Post on 18-Apr-2015
Comunicação:
Existem várias formas através das quais os
homens transmitem e recebem idéias,
impressões e imagens de toda ordem. Alguns desses
símbolos, embora compreensíveis, jamais
conseguem expressar-se por palavras.
Comunicarvem do latimcommunicarecommunicare
por em comum
comunicação = convivência
está na raiz da comunidade
agrupamento caracterizado por forte
coesãobaseada no consenso
É espontâneo dos indivíduos;é um acordo, um consentimento
UMA COMPREENSÃOUMA COMPREENSÃO
Aristóteles, um filósofo grego que viveu entre os anos de 384 a 322 a. C., definiu o estudo da retórica (comunicação) como a procura de todos os meios disponíveis de persuasão. Ele defendeu, em seus escritos, que a meta principal da comunicação é a persuasão, isto é, a tentativa de levar outras pessoas a adotarem o ponto de vista de quem fala.
Esta forma de ver o objetivo da comunicação continuou a ser aceita até a última metade do século XVIII. A partir de uma influência da psicologia, instaurada no século XII e que se estendeu ao longo do século XVIII, surge a idéia de dualismo entre mente e alma, interpretado como base para dois objetivos independentes da comunicação: intelectual/cognitivo (informativo) e emocional (persuasivo).
Surge então um terceiro objetivo da comunicação: o divertimento. Esta escola de psicologia também apontava a possibilidade de classificarmos as intenções do consumidor e o material de apoio por ele utilizado nestas categorias.Hoje, a teoria contemporânea sugere o abandono da dicotomia mente-corpo. Esta crítica diz respeito à natureza da linguagem, já que esta tem uma dimensão persuasiva. Outra crítica a este tratamento da definição de objetivo é de que ele , comumente, não se concentra no comportamento, mas sim na mensagem.Assim, podemos dizer que hoje, o objetivo da comunicação se aproxima muito daquele estabelecido por Aristóteles, ou seja, nós nos comunicamos para influenciar, mas com uma intenção determinada.
Etimologicamente, comunicar é tornar
comum. A comunicação é, no seu princípio, a
passagem do individual ao coletivo e a condição de
toda a vida social.
Fonte:CAZENEUVE, Jean. Guia Alfabético das comunicações de massa.Fonte:CAZENEUVE, Jean. Guia Alfabético das comunicações de massa.
São Paulo: Martins Fontes, 1976São Paulo: Martins Fontes, 1976
Claude Lévi-Strauss, antropólogo francês, em Antropologia Estrutural,
1975, diz que a comunicação é um
processo essencial, não só da socialização, mas
também na formação do indivíduo, na medida em
que este adquire consciência de si interiorizando os
comportamentos na troca de mensagens significativas.
Armand Mattelart, comunicólogo francês, em
História das Teorias da Comunicação, 1999, diz
que a noção da comunicação recobre uma multiplicidade de sentidos e que a proliferação das
novas tecnologias acrescentam novas vozes a essa polissemia. Para
ele, o processo de comunicação está
diretamente ligado à evolução da humanidade.
Paulo Freire, educador brasileiro natural de
Pernambuco, em Pedagogia do Oprimido,
1970, afirma que a comunicação está
diretamente ligada à educação. Sua tese é de
que alfabetizar nada mais é do que ensinar o uso da
palavra. É através da decodificação da palavra
que o indivíduo vai-se descobrindo como homem, sujeito de todo o processo
histórico.
Comunicação consiste, então, de uma forma geral, numa troca de
mensagens carregadas de significado, podendo apresentar-se sob vários
aspectos.
Fonte:CAZENEUVE, Jean. Guia Alfabético das comunicações de massa.São Paulo: Martins Fontes, 1976Fonte:CAZENEUVE, Jean. Guia Alfabético das comunicações de massa.São Paulo: Martins Fontes, 1976
A mensagem é uma seqüência de sinais transmitidos entre um
emissor e um receptor por intermédio de um canal que
constitui o suporte físico indispensável à transmissão.
Mas uma mensagem não é necessariamente uma
informação.
A mensagem só se transforma em informação quando seus
elementos constitutivos, todos conhecidos pelo receptor, são ordenados de modo original.
Quando a comunicação ultrapassa o quadro da troca de mensagens entre dois ou mais
indivíduos e quando ela consiste na extensão de uma
mensagem a partir de um centro emissor situado num
conjunto social extenso, temos a difusão.
Os mass mídia são os meios de difusão das mensagens, mas por vezes este termo indica
também a própria difusão. São, na verdade, as técnicas de
comunicação dirigidas a determinados públicos e a própria comunicação em si.
A palavra mídia, tomada isoladamente, tal como
emprega McLuhan, designa todos os meios de expressão, incluindo os mais simples e
mais naturais, tais como a voz e o gesto.
No entanto, só podemos falar em mass mídia quando se trata
de meios cuja finalidade não reside na comunicação
interpessoal, mas sim na transmissão de uma mensagem a partir de um centro emissor
para uma pluralidade de receptores.
Assim, num conceito frankfurtiano, os meios de
difusão entendidos como mass mídia, constituem sistemas de
comunicação que tendem a homogeneizar os indivíduos que formam seus públicos, criando neles certas atitudes, gostos,
comportamentos, etc.. (indústria cultural e cultura de
massa)
Qualquer processo de comunicação requer a
transmissão de uma mensagem entre transmissor e receptor que detém em comum, pelo
menos parcialmente, o código necessário à sua transcrição.
Para nos comunicarmos, precisamos de códigos que
estabeleçam a relação entre aquilo que está sendo dito e
aquilo que está sendo compreendido
CODIFICAÇÃO DA MENSAGEM
Quando a mensagem é enviada, entendida e interpretada,
completamos o processo de comunicação.
DECODIFICAÇÃO DA MENSAGEM
A linguagem, por sinais visuais ou palavras, é, evidentemente a
maneira mais clara da comunicação, na medida em
que esta é uma troca de significações.
A linguagem é apenas um dos códigos que usamos para exprimir as idéias. Mas também podemos nos
comunicar através das formas não verbais como:
•Expressões faciais;•Movimentos das mãos;•Códigos universais ;•Códigos subliminares pré-
estabelecidos;•Códigos morais;•Códigos de valores.
CODIFICADOR CODIFICADOR
Comunicação direta Comunicação direta ou mediadaou mediada
CanalCanal
DecodificadorDecodificadorComunicação direta/mediadaComunicação direta/mediada
ReceptorReceptor
Sendo assim, a comunicação é um processo. E a base do conceito de processo está
na crença de que a estrutura da realidade
física não pode ser descoberta pelo homem; ela tem que ser criada.
Mas o processo comunicacional, ao longo do tempo, ganhou nova
função, além do estabelecimento de
relações.
Passou a ser o elo econômico e financeiro de uma
sociedade e ganhou valores de troca e de uso
(consumo).
Neste sentido, deixamos de trocar coisas coisas e passamos a
trocar símbolos (marcas).
Gilete
Lâmina debarbear
Isto é, ao construir a realidade, precisamos
organizar nossas percepções de alguma
forma, através de determinadas estruturas ou “ingredientes”, que variam
de acordo com a conjuntura.
Essa construção depende da compreensão através de
símbolos, que estão diretamente ligados à
experiência anterior do receptor
E como, geralmente, estes símbolos são latentes, a comunicação depende de
uma resposta a um estímulo interno ou
externo.
Essa resposta forma na mente uma idéia ou uma imagem, com seu símbolo
representativo (experiência anterior)
Mas para que esse processo se efetive, existe ainda um
outro elemento: a comunicação depende de atrair e manter a atenção
do receptor.
São 4 os principais estímulos de atenção:
1.Intensidade;2. Repetição;
3. Modificação;4. Contraste
Mas, o estabelecimento de regras para atrair a atenção do
receptor depende das características estruturais do
indivíduo, isto é:
1. da atenção periférica ou difusa;
2. da atenção dirigida ou concentrada.
Além de chamar a atenção, temos que mantê-la, para que o processo de comunicação se
complete.Pesquisas realizadas nas
universidades norte-americanas indicam um
período de 5 minutos como tempo considerado excelente de continuidade de atenção.
A comunicação atua então em dois processos
simultaneamente:
1. na percepção (individual)2. na interpretação ( individual e
coletiva)
A linguagem é portanto a própria comunicação.
Ela é ao mesmo tempo coletiva e individual. Mas seus
significados vêm sempre impregnados de afetividade e
sempre dependem do contexto.
Retomando Paulo Freire
comunicação está diretamente ligada à
educação. Sua tese é de que alfabetizar nada mais é do
que ensinar o uso da palavra. É através da decodificação da palavra que o indivíduo vai-se
descobrindo como homem, sujeito de todo o processo
histórico.
Portanto, entender o processo de comunicação é “ensinar” às
pessoas a decodificar suas “palavras”, seus “códigos”.
Para tanto, temos que aprender a “ler”.