Post on 02-Aug-2015
Cristianismo e Música – Parte 1/8
Cristianismo e Música
Por Hans Rookmaaker
Tradução de Alex Fontes.
Revisão de Fernando Guarany Jr.
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Deveríamos almejar ser uma subcultura?
Implícita na palestra Rock e Protesto estava a questão: “O que nós, como cristãos, vamos fazer com o
Rock?” Quero desta tratar desta questão de um modo explícito, apesar de me ater somente ao Rock.”
O tópico “Cristianismo e Música” é parte de um tema mais abrangente, “cristianismo e cultura”, o qual
pode ser dividido em duas partes: nossas próprias formas culturais e o nosso relacionamento com a
cultura que nos cerca.
Primeiramente, nossas próprias formas culturais. Ser humano é ser cultural. Não há outra possibilidade.
Se você decidir viver em uma caverna sem roupas quentes e comer apenas sopa e pão, então você poderia
dizer que fugiu da cultura. Eu lhe diria que você criou o seu próprio tipo de cultura, uma cultura muito
ascética, mas, ainda assim, uma cultura (um estilo particular de viver). Cultura é um estilo de vida: o
modo pelo qual fazemos as coisas, as coisas que observamos, as coisas que amamos, as coisas que não
amamos e colocamos fora da nossa órbita. Não podemos escapar da cultura, pois somos humanos.
Muitos evangélicos olham para a cultura com total negatividade. Essa é a cultura deles: serem negativos
para com a cultura. Por esta razão, nós do L’Abri sentimos que precisamos dar uma pequena contribuição
para que isso mude. Por essa razão, temos um concerto como parte desta conferência do L’Abri nos EUA.
Não vemos esse concerto como um anexo supérfluo ou de menor importância. Muito menos o vemos
como um simples ornamento ou diversão. Não, ele é algo central em relação a mensagem que
defendemos. Fui abordado por alguém que perguntou: “Por que vocês incluíram um concerto nessa
conferência? O que um concerto tem a ver com cristianismo?” Eu respondi: “Tudo! É o nosso estilo de
vida!.”
Outro argumento importante a se fazer quando pensamos em cristianismo e cultura é que nunca
deveríamos almejar ser uma subcultura. De certo modo é inevitável tornar-se uma subcultura. Tão logo
você tenha um grupo de pessoas reunidas e que têm seus próprios costumes, nasce certo tipo de
subcultura. Isso em si não é algo ruim. Mas acho que não deveríamos fazer disso nossa meta, pois a tarefa
do cristão é ser parte da cultura como um todo. Nossa missão não é apenas para nossos amigos, mas para
o mundo, a nação e a cultura na qual estamos inseridos. Cristo disse: “Vocês são o sal do mundo.” Ele
quer que sejamos “o sal que salga” de modo que combatamos a corrupção. Lutamos contra a corrupção
buscando manter as coisas saudáveis e dar-lhes sabor. Não fazemos isso apenas para o nosso pequeno
círculo, mas para o mundo inteiro. Lutamos por retidão e justiça no mundo à nossa volta. Pode ser que
fazendo isso nos tornemos uma subcultura. Se sentirmos que todo mundo à nossa volta está agindo errado
e por isso tentarmos fazer as coisas de um modo melhor ainda que ninguém queira ouvir, então isso
obviamente significa que somos diferentes. Não devemos ter medo disso. Não devemos ter medo de ser
uma subcultura, mas jamais deveríamos buscar ser uma.
Cerca de seis ou sete anos atrás testemunhamos a chegada da minissaia. Dois meses depois, todas as
garotas cristãs já as usavam. Na minha percepção, isso ocorreu de maneira muito fácil. Não acho que as
garotas cristãs devam sempre estar dois anos atrasadas em relação à moda. Não é isso que estou dizendo.
Contudo, naqueles dias, usar minissaia significava que a mulher estava disponível. Isto foi declarado
abertamente pelas pessoas que a desenharam. Então não é por puritanismo que estou dizendo isso, mas
por causa do contexto. Quem não quisesse parecer “disponível”, deveria se perguntar se deveria vestir tal
peça de roupa. Não podemos simplesmente seguir as tendências. Nem devemos tentar. Na verdade,
deveríamos tentar sermos nós mesmos.
Durante um longo período da história ocidental, os cristãos deram o tom trabalhando para o bem-estar de
todos. Os princípios morais que existem na Europa Ocidental, Canadá e Estados Unidos da América têm
suas raízes no cristianismo. Talvez não somente no cristianismo, mas o cristianismo indubitavelmente
deu-lhes uma imensa contribuição. De certo modo, todas essas foram nações cristãs. Claro que nunca o
foram perfeitamente e não significa que todas as pessoas eram cristãs. Porém, se a monogamia está
presente nas leis de todos os países ocidentais, podemos dizer que esse fato veio do cristianismo. Todavia
hoje as coisas estão mudando. Os cristãos estão se tornando uma pequena minoria, isto é, os cristãos que
realmente creem na Bíblia.