Comunidade macaense dá nota positiva a 15 anos de RAEM2014/12/10  · 15 ANOS DA RAEM estilo de...

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  • Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4656 • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014 10 PATACAS

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    Salgado “culpa”Banco de PortugalO antigo presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, atribuiu o colapso da instituição financeira às exigências do Ban-co de Portugal.

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    UIVOManifestantes obrigados

    a sair das ruas de Hong Kong até amanhãOs manifestantes pró-democracia de Hong Kong receberam um ulti-mato para abandonar os principais locais dos protestos até às 9h00 de manhã. A decisão é do Tribunal Su-perior e as autoridades locais estão já a preparar a acção. “O nosso ob-jectivo é limpar todas as estradas ocupadas e reabrir o tráfico”, afir-mou um responsável da Polícia de Hong Kong citado pelo diário bri-tânico “The Guardian”. A acção de quinta-feira contará com a presença de cerca de 7.000 agentes, mas serão realizados anúncios anteriormen-te, para dar aos ocupantes tempo para se retirarem. Admiralty, no coração do bairro de negócios de Hong Kong, e também Causeway Bay poderão ser os alvos desta ac-ção. Desde 28 de Setembro, data em que se iniciaram os protestos, que várias vias na zona central do ter-ritório foram invadidas por tendas. Apesar da diminuição significativa de pessoas nas ruas de Hong Kong desde fim de Setembro, os protestos mantiveram-se em dois locais prin-cipais: Admiralty, junto ao comple-xo governamental, e outro, de me-nor dimensão, no distrito comercial de Causeway Bay.

    Os primeiros 15 anos da RAEM foram, de uma maneira geral, bastante positivos, sobretudo pela prosperidade com que o território floriu, consideram personalidades da co-munidade macaense ouvidas pelo Jornal Tribuna de Ma-

    cau. No entanto, nem tudo tem sido um “mar de rosas”, antevendo-se um futuro com grandes desafios para uma Região onde existem sectores que merecem a máxima aten-ção por parte da nova equipa do Executivo.

    Comunidade macaense dá nota positiva a 15 anos de RAEM

    Prevista contrataçãode 2.200 funcionáriosA Administração Pública deverá contar com mais 2.224 funcionários em 2015, reve-lou ontem o presidente da 2ª Comissão Permanente da As-sembleia Legislativa, Chan Chak Mo.

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    Enfermeira garantepromoção em tribunalO Tribunal de Segunda de Ins-tância condenou os Serviços de Saúde a proceder à nomeação de uma enfermeira para o lu-gar de enfermeira-chefe de 1º escalão, pretensão que era recla-mada pela profissional.

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    Ditos e provérbios em livro da EPMAs professoras da Escola Portu-guesa Zélia Mieiro e Marinela Ferreira escreveram um livro dedicado aos ditos e provérbios populares portugueses, explica-dos através de histórias.

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    Temperaturas batem recordes em 2014Pág. 5

    Págs. 2 a 4

    Cotai tem cada vez mais colhereiros

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  • 02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

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    JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói (jtmpublicidade@yahoo.com) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com (serviço geral)

    Pedro André Santos

    Macaenses fazem balanço positivode olho num futuro com desafiosEm vésperas da comemoração do 15º aniversário da RAEM, elementos da comunidade macaense traçam ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU um balanço positivo de uma Região que se desenvolveu muito, mas notam que ainda há muitos problemas por solucionar em áreas como os transportes, a habitação, a saúde e a qualificação de recursos humanos

    Os primeiros 15 anos da RAEM foram, de uma maneira geral, bastante positivos, sobretudo pela prosperidade com que o territó-rio floriu. No entanto, nem tudo tem sido um “mar de rosas”, antevendo-se um futuro com grandes desafios para uma Região onde existem sectores que merecem a máxima atenção por parte da nova equipa do Executivo, consideram personalidades da comu-nidade macaense ouvidas pelo JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU.

    “Depois da administração portu-guesa a RAEM é ainda uma criança, tem que crescer, mas o balanço geral que faço é francamente positivo. Que-ria realçar também que, havendo uma remodelação total do Governo, as ex-pectativas são muito positivas. Acho que o simbolismo do 15º aniversário também se associa a esta renovação, que as pessoas acreditem mais num Governo jovem, criativo e com solu-ções mais inovadoras, é a grande ex-pectativa da população”, disse o ar-quitecto Carlos Marreiros.

    José Luís Sales Marques foi uma das pessoas que acompanhou bem de perto os momentos da transferên-cia de soberania, proporcionando-lhe “recordações muito fortes” por ter es-tado envolvido em vários domínios. “Fui presidente de Câmara do Leal Senado até ao dia 19, e no dia seguin-te passei a ser o presidente de Câmara Municipal Provisória, com responsa-bilidades muito semelhantes às que tinha no dia anterior. Foram momen-tos inesquecíveis”, recordou.

    O presidente do Conselho Perma-nente do Conselho das Comunidades Macaenses traça também um “balanço muito positivo” que parte da realida-de daquilo que Macau é actualmente, não esquecendo, contudo, que tam-bém houve uma outra face da moeda. “Quem estava cá em 1999 consegue perceber o grande salto que foi dado com a RAEM, com as políticas que foram implementadas, que tiveram naturalmente alguns efeitos adversos que nós todos conhecemos e que esta-mos cientes deles. Problemas sociais, aumento da desigualdade, o trânsito e os preços do imobiliário, enfim, várias questões que surgem de um processo de crescimento muito rápido. Num balanço geral trazem mais vantagens

    do que inconvenientes”, salientou.Apesar de estar consciente que

    “Macau melhorou bastante” com o estabelecimento da RAEM, Anabe-la Ritchie também se mostrou crítica

    15 ANOS DA RAEM

    O simbolismo do 15º aniver-sário também se associa a

    esta renovação, que as pes-soas acreditem mais num Governo jovem, criativo e

    com soluções mais inovado-ras, é a grande expectativa

    da populaçãoCarlos Marreiros

    perante situações que têm que ser “corrigidas e melhoradas”. “A RAEM sofreu muitas transformações, gran-de parte deve-se ao desenvolvimento económico que teve, nomeadamen-

    te ligado à liberalização do jogo. No entanto, por causa exactamente deste desenvolvimento económico, Macau viu-se confrontada com problemas que não conhecia antes em termos de

    Quem estava cá em 1999 consegue perceber o gran-de salto que foi dado com a RAEM, com as políticas que foram implementadas, que

    tiveram naturalmente alguns efeitos adversos que nós to-dos conhecemos e que esta-

    mos cientes delesSales Marques

    Por causa exactamente deste desenvolvimento

    económico, Macau viu-se confrontada com problemas que não conhecia antes em

    termos de estilo de vida, habitação, transportes, po-

    luição e ambienteAnabela Ritchie

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014 JTM | LOCAL 03

    15 ANOS DA RAEM

    estilo de vida, habitação, transportes, poluição e ambiente. A população so-fre com isto com a esperança que ago-ra que vamos entrar num novo ciclo se possam minorar alguns desses ma-les”, considerou a antiga presidente da Assembleia Legislativa.

    Miguel de Senna Fernandes apon-ta que a RAEM “estabeleceu-se e con-solidou a sua presença, construindo--se ao longo destes últimos 15 anos” ao mesmo tempo que se ia “adaptan-do às novas realidades”. No entanto, “como tudo na vida”, também “teve os seus tropeções”. “Era uma gover-nação em experiência, ninguém sabia bem o que é que era isto de ‘Um País, Dois Sistemas’ na prática, julgo que o Governo soube conduzir bem o barco de uma maneira geral. Podia-se fazer melhor mas esteve à altura dos acon-tecimentos. Ao longo deste tempo, o Governo também acusou deficiências, algumas graves, mas de maneira geral foram 15 anos bastante positivos para Macau”, observou.

    Também António José de Freitas destaca a política “Um País, Dois Sis- CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE >

    temas”, que proporcionou ao governo local um “elevado grau de autono-mia” como ficou estabelecido na Lei Básica. “As mudanças foram marcan-tes sobretudo a nível económico, atra-vés da liberalização da indústria do jogo, que teve um grande impacto nas receitas públicas e na criação de mais postos de trabalho e infra-estruturas”, apontou o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau. António José de Freitas ressalva, no entanto, que “qualquer mudança, mesmo com pendor positivo, tem sempre refle-xos que são menos bons”, apontando como mais urgentes as questões dos transportes e da saúde, bem como à formação dos quadros locais “porque são os futuros pilares da sociedade de amanhã”.

    A questão dos transportes, nomea-damente dos táxis e do trânsito em geral, mereceu destaque negativo por parte de Francisco Manhão, enquanto que no “reverso da medalha” surgem os subsídios e pensões que o Gover-no atribui à população. “Antes da transição tivemos uma boa oportuni-

    dade porque vimos o que se passou em Hong Kong, em 1997, que chegou para ‘convencer’ as pessoas a ficarem em Macau porque até então era uma incógnita, tanto assim que a maioria dos funcionários públicos adquiriram apartamento em Portugal. Se por aca-so se tivesse dado um pouco mais de tempo para os funcionários públicos de Macau para definirem o seu futu-ro, talvez tanta gente não fosse pedir a integração nos quadros da função pública. Muitos ficaram convencidos de continuar aqui em Macau por te-rem visto uma transição sem sobres-salto em Hong Kong”, recordou o presidente da Associação dos Apo-sentados, Pensionistas e Reformados de Macau (APOMAC).

    O deputado José Pereira Coutinho destacou a estabilidade social e a se-gurança como pontos “dignos de real-çar” e que servem como base “para podermos avançar em todos os ní-veis”, lembrando que existem outras questões que não devem ser esqueci-das. “Os pontos altos têm a ver com a receita bruta acumulada nos cofres

    da RAEM, que permite um desafogo financeiro para o desenvolvimento da actividade económica e social. É evi-dente que há lugar para melhoramen-tos a nível social, nomeadamente pro-blemas gritantes na área da habitação, transportes, saúde e segurança so-cial”, salientou o também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

    Para Jorge Fão, os 15 anos “foram passados num ápice”, mostrando-se agradado com o crescimento do ter-ritório. “Edmund Ho teve a ousadia de acabar com o monopólio do jogo, acho que foi uma opção certa e Ma-cau desenvolveu-se de uma maneira nunca vista na sua história. Em aspec-tos económicos acho que se deu um grande salto qualitativo, estamos a assistir a um grande desenvolvimen-to e Macau é neste momento uma ci-dade conhecida no mundo, enquanto no passado ninguém conhecia Macau,

    Edmund Ho teve a ousadia de aca-bar com o monopólio do jogo,

    acho que foi uma opção certa e Ma-cau desenvolveu-se de uma maneira

    nunca vista na sua história. Em as-pectos económicos acho que se deu

    um grande salto qualitativo Jorge Fão

    Era uma governação em experiên-cia, ninguém sabia bem o que é

    que era isto de ‘Um País, Dois Siste-mas’ na prática, julgo que o Gover-no soube conduzir bem o barco de uma maneira geral. Podia-se fazer

    melhor mas esteve à altura dos acontecimentos

    Miguel de Senna Fernandes

    As mudanças foram marcantes so-bretudo a nível económico, através

    da liberalização da indústria do jogo, que teve um grande impacto nas receitas públicas e na criação

    de mais postos de trabalho e infra--estruturas

    António José de Freitas

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 201404 JTM | LOCAL

    15 ANOS DA RAEM< CONTINUADO DA PÁGINA ANTERIOR

    mesmo no Interior da China”, considerou.

    O presidente da Assem-bleia-geral da APOMAC lembra ainda a “incógnita” na altura da transição, o que fez com que algumas pessoas tenham optado pela reforma antecipada. “Todos nós tive-mos receio que algo de mal nos pudesse acontecer, mas passados poucos anos verifi-cámos que as coisas estavam a andar bem. O Governo tem estado a dar apoio mas ainda deve dar mais à comunidade macaense. Há que pôr isto em prática”, atirou.

    A complexidade do futuroSe os primeiros 15 anos da

    RAEM foram encarados, pelo menos inicialmente, com al-guma apreensão, o futuro é visto com cautela, face à di-mensão dos desafios. Numa fase de apreciável saúde fi-nanceira, apesar das recen-tes quebras das receitas do jogo, já estão identificadas as principais lacunas que ainda preocupam a população, no-meadamente as questões da habitação, saúde e transpor-tes.

    “O futuro não é simples, aliás é complexo em termos de tentar prever o que pode acontecer. A economia da RAEM depende muito do ex-

    terior, de variações que são completamente impossíveis de controlar pela RAEM, que podem trazer alguns proble-mas económicos ou outro tipo de enquadramento daqui-lo que existe”, aponta Sales Marques. “Em geral, aquilo que se perspectiva vai ainda no sentido de que as coisas vão continuar num caminho positivo, eventualmente o crescimento não será tanto como tem sido até agora. Se calhar, sendo menos acele-rado, dará a oportunidade para alguns reajustamentos internos que são necessários para que não só a economia como a sociedade se sintam mais equilibradas”, acrescen-tou o presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Macaenses.

    O arquitecto Carlos Mar-reiros recorda que, ainda no início dos anos 90, foi “dos poucos que disse que havia de permanecer aqui”, mos-trando-se confiante sobre o desempenho da nova equipa que integra o Executivo. “É óbvio que em alguns sectores há que melhorar a qualidade dos serviços e da governação tendo em vista que a pros-peridade, que é tão grande aqui, tenha um sistema dis-tributivo mais equitativo. Os novos Secretários, e outros altos dignitários da RAEM, têm esta noção, e têm que cla-ramente de canalizar as suas

    energias no sentido de estar mais próximos da população e resolver problemas canden-tes que já foram identificados pelos nossos dirigentes, no-meadamente nos aspectos da qualidade de vida de Macau, o trânsito, transportes, habi-tação, qualidade do ar e uma saúde pública para todos e de qualidade”, apontou o di-rector do Albergue da Santa Casa da Misericórdia.

    Pereira Coutinho refere que o desenvolvimento res-peitante ao sector do jogo “é uma incerteza para o futuro” do território, mas “o Governo Central está a tomar iniciati-vas que obriguem o Governo de Macau a diversificar a sua actividade económica”. “A qualidade de vida está cada vez pior, as coisas estão mais caras, questões relacionadas com a habitação, saúde, se-gurança social, o problema da corrupção... Tudo isso tem que que ser resolvido sob pena de hipotecar as esperan-ças dos jovens sobre o seu fu-turo porque aqueles que têm condições deixam de voltar a Macau pois não têm oportu-nidades e o Governo não cria condições para diversificação económica”, lamentou o pre-sidente da ATFPM.

    António José de Freitas aponta a escolha do novo elenco governativo como “acertada”, já que os novos titulares das pastas governa-

    mentais “têm provas dadas do espírito da entrega da missão, capacidade e dedica-ção”, uma opinião de resto partilhada pelo presidente da APOMAC, Francisco Ma-nhão, que “deposita a má-xima confiança” nos novos dirigentes. “Já ganharam um bocado de experiência dos seus colegas anteriores e há sempre esperança na gente nova”, considera.

    Depois de “sentimentos muito mistos” no dia do nas-cimento da RAEM, Anabela Ritchie olha agora para o fu-turo com expectativa. “Estou aqui e também vejo que há muita gente queixosa relati-vamente a esta nova face de Macau, e tenho expectativas que neste novo ciclo Macau possa resolver alguns dos problemas que tem e que afectam grandemente a vida da população”, frisou.

    Jorge Fão aproveita para sublinhar a “falta de quadros qualificados quase que em todas as vertentes”, algo que deverá ser tido em conta no futuro de Macau. “A RAEM é um território que tem futu-ro, onde há dinheiro é sempre fácil de resolver problemas”, salientou o presidente da As-sembleia-geral da APOMAC. Assim, Jorge Fão sugere a criação de um fundo sobe-rano como “uma alternativa sustentável” para a posteri-dade. “Neste momento a po-

    pulação de Macau não tem direito a pensão, nem todos têm direito a uma reforma, quando nós podíamos pensar em criar um sistema que per-mite a que toda a população trabalhadora tenha direito a reforma e não apenas na fun-ção pública, mesmo no sector privado. Para isso, há que ter um fundo soberano e acho que já é altura de o Governo pensar nisso”, referiu.

    Consciente de que os ac-tuais problemas do território “são de difícil resolução”, Miguel de Senna Fernandes mostra-se confiante “que a nova equipa governativa pos-sa fazer melhor”. “Já há mui-to tempo que a população tem vindo a reclamar novas políticas pelos problemas que persistem (...) mas que nos dêem pelo menos pistas que há outras formas de enfrentar os mesmos problemas”, ati-rou.

    O presidente da Associa-ção dos Macaenses lembra ainda que os desafios que se avizinham não são apenas importantes para Macau, como para a própria região em si. “O que vamos assistir não é só o virar de página da RAEM, estamos a assistir aos novos tempos da própria Chi-na, e nos próximos cinco ou 10 anos vamos assistir a um desenvolvimento sem parale-lo no Delta do Rio das Péro-las”, concluiu.

    Tudo isso [problemas que afectam a RAEM] tem que ser

    resolvido sob pena de hipotecar as esperanças dos jovens

    sobre o seu futuro porque aqueles que têm condições

    deixam de voltar a Macau pois não têm oportunidades

    Pereira Coutinho

    Antes da transição tivemos uma boa oportunidade

    porque vimos o que se passou em Hong Kong, em 1997,

    que chegou para ‘convencer’ as pessoas a ficarem em

    Macau porque até então era uma incógnita

    Francisco Manhão

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014 JTM | LOCAL 05

    Temperaturas médias têm batido recordes em 2014

    UNIDADES SERÃO INSTALADAS AO LARGO DE MACAU

    Novas estações dão mais informação sobre tufõesProjecto vai custar entre três e quatro milhões de patacas e visa melhorar as previsões meteorológicas. Uma informação mais pormenorizada do clima em altura de tufão é outra das mais valias, sublinha o director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau, Fong Soi Kun

    DADOS DOS SERVIÇOS METEREOLÓGICOS E GEOFÍSICOS

    Temperaturas batem recordes num ano “muito quente”2014 está a ser um dos anos mais quentes da história de Macau e o recorde da temperatura média anual poderá mesmo vir a ser batido, admitem os Serviços Meteorológicos e Geofísicos. A tendência não é exclusiva do território: segundos dados da Organização Mundial de Meteorologia, este ano está a caminho de ser um dos mais quentes desde que há registos e em Hong Kong nalguns meses já foram batidos recordes com mais de um século

    André Jegundo

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    O ano de 2014 está a ser um dos mais quentes dos últimos anos e, de acordo com os Serviços Me-teorológicos e Geofísicos (SMG), existe a possibilidade de no fim de Dezembro se registar a temperatura média anual mais elevada desde que há registos em Ma-cau. Até Outubro, em seis meses do ano (Janeiro, Maio, Junho, Julho, Setembro e Outubro) os Serviços Meteorológicos re-gistaram temperaturas acima dos valores normais e, nalguns casos, as temperatu-ras médias mensais bateram recordes de vários anos.

    Em Julho, a média de temperatura foi de 29.2 graus, 0.6 graus Celsius acima do valor normal e o valor mais alto des-de 1996. O mesmo recorde foi batido em Junho, quando os termómetros subiram até aos 28.5. Em Setembro e Outubro as temperaturas médias registadas foram 28.3 e 25.7, os valores mais elevados de 2008. Os valores considerados normais são calculados com base em médias dos últimos 30 anos.

    “2014 está de facto a ser um ano muito quente, mas ainda é cedo para podermos dizer que será o ano mais quente de sem-pre”, afirmou o director dos Serviços Me-teorológicos e Geofísicos, Fong Soi Kun, ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

    As temperaturas excepcionalmente elevadas de Macau não são um caso iso-lado. Na região vizinha de Hong Kong,

    em Junho e Julho quebraram-se recordes de temperatura desde que o registo co-meçou a ser feito em 1884. E um relatório recente da agência da ONU sobre o esta-do do clima global mostra que as tempe-raturas registadas entre Janeiro e Outubro deste ano foram 0.5º C mais altas do que a média entre 1961 e 1990, a referência usa-da pela Organização Mundial da Meteo-rologia (OMM).

    A OMM admite que 2014 possa ser

    mesmo o ano mais quente da história, frisando que o aumento sem precedentes das temperaturas da superfície da Terra e dos oceanos está muito associado a tem-pestades e cheias extremas. Os dados do relatório são preliminares e dizem respei-to aos 10 primeiros meses deste ano.

    Aquecimento globalé “fenómeno real”

    Fong Soi Kun entende que os dados

    colocados à disposição da comunida-de científica são inequívocos a mostrar que o “aquecimento global é um fenó-meno real”, persistindo apenas uma cisão entre os cientistas que defendem que se trata de um ciclo normal na vida do planeta e os que contrapõem que é resultado da acção humana. “Em todo o caso, há cada vez mais cientistas que defendem que existe uma influên-cia humana no fenómeno. Em particu-lar existe já um grande consenso em relação ao impacto que as emissões de dióxido de carbono e a sua acção no efeito de estufa”, acrescenta o director dos SMG.

    Dados da OMM mostram que 14 dos 15 anos mais quentes da História ocorre-ram no século XXI e, dentro deste neste ranking, 2014 supera os anos de 2010, 2005 e 1998.

    As ondas de calor foram especialmen-te fortes na África do Sul em meados de Janeiro, quando a temperatura bateu re-cordes por quatro vezes. Situações simi-lares registaram-se na Tunísia, em Setem-bro, e em Marrocos em Outubro, quando a temperatura no país chegou a ser 3 °C acima da média.

    Já as chuvas foram excepcionalmente fracas em zonas de Angola, Namíbia e Zâmbia. O contrário ocorreu em Moçam-bique em Março, que teve chuvas muito fortes. A OMM cita a cidade brasileira de Pemba, com chuvas recordes por quatro dias consecutivos que destruíram mais de três mil casas.

    Os Serviços Meteorológi-cos e Geofísicos de Ma-cau prevêem instalar en-tre três a quatro estações que vão ser construídas em pequenas ilhas do estuário do Rio das Pé-rolas, cerca de dez quilómetros ao largo do território. À Rádio Macau, Fong Soi Kun, director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, explicou que as es-tações vão permitir uma maior precisão e rapidez nas previsões do tempo, em particular em épo-cas de tufão que vêm sempre do quadrante sul.

    Fong Soi Kun espera que a primeira estação fique concluída até ao final de 2016 e estima que o custo global do projecto possa variar entre três a quatro milhões de patacas, consoante sejam ins-taladas três ou quatros estações. As declarações de Fong Soi Kun

    aconteceram numa conferência de imprensa realizada ontem à tarde, na qual esteve presente a subdirectora do Departamento Meteorológico de Zhuhai.

    Com a comemoração do 15º Aniversário do Estabelecimen-to da RAEM a aproximar-se, as duas entidades meteorológicas de Zhuhai e Macau vão intensi-ficar as cooperações, discutindo e analisando diariamente a pre-visão do tempo. Para facilitar a vida aos residentes e turistas que pretendam consultar os da-dos em tempo real das duas re-giões, neste período será criada uma página electrónica especí-fica: (www.smg.gov.mo/www/smg/msar_main.html). A pági-na estará disponível em chinês tradicional, inglês e português.

    Na conferência de impren-sa, o director dos Serviços Me-

    teorológicos e Geofísicos refe-riu que no próximo dia 20, em que se assinala o aniversário da RAEM, vai estar frio, mas a chu-va não deve aparecer. De acor-do com os dados preliminares, deverá “estar sol” e as tempera-turas “devem variar entre os 13 e os 19 graus”.

    A RAEM e a cidade de Zhuhai assinaram em 2009 um “Protocolo de Cooperação so-bre a Utilização Conjunta dos Recursos Meteorológicos” e em 2011 foi instalada conjuntamen-te uma estação de radar meteo-rológico no Aeroporto Zhuhai. Em 2013 foi também criada uma Rede de Observação Meteoroló-gica no Estuário do Rio das Pé-rolas.

    “A Região Administrativa Especial de Macau e a cidade de Zhuhai são vizinhos interdepen-

    dentes, compartilhando um céu e os impactos de sistema me-teorológico são os mesmos, por isso, entidades meteorológicas

    das duas regiões têm mantidos laços estreitos e boas coopera-ções”, referiram os Serviços de Meteorologia em comunicado.

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  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 201406 JTM | LOCAL

    Gabinete de Informação Financeira

    Faz-se público que se acha aberto o concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento de um lugar de intérprete-tradutor de 2.ª classe, 1.º escalão, área de línguas chinesa e portuguesa, da carreira de intérprete-tradutor, em regime de contrato além do quadro do Gabinete de Informação Financeira.

    Condições de candidatura:Podem candidatar-se todos os indivíduos que, até ao termo do prazo de

    apresentação de candidaturas, preencham os seguintes requisitos:a) Sejam residentes permanentes da Região Administrativa Especial de Macau;b) Preencham os requisitos gerais para o desempenho de funções públicas,

    previstos nas alíneas b) a f) do n.º 1 do artigo 10.º do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, em vigor;

    c) Estejam habilitados com licenciatura em tradução e interpretação (chinês e português) ou em língua (chinesa ou portuguesa); e

    d) Dominem as duas línguas oficiais (chinesa e portuguesa).

    Para quaisquer informações adicionais, os interessados poderão consultar o avi-so da abertura do concurso, publicado no Boletim Oficial n.º 50, II Série, de 10 de Dezembro de 2014, pedir esclarecimentos pessoalmente, durante o horário normal de expediente, junto ao Gabinete Informação Financeira, sito na Avenida Dr. Mário Soares, N.ºs 307-323, Edifício Banco da China, 22º andar, Macau, ou consultar o website: www.gif.gov.mo.

    Gabinete de Informação Financeira, aos 4 de Dezembro 2014.

    A Coordenadora do Gabinete,Ng Man Seong

    PREVISTAS MAIS LICENÇAS NO PRÓXIMO ANO

    DSAT pondera aumentar oferta de táxisO Governo está a estudar a atribuição de mais licenças de táxi no próximo ano, revelou o director da DSAT

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    GCS

    Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), ad-mitiu ontem que existe uma discre-pância entre a oferta e a procura de táxis no território, pelo que as autoridades ponderam distribuir mais alvarás no próximo ano. O mesmo responsável não adiantou, contudo, o número das novas licenças, insistindo que essa questão ainda está a ser estudada.

    No âmbito do último concurso, foram atribuídas 200 licenças aos concorrentes que apresentaram as propostas mais elevadas, ele-vando para cerca de 1.380 o número total de táxis no território. No entanto, o processo de distribuição e apenas 66 desses táxis estão já a circular em Macau, segundo indicou Wong Wan, garantindo que até ao final do ano será dada “luz verde” a mais de uma centena.

    Para já, de acordo com o director da DSAT, mais de 50 táxis aguardam pela respectiva

    inspecção, antes de poderem iniciar a sua ac-tividade. “Esperamos terminar as inspecções que faltam até Janeiro ou Fevereiro”, disse.

    Para 2015, está também prevista a en-trega da proposta de lei de revisão do re-gulamento dos táxis, bem como a abertura do concurso público para a escolha da nova companhia de rádio-táxis, reiterou o mes-mo responsável, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura de um acordo de cooperação com a Direcção dos Serviços de Correios relacionado com serviços de notificação electrónica, que per-mitirão aos utentes subscritos receber infor-mações de tráfego da DSAT. Os cidadãos podem subscrever os referidos serviços, cuja primeira fase começa a 1 de Janeiro de 2015, sobre “notificação da inspecção anual dos veículos” e serviços de divulgação das actividades promocionais de tráfego.

    CONTRATAÇÕES DE PESSOAL PARA 2015

    Administração Públicacom 2.200 reforçosA Administração Pública deverá contar com mais 2.224 funcionários em 2015, revelou ontem o presidente da 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa

    A Lei do Orçamento para 2015 antecipa que, devi-do às novas contratações, vão ser gastos quase três mil milhões de patacas (mais 18,5% do que este ano) só em actualiza-ções salariais na Função Pública. Segundo a Rádio Macau, estima--se que a RAEM contará em 2015 com um total de 35.015 funcio-nários públicos, apesar de Chui Sai On ter defendido, em Agosto, uma “simplificação na estrutura administrativa”.

    Na semana passada, aquan-do da aprovação do Relatório sobre a Execução do Orçamen-to de 2013, alguns deputados defenderam que a contratação de funcionários públicos tam-bém deve ser avaliada pela Assembleia Legislativa (AL), mas Chan Chak Mo lembrou ontem que tal dependerá da lei de enquadramento orçamental. “Se a lei de enquadramento or-çamental, neste momento, não nos atribui essa competência, o Governo pode, ainda, deci-dir por si se há necessidade ou

    não de recrutar pessoal”, disse o presidente da 2ª Comissão Permanente da AL, que assinou o parecer sobre a Lei do Orça-mento para 2015.

    No entanto, Chan Chak Mo espera que as reestruturações no Instituto de Desporto, Instituto Cultural (IC) e Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais não resultem “num empolamen-to de pessoal da máquina admi-nistrativa”. Segundo o mesmo responsável, o IC vai receber 170 novos funcionários.

    No que diz respeito às recei-tas do jogo, em queda desde Ju-nho, Chan Chak Mo considerou que o impacto na colecta de im-postos apenas será sentido mais tarde, “em 2106”.

    O presidente da Comissão da AL sustentou também que “tem havido melhorias” na taxa de execução do Plano de Investi-mentos e Despesas de Desenvol-vimento da Administração (PI-DDA), para o qual está prevista uma verba de 14,78 mil milhões em 2015.

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014 JTM | LOCAL 07

    DISPUTA EM CONCURSO PARA LUGARES DE CHEFIA

    Enfermeira ganhou acção aos Serviços de SaúdeOs Serviços de Saúde abriram um procedimento para a nomeação de 18 enfermeiros-chefe mas, devido ao texto do concurso público, o organismo vai ter que proceder à nomeação da candidata que tinha ficado em 19º lugar. A decisão é do Tribunal de Segunda Instância

    PROJECTO IMOBILIÁRIO PARA SEAC PAI VAN

    Magnata da RAEHK diz que aguarda resposta da DSSOPT há oito anosO presidente da empresa Cheuk Nang Holdings afirmou que espera há oito anos pela aprovação da DSSOPT para um projecto imobiliário em Seac Pai Van. Cecil Chao acusa as autoridades de Macau de terem o tempo de apreciação mais longo de todos os mercados onde possui investimentos, incluindo Hong Kong e China Continental

    Cecil Chao Sze-Tsung, presidente executivo do Conselho de Admi-nistração da Cheuk Nang (Holdin-gs) Ltd, empresa cotada na Bolsa de Hong Kong e dedicada ao investimento imobi-liário e gestão de propriedades, divulgou que aguarda há oito anos pela aprovação da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas de Transportes (DSSOPT) para um projecto de construção em Seac Pai Van. Salientando que o tempo de espera é o mais longo desta região do mundo, o empresário acusou o Governo da RAEM estar a afectar o desenvolvimento do mer-cado imobiliário privado.

    Em declarações ao jornal “Ou Mun”, Cecil Chao começou por afirmar que comprou um lote de terreno em Seac Pai Van, em 2005. O projecto final com uma área de aproximadamente de 97.560 me-tros quadrados, compreendia a constru-

    ção de 899 fracções habitacionais, 29 uni-dades destinadas ao comércio, cerca de 400 quartos de hotel e 746 lugares de es-tacionamento, num investimento total de 6,5 mil milhões de dólares de Hong Kong.

    O projecto terá sido entregue em 2006, necessitando, entretanto, de ser revisto devido ao relatório de impacto ambiental, havendo um reforço nos aspectos ligados à ventilação dos espaços. No entanto, até agora, ainda não houve nenhuma respos-ta da DSSOPT, embora o organismo te-nha sido contactado por carta no sentido de marcar uma reunião entre as partes. O milionário de Hong Kong acrescen-tou ainda que com o projecto parado há oito anos, viu-se obrigado a devolver os adiantamentos aos clientes que compra-ram parte das propriedades numa fase inicial, porque o tempo de apreciação está a ser demasiado longo.

    Segundo o magnata, a ideia original era continuar a investir em Macau, após a conclusão do projecto, porque via com bons olhos o mercado do território, no en-tanto, garante que hoje sente-se desenco-rajado com o tempo de espera.

    Destacando que possui investimentos em Hong Kong, no Continente Chinês e noutros locais da Ásia, Cecil Chao frisou que nunca enfrentou um período tão lon-go para apreciação de projectos como su-cede agora em Macau.

    O empresário afirmou que a RAEM conclui anualmente uma média de mais de 1.000 fracções habitacionais, o que, na sua perspectiva, resulta numa oferta ir-razoável, perante a procura de mercado. Questionando se é por falta de recursos humanos na DSSOPT ou porque o Go-verno concentrou os seus esforços na construção de habitações públicas, Cecil

    Chao advertiu que o mercado imobiliário privado está a ser afectado.

    Apelando ao Governo para acelerar os procedimentos de apreciação e apro-vação, o presidente do grupo imobiliário, salientou que, se os trâmites forem mais céleres, a oferta do mercado poderá au-mentar e, consequentemente, estabilizar a procura. L.F.

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    O Tribunal de Segunda de Instância (TSI) con-denou os Serviços de Saúde a proceder à nomea-ção de uma enfermeira para o lugar de enfermeira-chefe de 1º escalão, pretensão que era reclamada pela profissio-nal. Apesar de o tribunal re-conhecer que os serviços da Administração Pública têm toda a liberdade de decidir o preenchimento da totalidade dos lugares vagos no quadro de pessoal, neste caso foi o teor do texto do concurso que acabou por ditar o desfecho do processo.

    A 20 de Abril de 2011, no Boletim Oficial, foi publica-do o anúncio dos Serviços de Saúde para um “concurso para o preenchimento de de-zoito vagas de enfermeiro--chefe, 1º escalão, da carreira de enfermagem do quadro dos Serviços de Saúde”. Do texto constava também que o concurso seria “válido duran-te um ano, a contar da data da publicação da lista classifica-tiva, para o preenchimento do lugar existente e dos que vierem a vagar durante o pra-zo da sua validade”.

    Dezoito candidatos foram aprovados para o cargo de en-fermeiro-chefe, porém, entre

    Janeiro e Junho de 2011, três enfermeiros-chefes do quadro dos Serviços de Saúde apo-sentaram-se voluntariamente, e mais tarde, cinco daquela categoria foram promovidos a enfermeiro-supervisor. Des-ta forma, produziram-se oito vagas adicionais de enfermei-ro-chefe do quadro.

    A situação levou a enfer-

    meira que havia ficado clas-sificada em 19º lugar a pedir ao director dos Serviços de Saúde que a nomeasse para o preenchimento da primeira vaga de enfermeiro-chefe de 1º escalão verificada no prazo de validade do concurso.

    O director dos SSM recu-sou a nomeação, afirmando que apesar de haver ainda va-

    gas de enfermeiro-chefe não preenchidas, o preenchimen-to ou não destas depende das necessidades reais dos servi-ços.

    Inconformada, a enfer-meira intentou no Tribunal Administrativo uma acção solicitando que lhe fosse asse-gurada a nomeação definiti-va, com efeito retroactivo a 17 de Agosto de 2012. O Tribunal Administrativo deu razão à profissional dos Serviços de Saúde, porém, a mesma de-cidiu recorrer para o Tribunal de Segunda Instância alegan-do que o Tribunal deveria ter ordenado directamente ao di-rector dos Serviços de Saúde a concretização da nomeação definitiva.

    Os Serviços de Saúde tam-bém recorreram da decisão, defendendo que com a aber-tura do concurso não se pre-tendeu o preenchimento da totalidade dos 40 lugares do quadro da categoria de enfer-meiro-chefe, acrescentando que a requerente “apenas ti-nha uma mera expectativa de vir a ser nomeada, mas não um direito”.

    O colectivo de juízes do TSI voltou a dar razão à pro-fissional, desta feita determi-nando directamente ao di-

    rector dos Serviços de Saúde para proceder à nomeação da recorrente. “É verdade que os serviços da Administração Pública têm toda a liberdade de decidir o preenchimento ou não, da totalidade ou não dos lugares vagos ou vierem a vagar no seu quadro de pessoal, de acordo com a ne-cessidade face ao volume de serviços que lhes compete e a sua própria capacidade finan-ceira. Mas essa é uma questão que deve ser decidida antes da abertura do concurso. Uma vez aberto o concurso, tudo depende do teor do anúncio da abertura do concurso, que reflectiu a intenção e decisão por parte da Administração”, refere um comunicado do Tri-bunal de Última Instância.

    Ora, no entender dos juí-zes, no anúncio em questão “resulta claro que o concurso se destina ao preenchimento das 18 vagas de enfermeiro--chefe existentes e dos lugares que vierem a vagar durante o prazo da sua validade”, o que faz com que os Serviços de Saúde “já não possam invocar a posteriori a necessidade real e efectiva para recusar a no-meação não só dos primeiros 18 candidatos aprovados”.

    A.J.

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  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 201408 JTM | LOCAL

    JANE FRANCIS HO CHIU YING

    JANE FRANCIS HO CHIU YING (nascida a 11 de Julho de 1947), adorada filha mais velha de Stanley Ho Hung Sun, viveu 67 anos, repletos de aprendizagem, criatividade e explorando o Mundo, desafiando os limites, especialmente, os do seu pai. Sempre directa, com muita força e sabedoria dentro dela, como o pai, inspirava to-dos à sua volta a atingir os maiores domínios da integridade.

    Durante a sua vida, foi uma pintora chinesa talentosa e uma advo-gada em formação. As suas aventuras incluíram jukanoo-ing nasBahamas, banhos de sol nas praias gregas, dar de comer aos cisnes no Lago Geneva, para além de mimar com amor uma variedade de animais e a sua única filha, Ringo Ho Siu Munn Jung. Morreu pacificamente no Sanatório de Hong Kong, a 4 de Dezembro de 2014. Deixou o seu amado pai Stanley Ho Hung Sun, a filha Ringo Ho Siu Munn Jung, o genro Chaim Scowcroft, as irmãs Angela Ho Chiu Yin, Deborah Ho Chiu Hung, o cunhado Peter Kjaer, as sobrinhas Faye Ho Ka Wah, Sarah Ho Ka Man, Arial Ho Kjaer, o sobrinho Stanley Ho Willers e muitos outros membros amados da família.

    Por favor, junte-se à família numa vigília a realizar hoje, quarta-feira, 10 de Dezembro, das 16h às 18h, e ao funeral, que começará às 13h de quinta-feira, dia 11 de Dezembro, na Hong Kong Funeral Home, localizada na 679 King’s Road.

    1ª Vez “JTM” - 10 de Dezembro de 2014

    Processo: Execução Ordinária nº CV3-12-0013-CEO 3° Juízo Cível

    Exequente: CHAN CHI KEONG, masculino, residente em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, Centro Comercial do Grupo Brilhantismo, 16º andar L; Executado: HO EDMUNDO CHIN FAI, masculino, residente em Macau, na Estrada da Ponte de Pac On, Bl 1 Fl 8, Ed. Tjoi Long Gdn, Taipa.

    FAZ SABER que, nos autos acima indicados, são citados os credores desconhecidos dos executados para, no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de VINTE DIAS, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamarem o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real, e que é o seguinte:

    BENS PENHORADOS- As acções de que a quota que o executado detém no valor de

    $12.500,00 (doze mil e quinhentas patacas) na sociedade E-Lab Design Limitada, bem como o respectivo crédito resultante do lucros já atribuídos por deliberação dos sócios.

    - Comparticipação Pecuniária atribuída ao executado no montante de MOP8.000,00 e MOP9.000,00, referente ao ano de 2013 e 2014 respectivamente.

    Macau, 1 de Dezembro de 2014

    O Juiz,Chan Chi Weng

    O Escrivão Judicial Adjunto,Sun Kuan Pok

    TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

    ANÚNCIO

    1ª Vez “JTM” - 10 de Dezembro de 2014

    Declaração de morte presumida nº CV1-14-0026-CPE 1° Juízo Cível

    Requerente: CHAN TUNG YEE, solteira, maior, de nacionalidade chinesa, residente em Hong Kong.Requeridos: CHANG CHEOK PENG, viúva, de nacionalidade chinesa, e com residente conhecida em Macau, na Avenida do Almirante Lacerda nº 80-B, 3º G, ora ausente em parte incerta;INTERESSADOS INCERTOS; eMINISTÉRIO PÚBLICO.

    Correm éditos de TRÊS (3) MESES, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando a requerida ausente CHANG CHEOK PENG, para no prazo de TRINTA (30) dias, posteriores aos dos éditos, contestar a petição inicial dos autos acima identificados, apresentada pela requerente, o qual pede que deve a presente acção ser julgada procedente e provada e, em consequência, ser declarada a morte presumida de CHANG CHEOK PENG, tudo como melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram nesta secretaria à sua disposição, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

    E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso contestem ou tenha lugar qualquer outro procedimento que siga os termos do processo declarativo - (artº 74º do C.P.C.M.).

    Caso a citada pretenda beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverá dirigir-se ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Rua do Campo, nº 162, Edifício Administração Pública, 1º andar, Macau, para apresentar o seu pedido, sendo que poderá pedir esclarecimentos através do telefone nº 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.gov.mo

    Para o efeito, terá de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do nº 1, do artº 20º, de Lei 13/2012, de 10 de Setembro.

    Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 28 de Novembro de 2014

    A Juiz de Direito,Ana Meireles

    A Escrivã Judicial Adjunta,Tou Ka Pou

    TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

    ANÚNCIO

    PROCESSO JULGADO EM SEGUNDA INSTÂNCIA

    “Chumbados” recursosno “caso Calderon”O Tribunal de Segunda Instância não deu provimento aos recursos interpostos pelos arguidos de um caso de crimes de ofensa grave na forma não consumada, envolvendo Arturo Calderon, ex-investigador da Polícia Judiciária

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    Viviana Chan

    Depois de ter sido condenado em Maio, pelo Tribunal Judicial de Base (TJB), a uma pena de prisão de quatro anos e nove meses, por crimes de ofensa grave não consumada e posse de armas numa tentativa de homicídio, Arturo Calderon interpôs recurso junto do Tribunal de Segunda Instância (TSI), mas sem sucesso, tal como os restantes arguidos envolvidos neste processo. Os arguidos foram acusados de tentativa de homicídio da mulher de Lam Peng Chi, alegado “cabecilha” do esquema, mas o TJB considerou não haver provas nesse sentido, pelo que foram condenados por ofensa grave na forma não consumada.

    O TSI decidiu manter as sentenças, por considerar que, embora a palavra homicídio não conste das provas reco-lhidas, ficou provado que Arturo Cal-deron, ex-investigador da Polícia Judi-ciária e antigo “braço direito” do líder da seita 14K, Pan Nga Koi, contratou uma pessoa na China Continental com o intuito de assassinar a mulher, que o marido acusava de traição, e tratou dos procedimentos de entrada e saída do território, por via ilegal.

    O indivíduo contratado ainda tentou aproximar-se da mulher com uma cha-ve de fendas, mas foi detido por agen-tes policiais que vigiavam os suspeitos,

    recorrendo também a escutas tele-fónicas. O TSI salientou que, caso não tivesse sido impedido pelas forças policiais, o ataque poderia ter consequências graves para a vítima.

    Os arguidos pediam a redução das penas de prisão ou mesmo a absolvição, mas o TSI não deu provimento aos recursos. Além de Calderon, mantiveram-se assim as sentenças aplicadas a Lam Peng Chi e Fong Tim Wo (quatro anos e três meses) e Chao Kit (quatro anos e cinco meses, mais dois me-ses por se tratar também de um imigrante ilegal).

    SUSPEITA AINDA NÃO FOI ENCONTRADA

    Levou diamantes e deixou imitaçãoUma mulher do Continente está a ser procurada pela PSP por suspeita do furto de um par de brincos em diamante de uma ourivesaria

    A Polícia de Segurança Pública (PSP) continuava ontem a tentar encon-trar uma mulher com cerca de 30 anos, oriunda da China Continental, sus-peita de ter furtado um par de brincos em diamante, avaliados em 77.400 dólares de Hong Kong (82.324 patacas), de uma ou-rivesaria na Avenida Doutor Rodrigo Ro-drigues, no dia 30 de Novembro.

    Segundo um funcionário do estabele-cimento, a mulher entrou na loja e pediu para experimentar as jóias alegadamente com a intenção de adquirir. No momento do pagamento, a suspeita perguntou se era possível utilizar o cartão de crédito do marido que, na altura, não se encontrava no local. Depois do empregado explicar que era necessária a presença do titular do cartão, a suspeita sugeriu que esperassem pelo marido. Porém, uma hora depois, o funcionário solicitou a devolução dos brincos, tendo a mulher entregado as jóias de imediato, saindo da loja em seguida.

    Na sexta-feira, pelas 15:00, o mesmo funcionário reparou que os brincos de diamante apresentavam anomalias. Uma análise efectuada por um perito concluiu que o par que se encontrava exposto era uma falsificação. Através de imagens das câmaras de vigilância, as autoridades con-seguiram identificar a suspeita.

    Três detidos por fumare desrespeitar a autoridade

    A Polícia Judiciária (PJ) deteve no sába-do três residentes por suspeitas de insulto e desobediência a dois fiscais dos Serviços de Saúde responsáveis por controlar o

    cumprimento da Lei do Tabaco. Segundo as autoridades, os três ho-

    mens, com idades compreendidas entre 38 e 57 anos, encontraram-se num café e começaram a fumar, sendo imediatamente identificados pelos dois fiscais que circula-vam nas redondezas.

    Na iminência de receberem a multa por incumprimento da Lei anti-tabagismo, os três homens terão corrido para a porta do estabelecimento com o objectivo de blo-quear a saída aos fiscais, enquanto grita-vam insultos.

    Quando os responsáveis dos Serviços de Saúde conseguiram sair do café e se di-rigiram ao automóvel de serviço, um dos detidos terá entrado no carro enquanto outro regressou ao estabelecimento para fumar de novo. O homem que pretendia fumar novamente foi interceptado por um agente da PJ que solicitou a apresentação de um documento de identificação, o que o detido recusou fazer. Os três homens já foram presentes ao Ministério Público.

    I.A.

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014 JTM | LOCAL 09

    de 30 estudantes. Porém, o docente admite desconhecer “a motivação e a aplicação desse conhecimento”.

    Salientando que a diferença na abordagem em relação ao Portu-guês na Índia e na China reside a nível oficial, o académico sublinha que “nota-se um empenho muito claro e muito óbvio das autoridades chinesas em promover o ensino de português e na Índia talvez não seja assim tão linear”. “Obviamente, tudo o que está a acontecer aqui em Macau, responde a necessidades e a uma procura muito forte da apren-dizagem do português e, portanto, não me surpreende que se esteja a desenvolver como está”, disse.

    Após ter regressado a Portugal, Hugo Cardoso, que foi professor auxiliar na Universidade de Macau em metodologia de estudos lin-guísticos, continua a acompanhar a situação no território, mas nota que há um desconhecimento da po-pulação portuguesa sobre a RAEM. “Haverá aquelas pessoas que por cá passaram ou têm algum envolvi-mento e que se vão mantendo a par, mas duvido que a população em ge-ral saiba muito sobre o que se passa em Macau”, indicou.

    “Pelos meios de comunicação, actualmente, fala-se mais de Ma-cau, mas na dinâmica do jogo, do desenvolvimento e na perspectiva de poder ser uma escapatória para a dificuldade de encontrar emprego em Portugal, é um pouco superfi-cial”, concluiu o investigador na área das línguas indo-portuguesas de Cochim e Cananor.

    • • • BREVESSecretário para a Segurançaelogia experiência do sucessorO Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Vá, expressou ontem confiança no trabalho do seu sucessor no cargo, mostrando-se con-victo de que Wong Sio Chak irá “cum-prir o seu dever da melhor forma pos-sível”. Lembrando que trabalhou muitos anos com o actual director da PJ, Cheong Kuoc Vá destacou ainda que Wong Sio Chak “tem po-der, força e muita experiência” e “trabalha de forma estável e firme”. Depois de 15 anos no Governo, Cheong Kuoc Vá confirmou que vai reformar-se para dedicar mais tempo à família.

    Governo autoriza alteraçãoa projecto do Metro LigeiroUm despacho do Chefe do Executivo, ontem publicado em Boletim Oficial, refere que foi dada autorização para a celebração de um contrato com a GL – Construções, Estudos e Projectos, relativo à alteração da 1.ª Fase do Sistema de Metro Ligeiro no Segmento C220 de Macau. O contrato envolve o pagamento de 24,79 milhões de patacas, verba escalonada por três anos económicos, até 2020.

    Exército de Libertação do Povoassinalou 15 anos na RAEMA Guarnição de Macau do Exército de Liber-tação do Povo Chinês comemorou ontem o 15º aniversário da sua presença no território, numa cerimónia em que estiveram presentes o Chefe do Executivo, Chui Sai On, o vice-Pre-sidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Edmund Ho, bem como outros representantes dos Governos Central e local. Chui Sai On agradeceu o apoio da Guarnição e destacou a sua importância no desenvolvi-mento económico da RAEM.

    Fuga de gás obrigou à evacuaçãode mais de 100 moradoresUma fuga de gás, ocorrida na noite de segun-da-feira, num edifício na Rua Xavier Pereira, obrigou mais de uma centena de pessoas a saí-rem de casa. Segundo o Canal Macau, o alar-me foi dado por um dos moradores que tele-fonou para os Bombeiros assim que percebeu que havia uma fuga de gás. O incidente não provocou vítimas e está a ser investigado pelas autoridades.

    Corpo de Bombeiros tem 33 novos elementosTomaram ontem posse os 33 novos instruen-dos do Corpo de Bombeiros, numa cerimó-nia presidida pelo comandante Ma Io Weng, em que estiveram presentes oficiais e fami-liares dos finalistas. Durante a celebração, Ma Io Weng e os segundos-comandantes entregaram prémios aos três bombeiros re-cém-formados que obtiveram as melhores classificações.

    155 agentes reforçamefectivos da PSPRealizou-se ontem, pelo meio-dia, na sede da Unidade Táctica de Intervenção da Polícia do Corpo da Polícia de Segurança Pública a cerimónia de tomada de posse de 155 novos agentes. A cerimónia foi presidida pelo su-perintendente Lai Kam Kun e contou com a presença de chefias e vários responsáveis da corporação.

    UNIVERSIDADES INDIANAS MOSTRAM MAIS INTERESSE

    Goa vê Macau como exemplo na promoção do Português Meios de comunicação e websites de Goa olham para Macau como exemplo de promoção da língua de Camões, mostrando interesse em assumir um papel semelhante na Índia, adiantou o investigador Hugo Cardoso ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU

    Liane Ferreira

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    Bolsas de mérito para 50 alunosA Fundação Macau atribuiu 50 bolsas de mérito especial a estudantes inscritos em 14 universidades do exterior. Para os que estudam na Europa, América e Oceânia, o montante anual das bolsas atinge 300 mil patacas

    Formar quadros superiores qualificados para traba-lharem na RAEM é o objectivo central do progra-ma de atribuição de bolsas de mérito especial ins-tituído pela Fundação Macau, que para o ano lectivo de 2014/2015 ofereceu 50 vagas distribuídas pelas regiões da Ásia (13), Oceânia (10), Europa (12) e América (15). O plano abarca estudantes locais que “obtiveram excelentes classificações escolares, nomeadamente, os futuros candi-datos à frequência do ensino superior ou aqueles que já se encontram a frequentar este ensino”, salientou o organis-mo, que recebeu um total de 201 candidaturas, das quais 179 reuniram todos os requisitos definidos.

    Os estudantes premiados com as bolsas de mérito es-pecial estudam em 14 instituições de ensino superior, no-meadamente Universidade de Pequim (4), Universidade Tsinghua (5), Universidade de Hong Kong (4), Universi-dade de Cambridge (2), Colégio Imperial de Londres (5), Universidade de Edimburgo (2), “University College”

    de Londres (3), Universidade da Califórnia, em Berkeley (6), Universidade da Califórnia, em Los Angeles (2), Uni-versidade de Toronto (4), Universidade de Michigan (2), Universidade de Washington (1), Universidade de Mel-bourne (9), e Universidade de Sydney (1).

    O montante anual das bolsas foi fixado conforme a localização das universidades, sendo que os beneficiá-rios que estudam no Interior da China têm direito a 65 mil patacas, valor que sobe para 130 mil patacas no caso de envolverem cursos em Hong Kong. Para os bolseiros que estudam na Europa, América e Oceânica, o montan-te é bem mais elevado: 300 mil patacas.

    No âmbito deste programa de apoio, os bolseiros assumem o compromisso de regressar a Macau ou ao Interior da China para trabalhar, após a conclusão do curso, durante um período que nunca poderá ser infe-rior ao número de anos de duração da bolsa que lhes foi atribuída.

    De regresso ao território para uma palestra sobre a língua portuguesa na Índia, Hugo Cardoso, antigo professor da Uni-versidade de Macau, destacou que Goa tem demonstrado nos últimos tempos um interesse redobrado pela língua portuguesa, inspirado pelo papel desenvolvido por Macau nesse capítulo, apesar de poder não contar com o mesmo apoio institu-cional que existe no território.

    “São rumores que tenho ouvido ultimamente, de debates que sur-gem em websites e jornais goeses, que apontam para Macau e falam de Goa como a resposta indiana ao Fórum Macau e esse tipo de papel”, afirmou Hugo Cardoso, acrescen-tando que “é uma coisa de que já se fala há algum tempo, certamente, mas que me parece ter-se intensifi-cado nos últimos tempos”.

    Salientando que desconhece se terá ou não “algum eco a nível ofi-cial”, devido à história com contor-nos militares envolvendo a inde-pendência de Goa, Damão e Diu, o académico, actualmente a trabalhar com a Universidade de Lisboa, frisa que “pelo menos é um debate que existe”.

    “Na Índia em geral, e por inter-venção do Instituto Camões e da Fundação Oriente existe, de facto, cada vez mais oferta para aprendi-zagem do português”, indica o aca-démico, em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. No entan-

    to, relembra que “é um interesse que nunca deixou de existir, certamente, em Goa, Damão e Diu”.

    Esse interesse poderá ser uma resposta a certos interesses económi-cos, presume Hugo Cardoso, expli-cando que tal “incremento” é mais notório ao nível das universidades. “Há alguns anos tive a oportunida-de de visitar o curso de português em duas delas [universidades] e de-parei-me com turmas relativamente grandes”, indicou. Na Universida-de de Deli, a turma de um leitor do Instituto Camões tinha 50 alunos e noutra funcionava uma com cerca

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 201410 JTM | PUBLICIDADE

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    ZÉLIA MIEIRO E MARINELA FERREIRA LANÇAM QUINTA OBRA EM PARCERIA

    Livro editado pela EPM promete diversãocom provérbios e ditos portuguesesO papel principal é assumido pela Capuchinho Vermelho, mas todas as histórias envolvem ditos e provérbios portugueses. Zélia Mieiro e Marinela Ferreira, professoras da Escola Portuguesa de Macau, apresentam amanhã o seu quinto livro em conjunto, desenvolvido a partir do trabalho feito por alunos do estabelecimento de ensino

    Liane Ferreira

    Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

    Quem conta um conto, acrescenta um provérbio” é o título do quinto livro resultante da colaboração literá-ria entre Zélia Mieiro e Marinela Ferreira, professoras da Escola Portuguesa de Macau (EPM). A obra reúne 1.540 ditos e provér-bios populares em histórias, nas quais a Capuchinho Vermelho é a personagem principal. Cinco anos depois da primeira representação teatral do projecto, os mesmos alunos voltam amanhã a subir ao palco, para a apresentação do li-vro e reviver as histórias que aju-daram a criar.

    Em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, Zélia Mieiro explicou que as 11 histórias tradicionais são contadas num to-tal de 1.540 provérbios e ditos.

    “Não foi um trabalho fácil, porque cada conto tem de ser ve-rosímil com a história original e todos os provérbios que nós uti-lizamos têm de estar de acordo com esse próprio conto e com a sequência narrativa”, afirmou a professora e vice-presidente da EPM, acrescentando que esta obra nasceu no seguimento do Dicionário Trilingue de Ditos e Provérbios, em português, inglês e chinês. O dicionário ilustrado e explicado também foi elaborado em conjunto com Marinela Fer-reira.

    “Quando foi o dia da apresen-tação desse livro construímos al-gumas histórias e os nossos alu-nos representaram-nas. Os pais gostaram tanto que nos pergun-taram se podíamos facultar os textos. Então, pedimos alguma paciência aos pais e dissemos que iríamos fazer um livro. Assim ti-nham o livro e não apenas os tex-tos”, disse a docente, explicando a origem deste novo projecto.

    Referindo que o trabalho de elaboração da obra demorou mais de um ano lectivo a ficar concluído. “Como já tínhamos a maior parte das histórias cons-truídas para essa apresentação, agora elaborámo-las melhor e acrescentámos outras. Demorá-mos um ano lectivo, mas porque tínhamos já uma base de traba-lho, senão demorava mais tem-po”, explicou Zélia Mieiro.

    A vice-presidente da EPM des-tacou ainda que, amanhã, na ses-são de apresentação do livro, os alunos que irão participar numa pequena representação teatral são os mesmos de há cinco anos, sendo que as fotografias que vão

    passar em slide, durante a leitura de algumas passagens, pertencem ao mes-mo evento. Dos intervenientes, apenas a Capuchinho Vermelho e o narrador serão representados por novos alunos, visto que os anteriores estão actualmen-te na universidade.

    “É muito interessante para os alu-nos, principalmente para aqueles que viveram as histórias. Nós estamos a ensaiar agora e eles acham muito diver-tido tudo o que aconteceu e recordam todos os momentos”, indicou a docen-te, considerando que para os estudantes “também é muito gratificante, verem o trabalho desenvolvido, porque são tra-balhos bastante árduos, desde a parte da narrativa e à transformação em texto dramático, e depois a apresentação. En-volve múltiplas competências”.

    Segundo a professora, o livro “Quem conta um conto, acrescenta um provér-bio” é também útil para os outros pro-fessores. “Muitas vezes, [os professores] não têm a oportunidade para construir os seus textos, para representar e aqui têm uma fonte para cortar, fazer adap-tações, porque são textos muito diverti-

    dos, que têm a ver com as histórias tradi-cionais, mas todos ditos em provérbios”.

    Frisando que “há sempre uma fina-lidade pedagógica, didáctica”, a autora afirmou que “há sempre algo mais do que o próprio livro em si para apresen-tar às outras pessoas e tem sempre a ver com a nossa comunidade”.

    “Trabalhamos há muitos anos jun-tas e somos uma dupla que se dá muito bem. Quando uma pensa numa coisa, a outra complementa e trabalhamos mui-to em uníssono”, destacou Zélia Mieiro, a propósito da sua longa parceria com Marinela Ferreira. “Também é isso que faz com que possamos desenvolver a obra tão rapidamente, porque não po-demos esquecer que ela tem uma carga lectiva muito grande e está envolvida em muitos projectos e eu tenho um tra-balho na direcção e dou aulas. Não é de maneira nenhuma uma tarefa fácil, mas é algo que gostamos muito de fazer”, referiu.

    Editado pela EPM, este novo livro conta com o apoio da Direcção dos Ser-viços de Educação e Juventude e envol-ve a publicação de 1.000 exemplares,

    que serão distribuídos pelos alunos participantes, professores e pessoas presentes na apresentação. Os restan-tes ficam na reserva da EPM para serem oferecidos a quem visita a escola e gosta deste género literário.

    Em Dezembro do próximo ano, a du-pla de autoras prevê o lançamento de uma história de Natal baseada na mú-sica do Rui Veloso “Presépio de Lata”. “Achamos interessante, porque é uma visão diferente do Natal e a partir dela construímos um texto narrativo, que foi representado com as sombras chine-sas”, indicou.

    Este projecto, que tal como os ante-riores também incluiu os estudantes, foi passado para texto dramático, aumen-tado e melhorado, sendo que integra fotografias das sombras chinesas do es-pectáculo original. “A parte gráfica está muito moderna e tentamos aproveitar o que fizemos com os alunos”, disse a vice-presidente da EPM.

    A sessão de apresentação do livro “Quem conta um conto, acrescenta um provérbio” vai decorrer amanhã, pelas 18:15, no auditório da EPM.

    Zélia Mieiro já prepara novo livro para 2015, em conjunto com Marinela Ferreira Livro reúne 1.540 ditos e provérbios populares

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    Salgado culpa Banco de Portugal pela queda do BESO antigo presidente do Banco Espírito Santo atribuiu ontem o colapso da instituição financeira às exigências do Banco de Portugal. Ricardo Salgado garantiu ainda que nunca deu instruções para ocultar passivos do grupo e “ninguém se apropriou de um tostão”

    Ricardo Salgado, antigo presiden-te do Banco Espírito Santo (BES), considerou ontem no parlamento que o colapso do banco se deveu às exi-gências excessivas do Banco de Portu-gal (BdP) em termos de constituição de provisões, num curto espaço de tempo. “Salvo erro no dia 23 de Julho [de 2014], o BdP enviou uma carta ao Dr. Joaquim Goes dizendo que quer que o banco constitua uma provisão no mínimo de dois mil milhões de euros. Foi um exa-gero. Foi imposta e isso está registado em acta”, afirmou Salgado.

    O antigo banqueiro tinha sido ques-tionado acerca das razões que estavam na base das elevadas imparidades do BES, tendo realçado que, durante o seu mandato, sempre foram constituí-das as imparidades à medida que iam surgindo.

    Salientando que saiu da liderança do BES no dia 13 de Julho, e realçando a oposição do Crédit Agricole, um dos accionistas de referência do banco, às exigências do BdP, Salgado disse que aguarda as conclusões da auditoria fo-rense. “Nunca violámos esse aspecto. Sempre que era preciso reforçar os ca-pitais fizemo-lo”, sublinhou.

    “Não consideramos ter violado as disposições do BdP. Tivemos sempre, pelo menos, até à minha permanência no banco, os rácios adequados”, afir-mou, realçando ainda “um aumento de capital de mil milhões de euros, quando o BdP em Março tinha pedido 700 mi-lhões de euros e a venda da BES Vida”.

    A operação foi “amplamente acima do que o BdP exigia” e, nessa altura, a gestão colocou “o nível de capitalização do banco dentro dos patamares exigi-dos por Basileia III”, frisou, consideran-

    do que “o banco ia resistir aos testes de ‘stress’”. Daí, Salgado concluiu que “o grupo entrou em colapso por não haver tempo”.

    E assegurou: “Não houve fugas de dinheiro do banco para quem quer que fosse. Posso assegurar-lhe isso e espero que as auditorias intensas feitas pos-sam provar isso”.

    Salgado apontou para o plano de re-capitalização a médio prazo que estava a preparar para o BES e o Grupo Espíri-to Santo (GES) e considerou que o mes-mo só não foi aplicado devido à pressão exercida pelo supervisor bancário.

    “A única coisa que pedimos ao BdP foi tempo e tempo foi algo que não nos foi dado”, disse.

    “Ninguém se apropriou de um tostão”

    O líder histórico do BES garantiu, por outro lado, que nem os administra-dores, nem a família, nem os quadros directivos se apropriaram de dinheiro da instituição, ao contrário das suspei-tas que têm sido levantadas.

    Questionado sobre o alegado esque-ma de compra de obrigações através da Eurofin, e do ‘desaparecimento’ de mais de 700 milhões de euros de mais--valias realizadas com o mesmo, já na última fase da antiga equipa de gestão do BES, Salgado afastou qualquer tipo de actos ilegais de gestão. “Os ganhos que o intermediário fez foram reinvesti-dos em dívida do grupo que estava nas mãos de clientes que não estavam pro-tegidos pela provisão dos 700 milhões de euros. Eram clientes na sua maioria do exterior e o objectivo foi retirar-lhes esse risco”, afirmou na comissão de in-quérito parlamentar ao caso BES.

    “O objectivo foi dar a proteção má-xima dos clientes [internacionais]. A provisão de 700 milhões de euros foi aplicada ao papel comercial vendida no retalho em Portugal”, garantiu. “Foi essa operação que foi realizada. Foi com esse objetivo e ninguém se apropriou de um tostão. Nem na administração, nem na família nem nos quadros di-rectivos”, assegurou, acrescentando não ter conhecimento de capitais que tenham saído do banco para terceiros.

    Ricardo Salgado assegurou também que “nunca” deu qualquer indicação para ocultar passivos do grupo, ou que envolvessem a Espírito Santo Interna-

    cional (ESI), holding do grupo sediada no Luxemburgo.

    “Poderão dizer o que entenderem” mas “nem eu tinha como missão acom-panhar as contas do grupo”, acrescen-tou o banqueiro. Salgado explicou, na sua intervenção, que apenas tinha com-petência para avaliar a área financeira, por isso, tudo o que dizia respeito à área não financeira do grupo não pas-sava por si. “A minha vida era dedicada 100% à área financeira. E não tinha res-ponsabilidade directa na execução das contas da ESI”, afirmou o banqueiro.

    JTM com Lusa

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014 JTM | ACTUAL 13

    Supremo pode suprimir interrogatórios por mais de 12 horas

    O Supremo Tribunal Popular da China está a estudar a possibilidade de tornar ilegais os interrogatórios que durem mais de 12 horas, noticiou ontem o “South China Morning Post” (SCMP). Estas mudanças regulatórias, incluídas num projecto de interpretação judicial do tribunal, implicariam a exclusão de provas obtidas através destes interrogatórios. Desta forma, o Supremo espera clarificar a regulação sobre as provas obtidas de forma ilegal, proibindo interrogatórios longos e especificando os procedimentos para excluir essas provas. Esta norma, que se prevê que comece a ser aplicada antes do final do ano, seria a primeira a catalogar como ilegais as sessões de interrogatórios que durem mais de 12 horas. O sistema de detenções, que sofreu uma reforma há dois anos depois de críticas da comunidade internacional e de grupos de direitos humanos por abuso destas medidas contra dissidentes, já obriga a que todos os interrogatórios sejam gravados, de modo a evitar torturas, e proíbe o uso de provas conseguidas através de “extorsão”. No entanto, o SCMP afirma serem raras as ocasiões em que o tribunal recusa provas por estes motivos.

    Alunos de académico uigur condenados por separatismo

    Sete estudantes do académico chinês da minoria uigur Ilham Tohti foram condenados por separatismo num julgamento secreto, recebendo penas de prisão entre três e oito anos, informou ontem o advogado. Os jovens eram alunos do professor de economia, que em Setembro foi condenado a prisão perpétua por acusações de separatismo. A condenação dos estudantes foi vista como uma tentativa de Pequim de silenciar as críticas às políticas do Governo para a região de Xinjiang, habitada pela minoria muçulmana uigur e assolada por violência. Seis dos estudantes condenados são da minoria uigur, enquanto um pertence à minoria Yi, indicou o jornal oficial Global Times, acrescentando que os jovens terão ajudado a manter o “Uighur Online”, uma página bilingue na Internet lançada por Tohti.

    CHINA

    “Condenados” por reivindicar JustiçaVergonha, dor e revolta marcam o quotidiano dos habitantes da “cidade dos peticionários”. Apesar de tudo, dizem confiar mais nos líderes de Pequim do que nas autoridades regionais, que acusam de perseguição

    Um conjunto de barra-cas forma, a mais de duas horas do centro de Pequim, a chamada “cida-de dos peticionários”, onde se concentram cidadãos que clamam por Justiça na China e fazem parte de uma “lista negra” que os impede de tra-balhar ou ter uma casa digna, salienta uma reportagem da agência EFE.

    Os peticionários são pes-soas com todo o tipo de queixas sobre temas civis (desde problemas ambien-tais a laborais, sociais ou de saúde), que consideram que as autoridades da sua loca-lidade não atenderam ade-quadamente as suas queixas e tentam levar o seu caso a instâncias mais altas. Muitos viajam até Pequim para ten-tar apresentar os seus proble-mas ao Governo central, uma prática inspirada na tradição imperial das audiências com os súbditos, mas que nas úl-timas décadas levou a milha-res de detenções para “evitar tumultos”.

    Juntamente com o mari-do, Wang, de 60 anos, vive num exíguo espaço de seis metros quadrados e esconde uma pequena latrina debaixo do colchão para emergências que, infelizmente, se multi-plicam no seu quotidiano. De resto, as alternativas são limitadas: sair para o des-campado para fazer as neces-sidades em frente aos vizi-nhos ou caminhar durante 20 minutos até à casa de banho pública mais próxima.

    “Saio para apanhar ver-duras pela rua, mas apenas quando anoitece. Sinto vergo-nha quando me vêem”, con-fessou à Agência EFE entre lágrimas, enquanto prepara-va alguma coisa para comer com os poucos alimentos que possui e recebia cidadãos que também moram no “povoa-do” e que ali se concentraram para contar as suas histórias.

    A história de Wang é a de

    uma economista-chefe de uma grande empresa que acabou por ser demitida com uma indemnização muito inferior à que tinha direito, de acordo com os anos em que exerceu aquelas funções. “Queriam culpar alguém. Tentei reivin-dicar por todos os meios e as únicas coisas que recebi fo-ram as torturas dos campos (prisões extrajudiciários) e a exclusão social”, recorda.

    Segundo a agência espa-nhola, tanto Wang como as restantes pessoas ali reunidas foram vítimas do mesmo pro-blema: a crescente corrupção nas suas cidades e a ausência de um sistema judiciário inde-pendente. Por isso, decidiram mudar-se para Pequim para apelar à intervenção do Go-verno, mas na capital dizem ter encontrado a repressão.

    Na maioria dos casos, os peticionários foram detidos nos recentemente abolidos “gulags” chineses por um pe-ríodo de até quatro anos sem serem sujeitos a julgamento. Quando saíram, perceberam que os seus nomes já estavam

    “manchados” para sempre. “Na minha carteira de iden-tidade colocaram que sou um doente mental, portanto nin-guém me contrata”, explicou Wang, ao mostrar à EFE um incontável número de cartas que escreveu ao Presidente da China, Xi Jinping, para pedir--lhe ajuda e que entregou ao Gabinete Estatal de Cartas e Petições, sem obter qualquer resposta.

    Igualmente “marcada”, Jia, de 55 anos, reconhece que sente-se nervosa sempre que um polícia se aproxima dela. “Eles detêm-nos, tanto que durante a cimeira de líderes do APEC (em Novembro) es-condi-me nas montanhas”, re-latou a mulher, num tom ner-voso que se elevava à medida que se esforçava para contar todos os detalhes sobre como lhe “batiam nos campos”.

    “Escreva tudo que você puder”, insistiu Jia à EFE, atenta a qualquer pessoa que pudesse aproximar-se e, even-tualmente, representar um perigo. Segundo contou, ven-dia gelados até ao dia em que

    foi espancada por membros da máfia que controlava as barracas de rua na sua cidade, por não acatar “ordens”. Jia, que acusa os tribunais de lhe terem virado as costas, sente hoje dificuldades em alugar um apartamento ou um quar-to numa pensão, por causa do seu novo registo de identida-de.

    “Os peticionários são como fantasmas que vagueiam (...) Uma vez marcados no siste-ma nacional, muitos dos seus direitos são vetados, se não todos, incluindo a oportuni-dade de ficar num hotel, con-seguir trabalho ou inclusive utilizar o Metro em Pequim”, explica Wendy Lin, investiga-dora da “Chinese Human Ri-ghts Defenders”.

    Acabam num lugar conhe-cido entre eles como “a cidade dos peticionários”, onde em cada casa estão bem vivas as memórias de algum tipo de tragédia e as violações de di-reitos humanos.

    De vez em quando, a polí-cia desloca-se àquele inóspito lugar - que apesar da pobreza

    das construções, é infestado de pequenas câmaras de vigi-lância - e realiza revistas sem qualquer tipo de ordem judi-cial, destaca a EFE. “Vivemos em expectativa”, declara Xia Guangquan, um homem de 48 anos, que aponta o dedo aos tribunais por terem rejei-tado aceitar o seu caso – ex-propriação de uma loja - por estar alegadamente relaciona-do com líderes locais.

    Homem alto e de aspecto forte, Xia desatou a chorar quando começou a contar o modo como uma decisão “de poderosos” lhe arruinou a vida, levando-o até a um “gu-lag”, quando decidiu reivin-dicar os seus direitos e, após as “torturas”, acabou por chegar à “cidade” que revela a outra face da Pequim dos arranha-céus.

    De acordo com alguns es-pecialistas, a nova reforma judicial impulsionada pelo Governo em Outubro ajudará a reduzir este tipo de situa-ções, com medidas que irão pressionar os tribunais locais a aceitar mais casos, incluin-do relacionados com as auto-ridades.

    As vítimas da persegui-ção confiam nos líderes de Pequim, mas não sabem se estes serão capazes de contro-lar um país tão grande. “Aqui em Pequim tudo é mais segu-ro, mas não em nossa casa. Ali nada é”, sublinha a anti-ga vendedora de sorvetes, ao mostrar à EFE uma mensa-gem que recebeu no telemó-vel: “Estamos a vigiá-los”.

    Em Março deste ano, o Governo chinês anunciou a proibição de “qualquer tipo de detenção” contra peticio-nários. Segundo uma circular do Conselho de Estado, o con-finamento ilegal ou indirecto de peticionários passou a ser “estritamente proibido”, e os altos responsáveis e autorida-des terão a responsabilidade de receber os peticionários e ouvir os seus casos.

  • Quarta-feira, 10 de Dezembro de 201414 JTM | ROTEIRO

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    THEATER VÁRIOSThe Hunger Games: Mocking Jay Part 1- 13:20 • 15:45 • 16:10 • 18:10 • 20:30 • 22:50 • 01:10

    THEATER VÁRIOSDumb and Dumber to- 16:10 • 17:00 • 01:10

    THEATER VÁRIOSDon’t Go Breaking My Heart 2 - 14:40 • 16:50 • 18:10• 19:00 • 21:10 • 23:20

    03:45TDM SPORT/ HD

    Manchester City vs Roma

  • JTM | DESPORTO 15 Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

    Chelsea derrotou o Sporting na primeira volta

    LIGA DOS CAMPEÕES

    Leão a um ponto dos “oitavos”Ao Sporting “basta” pontuar hoje no terreno do Chelsea para se apurar para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões de futebol, na derradeira partida do Grupo G

    • • • POLIDESPORTIVOUnited sobe a terceiro com “bis” de Van PersieO Manchester United subiu ao terceiro lugar da Liga inglesa de futebol, ao vencer no terreno do Southampton por 2-1, em parti-da de encerramento da 15.ª jornada da prova, com um “bis” do holandês Van Persie. José Fonte, titular pela equipa da casa, este-ve no primeiro golo dos visitantes, já que foi graças a um atraso defeituoso que o avançado do United abriu o marcador, aos 12 minutos. Graziano Pellè empatou o encontro aos 31, mas Van Per-sie “bisou” aos 71.

    Arsenal e Hull City reeditam final da TaçaJá é conhecido o resultado do sorteio da terceira eliminatória da Taça de Inglaterra, cujos jogos se realizam entre os dias 3 e 6 de Janeiro. O Chelsea vai receber o Watford, enquanto o Arsenal, de-tentor em título, tem encontro marcado com o Hull City, naquela que será a reedição da final da última época. O Manchester Uni-ted irá marcar presença com Accrington ou Yeovil, enquanto o City recebe o Sheffield Wednesday.

    Nacional vence Marítimo no fecho da jornada O Nacional venceu o Marítimo, por 3-0, no encontro que encerrou a 12ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, e subiu ao 12º lu-gar da tabela classificativa. Willyan inaugurou o marcador aos 53 minutos e Marco Matias bisou aos 74 e 86, o primeiro de grande penalidade.

    Platini recusa subornos na votação para Mundiais O presidente da UEFA, Michel Platini, garantiu que não recebeu qualquer tipo de suborno nas votações para a atribuição dos Mun-diais de futebol de 2018 à Rússia e de 2022 ao Qatar. “Estou mais do que ‘branco’ [inocente], não recebi nenhum Picasso, nem lin-gotes, nem petróleo, nem gás”, referiu o francês, em declarações à rádio francesa Europe 1. O antigo futebolista defendeu que, “se houver provas de corrupção, deverá haver uma nova votação”.

    A equipa inglesa já ga-rantiu a qualificação e o primeiro lugar do agru-pamento, cenário que poderá ser vantajoso para os “leões”, na medida em que os “blues” poderão poupar elementos im-portantes na partida disputada em Londres.

    Com a continuidade nas competições europeias assegu-radas, o Sporting até pode apu-rar-se com uma derrota, desde que o Schalke 04 não vença na visita ao terreno do Maribor.

    Os “leões” chegam a este encontro após um triunfo so-bre o Boavista por 3-1, enquan-to o Chelsea interrompeu uma série de 23 jogos sem derrotas, ao perder no terreno do New-castle (2-1).

    Carta fora do baralho para esta partida é Nani, um dos jogadores em destaque não só no Sporting, como também na edição deste ano da “Cham-pions”. O internacional leo-nino lesionou-se na passada sexta-feira, no Bessa, frente ao Boavista, no jogo que abriu a 12.ª jornada, e não deverá jogar mais este ano.

    Já apurado e com o primei-

    ro lugar tam