Composição1

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A palavra universo tem origem no latim universus, "todo inteiro", composto de unus e versus

Unus – unidadeVersos – diversidade

Unidade sem diversidade - é monotonia.Diversidade sem unidade - é caos.Unidade com diversidade - é harmonia.

composição

• “ A composição consistia em encontrar e representar: A variedade dentro da unidade.”

Platão

composição

• O termo “composito” surge com Vitrúvio, que o aplicava à arquitetura e de Cícero que o aplicava ao corpo humano.

•Mas foi Alberti, no Livro II de “De Pictura” quem estabeleceu o seu uso na pintura: “distribuição dos elementos de forma a produzir sentido numa superfície plana.”

"A disposição da minha pintura tende inteiramente para a expressão pela composição. O lugar ocupado por figuras e objetos, os espaços vazios que o cercam, as proporções, tudo tem seu papel".

Matisse

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composição

•Uma composição é uma organização de formas num determinado espaço.

•É a forma como o autor coloca e dispõe as formas positivas e os espaços negativos dentro de um determinado formato.

•As formas positivas: -os elementos gráficos, objetos e pessoas

•Os espaços negativos: -áreas vazias.

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•Elementos básicos na composição:

•Formas•Linhas•Planos•Volumes•Espaços•Cores•Texturas

•Estes elementos são organizadas para formarem uma unidade com coerência. Essa coerência existe quando encontramos equilíbrio e harmonia entre as formas.

-ritmos-tensões -direções

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•Campo

Suportes: -uma folha de papel;-um muro;-uma mesa;-uma tela;-o chão;-uma cortina;-enfim, onde pretendemos intervir.

Formas:-Oval;-Retangular;-Triangular;-ou ter qualquer outra forma, embora o suporte mais frequente seja o plano retangular.

• Ao espaço onde se organiza a composição chamamos campo.

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-Hervé Télèmaque, The Red model, 1983

-Frank Stella, Harran II, 1967

-Frank Stella, Firuzabad, 1970

-Jean Arp, , 1925

•Diversas formas de Campo

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-Sandro BoticelliVirgem com o menino , 1490/50 -Jean Arp,Enak s tears , 1917

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•Se uma imagem não está bem composta, o observador desvia sua atenção para um ponto menos interessante da imagem.

•O campo retangular, o suporte em forma de retângulo, tem uma estrutura básica que condiciona as formas que nele figuram.

•Essa estrutura compreende, para além dos lados, as medianas e as diagonais.

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• Organização de campo visual

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•Estruturas harmónicas

•Desde sempre, o homem procurou criar formas e composições harmoniosas, ou seja, cuja proporção agrada à vista.

•Este tipo de estruturas são aquelas que são aceites universalmente como “agradáveis” ou harmoniosas.

•Estas estruturas são baseadas em regras matemáticas e geométricas rigorosas.

•Algumas das mais importantes são: retângulo de ouro, regra dos terços, composição triangular e grelha/rede.

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•Equilíbrio e o número de ouro

•O número de ouro foi estudado pelos gregos na sua procura de formas harmoniosas e equilibradas e antes deles, pelos egípcios.

•Estes comparavam as relações de grandeza do corpo humano e idealizavam as proporções perfeitas.

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•Na arquitetura existia a mesma preocupação.

•A planta retangular e a fachada do Partenon, em Atenas, inscrevem-se num retângulo de ouro.

•O retângulo de ouro tem as dimensões dos seus lados proporcionais segundo o número de ouro.

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•Número de ouro

• Em 1202, o matemático italiano, Leonardo Fibonacci, publicou uma tabela com uma sequência numérica, em que cada número é a soma dos dois que o precedem.

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•Número de ouro

•A relação entre esses dois números tende para o número de ouro: Ф=1,61803…..é uma constante algébrica, um número irracional (que tal como π não tem fim).

Ф = 1,2,3,5,8,13,….

• Lê-se Fi e vem de Fídias, o escultor grego na Antiguidade.

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•Número de ouro

•Este número tem a particularidade de se relacionar com o crescimento biológico, e com a proporção entre o todo e as partes de muitas formas da natureza.

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•Número de ouro

•Estudo do corpo humana e a proporção dourada.

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•Construção de retângulo de ouro

•Via do cálculo

•Para determinar as medidas para um retângulo de ouro, basta multiplicar a medida que for atribuída ao lado menor, pelo número de ouro e temos a medida do lado maior.

•Por exe: para um retângulo com 3 cm de lado menor, multiplicamos por 1,618 que dá 4,854.

3 X 1,618 = 4,854

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•Via da construção geométrica

•Construção de um quadrado [A;B;C;D]•O lado do quadrado é o lado menor do retângulo.•Prolongar o lado AB do quadrado.•Encontrar a mediatriz do lado AB•Com centro em M e abertura do compasso até C traçar o arco de circunferência até intersetar o prolongamento de AB no ponto E.•O ponto AE é o lado maior do retângulo de ouro.

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•Número de ouro e o pentágono

•Encontramos a mesma relação de ouro no pentágono.

•O número de ouro encontra-se na relação do lado do pentágono e a sua diagonal.

•Número de ouro e a estrela pentagonal

•Aqui é possível encontrar diversas relações de ouro

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•Outros tipos de proporção•Traçados geométricos que permitem obter retângulos a partir do desenvolvimento de medidas do quadrado.

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•Outros tipos de proporção•Traçados geométricos que permitem obter retângulos a partir do desenvolvimento de medidas do quadrado.

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•Regra dos terços

•É uma regra clássica muito utilizada na Renascença.

•O campo visual encontra-se dividido em nove partes iguais.

•O artista desenvolve a composição de modo a orientar a atenção do observador para um dos 4 pontos centrais, e assim fugir do centro dos cantos e das diagonais.

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•De acordo com esta lei, os melhores pontos para colocar um elemento é nas intersecções das linhas, uma vez que o centro é considerado como um ponto passivo ou “morto”.

•É de evitar que o centro de interesse fique ao meio.

•As imagens com mais força são aquelas onde o assunto principal não está no centro, mas sim num dos quatro pontos de interseção.

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•Composição triangular

•Este tipo de estrutura tem sido muito utilizado na organização de obras de arte de pintura e de escultura.

•A estrutura em triângulo tem uma relação muito direta com a nossa experiência visual quotidiana.

•De facto os objetos que fazem parte da nossa realidade diária assentam na parte inferior do nosso campo visual.

Josefa Óbidos, Caixa com Potes, 1660

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•O centro de interesse encontra-se no vértice de um triângulo.

•Os elementos são colocados de forma triangular, ficando o ponto de interesse muito claro, com o apoio dos outros elementos da cena.

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• O séc. XX não destituiu a ideia de composição, antes a reforçou, reinventando a composição em grelha/ rede.

• Este tipo de composição foi bastante explorada pelas abstrações.

•Composição em grelha/rede

Jean-Michel Basquiat, Tenor, 1985

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• É uma figuração do infinito, pois a composição pode alongar-se para todos os lados exteriores da tela.

• Em termos de conteúdo e simbolismo, a rede/grelha nega a perspetiva e a temporalidade, uma vez que ela regista um presente perpétuo.

•Composição em grelha/rede

Vasalery, 1983. Keit Haring, Arte de Rua, 1988.

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•Linhas

•As linhas de uma imagem são formadas pelos elementos que as compõem.

•Os contornos dos objetos são formadas por linhas, estas linhas direcionam nossa atenção para determinados lugares.

Fernand Leger

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•As linhas podem ser explícitas, intrínsecas e implícitas.

•Trabalhando estas linhas conseguimos chamar a atenção para determinado ponto do quadro.

•Estas linhas conduzem a atenção do observador ao centro de interesse que o artista pretende evidenciar.

Fernand Leger, The City 1919-20.

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•Linhas explícitas

•São facilmente percecionáveis, fazem parte objetivamente da aparência de uma forma plástica.

•São produzidas por diversos elementos:-contornos,-fronteiras de claro/escuro-fronteiras de contrastes-perspetivas

Giogio Morandi , Natureza Morta, 1956.

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• São linhas que não são visíveis na aparência em causa, mas que podem estar sugeridas numa espécie de estrutura interna de construção.

• É uma linha subentendida, uma linha que sublinha imaginariamente a orientação de uma forma ou a sua organização interna.

•Linhas intrínsecas

Pablo Picasso , Mandolin and Guitar, 1924

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• São linhas que estão para além da análise comum: são as linhas que pressupomos como estrutura construtiva de um corpo.

• São elas:-Linhas estruturais-Linhas construtivas

Rubens, The descent from the Cross, 1630

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•Linhas implícitas

•São linhas, que tal como as linhas intrínsecas, não são visíveis, numa primeira analise, mas que adquirem um papel determinante na imagem.

•Podem ser sugeridas através de um olhar, através de uma indicação de uma mão, de um dedo indicador. •Parecem ligar atitudes e indicar movimentos.

•São elas:-Linhas de força;-Linhas de tensão.

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“Em muitas composições pictóricas, e mesmo escultóricas, as figuras em presença, opondo-se umas às outras, ou conjugando-se de certa maneiras, sugerem movimentos, tensões, percursos direccionalmente definidos.”

Rocha de Sousa, 1981

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•Significado das linhas

•A linha enquanto elemento de significação por colocação

•As linhas também têm um significado global determinado pela experiencia da visão e do nosso posicionamento no espaço.

•Este significado está estritamente associado à cultura em que nos encontramos inseridos.

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•Linhas verticais sugerem dignidade, poder. •As horizontais sugerem estabilidade. •Linhas paralelas aos limites da imagem criam uma sensação de formalidade e ordem, mas deixam a imagem monótona. •Já as diagonais transmitem mais emoção, vigor e dinamismo.

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•As linhas diagonais são sempre mais dinâmicas que as horizontais e verticais, no entanto, transmitem instabilidade.

Rubens, A rapto das filhas de Leucipo, 1577-1640

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•As linhas curvas, por sua vez, passam uma sensação de suavidade, tranquilidade, graça, movimento e sensualidade.

Sónia Delaunay, Petite Automme, 1938 (tapeçaria)

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•O "movimento" de um quadro está diretamente relacionado com as linhas. Através do movimento podemos chamar a atenção para o centro de interesse.

Robert Delaunay, Ritmo, 1939

• Por exemplo, quando todas as linhas da composição dirigem o olhar ao objeto principal ou quando uma cor localizada num canto da tela tem sua ligação com a mesma cor em outro canto da tela.

Luigi Russol, Dinamismo de um Automóvel, 1911

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•Peso visual

• O peso visual corresponde à atração que uma forma exerce sobre o olhar do observador.

• Esta força ótica pode acontecer com maior ou menor intensidade.• Se a forma é muito atraente, tem muito peso.• Os elementos da composição podem ser entendidos como pesos

de uma balança.• Uma composição está equilibrada, se os pesos dos seus

elementos se compensam entre si.

composição

•O peso visual depende de diversos fatores:

•Localização•Dimensão•Cor•Textura•Movimento

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•Localização

•O quadrado da esquerda apesar de ser idêntico aos restantes adquire um maior peso devido à sua localização

composição

•Localização

•Quanto mais afastada do centro, maior é o peso visual

•Uma forma colocada no centro do campo está equilibrada

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•Dimensão

•Uma forma maior é visualmente mais pesada do que uma menor.

• Ao afastarmos a forma com menor dimensão do centro, ela ganha peso visual.

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•Cor

•Uma forma com uma cor quente ou luminosa atrai mais o nosso olhar.

•O contraste que a cor faz com o fundo pode alterar o seu peso visual.

Paul Klee, O mensageiro de Outono, 1922

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•Textura

•Uma forma com configuração recortada tem mais peso visual do que uma configuração mais simplificada.

•Através da textura, a forma simplificada adquiriu peso visual. Quanto mais texturada for uma forma, maior o seu peso visual.

composição

•Movimento

•Se colorimos uma forma horizontal com uma cor quente, ela vai atrair o nosso olhar e adquirir peso visual.

•Uma forma colocada na horizontal parece parada, logo tem menos peso visual de que uma colocada com a direção obliqua.

Rua Fernando Namora - Odivelas

-Areal, Z. (n.d.) Caderno de Apoio ao Professor: Visualmente 7/8/9. Lisboa: Areal. -Areal, Z., Moreira, A. (2012). Visualmente 7/8/9. Lisboa: Areal.-Arnheim, R. (1988). A Arte e Percepção Visual: Uma psicologia da Visão Criadora. (4ªed.). (Arte, Arquitetura, Urbanismo). São Paulo: Livraria Pioneira Editora. -Bouleau, C., (1987). Charpentes: La géométrie secrète des peintres. Paris: Aux Éditions du Seuil.-Graça, C.C., Forjaz, R., Barriga, S.,Ferreira, S. 2012). Ver, desenhar e Criar. Lisboa: Lisboa Editora.-Modesto, A., Alves, C., Ferrand, M. (2006). Guia do professor: Manual de Educação Visual. Lisboa: Porto Editora.-Panofsky, E. (1993) A Perspectiva como Forma Simbólica. Lisboa: Edições 70.-Ramos, E., Porfírio, M. (2008). Manual do Desenho: 10º Ano. Lisboa: ASA.-Ramos, E., Porfírio, M. (2008). Manual do Desenho: 12º Ano. Lisboa: ASA.-Ramos, E., Porfírio, M. (2012). Manual das Artes 7º, 8º 9º: 3ºciclo do Ensino Básico. Lisboa: ASA.

Sites consultados

•http://www.fazendovideo.com.br/vtmon3.asp -consultado em 22 de Nov. 2012

•http://www.cameramais.com.br/blog/introducao-a-composicao-regra-dos-tercos/-consultado em 22 de Nov. 2012

•http://tiposetemas.blogspot.pt/2011_02_01_archive.html -consultado em 22 de Nov. 2012