CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CAPITALISTA MOTA, Ana Elizabete. Crise...

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CRISE CONTEMPORÂNEA E AS TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO

CAPITALISTAMOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. In.: Serviço Social, Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009. Brasília. Pág. 51-67.

AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DO AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DO ESTADO E DA SOCIEDADE CIVIL NO ESTADO E DA SOCIEDADE CIVIL NO CONTEXTO DA CRISE DO CAPITAL CONTEXTO DA CRISE DO CAPITAL

BEHRING. Elaine Rossetti. As novas configurações do Estado e da Sociedade Civil no contexto da crise do capital. In.: Serviço Social, Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009. Brasília. Pág. 69-86.

Conteúdo

Contextualização e Definição de conceitos (retomada do

conteúdo) = Estado, Neoliberalismo, Globalização,

Reforma e Contra-reforma, Reestruturação Produtiva Mudanças no Mundo do Trabalho As políticas sociais no contexto do neoliberalismo e das

mudanças no mundo do trabalho– retração dos direitos

sociais O Serviço Social neste contexto

• O que é Estado?

Retomando o conteúdo...Retomando o conteúdo...

►O que é O que é Neoliberalismo? Neoliberalismo?

►O que é Reforma e Contra-O que é Reforma e Contra-reforma do Estado?reforma do Estado?

Conceito de Estado:

Segundo Carlos Nelson Coutinho, para MARX – " uma entidade particular

que, em nome de um suposto interesse geral defende os interesses comuns

de uma classe particular" O Estado deixa então de lhe parecer apenas como a

encarnação formal e alienada do suposto interesse universal, passando a ser

visto como um organismo que exerce uma função precisa: garantindo a

propriedade privada. (sentido restrito)

Ampliação desse conceito em Engels e posteriormente em Gramsci – Estado

Ampliado ou Estado Integral não é simplesmente e apenas um instrumento

da classe burguesa, mas traduz as relações sociais e a hegemonia de

determinados interesses de classe.

Crise do capitalismo

Reação do capital ao ciclo depressivo, de

queda nas taxas de lucro nos anos 70; que

pressiona por uma refuncionalização do Estado,

a qual corresponde a transformações no

mundo do trabalho e da produção, da

circulação e regulação.

As crises expressam um desequilíbrio entre a produção e o consumo,

comprometendo a realização do capital, ou seja, a transformação da

mais valia em lucro, processo que só se realiza mediante a venda das ‐

mercadorias capitalisticamente produzidas. Em outras palavras, quando

são produzidas mais mercadorias do que a população pode comprar, o

processo de acumulação é afetado, uma vez que estoques de mais valia ‐

não asseguram o fim capitalista. Para isso, não basta produzir

mercadorias, estas precisam ser transformadas em dinheiro para,

rapidamente, retornarem ao incessante processo de acumulação do

capital: produção/circulação/consumo. Mais-valia é o termo empregado

por Karl Marx à diferença entre o valor da mercadoria produzida e a soma

do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base

do lucro no sistema capitalista.

As expressões mais emblemáticas das crises são as reduções de

operações comerciais, acúmulo de mercadorias estocadas, redução

ou paralisação da produção, falências, queda de preços e salários,

crescimento desmesurado do desemprego e empobrecimento

generalizado dos trabalhadores. Suas causas podem ser diversas,

tais como a anarquia da produção, a concorrência intercapitalista,

com a consequente queda tendencial da taxa de lucro, o

subconsumo de massa, ou, ainda, podem ser potenciadas por

algum incidente econômico ou geopolítico.

As tentativas de retomada das taxas de lucros passam por 3 eixos:

a) reestruturação produtiva – fragiliza a resistência dos trabalhadores, submetendo-os ás condições aviltantes de trabalho e, portanto, geradoras de mais valia absoluta (ligadas diretamente a produção) e relativa (ligadas a serviços);

b) mundialização – rearticulação do mercado mundial com forte presença do capital financeiro

c) neoliberalismo – caracterizando as reformas de cunho liberal, orientadas para o mercado, criando um ambiente ideológico, intelectual e moral, diluindo possíveis resistências /

• Globalização –

– Diluição das fronteiras entre os Estados, para garantir o livre comércio entre os países (facilitação para importação e exportação, e instalação de empresas estrangeiras).

– O regime de acumulação capitalista é predominantemente financeiro. Caracteriza-se por uma enorme concentração da oferta de serviços de setores da alta tecnologia (telecomunicações por exemplo).

– Favorece as superpotências capitalistas. Interage culturas (submissão

das sociedades mais desenvolvidas ás menos desenvolvidas).

– Mundialização é um processo que redefine as relações entre centro e periferia, de modo que países e regiões inteiras permanecem excluídos do desenvolvimento econômico e tecnológico. Globalização não significa homogeneização de espaços mundiais, mas diferenciação e especialização.

Questão: Como o estado-nação protege sua sociedade? Abre-se

para os interesses do capital internacional e submete-se, por

quê?

Geralmente por acordos econômicos e que geram

relação de dependência (dívida externa, ausência de

tecnologia para sua própria produção, embargos, etc...).

• "A influência das nações hegemônicas sobre as nações secundárias se expressa através de relações coercitivas que vão desde á ameaça de retaliação e embargos em várias áreas até incentivos econômicos e financeiros" (Simionatto).

• Influencia ainda através da difusão de ideias e crenças sobre o

papel e função do Estado e desenvolvimento econômico.

Construções téoricas pós-modernas

A maioria dos autores que analisam essa questão (Motta, Bhering,

Oliveira), destacam que o Estado vem perdendo seu poder regulador

(de regulação social através das políticas sociais – sistema de proteção

social -), para assumir uma relação de enfraquecimento dessas

funções e incorporar outro papel e relação com os organizamos

internacionais, que impõe sua forma de regulação social e sua leitura

de políticas públicas;

O crescimento deve ser compartilhado por todos e contribuir para reduzir a pobreza, devendo os

governos atribuir prioridade aos setores sociais fundamentais e mais vulneráveis.

Perspectiva focalista e compensatória focalista e compensatória – princípio do individualismo, competência,

competitividade. Pobreza vista como um problema individual, característico de dificuldades

pessoais e que devem ser assistidos na sua particularidade através de programas focais.

Essa concepção é completamente diferente da idéia de Seguridade Social, em que o Estado

assume áreas prioritárias (saúde, educação, assistência, bens e serviços de consumo coletivo –

transportes, telefonia, água, etc...) garantindo a universalidade (todos tem direito!)

A desigualdade e a concorrência são motores de estímulo ao desenvolvimento A desigualdade e a concorrência são motores de estímulo ao desenvolvimento

social; social;

A concepção de Política Social para o A concepção de Política Social para o Banco Mundial: Banco Mundial:

Reestruturação produtiva: É uma resposta às novas

demandas do capitalismo contemporâneo (crise do capital).

Pode ser caracterizado como um processo de alteração nos

padrões de produção e relações de trabalho intensificado a

partir de 1970, como reação do sistema capitalista à crise de

um padrão de trabalho e da superprodução de capital. Esse

processo é constituído de transformações tecnológicas,

novos modelos de gestão e produção e de novas formas de

utilização da força de trabalho.

O Estado brasileiro = características históricas:

• Anos 30/40 – Estado populista –

• Anos 50/60 – Maior incremento á industrialização. Desenvolvimentismo.

• Anos 60/70 – Estado Autoritário = entrega ao capital internacional, aumento da

dívida externa e crise; criação de políticas públicas para contenção social

• Anos 80 – Início de sinais de enfraquecimento na sua função de regulador social

através das políticas sociais. Programas de caráter emergencial e assistencialista;

Conceito de Seguridade Social X redução dos gastos públicos – transição do

sistema ditatorial para o sistema democrático via linha conservadora, sem grandes

rupturas... Diretas Já... grande inflação, dívida externa se avolumando;

Início nos anos 90 – eleição do Governo Collor / consolidação no

governo FHC

= No governo Collor = duas idéias predominantes: a) assumir a ineficácia

do Estado e, portanto a desqualificação do caráter público e justifica a

redução do Estado (se privatizar funciona melhor); b) a adesão á

globalização (diluição das fronteiras) e perda do nacionalismo e da

defesa da nação.

= Em FHC = consolidação do desmantelamento do Estado,

principalmente pela imposição de ajuste macro-econômico pelo FMI e

Banco Mundial (Organismos internacionais)

Diferente da trajetória que determinou o Welfare, o

desenvolvimentismo no Brasil foi resultado de um processo de

modernização conservadora que consolidou a industrialização e o

crescimento econômico, mas que não redistribuiu os resultados

dessa expansão com a maioria da população trabalhadora. Merece,

portanto, ser ressaltada a inexistência da experiência welfareana

no Brasil apesar da criação de algumas políticas de proteção social,

instituídas a partir dos anos 40, mas somente redefinidas nos anos

80, quando se instituem as bases formais e legais do que poderia

ser um Estado de Bem Estar Social, na Constituição de 1988 ‐

(MOTA, 2006). – IMPORTANTE!

As transformações ocorridas durante o processo de conformação desse

atual estágio capitalista flexibilizaram relações e condições de trabalho,

assim como heterogenizam a classe trabalhadora, além de reorganizar a

produção num processo de descentralizaçãodescentralização , enxugamento e

desterritorializaçãodesterritorialização. Tal reordenamento produtivo propicia maior

controle sobre a força de trabalho, que agora é produzido a partir do

próprio consenso dos trabalhadores; cumprindo assim com outro grande

objetivo da reestruturação capitalista diante da crise do sistema de

produção, qual seja: o enfraquecimento da organização da classe

trabalhadora via fragmentação da organização sindical com implicações

diretas no processo democráticodemocrático..

A DESCENTRALIZAÇÃO das unidades de produção acontece no período e no contexto de

acumulação flexível e do modelo japonês – o toyotismo – cujas fábricas são transferidas

para regiões sem tradição industrial.

DESTERRITORIALIZAÇÃO - Ao contrário do que ocorria no século XX, quando predominavam

as concentrações operárias numa mesma fábrica, cidade, região ou país e se expandiam

os sistemas de seguridade social, o capitalismo contemporâneo prima por

desterritorializar o trabalho e as mercadorias e por precarizar as condições e relações de

trabalho, afetando sobremaneira as condições de vida dos trabalhadores e a sua

capacidade de organização e resistência.

DEMOCRACIA - Diante da crise estrutural do capitalismo, as classes dominantes buscam

elaborar mecanismos "anti-crise" que irão incidir sobre a estrutura e a superestrutura da

sociedade, ou seja sobre sua base material e espiritual, de forma que haja a atualização

da hegemonia do capital. Neste sentido, a relação entre Estado, Sociedade Civil e

Mercado redefinem-se em tempos de crise.

Contra Reforma do Estado:

• O fato é que as mudanças que se iniciaram timidamente na década de 80 no Brasil ganharam força com o consenso de Washington (1989) = fundamentado pela ideologia neoliberal,

• Mais Mercado Livre e menos Estado Social

O que os neoliberais chamam de Reforma do EstadoReforma do Estado, críticos o nomeiam

como contra-reformacontra-reforma, pois é um estado regressivo e que retorna á barbárie e

ao conservadorismo. Para Bhering (2003) – é uma reforma às avessas, "que representa uma

escolha política econômica e não um caminho natural". O ideal neoliberal se expressa no Brasil como: "fragilização das condições de

trabalho e da vida das maiorias, da recusa de direitos que nem sequer

chegaram a se efetivar e também da erosão das mediações políticas do

mundo social e do desgaste do espaço público como espaço de negociação e

representação". Neste contexto, o Estado brasileiro, com o intuito de modernização e

inclusão no processo de globalização internacional (inclusão no capitalismo

contemporâneo), situa-se como "subsidiador" do capital e prestador de

"pronto-socorro social";

As funções do Estado no Brasil, a partir da Reforma, são assim estabelecidas

a) Núcleo Estratégico Núcleo Estratégico - compreende os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e o Ministério Público;

b) Atividades Exclusivas Atividades Exclusivas - serviços que só o Estado pode realizar, como regulamentar, fiscalizar e fomentar (previdência básica, educação básica, segurança, assistência aos mais pobres, por ex.);

c) Serviços não-exclusivos Serviços não-exclusivos - produção de bens e serviços, como escolas, universidades, centros de pesquisa científica e tecnológica, creches, ambulatórios, hospitais, entidades assistenciais, museus, emissoras de rádio e TV educativas e culturais, deslocadas do núcleo exclusivo do Estado e compreendidas como atividades competitivas que podem ser controladas pelo mercado;

d) Produção de bens e serviços para o mercado Produção de bens e serviços para o mercado - compreende o segmento produtivo e o mercado financeiro.

"É precisamente no núcleo “serviços não exclusivos” que o governo estabelece as

premissas da Reforma do Estado na sua relação com a sociedade e o mercado";

Transferir os serviços não exclusivos para as organizações sociais - “entidades

públicas de direito privado que celebram um contrato de gestão com o Estado e

assim são financiadas parcial ou mesmo totalmente pelo orçamento público”.

Ao Estado, caberá os programas de proteção social voltados aos mais pobres.

A sociedade civil, no tocante à Reforma do Estado, é compreendida como um dos

mecanismos institucionais de controle das ações governamentais cuja interlocução

não ocorrerá mais com o Estado, mas com as próprias instituições, estando aquele

isento das pressões sociais.

"Tais mudanças não atingem, portanto, apenas a esfera econômica,

mas, também, a ideológica e a política uma vez que o sistema de

valores universais abstratos cria uma “nova fábrica de consensos” “nova fábrica de consensos”

ativos e passivos o que, atuando no âmbito da subjetividade, busca

o consentimento e a adesão das classes à nova ideologia".

(Simionatto)

Pós-modernismo como visão de mundo – hegemonia do

pensamento liberal – concepção naturalizada das mudanças

contemporâneas. Não há mais jeito, quebra da utopia. Não há mais jeito, quebra da utopia.

Projeto de “reforma” do EstadoProjeto de “reforma” do Estado

diminuir o investimento público em políticas sociais;

aplicar de forma contínua e desregulada no mercado financeiro e produtivo,

investimentos do fundo público;

reformar a área administrativa, implementando: o plano de demissão

voluntária, programa de terceirização, a não realização de concursos públicos

em diferentes áreas do Estado; reforma da previdência social; programa de

privatização das empresas Estatais; flexibilização das leis trabalhistas que flexibilização das leis trabalhistas que

regulam e controlam a relação conflituosa entre capital-trabalho.regulam e controlam a relação conflituosa entre capital-trabalho.

As mudanças no mundo do As mudanças no mundo do trabalhotrabalho

Questões que nortearão o debate:

- O contexto de crise do capital

- Quais mudanças foram operadas no âmbito do

trabalho?

- Quais as consequências?

- Quais as possibilidades de luta?

A classe-que-vive-do-trabalho estaria desaparecendo?

A classe proletária não existe mais?

Cenário GeralTais mutações ocorrem comoconseqüência das profundas mudanças que o capitalismo vem sofrendo em escala mundial:- na estrutura produtiva- universo de ideários e valores

A categoria trabalho não é mais central num mundo marcado por uma globalidade desigualmente articulada?

Algumas tendências da crise do capital

Essas tendências caracterizam-se por respostas do capitalismo a sua própria crise...

Substituição dos padrões rígidos taylorista/fordista por

padrões mais flexíveis como o toyotismo (profissional

polivalente e multifuncional) Mudança do modelo de regulação social-democrático do

estado de bem estar social para o modelo neoliberal –

privatizante e anti-social

O Fordismo O binômio fordista/taylorista – predominava nas grandes

indústrias e nas fábricas ao longo do século XX - Pós 2ª guerra –

até década de 70 e 80

Tanto o taylorismo como o fordismo foram marcados pela

racionalização da produção, divisão e a especialização do

trabalho, assim como pela mecanização e pela produção em

massa. O princípio básico é a fragmentação do processo de

trabalho na divisão de tarefas, aumentando a produtividade e

acelerando a produção em massa. Os movimentos eram

repetitivos e no menor tempo possível

O Fordismo

Separação entre elaboração e execução (pensar e fazer)

Profissionais fortemente especializados.

Estrutura organizacional hierarquizada e a relação salarial a

partir de acordos coletivos. Identidade do trabalhador

como operário. Sistema de Proteção Social

1. Filme = Tempos Modernos de Chaplin

2. Sempre que possível, o trabalhador não dará um passo supérfluo;

2. Não permitir, em caso algum, que ele se canse inutilmente, com movimentos à direita ou à esquerda, sem proveito algum.

Algumas Curiosidades

O FordismoO Fordismo

O Toyotismo

O “modelo japonês” surge, então, para responder à concorrência internacional. Baseado na flexibilidade dos processos de trabalho, dos produtos e dos

mercados, marcou a produção em pequenas séries e a participação do

trabalhador nos objetivos empresariais. Na perspectiva de alguns autores, o

modelo flexível japonês foi precursor por considerar a subjetividade dos

operários como o fator mais importante da empresa, buscando a sua adesão e

"participação" no processo. Chamado processo de cooptação / trabalho em equipe.

O Toyotismo O modelo toyotista incorpora a alta tecnologia, o controle de

qualidade e com isso a produção em pequenas séries (evitando a

estocagem e o desperdício). O trabalhador operava mais máquinas e

com maior nível de conhecimento técnico. Automatização do trabalho

em menor escala. Aumentar a produção sem aumentar o número de trabalhadores Substituição da mecânica pela microeletrônica Informatização / alta tecnologia Profissionais altamente qualificados x trabalhadores de massa mais

desqualificados e precarizados

O Toyotismo

Ganho salarial por produtividade e não salário

conquistado por acordos coletivos Combate ao sindicalismo e organização operária -

Sindicalismo por empresa. Novos padrões de gestão da força de trabalho –

qualidade total, gestão participativa,

“envolvimento manipulatório”

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

►Mudanças nas suas formas de inserção na estrutura produtiva,

nas formas de representação sindical e política.

►Classe trabalhadora – aquela que vive da venda de sua força de Classe trabalhadora – aquela que vive da venda de sua força de

trabalho, e não detém os meios de produção.trabalho, e não detém os meios de produção.

►Classe-que-vive-do-trabalho sofreu a mais aguda crise do século,

na sua materialidade, na sua subjetividade e na sua forma se ser.

Consciência do ser social que trabalha – identidade de classe

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

► DDesproletarização da classe trabalhadora (redução da classe operária esproletarização da classe trabalhadora (redução da classe operária

tradicional) = pela recessão e automaçãotradicional) = pela recessão e automação

►Expansão do trabalho assalariado no ramo de serviços = complexidade Expansão do trabalho assalariado no ramo de serviços = complexidade

do processo de urbanização e desenvolvimento tecnológicodo processo de urbanização e desenvolvimento tecnológico

►Aumento da subproletarização – trabalho precário, parcial, temporário, Aumento da subproletarização – trabalho precário, parcial, temporário,

terceirizado, informal. Jornadas de trabalho mais flexíveis = uma força de terceirizado, informal. Jornadas de trabalho mais flexíveis = uma força de

trabalho que entra facilmente e é demitida sem custostrabalho que entra facilmente e é demitida sem custos

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

► Aumento do contingente feminino (menores salários) = complexidade da Aumento do contingente feminino (menores salários) = complexidade da

identidade de classe atravessada pelas questões de gênero)identidade de classe atravessada pelas questões de gênero)

►Mudanças nas relações de trabalho – flexibilidade contratual, perda da Mudanças nas relações de trabalho – flexibilidade contratual, perda da

direitos, maior instabilidade = desempregodireitos, maior instabilidade = desemprego

► classe-que-vive-do-trabalho = diversa, heterogênea e complexa classe-que-vive-do-trabalho = diversa, heterogênea e complexa

►Estranhamento do ser social que trabalha / alienação e cooptação em torno de Estranhamento do ser social que trabalha / alienação e cooptação em torno de

um projeto!um projeto!

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DESSAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

► Crise do sindicalismo = trabalhadores estáveis x informais ou Crise do sindicalismo = trabalhadores estáveis x informais ou

precáriosprecários

►Individualização das relações de trabalho – reduzindo as esferas e Individualização das relações de trabalho – reduzindo as esferas e

o universo de atuação – sindicato por empresao universo de atuação – sindicato por empresa

►Desregulamentação e flexibilização dos direitos – “negociação Desregulamentação e flexibilização dos direitos – “negociação

aberta”aberta”

►Descrença na luta dos trabalhadores; Descrença na luta dos trabalhadores;

Saída?

Embora heterogeneizado, complexificado e fragmentado, as

possibilidades de uma efetiva emancipação humana

podem ser viáveis através das revoltas que se originam

centralmente no mundo do trabalho. Atuando enquanto

classe, os trabalhadores constituem-se no segmento social

dotado de maior potencialidade anticapitalista. (ANTUNES,

1995, p. 86)

• Cabe nos apostar na velha toupeira da ‐história, com sua sabedoria e suas surpresas, para superar esse momento de perdas tanto nos sentido da emancipação política, quanto, e sobretudo, no da emancipação humana, com seus impactos no Estado e na sociedade civil. A saída, portanto, é exigente e política (BEHRING.2009).

A condição defensiva da classe trabalhadora, presencia se uma ampliação ‐

das lutas sociais mundiais, consoantes com a ofensiva financeira

mundializada, de que são exemplos o Fórum Mundial das Alternativas

realizado no marco da reunião de Davos em 1999 e iniciativas em redes

como a Ação para Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos

Cidadãos (ATTAC); o movimento em defesa da cobrança da Taxa Tobin,

que propõe taxar em 1% as transações especulativas nos mercados de

divisas; a Coordenação Contra os Clones do Acordo Multilateral sobre o

Investimento (CCCAMI); além do projeto Alternativa Bolivariana para

América Latina e Caribe (ALBA), em contraposição ao projeto comercial da

ALCA, abraçada por setores da esquerda Latinoamericana e Caribenha

(MOTA, 2009).

Resultado no âmbito das Resultado no âmbito das Políticas SociaisPolíticas Sociais

Sistema residual e seletivo de proteção pública, paralisando o modelo

universal redistributivo previsto na Constituição de 1988 (que embora não

tenha sido implantando, foi um movimento marcante na década de 80)

A redução nos gastos sociais repassa essa responsabilidade para outros

órgãos – sociedade – responsabilização individual; filantropia

(refilantropização da assistência); voluntariado; ongs (terceiro setor); etc...

Formas modernas de filantropia empresarial – "responsabilidade social"-

parcela privada da questão social

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

A retração do Estado manifesta-se na compressão das verbas orçamentárias e

na deterioração da prestação dos serviços sociais públicos. Novas formas de

gestão são implementadas através da focalização do atendimento, na

terceirização como forma de contratação e na transferência direta para a

comunidade e outras organizações sociais – públicas não estatais, filantrópicas

e privadas;

O conceito de espaço público perde força dando lugar a outras organizações

da sociedade. O espaço público não estatal ganha status de maior eficácia em

detrimento ao espaço público estatal, descaracterizando a assistência como

direito e distanciando cada vez mais o Estado como o patrocinador do bem

estar social.

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

Estado mínimo para a população e trabalhadores, e estado máximo

para o capital. Cidadão-consumidor X cidadão de direitos;

Reordenamento das funções do Estado = políticas sociais geridas

sob uma nova perspectiva = afeta diretamente as condições e

relações de trabalho dos profissionais de serviço social, assim como

ocasiona mudanças profundas em termos de mercado de trabalho

e contratação.

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

No contexto do Welfare State, a “questão social” como alvo das políticas

sociais – com uma resposta política e não apenas repressiva –, é

internalizada na ordem econômico-política (Netto, 1992: 26). Entretanto, no

contexto atual, a resposta social à “nova questão social” tende a ser

externalizada da ordem social e transferida para o âmbito imediato e

individual.

As políticas sociais universais, não-contratualistas e constitutivas de direito

de cidadania são acusadas pelos neoliberais de propiciarem o esvaziamento

de fundos públicos, “mal aplicados” em atividades burocratizadas, sem

retorno e que estendem a cobertura a toda a população

indiscriminadamente.

Resultado no âmbito das Políticas Sociais:

Repercussões no Serviço SocialRepercussões no Serviço Social

►“ “ Desta forma, ao constatar a atual retraída do

Estado nas suas responsabilidades de responder às

seqüelas da questão social, diminuindo e

precarizando as políticas sociais estatais, as

avaliações sobre as repercussões e rebatimentos

disto na profissão são diversas e contraditórias...”

(Montano,2002:245)

“As políticas sociais constituem base de sustentação funcional e

ocupacional do Serviço Social, caracterizando sua funcionalidade, sua

legitimidade, criando o espaço de inserção ocupacional, e se elas

foram e estão sendo significativamente alteradas no atual contexto

socioeconômico e político, podemos então afirmar que a profissão de

serviço social tende a sofrer transformações relevantes na sua

demanda e no seu campo de atuação, na sua modalidade de

intervenção e no seu vínculo empregatício”. (Montano;2002:244)

Perda de espaço no âmbito estatal, pois certamente estão entre os custos a

serem reduzidos pelo Estado. Neste sentido, novos espaços ocupacionais

requisitam o SS nesta nova perspectiva contemporânea = de caráter residual,

compensatório e focalista;

Profissional/trabalhador assalariado – atua na contradição entre o capital e o

trabalho (questão social) – se transforma e se redimensiona com as

mudanças do desenvolvimento capitalista.

Seleção da pobreza, responsabilidade social, qualidade total nas empresas,

atuação no âmbito individual e psicossocial;