Post on 17-Jun-2020
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COORDENAÇÃO GERAL
Profª Drª Ana Carolina Borges Lins e Silva.
COMISSÃO DE EDITORAÇÃO
Felipe Tavares Lima
Gilzete Reis da Silva
Gustavo Henrique Aires Albuquerque
Victor Sacramento Dias
Ana Carolina Borges Lins e Silva
COMISSÃO ORGANIZADORA
Ana Carolina Borges Lins e Silva
Daniel José Viana Mota
Felipe Tavares Lima
Gilzete Reis da Silva
Gustavo Henrique Aires Albuquerque
Ingrid Fontes Rodrigues da Silva
Jenyffer da Silva Gomes Santos
Katharina Siqueira Nino
Larissa Tainã Ferreira Conceição
Margaret Thatcher Barros Santiago
Mirthes Ferreira de Albuquerque
Reginaldo Augusto Farias de Gusmão
Sidney Marcelo Victor de Andrade
Victor Sacramento Dias
RECIFE
2017
3
APRESENTAÇÃO
O Brasil é um país de proporções continentais, o que lhe confere uma das
maiores biodiversidades do mundo. Sua extensão territorial permite abrigar
diversos biomas. Ao longo do tempo, esses biomas sofreram, e ainda
sofrem, explorações desenfreadas, o que causa grandes danos aos
ecossistemas, alguns até irreversíveis. A exploração, quando não atende aos
preceitos de sustentabilidade, gera para a humanidade o risco de ser vítima
da sua própria capacidade destrutiva. Tendo em vista essa problemática, o
III Simpósio Pernambucano de Ecologia tem como tema “Biomas do
Nordeste: Em Busca de Práticas Sustentáveis”. Entendemos que somente
por meio do entendimento dos padrões e processos ecológicos nos diversos
biomas será possível estimular a responsabilidade ambiental e social, e a
adoção de práticas de conservação e uso sustentável dos biomas brasileiros,
em especial na região Nordeste. Este livro tem a função de compilar as
produções acadêmicas submetidas e apresentadas na forma de resumo
simples no III Simpósio Pernambucano de Ecologia, realizado na
Universidade Federal Rural de Pernambuco, em março de 2017.
Desejamos a todos uma boa leitura!
Ana Carolina Borges Lins e Silva
Comissão Organizadora
4
SUMÁRIO
Ecologia Humana
1. CENÁRIO FINANCEIRO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
FEDERAIS DA CAATINGA............................................................................ 10
2. DIAGNÓSTICO DAS DOAÇÕES DE MUDAS FLORESTAIS REALIZADAS
PELO JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE....................................................... 11
3. O FUTURO DA ICTIOFAUNA DO RIO DOCE: PERSPECTIVA DOS
PESCADORES SOBRE A PASSAGEM DE REJEITOS DE MINÉRIO DA
BARRAGEM DE FUNDÃO, MARIANA,
MG...................................................................................................................... 12
4. RESÍDUOS SÓLIDOS E INCIDÊNCIA DE MOSQUITOS VETORES DE
DOENÇAS NO COMPLEXO MILITAR DO CURADO –
PE........................................................................................................................ 13
5. UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES AGENTES QUIMICOS VISANDO A
PRODUÇÃO DE ASTAXANTINA EM
MICROALGA.................................................................................................... 14
Ecologia Límnica
1. SEGREGAÇÃO DA BIOMASSA DA MICROALGA Artrospira platensis
(Gomont), EMPREGANDO-SE DIFERENTES AGENTES FLOCULANTES A
UMA MESMA CONCENTRAÇÃO
MOLAR.............................................................................................................. 16
Ecologia Marinha
1. ASPECTOS ECOLÓGICOS DO CARANGUEJO-UÇÁ Ucides cordatus (L.
1763) (DECAPODA, BRACHYURA) NO MANGUEZAL DE VÁRZEA DO
UNA - NORDESTE DO BRASIL............................................................... 18
2. ANALISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DOS ENCALHES DE
Lepidochelys olivacea (ESCHSCHOLTZ, 1829) NO LITORAL SUL DE
PERNAMBUCO, BRASIL................................................................................ 19
5
3. CARANGUEJOS-ERMITÕES (CRUSTACEA, ANOMURA) DE
ITAMARACÁ (PE, BRASIL): ETOGRAMA, DISPUTA E PREFERÊNCIA
POR CONCHAS................................................................................................ 20
4. DENSIDADE POPULACIONAL DE Emerita Brasiliensis NAS PRAIAS DE
BOA VIAGEM E PIEDADE- RECIFE E JABOATÃO DOS GUARARAPES
(PE)..................................................................................................................... 21
5. MACROALGAS MARINHAS EPILÍITICAS E EPÍIFITAS OCORRENTES
EM AMBIENTE RECIFAL DA PRAIA DE GAIBU – CABO
/PERNAMBUCO............................................................................................... 22
6. RELAÇÃO PESO-COMPRIMENTO DA PIRAÚNA Cephalopholis fulva
(Linnaeus, 1758) CAPTURADA NA ILHA DE ITAMARACÁ – PE –
BRASIL.............................................................................................................. 23
Ecologia Terrestre
1. A TEORIA DOS REDUTOS E A CAATINGA FLUMINENSE....................... 25
2. ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE MINAS NA SUPERFÍCIE FOLIAR EM
Justicia strobilacea (ACANTHACEAE) NO PARQUE DOIS IRMÃOS,
RECIFE-PE....................................................................................... 26
3. ANÁLISE DE PARCIMÔNIA DE ENDEMISMO E OS EFEITOS DO CURSO
DOS RIOS NA DISTRIBUIÇÃO DE PRIMATAS NÃO HUMANOS NA
FLORESTA AMAZÔNICA, AMÉRICA DO SUL............................................ 27
4. ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO NINFAL DE GAFANHOTOS
(Tropidacris collaris) DE ACORDO COM
ALIMENTAÇÃO............................................................................................... 28
5. AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO LÍQUEN Cladonia verticillaris QUANDO
EXPOSTO A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES NA MISTURA DE DIESEL
COM BIODIESEL............................................................................................. 29
6. AVALIAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO DA PRAÇA COMPOSITOR ANTÔNIO
MARIA, BAIRRO DE SANTANA, RECIFE –
PERNAMBUCO................................................................................................ 30
7. CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM
FRAGMENTO DE FLORESTA SECUNDÁRIA COM 16 ANOS DE
6
REGENERAÇÃO.............................................................................................. 31
8. CICLAGEM DE NUTRIENTES PELO LÍQUEN Cladonia substellata EM
ÁREAS DEGRADADAS NA MATA ATLÂNTICA NORDESTINA............... 32
9. CLIMA ATUAL E DO QUATERNÁRIO COMO CONDUTORES DA
DIVERSIDADE BETA FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE ARANHAS AO
LONGO DO GRADIENTE
LATITUDINAL.................................................................................................. 33
10. COMPORTAMENTO DAS TEMPERATURAS EM ÁREAS URBANA E DE
FLORESTA AO LONGO DE 24H NO MUNICÍPIO DO RECIFE.................. 34
11. COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO ESTRATO HERBÁCEO AO LONGO DE
UMA CRONOSSEQUÊNCIA NA FLORESTA ATLÂNTICA
NORDESTINA....................................................................................................35
12. DINÂMICA DA SECREÇÃO DE NÉCTAR EXTRAFLORAL DE Pityrocarpa
moniliformis (BENTH). LUCKOW & R. W. JOBSON (FABACEAE) NA
CAATINGA........................................................................................................ 36
13. EFEITO DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (IBA) NO ENRAIZAMENTO IN
VITRO DE Crataeva tapia L.
(TRAPIÁ)........................................................................................................... 37
14. FENOLOGIA DE Artocarpus heterophyllus Lam.,
Moraceae............................................................................................................ 38
15. INFLUÊNCIA ANTRÓPICA SOBRE COMUNIDADE DE AVIFAUNA EM
FRAGMENTO DE CAATINGA,
RIACHUELO/RN.............................................................................................. 39
16. LEVANTAMENTO FLORISTICO EM UM MANGUEZAL, EM ROTEIRO,
LITORAL SUL DE
ALAGOAS......................................................................................................... 40
17. LIQUEN EMDÊMICO DO BRASIL EM BIOMA CAATINGA E MATA
ATLÂNTICA: ANÁLISE DE PARÂMETROS
FISIOLÓGICOS................................................................................................. 41
18. PROTEÇÃO ANTI-HERBIVORIA DE PLANTAS COM NECTARIOS
7
EXTRAFLORAIS NA CAATINGA É MEDIADA POR ATRIBUTOS DAS
FORMIGAS E DAS PLANTAS........................................................................ 42
19. REDUÇÃO NA ESCALA ESPACIAL DO IMPACTO
HUMANO.......................................................................................................... 43
20. REGENERAÇÃO NA CAATINGA AO LONGO DE UMA
CRONOSSEQUÊNCIA..................................................................................... 44
21. REGENERAÇÃO NATURAL NA TRILHA GUIADA DO FRAGMENTO DE
MATA ATLÂNTICA DO JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE,
PERNAMBUCO................................................................................................ 45
22. SELEÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA USO EM TELHADOS
VERDES............................................................................................................. 46
23. USO DA TÉCNICA DE CLORETO DE FERRO III PARA QUANTIFICAÇÃO
DAS SUBSTÂNCIAS LIQUÊNICAS PERCOLADAS PARA SOLOS
SALINIZADOS.................................................................................................. 47
24. CERA EPICUTICULAR DE Terminalia Catappa L. COMO
BIOINDICADORA DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA.....................................48
Educação Ambiental
1. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA A PRESERVAÇÃO DO RIO
BEBERIBE NA COMUNIDADE DO VASCO DA GAMA, RECIFE-
PE....................................................................................................................... 50
2. A UTILIZAÇÃO DE MATERIAL RECICLADO NA CONFECÇÃO DE
OBJETOS ORNAMENTAIS PARA ÁREA DE CONVIVENCIA
ESCOLAR.......................................................................................................... 51
3. ATIVIDADES EDUCATIVAS PARA PRESERVAÇÃO DOS MANGUEZAIS
EM MARACAÍPE, IPOJUCA-PE..................................................................... 52
4. CONCEPÇÕES DE PEIXES SOB O PONTO DE VISTA DOS ESTUDANTES
DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA DO
MUNICÍPIO DE RECIFE – PE......................................................................... 53
5. ECOLOGIA DE SABERES: IMPLANTAÇÃO DE AGROFLORESTA NO
8
COLETIVO AIMIRIM....................................................................................... 54
6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL, CIDADANIA E LAZER O CASO DA ESCOLA
PÚBLICA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS................................................ 55
7. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA SALA DE
AULA E O APRENDIZADO COM OS JOGOS
LÚDICOS........................................................................................................... 56
8. PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE O
ENSINO DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL..................................................................................................... 57
9. SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS E
RECURSOS NATURAIS NO ENSINO
FUNDAMENTAL.............................................................................................. 58
9
10
CENÁRIO FINANCEIRO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS
DA CAATINGA
Rhaldney Felipe de Santana¹; Enrico Bernard²
1Graduando em Bacharelado em Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais. 2Docente orientador da UFPE.
O bioma Caatinga tem cerca de 844.000 Km², possui uma vasta biodiversidade, e é considerado
uma das mais ricas florestas secas do mundo. Este ambiente experimenta a pressão de uma
população de cerca de 27 milhões de pessoas que vivem e utilizam seus recursos naturais.
Frente a esta forte pressão, a Caatinga conta com uma das menores áreas protegidas do país e
cerca de 1% de sua área goza de proteção integral na forma de parques e reservas. Para serem
efetivas, estas áreas protegidas precisam dispor de recursos financeiros e estes devem ser
corretamente aplicados para o objetivo maior de proteger a biodiversidade. Este estudo avaliou a
disponibilidade e aplicação do orçamento em 24 unidades de conservação (UC) federais da
Caatinga entre 2008 e 2012. Dos R$ 119.238.559,64 disponibilizados no período, 83% foram
gastos com regularização fundiária em somente duas UCs. Do montante restante (R$
20.219.314,55) 62% foram gastos com vigilância patrimonial ostensiva em 16 UCs, i.e., a
vigilância e guarda dos escritórios e seus bens. Esta análise indica que, excluindo-se a
regularização fundiária em duas UCs, o maior “investimento” do governo federal nas UCs da
Caatinga não é efetivamente gasto com a proteção da biodiversidade em si, mas sim com a
guarda de bens imóveis e equipamentos. Tal constatação ajuda a entender porque as UCs
federais da Caatinga encontram-se em situação preocupante quanto ao seu potencial efetivo de
proteção da biodiversidade deste bioma. Para que estas UCs cumpram o seu papel efetivo, o
governo federal deve rever o orçamento disponibilizado para estas áreas, mas tão ou mais
importante, deve rever seus gastos e prioridades orçamentárias.
Palavras-chave: unidades de conservação, orçamento, Caatinga.
11
DIAGNÓSTICO DAS DOAÇÕES DE MUDAS FLORESTAIS REALIZADAS
PELO JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE
Fernanda Vanilly de Lira Paulo1, Claudio Brito Coêlho1, Bruno Leal Viana2
1Bolsista FACEPE - Graduando em Engenharia Florestal da UFRPE 2Jardim Botânico do Recife - Engenheiro Agrônomo
Nos últimos anos o Jardim Botânico do Recife (JBR) tem atuado como mais uma instituição de
apoio à arborização da cidade do Recife, desenvolvendo pesquisas e produzindo mudas para fins
de doação, além de fornecer apoio técnico e incentivos relacionados ao plantio de espécies
florestais nativas para escolas, hospitais, calçadas, praças públicas e centros militares, visando
sempre o incentivo à introdução de espécies arbóreas nativas para compor a arborização no
município. Este trabalho teve como objetivo realizar o diagnóstico das doações de mudas
realizadas pelo viveiro florestal do JBR, no período de janeiro de 2015 à junho de 2016. Para tal
foi registrado o número de mudas doadas por mês e por espécie, além da diversidade de
espécies e a destinação final das mudas doadas. Durante o período avaliado foram doadas 771
mudas pertencentes a 19 espécies florestais, sendo mais procuradas as espécies pau-brasil
(Caesalpinia echinata) e ipê- roxo (Handroanthus impetiginosus, onde foram doadas 237 e 189
mudas dessas espécies, respectivamente. A maior procura por essas espécies se deve
possivelmente pelos seus valores histórico/culturais e paisagísticos, respectivamente, além de
serem espécies nativas comumente recomendadas por promoverem formato de copa bem
definido, sombra abundante e flores vistosas. A maior quantidade de mudas doadas foi nos
meses de junho (260), setembro (98) e novembro (98) de 2015. Apesar do junho de 2015 ter
apresentado uma alta quantidade de indivíduos doados, essas doações foram para um número
reduzido de pessoas, havendo uma única doação de apenas quatro espécies, enquanto que nos
meses de setembro e novembro de 2015 foram efetuadas doações para nove e oito requerentes
distintos, contemplando sete e nove espécies, respectivamente, ocorrendo portanto doações mais
bem distribuídas, considerando a quantidade de donatários e a diversidade de espécies doadas.
Em relação à destinação final das mudas, a maior procura foi para arborização urbana (487),
seguida de plantios em áreas livres disponíveis (201) e reflorestamento (83). Essa maior procura
de mudas destinada à arborização urbana se deve possivelmente em função dos requerentes.
Palavras-chave: arborização urbana, espécies nativas, viveiro florestal
12
O FUTURO DA ICTIOFAUNA DO RIO DOCE: PERSPECTIVA DOS
PESCADORES SOBRE A PASSAGEM DE REJEITOS DE MINÉRIO DA
BARRAGEM DE FUNDÃO, MARIANA, MG
Fabrício Ângelo Gabriel1; Ítala Gabriela Sobral dos Santos2; Emmanuelle Maria Gonçalves
Lorena3; Ana Paula Xavier de Gondra Bezerra4, Alex Souza Moraes5 1,2,3,4Mestrandos em Engenharia Ambiental (PPEAMB/UFRPE)
5Professor Adjunto da UFRPE/UACSA
A bacia do rio Doce abrange dois Estados brasileiros da região Sudeste, Minas Gerais e Espírito
Santo, representa a mais importante bacia hidrográfica totalmente incluída nesta região,
compreendendo aproximadamente 83.400 km² de área de drenagem. Com importância
significativa para as regiões que o cercam, o rio Doce sustenta cidades com a oferta de peixes e
água para subsistência da sociedade e economia local. No entanto, essas funções foram alteradas
pelo desastre ambiental de grande proporção que ocorreu em novembro de 2015. O rompimento
de uma barragem de rejeitos operada pela mineradora Samarco invadiu o rio Doce provocando
morte de espécies de animais aquáticos e terrestres, além da impossibilidade de utilização da
água para atividades humanas devido a contaminação advinda do aporte de rejeitos da
barragem. O presente trabalho teve por finalidade identificar as alterações provocadas pela
passagem de rejeitos na ictiofauna do rio Doce no município de Colatina - ES, assim como
analisar os efeitos em curto e longo prazo. Os dados coletados foram através de entrevistas
individuais com pescadores utilizando questionários semiestruturados aplicados in loco como
instrumento de pesquisa. Foram 27 pescadores entrevistados, sendo sua maioria do sexo
masculino (89%) e com idade média de 43 anos. Os entrevistados mencionaram a existência na
ictiofauna local de 13 espécies pertencentes a sete famílias, sendo Centropomus parallelus e
Prochilodus lineatus as mais citadas pelos pescadores. Foi mencionado que a quantidade de
indivíduos de peixes diminuiu muito com a passagem de rejeitos, tendo maior destaque a
espécie P. lineatus, assim como o desaparecimento de algumas espécies como, por exemplo,
Hypostomus affinis. Dentre as espécies mencionadas, foram identificadas espécies nativas
(31%) como P. lineatus, H. affinise e Rhamdia quelen; exóticas (23%), Cichla ocellaris,
Salminus maxillosus e Pseudoplatystoma corruscans, e ameaçadas de extinção (23%), C.
parallelus, Steindachneridion amblyurum e Brycon opalinus. Dentre os impactos causados, o
assoreamento e a redução da qualidade da água foram os mais citados pelos pescadores que
influenciaram direta e indiretamente na diversidade e abundância da ictiofauna. Comentaram a
necessidade do restabelecimento do rio e do estoque pesqueiro para retomada de suas atividades
econômicas, destacando a necessidade do poder público atuar na manutenção e monitoramento
do rio. Deste modo, ficou evidente que a ictiofauna do rio Doce, com alterações provocadas pela
passagem de rejeitos, tornou-se sensível e que planos de manejo e estudos populacionais
específicos devem ser aplicados para a conservação das espécies que ainda resistem aos efeitos
deste desastre.
Palavras-chaves: impacto ambiental, desastre ambiental, Samarco
13
RESÍDUOS SÓLIDOS E INCIDÊNCIA DE MOSQUITOS VETORES DE
DOENÇAS NO COMPLEXO MILITAR DO CURADO – PE
Regilene Cristina dos Santos¹; Renata Carolina Maria da Cruz²; Larissa Maria Rabelo dos
Anjos²; Niely Priscila Correia da Silva²; Aldenir de Oliveira Alves³ 1Bacharel em Ciências Biológicas (FAFIRE); ²Estudantes de Bacharelado em Ciências
Biológicas (UFRPE); ³Professora orientadora (FAFIRE)
Os insetos são considerados bons indicadores dos níveis de impacto ambiental, devido a
sua grande diversidade de espécies e habitat, além da sua importância nos processos biológicos
dos ecossistemas naturais. No entanto, alguns destes insetos carregam vírus, bactérias ou outros
parasitas sem se prejudicarem, servindo como transmissores de inúmeras doenças a outros seres.
Existem poucas pesquisas relacionadas aos mosquitos vetores de doenças, tais como dengue,
febre amarela, chikungunya, filariose bancroftiana, encefalite, dentre outras, que se abrigam nas
matas e trazem riscos à população daquela região. O presente trabalho teve como objetivo
identificar os insetos vetores de doenças na Mata do Complexo Militar do Curado – PE, e
relacionar sua presença com os resíduos sólidos presentes no local. A área é uma Unidade de
Conservação (UC) tutelada às Forças Armadas, onde são realizadas as atividades específicas dos
militares. Esta mata também está inserida na Zona Especial de Proteção Ambiental ZEPA, (nº 11
Jardim Botânico e nº 18 Mata da Várzea/Curado). Esta área possui 340 ha e está localizada nas
coordenadas 8°3’45,6” S 34°56’59,2” W. Foram selecionados dois pontos de captura: ponto A,
localizado a 10 metros do local em que militares trabalham, e ponto B, a 50 metros das
ocupações militares. Os dois ambientes foram observados principalmente quanto à presença de
resíduos sólidos descartados, de larvas e adultos de mosquitos, tentando verificar comparações
entre os dois locais. As coletas foram realizadas entre 29/04 e 01/06/2015, nos horários das 9h
às 11h e 14h às16h, percorrendo uma parcela circular de 5 metros de diâmetro. Foi utilizada a
técnica de isca humana, atraindo os insetos que pousavam ou se aproximavam para sugar para
serem capturados por tela de tecido fino, tipo filó, cor branca, de vários formatos e tamanhos.
Os mosquitos coletados foram armazenados em recipientes plásticos e, em seguida, rotulados.
Os insetos foram identificados seguindo a literatura pertinente. Foram capturados no total 85
culicídeos, de três espécies de valor epidemiológico: Aedes aegypti (Linnaeus, 1762),
Psorophora sp. (Robineau-Desvoidy, 1827) e Culex quinquefasciatus (Say, 1823). Constatou-se
uma maior incidência no ponto A, com 47 insetos, enquanto no ponto B foram coletados 38
mosquitos. No ponto A, também foi observada maior presença e quantidade de resíduos sólidos,
o que indica um despejo inadequado desses materiais, como coturnos, latas de alumínio,
garrafas plásticas, dentre outros. Esses resíduos são fundamentais para o acúmulo de água que
promovem a reprodução dos mosquitos, sendo observada pela presença de larvas de mosquitos.
É imprescindível que todos se sensibilizem sobre a adoção de medidas preventivas para evitar as
doenças transmitidas por mosquitos, com especial atenção à remoção dos resíduos sólidos. Por
se tratar de uma Unidade de Conservação, também é muito importante conscientizar a
população sobre a conservação da Mata do Complexo Militar do Curado.
Palavras-chave: Culex quinquefasciatus, Psorophora sp., Aedes aegypti
14
UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES AGENTES QUIMICOS VISANDO A
PRODUÇÃO DE ASTAXANTINA EM MICROALGA
Rodrigo José da Silva1, Suzane Christine Varela das Neves2, Nathalia Oliveira da Silva3 e
Rebeca Ferreira Lemos Vasconcelos3,4
1Aluno do curso de Bach. Em Ciências Biológicas da UFRPE, 2Bolsista FACEPE, 3Claeff
Pesquisa e Produtos químicos e 4Orientadora, Bolsista de Fixação do CNPq nível E
Astaxantina é uma substância química pertencente ao grupo de substâncias tetraterpênicas
relacionadas ao caroteno, que são pigmentos amplamente difundidos na natureza. Ao contrário
dos demais carotenóides, não se converte em Vitamina A, sendo sua principal função a
eliminação de radicais livres do organismo. Para este estudo foi utilizada a microalga
Haematococcus pluvialis, que é uma microalga unicelular verde de água doce. Esta microalga
tem tendência a produzir astaxantina quando passam por um processo de estresse. Para provocar
tal estresse, pode-se alterar temperatura, pH, bem como a relação Carbono:Nitrogênio, sendo
esta última a forma mais utilizada. Por outro lado, os efeitos da inserção de diferentes
compostos químicos na produção de astaxantina são escassos. Neste contexto, o presente estudo
tem como objetivo avaliar o efeito de diferentes agentes químicos na produção de astaxantina na
microalga H. pluvialis. O estudo foi realizado na empresa Claeff pesquisa e produtos
químicos. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, contendo três tratamentos
com três repetições cada. O tratamento controle (T1), sem adição de agentes químicos, e dois
tratamentos, um com adição de acetato de sódio (T2) e outro com bicarbonato de sódio (T3) a
uma concentração de 1,0g/L. Os agentes químicos foram adicionados no 5º dia de cultivo,
denominado de fase exponencial. Os resultados foram tratados estatísticamente utilizando o
programa estatístico BioEstat 5.3.realizados quais foram testados quanto homogeneidade e
realizado a análise de variância - ANOVA. Diferenças significativas entre as médias (p < 0,05)
foram testadas pelo teste de Tukey. O pH e as temperaturas dos tratamentos não diferiram
estatisticamente, foram respectivamente 7,2 ±0,2 e 27 ± 1ºC. O crescimento celular entre os
tratamentos não apresentaram diferença estatística, apresentado médias (x104 cél/mL-1) de 20,
19 e 19,75. Analisando o peso das células ricas em astaxantina foram encontrados os seguintes
valores de 1,03±0,02g/L(T1), 6,1±0,04g/L(T2), e 0,86±0,01g/L (T3), valores estes que
deferiram estatisticamente. Esta diferença de peso se dá devido à produção da astaxantina Ficou
evidente que para a produção de astaxanina na H. pluvialis o melhor resultado foi obtido através
da utilização do acetato de sódio.
Palavras clave: Crescimento, Peso, Carotenoide, proporção.
15
16
SEGREGAÇÃO DA BIOMASSA DA MICROALGA ARTROSPIRA PLATENSIS
(GOMONT), EMPREGANDO-SE DIFERENTES AGENTES FLOCULANTES A
UMA MESMA CONCENTRAÇÃO MOLAR
Rodrigo José da Silva1, Suzane Christine Varela das Neves2 e Rebeca Ferreira Lemos
Vasconcelos3
1Aluno do curso de Bach. Em Ciências Biológicas da UFRPE, 2Bolsista FACEPE e
3Orientadora, Bolsista de Fixação do CNPq nível E
A microalga Arthrospira platensis ou Spirulina platensis pertence à divisão Cyanophyta, Classe
Cyanophyceae, Ordem Oscillatoriales. São microrganismos unicelulares e fotoautótrofos que,
apesar de serem unicelulares, se agrupam formando tricomas ou filamentos. O objetivo deste
trabalho é analisar a floculação utilizando os diferentes floculantes: Policloreto de Alumínio
(PAC) (T1), Polímero Biocoagulante (Nutribio) (T2) e Cloreto Férrico (FeCl3) (T3), assim como
o peso de sua biomassa seca. As algas foram cultivadas em erlermeyers com volume de 1L
(água doce previamente esterilizada). A floculação foi realizada na fase estacionária da curva de
crescimento (7º dia de cultivo) onde obteve uma concentração medida através de Sólidos
suspensos de 115mg/L, com temperatura de 22ºC e pH de 9,4, onde foram adicionados 1,0mL/L
dos respectivos floculantes (1Mol), ambos com três repetições, agitando-se as unidades por 1
minuto. Realizou-se tratamento estatístico ANOVA (p<0,05). Os tratamentos diferiram
estatisticamente (p<0,05). Houve floculação em todos os tratamentos. Para os tratamentos T2 e
T3 a floculação ocorreu em um tempo que variou entre 3 a 10 min. Já para o T1 a floculação foi
instantânea, acelerando assim o processo de obtenção dessa biomassa. Os pesos secos final
foram: 0,42,33±0,02g/L (T1), 0,3783±0,02g/L (T2) e 0,0866±0,05g/L (T3). Comparando o
tempo de floculação com o peso da biomassa seca, podemos concluir que para essas condições o
floculante Policloreto de Alumínio será o mais eficiente.
Palavras chave: Cloreto Férrico, Policloreto de Alumínio, Tempo, CLAEFF, Concentração.
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18
ASPECTOS ECOLÓGICOS DO CARANGUEJO-UÇÁ UCIDES CORDATUS (L.
1763) (DECAPODA, BRACHYURA) NO MANGUEZAL DE VÁRZEA DO UNA -
NORDESTE DO BRASIL.
André dos Santos¹; Manoel Lucas Bezerra de Lima²; Marcos de Figueiredo Andrade³; Ricardo
Ferreira das Neves4 1Professor de Biologia da Rede Estadual de Ensino - PE, ²Graduando em Licenciatura Ciências
Biológicas UFPE/CAV; ³Graduado em Ciências Biológicas UFPE/CAV; Professor do Núcleo de
Ciências Biológicas UFPE/CAV.
Ucides cordatus, popularmente conhecido como caranguejo uçá, é uma das espécies mais
comuns em ecossistemas de manguezal. Várzea do Una é uma pequena vila, situada no estuário
do Rio Una, litoral sul de Pernambuco, tendo como posição geográfica as coordenadas
08º50´46"S e 035º08´31"W. Durante o ano de 2015 foram realizadas 10 amostragens em regime
sazonal, efetuando três coletas por estação, as estações de amostragens foram demarcadas em
função do nível da maré, no mesolitoral inferior, superior e supralitoral. Foram observados os
parâmetros hidrológicos, como temperatura e salinalidade das tocas de U. cordatus e para
extração da água foi utilizado seringa hipodérmica. Em cada zona foi mensalmente registrado o
número de tocas por m², utilizando-se o cordão de nylon e marcados a cada metro, amarrados
em estacas de madeira, estendidos paralelamente e afastados numa distância de um metro, a
coleta dos caranguejos foi manualmente nas galerias ou durante a andada (período de
acasalamento) vagando pelo manguezal. A abundância de U. cordatus no manguezal de Várzea
do Una foi estimada com base no número de tocas por m² na área, em virtude de cada
caranguejo habitar somente uma toca e apresentar acentuado territorialismo. Com base nesses
métodos, obtiveram-se os seguintes resultados, A temperatura média da água das tocas de U.
cordatus durante o período de estudo foi de 20,9 ºC no mesolitoral inferior, 20,4 ºC no meso-
superior e de 22,1 °C no supralitoral, o mês de julho foi o mais frio com media nas três zonas de
17,7 ºC e Janeiro o mais quente com 36,7 °C. A profundidade das tocas variou conforme a zona
e época do ano entre 90 a 180 cm, a média com 120 cm. A abundância em U. cordatus da
Várzea do foi estimada em 1,2 x 10³ exemplares, A flutuação da salinidade na água das tocas
apresentou um padrão mais uniforme nas zonas de mesolitoral inferior, seguido do meso-
superior, onde foi registrada a maior amplitude de variação no teor de salinidade com extremos
de 22,1 % em julho e 34 % em outubro e os menores teores foram registrados no supralitoral.
Foi observado o conhecimento dos aspectos químicos ecológicos em períodos do ciclo de vida
da espécie, a zona supralitoral é a mais quente e próxima da temperatura ideal para a biologia da
espécie em questão, sendo esta a mais frequentada para a exploração deste animal, tendo por
base esses dados deve-se haver uma exploração racional desse recurso.
Palavras-chave: Aspetos ecológicos, Manguezal, Ucides cordatus.
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ANALISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DOS ENCALHES DE
LEPIDOCHELYS OLIVACEA (ESCHSCHOLTZ, 1829) NO LITORAL SUL DE
PERNAMBUCO, BRASIL
Flávia Ribeiro Bezerra¹; Ednilza Maranhão dos Santos²; Luciana Carla R. de Albuquerque
Zanotti³; Audenise Cavalcante de Albuquerque⁴; Arley Cândido da Silva⁵
¹Bacharelanda em Ciências Biológicas da UFRPE. ²Docente da UFRPE e Orientadora
(Laboratório Interdisciplinar de Anfíbios e Répteis). ³Veterinária da ONG Ecoassociados. ⁴
Bióloga da ONG Ecoassociados.⁵Presidente da ONG Ecoassociados.
Lepidochelys olivacea pode ser encontrada em regiões oceânicas tropicais e subtropicais e é
uma das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil. No município do Ipojuca
poucos indivíduos realizam desovas nas praias, porém utilizam o litoral como área de passagem
e/ou alimentação. A tartaruga oliva é considerada “Vulnerável” pela IUCN (2016) e “Em
perigo” pelo ICMBio (2014), assim a importância de estudos com essa espécie, em relação a
biologia/ecologia, bem como os encalhes, podem fornecer informações sobre padrões
sazonais/espaciais, estrutura etária, proporção sexual, dieta e impactos antrópicos. Este trabalho
objetivou analisar a distribuição espaço-temporal e estado de conservação da carcaça de L.
olivacea encalhadas mortas no litoral do Ipojuca no período de novembro de 2012 a início de
setembro de 2016. As coletas ocorreram em 12km de extensão nas praias de Muro Alto, Cupe,
Merepe, Porto de Galinhas e Maracaípe, sendo realizado com o auxilio de buggy ou quadriciclo.
Para cada animal, coletavam-se os dados: identificação da espécie, biometria do animal
(Comprimento Curvilíneo da Carapaça (CCC) e Largura Curvilínea da Carapaça (LCC) em cm),
sexo, presença ou não de anilha, local com ponto georeferenciado (GPS), data/hora e
caracterizava-se o estado geral da carcaça (nível de putrefação, interação predatória ou
antropogênica). Foram registrados 119 encalhes. 5,8% desses animais apresentaram epibiontes
ou tumores no corpo. Em relação ao sexo, 42% dos animais eram fêmeas, 18,5% de machos,
1,6% de indivíduos juvenis e 37,8% não tiveram o sexo identificado, pois 55,5% encontravam-
se em estado de decomposição avançado. As fêmeas possuíam entre 58-76 cm de CCC/60-72,2
cm de LCC; os machos 62-73 cm de CCC/63-72,2 cm de LCC; jovens 53 cm de CCC/51 cm de
LCC e não identificados 59-72 cm de CCC/56-72 cm de LCC. O mês com maior registro
mensal de óbitos foi agosto (21,8%). Fevereiro obteve a menor ocorrência (2,5%). A praia de
Merepe apresentou o maior número de carcaças (43,7%) e Muro Alto o menor (9,2%).
Observou-se uma diferença significativa entre o número de machos e fêmeas na ocorrência de
encalhes (X2=22.5; p=0.0000), visto que as fêmeas foram mais frequentes, por buscarem as
praias para à postura dos ovos ou como zona de alimentação, fatores que devem ser estudados
posteriormente. Portanto a coleta de dados das tartarugas olivas encalhadas e a verificação do
estágio de decomposição fornece informações que auxiliam no conhecimento sobre a ecologia
dos animais e subsidiam meios para buscar a conservação e preservação destes.
Palavras-chave: Tartaruga oliva; putrefação; biologia/ecologia.
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CARANGUEJOS-ERMITÕES (CRUSTACEA, ANOMURA) DE ITAMARACÁ
(PE, BRASIL): ETOGRAMA, DISPUTA E PREFERÊNCIA POR CONCHAS
Dejinalva da Silva Santos¹; Ana Maria Siqueira Quirino¹, Erasmo Andrade da Silva¹; Elvira
Florentino da Costa¹; Mauro de Melo Júnior² 1Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação, Unidade
Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco.
2Docente do Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco.
O comportamento de ermitões neotropicais é raramente estudado, apesar de consistir em uma
ferramenta importante para a conservação desses invertebrados. Objetivou-se neste estudo
descrever o etograma de caranguejos ermitões da praia de Jaguaribe (Itamaracá, Pernambuco),
bem como verificar a ocorrência de comportamento de disputa por concha vazia e de
preferência por tipos de concha. Foram coletados 60 espécimes de ermitões ocupando conchas
da espécie Cerithium atratum Born, 1778, em recifes de arenito da praia estudada. Em
laboratório, 30 ermitões foram retirados de suas conchas hospedeiras por aquecimento, e 30
foram mantidos em suas conchas. Em ambos os casos, os ermitões foram acondicionados em
bandejas contendo cascalhos e água do local de coleta (microcosmo). Os espécimes foram
submetidos a 5 testes experimentais. O etograma foi construído e avaliado a partir dos métodos
de amostragem observacional do tipo Ad Libitum, por 30 minutos ininterruptos, e de observação
do tipo varredura instantânea (scan), também por 30 minutos, com registros a cada dois
minutos, totalizando 15 observações para cada espécime. Foram registrados 12 atos
comportamentais divididos em 4 categorias: interação social, exploração do ambiente,
imobilidade, e fuga. O comportamento mais frequente foi a "andada", tanto para os ermitões
com concha (54,2%), quanto para os sem a concha (53,3%). A disputa por concha, para ambos
os grupos, foi registrada entre 13 e 16%. Três comportamentos não diferiram entre os grupos:
disputa por concha, andada e perseguição de indivíduos com concha. Foi observado que 100%
dos indivíduos sem concha reviraram a concha ofertada no primeiro contato, e 80% insistiram
duas ou mais vezes na "entrada na concha", mesmo não obtendo sucesso ao hospedá-la. Por
outro lado, 20% tentaram entrar apenas uma vez. 100% dos ermitões tiveram preferência pela
concha de Bulla striata Bruguière, 1792, quando ofertada em conjunto com a concha de Astrea
tecta Phillipi, 1846. Mesmo assim, todos os espécimes retornaram para as conchas originais (C.
atratum) quando estes foram confrontados experimentalmente com tais conchas. Estudos com
ermitões têm mostrado que cada espécie utiliza conchas de gastrópodes em diferentes
frequências, sendo sua preferência na região da praia de Jaguaribe estando relacionada às
conchas da espécie Cerithium atratum, mesmo tendo sido ofertada conchas de outras espécies
de tamanho superior.
Palavras-chave: ermitões, comportamento, Praia de Jaguaribe, Pernambuco.
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DENSIDADE POPULACIONAL DE EMERITA BRASILIENSIS NAS PRAIAS
DE BOA VIAGEM E PIEDADE- RECIFE E JABOATÃO DOS GUARARAPES
(PE)
Aline Olímpio dos Santos1 ; Heitor Rodrigues da Silva¹ ; Elvson Wallacy da Silva¹ ; Vinicius
Torres Guerra¹
¹Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas,. Av. Prof. Moraes Rego,
1235 - Cidade Universitária, Recife - PE, 50670-901
Emerita brasiliensis mais conhecido como tatuí é um crustáceo da família dos Hippidae, esses
animais apresentam apêndices desenvolvidos para cavar sedimentos arenosos. São distribuídos
em toda costa brasileira. Sua presença é um indicador da qualidade do ambiente. A espécie
apresenta diferentes distribuições em relação a inclinação do banco de areia da praia, quanto
maior o diâmetro do grão e a declividade, menor a diversidade e a abundância específica.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivos avaliar a densidade populacional de E.
brasiliensis nas praias de Boa Viagem e Piedade, analisar a frequência de machos e fêmeas
(ovígeras e não ovígeras) nos diferentes quadrantes estabelecidos ao longo das duas praias e
morfometria desses organismos. A coleta dos animais foi realizada na praia de Boa Viagem,
cidade do Recife e na praia de Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Foram delimitados quatro
quadrantes 6x2 (12m²) nas duas praias. Os animais coletados foram medidos e separados em
machos e fêmeas, tendo os machos apresentado média de comprimento da carapaça cerca de
64% do tamanho médio das fêmeas. Na praia de Piedade a densidade populacional diferiu em
todos os quadrantes onde o quadrante 1 apresentou 1,75 e o quadrante 4 apresentou 0,5. A média
foi de 1,08 e o desvio padrão junto com o CV (coeficiente de variação) foram maiores que os
resultados encontrados na praia de Boa Viagem. Foi observado através das coletas que no ponto
inicial da praia de Piedade a presença desses animais foi maior do que em Boa Viagem durante
o baixo nível da maré, entretanto em decorrência da maior rapidez e capacidade de escape por
enterramento das fêmeas ovígeras e não-ovígeras a quantidade de indivíduos menores foi
bastante superior à quantidade de indivíduos de grande tamanho (fêmeas). Já no quadrante 1
(Boa Viagem) a quantidade de fêmeas ovígeras coletadas foi muito mais elevada do que a de
machos, o que levanta um forte questionamento em relação à diferença do número de indivíduos
de grande tamanho capturados e suas habilidades de escape. A capacidade de enterramento dos
indivíduos provavelmente se deve a fatores como a composição da areia, direção e velocidade
do vento e presença de predadores. Futuros estudos sobre impacto ambiental nas praias bastante
povoadas e turísticas são de extrema relevância para o conhecimento da etologia e resposta a
perturbações que a espécie demonstra em razão de serem bons bioindicadores.
Palavras-chaves: Crustáceos; densidade Populacional ;Bioindicadores
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MACROALGAS MARINHAS EPILÍTICAS E EPÍFITAS OCORRENTES EM
AMBIENTE RECIFAL DA PRAIA DE GAIBU – CABO /PERNAMBUCO
Gabriela Paula Morais da Silva1, Lucas Alves de Andrade1, Matheus Felipe de Souza Dias da
Silva1, Monique Janaína Tabosa Pereira1, Paula Regina Fortunato do Nascimento2. 1Graduandos do Curso Ciências Biológicas na Faculdade Frassinetti do Recife (Av. Conde da
Boa Vista, 921, Recife - PE. CEP: 50060-002), 2 Docente da Faculdade Frassinetti do Recife/
FAFIRE.
Macroalgas marinhas bentônicas são produtores primários atuando como base da cadeia trófica.
Desempenham um papel fundamental na estrutura, funcionamento e equilíbrio ecológico,
fornecendo oxigênio, alimento e refúgio para outras formas de vida, sendo um dos recursos
renováveis mais importantes dos ecossistemas marinhos. Além disso, os talos das macroalgas
servem de substrato para outras espécies de algas, além de outros organismos da comunidade
recifal. O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento da biodiversidade de
macroalgas epilíticas e epífitas presentes no recife de arenito da praia de Gaibú, no município do
Cabo de Santo Agostinho – PE. A coleta foi realizada no mês de maio/2016 na região
mesolitoral, de forma aleatória utilizando espátulas para a retirada das algas do substrato, e
posteriormente fixadas em solução de formol a 4% e armazenadas no Laboratório Geral da
Faculdade Frassinetti do Recife. Para a identificação taxonômica foi utilizada análise
morfológica interna e externa, fazendo-se comparações com literatura pertinente e para
reconhecimento das epífitas foi realizado raspagens das macroalgas hospedeiras. Foi
identificado um total de 52 espécies (33 Rhodophyta, 13 Chlorophyta e 6 Heterokontophyta). O
Filo mais representativo que serviru de substrato (hospedeiras) para epífitas foi o das
Rhodophyta, destacando-se Cryptonemia seminervis com 16 espécies de epífitas,
Digenea simplex h com 10; Acanthophora spicifera com 9; e Bryothamnion triquetrum com 7.
Dentre as epífitas que mais estiveram fixadas nas macroalgas hospedeiras foram:
Hypnea musciformis e Ceramium sp. em 6 espécies cada; Corallina officinalis e
Griffithsia schousboei em 4 espécies, Erythrocladia sp. em 3 espécies, Jania adhaerens,
Centroceras clavulatum (e Laurencia papillosa em 2 espécies. No Filo Heterokontophyta
destacaram-se Dictyopteris delicatula presente em 5 espécies, Feldmania sp. em 2, Bachelotia
antillarum em apenas 1. O filo Chlorophyta foi o menos representativo com duas espécies
epífitas, a Ulva lactuca em 2 especies e Bryopsis sp. em 3 espécies. O presente estudo mostrou
que há uma intrínseca relação hospedeiro-epífitas, uma das mais importantes relações
ecológicas dos ambientes marinhos, destacando-se apenas a necessidade de complementação de
dados para efeito de comparação sazonal.
Palavras-chave: Relação de Epifitismo, ambientes marinhos, algas bentônicas
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RELAÇÃO PESO-COMPRIMENTO DA PIRAÚNA Cephalopholis fulva
(Linnaeus, 1758) CAPTURADA NA ILHA DE ITAMARACÁ – PE – BRASIL
Lucas Vinícius Santos Silva¹; Rafael de Santa Clara Gaston Filho¹; Isa Marielle Coutinho¹;
Paulo Guilherme Vasconcelos de Oliveira¹
Universidade Federal Rural de Pernambuco¹
O Cephalopholis fulva, da família dos serranídeos, é conhecido vulgarmente como
Piraúna, possui duas pintas pretas na ponta do maxilar inferior e outras duas na porção
superior do pedúnculo caudal. Habita águas claras com fundos de pedra e recifes de
coral, geralmente em profundidades de 5 a 40 m. Este estudo teve como objetivo
analisar a relação peso-comprimento da espécie. As amostras foram obtidas de outubro
de 2013 a dezembro de 2014, através do acompanhamento da pesca artesanal de covo
na Ilha de Itamaracá. O processo de pesca consiste nas armadilhas que ficam imersas
durante todo o dia e duas vezes por semana pequenos barcos a motor retiraram os peixes
recifais capturados. Logo depois da pesca, as amostras foram colocadas em gelo e
levadas para laboratório. Os exemplares foram identificados, mensurando-se
comprimento total (CT), e o comprimento padrão (CP) e o peso total (PT). A relação foi
estimada através da equação, P𝑡 = aCtb, onde Pt = peso total (g), Ct = comprimento
total (cm), a = intercepto e b = coeficiente de alometria. Os parâmetros a e b foram
estimados após transformação logarítmica dos dados de peso e comprimento. A relação
peso total/comprimento total foi estimada através de regressão e os parâmetros da
relação foram estimados de 154 espécimes com comprimento total entre de 17,8 cm a
29,5 cm e o peso variando de 102 g a 433 g. O valor médio do coeficiente de alometria
(b) foi 2,96, ou seja, o peso aumenta de acordo com o comprimento, mas com uma taxa
menor de incremento, tendo uma distribuição normal assimétrica. O valor do coeficiente
de determinação (𝑟²) foi 0,90 sendo assim a relação forte e positiva. O tipo de
crescimento e o valor do coeficiente de alometria da espécie analisada estão
relacionados com mudanças interanuais na condição alimentar dos organismos e
provavelmente associadas com as diferentes estruturas de tamanho das populações.
Palavras-chave: Alometria; Crescimento; Incremento
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25
A TEORIA DOS REDUTOS E A CAATINGA FLUMINENSE
José Roberto Henrique Souza Soares¹; Marcelo Ricardo Bezerra de Miranda²; 1Discente do Curso de Licenciatura em Geografia – IFPE 2Docente do Curso de Licenciatura em
Geografia – IFPE
Este estudo faz uma abordagem fitogeográfica da espécie Pilosocereus ulei, um cacto endêmico
encontrada nos morros litorâneos do sudeste brasileiro na região de Cabo Frio, geograficamente
localizado na região dos lagos, Rio de Janeiro. Esta espécie se destaca por apresentar um caráter
xerófilo numa região onde predomina a floresta tropical úmida, também conhecida como
caatinga fluminense. O que nos remete à teoria dos Redutos e Refúgios, fundamentada por
Ab’Sáber (2003), onde se relata que em nosso caso tropical brasileiro, existem marcas
comprobatórias de que ocorreram expansões de caatingas e mudanças de posição dos cerrados,
dando origem a uma vegetação remanescente durante os períodos glaciais do pleistoceno, mais
secos e mais frios. São encontradas principalmente em áreas de restingas, que são comuns ao
longo de todo o litoral carioca e apresentam características edafoclimáticas que atuam como
fatores limitantes a muitas espécies vegetais. O projeto RADAMBRASIL (1975) classifica a
área de Cabo Frio - RJ como Floresta Estacional Semi-decidual (relicto da vegetação xerófila,
lenhosa, decidual, homóloga à estepe nordestina). Entretanto, esta é ainda, uma área que integra
o Domínio Morfoclimático da Mata Atlântica brasileira, segundo a classificação de Ab’Sáber
(2003). Supostamente a dinâmica de variações climáticas teria causado grandes alterações
ambientais fazendo com que os diferentes biomas, ora se expandissem, ocupando vastas regiões
e outrora se retraíssem reduzindo-se em Redutos, ou pequenas áreas de Refúgios devido a
condições ecológicas diferenciadas. O cacto conhecido como cabeça branca (Pilosocereus ulei),
é considerado também um “‘enclave’ fitogeográfico” (Ibidem) que se caracteriza por manchas
de ecossistemas típicos de outras regiões encravadas num domínio com aspectos diferentes.
Conferindo a esta paisagem um aspecto peculiar onde Mata Atlântica e Caatinga se encontram,
mesmo que a quilômetros de distancia das áreas core de seus domínios. No litoral do Rio de
Janeiro, a faixa que vai desde Macaé até Cabo Frio, se constitui um único grande minireduto de
caatingas extrassertanejas. Entretanto, foram indentificados refúgios com estas características
em outras partes da América do Sul. O valor da vegetação encontrada nesta região foi
reconhecido pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais
(UICN). Este bioma encontra-se sob ameaça devido à ocupação desordenada e a especulação
imobiliária, e necessita ser preservado é conservado uma vez que este serve como prova real de
que em tempos remotos de nosso planeta a caatinga, já se estendeu por regiões bem maiores do
que as que podemos encontrar hoje.
Palavras-chave: redutos, caatinga, biogeografia
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ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE MINAS NA SUPERFÍCIE
FOLIAR EM JUSTICIA STROBILACEA (ACANTHACEAE) NO
PARQUE DOIS IRMÃOS, RECIFE-PE
Marília Costa de Medeiros¹; Edja Lillian Pacheco da Luz²; Ana Lúcia Sabino de Melo3; Raul
Felipe Neves Cavalcanti4; 1,2Mestrandas em Engenharia Ambiental (PPEAMB) da UFRPE
3,4 Biólogos da UFPE
Os insetos minadores, distribuídos entre as ordens Lepidoptera, Diptera, Hymenoptera e
Coleoptera, são aqueles cujas larvas se alimentam da parte foliar das plantas, originando
túneis (minas). As larvas vão abrindo galerias entre a epiderme superior e inferior das
folhas, desenvolvendo lesões, podendo penetrar também nas nervuras. Ao concluir seu
desenvolvimento a larva abandona a galeria através de uma abertura semicircular, indo
pupar no solo. À medida que as larvas se alimentam da folha e vão formando a mina
fica impresso na superfície foliar todo o histórico de forrageamento do animal. Diante
disto, o presente trabalho buscou identificar a existência dessas minas nas folhas de
Justicia strobilacea, na trilha da área de mata ao redor do açude do Prata no Parque
Dois Irmãos, Recife-PE e analisar a distribuição das minas na superfície foliar de 20
indivíduos dessa espécie vegetal da família Acanthaceae. As coletas foram feitas em
setembro de 2010 e setembro de 2016, foi retirado um par de folhas adultas, o primeiro
par encontrado a partir da base da planta em direção à gema apical, de cada indivíduo
totalizando 40 folhas analisadas. Para melhor identificação da distribuição das minas
foram feitos desenhos em papel milimetrado onde se dividiu a folha em partes superior
(ápice da folha) e inferior (próximo ao pecíolo). Os resultados encontrados foram que
97,5% das folhas estavam minadas na parte inferior da folha, 72,5% apresentavam
minas na porção superior da folha, sendo que 67,5% tinham minas em ambas as porções
da folha, porém com maior quantidade na parte inferior. Foi verificado que as larvas
tinham um padrão retilíneo com porções sinuosas geralmente partindo da base da folha
e seguindo a nervura central. Essa menor concentração de minas na parte inferior da
folha está relacionado a resistência foliar que acaba dificultando e muitas vezes
limitando o deslocamento das larvas de minadores a uma determinada área
(ALMEIDA-CORTEZ & MELO-DE-PINNA, 2006). Com base nestes resultados
concluiu-se que o inseto responsável pelas minas estudadas em Justicia strobilacea
apresenta preferencia de ovopositor pela parte inferior da folha próxima a base e suas
larvas tendem a seguir a nervura central durante seu desenvolvimento através de um
padrão retilíneo com porções sinuosas.
Palavras-chave: distribuição, superfície foliar, minas
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ANÁLISE DE PARCIMÔNIA DE ENDEMISMO E OS EFEITOS DO
CURSO DOS RIOS NA DISTRIBUIÇÃO DE PRIMATAS NÃO
HUMANOS NA FLORESTA AMAZÔNICA, AMÉRICA DO SUL
Letícia de Assis Rocha Pessoa¹; Jean Philippe Boubli²; 1Graduanda em Ciências Biológicas – Bacharelado (UFPE); ²Ecosystems and Environment
Research Centre, University of Salford.
Na Amazônia, encontra-se uma alta diversidade de espécies endêmicas. Uma das
hipóteses para justificar este acontecimento é o seu robusto sistema de rios, delimitando
a área de distribuição de vários táxons e representando um impedimento à dispersão. Os
rios são os possíveis responsáveis na formação de padrões atuais de variação ecológica
e genética entre espécies amazônicas. Quanto aos primatas, dos mais de 685 táxons
reconhecidos, aproximadamente um terço é encontrado no novo mundo, tendo a maior
concentração na bacia amazônica, responsável pela maior biodiversidade terrestre e de
água doce no Brasil, e que representa cerca de 40% das florestas tropicais
remanescentes no mundo. O trabalho teve como objetivo reproduzir uma análise de
parcimônia de endemismo (PAE) com as espécies endêmicas de primatas das áreas
selecionadas na floresta Amazônica. As espécies de primatas foram selecionadas
seguindo o website IUCN Specialist group, e os dados geográficos de cada espécie
foram coletados no website IUCN Red List. Utilizando o programa ArcGIS, foram
desenhados mapas para formar uma matriz com a presença e ausência de oitenta
espécies em oito áreas designadas. A ausência de uma dada espécie foi codificada com
o número 0 (zero), enquanto a presença de uma dada espécie foi codificada com o
número 1 (um). As áreas selecionadas de acordo com o curso dos principais rios da
bacia amazônica foram delimitadas manualmente, e depois transferidas para o formato
do Software ArcGIS. Utilizando o Software PAST, foi possível criar um cladograma
para a análise de dados. O software encontrou apenas um cladograma de parcimônia.
Das 80 espécies listadas, 36 permaneceram dentro de apenas uma área delimitada de
acordo com o curso dos principais rios da Amazônia, sem cruzar nenhuma fronteira. Foi
observada uma clara segregação entre o norte, leste e oeste da área designada, com as
delimitações marginais apresentando menor relação biogeográfica entre espécies com as
demais áreas, e as delimitações mais centrais (cercadas) apresentando maiores relações
biogeográficas entre si, tendo como principal barreira o Rio Amazonas. Acredita-se que
mais análises precisam ser realizadas nesta linha de pesquisa, pois a região neotropical é
um ponto de referência no estudo de padrões de distribuição, por possuir uma alta
diversidade e fisiografia diversificada, e uma visão de como as espécies endêmicas se
dispersam através de uma região é o passo chave em estudos biogeográficos.
Palavras-chave: biogeografia, populações, distribuição
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ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO NINFAL DE GAFANHOTOS
(Tropidacris collaris) DE ACORDO COM ALIMENTAÇÃO.
Gustavo da Costa Lima1; Rafael Artur Q. C. de Sá2; Lucas Rodrigues B. Godinho3; Wlisses
Henrique Veloso de Carvalho-Silva4; Lucas Erickson Nascimento da Costa5. 1,2Graduando em Bacharelado em Ciências Biológicas – UFPE, Recife – Brasil.
UFPE.3Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal – UFPE. 4Mestrando do
Programa de Pós-Graduação em Genética – UFPE. 5Doutorando do Programa de Pós-
Graduação em Biologia Vegetal – UFPE.
Os gafanhotos são insetos pertencentes à ordem Orthoptera e subordem Caelifera e se
encontram distribuídos em praticamente todo território mundial. São
predominantemente herbívoros, apresentando desenvolvimento pós-embrionário do tipo
hemimetábolo e são considerados os maiores insetos viventes, podendo atingir 12 cm de
comprimento. Dentre essa diversidade de gafanhotos, destacam-se os indivíduos da
espécie Tropodacris collaris (Romaleidae), também conhecidos como gafanhotos-
gigantes, que são animais de importância econômica por serem pragas de vegetais de
importância agrícola, tais como arroz e cana-de-açúcar. O desenvolvimento ninfal de T.
collaris geralmente apresenta cinco estágios de instares para fase adulta, podendo variar
de acordo com a temperatura e alimentação. Tendo isso em vista, o objetivo do trabalho
foi analisar a duração do desenvolvimento ninfal de T. collaris quando submetidos a
diferentes dietas alimentares. Foram considerados tratamentos, sendo cinco gafanhotos
por tratamento: grupo controle (GC) submetido a Terminalia catappa (Vochysiacea;
nome popular: castanhola); grupo 1 (G1) nutridos com Pennisetum purpureum
(Poaceae; nome popular: capim elefante) e grupo 2 (G2) alimentados com Cocos
nucifera (Arecaceae; nome popular: coqueiro). A cada dois dias foram colocados 15g
dos vegetais, pesados em balança analítica, para os grupos e o consumo também foi
analisado. As observações do crescimento ninfal foram realizadas ao longo de 33 dias
(Fev-Mar/2016) duas vezes ao dia (manhã e final da tarde). Foi possível observar nos
grupos GC e G2 duas mudanças de instares para completarem as fases ninfais,
apresentando um tempo médio de mudança (M): 1) 14,2 (M1) e 14,6 (M2)
dias/indivíduo; 11,8 (M1) e 16,2 (M2) dias/indivíduo, respectivamente. Não foram
observadas diferenças no tempo médio de mudança entre GC e G2 (p=0,87). Além
disso, GC e G2 apresentaram consumo médio de 8 ±1g e 11±1g de biomassa vegetal,
respectivamente; mas sem diferenças significativas entre tratamentos (p=0,19). O grupo
G1 apresentou baixo consumo e não sendo observadas mudanças de instar nos
indivíduos. Esses resultados sugerem que ambos os grupos de vegetais, T. catappa e C.
nucifera, não interferem no desenvolvimento ninfal dos gafanhotos, enquanto P.
purpureum pode afeta-lo negativamente.
Palavras-chave: Romaleidae, praga, estágios ninfais, dieta.
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AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO LÍQUEN Cladonia verticillaris QUANDO
EXPOSTO A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES NA MISTURA DE DIESEL
COM BIODIESEL
Bruno Fonseca da Silva1, Juliane Pereira Barbosa Sales da Silva2, Andrezza Karla de Oliveira
Silva3, Iwelton Madson Celestino Silva4, Eugênia Cristina Gonçalves Pereira5 (Orient.).
Estudante de Graduação em Ciências Geográficas- UFPE1; Programa de Pós Graduação em
Geografia- UFPE2, 3,4,5
Os liquens têm como composição estrutural a simbiose do fungo, responsável por sua
classificação e nomenclatura, com a alga ou cianobactéria. Enquanto a alga produz as
substâncias necessárias para a vitalidade do fungo, o mesmo procura protegê-la contra os fatores
físicos degradantes (luz, temperatura, seca), fazendo com que estes seres vivos se tornem
habitáveis em todos os lugares do planeta. Devido a sua sensibilidade, pesquisas comprovaram
sua eficiência como biomonitor da qualidade ambiental atmosférica. Neste sentido, o presente
trabalho buscou avaliar danos morfológicos da espécie Cladonia verticillaris, quando exposto a
mistura de diesel com biodiesel em diferentes concentrações. Para obtenção dos resultados se
fez necessário à exposição do líquen subdividido em 5 grupos constando 10g em motor
estacionário na mistura de diesel com biodiesel nas concentrações de 7% (B-7), 20% (B-20) e
30% (B-30). Após exposição o material liquênico foi conduzido a laboratório e depositado em
cúpulas de vidro transparente, de acordo com as concentrações. Semanalmente, o líquen foi
umedecido com 1 ml de água deionizada. Em intervalos de 30, 60 e 90 dias foram realizadas
coletas de 0.1mg do talo de C. verticillaris para análise com corante Azul de Evans. Para a
realização químico-experimental foi preparada solução de 0,025g de corante de Azul de Evans
para 100 ml de água deionizada. Talos liquênicos foram depositados em beckers de vidro e foi
acrescida em 5 ml da solução de Azul de Evans até a imersão dos talos por aproximadamente 15
minutos. Após intervalo de tempo os talos liquênicos foram lavados três vezes com solução de
Cloreto de cálcio (CaCl2), que foi preparada na concentração de 0,1111g para 1L de água
deionizada, com ajuste de pH em 5.6. Em seguida, o líquen foi deixado secar a temperatura
ambiente e macerado, o produto final foi depositado em tubos de ensaio, contendo 3 ml de água
deionizada, esse material foi conduzido a geladeira e deixado em repouso por 24h.
Posteriormente, houve a filtragem e quantificação em espectrofotômetro a 600 nm. Com a
capacidade de penetração do corante Azul de Evans nas partes danificadas da estrutura
liquênica, se evidenciou que a concentração de 7% de biodiesel em mistura com o diesel (B-7)
apresentou maiores danos morfológicos, quando equiparados com os demais tratamentos,
principalmente aos 30 e 60 dias pós-exposição. Conclui-se que a análise de Azul de Evans é
eficaz para detecção da integridade morfológica da espécie, sendo proporcional a relação de
maiores concentrações de biodiesel com menores danos a estrutura do líquen.
Palavras-Chave: Biomonitoramento, Danos Estruturais, Azul de Evans.
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AVALIAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO DA PRAÇA COMPOSITOR ANTÔNIO
MARIA, BAIRRO DE SANTANA, RECIFE – PERNAMBUCO
Matheus Davi Vilaça Neves¹; Marccus Vinícius da Silva Alves ²
1Departamento de Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil.
²Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil.
Ao redor do mundo o debate sobre a presença de áreas verdes urbanas tem tomado cada
vez mais espaço nas pautas de discussão. As praças com áreas verdes inseridas no
ambiente urbano oferecem benefícios em diversos âmbitos. No âmbito ecológico abriga
e alimenta a fauna local, no físico reduz a poluição sonora, atmosférica e ajuda no
controle da temperatura criando microclima mais ameno, além de proporcionar conforto
humano. O presente trabalho voltou-se a realizar um levantamento florístico das árvores
da Praça Compositor Antônio Maria que possui 1,1 ha e dispõe de uma pista para
caminhada, bancos e mobiliário infantil, localizada no bairro de Santana, Recife -
Pernambuco. Realizou-se o levantamento dos dados e identificação das plantas com
base na lista de Flora do Brasil 2020. Levando-se em consideração a estimativa da
SBAU (Sociedade Brasileira de Arborização Urbana) de ocupação do solo por indivíduo
arbóreo ser de 15m², buscou-se avaliar a quantidade de área vegetada na praça. A partir
do levantamento contabilizou-se 123 indivíduos arbóreos, totalizando 0,1 ha de área
vegetada, distribuídos em 27 espécies e 9 famílias botânicas. As árvores mais comuns
encontradas na Praça são: Palmeira-imperial, Mata-fome e Leucena. Entre as espécies
catalogadas o maior número de indivíduos está representado por espécies exóticas
(76,05%), seguido pela nativas de outros biomas (4,9%) e nativas regionais com (6,3%).
Dentre as nativas catalogadas encontram-se: Ipê, Espanador-de-índio e Uvaia. As
nativas regionais estão representadas por indivíduos de Ingá e Pau-de-Jangada. Com
base nas recomendações da SBAU sobre espécies exóticas na arborização de espaços
urbanos, são indicados que apenas 15% do total de indivíduos sejam de origem exótica.
Plantas provenientes de outros países estão extremamente susceptíveis ao ataque de
pragas. O mesmo pode ser observado com espécies de outros biomas do país, o que não
é necessariamente negativo, mas pode se tornar um problema, no caso de uma
infestação patogênica, o que por sua vez poderia provocar a dizimação de grande parte
dos indivíduos da população, ou a morte integral. Outro problema causado pela
introdução de espécies vegetais exóticas na arborização urbana é a possível não
adaptação da fauna urbana a estes espécimes. Um investimento na diversificação
poderia promover um aumento significativo nas espécies de aves que vivem em cidades.
Levando-se em consideração a estimativa de área vegetada para este espaço, pode-se
concluir que há significativo déficit na quantidade e qualidade de árvores empregadas
na arborização da Praça Compositor Antônio Maria.
Palavras-chave: Arborização urbana, Qualidade ambiental, População
31
CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM
FRAGMENTO DE FLORESTA SECUNDÁRIA COM 16 ANOS DE
REGENERAÇÃO
Allaiane Fiama Vieira da Silva¹; Edclea do Nascimento Reis¹; Andréa de Vasconcelos Freitas
Pinto²; Maria Amanda Menezes Silva³; Maria Jesus Nogueira Rodal4. 1Graduanda do curso de Engenharia Florestal da UFAL. 2Docente da UFAL; ³Docente do IFCE;
4Docente da UFRPE.
As plantas, para garantir a sobrevivência e reprodução eficientes, desenvolveram sinais de
atração aos animais. Essas características reprodutivas atuam na atratividade e no
comportamento de visita de um determinado polinizador ou de uma guilda. Cada um dos
atributos geralmente abrange um conjunto de várias espécies vegetais não necessariamente
relacionadas filogeneticamente, formando grupos de tipos florais, mudando sua composição de
acordo com a região, a formação e a estrutura da vegetação. Desta forma, o presente estudo
objetivou caracterizar os traços florais de espécies arbóreas de um fragmento de floresta
secundária com 16 anos de regeneração. O estudo foi desenvolvido na Usina São José, situada
na Zona da Mata Norte de Pernambuco, sob domínio da Floresta Ombrófila Densa. Para
amostragem dos indivíduos arbóreos com diâmetro do caule acima do peito (DAP) > 5 cm,
medido a 1,30 m do solo foram instaladas 30 parcelas permanentes de 10 × 10 m com 10 m de
distância entre si. Cada espécie registrada e coletada em estado reprodutivo foi categorizada nas
características referentes à polinização. As características foram: tamanho da corola, tipo floral e
sistema sexual. A partir dessas informações foram inferidas as síndromes de polinização,
classificadas em: quiropterofilia; melitofilia; ornitofilia; diversos pequenos insetos; esfingofilia;
outros insetos (besouros, borboletas, moscas, vespas); anemofilia. No fragmento de Floresta
secundária foram observadas 41 espécies arbóreas distribuídas em 20 famílias. As espécies com
flores hermafroditas predominaram na floresta com 59,45%, seguidas de espécies dióicas
(24,32%) e monóicas (16,23%). Quanto ao tipo floral 22,22% de espécies apresentaram tipo
floral discreto, 19,44% (tubo e outros tipos), 16,66% (aberta), 11,13% (pincel e estandarte) e
8,70% outros tipos. Dentre as espécies levantadas, a maior parte, 41,17% apresentaram tamanho
floral pequeno, seguida de flores inconspícuas 23,52%. A síndrome predominante foi a
melitofilia (48,57%), seguida por outros insetos (17,14%), DPI (14,28%), esfingofilia (11,42%),
quiropterofilia (5,71%) e ornitofilia (2,85%). Não foram registradas espécies anemófilas. As
abelhas são as principais mantenedoras da reprodução vegetal nas florestas tropicais, pois
conseguem usar grande variedade de recursos das flores e visitar grande diversidade de tipos
florais. A presença de um número elevado de espécies com de sistemas sexuais mais específicos,
como a diocia mostra que a vegetação possui uma diversidade maior de espécies vegetais
quando comparados aos estádios iniciais de sucessão. O fragmento teve a predominância de
espécies arbóreas que apresentam características reprodutivas da fase intermediária da sucessão.
Palavras-chave: Polinização, Traços florais, Interações animal x planta.
32
CICLAGEM DE NUTRIENTES PELO LÍQUEN Cladonia substellata EM ÁREAS
DEGRADADAS NA MATA ATLÂNTICA NORDESTINA
Juliane Barbosa Sales da Silva¹; Andrezza Karla de Oliveira Silva¹; Bruno Fonseca da Silva²;
Beatriz Teixeira de Araújo Clemente²; Eugênia Cristina Gonçalves Pereira³.
1 – Estudante do Programa de Pós Graduação em Geografia (PPGEO/UFPE). 2 – Estudante de
Graduação em Geografia (UFPE). 3 – Profa. Dra./ Orientadora/ Departamento de Ciências
Geográficas (UFPE).
A modificação da paisagem natural gerou impactos desde os primórdios das grandes
civilizações. O uso e ocupação do solo para fins econômicos, sobretudo via mecanismos
agrícolas intensivos, comprometeram o meio ambiente impactando ecossistemas. Esse fato foi
constatado na faixa litorânea nordestina, devido expansão da monocultura açucareira
acarretando fortes danos ao ecossistema da Mata Atlântica, em virtude de compressões
antrópicas ao solo, gerando a perda de sua capacidade de troca de nutrientes. A quebra neste
ciclo biológico interferiu no processo de equilíbrio natural e absorção dos nutrientes que
interagem entre o sistema solo e planta. Neste contexto, o objetivo do trabalho é avaliar, em
condições de laboratório, a interação do líquen Cladonia substellata com Neossolos
quartzarênicos e, sua provável capacidade de modificação química em áreas impactadas pela
monocultura da cana-de-açúcar na Mata Atlântica nordestina. Foi coletado material liquênico e
solo no município de Mamanguape – PB. Montou-se experimento com garrafas PET de 2L,
contendo cinco réplicas, onde foram depositados 10g de líquen sobreposto em 500g de solo. O
experimento foi dividido em dois tratamentos, a saber: a) solo seco sobreposto por talos de C.
substellata e b) solo úmido (simulando episódios de chuva) e talos de C. substellata
justapostos. Os tratamentos foram umedecidos com água deionizada 2mL (solo seco) e 250mL
(solo úmido) em caráter semanal. Realizaram-se coletas de solo durante seis meses para
quantificação dos fenóis totais a partir da técnica de cloreto de ferro III (FeCl3). Para obtenção
dos dados foi feita solução de 0,5g de FeCl3, 1g de solo, 2,0 mL acetona e 2,5 mL de água
deionizada, que foi filtrada e lida em espectrofotômetro a 415 nm. Os resultados encontrados
demonstraram elevação no índice de hidroxilas livres presentes no solo, sobretudo nas cúpulas
que simularam episódios de chuva, onde houve um crescimento progressivo até 180 dias de
experimento em contrapartida com as cúpulas que simularam o solo seco, apresentando quedas
consecutivas aos 60 e 90 dias. Com isso, pode-se concluir que o nível de hidroxilas livres
presentes no solo tem relação direta com o aumento da umidade e intervalo de tempo dos
tratamentos. Possivelmente, a maior quantidade de água proporcionou interação dos fenóis
liquênicos percolados com o solo, especificamente no tratamento simulando episódios de
chuva, ocasionando elevação no índice de hidroxilas, favorecendo assim, a complexação com
os minerais do solo.
Palavras-chave: Ciclo biológico; monocultura açucareira; modificação química.
33
CLIMA ATUAL E DO QUATERNÁRIO COMO CONDUTORES DA
DIVERSIDADE BETA FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE ARANHAS AO
LONGO DO GRADIENTE LATITUDINAL
Gabrielle Christina Firmino Soares¹,², Gustavo R. Oliveira³ & Thiago Gonçalves-Souza1*
1. Laboratório de Ecologia Filogenética e Funcional (ECOFFUN), Departamento de Biologia,
Área de ecologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.2. Bolsista
PIBIC/CNPq, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife,
PE, Brasil.3. Laboratório de Paleontologia e Sistemática (LAPASI), Departamento de Biologia,
Área de Ecologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
Diversos fatores ambientais afetam a distribuição de aranhas ao longo do gradiente latitudinal.
Esses fatores, como variáveis, afetam diferentes grupos funcionais de aranhas de maneiras
distintas em gradientes ambientais. Entretanto, modificações nas características funcionais do
grupo dependem de sua história evolutiva. Havendo sinal filogenético no tamanho corporal, a
variação neste atributo pode estar correlacionada com a diversidade filogenética e ambos
responderem a variações climáticas. O objetivo deste trabalho foi testar as seguintes hipóteses:
(1) a diversidade filogenética de aranhas é mais afetada pelo clima mais antigo do Quaternário,
caracterizado por grandes glaciações e períodos de aquecimento; (2) a diversidade funcional é
afetada por condições climáticas atuais. Foram coletadas aranhas associadas a plantas em 12
localidades ao longo de 2,000 km da costa brasileira, com latitudes variando de 12° a 27°. A
variação na temperatura média entre as localidades é de ~5 ºC. Os atributos escolhidos para as
aranhas foram o tamanho corporal, arranjo dos olhos, estruturas adesivas e tipos de teia, por
carregarem informações sobre história de vida e parâmetros ambientais que esses animais estão
vivenciando. Foram selecionadas 11 variáveis macro climáticas que representam sazonalidade
da temperatura e precipitação, bem como valores extremos (mínimos e máximos). Para testar se
variáveis climáticas afetam a diversidade funcional e filogenética utilizamos a análise de
redundância baseada em distância (db-RDA). Os resultados apontaram que a diversidade beta
funcional e filogenética foram afetadas pela temperatura máxima do mês mais quente e
precipitação média anual. Ainda mais importante, tanto o clima do Quaternário quanto o atual
afetaram os dois componentes da diversidade beta. Além disso, a diversidade beta filogenética
associada tanto com divergências evolutivas recentes quanto antigas, bem como a diversidade
beta funcional foram afetadas pela temperatura mínima do mês mais frio (condição climática
atual). Conforme esperado, variações climáticas no Quaternário tiveram forte efeito sobre a
diversidade beta filogenética (especialmente aquela relacionada com divergências evolutivas
antigas), mostrando, assim, a influência do clima passado sobre a diversidade de aranhas atuais.
Surpreendentemente, o clima do Quaternário afetou também a diversidade beta funcional,
revelando-se um importante condutor da funcionalidade das comunidades de aranhas. Nossos
resultados demonstram como a variação climática natural ao longo do gradiente latitudinal pode
ser extremamente útil para testar hipóteses ecológicas em grandes escalas espaciais. Ademais,
demonstramos que variações climáticas que ocorreram há milhares de anos atrás interagem com
o clima atual para determinar a distribuição espacial não aleatória de grupos filogenéticos e
funcionais de aranhas.
Palavra-chave: restingas, paleoclima, filobeta diversidade.
34
COMPORTAMENTO DAS TEMPERATURAS EM ÁREAS URBANA E DE
FLORESTA AO LONGO DE 24H NO MUNICÍPIO DO RECIFE
Jéssica de Freitas Silva¹; Pedro Felipe Cavalcanti dos Santos²; Ranyére Silva Nóbrega³;
1Graduanda em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela UFRPE. 2Mestrando do
Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPE e bolsista da Fundação de Amparo à
Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco. 3Docente do PPGEO/UFPE.
Ilhas de calor são anomalias térmicas onde a temperatura do ar na camada intraurbana da
atmosfera se caracteriza por ser superior ao da vizinhança rural, florestas ou fragmentos de
florestas. Esse incremento de temperatura é causado principalmente pelo calor armazenado e
reemitido pelos complexos de urbanização que concentram materiais de grande potencial
energético. Desta forma, o presente estudo objetivou estudar o comportamento das temperaturas
em uma área urbanizada e um fragmento de Mata Atlântica no município de Recife, PE. Os
dados em área urbanizada foram recolhidos no bairro de Boa Viagem, localizado na linha
costeira da cidade (leste), através de um termohigrômetro da marca HOBO U20. O Aparelho foi
instalado com a distância de 1,5 metro em relação à altura do solo, recomendado para esse tipo
de estudo (SOUCH & GRIMMOND, 2006). Os dados do fragmento de floresta foram
recolhidos junto a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), setor oeste. Foram
utilizados dados de temperatura, e para analisa-los ao longo de 24 horas, no dia 10 de maio de
2014, foi utilizada a equação: ΔT = ICU = TEST – TREF, onde TEST é a temperatura do ar em
cada ponto monitorado e TREF é a temperatura na estação de referência (fragmento de floresta),
método descrito em VITAL, MOREIRA e NÓBREGA (2012). A temperatura média na área
urbanizada para o dia estudado foi de 28,1 °C, diferenciando em 2,2 °C da área de floresta, com
25,9 °C de média. Ao nascer do sol, por volta das 5 horas, a área de floresta apresentou 2,4 °C a
menos do que a área urbanizada (25,2 °C na área urbanizada). Com o passar das horas, e a
rápida absorção de calor das áreas urbanas, a diferença de temperatura atingiu 5,8 °C, às 9h,
maior amplitude nesse dia (28,6 °C na área urbanizada, 22,8 na área de floresta). Às 12h há uma
diminuição no diferencial de temperatura, apresentando 2,0 °C (30,5 °C na área urbanizada). As
temperaturas basicamente se igualaram entre 15h e 19h. Às 21h, os dados de temperatura
voltaram a se distanciar, com uma diferença média de 1,7 °C para todo o período noturno. A
área de floresta apresentou temperaturas mais amenas em quase todo o dia, as ilhas de calor
foram observadas nos períodos da manhã e noite. No período da tarde as temperaturas se
igualaram.
Palavras-chave: Ilhas de calor, Clima urbano, Temperaturas.
35
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO ESTRATO HERBÁCEO AO LONGO DE
UMA CRONOSSEQUÊNCIA NA FLORESTA ATLÂNTICA NORDESTINA
Patricia Barbosa Lima1; Renata Gabriela Vila Nova Lima2; Marcelo Tabarelli3; Carmen Silvia
Zickel4
1Pós-Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Botânica da UFRPE. 2Graduanda em
Engenharia Florestal e Bolsista do PIBIC da UFRPE. 3Prof. Dr. do Departamento de Biologia da
UFPE. 4Profa. Dra. do Departamento de Biologia da UFRPE.
A flora herbácea constitui um conjunto de plantas altamente diverso, além de espacialmente e
temporalmente dinâmico, e que, em comparação às lenhosas, respondem rapidamente aos
fatores ambientais e biológicos. De modo geral, as ervas predominam nos estágios iniciais da
sucessão e diminuem sua predominância com o avanço da sucessão. Diante disso, este trabalho
teve o objetivo de descrever a composição florística do estrato herbáceo inventariado ao longo
de uma cronossequência de 30 anos de abandono agrícola localizada na Floresta Atlântica
nordestina. A área de estudos compreende a paisagem do Corredor Ecológico Pacatuba-Gargaú
(7°01'28,7"S; 35°07'06,7"W) localizada no Litoral da Paraíba. Na paisagem, foram selecionados
15 sítios com distintas idades de pousio canavieiro, sendo divididos em: 1ª década (quatro sítios
entre 4 e 6 anos); 2ª década (sete sítios entre 12 e 16 anos); 3ª década (quatro sítios entre 20 e 30
anos). Em cada sítio, nove parcelas (5×5m) foram estabelecidas para a identificação das ervas.
Posteriormente, análises de ordenação (NMDS) e de similaridade (ANOSIM) foram realizadas
utilizando o software Primer 6.0. Ao todo, foram observadas 55 espécies, 41 gêneros, 19
famílias e duas morfoespécies. As primeira, segunda e terceira décadas continham 24, 33 e 34
espécies, respectivamente. Apenas nove espécies foram comuns a todas as décadas: Commelina
erecta L., Cyperus aggregatus (Willd.) Endl., Cyperus laxus Lam., Digitaria insularis (L.) Mez
ex Ekman, Loudetia flammida (Trin.) C.E.Hubb, Megathyrsus maximus (Jacq.) B.K.Simon &
S.W.L.Jacobs, Melinis repens (Willd.) Zizka, Paspalum arundinaceum Poir. e Setaria setosa
(Sw.) P.Beauv. Todavia, esse baixo número de espécies em comum não foi suficiente para exibir
uma nítida separação de espécies entre as três décadas. Isto porque a NMDS não mostrou uma
clara diferenciação na similaridade florística entre as décadas, destacando-se, apenas, dois sítios
da terceira década (20 e 30 anos) e dois sítios da primeira década (4 e 5 anos) com uma maior
similaridade entre si. Os demais sítios mostraram-se mais similares entre si independentemente
da idade, fato este confirmado pela ANOSIM, que não mostrou efeito significativo da idade
sobre a composição de espécies nas três décadas (Rglobal=0,06; p=0,23). Assim, a
cronossequência analisada não possui diferença florística forte o suficiente para caracterizar as
décadas separadamente. Provavelmente, sítios com um maior intervalo de tempo de abandono
apresentem maior dissimilaridade e, diante disso, são necessários estudos que incluam na
análise sítios mais antigos.
Palavras-chave: ervas, similaridade florística, sítios secundários.
36
DINÂMICA DA SECREÇÃO DE NÉCTAR EXTRAFLORAL DE
PITYROCARPA MONILIFORMIS (BENTH). LUCKOW & R. W. JOBSON
(FABACEAE) NA CAATINGA
Caroline De Lourdes Souza Oliveira¹, Elâine Maria Dos Santos Ribeiro², Carlos Henrique Félix
Da Silva², Inara Roberta Leal³ 1Bacharelado em Ciências Biológicas/Ambientais pela Universidade Federal de Pernambuco;
UFPE; 2Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de
Pernambuco; UFPE; 3Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco-UFPE.
Plantas e animais estão envolvidos em diversas associações mutualísticas que incluem a oferta
de alguns recursos aos animais. Dentre esses recursos temos o néctar extrafloral (NE) que é uma
substância açucarada não envolvida com a polinização, mas que possui importância nas
interações mutualísticas com diversos tipos de artrópodes, em especial as formigas. Alguns
fatores podem influenciar a atividade secretora dos nectários extraflorais (NEFs), como o
período do dia e a herbivoria. Tendo em vista que a Caatinga é um ecossistema em que a
temperatura é bastante variável, sendo bastante quente durante o dia e mais amena durante a
noite, neste estudo o objetivo foi avaliar se o período do dia influencia a secreção dos NEFs de
Pytirocarpa moniliformis em uma região de Caatinga, localizada no Parque Nacional do
Catimbau - PE. Para avaliar a dinâmica de secreção dos NEFs, inicialmente foram isolados por
5 horas 2 NEFs, de 5 ramos terminais de 10 indivíduos de P. moniliformis para coleta do néctar
em dois horários do dia (11h e 23h). Com ajuda de uma microseringa (Hamilton 10μl) foi
medido o volume e com um refratômetro (Kasvi 0-32% Brix) a concentração de NE nos dois
horários citados. Para testar se existe diferença entre o volume e concentração de NE secretado
de dia e à noite, construímos um modelo linear generalizado misto, sendo o volume e a
concentração do NE as variáveis dependentes, o horário do dia a variável preditora e o indivíduo
amostrado o fator aleatório. Dos 100 nectários avaliados nos 10 indivíduos de P. moniliformis,
17% estavam com atividade secretora no horário 11h e 28% no horário 23h. Verificamos que no
horário das 23h o volume de NE secretado (média = 0,23μl ± Erro padrão = 0,09μl) chega a ser
60% maior (p<0,05) que no horário das 11h (0,14μl ± 0,09μl). Em relação à concentração do
NE, foi verificada maior média no horário 11h (4,2Brix ± 0,92Brix), mas não foi encontrada
diferença significativa entre os horários avaliados (p>0,05; 23h – 2,5Brix ± 1,5Brix). Com este
estudo trazemos evidências empíricas que a atividade dos nectários e volume de néctar
extrafloral disponibilizado é maior durante a noite em ambientes semiáridos. Provavelmente
esta é uma estratégia para reduzir os danos causados pelos herbívoros às plantas já que a
atividade de forrageio desses animais em ambientes estressantes como a Caatinga deve ser mais
vantajosa se ocorre em períodos de temperatura amena, como a noite.
Palavras-chave: néctar extrafloral; interações planta-animal; ecossistemas semiáridos.
37
EFEITO DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (IBA) NO ENRAIZAMENTO IN VITRO
DE Crataeva tapia L. (TRAPIÁ)
Paloma de Freitas Cavalcante1; Laureen Michelle Houllou2; Robson Antonio Souza3
1,3 Programador de produção, Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE)
2 Pesquisadora, Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE)
A Crataeva tapia L. é uma espécie florestal nativa da Mata Atlântica recomendada para a
recomposição de áreas degradadas e arborização, sendo popularmente conhecida como trapiá.
Na medicina popular, o trapiá é utilizado como estomáquico, tônico, analgésico dental e
febrífugo; também utilizado contra disenteria, asma, infecções do trato respiratório, inflamação
e irritação na garganta. A cultura de tecidos é um conjunto de metodologias que propiciam o
crescimento e a multiplicação de explantes em condições assépticas, utilizando-se meios
nutritivos que podem ser adicionados de hormônios vegetais tais como o ácido indolbutírico
(IBA) que regulam o desenvolvimento in vitro da planta. O IBA é uma auxina, e, como tal ao
ser adicionado no meio de cultura, têm a capacidade de promover a formação de raízes. A
obtenção de plantas com um sistema radicular bem desenvolvido é importante para a
sobrevivência e crescimento do vegetal, principalmente para as fases de aclimatização e
transplantio para o campo. Objetivou-se analisar a influência de diferentes concentrações de
IBA na rizogênese de plantas de trapiá mantidas in vitro. Explantes de trapiá previamente
cultivados in vitro foram inoculados em meio de cultura MS suplementado com 0,25; 0,5 e 1,0
mg.L-1 de IBA, sendo mantido o grupo controle na ausência do fitorregulador. Cada tratamento
foi composto por 20 amostras, sendo cada amostra representada por um explante. Após quarenta
dias, 50% das amostras mantidas em meio de cultura com adição de IBA havia formado raízes,
independente da concentração do hormônio vegetal no meio; enquanto que no grupo controle
esse percentual foi de 20%. Em relação à quantidade de raízes formadas, o tratamento composto
por 0,5 mg.L-1 de IBA obteve uma quantidade média de 1,5 raízes por explante, já nos
tratamentos com 0,25 e 1,0 mg.L-1 de IBA obtiveram 1,1 raízes por explante; enquanto que no
grupo controle a média foi de 0,35. Conclui-se que, para o trapiá, a adição de IBA no meio de
cultura influenciou positivamente o desenvolvimento de raízes; a concentração que possibilitou
a formação de um maior número de raízes por explante foi 0,5 mg.L-1 de IBA, e as plantas
resultantes desse tratamento, provavelmente, terão um maior percentual de sobrevivência em
campo, por possuírem um sistema radicular mais desenvolvido.
Palavra-chave: ácido indolbutírico, trapiá, Mata Atlântica
38
FENOLOGIA DE Artocarpus heterophyllus Lam., Moraceae
Alice Vitória da Silva¹, Cassiano José Lages Marinho Falcão², Uilian do Nascimento Barbosa³,
Ana Lícia Patriota Feliciano4
1,2 Bolsistas Facepe - Jardim Botânico do Recife, ³Analista de desenvolvimento ambiental,
Engenheiro Florestal, Jardim Botânico do Recife, 4Professora Associada do Departamento de
Ciências Florestais, Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Artocarpus heterophyllus é uma espécie de origem indiana, pertencente à família Moraceae,
conhecida como invasora pela fácil adaptabilidade graças à falta de predadores e efeitos
alelopáticos que interferem na germinação de espécies nativas de florestas tropicais. No
fragmento florestal urbano do Jardim Botânico do Recife, localizado na porção sudoeste do
Recife (entre as coordenadas geográficas 08°04’ e 08°05’S; 34°59’ e 34°57’W), a jaqueira vem
se destacando por sua alta densidade (cerca de 40 indivíduos por hectare), promovendo a
redução de diversidade no ambiente. Desta forma, este estudo objetivou conhecer a
disponibilidade de recursos ao longo do ano e relações com condições abióticas da espécie,
através do estudo fenológico. Foram marcadas 20 matrizes, acompanhadas quinzenalmente
entre julho de 2015 e julho de 2016. Durante as observações de cada indivíduo foram
registradas as seguintes fenofases: queda foliar, brotação, frutificação e floração; as quais foram
quantificadas segundo o método quali-quantitativo de Fournier. Em relação à queda foliar e
brotação percebeu-se que ambas foram contínuas em pequenas quantidades, quase
imperceptível, concluindo que a espécie seja perenifólia. Esta baixa queda de folhas torna o solo
menos fértil, pobre em matéria orgânica, devido à decomposição, o que pode dificultar o
desenvolvimento das espécies regenerantes. A floração também ocorreu durante todo o período
observado, havendo um decréscimo somente entre os meses de abril e junho. Considerando a
proporção de indivíduos com ocorrência de floração maior que 60%, a espécie, então, foi
considerada de alta sincronia. Os meses de maior intensidade da floração foram os de menor
intensidade de chuvas, acontecimento interpretado pelo fato da floração mais intensa acontecer
em períodos secos, quando as flores não sofrem pela ação dos ventos e chuvas. Assim como a
floração, a frutificação foi observada em todo o ano, com alta sincronia no período de agosto a
setembro com 100% dos indivíduos apresentando frutos e pouca sincrônica no mês de junho de
2016. Quanto à intensidade, o período de maior produção aconteceu de outubro a novembro de
2015, com um decréscimo nos meses de abril a junho, os quais possuem pluviosidade mais alta,
garantindo o sucesso da germinação. As fenofases de brotamento e queda foliar não se
relacionaram com a precipitação, demonstrando que essa variável não é fator decisivo nesses
eventos. Já a frutificação e a floração foram influenciadas por esse fator climático.
Palavras-chave: fenofase, método de Fournier, espécie exótica invasora.
39
INFLUÊNCIA ANTRÓPICA SOBRE COMUNIDADE DE AVIFAUNA EM
FRAGMENTO DE CAATINGA, RIACHUELO/RN.
Diego Christian De Melo Lins 1,2, Ragner Kennedy Silva Pessoa1, Marcelo da Silva3
¹Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas, Escola da Saúde, Universidade Potiguar,
Avenida Senador Salgado Filho, 1610, Lagoa Nova, Natal-RN, CEP: 59056-00, Brasil, 2Autor
(a) para correspondência: Diego Christian de Melo Lins, e-mail: ²diego.christian20@gmail.com, 3 Orientador.
A Caatinga é um domínio morfoclimático que apresenta uma grande riqueza de aves, muitas
das quais, são endêmicas, introduzidas ou invasoras. Este estudo tem por finalidade analisar a
influência antrópica, inventariar as espécies de aves e estimar as suas populações, com o
objetivo de conhecer as variações destas populações e como podem ser modificadas a partir da
ação do homem. O estudo foi realizado na Fazenda Trincheiras, município de Riachuelo,
localizada a 85 quilômetros de Natal/RN, na qual é composta principalmente por fragmentos de
caatinga com conhecimento cientifico insipido. A metodologia consistiu na observação das aves
do local, utilizando método de ponto fixo e aplicação de formulas para cálculo de abundancia e
frequência de ocorrência das aves, estudos como esses são de grande importância não só para a
conservação das espécies, mas também para a preservação de seus nichos, áreas como a fazenda
trincheiras devem ser conservadas para o bem na biodiversidade na Caatinga Potiguar. Toda a
área apresenta características morfoclimaticas semelhantes sendo observado que algumas
espécies habitam preferencialmente determinados locais da fazenda, a explicação é que elas dão
prioridade aos locais onde tem maior facilidade de encontrar recursos como alimentação,
dormitório e água. Foram identificadas 59 espécies de aves usando método de pontos fixos, o
Forpus xanthopterygius apresentou o maior IPA (índice pontual de abundancia) dentre todas as
espécies. O Paroaria dominicana e o Eupsittula cactorum apresentaram uma maior FO
(frequência de ocorrência) dentre todos os outros.
Palavras-chave: Caatinga, avifauna, Fazenda Trincheiras.
40
LEVANTAMENTO FLORISTICO EM UM MANGUEZAL, EM ROTEIRO,
LITORAL SUL DE ALAGOAS
Lidiane Matias¹; Rosy Valéria da Rocha Lopes²; Alexandre Oliveira; Milena Dutra da Silva; ¹’ ²
Graduação Em Ciências Biológicas (UFAL/PENEDO); Professores Adjuntos (UFAL/PENEDO)
Os manguezais são ecossistemas que apresentam um tipo específico de vegetação arbóreo-
arbustiva, com estrutura morfofisiológica ajustada à alta salinidade, variação de marés, solo
instável etc. Esse ecossistema tem como característica principal a baixa diversidade de espécies
vegetais. Tais espécies são alvo de extração, quer para o uso da madeira, ou de supressão da
vegetação, em razão da demanda por solo desnudo. O desenvolvimento deste trabalho teve
como objetivo realizar um levantamento florístico de espécies arbóreo-arbustivas em uma área
de manguezal no município de Roteiro, litoral sul de Alagoas. Para realizar o levantamento,
foram estabelecidos, ao longo de umtransecto, 2 quadrantes de 20 m2, com distância de 10
metros entre si, demarcados com o auxílio de GPS, fita métrica e corda. Foram encontrados
exemplares de Rhizophoramangle L. Laguncularia racemosa e Avicenniaschaueriana. Destaca-
se a predominância de indivíduos de R. mangle (40indivíduos), que exibem uma altura média
de11.95 metros e DAP (Diâmetro a Altura do Peito) de 34,325 cm. A L. racemosa apresentou
riqueza equivalente a 4 indivíduos, exibindo, em média, 9,125 metros de altura e DAP de 53.5
cm. A. schaueriana apresentou apenas 1 indivíduo. A composição florística citada apresenta
correspondência às descrições florísticas de manguezal na costa brasileira, sobretudo na foz dos
rios; R. mangle é a espécie de mangue mais frequente nessas áreas sob maior grau de inundação
pela maré, desolos lamosos (baixa oxigenação) e com alta concentração de sal. Tais
características correspondem ao ambiente estudado. Quanto à altura média dos indivíduos e
DAP, são dados compatíveis a indivíduos adultos de um bosque maduro. Quanto a mortalidade,
foram encontrados 2 indivíduos de A. schaueriana, de grande porte, um em cada quadrante
analisado. A morte e tombamento de tais indivíduos, provavelmente, ocasionou a abertura de
clareiras. Vale ressaltar que a área é intensamente explorada pela comunidade ribeirinha para
pesca de crustáceos e, aparentemente, em menor escala, retirada de madeira. Nesse sentido, os
dados aqui expostos correspondem a esforços iniciais de diagnóstico e monitoramento
ambiental da área.
Palavras chave:Rhizophoramangle, Laguncularia racemosa e Avicenniaschaueriana.
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LIQUEN EMDÊMICO DO BRASIL EM BIOMA CAATINGA E MATA
ATLÂNTICA: ANÁLISE DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS
Rocío Santiago Tejero¹; Eugênia C. Pereira2; Matheus Vilaça3; Mônica Cristina Barroso
Martins4; Nicácio Henrique da Silva5
1,4Bolsistas PosDoct do CNPq, UFPE, Centro de Biociências, Recife-PE, Brasil.; 2Professor
Titular, UFPE, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Recife-PE, Brasil; 3Bolsista IC do
CNPq, UFPE, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Recife-PE, Brasil. 5Professor Titular,
UFPE, Centro de Biociências, Recife-PE, Brasil.
O Nordeste do Brasil é dividido em zonas fitogeográficas que variam em função das condições
climáticas do litoral ao interior. No caso de Pernambuco são encontradas manchas de cerrado
edáfico (lato senso), como zona de transição, que apresentam uma elevada biodiversidade e alto
grau de endemismo. Estas passam por extenso proceso de alteração e deterioração que está
levando à rápida perda de espécies únicas e à eliminação de processos ecológicos chave. Nelas
há abundancia de liquens terrícolas da familia Cladoniaceae, com ênfase à espécie Cladonia
verticillaris que ocorre sob forma de tufos tendo o solo como substrato, é endêmica do Nordeste
brasileiro e utilizada neste trabalho. Neste contexto, C. verticillaris é conhecida pela sua
influência no funcionamento dos ecossistemas desses cerrados, integram os ciclos
biogeoquímicos e influenciam nas propriedades do solo. Porém, poucas pesquisas empregam o
liquenologia em estudos de integridade ambiental, ou em elaboração de planos de manejo e/ou
gestão ambiental. No presente estudo objetivou-se avaliar algumas respostas ecofisiológicas de
C. verticillaris de cerrado encravado no bioma Caatinga ou na Mata Atlântica, analisando os
teores de pigmentos fotossintéticos, a produção de fenóis, a vitalidade e danos celulares no
momento da coleta. Amostras da espécies foram coletadas em Mamanguape (PB) e no PARNA
Catimbau (PE), e submetidas às análises: extração sucessiva dos fenóis liquênicos e pigmento
fotossintéticos e avaliação por espectrofotometria. Vermelho Neutro e Azul de Evans foram
usados para avaliar a vitalidade e dano celular, respectivamente. Os resultados indicaram que C.
verticillaris apresentou maior teor de clorofila total no bioma Caatinga (1:1) do que na Mata
Atlântica (2:1) de clorofila a e b. Os teores de feofitina a foram semelhantes nos dois biomas,
enquanto degradação de clorofila b para feofitina b foi observada apenas na Caatinga, bioma
onde C. verticillaris apresentou maior taxa de mortalidade de células algais, além de danos a
sua estrutura comparados com os dados do liquen colhido na Mata Atlântica. Maior biossíntese
dos fenóis foi observada na Caatinga. Foram comprovados danos estruturais internos e externos,
diferenças em desempenho fotoquímico e metabolismo de C. verticillaris como estratégias de
adaptação para tolerar as diferentes condições ambientais extremas da Caatinga, explicando o
sucesso desta espécie em biomas diferentes. Estudos sobre ecofisiología dos liquens podem ser
uma ferramenta adicional para a implementação de políticas públicas na delimitação de áreas de
conservação como indicador de status de conservação de áreas já protegidas, bem como de
áreas a serem preservadas.
Palavras-chave: Cladonia verticillaris, nordeste brasilero, ecofisiología
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PROTEÇÃO ANTI-HERBIVORIA DE PLANTAS COM NECTARIOS
EXTRAFLORAIS NA CAATINGA É MEDIADA POR ATRIBUTOS DAS
FORMIGAS E DAS PLANTAS
José Israel Feliciano Durval1; Fernanda Maria Pereira De Oliveira2; Inara Roberta Leal3;
Francisco Cipriano De Lima Junior4; Maria Caroline Gonçalves Lins5
lLicenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, e-mail:
israel_durval@hotmail.com; 2Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade
Federal de Pernambuco-UFPE, 3Departamento de Botânica, Universidade Federal de
Pernambuco -UFPE; 4Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Universidade Federal
de Pernambuco -UFPE; 5Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal de
Pernambuco-UFPE.
Os nectários extraflorais (NEFs) são secreções oferecidas pelas plantas às formigas, as quais, ao
forragearem na planta, podem predar ou afugentar possíveis herbívoros que causariam danos à
planta favorecendo seu crescimento e reprodução. O objetivo do estudo foi investigar se a
defesa anti-herbivoria realizada por formigas em plantas com NEFs é influenciada pela planta,
por meio da atividade secretora dos nectários, e pelas formigas, por meio da tolerância térmica
das espécies que visitam os NEFs. Para isso, avaliamos durante o dia e à noite: (1) o ataque das
formigas a herbívoros simulados, (2) a tolerância térmica das formigas que promoveram estes
ataques e (3) a concentração e volume do néctar secretado pelas plantas. O estudo foi realizando
no Parque Nacional do Catimbau, utilizando Pityrocarpa moniliformis e Poincianella
microphylla como modelos de plantas com NEFs. A defesa contra herbívoros foi medida através
do ataque a cupins (herbívoros simulados), os quais foram colados nas plantas e monitorados
por 10 min. A tolerância térmica das formigas que realizaram os ataques foi medida com um
Thermal-lockdryheatbath (USA Scientific, Orlando, Flórida), onde as formigas foram colocadas
individualmente dentro de um eppendorf no equipamento pré-aquecido a 38°C e paulatinamente
esquentado a uma taxa de 2°C a cada dez minutos até que o indivíduo morresse. O volume e a
concentração do néctar foram medidos com o auxílio de uma microseringa (Hamilton 10 μl) e
um refratômetro (Kasvi 0-32% Brix) durante o dia (7 – 17 h) e durante a noite (18 – 5 h). Foram
contabilizados 26 ataques de formigas (cerca de 25% dos cupins oferecidos), 15 em Pi.
moniliformis e 11 em Po. microphylla. Nove espécies de formigas atacaram os cupins, três de
dia, cinco à noite, e apenas Camponotus crassus proferindo os ataques nos dois períodos. A
tolerância térmica das formigas não diferiu entre os dois períodos, mas a espécies com menor
tolerância térmica só atacaram cupins no período da noite. A secreção dos NEFs variou durante
os períodos diurnos e noturnos, havendo maior concentração de néctar durante o dia e maior
volume de néctar durante a noite. Como houve mais ataques à noite, quando o volume de néctar
secretado foi maior, e as formigas com menor tolerância térmica só atacaram cupins à noite,
podemos inferir que a atividade de secreção dos nectários extraflorais, a tolerância térmica das
formigas são importantes mecanismos para determinar o mutualismo da defesa anti-herbivoria.
Palavras-chave: Defesa anti-herbivoria, Florestas tropicais secas, Interações planta-formiga
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REDUÇÃO NA ESCALA ESPACIAL DO IMPACTO HUMANO
Carolinny Cantarelli¹, Maria Fabíola Barros² e Marcelo Tabarelli³
¹²³Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Biociências, Laboratório de Ecologia
Vegetal Aplicada.
As Florestas Tropicais Sazonalmente Secas estão expostas às perturbações antrópicas, aguda e
crônica. Extração de madeira, sobrepastoreio, remoção da vegetação e áreas com fins agrícolas
são os principais exemplos de perturbações antrópicas. A presença de populações humanas
resulta em exploração dos recursos naturais, pois são nesses cenários, onde podemos encontrar
as relações de maior dependência com os serviços ecossistêmicos como água, madeira, fibra e
alimento. O ecossistema Caatinga representa uma floresta tropical sazonalmente seca. É o único
ecossistema exclusivamente brasileiro, o que indica que seu refúgio biológico não pode ser
encontrado em nenhum outro lugar do planeta, mas, vem sendo modificada drasticamente desde
a colonização europeia no século XVI. O estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau
(PARNA Catimbau) localizado no agreste do Estado de Pernambuco. Foi criado em 2002, mas
ainda não houve regularização fundiária, de forma que pequenos agricultores, comunidades
mítico-religiosas, grandes proprietários, pequenos centros urbanos, pequenos empreendimentos
turísticos e posseiros ainda residem no PARNA, tornando-o um ótimo cenário para estudos
envolvendo a relação humana com o meio ambiente. O estudo contou com a ajuda dos
moradores locais, os quais respondiam um questionário oralmente sobre o modo como usavam
as terras, o que plantavam, como plantavam (técnicas), por quanto tempo plantaram, se faziam
uso de aditivos agrícolas, tempo de pousio agrícola e quando deixaram de usá-las. Foram 30
entrevistados no PARNA Catimbau. Todos eles utilizaram fogo para ‘derrubar’ a vegetação
original; plantaram milho, feijão, melancia, algodão e palma; nunca fizeram uso de técnica
agrícola; nunca usaram aditivos no solo; o tempo de pousio agrícola varia de acordo com o
tamanho da terra do agricultor e a maioria abandonou a atividade agrícola porque encontraram
outras formas de obtenção de renda (bolsas do governo, por exemplo). Outra fonte de renda
permitiu que os impactos sobre o solo e a biodiversidade diminuíssem dando chance para que
ocorra a sucessão secundária. Portanto, hoje vemos poucas áreas sendo utilizadas para fins
agrícolas e pouco ou ausente uso do fogo, ou seja, as áreas que hoje vemos alteradas e
empobrecidas biologicamente são o resultado do histórico de uso intenso, que predominava no
cenário. Apesar das áreas agrícolas terem diminuído, a população local continua a extrair
recursos do meio natural, o que não permite ou atrasa o processo de regeneração natural. Diante
desse cenário fica o questionamento: o ecossistema avançará em direção a uma paisagem
similar a paisagem original?
Palavras-chave: Floresta tropical seca; Perturbação antrópica e Sucessão secundária,
44
REGENERAÇÃO NA CAATINGA AO LONGO DE UMA
CRONOSSEQUÊNCIA
Maria Caroline Gonçalves Lins2 ; José Israel Feliciano Durval2 ; Darllene Carla dos Santos
Silva3; Alizandra da Silva Paz4; Alexandre Souza de Paula5 1,2,3,4 Estudantes de Ciências Biológicas-Licenciatura da UFPE
5 Pós-graduação da Universidade Federal de Pernambuco
No Brasil, as Florestas tropicais secas estão bem representadas pela Caatinga. A Caatinga é um
mosaico de arbustos espinhosos que cobre cerca de 70% da área do Nordeste e representa o
único ecossistema exclusivamente brasileiro. Dentre os mecanismos próprios de recuperação e
manutenção de diversidade que a floresta possui, podemos citar: o banco de sementes do solo e
a chuva de sementes. O estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau, o Parque, com
62.300km2, abrange parte dos municípios de Buíque, Ibimirim e Tupanatinga, no estado de
Pernambuco. Cada parcela tem 20 x 50 m, sendo 5 parcelas em áreas preservadas, mantidas
como controle, e 15 parcelas ao longo de uma cronosequência de regeneração. As coletas no
banco de sementes foram realizadas em 10 pontos dentro de cada parcela, distribuídas de forma
aleatória. Para a chuva de sementes, foram alocados 10 coletores em cada parcela, de maneira
aleatória distanciados pelo menos 5 metros um do outro. Cada coletor consiste de uma tela de
nylon verde de malha de 1,0 mm, com 1 x 1 m, amarrados em troncos de árvores e/ou arbustos.
Todo o material retido foi colocado em sacos plásticos, identificados por origem e mês e em
seguida levados a laboratório, onde foram triados com auxílio de lupa e pinça e separadas as
sementes de folhas, galhos e flores. Após identificadas, as sementes foram comparadas, através
de uma lista com as espécies de plantas que constam em cada parcela, sendo classificadas a
proporção quanto a sua dispersão, como: autóctone (espécies provenientes daquela área) ou
alóctone (espécies oriundas de outra localidade). Dessa forma, pode-se inferir que a dispersão
de sementes está ocorrendo de forma homogênea em todas as áreas da sucessão, sem ter
influência do tempo de abandono da terra após a agricultura, isso pode ser explicado, pela fonte
de sementes, que pode ser tanto da comunidade local como de comunidades vizinhas devido ao
fato de que, em áreas sazonalmente secas, como a Caatinga, há predomínio de espécies vegetais
com sementes pequenas e dispersas pelo vento (anemocoria), o que aumentaria a probabilidade
dessas espécies alcançarem tais áreas de forma rápida. Outro fator que contribui para que ocorra
esse processo de colonização nessas áreas é o fato delas apresentarem clareiras naturais, comuns
na Caatinga.
Palavras–chave: alóctones; autóctone; regeneração.
45
REGENERAÇÃO NATURAL NA TRILHA GUIADA DO FRAGMENTO DE
MATA ATLÂNTICA DO JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE, PERNAMBUCO
Talita Lopes dos Santos¹, Gisele Evangelista dos Santos², Rita de Cássia Tavares² e Ladivania
Medeiros do Nascimento³
¹Estudante de Engenharia Florestal da UFRPE e bolsista da Fundação de Amparo à Ciência e
Tecnologia do Estado de Pernambuco; ²Estudantes de Ciências Biológicas da UFRPE e bolsistas
da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco; ³Analista Ambiental
no Jardim Botânico do Recife, Prefeitura do Recife.
Os fragmentos de Mata Atlântica geralmente se encontram em estádio de sucessão natural
secundário, com composição florística alterada e empobrecida, sendo a regeneração natural
(RN) o principal mecanismo para manutenção da biodiversidade e garantia do processo
sucessional. O estudo da RN permite a realização de previsões sobre o comportamento e
desenvolvimento futuro da floresta, por fornecer a relação e a quantidade de espécies que
constitui o seu estoque. Os fragmentos florestais protegidos por unidades de conservação tem a
trilha ecológica como importante instrumento de educação ambiental, proporcionando aos
visitantes um aprendizado através da sensibilização obtida pelo contato com a natureza.
Todavia, estudos indicam que o mal uso desse instrumento pode provocar danos na flora e na
estrutura do sub-bosque da floresta ao longo do tempo. Assim, este trabalho tem como objetivo
avaliar se o uso da trilha provoca alterações na composição florística e na estrutura do estrato
regenerante arbóreo do fragmento florestal do Jardim Botânico do Recife. Os indivíduos da
regeneração arbórea (altura ≥ 1 m e DAP < 5 cm) foram amostrados em 44 parcelas de 5x5 m,
sistematicamente distribuídas equidistantes 10m uma das outras. Foram amostrados 1095
indivíduos, pertencentes a 70 espécies e 32 famílias. Helicostylis tomentosa (298 indivíduos),
seguidas por Brosimum guianense (129), Siparuna guianensis (78), Eschweilera ovata (62)
foram as espécies dominantes, colaborando com mais de 50% da densidade total. O índice de
diversidade de espécies de Shannon-Wiener (3,01) é equivalente à regeneração em floresta
secundária de Mata Atlântica do estado. Parece haver uma correlação positiva entre a
diminuição da riqueza e os pontos de paradas nas trilhas. Um outro fator que parece interferir na
riqueza das parcelas é a presença de espécies exóticas invasoras, sugerindo que trabalhos que
avaliem a presença e o nível de infestação das espécies exóticas invasoras possam indicar
alterações na diversidade do fragmento.
Palavras-chave: Estrutura, composição florística, sub-bosque.
46
SELEÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA USO EM TELHADOS VERDES
Isabel Verônica Sarinho Ferreira¹, Tassiana A. dos Santos Vasconcelos ¹, Ane Caroline Carvalho
Cavalcante¹, Flávio Carrazzone de Carvalho Silva¹, Simone Santos Lira Silva2, Vivian Loges3
1UFRPE. Discente do Curso de Agronomia. E-mail: isabel.sarinho@gmail.com.br; 2UFRPE. Pós-Doutora do PPGMGP. E-mail: simolira36@gmail.com
3UFRPE. Professora. Depto. de Agronomia. E-mail: vloges@yahoo.com
Telhado verde consiste no cultivo de vegetação sobre a cobertura de edificações com
impermeabilização. Espécies ideais são aquelas que apresentem: baixa necessidade de poda,
adubação e irrigação; bom aspecto visual, alta capacidade de cobertura do solo, tolerância às
variações climáticas e adaptação ao local; rusticidade, facilidade de propagação e resistência a
pragas e doenças. O objetivo desse trabalho foi selecionar espécies nativas que apresentam
rápido desenvolvimento, baixa manutenção e resistência para cultivo em telhados verdes
extensivos. O experimento foi conduzido no período de abril à maio de 2016, na Universidade
Federal Rural de Pernambuco, organizado em blocos casualizados, onde foram avaliadas cinco
espécies: Sphagneticola trilobata, Richardia grandiflora, Turnera subulata, Indigofera
campestris e Portulaca grandiflora. Foram utilizadas quatro repetições, sendo cada parcela
representada por uma bandeja de polietileno (0,4 x 0,3 x 0,05m) preenchida com o substrato
para plantas, com 6 estacas de 10 a 15 cm de altura. Foram considerados os seguintes caracteres
na análise: taxa de pegamento, altura das plantas, presença de brotação, presença de
inflorescência e capacidade de cobertura do solo. Observou-se que a taxa de pegamento variou
de 66% (T. subulata) a 100% (S. trilobata). A média de altura das plantas variou de 4,97cm a
9,12 cm para S. trilobata e P. grandiflora, respectivamente. A presença de brotações foi
observada a partir de 22 dias após o plantio, sendo a espécie que apresentou o maior número de
brotações a R. grandiflora com 5 unid, e a espécie que apresentou menor número de brotações
foi a T. subulata com 0,25 unid. A presença de inflorescência foi observada a partir de 29 dias
do plantio, porém em pequena quantidade, na T. subulata (0,75 unid), R. grandiflora (2,50 unid)
e I. campestres (2,00 unid). As espécies obtiveram resultados acima de 35% de cobertura do
solo, com exceção da T. subulata que apresentou 17% de cobertura. Concluiu que todas as
espécies tem potencial para uso em telhado verde. Contudo a P. grandiflora e a I. campestris,
foram as que mais se destacaram pela boa cobertura de solo, ótima taxa de pegamento e por
serem visualmente satisfatória.
Palavras-chave: Cobertura verde, paisagismo, baixa manutenção.
47
USO DA TÉCNICA DE CLORETO DE FERRO III PARA QUANTIFICAÇÃO
DAS SUBSTÂNCIAS LIQUÊNICAS PERCOLADAS PARA SOLOS
SALINIZADOS
Victor Pina Figueiredo¹; Beatriz Teixeira de Araújo Clemente²; Andrezza Karla de Oliveira
Silva3; Eugênia Cristina Gonçalves Pereira4
¹,²Graduando em Geografia UFPE/Bolsista Pibic CNPq/FACEPE; Doutoranda em Geografia
UFPE?Bolsista CNPq3; 4Profª/Orientadora do DCG/UFPE
A ilha de Assunção é uma das ilhas do rio São Francisco pertencente ao município de Cabrobó,
sendo habitada pela comunidade indígena Truká que sobrevivem principalmente da agricultura.
Entretanto o uso de defensivos e insumos agrícolas, cultivos e práticas inadequadas para as
características do solo da região, têm causado um processo de degradação ambiental em
extensas áreas, e, consequente diminuição da produtividade, perda da fertilidade e salinização
do solo. Desta maneira, o presente projeto visou avaliar a capacidade de biorremediação do
líquen Cladonia verticillaris em biorremediar Neossolos Flúvicos, ambos submetido ou não à
radiação Gama, atingidos pelo processo de salinização na ilha de Assunção. Para tal, foram
coletados e utilizados 144 g materiais liquênicos, no município de Mamanguape-PB, e 4,2 kg de
solo, da ilha de Assunção, sendo parte destes materiais submetidos à uma dose radioativa de 5
Gy. O experimento foi montado em doze cúpulas de vidro transparente, dividido em quatro
tratamentos, com três repetições cada, apresentando um arranjo simples entre liquens e solos,
irradiados ou não. Cada cúpula foi borrifada semanalmente com aproximadamente 3 mL de
água deionizada. Para montagem do experimento foram utilizadas 12 g de C. verticillaris
sobreposta em 700 g de Neossolo flúvico. O experimento se baseou em análise de fenóis
liquênicos percolados para o solo a fim de verificar a transformação dos nutrientes do solo por
meio da interação com ácidos fenólicos. Para a quantificação dos teores de fenóis totais
existentes no solo a partir da presença de hidroxilas livres na solução solo, foi utilizada a técnica
por determinação com o cloreto de ferro III. Para tal foi gerada uma solução composta de 1 g de
solo, 0,5 g de cloreto de ferro III, 2 ml acetona e 2,5 ml água deionizada. A solução foi filtrada e
quantificada em espectrofotômetro a 415 nm. A quantificação das substâncias de C. verticillaris
percoladas para Neossolo subjacente aos talos liquênicos, demonstra que houve percolação de
fenóis. Observou-se no segundo mês a falta de hidroxilas livres nos solos não irradiados,
entretanto foi constatada produção fenólica por parte do talo liquênico. Tal resposta pode indicar
o processo de autoproteção por parte do líquen devido ao estresse pela mudança de ambiente.
Todavia, os resultados apontam que o líquen sofreu alterações no seu metabolismo devido à
exposição de radiação modificando, assim, sua produção fenólica, da mesma maneira observou-
se que houve alterações químicas no solo, principalmente nos teores de cálcio e magnésio.
Palavras-chave: biorremediação; líquen; salinização.
48
CERA EPICUTICULAR DE Terminalia Catappa L. COMO BIOINDICADORA
DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA.
Rodolfo Lucas Bezerra de Almeida¹; Luiz Oliveira da Costa Filho²; Maíra Honorato de Moura
Silva3; Antônio Fernando Morais de Oliveira4.
¹Graduando do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas e Saúde, Universidade Católica de Pernambuco (rodolfo_lucas18@yahoo.com).
2Laboratório de Botânica, Centro de Ciências Biológicas e Saúde, Universidade Católica de
Pernambuco.
3Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Departamento de Botânica,
Universidade Federal de Pernambuco. 4Laboratório de Ecologia Aplicada e Fitoquímica, Departamento de Botânica, Universidade
Federal de Pernambuco.
As ceras epicuticulares constituem a camada mais externas da superfície vegetal constituindo
uma interface entre a planta e o ambiente, estando expostas às variações do meio, incluindo a
ação dos poluentes. O presente trabalho tem como finalidade observar possíveis alterações na
química e na morfologia das ceras epicuticulares de T. catappa por influência de poluentes
atmosféricos. Para efeito de comparação foram selecionadas duas áreas, sendo uma considerada
poluída e outra preservada, respectivamente, Avenida Agamenon Magalhães
(coordenadas 8°2'43"S 34°53'23"W), Recife, Pernambuco e Reserva Ecológica do Passarinho
(Coordenadas 25M 289911 9116152), Olinda, Pernambuco. Folhas maduras e íntegras de
Terminalia catappa (Combretaceae) foram coletadas nas duas áreas e levadas ao Laboratório de
Botânica da UNICAP, onde foram desidratadas em estufa. Em seguida, o material foi levado ao
Laboratório de Ecologia Aplicada e Fitoquímica (LEAF) da UFPE foi realizada a extração das
ceras cuticulares, posteriormente submetidas à cromatografia em camada delgada em escala
preparativa, para separação das classes de compostos. Em ambas as amostras a classe
predominante foi n-alcanos. Nas ceras obtidas do ambiente considerado poluído (amostra A), foi
observada a ocorrência de três classes de compostos com respectivos Rfs (0,06), (0,25) e (0,87),
enquanto a cera do ambiente considerado não poluído (amostra B) evidenciou quatro frações
com valores de Rfs (0,05), (0,16), (0,25) e (0,72), o que permite inferir uma alteração na
estrutura química das ceras. No entanto, análises posteriores por GC-MS e microscopia
eletrônica, poderão melhor evidenciar o potencial bioindicador dos lipídios cuticulares, a partir
de possíveis alterações na estrutura química e física da superfície foliar.
Palavras-chave: lipídio, ambiente, poluentes.
49
50
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA A PRESERVAÇÃO DO RIO
BEBERIBE NA COMUNIDADE DO VASCO DA GAMA, RECIFE-PE
1Iran de Souza Lima Júnior 2 Maria da Glória de Sant´Ana Lima
1Estudante de Mestrado em Extensão Rural e Desenvolvimento Local pela UFRPE 2Profª da Escola Municipal Santa Maria Goretti.
O rio Beberibe é um dos principais rios da região metropolitana do Recife, juntamente com o rio
Capibaribe. Sua nascente está localizada entre os municípios de São Lourenço da Mata e
Olinda, possuindo extensão de 19 km com bacia hidrográfica medindo 81 km2 (DOS SANTOS
& SHULLER, 2008). No século XIX serviu como principal fonte de água para abastecimento
das cidades de Recife e Olinda (ANDRADE, 1979). O crescimento desordenado das cidades
trouxe problemas para o rio Beberibe, como a ocupação inadequada das suas margens. As matas
ciliares foram destruídas para construção de habitações irregulares, onde dejetos humanos e
químicos são jogados no rio contribuindo para a poluição. Mas qual a importância desse rio? No
bairro Vasco da Gama, zona norte do Recife-PE, encontra-se a Escola Municipal Santa Maria
Goretti a qual foi desenvolvida a pesquisa no ano de 2015 entre a professora responsável e
alunos do 5º ano. O objetivo desta pesquisa foi levar aos estudantes momentos de discussão e
reflexão sobre a importância do rio Beberibe no seu contexto social e ecológico como proposta
para a educação ambiental. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica, debatida entre
professora e alunos. Aplicação de entrevistas semiestruturadas com moradores antigos da
comunidade, informando sobre a comunidade e sua relação com o rio no passado e no presente.
Apresentação de cartazes nas demais turmas da escola e para os pais. Dentre os resultados é que
antigamente o rio Beberibe era limpo, possuía mata ciliar e as pessoas poderiam se banhar. Hoje
o rio deu lugar a um canal que corta a comunidade do Vasco da Gama, onde as pessoas jogam
lixo. A participação dos alunos na divulgação conscientizadora na importância de se economizar
água dentro da escola para os/as funcionário/as, não jogar lixo nos canais e nas ruas.
Concluímos que a comunidade do Vasco da Gama e a cidade do Recife perdem um grande bem
que é o rio Beberibe, isso observado durante a pesquisa e que todos são responsáveis pela sua
conservação e preservação dos rios. A sua restauração depende da conscientização do povo e de
ações governamentais para que as águas do rio Beberibe voltem a ser utilizadas como fonte de
água para consumo e navegação. A pesquisa inclui crianças nas discussões sobre a história e da
preservação do rio, como ação de valorização do conhecimento local da comunidade.
Palavras-chave: Beberibe, poluição, rio
51
A UTILIZAÇÃO DE MATERIAL RECICLADO NA CONFECÇÃO DE
OBJETOS ORNAMENTAIS PARA ÁREA DE CONVIVENCIA ESCOLAR
Cristiane Maria da Conceição1; Kelly do Nascimento Melo2; Hérica Lúcia da Sliva3; Janaína
Patrícia dos Santos4; Luiz Augustinho Menezes da Silva5
1,2,3 Bolsistas do PIBID-CIÊNCIAS (UFPE-CAV) 4 Profª Supervisora do PIBID-CIÊNCIAS/ Escola Estadual Profª Amélia Coelho
5 Coordenador PIBID-CIÊNCIAS UFPE-CAV
A Escola Estadual Professora Amélia Coelho fica situada no município da Vitória de Santo
Antão – PE, e oferece o Ensino Fundamental II e Ensino Médio, surgiu nos alunos das turmas
do 8º e 9º da referida escola, o interesse de fazer alguma ação que pudesse ajudar na
revitalização da área de convivência e recreação, com o auxílio do grupo do Pibid Ciências.
Sentindo que o espaço estava pouco acolhedor os alunos decidiram dar mais vida e alegria ao
mesmo. Como a cidade apresentou um elevado índice nos casos de Doenças transmitidas pelo
mosquito Aedes aegypti e sabendo que o foco do mosquito pode se desenvolver em qualquer
lugar que acumule água limpa, como em tampas de garrafas, por exemplo, foi sugerida a
utilização de materiais reciclados para a confecção dos objetos para a ornamentação, pois assim
reduziria a quantidade dos locais para possíveis focos do mosquito Aedes aegypti e também
poderiam utilizar os materiais coletados para fazer armadilhas para o mosquito. Dessa forma o
trabalho teve como objetivo, revitalizar a área de convivência utilizando materiais recicláveis
coletados pelos alunos, reduzir o número de possíveis focos do Aedes aegypti. Os materiais
utilizados foram: caixa de ovos, rolos de papel higiênico, garrafas pets, entre outros. O
Resultado foi a confecção de pufes, vasos para hortas, enfeites de parede entre outros. Desta
forma a satisfação dos alunos tanto com o local de convivência, como com os vasos em que
foram plantadas erva que servem como repelentes naturais foram distribuídas para os pais dos
alunos, ficou evidente, pois na opinião dos próprios alunos o trabalho foi bastante proveitoso,
com isso deu a chance de fazer algo a mais do que tinham planejado, ajudando, tanto na
revitalização da área de convivência, como no combate ao mosquito transmissor da dengue.
Sendo assim pode se concluir que com pequenas ações pode ser gerado grande conhecimento e
como é importante o apoio do professor e da família para despertar o lado critico e ativo de cada
aluno.
Palavras-chave: Pibid, Reciclagem, Convivência, Dengue
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ATIVIDADES EDUCATIVAS PARA PRESERVAÇÃO DOS MANGUEZAIS EM
MARACAÍPE, IPOJUCA-PE
Joana Regina de souza1; Paloma Eduarda de Jesus Silva 2; Niedja Israely da Silva 3; Cristiane
Maria da Silva4; Juliana Aline Alves de Santana5 1Graduada em Gestão Ambiental, FG; 2Graduada em Ciências Biológicas, UFPE; 3Graduanda
em Ciências Biológicas, UNICAP; 4 Técnica em Meio Ambiente; 5Graduanda em Gestão
Ambiental, FG.
O município de Ipojuca está localizado na Região Metropolitana de Recife, com uma população
estimada de 91.341 habitantes e uma área territorial de aproximadamente 527,107 km² (IBGE,
2015). A vila de Maracaípe, localizada no município, possui uma área de manguezal que sofre
pressão pela expansão urbana, o que tem gerado um problema de ocupação irregular nessas
áreas vulneráveis. Em conjunto a isso, surge também a problemática de descarte incorreto de
resíduos sólidos nesses locais. Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância
da preservação dessas áreas foram realizadas diversas oficinas com os alunos de uma escola da
rede pública municipal em Maracaípe. No período de uma semana, foram realizadas as
seguintes atividades: Oficina de criação de brinquedos com utilização de materiais recicláveis;
Oficina de criação de placas educativas; Palestra sobre a importância de conservação dos
manguezais; Mutirão de Limpeza da praia e dos manguezais e Expedição ecológica e trilha no
manguezal de Maracaípe. Após essas atividades foi possível observar que os alunos despertaram
interesse de proteger e conservar o local de onde suas famílias tiram o sustento. Entendemos
que, ainda é necessário incluir cada vez mais a educação ambiental no ambiente escolar onde é
dado o primeiro passo para conscientização dos futuros cidadãos para com o meio ambiente. É
de extrema importância que desde pequenos os filhos estejam conscientes sobre a relevância da
preservação do meio para sua própria sobrevivência e que se tornem multiplicadores ambientais.
Diante disso, a educação ambiental como prevista na constituição federal deve ser inserida em
todos os níveis de ensino, diante dessa grande preocupação com o meio ambiente acredita-se
que a educação ambiental é a única estratégia para uma mudança efetiva e conscientização para
a preservação ambiental.
Palavras-chave: educação ambiental, reciclagem, manguezais.
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CONCEPÇÕES DE PEIXES SOB O PONTO DE VISTA DOS ESTUDANTES DO
7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE
RECIFE – PE
Emanuelle Martins de Aguiar¹; Fernanda Gonçalves Alves²; Daiany Renally Ferreira Bezerra³;
Ana Carolyna Cristovão do Nascimento³ e Elian Sandra Alves de Araujo4
¹Bolsista de PIBIC da UFRPE, ²Bolsista de Extensão da UFRPE, ³Bolsistas de PIBID da
UFRPE, 4
Docente/pesquisador do Deptº de Educação da UFRPE
O ensino na área zoológica por muitos anos foi negligenciado, sendo considerado pelos
estudantes um conteúdo monótono, pautado, apenas em nomes científicos e tabelas. Torna-se
relevante o desenvolvimento de didáticas que estimulem a aprendizagem dos grupos zoológicos,
especialmente, o grupo dos peixes, cuja riqueza da fauna é muito diversificada e importante
tanto nos aspectos ecológicos e socioeconômicos para os seres vivos. A partir disso a presente
pesquisa tem o intuito de fazer um levantamento inicial e final sobre as concepções dos
estudantes do 7º ano do Colégio Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE,
sobre peixes. Realizada nos meses de outubro e Novembro de 2015, com 30 estudantes na faixa
etária entre 10 a 11 anos. Através de um questionário quali-quantitativo, buscou-se avaliar os
conhecimentos dos discentes em relação à identificação do que caracterizam os peixes, qual
estrutura anatômica que pertence aos peixes ósseos, quem eram os representantes dos ósseos e
dos cartilaginosos, além de buscar a opinião dos estudantes sobre quais os impactos que a
construção do porto de SUAPE afeta o modo vida e reprodução dos peixes. Na 1ª questão todos
os estudantes conseguiram identificar as estruturas externas dos peixes, tanto antes do
levantamento como depois, atentando para estruturas básicas como respiração branquial e
nadadeiras. Na 2ª questão a princípio apenas 3 estudantes conseguiram identificar a estrutura
pertencente aos peixes ósseos, os demais erraram por não conhecer: a origem das escamas dos
peixes e por não conhecer a bexiga natatória. Após a intervenção todos conseguiram acertar. A
3ª somente 11 estudantes acertaram, enquanto na 4ª questão foram 21. Logo após a intervenção
os acertos de ambos elevaram a 90%, mostrando que imagens ilustrativas e contextualizadas
ajudam na formação de conceitos e saberes. A priori poucos estudantes sabiam o que dizer na
5º alguns a penas lembraram que: “... o porto de SUAPE afetou diretamente o ecossistema
manguezal...”. Depois conseguiram correlacionar os ataques de tubarões com a construção do
porto e a perturbação do local de desova: “... os tubarões perdem seu habitat, o seu berçário, e
chegam nas praias atacam o ser humano e não vemos o lado deles”. Os resultados analisados
indicaram uma correlação positiva e significativa demonstrando um bom desempenho no que
tange os processos de ensino aprendizagem. É preciso investir em formas diferenciadas de
ensino, de forma que levem a mudanças atitudinais e de valorização e preservação da
biodiversidade e da fauna do planeta Terra.
Palavras-Chave: educação, peixes, zoologia
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ECOLOGIA DE SABERES: IMPLANTAÇÃO DE AGROFLORESTA NO
COLETIVO AIMIRIM
Ana Dubeux1,5, Hugo Dubeux2,5, Marcela Peixoto3,5, Miguel Arcaya4,5
¹ Doutora em Sociologia, professora do Departamento de Educação da UFRPE
² Geografo; ³ Doutora em Direitos Humanos; 4 Especialista em Energia Solar; 5 Coletivo
AIMIRIM
A ecologia representa o estudo do habitat dos seres vivos e suas relações com o Meio Ambiente.
A sua abordagem, no âmbito da biologia é essencial para a compreensão dos ciclos da natureza,
da reciclagem da matéria e de outros temas relacionado ao ambiente. Contudo, o que se tem
observado é que existem dificuldades de assimilação por estudantes e docentes, no que tange ao
entendimento de processos e das relações entre o ser vivo e o ambiente, as quais são importantes
para o equilíbrio ecológico. Visando tornar o conteúdo de ecologia mais entendível aos
estudantes e colaborar na prática docente, a aplicação de uma Sequência Didática (SD) pode
fomentar significativamente a sua aprendizagem em sala de aula, a partir de conjunto de
atividades planejadas e sistematizada, em torno de determinado tema em estudo, oportunizando
aos sujeitos explicitarem suas concepções sobre certos fenômenos ou conceitos, favorecendo
sua evolução e ampliação, aproximando dos conceitos científicos. Assim, a pesquisa objetivou
avaliar a aplicação de uma Sequência Didática para a construção do conceito de ecologia, com
estudantes do 3º Ano do Ensino Médio, numa escola do munícipio de Vitória de Santo
Antão/PE. A SD foi aplicada com 25 estudantes, que foram distribuídos em três grupos.
Primeiramente, utilizamos o método do Ciclo Hermenêutico-Dialético (CHD), através de uma
pergunta dissertativa, procurando coletar as concepções prévias dos pesquisados sobre o
referido conceito. Posteriormente, houve um trabalho de intervenção com os estudantes, o qual
ocorreu em dois momentos: 1- aula expositiva/dialogada sobre o tema ecologia e 2 - aplicação
de um jogo formado por conceitos de ecologia e um conjunto de imagens relacionadas aos
conceitos. Por fim, foi reaplicado o CHD, para avaliar as novas construções dos estudantes. Os
resultados apontaram que os conhecimentos prévios dos grupos se apresentaram bastante
simples, num olhar voltado apenas ao estudo da natureza. Após as atividades da SD, os
conceitos foram melhores definidos, discorrendo sobre a relação da ecologia com a interação
entre os seres vivos, aos fatores bióticos e abióticos, aos níveis de organização e a influência ao
ambiente. A SD adotada permitiu aos estudantes revisarem os conceitos e estabelecendo novas
perspectivas à ecologia, além de refletirem sobre a sua importância ao ambiente, o que
contribuiu significativamente para o desenvolvimento da sua aprendizagem.
Palavras-Chave: ecologia; construção de conceitos, sequência didática.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL, CIDADANIA E LAZER: O CASO DA ESCOLA
PÚBLICA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
Josiani Alves de Morais¹; Kivia Kandisse Paiva Melo²
¹Bacharela em Gestão Ambiental, Mestra em Extensão Rural e Desenvolvimento Local pela
Universidade Federal Rural de Pernambuco; Bacharela em Gestão Ambiental pela Universidade
Estadual do Rio Grande do Norte².
Este trabalho relata uma experiência exitosa desenvolvida em uma escola pública estadual da
cidade de Mossoró, Nossa Senhora das Graças, o projeto envolveu docentes e discentes da
escola e profissionais da área de gestão ambiental, cujo foco central foi a educação ambiental
partindo da crise socioambiental. Sua preocupação básica centra-se na melhor maneira de
conduzir a atividade educativa, de forma a alcançar finalidades pedagógicas, por meio da
experiência em campo. Tem como objetivo proporcionar aos estudantes dessa escola roteiros
pela cidade, abordando os aspectos sociais, culturais e ambientais dos locais visitados, numa
perspectiva de ressignificar os olhares sobre os problemas socioambientais. A educação
ambiental assume assim sua parte no conhecimento pertinente, contextualizado e real. Ir ao
encontro do que cidade tem para nos oferecer é o elemento motivador para dar encanto à
educação. Dessa forma, os diversos saberes e realidades são articulados como necessidade de
reconhecer e conhecer os problemas do mundo, em um ambiente de divertimento e lazer. No
cotidiano das cidades defrontamo-nos diariamente com os problemas de níveis preocupantes de
qualidade do ar, enchentes, barulho, paisagens degradadas. São milhões de pessoas
compartilhando espaços com interesses diversos. A luta contra o caos, que se apresenta muitas
vezes iminente, se dá considerando-se o fato de que, embora com interesses diversos e às vezes
antagônicos, as pessoas compartilham o mesmo espaço, e que os efeitos destrutivos da ação
incontrolada sobre o meio ambiente se voltam contra todos (FONTES, 2008). Como
procedimentos metodológicos, utilizamos metodologias participativas, contemplando as
diversas falas e atores sociais envolvidos nas ações. Para isso, empregamos das ferramentas de
reuniões de planejamento e avaliação, visitas técnicas, rodas de conversas, registros escritos e
fotográficos, como instrumentos de atividades de extensão e de pesquisa, que possibilitou uma
interpretação da realidade dada e construção de novos significados. Observou-se que a
frequência dos alunos nos passeios pedagógicos e nas atividades posteriores na própria escola
foi significativa com a participação ativa dos envolvidos. Com isso, concluímos que o projeto
conseguiu despertar nos alunos, professores e diretores da escola participante um olhar mais
atento as questões ambientais possibilitando o respeito a diversidade biológica, cultural e étnica.
Palavras-chave: conhecimentos, crise ambiental, saberes.
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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA SALA DE
AULA E O APRENDIZADO COM OS JOGOS LÚDICOS
Eduardo Júnior da Conceição¹, Wallace Nazario de Araújo¹, Welison Paulo Lopes Pessoa¹,
Pollyana Souto da Silva¹, Ana Emília de Castro²
¹Discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UNICAP; ²Docente da
Universidade Federal de Pernambuco, UFPE
A atividade lúdica é considerada uma ferramenta essencial para o desenvolvimento físico e
cognitivo, oferecendo a possibilidade de uma prática pedagógica inserida a prática dinâmica
como uma alternativa de aprendizagem, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
os jogos constituem uma forma de propor atividades favorecendo a criatividade, a simulação de
situações-problemas que exigem soluções e estimula o planejamento das ações. O presente
trabalho visa demostrar uma metodologia de ensino que envolva ações entre os alunos do Curso
Técnico de Meio Ambiente e do Ensino Médio, sendo ferramenta de ensino e aprendizagem na
Escola Técnica Almirante Soares Dultra. Com a criação de um tabuleiro sobre as arboviroses, o
trabalho envolveu tanto os estudantes do curso quanto os professores, seguindo as respectivas
etapas: criação de um questionário (pré-testes) com o conhecimento prévio dos alunos acerca da
temática aplicado no 3 ° ano do ensino médio, em seguida – tabulação dos dados obtidos, no
segundo momento uma palestra sobre arboviroses e então a aplicação do jogo lúdico. Sendo 9
tabuleiros por turma, com as mesmas perguntas do questionário. Como resultado da pesquisa
empregada com a aplicação dos jogos lúdicos, contatou-se que os 67% dos alunos de um total
de 110 tinham um conhecimento prévio do tema, mas não tão consolidado, e com o jogo, houve
uma maior assimilação entre 85% a 100%. Ao associar a aula teórica com o jogo didático houve
uma maior fundamentação pedagógica do ensino e aprendizagem, foi atingido um expressivo
aumento percentual de acertos em relação ao conteúdo proposto na fase logo depois do jogo,
cerca de 98% em relação à fase de conhecimentos prévios, 45%, obtendo-se uma melhor
compreensão da temática ambiental em torno do tema arboviroses e cerca de 99% em relação a
fase de conhecimento, prévio 60%. Os resultados alcançados através da pesquisa tendem a
confirmar que o jogo lúdico, se mostra sim, como uma ferramenta altamente relevante na prática
de ensino. Dessa forma vê-se cada vez mais a importância de buscar novos métodos
pedagógicos para auxiliar na construção do conhecimento.
Palavras-chave: Meio ambiente, Pesquisa, Prática
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PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE O
ENSINO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Thiago da Silva Batista¹, Gerlayne Teixeira de Souza¹, Alexsandro Bezerra da Silva¹, Marcia
Maria da Silva¹, Tarcila Correia de Lima Nadia².
¹ Graduandos Lic. Ciências Biológicas - UFPE_CAV; ²Docente- Núcleo de Biologia-
UFPE_CAV
A educação ambiental como prevista na Constituição Federal deve ser introduzida em qualquer
nível de ensino, pois com o exacerbado desenvolvimento econômico e tecnológico do século
XX, países desenvolvidos estão vivenciando catástrofes ambientais surgindo assim maior
necessidade da inclusão de tal abordagem de forma frequente e informativa objetivamos
comparar percepções de alunos da educação básica de uma escola técnica localizada em Gravatá
- PE e outra estadual em Vitória de Santo Antão - PE sobre a educação ambiental tendo como
base a influência das escolas no desenvolvimento sustentável e cognitivo dos discentes. A
presente pesquisa foi baseada na aplicação de questionários sobre a Educação Ambiental no
total 76 discentes foram entrevistados, sendo 38 do ensino técnico e 38 do ensino estadual
regular de duas escolas do Interior do Estado de Pernambuco. A intervenção foi dividida em um
questionário prévio seguido de uma pequena palestra sobre Educação Ambiental e dinâmicas,
em sequência ocorreu a aplicação do mesmo questionário. Os resultados evidenciam que os
alunos, tanto do ensino estadual regular como do ensino técnico, possuíam um conceito coerente
em relação ao meio ambiente. No ensino estadual 100%, antes da intervenção, atribuem à toda
população a responsabilidade pela preservação do meio ambiente, entretanto no ensino técnico
92,5%, antes da intervenção, atribuem à população em geral essa responsabilidade e 7,5% aos
órgãos públicos, a educação ambiental além desse senso relacionado a preservação, ela constrói
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para o meio
ambiente (DIAS, 1992). Teve-se como disciplinas trabalhando temáticas relacionadas ao meio
ambiente ciências/biologia, história, português e geografia, sendo ausente a disciplina de
educação ambiental. Através da pesquisa, percebeu-se que, os alunos apresentaram um
pensamento compreensível sobre a importância do meio ambiente, entretanto, incoerentes não
relacionando-os com nossa existência, estando ausente a disciplina de educação ambiental, essa
pode ser uma das explicações para as incoerências observadas.
Palavra-chave: Meio ambiente, Ensino técnico, Ensino estadual
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SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS
NATURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL
Alan Felix Meyer Carletto1; Henrique Bezerra dos Santos2; Pedro Silva Fernando3 Évio
Eduardo Chaves de Melo4 1,2,3Graduando em Ecologia/UFPB; 4Prof. Dr. do Departamento de Engenharia e Meio
Ambiente/UFPB
O aumento populacional e o crescimento econômico aumentaram à demanda por alimentos e
bens indispensáveis, gerando cada vez mais resíduos sólidos que são constantemente
descartados no meio ambiente. Os resíduos sólidos descartados de maneira incorreta no meio
ambiente não causam apenas poluição visual, mas também, do solo e dos lençóis freáticos, além
de trazer sérios riscos à saúde. Maneiras eficientes de reaproveitar os resíduos devem ser
implantadas para maior preservação dos recursos naturais. A educação ambiental nas escolas é
fundamental para sensibilizar os jovens dos riscos e prejuízos da destinação inadequada dos
resíduos e demonstrar que muitas vezes é possível reaproveitar os materiais reciclados. Desta
forma, o objetivo do trabalho foi sensibilizar os alunos sobre as questões dos resíduos sólidos e
preservação dos recursos naturais. O trabalho foi desenvolvido com alunos do 7° e 8° ano da
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Luiz Gonzaga Burity, no município
de Rio Tinto – PB. Foi realizado um encontro com os alunos utilizando uma apresentação em
slides, abordamos temas como, o que são os resíduos sólidos e os recursos naturais; a diferença
entre resíduos orgânicos e inorgânicos, como cada tipo de resíduos pode ser reaproveitado; as
formas de coleta dos resíduos, a importância da coleta seletiva para a reciclagem e destinação
correta dos resíduos, mostrando como um aterro sanitário funciona. Foram empregadas
perguntas e respostas para maior interação e entendimento do palestrante com o público alvo.
Ao final da apresentação foram realizados alguns questionamentos cuja participação voluntária
dos alunos recebia um brinde com temas de ecologia. A maioria dos alunos não sabia muita
coisa sobre recursos naturais, e nem que os resíduos sólidos são também conhecidos como
“lixo”. Determinados alunos sabiam que restos de comida e de frutas são denominados de
resíduos orgânicos, mas não souberam dizer exemplos dos inorgânicos e nem o que era
compostagem. A coleta seletiva não foi novidade para eles, entretanto, o funcionamento e a
importância do aterro sanitário foi uma novidade. Concluímos que a palestra e os
questionamentos trazem vantagens de melhor entendimento e compreensão para os alunos, e
que a educação ambiental precisa ser mais trabalhada nas escolas para uma melhor educação e
conscientização dos jovens para favorecer atitudes corretas para a preservação dos recursos
naturais e cuidados com os resíduos sólidos.
Palavras-chave: educação ambiental, meio ambiente, poluição.
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ATUARAM COMO REVISORES DE RESUMOS:
Ana Carolina Borges Lins e Silva
Bruna Yvila Melo Santos
Cecília Fernanda Farias Craveiro
Gilmar Beserra de Farias
Ednilza Maranhão dos Santos
Fabiane Carolyne Santos
Jonathas Lins de Souza
Karine Matos Magalhães
Lilian Sayuri Ouchi de Melo
Maria Teresa Aureliano Buril Vital
Mônica Lúcia Botter Carvalho
Paulo Henrique Barros Ayres
Pedro Henrique Albuquerque Sena
Simone Santos Lira Silva
Thiago Gonçalves Souza
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