Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação

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WEB SEMÂNTICA E AS NOVAS FORMAS DE

DESCRIÇÃO

Camila Ribeiro

Marcos Luiz MucheroniEscola de Comunicações e Artes

Universidade de São Paulo

Introdução

• Renascimento Informacional (FREIRE, 2007)

• Brasil 8º maior público da Internet (COMSCORE, 2011)

• Acúmulo exacerbado de informação (MOUTINHO, 2011)

• Representações da informação: evolução.

Introdução

• A internet dominando o campo de trabalho da documentação (POMBO, 1998).

• Crescente atenção no que diz respeito ao excesso de informação disseminada no contexto da Web (SOERGEL, 1999).

• Com a Internet, o problema da recuperação da informação ganha novas dimensões e complexidade (MARCONDES e SAYÃO, 2002).

Recuperação de informações textuais na internet (...) mais difícil pelo volume informacional, enquanto as informações digitais em formatos não textuais, como imagens, vídeos, músicas, não possuem ainda técnicas sedimentadas, ainda que esforços de desenvolvimento tecnológico nesse sentido estejam sendo empreendidos (GALDO; VIEIRA; RODRIGUES, 2009).

Vantagens do avanço das tecnologias de informação e da internet:•interatividade, hipertextualidade e hipermediação, integração em diversos níveis e facilidade de acesso gerando canais formais e informais de comunicação, introduzindo inovações no que diz respeito à interação no processo de construção do conhecimento;•Desvantagens: dificuldades quanto a representação, o armazenamento confiável e a busca pelos usuários.

Representação da Informação na Web: Análise dos Formatos de Metadados

Existentes.

Os modelos e formatos para representação de metadados existentes como o Dublin Core, MARC (Machine-Readable Cataloging), RDA (Resource Description and Access), FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records) entre outros, se mostraram insuficientes e incompatíveis (SIQUEIRA; SILVA, 2010, p. 1).

FRBR

Proposta dos FRBR:

•Primeiro, fornecer um quadro estruturado, claramente definido, para relacionar dados registrados em registros bibliográficos às necessidades dos usuários destes registros. •Segundo, recomendar um nível básico de funcionalidade para registros criados por entidades bibliográficas nacionais (IFLA, 1998).

Inovação do FRBR: catálogos em linha, baseados no modelo FRBR, possam mostrar as relações bibliográficas de maneira clara e útil ao usuário. Desse modo, o usuário poderá navegar em "espaços" de informações complexos, através das relações (BEACOM, 2003).

Porém, FRBR é inapropriado para uso na representação da informação na web (RENEAR, 2009).

Dublin Core

Campos de preenchimento simples, o que facilita a padronização na utilização de recursos e tratamento da informação pelos próprios criadores de páginas web (catalogadores leigos), possibilitando uma pré-classificação destas páginas, o que facilitaria a indexação das mesmas pelas bases de dados (DZIEKANIAK, KIRINUS, 2004).

Cada formato ou padrão de metadados fornece um tipo de representação, e a tendência dos formatos de metadados é a coexistência (SANTOS, ALVES, 2009).

Uma melhor estruturação dos dados representados na Web visando uma recuperação mais eficiente é a proposta da Web Semântica.

Web Semântica

Concebido como um conjunto de tecnologias relacionadas.

Ano de 2000 o W3C, seu maior expoente Tim Berners-Lee.  A Web Semântica propõe estruturar e contextualizar semanticamente os dados representados no intuito de eliminar ou diminuir os problemas de recuperação (BERNERS-LEE; HENDLER; LASSILA, 2001).

No contexto da Web Semântica, metadados significam informações compreensíveis por máquinas sobre recursos da web ou outros objetos (BERNERS-LEE, 1998). Esquemas de metadados formam uma boa base para proporcionar um entendimento semântico comum. Entretanto, para permitir que máquinas utilizem metadados para auxiliar humanos no uso dos recursos descritos, técnicas de Inteligência Artificial são necessárias (ROCHA, 2004, p. 117).

RDF

O W3C recomenda para a confecção das páginas da Web Semântica o RDF (Resource Description Framework).

Estabelece um padrão de metadados para ser embutido na codificação XML, e sua implementação é exemplificada pelo RDF Schema, que faz parte da especificação do padrão (SOUZA, ALVARENGA, 2004, p. 136).

Desafios da Web Semântica

• Metadados;

• Linguagem de marcação XML (eXtensible Markup Language);

• Arquitetura de metadados;

• Ontologias;

• Agentes inteligentes.(JORENTE; SANTOS; VIDOTTI, 2009, p. 18-9).

Conslusões Parciais

• A tendência dos formatos de metadados é a coexistência.

• A realidade da Web incorporando formatos de vídeos, imagens e sons, necessita de cuidados especiais e da definição de formatos descritivos para ela considerando os avanços da Web Semântica são imperativos.

ReferênciasBEACOM, M. The once & future catalog: the FRBR model, users and catalogs.

BERNERS-LEE, T.; HENDLER, J.; LASSILA, O. The semantic web: a new form of web content that is meaningful to computers will unleash a revolution of new possibilities. Scientific American, New York, 2001.

COMSCORE. The Brazilian online audience. Fevereiro, 2011.

DZIEKANIAK, G.A.; KIRINUS, J.B. Web semântica. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibli., Florianópolis, n.18,2004.

FREIRE, G.H.A. A comunicação científica na ordem do dia. Inf. & Soc.: João Pes., v.17, n.1, jan./abr., 2007.

GALDO, A.; VIEIRA, A.F.G.; RODRIGUES, R.S. Classificação social da informação na web: tecnologia, informação e gente. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v.10  n.8. Dez, 2009.

JORENTE, M.J.V.; SANTOS, P.L.A.C.; VIDOTTI, S.A.B. Quando as Webs se encontram... Inf. Inf., P.R., 2009.

MARCONDES, C.H.; SAYÃO, L.F. Documentos digitais e novas formas de cooperação entre sistemas de informação em C&T. Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 3, p. 42-54, set./dez. 2002.

MOUTINHO, S. Quanta informação há no mundo? Noticias. Ciência Hoje, fevereiro, 2011.

POMBO, O. Da classificação dos seres à classificação dos saberes. Leituras, Lisboa. nº 2, 1998. p. 19-33.

ROCHA, R.P. Metadados, Web Semântica, categorização automática: combinando esforços humanos e computacionais para a descoberta e uso dos recursos da web. Em Questão, POA, v. 10, n. 1, jan./jun. 2004.

SOERGEL, D. The rise of ontologies or the reinvention of classification. Journal of the American Society for Information Science. October 1999; v. 50, issus 12, p. 1119-1120.

RENEAR, A. Is an XML document a FRBR Manifestation or a FRBR Expression? both, because FRBR Entities are not types, but roles. In: EXTREME MARKUPLANGUAGES, 2006. Proceedings. Montreal, 2006.

SANTOS, P.L.V.A.C.; ALVES, R.C.V. Metadados e Web Semântica para estruturação da Web 2.0 e Web 3.0. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v.10  n.6  dez, 2009.

SIQUEIRA, I.C.P; SILVA, J.F.M. Metadados: o fio de Ariadne ou a coragem de Teseu? No pelo.

SOUZA, R.R.; ALVARENGA, L.A Web Semântica e suas contribuições para a ciência da informação. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 1, jan./abril 2004.