Post on 03-Oct-2018
Conceito básicos e cadeia epidemiológica de transmissão de infecção.
Juliana Arruda de Matos Doutora em infectologia pela UFRJ
Médica infectologista do HUCFF – UFRJ
Chefe substituta da Área de Infecção Hospitalar do INTO-MS
Infecções relacionadas a assistencia a saúde (IRAS): Impacto –Individual e Coletivo
Dor, seqüelas, reabilitação...
Exames clínicos, laboratoriais e de imagem
Tratamento Clínico Cirúrgico
Custo
Óbito
Fonte: MBA em gestão hospitalar e controle de infecção - FAMESP
Infecção primária de corrente sanguínea relacionada a cateter venoso profundo (ICS-CVC)
• 12 milhões de CVC-dias nos CTIs dos EUA/ano
• 41.000 ICS-CVC por ano (hospitalar)
• 18.000 ICS-CVC por ano (CTIs)
• Aumento no tempo de permanência e morbidade (independente)
• Custo (2007): $7.000 to $29.000 por episódio
Fonte: CDC – consulta em 07/04/2013
Controle de IRAS
• A maior parte das IRAS são preveníveis • As medidas devem ser individualizadas e
baseadas no resultado da vigilância • Foco na transmissão e fatores do hospedeiro
– Medidas de barreira – Higiene – Redução de procedimentos invasivos – Redução de tempo de hospitalização
• Pactuação com equipe assistente é essencial para o sucesso
Roteiro
• Tipos de relação entre homem e microorganismos
• Definição de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS)
• Diferenças entre infecção comunitária e IRAS
• Cadeia epidemiológica das infecções
Relação homem e microorganismos
• Contaminação ou colonização transitória: – presença de um microrganismo sobre a superfície epitelial
sem invasão tecidual, reação fisiológica e dependência metabólica com o hospedeiro
• Colonização: – relação de dependência metabólica com o hospedeiro e
formação de colônias, mas sem expressão clínica e reação imunológica.
• Infecção: – parasitismo (interação metabólica) e reação do hospedeiro
(inflamação e imunidade) e quando manifestada clinicamente é chamada de doença infecciosa.
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/CIHCadernoA.pdf
Infecção comunitária
• Infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital.
– Complicações ou extensão da infecção já presente na admissão
• Exceção: troca de microrganismo ou nova infecção
– Infecção em recém-nascido por via transplacentária (ex: Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS) ou associadas com bolsa rota superior a 24 horas.
Portaria MS 2.616 / 98
Infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS)
• Infecção relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. – Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada
infecção comunitária for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente.
– Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo: 72h após a admissão.
– Quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos e/ou terapêuticos.
– Infecções no recém-nascido, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 horas.
Portaria MS 2.616 / 98
Exemplos
• Criança evolui com quadro de varicela no 10º dia de internação hospitalar
• Homem evolui com infecção de ferida operatória no 7º dia de pós-op, já em casa
• Mulher com dengue, evolui com bacteremia no D2 de internação na emergência durante etapa de manutenção pós expansão volêmica com cristalóides IV
Exemplos
• Criança evolui com quadro de varicela no 10º dia de internação hospitalar
• Homem evolui com infecção de ferida operatória no 7º dia de pós-op, já em casa
• Mulher com dengue, evolui com bacteremia no D2 de internação na emergência durante etapa de manutenção pós expansão volêmica com cristalóides IV
Comunitária
IRAS
IRAS
Cadeia epidemiológica das infecções
Agente etiológico
Reservatório e fonte
Vias de eliminação
Vias de transmissão
Penetração
Hospedeiro susceptível
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/CIHCadernoA.pdf
Agente infectante
– Geralmente os agentes de IRAS originam-se da
própria microbiota humana, pela ruptura de seu
equilíbrio com o hospedeiro (autógena);
• Colonização precede infecção
– Na microbiota normal, uma população controla o
crescimento da outra e também dificulta a invasão
de MO exógenos (ex: o uso de antimicrobianos
favorece colite pseudomembranosa e candidose)
Reservatório e fonte
– Reservatório: local onde o microrganismo habita. Ex: sistema de água quente: Legionella • Nas IRAS o paciente é o principal reservatório
– Fonte: objeto inanimado ou animado que transporta o agente infeccioso. Ex: mãos da equipe de saúde
• Situação: O umidificador em uma epidemia de pneumonia pode ser a fonte de uma infecção por P. aeruginosa que habita a caixa d'água do hospital (reservatório)
Vias de eliminação e transmissão
• Vias de eliminação – porta de saída de microrganismos – Secreções, sangue, excretas
• Vias de transmissão – Modo pelo qual um agente pode disseminar-se para
um novo hospedeiro. • Direta
– imediata: sem exposição do agente ao meio exterior. Ex: respiração boca-a-boca
– mediata: exposição sem alteração do material infectante. Ex: gotículas respiratórias
• Aérea: aerossóis (Ex: tuberculose, Legionella) ou suspensão de material infectante ressecado (Ex: agitar lençois).
• Indireta: vetores (animais) e veículos (objetos inanimados)
Penetração
– Pele íntegra: boa resistência à penetração de agentes. Punções, queimaduras, incisões e traumas favorecem a penetração de agentes
– Mucosas colonizadas: apresentam resistência intermediária à penetração de agentes
– Tecidos estéreis: são os mais susceptíveis ao desenvolvimento de infecções
Classificação de artigos
Artigos Tecidos Reprocessamento
Críticos Estéreis Esterilização
Semi-críticos Mucosas colonizadas Desinfecção
Não críticos Pele íntegra Limpeza
Fonte: MBA em gestão hospitalar e controle de infecção - FAMESP
Hospedeiro susceptível
– patologia de base • afetar a integridade epitelial (escara de decúbito)
• afetar os mecanismos de defesa (desnutrição, AIDS)
– procedimento invasivo • rompe a integridade
• efeito corpo estranho
• veicula microrganismos na sua introdução ou permanência (luz ou superfície externa)
• Biofilme
– alterações da microbiota • pressão seletiva dos antimicrobianos
Diferenças entre infecção comunitária e IRAS
DOENÇA
INFECCÃO
COMUNITÁRIA
SÍNDROME
INFECÇÃO
HOSPITALAR
ORIGEM EXÓGENA ENDÓGENA
SAZONALIDADE PODE NÃO
ETIOLOGIA ESPECÍFICA INESPECÍFICA
PATOGENIA AGENTE HOSPEDEIRO
CLÍNICA ESPECÍFICA INESPECÍFICA
IMUNIDADE PODE NÃO
Fonte: MBA em gestão hospitalar e controle de infecção - FAMESP
Infecção metastática vs. superinfecção
Classificação Nova
topografia
Novo agente Infecção
hospitalar
Infecção
metastática
Sim Não Foco primário:
acesso vascular
Superinfecção Não Sim Piora clínica ou
da semiologia
Fonte: MBA em gestão hospitalar e controle de infecção - FAMESP
Cadeia epidemiológica das IRAS
Agente etiológico:
Bactérias, fungos, etc.
Reservatório e fonte:
Pessoas, equipamentos,
água
Vias de eliminação:
Excreções,secre-ções, gotículas,
pele.
Vias de transmissão:
Direta, indireta, aérea
Penetração:
Pele, mucosa, TGI, TGU, TR
Hospedeiro susceptível:
Críticos, neonato, DM,
etc.
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/CIHCadernoA.pdf
Medidas de controle
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/CIHCadernoA.pdf
Saúde ocupacional Higiene do ambiente
Desinfeccao e esterilização Qualidade da
agua
Agente etiológico:
Bactérias, fungos, etc.
Reservatório e fonte:
Pessoas, equipamentos,
água
Vias de eliminação:
Excreções,secre-ções, gotículas,
pele.
Vias de transmissão:
Direta, indireta, aérea
Penetração:
Pele, mucosa, TGI, TGU, TR
Hospedeiro susceptível:
Críticos, neonato, DM,
etc.
Manejo seguro de enxoval e
resíduos Curativos
Medidas de precaução
Higiene das mãos Qualidade da
comida
Manejo seguro de dispositivos invasivos
Assepsia Medidas de precaução
Tratamento e procedimentos Localização do
paciente
Detecção precoce de agentes de
importância clinica
Controle de antimicrobianos
Medidas de controle
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/CIHCadernoA.pdf
Saúde ocupacional Higiene do ambiente
Desinfeccao e esterilização Qualidade da
agua
Agente etiológico:
Bactérias, fungos, etc.
Reservatório e fonte:
Pessoas, equipamentos,
água
Vias de eliminação:
Excreções,secre-ções, gotículas,
pele.
Vias de transmissão:
Direta, indireta, aérea
Penetração:
Pele, mucosa, TGI, TGU, TR
Hospedeiro susceptível:
Críticos, neonato, DM,
etc.
Manejo seguro de enxoval e
resíduos Curativos
Medidas de precaução
Higiene das mãos Qualidade da
comida
Manejo seguro de dispositivos invasivos
Assepsia Medidas de precaução
Tratamento e procedimentos Localização do
paciente
Detecção precoce de agentes de
importância clinica
Controle de antimicrobianos