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EDILAINE APARECIDA CORREIA LOSER
COMPREENSÃO DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO NAS
EMPRESAS
DOURADOS – 2013
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EDILAINE APARECIDA CORREIA LOSER
COMPREENSÃO DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO NAS
EMPRESAS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto Educacional da
Grande Dourado (IEGRAN) para a
obtenção do título de Técnico em
Segurança do Trabalho.
DOURADOS – 2013
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Dedico esse trabalho ao meu esposo
Nilton, ao meu filho Renan, aos
professores e amigos, que me apoiaram
para a conclusão do curso.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me permitiu chegar até aqui.
À instituição IEGRAN que me proporcionou o conhecimento e apoio
necessário para a conclusão do curso. A todos os professores que estiveram ao
meu lado, em especial ao Polido e Ilário. Ao meu esposo Nilton e meu filho Renan,
por toda dedicação e carinho, ajudando-me a superar todos os desafios, aos amigos
que estiveram presentes nessa caminhada, Jucileide, Letícia, Neuza, Dandara,
Maria, Vanderlei. A todos estes, meu reconhecimento e gratidão por me
proporcionarem a força necessária para a realização deste sonho.
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“A tarefa não é tanto ver aquilo que
ninguém viu, mas pensar o que ninguém
pensou, sobre aquilo que todo mundo vê”
( Arthur Schopenhauer)
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 7
1- UM BREVE RELATO HISTORICO SOBRE O PRINCÍPIO DAS ORGANIZAÇÕES DE COMBATE AO INCÊNDIO. ..................................................................................................... 9
2- NORMA REGULAMENTADORA 23 (COMBATE A INCÊNDIO) ..................................... 12
3-PROCEDIMENTOS DE ANÁLISES PREDITIVAS (TÉCNICAS) , SOBRE SITUAÇÕES DE RISCO QUE POSSAM GERAR UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO. ......................................... 14
3.1-Análise sobre os riscos do trabalho a quente ............................................................. 14
3.2-Restriçoes sobre o uso do cigarro nas empresas ...................................................... 15
3.3-Lubrificação Preventiva ................................................................................................. 15
3.4-Sensores de Temperatura ............................................................................................. 16
3.5-Análises Termográficas ................................................................................................. 17
3.6-Instalação de Sistemas de Proteção contra Descargas Elétricas ( spda) ................ 17
3.7-Aterramentos Elétricos .................................................................................................. 19
3.8-Eletricidade estática ....................................................................................................... 21
4-PROJETO DE PREVEÇÃO DE INCÊNDIOS (PPCIP) ....................................................... 23
5-ERROS MAIS FREQUENTES DOS PROJETOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ................................................................................................................................................ 25
5.1-Sistema de alarme – NBR 9441: ................................................................................... 25
5.2-Sistema de hidrantes- NBR 13714: ............................................................................... 26
5.3-Saídas de emergência - NBR 9077/93: ......................................................................... 26
5.4- Extintores portáteis e sobre-rodas (nbr 12692, 12693): ............................................ 27
6-EQUIPAMENTOS ............................................................................................................... 27
6.1-Manutenção de equipamentos ...................................................................................... 28
7-AVCB (AUTO DE VITORIA DO CORPO DE BOMBEIROS) ............................................. 29
8-PLANO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA (PAE) ....................................................... 30
9-NBR 14.276 ( BRIGADA DE EMERGÊNCIA) .................................................................... 32
9.1-Objetivo ........................................................................................................................... 32
6
9.2-Recursos básicos para Brigada .................................................................................... 32
9.3- Identificação e Certificação da Brigada: ..................................................................... 32
9.4-Organização : .................................................................................................................. 33
10-CONTROLE DO PROGRAMA DA BRIGADA ................................................................. 34
10.1-Reuniões ordinárias e extraordinárias ........................................................................... ................................................................................................................................................ 34
10.2-Ações de Prevenção: ................................................................................................... 34
10.3-Ações de Emergência: ................................................................................................. 35
10.4-Treinamento da Brigada: ............................................................................................. 36
10.5-Exercícios simulados: ................................................................................................. 36
11-AS CLASSES DE INCÊNDIOS E AGENTES EXTINTORES: ......................................... 37
11.2-Extintores ...................................................................................................................... 37
12-PROCEDIMENTOS DE COMBATE ................................................................................. 39
12.1-Sistemas de alerta: ....................................................................................................... 39
12.2-Análise da situação ...................................................................................................... 39
12.3-Corte de energia ........................................................................................................... 39
12.4-Equipe de Primeiros Socorros: ................................................................................... 40
12.5-Equipe de Evacuação .................................................................................................. 40
12.6- Rotas de Fuga .............................................................................................................. 40
12.7-Iluminação de Emergência .......................................................................................... 40
12.8- Procedimentos gerais em caso de abandono: ......................................................... 41
12.9-Equipe de Apoio ........................................................................................................... 41
12.10-Procedimentos Preventivos contra Incêndios nas empresas .............................. 42
12.11-Normas relativas à Prevenção de Incêndios ........................................................... 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 47
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INTRODUÇÃO
Visando o aperfeiçoamento técnico para realizar minhas atividades laborais,
em uma empresa, terceirizada, prestadora de serviços na área de saneamento,
iniciei o curso de Segurança do Trabalho. No decorrer desse período, através dos
conhecimentos obtidos, pude constatar que o patrimônio mais importante de uma
empresa é a vida do colaborador.
Movida por um sentimento de indignação, após o incêndio que ocorreu há
alguns meses, na cidade gaucha de Santa Maria, no dia 27 de janeiro de 2013, e
que ceifou prematuramente 242 vidas, tragédia perfeitamente evitável, caso os
“responsáveis”, tivessem cumprido os procedimentos de segurança necessários
para a realização do evento, decidi abordar tal temática neste trabalho de conclusão
de curso.
Realizando algumas pesquisas relacionadas ao assunto, constatei que os
maiores incêndios que se tem registro na História, ocorreram por negligência e
poderiam ter sido evitados. A partir desse contexto, percebi que algumas empresas
douradenses têm equipamentos de combate ao incêndio, como nos pede a norma
23 (combate ao incêndio), mas não o conhecimento e a qualificação técnica
necessária para utilização dos mesmos. Deparei-me muitas vezes no meu cotidiano
laboral, com situações as quais os procedimentos preventivos foram fundamentais
para se evitar princípios de incêndios em nossa empresa, tais como a instalação de
sensores de temperatura, análises termográficas, acionamento automático de
desligamento do sistema operacional que foi fundamental para que tivéssemos
tempo necessário para extinguirmos um princípio de incêndio em um de nossos
motores elétricos, instalações de sistemas de captação de descargas atmosféricas
entre outros procedimentos.
Sendo assim compreendi a importância da implantação dos procedimentos de
Segurança na Proteção Contra Incêndios e Pânico. Que através deste projeto,
possam-se perceber algumas das situações de risco, as quais os trabalhadores
estão expostos nas empresas, as medidas preventivas e corretivas necessárias para
se evitar o problema, a constituição e objetivos de uma Brigada de Emergência, e a
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implementação do que nos pede a Norma Regulamentadora (NR) 23 e Norma
Brasileira Regulamentadora (NBR) 14.276.
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1- UM BREVE RELATO HISTORICO SOBRE O PRINCÍPIO DAS ORGANIZAÇÕES DE COMBATE AO INCÊNDIO
Em geral, as primeiras organizações contra incêndios, surgiram pela necessidade de
se evitar possíveis incêndios e perdas insuperáveis. Em épocas remotas, esgotar as
chamas de um incêndio de grandes proporções era obra impossível, devido aos
precários recursos. Sendo assim , a prevenção tornava-se a melhor solução contra
o fogo. Uma das primeiras organizações de combate ao fogo de que se tem notícia,
segundo Care Z. Péterson , foi criada na antiga Roma, quando Augusto, tornando-
se Imperador em 27 A.C, formou um grupo denominado "vigiles". Esse grupo
patrulhava as ruas para impedir incêndios e também para policiar a cidade. Neste
período da história, o fogo era um problema de difícil resolução para os “vigílias”,
que contavam com métodos insuficientes para a extinção das chamas.
Uma das normas mais antigas de proteção contra incêndios, foi promulgada
no ano de 872 em Oxford, Inglaterra, estabelecendo um toque de alerta, a partir do
qual se deviam apagar todos os incêndios que estivessem ocorrendo naquele
momento. Um fato interessante da história, é que em 1666 na Inglaterra, já haviam
Brigadas de Seguros Contra Incêndios , sendo formadas por Companhias de
Seguros e que eram as mesmas que decidiam pelas localizações das Brigadas.
Sabe-se muito pouco a respeito do desenvolvimento das organizações de combate
ao fogo na Europa até o grande incêndio de Londres em, 1666. Esse incêndio
destruiu grande parte da cidade e deixou milhares de pessoas desabrigadas. Antes
do incêndio, Londres não dispunha de um sistema organizado de proteção contra o
fogo. Após o incêndio, as companhias de seguro da cidade começaram a formar
brigadas particulares para proteger a propriedade de seus clientes.
Em Boston, depois de um incêndio devastador que destruiu 155 edifícios , e
alguns barcos, houve em 1679 a fundação do primeiro Departamento Profissional
Municipal Contra Incêndios na América do Norte. Boston importou da Inglaterra , os
conhecimentos referentes ao combate de incêndios, e no Departamento haviam 12
bombeiros e um chefe. Já em 1715, a cidade de Boston já contava com seis
companhias que dispunham de bombas d’água.
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Nessa mesma época também eram organizados nas comunidades de
Massachusetts, sistemas de defesa contra o fogo , tais como , exigências que em
cada casa houvesse disponível cinco latas, ( tipo balde ). Em caso de incêndio, era
dado alarme através dos sinos das igrejas, e os moradores de cada casa passavam
então a organizarem-se em grandes filas, desde o manancial mais próximo até o
sinistro, passando as latas de mão em mão. Aqueles que não ajudavam eram
sancionados com multas de até U$ 10,00 pelo chefe dos bombeiros.
Com falta de organização e disciplina dos bombeiros “voluntários”, bem como
a resistência à tecnologia que despontava com a introdução de bombas com motor a
vapor, ocasionou a organização dos departamentos profissionais contra incêndio,
tendo-se registro que em 1º de Abril de 1853 em Cinccinati, Ohio, entrou em serviço
uma organização profissional de bombeiros com bombas a vapor em veículos
tracionados por cavalos. Anos mais tarde, também Nova York substituía os
bombeiros voluntários pelos profissionais que utilizavam estas bombas.
As primeiras escolas de bombeiro surgiram em 1889, Boston e em 1914, Nova
York. Na época das primeira e Segunda Guerra Mundial os Corpos de Bombeiros
encontravam-se estruturados e atuavam em sistemas de dois turnos. Todavia, face
as necessidades, muitas vezes seguiam trabalhando para erradicar sinistros
advindos dos bombardeios, com jornada de até 24 horas, passando a tornar-se
comum tal prática, trabalhando mais horas que outras categorias profissionais, e
com isso, consolidando-se esta situação, a partir de então. Chegou ao Brasil, em
1906, a Missão Francesa, com a incumbência de instruir e militarizar a Força
Pública, criada em 1900, que aglutinava a Força Policial, a Companhia de Cívicos da
Capital e o Corpo de Bombeiros. No ano de 2010 é sancionado, no dia 10 de
março, o Decreto Estadual nº 56.819/11, que institui o Regulamento de Segurança
contra Incêndio das edificações e áreas de risco.
Através deste histórico, podemos perceber como se desenvolveu esta visão
prevencionista, e a necessidade de termos pessoas treinadas e aptas, para
prevenir, proteger a vida e a integridade do colaborador, bem como agir em casos
de sinistros dentro das empresas ( os brigadistas), até a chagada do Corpo de
bombeiros. As Normas Regulamentadoras referentes ao combate de incêndios NR
(Normas Regulamentadoras)23, e NBR ( Normas Brasileiras Regulamentadoras)
14.276, nos fala como estabelecer as condições mínimas para a elaboração de um
programa de brigada de combate à incêndios, visando proteger a vida e o
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patrimônio, bem como reduzir as consequências sociais do sinistro e dos danos ao
meio ambiente.
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2- NORMA REGULAMENTADORA 23 (COMBATE A INCÊNDIO) Um Incêndio é uma ocorrência de fogo não controlado, que pode ser
extremamente perigosa para os seres vivos e as estruturas. A exposição a um
incêndio pode produzir a morte, geralmente pela inalação dos gases, pelo desmaio
causado por eles, ou posteriormente pelas graves queimaduras. De acordo com a Norma Regulamentadora de Segurança e Medicina do
Trabalho 23 (Combate a incêndios), toda a empresa deverá possuir proteção contra
incêndios; saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço em caso
de incêndio; equipamentos suficientes para combater o fogo em seu início; pessoas
adestradas no uso correto desses equipamentos conforme nos pede a NBR
(Normas Brasileiras Regulamentadoras) 14.276.
Saídas:
• Entre as saídas e qualquer local de trabalho não se tenha de percorrer
distância maior que 15m nos casos de riscos grandes e 30m de risco
médio ou pequeno.
• Essas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou para menos, a
critério da autoridade competente em Segurança do Trabalho, se
houver instalações de chuveiros “sprinklers” automáticos, e segundo a
natureza do risco.
Portas:
• Abrirem no sentido da saída;
• Situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de
passagem;
• Nenhuma porta de entrada, ou saída de emergência de um
estabelecimento ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave,
aferrolhada ou presa durante as horas de trabalho.
A norma nos fala sobre os procedimentos de segurança relacionados a:
• Escadas;
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• Ascensores ( elevadores);
• Portas corta fogo; Combate ao fogo;
• Exercícios de alerta;
• Classes do fogo (A, B, C);
• Extintores ( tipos, quantidade, inspeção, localização);
• Sistemas de alarme;
Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios deverá haver um sistema
de alarme capaz de dar sinais perceptivos em todos os locais da empresa.
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3-PROCEDIMENTOS DE ANÁLISES PREDITIVAS (TÉCNICAS), SOBRE SITUAÇÕES DE RISCO QUE POSSAM GERAR UM
PRINCÍPIO DE INCÊNDIO.
A prevenção é o conjunto de medidas que visam evitar que os sinistros
surjam, mas não havendo essa possibilidade, que sejam mantidos sob controle,
evitando a propagação e facilitando o combate.
3.1-ANÁLISE SOBRE OS RISCOS DO TRABALHO A QUENTE
Uma das formas de prevenção é estarmos atentos aos trabalhos realizados
nas empresas que possam gerar ignição. Para os mesmos temos a PT ( Permissão
de Trabalho a Quente) que descreve os procedimentos necessários para controlar
os locais e formas de executar os trabalhos a quente na manutenção de
equipamentos e máquinas, fornecendo orientação para a realização segura do
trabalho e treinamentos para as atividades executadas. Deve-se desenvolver e
implementar programas específicos para abordar todas as exigências da
norma.Quando o trabalho executado não produz fontes de calor que gerem
incêndios, os mesmos podem gerar graves acidentes,como queimaduras e danos
patrimoniais.Algumas das atividades que se incluem nesse processo: corte ou
esmerilhamento de peças com discos de cortes, maçarico(oxigênio e acetileno) ,
soldagens ( com arco elétrico, Mig e Mag, com eletrodo revestido,com arame
tubular,com arco submerso, entre outros).
Essas atividades de manutenção em equipamentos e máquinas, inclui a
lubrificação, limpeza e desobstrução, onde o trabalhador pode ser exposto á
energização inesperada ou movimentação de equipamentos e liberação de energia
perigosa. Com base na avaliação de riscos, faz-se necessário seguir todos os
procedimentos definidos no Programa de Trabalho a Quente, seguindo o check-list
para a verificação da qualificação do funcionário, Equipamentos de Proteção
Individual ( EPI), seu Certificado de Aprovação (C.A), preparação para a área de
trabalho, equipamentos a serem utilizados e suas condições de uso, verificação dos
cilindros, se estão fixos com correntes ou fitas metálicas, em carrinhos adequados,
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sem riscos de quedas, averiguar se os manômetros de alta e baixa pressão estão
calibrados, se as válvulas de bloqueio e reguladoras de gás estão adequadas, se as
mangueiras condutoras de oxigênio (cor verde) e acetileno (cor vermelha) estão sem
emendas, se existem válvulas corta chamas na saída dos cilindros (oxigênio e
acetileno) se está disponível o acendedor adequado para o maçarico, as lixadeiras e
demais ferramentas que produzem aquecimento estão em boas condições de uso,
se as fiações elétricas das ferramentas estão sem emendas e com as tomadas
adequadas, se os discos de corte e de linchamento estão sem trinca e em condições
para o uso. Todos os locais os quais não se permite trabalhos a quente devem estar
devidamente sinalizados, conforme nos pede a NR 26, que nos fala sobre
Sinalização de Segurança.
3.2-RESTRIÇOES SOBRE O USO DO CIGARRO NAS EMPRESAS
O cigarro é responsável pela ignição de muitos incêndios nas empresas.
Deve-se estar atentos a legislação que através da lei 9.294/96 regulamentada pelo
decreto 2.018/96, proíbe o uso de cigarros, ou qualquer produto derivado ou não do
tabaco, em recintos coletivos, privados ou públicos. Houve uma mudança na
legislação e foi publicada dia 15 de dezembro no Diário Oficial da União, a sanção
da lei que proíbe os fumódromos ( antes permitidos nas empresas), sancionada
pela presidente Dilma Rousseff, que proíbe o fumo em locais fechados em todo o
país, sejam eles públicos ou privados. A NR ( Normas Regulamentadoras) 5 , refere-
se a CIPA ( Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ) e tem entre suas
atribuições, a promoção da saúde do trabalhador, incentivando-os através de
campanhas educativas, a conscientização das consequências do uso do cigarro,
tanto para o colaborador, quanto para o patrimônio da empresa.
3.3-LUBRIFICAÇÃO PREVENTIVA A manutenção preditiva ( técnica) , é a atuação realizada com base na
modificação de parâmetro de condição ou desempenho do equipamento, cujo
acompanhamento obedece a uma sistemática.
Quando é necessária a intervenção da manutenção preditiva no equipamento,
estamos realizando uma manutenção planejada de prevenção. É conhecida também
como manutenção sob condição ou manutenção com base no estado do
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equipamento. Se analisarmos os resultados das investigações dos eventos
adversos, que chamamos de acidentes, veremos fatores causais recorrentes, nas
plantas operacionais das empresas. Sendo assim faz-se necessária a
implementação de programas preventivos, para termos conhecimentos dos riscos e
ações necessárias e evitar que ocorra os sinistros . Muitos incêndios acorrem por
falta de planos de lubrificação preventiva, em rolamentos, mancais, peças giratórias.
Partes móveis, mal lubrificados e mal ajustados, também estão entre as fontes de
atrito e calor e são responsáveis por grandes incêndios. Sendo assim, medidas
preventivas de manutenção e lubrificação, devem fazer parte da rotina de trabalho
nas empresas. Uma atenção especial deve ser dada, para máquinas e
equipamentos, localizados em locais de difícil acesso, pois é comum nestes locais
os trabalhos de manutenção, lubrificação e de inspeção serem negligenciados.
Todos estes procedimentos tem como objetivo a operação dos maquinários de
forma regular, evitando fontes geradoras de calor em áreas críticas.
3.4-SENSORES DE TEMPERATURA
Outro fator ao qual devemos nos atentar é a instalação de sensores de
temperatura e sistemas de desligamentos automáticos, muito utilizados em painéis
elétricos, pois caso haja um aquecimento fora do normal do sistema o mesmo
desligará automaticamente, para que se possa realizar a manutenção preventiva
evitando assim o princípio de incêndio. Devemos avaliar a qualidade e a eficiência
dos programas de manutenção preventiva. Nos deparamos com uma situação
similar, quando na empresa X prestadora de serviços na área de saneamento , a
qual trabalho, tivemos um desligamento rupto do sistema operacional, através dos
procedimentos preventivos, pode-se verificar a ocorrência de um aquecimento
anormal , que foi detectado pelo sensor de temperatura , instalado em um dos
painéis elétricos, averiguando-se assim a queima dos ventiladores da soft.
Substituindo os mesmos, reestabelecendo-se assim, a normalização operacional do
sistema.
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3.5-ANÁLISES TERMOGRÁFICAS
A Inspeção Termográfica é a técnica de inspeção não destrutiva realizada
com a utilização de sistemas infravermelhos, para a medição de temperaturas ou
observação de padrões diferenciais de distribuição de calor, com o objetivo de
propiciar informações relativas à condição operacional de um componente,
equipamento ou processo, evitando assim que uma falha no sistema possa gerar um
princípio de incêndio. Este sistema é formado pelo conjunto de recursos que
permitem a realização de tarefas de análises preditivas nos campos de redes
elétricas, equipamentos mecânicos, redes de vapor, fornos, reatores e processos. A
inspeção termográfica é realizada periodicamente.
3.6-INSTALAÇÃO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ELÉTRICAS ( SPDA)
A NBR ( Norma Brasileira Regulamentadora), 5419 nos fala sobre a proteção
contra descargas atmosféricas ( SPDA). Os para raios são compostos por sistema
de captação, de descidas, aterramentos e funcionam da seguinte forma: - O
sistema de Captação de Descargas Atmosféricas, como o próprio nome diz, tem
a função de captar (interceptar) a corrente elétrica atmosférica (raios), e conduzi-la
para os sistemas de descidas, que distribuem a corrente elétrica, e as envia para os
sistemas de aterramento que irão se encarregar de dissipá-la, no solo, de forma
segura, o ponto de captação deve estar no lugar mais alto da edificação e
devidamente sinalizado, para evitar acidentes aéreos. Devido o Brasil ter um clima
predominante tropical, a incidência de raios é maior e consequentemente a grande
maioria das edificações necessitam de sistemas de pára-raios. A Norma NBR
5419/2005 é a base técnica e legal para que se faça uma boa instalação . Seguir o
que nos pede a norma significa proteção contra as descargas atmosféricas e
segurança jurídica para quem contrata e para quem instala estes sistemas. Neste
contexto o nosso país é a base de estudos para outros, reunindo de tempos em
tempos os mais respeitados cientistas do mundo, que contribuem para a elaboração
das normas técnicas brasileiras, americanas e européias , sejam de instalações de
para raios, aterramentos elétricos, proteção de surtos, compatibilidade
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eletromagnética etc. A instalação de um sistema de para raios é importante para a
proteção de equipamentos elétricos e eletrônicos, porém não é suficiente. Conforme
NBR 5419 nos diz esse sistema não é específico para proteção de equipamentos
eletroeletrônicos (computadores, , alarmes, portão automático, painel de comando, ,
elevadores, geradores, entre outros). Devemos para isto seguir normas técnicas
próprias, tais como :
• NBR 5410:04 - Instalações elétricas de baixa tensão
• NBR 5419:05 - Proteção de estrutura contra descargas atmosféricas;
• NBR 13534:95 - Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de
saúde - requisitos para segurança;
• NBR 13570:96 - Instalações elétricas em locais de afluência de público;
• NBR 14306:99 - Proteção elétrica e compatibilidade; eletromagnética em
redes internas de telecomunicações em edificações - Projeto;
• NBR 14639:01 - Posto de serviço - Instalações elétricas;
• NBR 5422:85 - Projeto de linhas aéreas de transmissão e subtransmissão de
energia elétrica - procedimento;
• NBR 5433:82 - Redes de distribuição aérea rural de energia elétrica -
padronização;
• NBR 5434:82 - Redes de distribuição aérea urbana de energia elétrica -
padronização;
• NBR 14039:05 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV;
• NBR 9153:85 - Conceituação e diretrizes de segurança de equipamento
elétrico utilizado na prática médica - aspectos básicos - procedimento;
• NBR NM 60335-1:03 - Segurança de aparelhos eletrodomésticos e similares .
Parte 1: Requisitos Gerais (IEC 60335-1:1991 - 3ª edição, MOD) .
A premissa maior, de que, mais vale ficar sem a instalação do sistema, do
que instalar um sistema ineficiente de para raios, é totalmente válida. Não basta
simplesmente dispor de um mecanismo desta espécie, mas essencialmente
importante é seguir as normas técnicas vigentes e as legislações federais,
estaduais e municipais da sua cidade, pertinentes ao tema. Devemos nos atentar,
que nenhum sistema garante total eficácia, mesmo seguindo todos os
procedimentos técnicos. Desta forma, diante de uma fatalidade, se sua instalação
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estiver legal, o fato será caracterizado como força maior, evitando indenizações
por demais onerosas, processos judiciais, falta de cobertura pelas seguradoras e
amenizando eventuais prejuízos. Devemos estar atentos a todos os
procedimentos de Segurança para que caso ocorra o sinistro, estejamos
preparados para minimizar seus danos.
3.7-ATERRAMENTOS ELÉTRICOS
A eletricidade é a mais comum e onerosa das fontes de ignição, de incêndio e
explosões. Esses incêndios normalmente ocorrem por sobreaquecimento ou
formação de arco elétrico . A eletricidade é imperceptível aos nossos
olhos,manifestando-se somente exteriormente, como por exemplo, a iluminação.
Geralmente as pessoas são expostas a situações de risco, pois subestimam ou
ignoram os procedimentos de segurança e o perigo. Muitas perdas também estão
relacionadas a deficiências aparentemente insignificantes, como conexões frouxas,
ambiente operacional inadequado (limpeza e ventilação) e aterramento não
contínuo. Torna-se fundamental reconhecer essas falhas e corrigi-las, pois se
ignoradas, podem causar grandes tragédias . A NR (Normas Regulamentadoras) 10
nos fala sobre a Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, e em seu
subitem 10.9, anexo 10.9.1 nos diz que em áreas onde houver instalações ou
equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão,
conforme dispõe a NR ( Normas Regulamentadoras) 23 – Proteção Contra
Incêndios.
Podemos prevenir os riscos de incêndios e acidentes nas empresas,
realizando as medidas necessárias , tais como:
• Desenergização: Consiste num conjunto de ações coordenadas, sequenciais e
controladas que garantam a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto
de trabalho durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores
envolvidos, assegurando assim a integridade física do colaborador bem como o bem
patrimonial.
• Aterramento funcional (TN/ TT/ IT); de proteção, temporário:
• Aterramento: ligação intencional com a terra através da qual as correntes elétricas
podem fluir. O aterramento pode ser:
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• Funcional: Ligação através de um dos condutores do sistema neutro.
• Proteção: Ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à
instalação.
• Temporário: Ligação elétrica efetiva destinada a garantir equipotencialidade e
mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica.
• Equipotencialização: Consiste na interligação de elementos especificados, visando
obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as massas de
uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção.
• Seccionamento automático da alimentação: Possui um dispositivo de proteção que
deverá seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento por ele
protegido sempre que uma falta no circuito ou equipamento der origem a uma
corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteção, levando-se em conta
o tempo de exposição à tensão de contato.
• Dispositivos a corrente de fuga: Desliga a rede de fornecimento de energia elétrica,
o equipamento ou instalação que ele protege, na ocorrência de uma corrente de
fuga que exceda determinado valor. Sua ação deve ser rápida (menos que 0,2
segundos) e deve desligar da rede de fornecimento de energia o equipamento ou
instalação elétrica que protege.
• Extra baixa tensão (Selv e Pelv):
Selv: Sistema de extra baixa tensão que é eletricamente separada da terra de outros
sistemas de tal modo que, a ocorrência de uma única falta, não resulta em risco de
choque elétrico ou incêndios. Não tem qualquer ponto ou massa aterrados.
Pelv: Sistema de extra baixa tensão que não é eletricamente separada da terra, mas
que preenche, de certo modo, todos os requisitos de um Selv. Podem ser ou ter
massas aterrados.
• Barreiras e invólucros: São dispositivos que impedem qualquer contato com partes
energizadas das instalações elétricas.
• Bloqueios e impedimentos: Impedem o acionamento ou religamento de dispositivos
de manobra (ex.: chaves, interruptores).
21
• Obstáculos e anteparos: Impedem o contato involuntário com partes vivas, mas
não o contato que pode resultar de uma ação deliberada e voluntária de ignorar os
obstáculos e anteparos.
• Isolamento das partes vivas: São constituídos de materiais que não conduzem
eletricidade, que isolam condutores ou outras partes da estrutura que estejam
energizadas, para que os serviços possam ser realizados com efetivo controle dos
riscos para o trabalhador (ex.: manta ou lençol isolante, tapete isolante, etc.).
• Isolação dupla ou reforçada: Aplicada a equipamentos portáteis (ex.: furadeiras
elétricas manuais) por requererem outro sistema de proteção, que permita uma
confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento
elétrico.
Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de
incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e
seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de
isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.
Em empresas onde os riscos de perdas por problemas elétricos são elevados, à
administração deve apoiar um programa mais amplo de prevenção de perdas por
eletricidade. Isso envolve testes e manutenção, apoio aos profissionais em
eletricidade e instalação adicional de proteção adequada. Conforme nos diz a NR
(Normas Regulamentadoras) 10, é considerado trabalhador qualificado aquele que
comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema
Oficial de Ensino. É pré-requisito para frequentar este curso complementar, ter
participado, com aproveitamento satisfatório, do curso básico com carga horária
mínima de 40h. O profissional habilitado na área, deve atualizar-se anualmente.
3.8-ELETRICIDADE ESTÁTICA
A eletricidade estática ou acumulo de cargas estáticas está presente em
todos os lugares. No dia a dia uma centelha, é vista como um incômodo, e em uma
atmosfera combustível seus efeitos podem ser catastróficos. Muitos incêndios nas
empresas podem estar diretamente atribuídos a ignição de uma atmosfera de vapor,
gás, pó ou por uma centelha de estática, porém há diversas medidas de proteção
que podem ser adotadas ,para se manter o controle desse perigo, tanto para as
pessoas como para as instalações e processos. Podemos citar como exemplo, um
22
caminhão que chega de viajem, e vem carregado de elétrons, o que pode gerar
uma explosão , fixo no caminhão tem um cabo usado para a descarga dessa
energia , usando um sistema de aterramento temporário.
Ao implementar medidas de segurança em atmosferas potencialmente
explosivas , devemos usar garras,cabos e dispositivos de aterramentos e conexões
corretamente homologados e especificados , verificarmos todas as características de
aplicação do aterramento e considerar o uso de sistemas de verificação positiva e
intertravamento para locais que exijam segurança adicional.
Deve-se garantir que todos os operadores que trabalhem em áreas perigosas
,entendam todos os riscos de ignição por eletricidade estática ,e sigam os
procedimentos de segurança pré estabelecidos pela empresa. Os programas de
manutenção devem ser certificados em sua utilização correta e em suas medidas
de aterramento e conexões.
23
4-PROJETO DE PREVEÇÃO DE INCÊNDIOS (PPCIP)
O projeto de proteção contra incêndios deve nascer juntamente com o projeto
de arquitetura, levando em conta as distâncias para serem alcançadas as saídas, as
escadas (largura, dimensionamento dos degraus, controle de fumaça, corrimãos,
resistência ao fogo ,entre outros procedimentos de Segurança), a combustão e a
resistência ao fogo das estruturas e materiais de acabamento, a vedação de
aberturas entre pavimentos adjacentes, as barreiras para evitar propagação de um
compartimento a outro, o controle da carga incêndio e a localização dos demais
sistemas contra incêndios.
O primeiro passo a ser dado é a classificação das ocupações. Ele determina
os tipos de sistemas e equipamentos a serem executados na edificação; a partir daí
devem ser pesquisadas as Normas Técnicas Brasileiras Oficiais para complemento
do referido Decreto. É importante, também a consulta à Prefeitura Municipal, pois
podem existir exigências locais.
Os riscos considerados são chamados de "A", "B" e "C", ou seja, leve, médio
e pesado,que são determinados com base na "Tarifa Seguro Incêndio" do Instituto
de Resseguros do Brasil. Existe um índice de ocupações que indicam uma rubrica e
sub rubrica . De acordo com a rubrica é determinado o risco: até 2 risco "A", 3 a 6
risco "B", 7 a 13 risco "C". Somente com o projeto inserido e em plenas condições de
uso , pode-se adquirir o AVCB (Auto de vistoria do Corpo de Bombeiros). O projeto
tem que ser executado conforme nos pede as NRs (Normas Regulamentadoras) e
mantido em prontidão para o uso. Deve-se realizar inspeções em todos os
equipamentos através dos check-list. Temos ainda que verificar
• Reserva técnica de água;
• Bombas de recalque;
• Abrigos de hidrantes;
• Sirenes de emergência;
• Sinalização de segurança;
• Rotas de fuga e portas de saída de emergência;
• Chuveiros de emergência e splinklers;
24
• Telefones internos de emergência ( ramal);
• Entre outros procedimentos de segurança.
25
5-ERROS MAIS FREQUENTES DOS PROJETOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Um projeto de proteção contra incêndio deve estar integrado ao projeto de
arquitetura e perfeitamente integrado com o de estrutura, hidráulico, elétrico, entre
outros.
Um bom projeto deve contar com proteção passiva (contenção da propagação
vertical e horizontal), ativa (equipamentos de combate), sistemas de alarme, pessoal
treinado e principalmente saídas de emergência , com iluminação de segurança
adequada. É muito importe a limitação da carga de materiais combustíveis no
interior da edificação.
• sistema de iluminação de emergência - NBR 10898:
• dificuldade de diferenciação entre aclaramento e balizamento. A primeira é
a luminosidade mínima para observação de objetos e obstruções à
passagem; a segunda é a indicação clara e precisa da saídas e do sentido
de fuga até local seguro;
• não previsão de pontos de luz nas mudanças de direção, patamares
intermediários de escadas e acima das saídas;
• quando adotado gerador, deve manter condições idênticas aos sistemas
alimentados por baterias (tempo de autonomia, localização dos pontos de
luz, altura, potência, funcionamento automatizado aceitando-se partida até
15 segundos - no conjunto por baterias admite-se até 5 segundos).
5.1-SISTEMA DE ALARME - NBR 9441:
• Localização do painel central em locais como depósitos, sob escadas
onde não há pessoas frequentemente ou isolados, de forma que não
possam notar o aviso desencadeado dos acionadores destacados e tomar
as providências necessárias imediatamente; ideal seria que houvesse até
26
telefone com linha externa nas proximidades para acionamento imediato
do Corpo de Bombeiros;
• Falta de acionadores manuais onde há detecção automática (uma pessoa
pode observar o surgimento de um foco de incêndio e não pode ficar
esperando o sistema automático entrar em funcionamento, mas acionar o
ponto manual imediatamente);
5.2-SISTEMA DE HIDRANTES- NBR 13714:
• Localização de registro de recalque dentro do pátio interno de
empresas, sendo que deveria estar no passeio público próximo à
portaria;
• Falta de tubulação de retorno de 6 mm de diâmetro da expedição da
bomba à sua introdução, para evitar superaquecimento quando
funcionar sem vazão - é exigida somente para vazões superiores a 600
l/min;
• Falta de botoeira liga-desliga alternativa quando for projetado sistema
automatizado de acionamento das bombas;
• O acionamento nesse caso é automático, mas a parada da bomba
principal dever ser exclusivamente manual - tal procedimento visa
evitar que uma pessoa que possa estar combatendo um incêndio seja
prejudicada pelo desligamento acidental;
• Não consideração de cotas altimétricas no dimensionamento da bomba
de incêndio;
• Não localização de hidrantes próximo às portas, sendo que em alguns
casos teria uma pessoa que passar pelo incêndio para chegar até um
hidrante que supôs-se utilizar para combater o mesmo.
5.3-SAÍDAS DE EMERGÊNCIA - NBR 9077/93:
• Inexistência de captação de ar externo para o duto de entrada de ar -
erroneamente sai diretamente do térreo, na laje e em local fechado.
Deve haver prolongamento na mesma área ou maior até o exterior do
27
prédio de forma a aspirar ar puro que possa subir até os locais
desejados;
• Falta de corrimãos em ambos os lados das escadas;
• Arco de abertura da porta corta-fogo secando a curvatura da escada,
sendo que no máximo pode tangenciar a mesma;
• A descarga de todos os pavimentos no pavimento térreo ,deve ser
isolada da descida ,até os pavimentos mais baixos , a fim de evitar a
descida até eles e permitir que mais rapidamente se alcance local
seguro;
• Todas as portas de acesso às escadas de segurança devem ser do
tipo corta-fogo, que devem abrir no sentido da saída dos ocupantes;
• Projeto de passagem de instalações elétricas, hidráulicas, dutos de
lixo, gás combustível nas paredes da escada ou até mesmo dentro
delas; as únicas permitidas são as instalações elétricas da própria
escada;
• Falta de barras anti-pânico nas portas de emergência de locais de
reunião. Falta de dimensionamento da largura e caminhamento para as
portas de saída de acordo com o cálculo da população máxima
possível do local.
5.4- EXTINTORES PORTÁTEIS E SOBRE-RODAS (NBR 12692, 12693)
• não previsão para riscos especiais como caldeiras, cabinas elétricas,
casas de máquinas de elevadores, depósitos de gás combustível que
deverão possuir aparelhos adequados e exclusivos para eles;
• não previsão de tipos diferentes em um mesmo piso, de forma a
atender princípios de incêndio em materiais diversos;
• normalmente quando é exigido o extintor sobre-rodas (carretas)
instala-se apenas um , sendo que deverão ser projetados atendendo à
classe de material que vai queimar, caminhamento, área de cobertura
e atendimento exclusivamente no piso em que se encontram.
28
6-EQUIPAMENTOS
Classifica-se os sistemas e equipamentos como:
Proteção Estrutural: compartimentação horizontal, vertical;
Meios de Fuga: escada de segurança; iluminação de emergência; elevador
de segurança.
Meios de Alerta: detecção automática; alarme manual contra incêndios;
sinalização.
Meios de Combate a Incêndios: extintores portáteis; extintores sobre rodas
(ou carretas). Instalações fixas, semi-fixas, portáteis, automáticas ou sob comando,
compreendendo: hidrantes; chuveiros automáticos (sprinklers); espuma mecânica;
nebulizadores, canhões monitores ou esguichos reguláveis; sistema fixo de gases.
6.1-Manutenção de equipamentos
Os materiais utilizados nas instalações deverão ser testados, aprovados e
instalados conforme ABNT( Associação Brasileira de Normas Técnicas), INMETRO
(Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), ou demais
organismos capacitados para certificação.
Os projetos de proteção contra incêndios deverão ser elaboradas e assinadas
por profissionais habilitados e com registro no Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura.
A Resolução Federal N° 218 de 29 de junho de 1973 especifica as
competências para cada profissional envolvido para a elaboração do projeto e para a
sua execução.
29
7-AVCB (AUTO DE VITORIA DO CORPO DE BOMBEIROS)
De acordo com a Lei Estadual nº 14.130/2001 e Decreto Estadual nº
44.746/2008, toda edificação destinada ao uso coletivo deve ser regularizada junto
ao Corpo de Bombeiros , através da emissão do Auto de Vistoria do Corpo de
Bombeiros (AVCB). Esta regularização visa garantir à população ,as condições
mínimas de segurança contra incêndio e pânico nas edificações destinadas ao uso
coletivo.
30
8-PLANO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA (PAE)
A NBR ( Normas Brasileiras Regulamentadoras) 15219 , nos fala sobre os
Planos de atendimento a Emergência. Esta norma surgiu da necessidade de se
padronizar os procedimentos contra incêndios ,estabelecendo a adoção de padrões
mínimos , ficando as organizações livres para agregar outros, de acordo com suas
necessidades ou riscos envolvidos, visando otimizar as ações próprias.
Sendo assim o plano é elaborado em função dos riscos específicos da
empresa ou instalações que estabelece a melhor utilização dos recursos materiais e
humanos, para minimizar os danos em caso de incêndios , ou outras emergências.
Para elaborar um Plano de emergência contra incêndios , é necessário
realizar uma análise preliminar de todos os riscos existentes na empresa,buscando
identificá-las, relacioná-las e representá-las em um plano de risco , que deverá ser
elaborado por profissionais habilitados, objetivando minimizar ou eliminar todos os
riscos existentes. Recomenda-se a utilização de alguns procedimentos preventivos ,
tais como: check-list , diagrama lógico de falhas , localização exata da empresa ,
características da vizinhança , distância de outras edificações ou riscos , distancia
entre a empresa e o Corpo de Bombeiros , tipo de construção , população ( fixa ou
flutuante), horários e turnos de trabalho , avaliar a existência de pessoas com
necessidades especiais, os riscos inerentes às atividades exercidas pelos
colaboradores, a Brigada de Incêndios , grupos de apoio, os recursos disponíveis
para o combate. Em um plano de emergência deve-se desenvolver procedimentos
relacionados á possíveis riscos de explosão, inundações ,
atentados,vazamentos,entre outros, a serem analisadas conforme as necessidades
da empresa. A população visitante ou flutuante, deve ser informada formalmente
sobre os procedimentos de segurança da empresa Nosso manual de legislação sobre Medicina e Segurança do Trabalho, Lei
6.514, de 22/12/1977, Portaria nº 3.214, de 8/06/1978, nos fala no anexo da portaria
n° 3.275 de 21/09/1989 no artigo 1° subitem IX, sobre as responsabilidades
cabíveis ao Técnico de Segurança de Trabalho, em relação aos incêndios. Segue o
anexo, “O profissional habilitado na área de Segurança deve, indicar , solicitar e
inspecionar equipamentos de proteção contra incêndios, os recursos audiovisuais e
31
didáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a
legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas recomendadas,
avaliando seu desempenho” pag n°763 da 69° edição.
32
9-NBR 14.276 ( BRIGADA DE EMERGÊNCIA)
9.1-OBJETIVO É estabelecer Programas de Prevenção e medidas que se implementam
,para evitar ou mitigar o impacto destrutivo de uma emergência, sinistro ou desastre,
com base nas análises dos riscos internos e externos a que está exposta a empresa.
Formar e treinar uma equipe de emergência para a prevenção e combate aos
incêndios ,bem como a retirada dos colaboradores com segurança , para locais
seguros, socorrer as vítimas quando necessário, controlar os sinistros e manter
todos os equipamentos de emergência em prontidão para o usá-los atendendo as
recomendações da NR ( Norma Regulamentadora)23 e NBR (Normas Brasileiras
Regulamentadoras) 14.276.
9.2-RECURSOS BÁSICOS PARA BRIGADA A instalação e a distribuição dos equipamentos de combate a incêndio deverá
obedecer ao projeto previamente aprovado junto aos órgãos competentes. A
empresa poderá, visando principalmente o abandono de local em caso de sinistro,
conforme os riscos de cada andar e setor, distribuir outros equipamentos e materiais
discriminados a seguir: Capacete, botons, luvas de raspa, lanternas ,macas e
cadeiras de rodas.
9.3- IDENTIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DA BRIGADA:
• Devem ser distribuídos em locais visíveis e de grande circulação , quadros de
avisos
ou similares, sinalizando a existência da brigada de incêndio e indicando seus
integrantes;
• O brigadista deve utilizar constantemente em lugar visível uma identificação ,
para que o reconheçam como membro da brigada;
• No caso de uma situação real ou simulado de emergência, o brigadista deve
usar braçadeira, colete para facilitar sua identificação, auxiliando sua atuação;
33
• É vedado ao brigadista ,o uso de uniformes , distintivos iguais ou
semelhantes aos do Corpo de Bombeiros, conforme o art. 46 do Decreto-Lei
n° 3.688, de 3/10/1941
(Lei das Contravenções Penais) e legislação infraconstitucional pertinente.
• Todos os brigadistas receberão: Botons de identificação, certificado de
participação do curso,aulas práticas especializadas.
9.4-ORGANIZAÇÃO:
a) Brigadistas: membros da brigada que executam as atribuições de avaliação dos
riscos existentes, inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio,
inspeção geral das rotas de fuga, elaboração de relatório das irregularidades
encontradas, encaminhamento do relatório aos setores competentes, orientação à
população fixa e flutuante, exercícios simulados, entre outros.
b) Líder: responsável pela coordenação e execução das ações de emergência em
sua área de atuação (pavimento/compartimento). É escolhido dentre os brigadistas
aprovados no processo seletivo.
c) Chefe da brigada: responsável por uma edificação com mais de um
pavimento/compartimento. Escolhido dentre os brigadistas aprovados no processo
seletivo.
d) Coordenador-geral: responsável geral por todas as edificações que compõem
uma planta. Também escolhido dentre os brigadistas que tenham sido aprovados no
processo seletivo.
34
10-CONTROLE DO PROGRAMA DA BRIGADA
10.1-REUNIÕES ORDINÁRIAS E EXTRAORDINÁRIAS Reuniões mensais serão realizadas pelos membros da brigada,com registro
em ata, relacionando os seguintes assuntos:
• Funções de cada membro do grupo dentro da brigada;
• Condições de uso dos equipamentos de combata a incêndios;
• Apresentação de problemas relacionados à prevenção dos incêndios,
encontradas nas inspeções, para que sejam realizadas as propostas
preventivas;
• Atualização das técnicas de combate;
• Alteração ou mudanças da brigada;
• Entre outros assuntos relacionados as ações preventivas e corretivas.
Após acorrer um sinistro, ou quando se identifica uma situação de risco
iminente, deve-se realizar uma reunião extraordinária , para providenciar as medidas
necessárias de resolução do problema. Todas as decisões devem ser registradas
em ata e enviadas às áreas componentes .
10.2-AÇÕES DE PREVENÇÃO:
• Exercer a prevenção, combater princípio de incêndio e efetuar salvamento;
• Conhecer e avaliar os riscos de incêndios existentes;
• Participar das inspeções regulares e periódicas dos equipamentos de combate
a incêndio;
• Conhecer todas as rotas de fuga;
35
• Conhecer a localização dos dispositivos de acionamento do alarme de
incêndio (botoeiras);
• Conhecer todas as instalações do prédio;
• Verificar as condições de operacionalidade dos equipamentos de combate a
incêndio;
• Conhecer o princípio de funcionamento de todos os sistemas de extinção de
incêndio (sprinklers, CO2, Pó Químico Seco - PQS, Água Pressurizada – AP,
etc);
• Elaborar relatório quando identificar irregularidades encontradas;
• Encaminhar relatório aos setores competentes, SESMT(Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), Manutenção e
Segurança Patrimonial;
• Orientar à população fixa e flutuante quando tratar-se de simulação;
• Participar dos exercícios simulados;
10.3-AÇÕES DE EMERGÊNCIA:
• Identificar a situação de emergência;
• Acionar o alarme em caso de emergência;
• Acionar a brigada de evacuação;
• Acionar o Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa;
• Cortar a energia da área (se for o caso);
• Solicitar primeiros socorros Especializado (ligar para Ambulatório);
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• A brigada de Incêndio deve combater o princípio de incêndio;
• Recepcionar e orientar o Corpo de Bombeiros;
• Liberar ou não o retorno das pessoas à edificação após ter sido debelado
o sinistro.
10.4-TREINAMENTO DA BRIGADA:
• Atendendo as recomendações da NBR 14.276, Programa de Brigada de
Emergência, determine a quantidade de brigadistas necessários, conforme
o grau de risco da empresa (pequeno ,médio,grande), e número de
colaboradores por pavimentos da empresa.
• Conheça todos os departamentos da edificação e localização dos
equipamentos de emergência, rotas de fuga, portas de saída de
emergência e pontos de encontro.
• Determine um ponto de encontro exclusivo para os brigadistas .
• A equipe deve identificar as prováveis situações de emergência e saber
como agir, como por exemplo: incêndios , vazamentos de produtos
químicos, entre outros;
• Nos incêndios deve identificar o material que está sendo queimado, a que
classe pertence, e qual agente extintor vai usar.
10.5-EXERCÍCIOS SIMULADOS:
Deve ser realizado no mínimo a cada seis meses, um exercício simulado ( o
mais próximo da realidade possível) no local de trabalho, com a participação de toda
a população. Após o simulado deverá ser realizada uma reunião extraordinária para
avaliar e corrigir as falhas.
37
11-AS CLASSES DE INCÊNDIOS E AGENTES EXTINTORES
• Incêndios envolvendo materiais que queimam em superfície e
profundidade e deixam resíduos.
Ex.: madeira, papel, papelão, tecidos, etc.
Como combater: Resfriamento (retirada do calor). Utilizando extintor AP (
Água Pressurizada)
• Incêndios envolvendo materiais que queimam em superficie e não
deixam resíduos.
Ex.: Gasolina, solventes, álcool, verniz, tinta, etc.
Como combater: Abafamento (retirada do comburente). Utilizando extintor
de pó químico seco.
• Incêndios envolvendo materiais elétricos energizados:
Ex: motores ,transformadores e painéis elétricos.
Como combater:: por abafamento ,utilizando , sendo o mais indicado fazer
o resfriamento utilizando gás carbônico , pois não gera resíduos , que
podem danificar os equipamentos
11.2-EXTINTORES
A NBR ( Normas Brasileiras Regulamentadoras) 12693 , fixa as condições
exigíveis para projeto e instalação de sistemas de proteção por extintores portáteis
e/ ou sobre rodas.
Esta Norma se aplica a riscos isolados , que necessitem de sistema de proteção por
extintores portáteis e/ou sobre rodas, para a proteção das pessoas e dos bens
patrimoniais.
38
Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser utilizados
extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos
técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Institucional
( INMETRO). Deve-se estar atento as classes dos extintores, sua correta utilização,
as inspeções de segurança ( check-list), verificar constantemente, se os acessos
aos mesmos ,estão completamente desobstruídos , e sem a probabilidade de serem
bloqueados pelo fogo, não restringindo a ação dos brigadistas em caso de incêndio
na empresa.
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12-PROCEDIMENTOS DE COMBATE
12.1-SISTEMAS DE ALERTA: Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar a
Brigada de Incêndio, através do ramal, ou pelo alarme de incêndios devidamente
distribuídos por toda a empresa em pontos estratégicos. A brigada de incêndio será
acionada para o local do sinistro pelos sistemas: De rádio – A Coordenação geral
(SESMT) será acionada e fará o contato com os Coordenadores de Emergência
(Coordenador de Incêndio e Coordenador de Abandono); De som – através do
anúncio, exemplo: Atenção Srs. Brigadistas compareçam ao Ponto de Encontro da
Brigada; De alarme de incêndio – acionado no local mais próximo do sinistro;
Após o alerta, a brigada deverá analisar a situação, desde o início até o final
do sinistro. Havendo necessidade, acionar o Corpo de Bombeiros e apoio externo, e
desencadear os procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou
realizados simultaneamente, de acordo com o número de brigadistas e os recursos
disponíveis no local.
12.2-ANÁLISE DA SITUAÇÃO
Após o alerta, a brigada deverá analisar a situação, desde o início até o final
do sinistro. Havendo necessidade, acionar o Corpo de Bombeiros e apoio externo, e
desencadear os procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou
realizados simultaneamente, de acordo com o número de brigadistas e os recursos
disponíveis no local.
12.3-CORTE DE ENERGIA Desligar os disjuntores do quadro de distribuição elétrica do setor em que
estiver ocorrendo o sinistro. Acionar a equipe de manutenção elétrica.
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12.4-EQUIPE DE PRIMEIROS SOCORROS A equipe de primeiros socorros tem por função o atendimentos às possíveis
vítimas, mantendo suas funções vitais sem o agravamento das possíveis lesões,
conduzindo-as ao atendimento especializado.
12.5-EQUIPE DE EVACUAÇÃO Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme
comunicação preestabelecida, transferindo para local seguro, a uma distância
mínima de 100 m do local do sinistro, permanecendo até a definição final. O
responsável pela ordem de abandono é o coordenador geral da Brigada de Incêndio
e Abandono. Com a chegada do órgão oficial competente (Corpo de Bombeiros) a
brigada deve ficar a sua disposição.
12.6- ROTAS DE FUGA
É o caminho ou a direção a ser seguida em caso de emergência, visando a
saída segura das pessoas. Fazem parte das rotas de fuga: escadas, passagens,
corredores, portas corta-fogo, entre outros. Devemos estar atentos à alguns
procedimentos de segurança , tais como , nunca utilizar elevadores em caso de
suspeita de incêndio, sempre descer pelas escadas e não retornar, ter plena
consciência de todas as rotas de fuga e pontos de encontro dentro da empresa.È
importante sabermos que as escadas de emergência, possuem portas corta-fogo,
construídas para resistir ao fogo por um período de, no mínimo,90 minutos.
Portanto, não devem ser obstruas e nem danificadas.
12.7-ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA A NBR 10898 fixa as características mínimas exigíveis para as funções a que
se destina o sistema de iluminação de emergência a ser instalado em edificações,
ou em outras áreas fechadas sem iluminação natural. O sistema de iluminação de
emergência deve permitir o controle visual das áreas a serem abandonadas,
localização de pessoas impedidas de locomover-se , retirada segura dos
colaboradores ,pela equipe de evacuação ,manter a segurança patrimonial para
facilitar a localização de estranhos nas áreas de segurança pelo pessoal da
intervenção, sinalizar inconfundivelmente as rotas de fuga utilizáveis
41
no momento do abandono do local.
No caso do abandono total, além do tempo previsto para o cotrole ao
sinistro,deve-se estar atentos, a possíveis pessoas perdidas não identificadas pela
equipe de evacuação.
Os pontos de iluminação de emergência devem estar instalados a cada 15m,
nas mudanças de direção e em cima das portas de saída. O sistema pode ser por
bloco autônomo, por central de baterias ou geradores. A iluminação de emergência
deve garantir, sem interrupção, todo o procedimento de combate ao sinistro ,até o
reestabelecimento da normalidade , assegurando a proteção da vida dos
colaboradores e a proteção patrimonial.
12.8- PROCEDIMENTOS GERAIS EM CASO DE ABANDONO: Deve-se desligar os equipamentos elétricos , pegar somente seus pertences
pessoais (de mão), se dirigir aos pontos de encontro pré determinados pela brigada
de emergência, andando em fila indiana ,com distância de um braço da pessoa que
está a sua frente ,mantendo a calma , pois assim evitará acidentes , tumultos e
consequentemente mais pânico.Se estiver em uma escada e observar que alguém
levantou o braço a sua frente , é sinal que o fluxo da descida será interrompido
momentaneamente ,em todo caso ,aguarde ordens , não retornando para o local do
sinistro. Caso tenha que atravessar uma região em chamas, devemos envolver o
corpo com tecidos molhados , não –sintéticos, isso protegerá o corpo evitando que
ele desidrate , lembre-se de sempre cobrir os olhos e a respiração , pois são as
partes mais sensíveis atingidas pela fumaça. Nos pontos de encontro da brigada
haverá a contagem dos funcionários, sendo assim qualquer informação sobre a falta
de um colaborador deve ser repassada ao brigadista . O retorno ao trabalho
ocorrerá somente após a liberação do coordenador geral da equipe de abandono.
Mantendo os procedimentos de segurança , asseguramos nossa vida e a de outros.
12.9-EQUIPE DE APOIO
O grupo de apoio é formado pelos colaboradores da Segurança Patrimonial,
SESMT e Equipe de Manutenção , (eletricistas , encanadores , operadores de
sistemas). Nesta equipe é extremamente importante a comunicação interna e
externa. Caso seja necessária a comunicação com meios externos (Corpo de
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Bombeiros) a recepcionista ou outra pessoa designada será responsável por acionar
o órgão oficial competente. Para tanto faz-se necessário que essa pessoa seja
devidamente treinada e que esteja instalada em local seguro e estratégico para o
abandono, pré determinado pela brigada de emergência. Deve ser estabelecido
previamente um sistema de comunicação entre os brigadistas, a fim de facilitar as
operações durante a ocorrência de uma situação real ou simulado de emergência.
12.10-PROCEDIMENTOS PREVENTIVOS CONTRA INCÊNCIOS NAS EMPRESAS
• Respeite as proibições de fumar dentro da empresa .
. Respeite a sinalização sobre locais perigosos aos quais podem haver pontos
de ignição.
• Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados.
• Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados.
• Mantenha desobstruídas as áreas de escape e não deixe, mesmo que
provisoriamente, materiais nas escadas e nos corredores.
• Não deixe os equipamentos elétricos ligados após sua utilização.
Desconecte-os da tomada.
• Não cubra fios elétricos com o tapete.
• Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas,
armazenando-os sempre na posição vertical e na embalagem original.
• Não utilize chama ou aparelho de solda perto de materiais inflamáveis.
• Não improvise instalações elétricas, nem efetue consertos em tomadas.
e interruptores ,este procedimento só poderá ser realizado por profissional
habilitado na área
• Não sobrecarregue as instalações elétricas com a utilização do plugue T
(benjamim).
• Verifique, antes de sair da empresa, se os equipamentos elétricos estão
desligados.
• Observe as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou
explosivos.
• Mantenha os materiais inflamáveis em locais resguardados e à prova de
fogo.
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Ao perceber um principio de incêndio, acione imediatamente o Corpo de
Bombeiros, pelo telefone 193, e caso necessário, o Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência (SAMU 192) e aja de acordo com os procedimentos internos de
Segurança da empresa.
12.11-NORMAS RELATIVAS À PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS
• NBR 10897 - Proteção contra Incêndio por Chuveiro Automático;
• NBR 10898 - Sistemas de Iluminação de Emergência;
• NBR 11742 - Porta Corta-fogo para Saída de Emergência;
• NBR 12615 - Sistema de Combate a Incêndio por Espuma.
• NBR 12692 - Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio;
• NBR 12693 - Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio;
• NBR 13434: Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico - Formas,
Dimensões e cores;
• NBR 13435: Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico;
• NBR 13437: Símbolos Gráficos para Sinalização contra Incêndio e Pânico;
• NBR 13523 - Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo;
• NBR 13714 - Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando.
• NBR 13714: Instalações Hidráulicas contra Incêndio, sob comando, por
Hidrantes e Mangotinhos;
• NBR 13932- Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) -
Projeto e Execução;
• NBR 14039 - Instalações Elétricas de Alta Tensão
• NBR 14276: Programa de brigada de incêndio;
• NBR 14349: União para mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de
ensaio
• NBR 5410 - Sistema Elétrico.
• NBR 5419 - Proteção Contra Descargas Elétricas Atmosféricas;
• NBR 5419 - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (Para-
raios.)
• NBR 9077 - Saídas de Emergência em Edificações;
• NBR 9441 - Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio;
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• NR 23, da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Proteção Contra Incêndio
para Locais de Trabalho;
• NR 23, da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Proteção Contra Incêndio
para Locais de Trabalho
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde 1961, grandes incêndios chocaram o nosso País. As tragédias nos
deixam profundas marcas. Em comum entre elas, a imprudência, negligência e a
dor. O maior dos incêndios ocorreu no dia 15 de janeiro de 1961 , no Gran Circus
Norte-Americano , este incêndio que tomou conta da lona banhada em parafina
(material inflamável) deixou um total aproximado de 500 mortos em Niterói, cerca de
300 pessoas morreram na hora , e 200 nos dias seguintes, queimados ou
pisoteados devido ao pânico que ocorreu no momento do desastre. Crianças foram
a maioria das vítimas.
Em 1974,no dia 1º de fevereiro, dois anos após a tragédia no Edifício Andraus
, que ceifou 16 vidas e deixou cerca de 300 feridos, mais uma tragédia marcou
nosso País, o incêndio no Edifício Joelma , deixando um total de 188 mortos. As
imagens do incêndio e de vítimas saltando dos andares mais altos, exibidas pela
mídia na época, chocaram o Brasil e o mundo. A apuração apontou que o fogo
começou após um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado.
Recentemente o sinistro que ocorreu em Santa Maria , no dia 27 de janeiro de
2013, este que foi o motivo da escolha dessa temática, ceifando prematuramente
242 vidas, comprovadamente ocorrido, por total negligência com os procedimentos
mínimos de segurança para o funcionamento de qualquer empresa. A cada
desastre, a cada tragédia marcada pelo fogo, aprendemos, tiramos lições, mas
também voltamos ao luto.
Movido pelo sentimento de indignação após a recente tragédia, uma
comissão especial foi criada, para elaborar um projeto que foi aprovado no
dia10/04/2013, referindo-se a um Conselho Estadual de Segurança de Prevenção e
Proteção Contra Incêndios ( COESPPCI ) , todas as mudanças se tornarão
significativas nos procedimentos contra os sinistros, tais como, a partir da referida
data , as notificações, multas e interdições (com recomendações do Executivo para
regulamentação de valor elevado), serão aplicadas pelo Corpo de Bombeiros e os
embargos serão de responsabilidade dos municípios , tornando o processo de
monitoração mais ativo entre os órgãos competentes.
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O Estado de Mato Grosso do Sul dispõe do código de Segurança Contra
Incêndios,
Pânico e outros riscos, lei n° 4.335 de 10/4/2013 , que relaciona todos os
procedimentos anteriormente citados. Todas estas mudanças, serão fundamentais,
para amenizar danos e evitar que novas tragédias acorram. Estes procedimentos
estarão em vigor em todas as empresas e edificações.
Analisando todos esses fatores históricos desde as primeiras organizações
contra incêndios, e suas formas precárias de combate, até algumas das maiores
tragédias envolvidas no assunto, podemos perceber como é importante todos os
mecanismos, aos quais temos acesso nos dias de hoje, dentro ou fora das
empresas, a importância das Normas Regulamentadoras relacionadas a Segurança
do Trabalho, os procedimentos em relação as atividades dos colaboradores através
de análises preditivas , os mecanismos de prevenção para que possamos assegurar
a proteção patrimonial, ,bem como a vida dos colaboradores , a importância de uma
Brigada de Emergência , treinada e apta para combater os sinistros , os projetos e
planos referentes.
A nossa responsabilidade como Técnicos em Segurança do Trabalho é
estarmos atentos, para que se tenha a conscientização preventiva dos
colaboradores, contribuindo para que não nos deparemos com tais situações , as
quais, não se possa efetuar o combate de forma segura , fazendo com que os
mesmos entendam a importância da prevenção .
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO, C. M. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. p.
55-80.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 12ª ed. São Paulo: Córtex
Editora, 1996.
Manual de Legislação Normas Regulamentadoras. Lei n°6.514, de 22/12/77. Portaria
n°3.214, de 8/6/78 ,67° edição , Editora Atlas.