaborao desta monografia.BIBLIOGRAFIAASSIS, Machado de.Memrias Pstumas de Brs Cubas. 25 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.BRITO, Joo Batista.Imagens amadas: ensaios de crtica e teoria do cinema. So Paulo: Ateli Editorial, 1995.CEREJA, William Roberto; MAGALHES, Thereza Cochar.Literatura brasileira. So Paulo: Atual, 1995.CHIAVEGATTO, Valria Coelho.Signos entrelaados: contexto e construo dos sentidos na linguagem. UERJEPSTEIN, Isaac.O signo. 7 ed. So Paulo: tica, 2001.http://sites. uol.com.br/fredb/htmlKlotzel, Andr.Memrias Pstumas. Europa filmes. Super Filmes Produtora, 2002.ORLANDI, Eni Pulcinelli.O que lingstica. So Paulo: Brasiliense, 1986.PEIRCE, S. Charles.Semitica. 3 ed. So Paulo: Perspectiva, 1999.PROENA FILHO, Domcio.A linguagem literria. 7 ed. So Paulo: tica, 1999.SANTANELLA, Lcia.O que semitica. 1 ed. So Paulo: Brasiliense, 1983.TZU, Sun.A arte da guerra. 1 ed. So Paulo: Martins Claret, 2003.VANOYE, Francis; Goliot-Lte, Anne.Ensaios sobre a anlise filmica. Papirus Editora, s/d.www.klickeducacao.com.brwww.navedapalavra.com.br