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Crônica de uma Crise Anunciada:
Choques Externos e a Nova Classe Média Brasileira
Coordenação: Marcelo Cortes Neri
Fevereiro de 2009
Versão 2.0
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Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles
emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio Vargas.
Crônica de uma Crise Anunciada: Choques Externos e a Nova Classe Média /
Marcelo Côrtes Neri (Coord.). - Rio de Janeiro: FGV /IBRE, CPS, 2009.
[144] p.
1. Classes Econômicas 2. Desigualdade 3. Classe C 4. Mobilidade Social 5. Mobilidade Trabalhista I. Neri, M.C © Marcelo Neri 2009
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Crônica de uma Crise Anunciada: Choques Externos e a Nova Classe Média
Versão Original: Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2008
Esta Versão 2.0 - Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2008
Centro de Políticas Sociais
Instituto Brasileiro de Economia
Fundação Getulio Vargas
Coordenação: Marcelo Côrtes Neri marcelo.neri@fgv.br
Equipe do CPS: Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo
Samanta dos Reis Sacramento André Luiz Neri
Carolina Marques Bastos Celio Maymone Pontes
Ana Beatriz Andari Urbano Ana Lucia Salomão Calçada
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Resumo Nosso estudo lançado em agosto de 2008 revelou a emergência de uma nova classe
média no Brasil, acelerada desde 2004. A pujança dos ganhos de renda no período mais
recente, como de outros indicadores de ascensão da classe C (casa, carro, computador,
crédito e carteira de trabalho), surpreendeu diversos observadores internacionais, pois
coincidiu a partir de junho de 2007 com a ocorrência de choques externos adversos. A
freqüência e a gravidade destes choques apenas se intensificaram desde a pesquisa,
caracterizando em setembro de 2008 a entrada em um segundo estágio da crise.
Tremores e temores, racionais ou não, foram comparados de maneira recorrente aos do
início da Grande Depressão em 1929, deflagrada após outro colapso do sistema
financeiro nos EUA. Depois de décadas de estagnação, houve a volta do crescimento no
Brasil desde 2004 acompanhada de inédita redução de desigualdade desde 2001 alçando
milhões de indivíduos em direção a estratos econômicos mais altos. Até que ponto o
agravamento da crise externa colocou (e colocará) em risco a trajetória de prosperidade
dos brasileiros?
O objetivo da presente investigação é estender a metodologia e atualizar dados mais
antigos de forma a medir os impactos das recentes crises financeiras, e agora reais
externas, sobre o lado real da economia brasileira. Enfocamos o que na visão dos
economistas seria a parte mais sensível da anatomia humana: o bolso. Mais
especificamente, analisamos os impactos dos choques externos sobre os fluxos de renda
familiar do trabalho nas áreas metropolitanas brasileiras traduzidas na composição de
estratos econômicos (Classes E, D, C, e AB). Conferimos especial destaque ao período
pós-setembro de 2008. Fazemos um zoom neste período focando segmentos mais
afetados (i.e., financeiro, indústria, formal), traçamos a cronologia mês a mês (e até
semana a semana) da crise e fazendo comparações entre países.
O cerne da pesquisa está na análise dos movimentos das pessoas entre diferentes
estratos econômicos tanto no que se refere às séries agregadas como trajetórias
individuais traçadas a partir de dados que acompanham as mesmas pessoas ao longo do
tempo. No aspecto agregado nos perguntamos, por exemplo, quantas pessoas passaram
das classes E para C (e vice-versa) no total da população e por características como
idade, sexo etc. Esta análise subsidia a ação da política pública identificando a extensão
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dos deslocamentos de renda e de necessidade, ou não, de mudança nos programas
públicos nas áreas de transferência de renda (i.e. expansões do Bolsa Família e dos
programas vinculados ao salário mínimo) e de geração de renda (i.e. PAC e políticas de
emprego). Esta abordagem também serve as empresas privadas identificando queda ou
expansão do mercado consumidor e de nichos mercado. Complementarmente tiramos
partido do aspecto longitudinal da PME para avaliar os riscos incorridos pelos mesmos
indivíduos, medindo quantos mantiveram o mesmo status econômico (digamos
permaneceram na classe C) e quantos mudaram de status (e para onde foram de C para
E ou de C para A etc). Esta análise de risco idiossincrático se presta para o desenho de
redes de proteção social pública e na provisão de serviços financeiros privados nas áreas
de crédito e seguro. Por fim, a guisa de interpretação retrospectiva dos dados, da
formação de cenários prospectivos e de contribuir para o debate de políticas, elencamos
os pontos fortes e fracos do caso brasileiro frente às oportunidades e ameaças do
contexto internacional.
Se você quer saber, se a crise externa foi além da bolsa brasileira e já chegou ao bolso
do brasileiro. Olhando os detalhes associados ao dia a dia de cada grupo (quem foi
afetado?, onde?, como? (ex: melhorou, piorou ou ficou na mesma?), o que mudou? e
quando mudou?), use o texto como guia e explore você mesmo o sítio bilíngüe da
pesquisa na internet com bancos de dados interativos permitindo, a cada um, captar as
trajetórias médias e individuais de pessoas classificadas por seus atributos
demográficos, espaciais e econômicos. Você pode fazer o seu exercício de interesse
enquanto assiste ao vídeo com os principais resultados da pesquisa. Todo material pode
ser encontrado em www.fgv.br/cps/crise
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Resultados
Depois do fim da recessão de 2003, o Brasil vinha apresentando até 2006, uma situação
em que crescia mais aceleradamente do que nas chamadas décadas perdidas, mas menos
do que os demais paises emergentes, ou desenvolvidos. Mais recentemente, o Brasil
começou a subir no ranking internacional de crescimento ano a ano sem mudar o
patamar de crescimento, pois são os outros que estão desacelerando. Segundo as tabelas
encontradas ao fim da revista britânica The Economist:
• Em 2007 o Brasil foi o 30º no total de 43 países. • Em 2008 se tornou o 22º. • Nas projeções para 2009 estamos em 8º do ranking.
Nos últimos anos houve uma melhora no poder de compra dos brasileiros, nas grandes
metrópoles o aumento acumulado desde 2004 das classes C e AB de 26% e 42%,
respectivamente, com correspondente redução da participação das classes D e E. Isto foi
bem documentado para o quatriênio 2004 a 2007 na nossa pesquisa anterior. A presente
pesquisa estende o período de análise da pesquisa anterior até o final de 2008, fechando
o ano gregoriano das séries de classes de renda. A classe C – a nova classe média
emergente – continuou em expansão de 3,7% comparando os extremos de 2008
atingindo em dezembro 53,8% do total dos brasileiros das seis maiores regiões
metropolitanas do país. As classes A e B também ficaram 3,9% maiores no período com
queda das classes D e E de -6,8% e 8%, respectivamente.
A partir de setembro de 2008 há aumento da classe C e redução dos extremos dos
estratos sociais. Pessoas que estavam mais no topo da distribuição, estão caindo ou
deixando de crescer, mas há continuidade do movimento de ascensão à classe C não foi
interrompido, o que acontece é uma agregação a esse de pessoas vindas da classe AB.
A classe AB começa a apresentar um crescimento negativo de -0,65% entre setembro e
dezembro de 2008. Ela vinha crescendo muito fortemente e agora começa a perder
espaço em termos relativos e absolutos. O que apresenta continuidade de crescimento é
a classe C 1,24% de -0,65% entre setembro e dezembro de 2008, já as classes E e D
continuam em queda de -2,51% e -1,23%. Ou seja, há aumento da classe C e redução
dos extremos dos estratos sociais. O movimento de ascensão à classe C não foi
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interrompido, o que acontece é uma agregação a esse grupo, pessoas vindas da classe
AB.
Outro aspecto analisado é a leitura das trajetórias de pessoas de diferentes estratos
iniciais traçadas a partir de dados que acompanham as mesmas pessoas ao longo do
tempo. Vemos com clareza que quem está perdendo mais são os que eram inicialmente
mais ricos. O que a pesquisa demonstra é que no período antes do agravamento da crise
19 pessoas a cada 100 que estavam na classe AB caiam nos últimos anos para as classes
mais baixas, depois da crise este número cai para 25, ou seja, 6 pessoas a mais. Há
movimento de instabilidade no topo da distribuição de renda. Aí os sinais da crise são
mais visíveis. Comparação similar de quem estava inicialmente na classe C não revela
qualquer tipo de alteração nos movimentos de saída das pessoas deste segmento frente
aos anos anteriores.
Este efeito da crise contra-elite se dá pelo tipo de choque experimentado, como é uma
crise que lá fora afeta mais o setor exportador, mais o setor formal, setor financeiro,
imobiliário. Notamos que esses também são os setores afetados no Brasil. A pesquisa
confirma impactos adversos nesses setores. Só que é preciso ter em mente que esses
setores são relativamente pequenos em relação ao conjunto da população (são setores
abastados, mas pequenos do ponto de vista populacional). Mesmo, a indústria nas
metrópoles industrializadas ocupa 12% dos ocupados lá, uma pequena parte da mão-de-
obra.
Os setores de renda mais alta estão mais vinculados aos canais de origem e propagação
de impacto da crise, ou seja, os que trabalham no setor financeiro (ou aqueles que
perderam dinheiro no mercado financeiro que os dados não cobrem), pessoas que
trabalham no setor industrial ou o setor mineiro exportador. Esses claramente estão
perdendo. A boa noticia é que esses setores são menos importantes no Brasil do que em
outros países. A economia brasileira é relativamente pouco aberta Isso não era visto
como uma virtude, e não era, mas hoje em dia está virtude. A economia brasileira é
relativamente fechada e regulada financeiramente, ela fica mais protegida contra
choques financeiros, choques externos, de exportação, etc. O trabalhador brasileiro
comum está mais protegido do que o trabalhador brasileiro ocupado em setores
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modernos. O fator fundamental é a pujança do mercado interno. O mercado interno
continua aquecido e isso vai fazer a diferença.
Nossa política pública, nunca se caracterizou por uma política liberal de fazer reformas,
mas tem respeita as regras de mercado. Os Consensos de Brasília sempre diferiram com
os de Washington em grau, mas por outro lado Lula não é Hugo Chavez. O Brasil vem
seguindo um caminho do meio. Esse caminho do meio se encaixa bem na crise atual. O
Brasil está conseguindo nesse caminho do meio um desempenho relativamente melhor
que outros países do que vinha tendo até então. Em economia abertas os choques são
mais fortes. Não parece que isso seja uma decisão de planejamento de política
deliberada, mas a nossa história nos levou a uma situação que é relativamente mais
confortável em épocas de choques externos adversos.
O Brasil dispõe instrumentos de política pública a disposição em maior número e
diversidade do que outros países. Por exemplo, Bolsa-Família que atinge hoje quase um
quarto da população brasileira e chega aos de menor renda que consomem boa parte da
renda deles. Você tem um efeito duplo: é bom em termos equitativos e é bom em termos
de aquecimento de demanda. O aumento do salário mínimo não tem o mesmo efeito na
base da distribuição, aumenta a rigidez trabalhista, mas tem um efeito direto sobre
demanda pelas vias dos programas sociais a ele vinculados. O Brasil tem esses
instrumentos de injeção de demanda que operam rapidamente dependendo de decisões
administrativas diretas. Estamos longe dos pisos da armadilha de liquidez e da
armadilha fiscal. Outro argumento é o próprio PAC, que talvez não fizesse muito
sentido quando foi lançado como um plano de aquecimento da economia, já que a
economia brasileira estava muito aquecida no chamado apagão de mão de obra. Hoje
em dia é visto como uma espécie de New Deal de Roosevelt, valorizado numa época em
que as comparações com a Grande Depressão americana começam a se tornar lugar
comum. O Brasil criou um New Deal antes que o risco de depressão fosse sequer
anunciado. Àqueles que achavam que o Brasil estava com sorte antes, pelo crescimento
da economia mundial, eu diria que sorte nós temos agora. É como se descobríssemos o
que não sabíamos compramos nos anos anteriores um bilhete premiado, não de loteria,
mas de seguro.
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Índice:
1. Motivação .......................................................................................... 11
2..Método............................................................................................... 19
3. Média, Desigualdade e Miséria ........................................................ 24
4. Definindo a Classe Média ................................................................. 31
5. Deslocamentos Agregados das Classes Econômicas ........................ 34
6. Movimentos Individuais entre Classes Econômicas ......................... 49
7. Análise dos Impactos da Crise nos Setores Críticos ......................... 52
8. A Volta e a Reviravolta da Carteira de Trabalho ............................. 64
9. Conclusões......................................................................................... 70
10. Bibliografia........................................................................................ 82
Anexo I – Avaliação Regional ...................................................... 87
Anexo II – Descrição do Banco de Dados da Pesquisa ............... 91 Panorama (Nova Classe Média e Mobilidade Social) Exercícios Multivariados de Mobilidade Social
Anexo III – Distribuição Cumulativa de Renda ..........................105 Anexo IV – Comparações Internacionais ...................................117 Anexo V – Apresentação de Slides .............................................122
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Crônica de uma Crise Anunciada: Choques Externos e a A Nova Classe Média1
1. MOTIVAÇÃO
O Brasil foi promovido no primeiro semestre de 2008 a “investiment grade” pelas
agencias internacionais de rating. Em 2007 passou a integrar o grupo de países com
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto pela ONU. O estudo “A Nova Classe
Média” lançado pelo Centro de Políticas Sociais em agosto do ano passado revelou a
contrapartida destes upgrades no dia a dia da renda dos brasileiros. Segundo a pesquisa,
a parcela da população situada na classe C subiu 22,8% de abril de 2004 a abril de 2008,
neste mesmo período a nossa Classe AB subiu 33,6% com conseqüente redução dos
segmentos D e E. Portanto para quem acha classe média mais rica que a nossa classe C,
a conclusão que a classe média cresceu não é afetada, pelo contrário. Outras séries de
indicadores substantivos assim como os simbólicos indicavam a ocorrência de um boom
na classe C: casa, carro, computador, crédito e carteira de trabalho estavam todas nos
seus níveis recordes históricos. A pujança dos dados das classes C e AB do período de
2007 até o início de 2008 surpreendeu diversos observadores internacionais pela
gravidade dos choques intensificados a partir de junho de 2007. Estes choques
gradualmente deslocaram a economia mundial da sua rota expansionista de ouro vivida
até então. De lá para cá, a crise externa somente se intensificou, principalmente a partir
de 15 de setembro, caracterizando a entrada em um segundo estágio marcados pela
ampliação da magnitude dos choques financeiros propagados. Tremores e temores
foram recorrentemente comparados aos do início da chamada Grande Depressão em
1929, deflagrada depois de outro colapso financeiro nos EUA. O objetivo central da
presente pesquisa é atualizar esta discussão analisando os impactos das recentes crises
financeiras, e agora reais externas, sobre o lado real da economia brasileira. Enfocamos
o que na visão dos economistas seria a parte mais sensível da anatomia humana: o
1 Esta linha de pesquisa surge a partir de um desafio colocado pelo presidente da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal, há dois anos e meio, do CPS ir além das estatísticas de pobreza e estudar a classe média brasileira.
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bolso. Mais especificamente, analisamos os impactos dos choques externos sobre os
fluxos de renda dos trabalhadores brasileiros traduzidos na composição de estratos
econômicos (Classes E, D, C, e AB) a partir de grandes amostras de microdados cujas
últimas remessas sairam do campo há seis semanas.
Tal como na metáfora do motorista, do retrovisor e do pára-brisas, se quisermos nos
guiar pela realidade brasileira, é preciso olhar os sinais externos, mas acima de tudo
mirar a cena corrente que se descortina a nossa frente. Mesmo antes de olhar para o
futuro, até por que há muita incerteza e nebulosidade função da própria crise, ora em
curso, é preciso antes explorar os dados mais atuais disponíveis deste admirável mundo
novo revelado a cada instante. Informamos aqui o debate social com dados inéditos para
todo ano de 2008. Os dados da PME não são, via de regra, explorados em bases
familiares que é a unidade de observação utilizada para medir conceitos de estratos
econômicos onde tipicamente identificamos famílias de classe média (alta ou baixa ou
no mundo dos negócios Classes C, D, E, A e B)) e a partir deles os indivíduos
associados. A literatura social, em geral, usa muito menos a PME do que a PNAD no
cálculo de índices de pobreza, de desigualdade e de bem estar, pois a PNAD é mais
abrangente embora a PME permita maior atualidade assim como contemplar aspectos
de mobilidade social. Função da surpreendente continuidade da tendência de melhora
nas condições sociais – dado a entrada no segundo estágio da crise em setembro de
2008 - sintetizada nas novas reduções da miséria e da desigualdade aqui apresentadas
em primeira mão, o estudo revela a continuidade emergência do que chamamos de uma
nova classe média (Classe C) nas principais metrópoles do Brasil. A ascensão desta
nova classe média é a principal inovação recente do qüinqüênio de 2004 a 2008,
inclusive, situados ao longo desta década que se confirma aqui como a da redução da
desigualdade e tem sido propulsionada por ela desde 2001 e pela preservação do ritmo
de crescimento de 2004 a 2008, apesar dos choques externos a partir de meados de
2007. O ingrediente fundamental deste crescimento do bolo com mais fermento para os
grupos pobres e agora nos últimos anos de 2007 e 2008 para a classe média é a
recuperação do mercado de trabalho, em particular da ocupação formal2.
2 Neste sentido, aqueles que analisam a evolução recente da média e a desigualdade da renda do trabalho no Brasil somente considerando a renda dos ocupados, estão “jogando o bêbe fora junto com a água de banho”.
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A pesquisa quantifica e detalha o protagonismo econômico das diferentes Classes
Econômicas indo da A até a E - com alguma ênfase na Classe C, a chamada nova classe
média - nas seis principais cidades brasileiras, as verdadeiras caixas de percussão dos
eventos nacionais. A ênfase será na renda domiciliar do trabalho nestas áreas no período
após o agravamento da crise externa de setembro a dezembro de 2008. função da
disponibilidade de microdados frescos da Pesquisa Mensal do Emprego (PME/IBGE).
Na verdade, abrimos a pesquisa mensal em bases semanais para melhor traçar a
cronologia semanal da crise, indo, portanto até a última semana de dezembro de 2008
quando a taxa de desemprego em geral sobe por razões sazonais e onde os efeitos dos
choques em variáveis financeiras se traduzem mais fortemente nas variáveis reais como
emprego.
Além de mais atuais, os dados aqui analisados permitem acompanhar as mesmas
famílias ao longo do tempo e observar as transições delas para fora e para dentro de
estados de pobreza e de classe média. Mal comparando, enquanto os estudos
tradicionais baseados na PNAD, e mesmo na PME, nos fornecem fotografias estáticas
dos grupos da sociedade em diferentes instantes do tempo, a PME oferece a
possibilidade de captarmos o filme das mesmas famílias, separando os emergentes
daqueles que já pertenciam a cada classe econômica. Também permitem identificar os
novos destinos dos que habitavam inicialmente o segmento da Classe C, seja de
retrocesso (em direção às classes D e E), seja de ascensão (em direção às classes A e B).
Por exemplo, desde 2002, a probabilidade de ascender da Classe C para a Classe A
nunca foi tão alta e a de cair para a Classe E nunca foi tão baixa como nos idos de 2008.
Em termos mais agregados, a pesquisa mostra que apesar dos sinais claros da crise
externa no horizonte, 2007 e 2008 são dois dos três melhores períodos em termos de
recuperação de renda. O fato de que ao contrário do outro ano de destaque (2004) de
não estarmos saindo de uma recessão interna, ou vivendo uma bonança externa torna
2008 assim como 2007 surpreendentes.
Argumentamos que a renda do trabalho e as medidas de mobilidade social a ela
associada são elementos essenciais do espírito da classe média. Por encerrar o que há de
mais sustentável hoje nos padrões de vida conquistado pelas pessoas e nos seus
respectivos caminhos em direção ao futuro. Thomas Friedman, colunista internacional
do New York Times em seu recente best-seller “O Mundo é Plano” define classe média
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como aquela que tem um plano bem definido de ascensão social para o futuro. Esta
fábrica de realização de sonhos individuais é o motor fundamental para conquista da
riqueza das nações. O combustível é o anseio de subir na vida já o lubrificante seria o
ambiente de trabalho e negócios. Agora todos os indicadores, seja do ponto de vista do
consumidor, sejam do produtor apontam para o boom na classe C: casa, carro, crédito,
computador e carteira de trabalho todos até setembro de 2008 estavam nos seus recordes
históricos. Por fim para completar o cenário mais atual também recorremos aos dados
do Caged/MTE (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho e
Emprego) disponível para todo território nacional até dezembro de 2008. Estes dados
abordam o emprego formal que bate recorde sobre recorde nos últimos anos frente aos
resultados já surpreendentes dos últimos anos. A volta da carteira de trabalho talvez
seja o elemento mais representativo de ressurgimento da classe média brasileira. Neste
aspecto o dado de dezembro de 2008 mostra preocupante reviravolta3.
Muito tem se falado desta década em termos de redução de desigualdade (desde 2001) e
de pobreza (desde 2004), ênfase foi dada ao papel das transferências de renda oficiais
aos mais pobres, mas poucos aos avanços estruturais decorrentes da expansão
trabalhista observada em todos os segmentos da sociedade. Desde o final de 2006 até
agora acontece aumento da renda do trabalho em geral e da geração de empregos
formais, em particular. Isto é, desde o último retrato estatístico do Brasil pintado com as
tintas da PNAD 2007, o que se destaca agora é a geração de renda do trabalho. A
presente pesquisa mostra a partir de dados mais atuais a continuidade com sinais de
aceleração em alguns casos do expressivo movimento de redução da desigualdade e da
miséria brasileira até o momento. Depois de duas décadas perdidas de avanços de renda
e do trabalho, a combinação de crescimento mais acelerado com marcada redução de
desigualdade por um período mais longo é notável, esta é uma estória cujos novos
capítulos valem a pena ser contados antes que o livro acabe dado o seu ineditismo na
história estatisticamente documentada brasileira.
Tem havido deslocamentos das tendências captadas nas diferentes cidades e novidades
na comparação com outras áreas do país. Depois de anos de crise de desemprego
3 Dezembro sempre há um ajuste para baixo no emprego formal captado pelo Caged, mas em 2008 este ajuste foi duas vezes mais forte de -600 mil postos de trabalho destruídos em particular na indústria e nas grandes empresas.
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metropolitana, em vigor de 1997 a 2003 e de posterior reversão (2004 em diante aí
incluindo o período após anúncio da crise em meados de 2007), a principal revelação é
que os padrões de vida continuam crescendo lá pelas vias da geração de trabalho
privada da população. Cabe agora revisitar as grandes cidades em face de nova crise.
Em muitos casos as análises dão ênfase ao papel das altas transferências de renda
públicas a população como expansão do Bolsa-Família e das transferências
previdenciárias, contributivas ou não, associadas aos reajustes reais do salário mínimo
que após o forte crescimento do período 2001 a 2006 inclusive passa por calmaria do
período pós-eleitoral voltam a ser elementos centrais de política pública após o
agravamento da crise desde o início de 2009 segundo os anúncios recentes de reajuste
do mínimo e de ampliação da cobertura do Bolsa-Família. Argumentamos que pelo
menos desde 2004 o aumento de renda do trabalho rivaliza com estas transferências na
explicação das melhoras de renda para o conjunto da população (e que desde 2001 para
os segmentos mais pobres). Isto está bem documentado nas séries da PNAD que vão até
outubro de 2007. O que ainda não foi detalhado é a extensão da reversão trabalhista do
período 2007 e 2008 e o crescimento absoluto dos grupos médios da população.
Além do protagonismo da renda do trabalho vis a vis as rendas públicas, das metrópoles
vis a vis o resto do país, e da emergência da classe média é preciso ter como pano de
fundo a mudança do contexto internacional. Até meados de 2007, apesar de um
crescimento mais forte do PIB brasileiro desde 2004 vis a vis as chamadas duas décadas
perdidas anteriores, corríamos atrás do crescimento das economias centrais em especial
das emergentes como Índia e China. Desde então, o PIB brasileiro e as demais
estatísticas econômicas começam fechar a distancia de crescimento frente ao contexto
internacional, pois mantemos o ritmo de crescimento ao passo que as demais economias
passaram por marcada desaceleração. O fato que foi reportado nos principais jornais e
revistas internacionais que o Brasil era a bola da vez, não de crise, mas de prosperidade
em relação ao contexto internacional. Esta melhoria se concentrava nos elementos que
ocupavam há pouco o epicentro da nossa crise, quais sejam: a renda do trabalho, o
emprego com carteira, as metrópoles e a chamada classe média. Outra novidade bem
colocada por Mac Margolis, correspondente da Newsweek no Brasil, em seu blog em
agosto de 2008, é que a primeira vez, nos seus mais de trinta anos de Brasil, que a
palavra crise pronunciada aqui, refere-se inicialmente a alhures. Este artigo testa com os
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dados mais atuais este sentimento de prosperidade e sua anunciada reversão posterior
função da crise através de dados recentes sobre a renda.
A presente pesquisa explora os movimentos da distribuição de renda aqui entendida no
tanto no sentido estatístico usual, mudanças na desigualdade e na média da renda, como
da distribuição dos indivíduos em famílias de diferentes estratos de renda familiar do
trabalho (como proxies das Classes E, D, C e A/B). Enfocamos os movimentos entre
esses diferentes estratos econômicos tanto no que se refere aos movimentos das séries
agregadas como das trajetórias individuais traçadas a partir de dados que acompanham
as mesmas pessoas ao longo do tempo. No primeiro ponto agregado nos perguntamos,
por exemplo, quantas pessoas passaram da classe E para C (e vice-versa) no total assim
como por características sócio-demográficas (por cidade, por sexo, etc...). Este tipo de
análise subsidia a ação da política pública identificando a extensão dos deslocamentos
de renda e de necessidade ou não de mudança nos programas públicos nas áreas de
transferência de renda (i.e. expansões do Bolsa Família e da rede vinculada ao salário
mínimo) ou de geração de renda (i.e. PAC). Esta abordagem é útil ainda numa
perspectiva das empresas privadas identificando queda ou expansão do mercado
consumidor e de nichos. No segundo aspecto longitudinal individual complementamos
esta análise e avaliamos os riscos individuais desses mesmos grupos de pessoas
avaliando quantos mantiveram o mesmo status (digamos permaneceram na classe C) e
quantos mudaram de status (e para onde foram de C para E, de C para A etc). A análise
deste tipo de risco se presta para análise de provisão de serviços financeiros públicos e
privados, em particular nas áreas de microcrédito e microseguro.
O plano do texto é o seguinte: na segunda seção detalhamos a metodologia utilizada,
avaliando as limitações e as virtudes da base de microdados utilizada. Na seção
seguinte, analisamos a evolução recente de indicadores de distribuição baseados em
renda per capita do trabalho como média, desigualdade e bem estar social. Na quarta
seção, discutimos os conceitos de estrutura econômica desde a perspectiva de medição.
Na quinta seção, a mais extensa do trabalho, quantificamos a evolução agregada de
quatro estratos, ou classes econômicas, a saber: Classe E, Classe D, Classe C e Classe A
e B estendendo a análise até o dezembro de 2008, analisando em detalhe o período após
setembro de 2008. Na seção sete tiramos partido do aspecto longitudinal da PME para
quantificar as transições para fora e para dentro de cada um dos segmentos assim como
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identificar os destinos específicos assumidos nos últimos anos. A análise de mobilidade
de renda também é usada para detalhar quem perdeu após setembro de 2008. A seção
oito analisa uma diversidade de metodologias, tais como séries de tempo e análises
gráficas não paramétricas e análise multivariada, ambas baseadas em dados
longitudinais, fazendo um zoom nos setores mais afetados pela crise como indústria,
financeiro e imobiliário. Também apresenta estimativas atuais de crescimento do PIB
brasileiro frente a outros países. A seção nove avalia a volta da carteira de trabalho e sua
reviravolta em dezembro de 2008, traçando um comparativo entre as metrópoles e o
resto do país. A décima e última seção pode ser usada como um sumário executivo,
apresentando os principais resultados e conclusões do estudo. Avaliamos nela os pontos
fortes e fracos do caso brasileiro frente às oportunidades e ameaças da marcada crise
internacional, a guisa de uma interpretação retrospectiva dos dados e da formação de um
cenário prospectivo comparado. Procuramos sintetizar o que pode ser considerado o
modelo brasileiro de política econômica e social, intitulado aqui tentativamente como o
caminho do meio.
O sítio da pesquisa www.fgv.br/cps/crise oferece amplo banco de dados onde o usuário
pode explorar a extensão dos grupos assim como a mobilidade entre eles, abertos por
uma vasta gama de atributos sócio-econômicos (gênero, raça, idade, etc), trabalhistas
(posse de carteira, educação etc) e espaciais (cidades). O banco de dados permite, a cada
um, ver as trajetórias médias de pessoas com os mesmos atributos. Uma espécie de
espelho retrovisor da trajetória social recente. Apresentamos ao fim do texto três anexos
com análise de aspectos deste banco. No primeiro, comparamos a evolução da classe
média e da miséria por cada uma das seis regiões metropolitanas. No segundo,
apresentamos os modelos estatísticos estimados incorporados nos simuladores e, por
fim, no terceiro, exercícios de distribuição cumulativa de renda para setores de
atividades e grupos da população.
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2. MÉTODO
A tradição entre as instituições de pesquisa como o IBGE é usar os dados da Pesquisa
Mensal do Emprego (PME) em níveis individuais, e não em níveis domiciliares.
Tipicamente, processando indicadores como taxa de desemprego, formalidade e a renda
média do trabalho dos ocupados. Entretanto, a PME é uma pesquisa domiciliar
comparável à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e pode ser usada
como tal. Esse ponto merece destaque, pois a avaliação das condições socioeconômicas
deve levar em conta o processo de repartição de recursos no bojo dos domicílios. Por
exemplo, o fato de a renda do trabalhador adulto poder beneficiar outros membros de
sua família, como as crianças. Nesse sentido, o conceito mais adequado para auferir o
nível de pobreza seria a renda domiciliar per capita dos indivíduos, que corresponde à
soma da renda de todas as pessoas dos domicílios dividida pelo número total de
moradores. Similarmente, quando queremos quantificar a extensão da chamada classe
média para, por exemplo, avaliar o poder de compra de bens familiares, tais como a casa
própria, o conceito adequado é a renda total auferida por todos os membros do
domicílio. Ambos os conceitos resumem uma série de fatores operantes sobre os
membros da família, tais como os níveis de ocupação e de rendimento, auferidos de
maneira formal ou informal, mas cujos efeitos sejam rateados ou agregados pelo
número total de moradores (BARROS et al.,1996).
A questão central aqui ensejada é como melhorar o monitoramento das condições de
vida da nossa população. Como avaliar o desempenho social e econômico dispondo
apenas dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), cujo
conhecimento fica, em média, 18 meses defasados em relação dos instantes
mensurados? Por exemplo, hoje estamos há 16 meses desde a última fotografia nacional
tirada a partir da Pnad. A Pnad foi a campo na primeira semana de outubro de 2008 e irá
se tornar conhecida apenas em setembro de 2009 quando os efeitos da crise estarão no
seu auge e a colheita de dados será de tempos de bonanza O aumento de velocidade é
um requisito necessário para poder traçar um sistema de acompanhamento e avaliação
de metas sociais operativo. Isto inclui tanto sistemas gerenciais feitos no âmbito das
administrações públicas, como o acompanhamento das flutuações da renda apropriada
por diferentes segmentos da sociedade. Do ponto de vista das empresas privadas que
querem se adequar às flutuações do ciclo de negócios para ajustar a sua produção e para
20
nichar a sua demanda, a urgência requerida não é menor. Função destas necessidades
propomos lançar mão do processamento dos microdados da PME, que, graças a sua
agilidade, nos permite diminuir a defasagem de um ano e meio da PNAD para pouco
mais de um mês e meio aqui4 (NERI; CONSIDERA,1996).
Além do benefício pelo aumento da velocidade de difusão da informação, a utilização
de dados da PME/IBGE em bases mensais permite, em detalhe temporal, identificar a
operação dos determinantes da distribuição de renda do trabalho observados no Brasil.
Por exemplo, o impacto de mudanças abruptas de variáveis de política como câmbio,
juros e salário mínimo,. A ênfase aqui está na operação de choques externos oriundos da
crise que começou a dar seus sinais em Junho de 2007, mas que ganha força a partir de
15 de setembro de 2008.
As séries de renda domiciliar per capita média, apresentada no gráfico 1, e detalhada
mais adiante, indicam que após o fim da recessão de 2003, a média de renda real do
trabalho per capita se recupera fortemente entre março e junho de 2004, mas que segue
de maneira ininterrupta desde então5.
4 Estamos incluindo não só a coleta e disponibilização dos microdados pelo IBGE cuja data média da última observação data de meados de dezembro, como o processamento dos microdados, análise, redação do texto, tradução para o inglês e difusão via banco de dados bilíngüe na internet. 5 Os dados da parcela de renda apropriada pelos três grupos analisados indicam que a grande queda de desigualdade de 2004 ocorreu entre abril e junho daquele ano. Antes de creditarmos as mudanças ao reajuste do salário mínimo, cabe lembrar que ele foi bastante reduzido em termos reais, fazendo crer que foram outros os fatores, e não o efeito-salário mínimo, que geraram a redução da desigualdade de renda em 2004. Complementarmente, a série mensal demonstra que o reajuste de 9% real dado em maio de 2005 ao salário mínimo e o de cerca de 13% real concedido em abril de 2006 fornecem evidências de pouco impacto. Para aqueles que presenciaram os efeitos dos reajustes do salário mínimo na década de 90, como o de maio de 1995, sobre dados similares, os resultados indicam uma perda de sincronia entre aumentos do mínimo e redução de pobreza.
21
GRÁFICO 1 - Série de Renda Média
Evolução da Renda MensalRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
400
425
450
475
500
525
550
575
600
mar
/02
mai
/02
jul/0
2se
t/02
nov/
02ja
n/03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3se
t/03
nov/
03ja
n/04
mar
/04
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/04
jul/0
4se
t/04
nov/
04ja
n/05
mar
/05
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/05
jul/0
5se
t/05
nov/
05ja
n/06
mar
/06
mai
/06
jul/0
6se
t/06
nov/
06
jan/
07m
ar/0
7m
ai/0
7ju
l/07
set/0
7no
v/07
jan/
08m
ar/0
8m
ai/0
8ju
l/08
set/0
8no
v/08
Crise Início
Crise Agravamento
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
O gráfico 2, que apresenta a média móvel 12 meses da renda, nos mostra que mesmo
após o agravamento da crise, a partir de setembro de 2008, a taxa de crescimento do
poder de compra medida pela inclinação ascendente da curva não se altera.
GRÁFICO 2
Evolução da Renda Mensal - Média Móvel de 12 MesesRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
400
425
450
475
500
525
550
575
600
fev/
03
abr/0
3
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03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/0
4
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/0
5
jun/
05
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05
out/
05
dez/
05
fev/
06
abr/0
6
jun/
06
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06
out/
06
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
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07
out/0
7
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07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Crise Início
Crise Agravamento
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
22
Mal comparando, se os cientistas sociais fossem astrônomos e a distribuição de renda
um corpo celeste em movimento, a Pnad seria um super telescópio situado no lugar
certo para registrar a passagem do astro. Porém, para precisar os determinantes da
trajetória de indicadores sociais com base em rendas, como a de pobreza e a de
desigualdade de renda, precisamos de algo mais do que fotografias do fenômeno em
anos distintos, como as fornecidas pela comparação das Pnads ao longo do tempo. Seria
preciso utilizar uma espécie de filme gerado com base numa série de fotografias
mensais, como as oferecidas pela PME, que permitem identificar o efeito de mudanças
discretas sobre variáveis de políticas, como mudanças abruptas na taxa de juros, na taxa
de câmbio ou, de maneira mais contundente, o papel dos reajustes do salário mínimo
(NERI, 1995 2006).
Em terceiro lugar, a PME usa a metodologia de painel rotativo similar àquela adotada
pelo Current Population Survey (CPS) americano, que permite acompanhar as
informações dos mesmos indivíduos e de suas famílias durante algumas observações
consecutivas. Ou seja, na nossa analogia cinematográfica, não estamos apenas
acompanhando a estória agregada da sociedade ou de subgrupos delas, mas elaborando
filmes de cada pessoa na amostra. Os microdados nos permitirão acompanhar
indivíduos mais afetados pelas diversas crises (incluindo dados até o final de 2008),
identificando os perdedores, ganhadores e os riscos associados em segmentos
populacionais através da recuperação das trajetórias da renda e de indicadores de classe
econômica. Em particular, exploramos inicialmente aqui dados observados entre 12
meses a parte evitando a operação de efeitos sazonais. Posteriormente usaremos dados
mensais de setembro, outubro, novembro e dezembro de cada ano a fim de comparar o
período crítico pós setembro de 2008. Esse período é de especial interesse nesse estudo.
A abordagem usada neste trabalho consiste em calcular as probabilidades de transição
para dentro e para fora de diferentes classes econômicas, bem como as de não-transição
entre momentos 12 meses à parte. (BARROS et al., 1996).
Finalmente, é importante chamar a atenção para duas limitações da PME, a saber: ela
deixa de fora outras rendas não-trabalho, como as advindas de transferência
governamentais de programas para pobres e de juros para os grupos com estoque de
riqueza financeira, além de ela só cobrir as seis áreas metropolitanas do Brasil. Ou seja,
a pesquisa só fornece evidências do trabalho metropolitano (RAMOS; BRITO, 2003).
23
Quanto à limitação do conceito de renda pesquisado cabe lembrar que a renda do
trabalho corresponde a 76,8% da renda per capita dos brasileiros segundo a última
PNAD. No caso do conjunto das áreas metropolitanas brasileiras esta estatística sobe
para 77,7% e em metrópoles como São Paulo a renda do trabalho atinge 82,6% dos
proventos dos paulistanos. Ou seja, a PME capta mais de três quartos da renda das
pessoas pesquisadas
No que tange à população, a limitação dos dados é mais séria. As seis regiões
metropolitanas cobertas pela PME congregam pouco mais de um quarto (25,85%) da
população brasileira. Por outro lado, a comparação relevante é com as demais bases
disponíveis no curto intervalo de tempo em questão como o Caged/MTE e dados
industriais como do próprio IBGE e de outras instituições como CNI e FIESP. O Caged
que apresenta uma defasagem de divulgação similar a da PME cobre apenas o emprego
formal, isto é empregados privados com carteira e funcionários públicos, que equivale a
45,62% dos ocupados remunerados ou 19,62% dos brasileiros segundo a PNAD 2007.
No que tange a indústria de transformação apesar da sua importância presente e
histórica para o desenvolvimento do país ela adiciona 17,1% do valor do PIB agregado
segundo as Cotas Nacionais de 2007 e uma proporção ainda menor dos postos de
trabalhos brasileiros. Nas áreas mais industrializadas das principais metrópoles cobertas
pela PME o emprego industrial e formal representa 12,1% dos ocupados remunerados.
Ou seja, apesar da PME perder quase 25% da renda e 75% das áreas geográficas
brasileiras ela parece mais representativa da totalidade da população brasileira do que
bases do setor industrial e/ou formal nacional. As grandes limitações da PME irão
aparecer em grupos que auferem rendas alternativas ao trabalho como rendas de pensões
e aposentadorias, seguro-desemprego e programas de transferência de renda como o
Bolsa-Família, isto é idosos, desempregados do setor formal e pessoas de baixa renda.
Já no que tange a questão geográfica ela será tão menos séria quanto mais as maiores
metrópoles brasileiras forem representativas do que acontece nas cidades de menor
porte e nas áreas rurais.
24
3. MÉDIA, DESIGUALDADE E MISÉRIA
MÉDIA O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como aquela
advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de
maneira excepcional. O conceito de renda efetiva também pesquisada pela PME
apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano que são
problemáticos, pois contamina sobremaneira a análise dos meses mais recentes
disponíveis. Agora como os gráficos ilustram, exceto nos picos sazonais, as séries de
dados são relativamente próximas6. Optamos por trabalhar aqui com o conceito habitual
de renda, pois além de eliminar flutuações erráticas o que viesaria para cima as medidas
de mobilidade a serem discutidas mais a frente, tem como vantagem de ser também o
conceito usado pela PNAD, permitindo comparabilidade direta dos resultados com a
principal base de dados do sistema de pesquisas domiciliares brasileiras. Outra
vantagem é que enquanto o conceito efetivo se reporta ao salário do mês anterior ao que
a pesquisa foi a campo, o conceito habitual capta as informações do mês em curso
diminuindo a defasagem do acesso as informações.
GRÁFICO 3 - Renda Efetiva x Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
6 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre a 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o conceito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adequa as séries antigas da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma de 2003.
Evolução da Renda Domiciliar Per Capita do TrabalhoPopulação entre 15 e 60 anos
450475500525550575600625650675700725750775
mar
/02
mai
/02
jul/0
2
set/0
2
nov/
02
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03
mar
/03
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/03
jul/0
3
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3
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03
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04
mar
/04
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/04
jul/0
4
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4
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04
jan/
05
mar
/05
mai
/05
jul/0
5
set/0
5
nov/
05
jan/
06
mar
/06
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/06
jul/0
6
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6
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06
jan/
07
mar
/07
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/07
jul/0
7
set/0
7
nov/
07
jan/
08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8
set/0
8
nov/
08
Habitual Efetiva
Crise Agravamento
Crise Início
25
O gráfico abaixo demonstra que a média móvel de 12 meses torna a trajetória dos dois
conceitos de renda similares. A renda efetiva tende a superar a habitual por uma
pequena margem fruto da diluição dos efeitos das horas extras, décimo terceiro-salário e
bônus de férias que no gráfico anterior se concentram nos meses de dezembro e janeiro
(equivalente a novembro e dezembro no conceito habitual).
GRÁFICO 4 - Renda Efetiva x Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
A primeira abordagem adotada é a de olhar para a evolução da distribuição de renda no
sentido estatístico, aí incluindo a evolução da média e da desigualdade de renda per
capita habitual. Optamos por apresentar o gráfico em média móvel para isolar melhor as
tendências. A média de renda dá continuidade à trajetória de expansão já observada,
desde o fim da recessão de 2003, como os dados acima já sugeriam. Em dezembro de
2008, a renda domiciliar per capita real média do trabalho no grupo de 15 a 60 anos era
de 662,5 reais por mês. A taxa de crescimento acumulada da renda média anual entre
2003 e 2008 foi de 29,76% perfazendo uma variação média de 5,36% ao ano no
período. O crescimento da renda média no ano 2008 foi de 6,12% superando a taxa de
crescimento de três dos quatro anos anteriores. Vale lembrar que estamos trabalhando
com o conceito de renda per capita, portanto já descontando o crescimento
populacional.
Evolução da Renda Domiciliar Per Capita do TrabalhoPopulação entre 15 e 60 anos
Média Móvel de 12 Meses
450475500525550575600625650675700725750775
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
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04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
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4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
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05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/0
6
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
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07
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7
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07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Habitual Efetiva
Crise AgravamentoCrise
Início
26
No que tange aos possíveis impactos da crise, notamos uma pequena redução da renda
per capita do trabalho de -0,62% entre setembro e dezembro de 2008, fato que não foi
observado nos mesmos meses dos três anos anteriores. Isto pode indicar que à medida
que períodos pós crise sejam incorporados à média móvel, a taxa de crescimento da
mesma comece a apresentar uma inflexão descendente ainda invisível no Gráfico 5.
GRÁFICO 5 - Evolução da Média de Renda Per Capita - 15 a 60 anos
Renda Habitual – Média Móvel de 12 Meses
450
475
500
525
550
575
600
fev/
03
mai
/03
ago/
03
nov/
03
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04
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/04
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05
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05
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06
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07
mai
/07
ago/
07
nov/
07
fev/
08
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
TABELA 1 –
Renda Per Capita Trabalho6 Principais Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Nível NÍVEL (R$) - Dez NÍVEL (R$) - Média Ano NÍVEL (R$) - Set2002 529,52 543,45 555,912003 484,14 496,71 492,002004 528,78 514,66 544,452005 564,70 545,55 555,092006 603,93 579,74 593,082007 627,22 607,48 609,112008 662,47 644,69 666,61
Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez
2002 -4,752003 -8,57 -8,60 -1,602004 9,22 3,62 -2,882005 6,79 6,00 1,732006 6,95 6,27 1,832007 3,86 4,79 2,972008 5,62 6,12 -0,62
Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008
2002 13,082003 25,11 18,63 38,882004 36,83 29,79 21,582005 25,28 25,26 -35,872006 17,31 18,17 -33,952007 9,69 11,20 -20,892008 5,62 6,12 100,00
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
27
DESIGUALDADE
Antes da análise das medidas de desigualdade cabe frisar que além da menor
abrangência geográfica e de conceito de renda utilizados, o conceito de renda per capita
usada inclui as rendas nulas o que é de fundamental importância para as medidas de
desigualdade. No caso da medida mais popular usada o índice de Gini que varia de 0 a 1
confere pesos as rendas em ordem inversa ao ranking das mesmas. Ou seja, o sujeito
mais rico da sociedade recebe o menor dos pesos que sobe paulatinamente à medida que
caminhamos em direção às menores rendas. Neste sentido a pessoa que não tem renda e
deveria receber o maior dos pesos e não o menor (peso nulo), quando implicitamente os
desconsideramos na análise. Feitas estas ressalvas metodológicas a desigualdade de
renda também apresenta marcada retração, esta durante toda a série. O índice de Gini
seguindo ainda o conceito domiciliar per capita do trabalho para pessoas de 15 a 60
anos cai de 0,6168 em dezembro de 2002 para 0,5629 em dezembro de 2008 o que
implica em considerável deslocamento dada escala de variação do índice de Gini, em
particular no contexto brasileiro previamente conhecido como de desigualdade alta e
constante (iniqüidade inercial). O índice de Gini de rendas per capita de todas as fontes
fica estagnado em torno de 0,6 entre os censos de 1970 e 2000. A única mudança
expressiva de natureza permanente observada nas séries estatisticamente documentadas
do país foi o famoso aumento dos anos 60 quando o índice de Gini da renda individual
sobe cerca de 0,07 ponto em uma década. Guardadas as diferenças conceitual e
geográfica, para efeito de comparação, esta queda absoluta em seis anos de 0,0539 está
acima do ritmo daquela conhecida como forte aceleração de desigualdade dos anos 60
(Neri (2008)). No que tange ao período após os choques recentes, notamos nas séries
mensais do Gráfico 6 que Junho de 2007 foi seguido de queda marcada da desigualdade
e que entre setembro e dezembro de 2008, a desigualdade continuou caindo, mas em
ritmo mais brando (-1,07% no período). A estagnação da média móvel da desigualdade
observada desde junho de 2008 se deve mais a fatores pré-crise.
28
GRÁFICO 6 - Evolução da desigualdade pelo índice Gini
GRÁFICO 7 - Evolução da desigualdade pelo índice Gini
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
Evolução da Desigualdade - Índice de GiniMédia Móvel de 12 Meses
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - HabitualPopulação 15 a 60 Anos
0,560
0,565
0,5700,575
0,580
0,585
0,590
0,595
0,6000,605
0,610
0,615
0,620
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
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04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
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04
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05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
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5
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05
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06
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06
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06
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06
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6
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06
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07
abr/
07
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07
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07
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7
dez/
07
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08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08Crise
Agravamento
Crise Início
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
Evolução da Desigualdade - Índice de GiniRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
População 15 a 60 Anos
0,5600,5650,5700,5750,5800,5850,5900,5950,6000,6050,6100,6150,6200,6250,630
mar
/02
mai
/02
jul/0
2
set/0
2
nov/
02
jan/
03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3
set/0
3
nov/
03
jan/
04
mar
/04
mai
/04
jul/0
4
set/0
4
nov/
04
jan/
05
mar
/05
mai
/05
jul/0
5
set/0
5
nov/
05
jan/
06
mar
/06
mai
/06
jul/0
6
set/0
6
nov/
06
jan/
07
mar
/07
mai
/07
jul/0
7
set/0
7
nov/
07
jan/
08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8
set/0
8
nov/
08
Crise Agravamento
Crise Início
29
TABELA 2 - Desigualdade Gini Desigualdade - Índice de Gini6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Nível GINI - Dez GINI - Média Ano GINI - Set2002 0,6168 0,6174 0,61682003 0,5995 0,6042 0,59682004 0,5785 0,5949 0,58952005 0,5791 0,5820 0,58102006 0,5711 0,5770 0,56652007 0,5658 0,5706 0,56232008 0,5629 0,5645 0,5690
0,0539
Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez
2002 0,002003 -2,80 -2,14 0,462004 -3,51 -1,54 -1,872005 0,10 -2,18 -0,342006 -1,37 -0,86 0,812007 -0,94 -1,10 0,612008 -0,50 -1,07 -1,07
Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008
2002 -8,73 -8,57 -2003 -6,10 -6,57 -231,782004 -2,69 -5,11 57,242005 -2,79 -3,00 319,412006 -1,43 -2,16 -131,732007 -0,50 -1,07 -174,722008 100,00
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
MEDIDA DE BEM-ESTAR SOCIAL DE SEN
A fim de fornecer uma síntese final de movimentos em direções opostas, acoplamos os
efeitos da média de renda e da desigualdade numa função bem-estar social simples
proposta por Amartya Sen, Prêmio Nobel de Economia. Essa função multiplica a renda
média pela medida de equidade, dada por um menos o índice de Gini (isto é: Média * (1
– Gini)). Logo, a desigualdade funciona como um fator redutor de bem-estar em relação
ao nível da renda média. Por exemplo, a renda média de 666 reais mensais por pessoa
da amostra seria o valor do bem-estar social segundo a medida simples de Sen, se a
equidade fosse plena. Mas na verdade correspondem a 43,71% deste valor, reais, dada a
extrema desigualdade atual brasileira. O deságio era ainda maior quando o índice era
apenas 38,32% da renda média em 2001, antes do início da redução da desigualdade.
Apresentamos no gráfico abaixo, a evolução mensal dessa combinação da média de
renda com sua respectiva desigualdade de renda, dada pela medida de Bem-estar de
Sen. O gráfico demonstra que o aumento do valor da função no período depois de 2004
é visível com continuidade no período de crises recentes embora com alguma
30
instabilidade e desaceleração de velocidade média de queda depois de setembro de
2008.
GRÁFICO 8
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 9
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
Evolução do Bem-Estar - Função do Sen (1976)Média Móvel de 12 Meses
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - HabitualPopulação 15 a 60 Anos
180
200
220
240
260
280
300
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/0
6
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/0
7
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Crise Agravamento
Crise Início
Evolução do Bem-Estar - Função do Sen (1976)Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
População 15 a 60 Anos
180
200
220
240
260
280
300
mar
/02
mai
/02
jul/0
2
set/0
2
nov/
02
jan/
03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3
set/0
3
nov/
03
jan/
04
mar
/04
mai
/04
jul/0
4
set/0
4
nov/
04
jan/
05
mar
/05
mai
/05
jul/0
5
set/0
5
nov/
05
jan/
06
mar
/06
mai
/06
jul/0
6
set/0
6
nov/
06
jan/
07
mar
/07
mai
/07
jul/0
7
set/0
7
nov/
07
jan/
08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8
set/0
8
nov/
08
Crise Agravamento
Crise Início
31
4. DEFININDO A CLASSE MÉDIA
Existem pelo menos duas perspectivas para se conceituar Classe Média. Uma primeira é
pela análise das atitudes e expectativas das pessoas. A sondagem do consumidor
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas em bases
mensais para o Brasil segue nesta direção. Este tipo de abordagem que foi bastante
desenvolvido nos anos 50 e 60 por George Katona, psicólogo behaviorista que tinha no
economista James Tobin um de seus grandes admiradores. Seguindo, nesta linha,
Thomas Friedman, colunista internacional do New York Times em seu recente best-
seller “O Mundo é Plano” define classe média mais do que pelo nível de vida e de renda
presente, mas o de esperar estar numa posição melhor no futuro. Esta mobilidade
estrutural social ascendente seria algo como realizar o similar em cada país do chamado
“sonho americano”, da possibilidade de ascensão social.
Complementarmente propomos (mas não divulgamos aqui) o uso de medidas de
qualidade de vida extraídas da nova linha de surveys como o Gallup World Poll, o
similar da IPSOS, cuja uma das vantagens é a alta comparabilidade internacional por
aplicar o mesmo questionário a um número grande de países. Esta vantagem também é
compartilhada por surveys feitos em bases regionais, o LatinoBarômetro na América
Latina e o EuroBarômetro no velho continente. Em particular, propomos o uso de
medidas diretas tais como a expectativa de felicidade cinco anos no futuro em
comparação com o nível de felicidade presente. Isto é feito através de perguntas onde a
pessoa atribui diretamente nota subjetiva de 0 a 10 sobre a sua respectiva satisfação com
a vida. Este tipo de análise recai sobre o Índice de Felicidade Futura (IFF) desenvolvido
por nós em projeto para o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) a partir de
uma amostra de mais de 132 países cobertas pelos microdados do Gallup World Poll de
2006. O que podemos antecipar é que os dados indicam que a classe média no Brasil
medida pelo Indice Futuro de Felicidade é alta vis a vis outros países, embora a
avaliação subjetiva da situação agregada de cada país seja menor.
A segunda maneira de se definir as classes sociais (E, D, C, B2, B1, A2 e A1) é pelo
potencial de consumo tal como no chamado Critério Brasil na qual a nossa nova classe
média é identificada com a Classe C. Esta estratificação é implementada a partir do
impacto de bens sobre medidas de acesso a bens duráveis e seu respectivo número (TV,
32
rádio, lava-roupa, geladeira e freezer, vídeo-cassete ou DVD), banheiros, empregada
doméstica, e nível de instrução do chefe de família7. Este critério estima os pesos a
partir de equação minceriana (log da renda familiar total). O CPS propõe conceituação
complementar para medir a evolução da nova classe média no Brasil também do ponto
de vista do produtor. Ou seja, da capacidade de manter de fato este potencial de
consumo ao longo do tempo. Neste trabalho ainda inédito além de testarmos a medição
da classe média a partir da combinação de elementos como renda e acesso a bens de
consumo tradicionalmente utilizada, propomos medir a classe média a partir da
capacidade de geração e manutenção da riqueza a prazo mais longo. No primeiro
elemento temos acesso à universidade pública ou privada, acesso a escola de qualidade
(privada?), a elementos da era da Tecnologia da Comunicação e da Informação como
computadores conectados a internet e além da renda corrente, a renda permanente
estimada a partir de características sócio-demográficas fixas (como sexo, idade, região
etc, mas especialmente estoque de educação). Já no aspecto de manutenção a prazo
mais longo da situação financeira familiar temos desde acesso a emprego formal que
garante um nível de proteção social maior, acesso a previdência privada, acesso a
crédito imobiliário, posse legal de casa própria (com padrão mínimo de qualidade:
banheiros, tipo de construção etc), seguro-saúde. Este tipo de preocupação com
educação e inserção ocupacional consta em critérios aplicados na Inglaterra, Portugal e
Índia. O aspecto inovador da metodologia é a sua capacidade de olhar para aspectos
simbólicos da classe média, tais como a carteira de trabalho, a entrada na universidade
ou na era da informática e aliarmos a aspecto de status social ligado a demanda privada
por bens que eram monopólio do Estado como previdência, escola, saúde e crédito
imobiliário. Outra é a capacidade de mensurar em escala nacional cada componente
citado, estudar a sua interação e a agregação dos mesmos em índices sintéticos do
tamanho de da distribuição da classe média, mergulhar nos detalhes da sua
determinação (por exemplo, ir além da estatística de acesso a educação, mas ver quanto
se paga pela mesma), agregar a interação dos diversos componentes e monitorá-los ao
longo do tempo.
7 Estas variáveis são medidas pelo Censo Demográfico, o que facilita a espacialização do poder de compra das famílias, mas não são bem cobertas pela PNAD, por exemplo. No modelo hierárquico de imputação de rendas faltantes no Censo desenvolvido pelo IBGE e incorporado nos microdados do Censo 2000, a instrução da pessoa de referencia do domicílio e o número de banheiros são as duas variáveis mais relevantes selecionadas.
33
Exploramos aqui alguns aspectos comuns a definição associados às duas linhas acima
colocadas como a geração de renda do trabalho e a mobilidade trabalhista.
QUANTIFICANDO O TAMANHO DOS ESTRATOS SOCIAIS
Ao contrário de análises da distribuição de renda relativa onde mapeamos a parcela
relativa de cada grupo na renda total (como, por exemplo, os 10% mais ricos que se
apropriam de quase 50% da renda etc.) nos fixamos aqui à parcela da população que
está acima de determinados parâmetros fixados para todo o período. Ou seja, estamos
preocupados com a renda absoluta de cada pessoa. A presente abordagem é similar
àquela usada na análise de pobreza absoluta, só que estamos preocupados também com
outras fronteiras como aquelas que determinam a entrada na classe média e a saída deste
grupo para o de elite. Na abordagem relativa pura a soma das partes dá 100% de algo
relativo ao mês, enquanto na abordagem absoluta aplicada aos diversos segmentos da
pirâmide social são referendados a um valor absoluto válido para todos os meses. Estes
valores absolutos são parâmetros do que é estar na miséria, num grupo intermediário
entre a miséria e a classe média, os remediados, o grupo de classe média e a elite. Como
estamos trabalhando com um período de forte crescimento da renda média as duas
abordagens, a relativa e a absoluta apresentam resultados bastante diferenciados. Cada
uma destas situações tendem a acontecer no começo e no fim do período
respectivamente. Fazendo uma analogia, na análise distributiva relativa estamos num
gráfico de pizza de tamanho fixo onde para um grupo ganhar, outro tem de diminuir. Na
análise absoluta aqui utilizada, além da dança distributiva, o tamanho de pizza pode
mudar. O que está por traz do resultado é que além dos de renda mais baixa terem se
apropriado de uma maior parcela relativa da pizza (a redução da desigualdade), a
mesma aumentou de tamanho (o crescimento). Passou digamos de um tamanho brotinho
para média, ou para os que sempre acham que o copo está sempre meio cheio, de pizza
média para a grande. Na presente análise estamos preocupados não só na parcela
relativa, mas seguindo a analogia na quantidade de pizza apropriada por cada estrato da
sociedade.
Em função da nossa classificação se basear em renda do trabalho, restringimos a análise
à renda domiciliar per capita do grupo em idade ativa de 15 a 60 anos de idade, esta
restrição adicional nos ajuda a tornar os níveis e em especial a análise das transições
entre estratos sociais mais permanentes.
34
5. DESLOCAMENTOS AGREGADOS DE CLASSES ECONÔMICAS
A principal característica da abordagem aqui utilizada é o seu nível de desagregação em
quatro grupos de renda, olhamos a evolução da participação da população em cada
estrato de renda para aprofundar na seção seguinte a análise dos respectivos
movimentos. A elite (o décimo mais rico que se apropria de quase metade da renda per
capita); a metade mais pobre aí incluindo tanto os miseráveis como os que estão
exatamente acima que se apropriava de um décimo da renda nacional (9,95%); e os 40%
intermediário, cuja parcela na população e na renda praticamente coincidindo (39,78%),
constituindo, assim, um país de renda média, similar ao Peru, e inserido entre a rica
Bélgica e a pobre Índia8. Heuristicamente, investigamos aqui as migrações entre estes
diferentes Brasis, estamos menos preocupados em quantificar quais são os estratos da
população habitando em determinadas condições de vida pré-fixadas e mais na sua
evolução ao longo do tempo.
Transformando uma longa estória (descrita abaixo) em números objetivos temos a
seguir os limites das classes econômicas medidas em renda domiciliar total de todas as
fontes por mês. (a explicação vem logo a seguir):
Definição das Classes Econômicas
Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes*
Inferior Superior
Classe E 0 804Classe D 804 1115Classe Média C 1115 4807Classe Alta AB 4807 -
* atualizado a preços de Dezembro de 2008
limites
Definimos os limites das classes econômicas começando pela definição de miséria tal
como calculada tradicionalmente pelo Centro de Políticas Sociais (Ferreira, Neri e
Lanjouw (2003) e Neri (2006)). A renda domiciliar total deste grupo corresponde ao
intervalo ente 0 e 768 reais mês dada à existência de 4,31 pessoas nestes domicílios e da
8 Sob esse aspecto, a distribuição de renda do trabalho metropolitano da PME é mais concentrada do que a da Pnad nacional em todas as fontes de rendimento.
35
renda de outras fontes fora trabalho representar cerca de 24,2% da renda deste grupo.
Esta é nomeada aqui como Classe E.
A renda dos demais grupos foi definida a partir de pontos focais da distribuição de
renda domiciliar per capita para o período todo da nova Pesquisa Mensal do Emprego
de 2002 a 2006, pois queremos referencias monetárias fixas em termos reais fixas para
ter grupos variáveis9, qual sejam a mediana e o nono decil que dividem a população a
metade, usamos o conceito, mas expressamos o resultado em renda total do domicílio
que está mais em sintonia com os institutos de pesquisa que calculam a classe média
(vide abaixo). A renda do estrato social mais acima que é um grupo de renda mais alta
que os miseráveis, chamada de Classe D, vão da linha de miséria até a mediana do
período todo que corresponde a 214 reais a preços de hoje por pessoa ou 883,7 reais por
domicílio mês. Em suma, a classe D está compreendida entre 768 reais e 1115 de renda
domiciliar total de todas as fontes por mês.
A renda daquela que chamamos de nova classe média, configurada pelo grupo de Classe
C vai da mediana de renda de todo período até a linha que separa os 10% mais ricos do
resto da população. Em termos per capita isto corresponde à faixa de 214 reais a 923
reais por pessoa mês. Em termos de renda domiciliar total de todas as fontes a Classe C
está compreendida no intervalo entre 1115 reais a 4807 reais por mês. Este é o intervalo
da Classe média que ocupa o centro da presente análise.
Finalmente, o grupo de Elite formado pelas Classes A e B é dado pelos domicílios cuja
renda domiciliar total de todas as fontes por mês supera o limite superior da classe
média de 4807 reais por mês. Este é o grupo que diferencia mais a concentração de
renda no Brasil frente à de outros países, como os Estados Unidos que não é um país
particularmente igualitário.
9 Apresentamos no site da pesquisa cálculos usando a PNAD e a POF, ambas do IBGE, como referencia.
36
Segue abaixo a classificação por renda domiciliar per capita do trabalho.
Definição das Classes Econômicas
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho
Inferior SuperiorClasse E 0 142Classe D 142 224Classe Média C 224 967Classe Alta AB 967 -* atualizado a preços de Dezembro de 2008
limites
Só para certificar: a fim de quantificar as faixas, calculamos a renda domiciliar per
capita do trabalho e depois a expressamos em termos equivalentes de renda domiciliar
total de todas as fontes através da PNAD de 2006. A faixa C central está compreendida
entre os R$ 1115 e os R$ 4561 a preços de hoje na grande São Paulo. As tabelas e os
gráficos, mais abaixo, apresentam os níveis e tendências dessas séries. Começamos com
uma visão panorâmica da evolução da composição populacional entre essas classes de
renda. De maneira geral, após o fim da recessão de 2002-03 observamos um movimento
de ganho de participação dos estratos mais altos AB e C e correspondnete diminuição
dos segmentos mais baixos D e E. É interessante notar que este movimento persiste até
o final das séries em dezembro de 2008. Ou seja, um ano e meio após o anúncio da
primeira onda de tremores financeiros nos EUA e três meses e meio após o agravamento
destes tremores em meados de setembro de 2008. Há algumas diferenças sutis de
movimentos de cada um desses estratos em particular no período recente que precisam
ser detalhadas, senão vejamos:
TABELA 3 – A Estrutura das Classes Econômicas
Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe AB Classe C Classe D Classe E
MM MM MM MM Nível (%) Nível (%) Nível (%) Nível (%) Nível (%) Nível (%) Variação (%) Nível (%) dez/02 12,00 43,22 15,24 29,54
dez/03 10,66 11,12 42,99 42,36 16,40 16,35 29,95 30,17
dez/04 11,66 11,58 47,57 44,38 15,50 16,41 25,27 27,62
dez/05 13,18 12,40 46,72 46,08 16,60 17,03 23,50 24,49
dez/06 14,07 13,30 49,98 48,23 14,86 15,69 21,09 22,79
dez/07 14,76 14,15 51,88 50,24 14,14 14,90 19,22 20,71
dez/08 15,33 15,20 53,81 52,32 13,18 14,02 17,68 18,46 Obs: Média Móvel de 12 meses encerrada no período
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
37
CLASSE C: A NOVA CLASSE MÉDIA
O grupo que atingia 43,22% da população no começo da série (dezembro de 2002),
passa para 53.81%, de acordo com a última observação disponível (dezembro de 2008),
configurando um aumento de 24,55% da importância da classe C. Se fixarmos o período
inicial para depois da instabilidade de 2002 e da recessão de 2003, a classe média
atingia 42.99% da população em dezembro de 2003 e sobe cerca de 25,17% até o último
mês de 2008. Se abrirmos o período pós-crise, observamos, entre setembro e dezembro
de 2008, um crescimento de 1,24% acima do crescimento populacional deste grupo de
referência. Esse aumento supera inclusive aqueles observados no mesmo período em
todos os anos, à exceção de 2004. Ou seja, o crescimento da Classe C ainda não foi, até
final de 2008, afetado pela crise anunciada.
TABELA 4 – Classe C
Classe C (A Nova Classe Média) 6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 43,22 43,02 43,082003 42,99 42,36 42,722004 47,57 44,38 45,812005 46,72 46,08 46,292006 49,98 48,23 50,142007 51,88 50,24 51,402008 53,81 52,32 53,15
Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez
2002 0,322003 -0,53 -1,55 0,632004 10,65 4,79 3,842005 -1,79 3,82 0,932006 6,98 4,65 -0,322007 3,80 4,18 0,932008 3,72 4,13 1,24
Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008
2002 24,50 21,60 382,112003 25,17 23,51 196,482004 13,12 17,87 32,322005 15,18 13,53 133,682006 7,66 8,48 -389,142007 3,72 4,13 132,972008 0,00 0,00 100,00
Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
38
GRÁFICO 10 - Participação da Classe C (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 11 - Participação da Classe C (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Evolução da Classe C - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
40
42
44
46
48
50
52
54
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/0
6
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/0
7
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Evolução da C (A Nova Classe Média)População entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
40
42
44
46
48
50
52
54
mar
/02
mai
/02
jul/0
2se
t/02
nov/
02ja
n/03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3se
t/03
nov/
03ja
n/04
mar
/04
mai
/04
jul/0
4se
t/04
nov/
04ja
n/05
mar
/05
mai
/05
jul/0
5se
t/05
nov/
05ja
n/06
mar
/06
mai
/06
jul/0
6se
t/06
nov/
06ja
n/07
mar
/07
mai
/07
jul/0
7se
t/07
nov/
07ja
n/08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8se
t/08
nov/
08
39
CLASSE AB
Voltando agora às classes A e B. Tomadas conjuntamente, observamos que, em
dezembro de 2002, 12% da população estavam nesta faixa AB. Após 6 anos, esse
percentual atinge 15,33%, configurando um aumento de 19.46% da importância do
grupo, refletindo complementaridade com o período de bonança da classe C. Note que
este grupo chega a cair para 10,66% após a recessão de 2003 (queda de -11,17%).
Agora, a Classe AB, ao contrário da Classe C, começa sofrer os efeitos dos choques
recentes caindo -0,65% entre setembro e dezembro de 2008, enquanto no mesmo
período dos dois anos anteriores os aumentos superaram os 3%. De maneira geral a
classe AB encontra-se hoje em um ponto de inflexão. É cedo para dizer que a curva
seguirá em trajetória de sino (um U invertido), ou em formato de S.
TABELA 5 - Classes A e B
Classe AB6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 12,00 12,54 12,922003 10,66 11,12 11,052004 11,66 11,58 12,292005 13,18 12,40 12,832006 14,07 13,30 13,562007 14,76 14,15 14,292008 15,33 15,20 15,43
Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez
2002 -7,122003 -11,17 -11,27 -3,532004 9,38 4,13 -5,132005 13,04 7,01 2,732006 6,75 7,30 3,762007 4,90 6,39 3,292008 3,86 7,41 -0,65
Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008
2002 27,75 21,23 9,102003 43,81 36,62 18,362004 31,48 31,21 12,642005 16,31 22,62 -23,762006 8,96 14,27 -17,232007 3,86 7,41 -19,702008 100,00
Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
40
GRÁFICO 12 - Participação das Classes A e B (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 13 - Participação das Classes A e B (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Evolução da Classe AB - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
10
11
12
13
14
15
16
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
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04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
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4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
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06
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6
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06
fev/
07
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07
jun/
07
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07
out/0
7
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Evolução da Classe ABPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
10
11
12
13
14
15
16
mar
/02
mai
/02
jul/0
2se
t/02
nov/
02ja
n/03
mar
/03
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/03
jul/0
3se
t/03
nov/
03ja
n/04
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4se
t/04
nov/
04ja
n/05
mar
/05
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/05
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5se
t/05
nov/
05ja
n/06
mar
/06
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jul/0
6se
t/06
nov/
06ja
n/07
mar
/07
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/07
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7se
t/07
nov/
07ja
n/08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8se
t/08
nov/
08
41
CLASSE D
Notamos um comportamento mais errático da classe D ao longo do tempo vis a vis as
demais classes econômicas aqui definidas. Como conseqüência a participação do grupo
na população fica mais ou menos constante na comparação dos extremos da série: passa
de 15,24 % em dezembro de 2002 para 14,86% em dezembro de 2006. A trajetória de
queda relativa do grupo fica definida a partir de junho de 2005, espelhando de maneira
inversa trajetória ascendente da Classe C, o outro grupo intermediário analisado, a partir
deste ponto. De meados de 2007 em diante a classe D atinge sucessivos níveis mínimos
atingindo 13,18% em dezembro de 2008. Neste sentido o período de choques externos
parece retirar pessoas da classe D. A trajetória da Classe D na fase do agravamento da
crise externa é marcadamente negativa caindo 2,51% no período setembro a dezembro
de 2008. Resta analisar a evolução da classe E para sabermos se as pessoas estão
caindo, subindo ou ambas da classe D durante a fase de choques externos.
TABELA 6 - CLASSE D Classe D6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 15,24 15,47 15,592003 16,41 16,35 16,192004 15,50 16,41 16,632005 16,60 17,03 17,172006 14,86 15,69 15,172007 14,14 14,90 14,672008 13,18 14,02 13,52
Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez
2002 -2,252003 7,68 5,69 1,362004 -5,55 0,38 -6,792005 7,10 3,78 -3,322006 -10,48 -7,91 -2,042007 -4,85 -5,00 -3,612008 -6,79 -5,89 -2,51
Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008
2002 -13,52 -9,35 112,022003 -19,68 -14,23 -185,072004 -14,97 -14,56 37,012005 -20,60 -17,67 75,752006 -11,31 -10,60 123,062007 -6,79 -5,89 69,612008 100,00
Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
42
GR
ÁF
ICO
14 - Participação da C
lasse D (%
)
Fo
nte
: CP
S/IB
RE
/FG
V, co
m ba
se n
os m
icrodad
os d
a PM
E/
IBG
E.
GR
ÁF
ICO
15 - Participação da C
lasse D (%
)
Evolução da C
lasse DP
opulação entre 15 e 60 anosR
enda Dom
iciliar Per C
apita do Trabalho - H
abitual
13.0
14.0
15.0
16.0
17.0
18.0
19.0
mar/02mai/02jul/02
set/02nov/02jan/03
mar/03mai/03jul/03
set/03nov/03jan/04
mar/04mai/04jul/04
set/04nov/04jan/05
mar/05mai/05jul/05
set/05nov/05jan/06
mar/06mai/06jul/06
set/06nov/06jan/07
mar/07mai/07jul/07
set/07nov/07jan/08
mar/08mai/08jul/08
set/08nov/08
F
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te: C
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E/F
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, com
base
no
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.
Evolução da C
lasse DP
opulação entre 15 e 60 anosR
enda Dom
iciliar Per C
apita do Trabalho - H
abitual
13.0
14.0
15.0
16.0
17.0
18.0
19.0
mar/02mai/02
jul/02set/02nov/02jan/03
mar/03mai/03
jul/03set/03nov/03jan/04
mar/04mai/04
jul/04set/04nov/04jan/05
mar/05mai/05
jul/05set/05nov/05jan/06
mar/06mai/06
jul/06set/06nov/06jan/07
mar/07mai/07
jul/07set/07nov/07jan/08
mar/08mai/08
jul/08set/08nov/08
43
CLASSE E
A base da distribuição de renda formada pela classe E correspondia a 29,54 % da
população em dezembro de 2002 caindo para 17,68 % no final da série. A trajetória de
queda relativa do grupo fica definida desde o início de 2004. Na fase do agravamento da
crise externa é marcadamente negativa caindo 1,23% no período setembro a dezembro
de 2008, é a segunda maior queda se compararmos com as variações entre setembro e
dezembro de todos os anos.
TABELA 7 - Classe E
Classe E 6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 29,54 28,97 28,412003 29,95 30,17 30,042004 25,27 27,62 25,272005 23,50 24,49 23,702006 21,09 22,79 21,132007 19,22 20,71 19,642008 17,68 18,46 17,90
Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez
2002 3,982003 1,39 4,14 -0,302004 -15,63 -8,45 0,002005 -7,00 -11,34 -0,842006 -10,26 -6,93 -0,192007 -8,87 -9,15 -2,142008 -8,01 -10,84 -1,23
Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008
2002 -40,15 -36,28 -30,902003 -40,97 -38,81 410,232004 -30,04 -33,162005 -24,77 -24,62 145,642006 -16,17 -19,00 649,252007 -8,01 -10,84 57,472008 100,00
Obs: * em 2002 se refere a media de março de 2002 a fevereiro de 2003
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
44
GRÁFICO 16 - Participação da Classe E (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 17 - Participação da Classe E (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Evolução da Classe E - M. Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
18
20
22
24
26
28
30
32
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/0
6
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/0
7
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Evolução da Classe EPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
16
18
20
22
24
26
28
30
32
mar
/02
mai
/02
jul/0
2se
t/02
nov/
02ja
n/03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3se
t/03
nov/
03ja
n/04
mar
/04
mai
/04
jul/0
4se
t/04
nov/
04ja
n/05
mar
/05
mai
/05
jul/0
5se
t/05
nov/
05ja
n/06
mar
/06
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/06
jul/0
6se
t/06
nov/
06ja
n/07
mar
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/07
jul/0
7se
t/07
nov/
07ja
n/08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8se
t/08
nov/
08
45
CLASSE ABC
Um problema da classe C é que ela é por excelência uma classe intermediária, de forma
que sua ascenção pode significar tanto progresso se são as classes D ou E que perdem
espaço, como pode significar regressão se forem as Classes A ou B que basicamente
ganharem parcelas da população. A fim de contornar esta indeterminação agregamos a
classe C os demais estratos superiores, constituindo a chamada classe ABC para efeito
de análise. Neste caso um aumento desta classe significa inequivocamente melhora dos
padrões de renda da sociedade em questão. Outro problema é a determinação da linha
de corte que alguns podem considerar baixo ou alto à semelhança do processo de
fixação da linha de pobreza.
TABELA 8 - Classe ABC Classe ABC6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Nível TAXA (%) - Dez TAXA (%) - Média Ano TAXA (%) - Set2002 55,22 55,56 56,002003 53,65 53,48 53,772004 59,23 55,97 58,102005 59,90 58,48 59,122006 64,05 61,53 63,702007 66,64 64,39 65,692008 69,14 67,51 68,58
Variação VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%) VARIAÇÃO (%)frente a referencia ano anterior Dez a Dez Médias Anuais Set a Dez
2002 -1,392003 -2,84 -3,74 -0,222004 10,40 4,65 1,942005 1,13 4,48 1,322006 6,93 5,21 0,552007 4,04 4,66 1,452008 3,75 4,85 0,82
Variação Relativa VARIAÇAO ACUM Dez (%) VARIAÇAO ACUM Média Ano (%) DIF DA VARIAÇAO Set a Dez (%)frente referencia em 2008 Ref: Nível Dez 2008 Ref: Media Ano 2008 Ref: Variação Set a Dez 2008
2002 25,21 21,52 -58,632003 28,87 26,24 -365,892004 16,73 20,63 41,982005 15,43 15,45 61,892006 7,95 9,73 148,612007 3,75 4,85 56,462008 100,00
46
GRÁFICO 18 - Participação da Classe ABC (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 19 - Participação da Classe ABC (%)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
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4
dez/
04
fev/
05
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05
jun/
05
ago/
05
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5
dez/
05
fev/
06
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06
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06
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6
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06
fev/
07
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07
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07
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07
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7
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07
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08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Evolução da Classe ABCPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
mar
/02
mai
/02
jul/0
2se
t/02
nov/
02ja
n/03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3se
t/03
nov/
03ja
n/04
mar
/04
mai
/04
jul/0
4se
t/04
nov/
04ja
n/05
mar
/05
mai
/05
jul/0
5se
t/05
nov/
05ja
n/06
mar
/06
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6se
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nov/
06ja
n/07
mar
/07
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jul/0
7se
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n/08
mar
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/08
jul/0
8se
t/08
nov/
08
47
PME EM BASES SEMANAIS
Apresentamos a título de ilustração a média móvel de quatro semanas da particpação
das classes extremas do nosso espectro de estratos econômicos analisados, quais sejam
as classes E a ABC ao longo do último ano. Os dados demonstram claro movimento de
melhora de estratos sociais ao longo das 52 semanas do ano, mesmo após o advento do
agravamento da crise externa em setembro de 2008.
GRÁFICO 20
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Evolução da Classe E - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
17,0
17,5
18,0
18,5
19,0
19,5
20,0
Jane
iro -
sem
1
Jane
iro -
sem
3
Fev
erei
ro -
sem
1
Fev
erei
ro -
sem
3
Mar
ço -
sem
1
Mar
ço -
sem
3
Abr
il -
sem
1
Abr
il -
sem
3
Mai
o -
sem
1
Mai
o -
sem
3
Junh
o -
sem
1
Junh
o -
sem
3
Julh
o -
sem
1
Julh
o -
sem
3
Ago
sto
- se
m 1
Ago
sto
- se
m 3
Set
embr
o -
sem
1
Set
embr
o -
sem
3
Out
ubro
- s
em 1
Out
ubro
- s
em 3
Nov
embr
o -
sem
1
Nov
embr
o -
sem
3
Dez
embr
o -
sem
1
Dez
embr
o -
sem
3
GRÁFICO 21
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
65
66
67
68
69
70
Jane
iro -
sem
1
Jane
iro -
sem
3
Fev
erei
ro -
sem
1
Fev
erei
ro -
sem
3
Mar
ço -
sem
1
Mar
ço -
sem
3
Abr
il -
sem
1
Abr
il -
sem
3
Mai
o -
sem
1
Mai
o -
sem
3
Junh
o -
sem
1
Junh
o -
sem
3
Julh
o -
sem
1
Julh
o -
sem
3
Ago
sto
- se
m 1
Ago
sto
- se
m 3
Set
embr
o -
sem
1
Set
embr
o -
sem
3
Out
ubro
- s
em 1
Out
ubro
- s
em 3
Nov
embr
o -
sem
1
Nov
embr
o -
sem
3
Dez
embr
o -
sem
1
Dez
embr
o -
sem
3
48
Neri (2001) observa que no período 1998-99 chamado de crise de desemprego
metropolitana, a face mais visível desta crise foi um incremento de cerca de dois pontos
de porcentagem na taxa de desemprego da antiga PME. A análise desagregada em bases
semanais similar à usada aqui da inflexão observada na taxa de desemprego identifica a
passagem da última semana de dezembro de 1997 para a primeira semana de janeiro de
1998 como a data em que o aumento da taxa se materializou. O final de ano é marcado
pela vendas de natal, emprego no comércio e pela postergação da busca de trabalho
pelos desempregados para o ano novo onde um novo ciclo se inicia não só para os
trabalhadores como para as empresas. Este ponto se deu cerca de três meses após o
aumento da taxa de juros adotado como reação a crise asiática. Este ponto pode ser
importante para nosso problema em mãos uma vez que falamos de defasagens e
períodos entre os dois episódios. Isto significa que deveríamos estar atentos para a
passagem para a próxima semana seguinte a da amostra disponível.
49
6. MOVIMENTOS INDIVIDUAIS ENTRE CLASSES ECONÔMICAS
A PME usa a metodologia de painel rotativo que busca colher informações nas mesmas
residências nos meses t, t+1 , t+2 , t+3 , t+12 , t+13 , t+14 , t+15, perfazendo um total
de oito entrevistas distribuídas ao longo de um período de 16 meses. A abordagem
inicial usada aqui consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para
fora dos quatro grupos da sociedade, bem como de não-transição entre estes grupos,
entre pares de observação das mesmas pessoas doze meses a parte, iniciados em Março
de 2002. O último dos grupos analisados começa em dezembro de 2007 e termina em
janeiro de 2008. O aspecto longitudinal dos dados de renda familiar per capita do
trabalho nos fornecerá a evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade social
observado na prática.
DESTINOS SOCIAIS
Abrimos os destinos das transições de cada estrato econômico por ano. Na última linha
da tabela apresentamos as informações de 2007/2008 abertas para os últimos três meses
do ano, a fim de medir possíveis impactos da crise na transição entre as classes. Mais
uma vez, 2004 e 2008 se destacam nas estatísticas, com apenas 59,5% e 59,91% da
classe E que continuam classe E um ano após a primeira observação (coletada em 2003
e 2007, respectivamente). Esta estatística cai para 58,5% se restringirmos ao período
pós-crise e cresce para 60,31% no pré. De um modo geral, 2008 se destaca mais pelas
transições da classe E em direção as outras classes D e C, enquanto a presença relativa
das transições em relação à classe, acompanhando o mesmo indivíduo durante 1 ano.
Quando analisamos o extremo oposto, aqueles que estavam situados inicialmente na
classe AB começam a apresentar um crescimento negativo de -0,65% entre setembro e
dezembro de 2008. Ela vinha crescendo muito fortemente e agora começa a perder
espaço em termos relativos e absolutos. A classe C apresenta continuidade de
crescimento, já que o movimento de ascensão dos grupos D e E não foi interrompido, o
que acontece é uma agregação a esse grupo de pessoas vindas da classe AB. Analisamos
aqui a transição para dentro e fora dos diferentes grupos de renda para os quatro grupos
de renda. O leitor está convidado a analisar as mudanças de classes sociais em períodos
pré e pós-crise através das matrizes abaixo. Essas informações estão disponíveis por
50
diferentes grupos sócio-demográficos no Panorama de Mobilidade Social disponível no
site da pesquisa.
TABELA 9 - Matriz de Destinos - (quem era Classe E inicialmente)
Mobilidade Anual
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 61.47 16.80 18.18 3.55
2003 59.50 18.64 18.34 3.52
2004 61.16 19.07 17.12 2.65
2005 64.10 18.00 16.07 1.83
2006 63.31 18.48 16.12 2.09
2007 59.91 17.60 19.00 3.49
2007 - Jan a Set 60,31 17,76 18,42 3,52007 - Out a Dez 58.54 17.06 20.95 3.45
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Final - 1 ano após
Inic
ial
TABELA 10 - Matriz de Destinos - (quem era Classe D inicialmente)
Mobilidade Anual
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 32,31 36,49 30,45 0,75
2003 23,31 39,93 36,15 0,62
2004 21,54 43,33 34,56 0,57
2005 18,92 41,49 38,91 0,68
2006 16,54 45,2 37,7 0,55
2007 16.17 43.18 40.03 0.63
2007 - Jan a Set 15,98 43,77 39,65 0,612007 - Out a Dez 16.80 41.18 41.32 0.69
6 Regiões Metropolitanas BrasilRenda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Final - 1 ano após
Inic
ial
TABELA 11 - Matriz de Destinos - (quem era Classe C inicialmente)
Mobilidade Anual
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 12,31 12,18 70,26 5,25
2003 7,99 9,61 76,02 6,38
2004 6,46 10,2 77,01 6,33
2005 5,52 7,83 80,14 6,51
2006 5,18 7,15 81,51 6,15
2007 4.86 7.07 81.67 6.40
2007 - Jan a Set 4,97 6,99 81,6 6,442007 - Out a Dez 4.54 7.32 81.86 6.28
Final - 1 ano após
6 Regiões Metropolitanas BrasilRenda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Inic
ial
51
TABELA 12 - Matriz de Destinos - (quem era Classe AB inicialmente)
Mobilidade Anual
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 8,5 1,15 25,47 64,88
2003 5,38 0,75 20,21 73,66
2004 2,77 0,47 17,06 79,7
2005 3,16 0,47 16,26 80,11
2006 2,96 0,39 14,32 82,34
2007 3.20 0.43 16.93 79.44
2007 - Jan a Set 2,86 0,37 15,8 80,972007 - Out a Dez 4.20 0.60 20.21 74.99
Inic
ial
6 Regiões Metropolitanas BrasilRenda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Final - 1 ano após
Panorama de Mobilidade
Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite
obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica, por
diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela permitem
obter as probabilidades de transições para diferentes classes econômicas. Para isso,
escolha o período (anual ou crise) e a classe inicial de análise. Para comparar mais de
um período, utilize a tecla Ctrl.
52
7. ANÁLISE DOS IMPACTOS DA CRISE NOS SETORES CRÍTICOS
Fazemos agora durante o período de agravamento de crise pós-setembro de 2008 um
zoom nos segmentos potencialmente mais afetados (i.e., financeiro e imobiliário,
indústria, formal). O fato dos setores financeiro e imobiliário compartilharem do mesmo
código de atividade econômica permite dar densidade aos setores que mais
desaceleraram nos EUA, função da chamada crise do sub-prime. Todos estes segmentos
são candidatos naturais, pois além de terem sido afetados nos paises desenvolvidos, são
aqueles onde o mecanismo de transmissão de choques do exterior para o Brasil se dá de
maneira mais direta através do comércio exterior e das transações financeiras. Senão
vejamos:
SÉRIES DE TEMPO
As séries temporais mensais e respectivas médias móveis de doze meses dos setores
críticos selecionados e apresentados abaixo evidenciam alguma queda no último ou dois
últimos meses do ano, mas sem implicar em grandes alterações na fase de choques
externos.
53
GRÁFICOS 22 a 25
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
Proporção de Ocupados FormaisPopulaçao de 15 a 60 anos
30
31
32
33
34
35
36
37
38
mar
/02
mai
/02
jul/0
2
set/0
2
nov/
02
jan/
03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3
set/0
3
nov/
03
jan/
04
mar
/04
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/04
jul/0
4
set/0
4
nov/
04
jan/
05
mar
/05
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/05
jul/0
5
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5
nov/
05
jan/
06
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/06
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/06
jul/0
6
set/0
6
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06
jan/
07
mar
/07
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/07
jul/0
7
set/0
7
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07
jan/
08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8
set/0
8
nov/
08
Proporção de Ocupados com Carteira de Trabalho Assi nadaPopulaçao de 15 a 60 anos
24
25
26
27
28
29
30
31
32
mar
/02
mai
/02
jul/0
2
set/0
2
nov/
02
jan/
03
mar
/03
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/03
jul/0
3
set/0
3
nov/
03
jan/
04
mar
/04
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/04
jul/0
4
set/0
4
nov/
04
jan/
05
mar
/05
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/05
jul/0
5
set/0
5
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05
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06
mar
/06
mai
/06
jul/0
6
set/0
6
nov/
06
jan/
07
mar
/07
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/07
jul/0
7
set/0
7
nov/
07
jan/
08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8
set/0
8
nov/
08
Crise Agravamento
Crise Início
Crise Agravamento
Crise Início
Proporção de Ocupados na IndústriaPopulaçao de 15 a 60 anos
10
11
11
12
12
mar
/02
mai
/02
jul/0
2
set/0
2
nov/
02
jan/
03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3
set/0
3
nov/
03
jan/
04
mar
/04
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/04
jul/0
4
set/0
4
nov/
04
jan/
05
mar
/05
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/05
jul/0
5
set/0
5
nov/
05
jan/
06
mar
/06
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/06
jul/0
6
set/0
6
nov/
06
jan/
07
mar
/07
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/07
jul/0
7
set/0
7
nov/
07
jan/
08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8
set/0
8
nov/
08
Crise Agravamento
Crise Início
Proporção de Ocupados no Setor Financeiro e Imobili árioPopulaçao de 15 a 60 anos
7
8
8
9
9
10
10
11
11
mar
/02
mai
/02
jul/0
2
set/0
2
nov/
02
jan/
03
mar
/03
mai
/03
jul/0
3
set/0
3
nov/
03
jan/
04
mar
/04
mai
/04
jul/0
4
set/0
4
nov/
04
jan/
05
mar
/05
mai
/05
jul/0
5
set/0
5
nov/
05
jan/
06
mar
/06
mai
/06
jul/0
6
set/0
6
nov/
06
jan/
07
mar
/07
mai
/07
jul/0
7
set/0
7
nov/
07
jan/
08
mar
/08
mai
/08
jul/0
8
set/0
8
nov/
08
Crise Agravamento
Crise Início
54
GRÁFICOS 26 a 29
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
Proporção de Ocupados FormaisMédia Móvel de 12 Meses
Populaçao de 15 a 60 anos
30
31
32
33
34
35
36
37
38
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/0
6
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/0
7
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Proporção de Ocupados com Carteira de Trabalho Assi nadaMédia Móvel de 12 Meses
Populaçao de 15 a 60 anos
24
25
26
27
28
29
30
31
32
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
dez/
05
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06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/0
6
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/0
7
dez/
07
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08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Crise Agravamento
Crise Início
Crise Agravamento
Crise Início
Proporção de Ocupados na IndústriaMédia Móvel de 12 Meses
Populaçao de 15 a 60 anos
10,0
10,5
11,0
11,5
12,0
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
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04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
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04
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05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
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5
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05
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06
abr/
06
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06
ago/
06
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6
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06
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07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/0
7
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07
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08
abr/
08
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08
ago/
08
out/0
8
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08
Crise Agravamento
Crise Início
Proporção de Ocupados no Setor Financeiro e Imobili árioMédia Móvel de 12 Meses
Populaçao de 15 a 60 anos
7
8
8
9
9
10
10
11
11
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
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03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
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5
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05
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06
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06
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06
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06
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6
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06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
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07
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7
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/0
8
dez/
08
Crise Agravamento
Crise Início
55
COMPARAÇÕES DINÂMICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
BREVE DIGRESSÃO METODODOLÓGICA
Como vimos a PME também nos permite acompanhar a trajetória da renda de um
mesmo individuo e sua família por curtos intervalos de tempo10. Este caráter
longitudinal nos permite analisar de forma desagregada as mudanças de renda de um
mesmo indivíduo entre dois pontos no tempo. Nesse contexto, a ampliação do critério
de melhora de Pareto pode ser aplicada diretamente sem lançarmos mão de hipóteses
com anonimato ou de não-ocorrência de inversões de ranking. Estas hipóteses são
necessárias quando se trabalha com comparação de dados estáticos mais usuais oriundas
de cortes transversais puros tipo PNAD (Vide Neri e Considera (1996) e Fields (2000)).
A opção adotada aqui foi plotar a distribuição cumulativa das mudanças de renda
domiciliar per capita real da população dos setores críticos versus da população total.
Mais especificamente, plotamos a razão entre rendas domiciliares per capita reais do
trabalho (isto é, um mais a taxa de variação das rendas)11 observadas entre dois pares de
meses iniciados em 2007 e terminados 12 meses depois.
O gráfico evidencia que a distribuição das variações de renda domiciliar per capita real
do conjunto de pessoas entre 15 e 60 anos de idade domina estocasticamente em
primeira ordem a distribuição correspondente a do setor crítico selecionado, nesse caso
o setor financeiro. Ou seja, qualquer percentil da distribuição de variantes da renda real
da população mais abrangente apresenta melhora sempre superior ao correspondente
percentil da distribuição de variantes da renda real dos setores financeiro e imobiliário
tomados conjuntamente12. Os gráficos demonstram visualmente que qualquer percentil
da distribuição das taxas de variação de renda das pessoas no setor financeiro e
imobiliário passa a ser dominada pelo do conjunto de pessoas da população apenas em
dezembro com marcado descolamento da parte superior das curvas. Note que o mesmo
não acontece em novembro ou qualquer um dos meses considerados anteriormente. Isto
10 O processo de geração da base de dados longitudinais aqui utilizados bem como a avaliação de vieses de seletividade e erros de mensuração de renda são empreendidos em Neri (1996). 11 A aplicação de taxas de variação ou logaritmos nos obriga a restringir a amostra aos indivíduos com renda positiva. Essa limitação é particularmente problemática na PME, pois o primeiro decil de renda per capita apresenta renda nula. 12 Anotem que a distribuição cumulativa do gráfico 2 está com o eixo invertido em relação à representação usual de funções distributivas cumulativas.
56
é sinal que houve uma deterioração relativa deste setor frente aos demais considerados
em dezembro mais não antes. Ou seja, podemos dizer de maneira inequívoca que o
conjunto de pessoas que estavam inicialmente no setor financeiro em 2007 obteve
resultado pior que as demais no período de 12 meses encerrado em dezembro de 2008,
cerca de 55% de pessoas no setor financeiro experimentaram quedas de rendas
familiares no período de 12 meses. Ou seja, estamos medindo diretamente quantos
indivíduos faltam para atingirmos a situação até certo ponto utópica de que todos os
membros de um determinado grupo melhoraram. Falta mais para isso do que para a
situação onde todos pioraram. Isto é sinal de que a crise começou a se espalhar mais
neste setor. A aplicação de condições de dominância estocástica de segunda ordem a
partir da distribuição acumulada da variação da renda entre centésimos mantém o
mesmo resultado. Apresentamos no apêndice o conjunto de evidencias aqui citados.
Posteriormente rejeitamos as condições de primeira e depois de segunda ordem as
comparações de renda entre o total e as pessoas pertencentes inicialmente aos demais
setores críticos selecionados antes da crise leia-se indústria, formal privado e formal em
geral. Em suma, através desta metodologia podemos dizer que o setor financeiro
descolou do resto da economia no final do ano, mas os demais setores críticos não. Num
certo sentido é como o setor financeiro descasa das tendências internas e se aproxima
das condições do sistema financeiro e imobiliário em outros países atraído pelos efeitos
dos choques externos
57
GRÁFICOS 30 e 31 - DISTRIBUIÇÃO CUMULATIVA DE RENDA
Setor Financeiro / Imobiliário versus Total NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21
24 27 30 33
36 39 42 45 48
51 54 57 60 63
66 69 72 75 78
81 84 87 90
93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
GRÁFICOS 32 e 33 - DISTRIBUIÇÃO CUMULATIVA DA VARIAÇÃO DE RENDA
Setor Industrial NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69
72 75 78 81 84 87 90 93 96
99
TOTAL INDÚSTRIA
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
58
EXERCÍCIOS MULTIVARIADOS
Apresentamos no apêndice uma série de exercícios sobre probabilidades de transição
entre classes sociais extremas onde a interpretação é mais simples e direta controladas
por atributos, tais como educação, sexo, raça, idade, tamanho de família e região. A
pergunta-chave aqui é se com a crise houve uma piora relativa durante o período de
crise de pessoas com características iguais em alguns setores críticos vis a vis os demais
setores. Os modelos estimados estão detalhados no apêndice e foram acoplados a um
simulador que permite a cada uma testar o impacto de características sobre algumas
transições em particular aquelas em direção a classe E a da classe ABC. Em termos
qualitativos observamos que: i) as pessoas nos setores críticos apresentaram
movimentos mais intensos a segmentos de maior renda que pessoas iguais nos mais
setores (menos E para cima e mais ABC para baixo), ii) a variável crise identificada
como dummy temporal referente aos períodos de janeiro a setembro (pré-crise) e
outubro a dezembro (pós-crise) indica deterioração pós crise. iii) Por outro lado, a crise
afeta relativamente mais adversamente os setores críticos. Este é captado pelo termo
interativo na regressão. No apêndice há outras variáveis setoriais disponíveis para este
tipo de teste de diferença em diferença.
Regressão Logística Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe E no primeiro período Modelo Geral + interação (setor financeiro * crise)
financ Sim -0.1691 0.0032 2837.28 ** 0.84444
financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0886 0.0013 4965.74 ** 0.91524
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise Sim*sim 0.1509 0.0061 603.46 ** 1.16290
financ*crise Sim*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise zNão*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise zNão*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
59
PARALELO ENTRE CRISES EXTERNAS
A PNAD-IBGE nos permite ampliar o foco da análise de indicadores sociais baseados
em renda. Primeiro, por cobrir a quase totalidade do território brasileiro. Segundo, por
abarcar todas as fontes de renda percebidas pelos diversos membros dos domicílios. A
limitação maior da PNAD é a defasagem com que os dados pesquisados são
conhecidos. Durante as crises externas entre 1996 e 1999, a renda domiciliar per capita
média13, deflacionada pelo INPC do IBGE, caiu à taxa de 1.37% a.a. A proporção de
miseráveis caiu 0.57% a.a., perfazendo em 1999. Deve-se frisar que de maneira
surpreendente, dada a forma como o debate tem sido conduzido, a miséria brasileira não
subiu no período 1996-99. A maior amplitude da PNAD permitiu restringir
paulatinamente o seu escopo para elementos cobertos nas pesquisas de mercado de
trabalho metropolitanas divulgadas mensalmente. Em primeiro lugar, diminuindo o
escopo geográfico dos indicadores para o nível metropolitano: a renda caiu 3.22% a.a. e
a miséria sobe 1.85% a.a.. Finalmente, ao restringirmos o conceito de renda somente
àquela proveniente do trabalho nas áreas metropolitanas, a miséria baseada apenas na
renda do trabalho das seis regiões metropolitanas aumentou 4.22 % a.a. e a renda, neste
mesmo universo, caiu 4.6% a.a. No período 1996-99, quando usamos indicadores
sociais baseados em pesquisas mais ágeis de mercado de trabalho como a PME-IBGE
(PED-SEADE) tendemos a superestimar a deterioração das condições de vida
brasileiras. Isto porque a onda do final de crises externas do final dos anos 90 atingiu
então mais fortemente o trabalho metropolitano (em particular, o paulistano) do que
outras fontes de renda ou áreas geográficas. Foi mais uma crise de desemprego, em
particular metropolitano e menos uma crise de fontes de renda alternativas ou áreas
geográficas e muito menos, uma crise de pobreza a nível nacional.
13 Isto é, a soma de renda de todos os membros da família, divididas pelo número total de membros. Este conceito nos permite incorporar desempregados, ocupados sem-pagamento e – por que não? - crianças à análise.
60
COMPARAÇÕES INTERNACIONAIS
Depois do fim da recessão de 2003, o Brasil vinha apresentando até 2006, uma situação
em que crescia mais aceleradamente do que nas chamadas décadas perdidas, porém
menos do que os demais paises emergentes, ou desenvolvidos. Corríamos atrás do
crescimento das economias centrais em especial das emergentes como Índia e China.
Desde então, o PIB brasileiro e as demais estatísticas econômicas começam fechar a
distancia de crescimento frente ao contexto internacional. Mantemos o ritmo de
crescimento ao passo que as demais economias passaram por marcada desaceleração.
Apresentamos a seguir algumas estimativas recentes sobre o PIB brasileiro no intuito de
situar os avanços do país frente a outras localidades do mundo no contexto atual de
crise. Os gráficos abaixo foram elaborados a partir de informações coletadas ao fim da
revista britânica The Economist e mostram que o Brasil começa a subir no ranking
internacional de crescimento do PIB ano a ano. O país que ocupava em 2007 a 30ª
posição no ranking de 43 países passou para o 22º já em 2008. Nas projeções divulgadas
pela revista em janeiro de 2009, somos o 11º e mais recentemente, a partir de
informações coletadas em fevereiro, ocupamos o 8º lugar do ranking.
Apresentamos no anexo 4 outras estimativas de crescimento do PIB com base nos
calculo do International Monetary Fund, World Economic (Abril 2008).
61
GRÁFICO 34 - Crescimento do Produto Interno Bruto por países – 2007 e 2008
Fonte (The Economist)
PIB 2007
PIB 2008
0.0
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62
GRÁFICO 35- Crescimento do Produto Interno Bruto por países – Projeções para 2009
Fonte (The Economist)
PIB 2009 - Janeiro x Projeção de 2009
PIB 2009 - Fevereiro x Projeção de 2009
-4.0
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64
8. A VOLTA E A REVIRAVOLTA DA CARTEIRA DE TRABALHO
O que é ser de Classe C? Comprar computador, celular, carro ou casa financiada,
contrair crédito em geral e produtivo em particular, virar conta-própria ou empregador,
contribuir para previdenciária complementar, colégio privado para os filhos. Se sairmos
daquelas iniciadas com C temos ainda diploma universitário, plano de saúde, seguro de
vida. Mas de todas esssas alternativas, a volta da carteira de trabalho, talvez seja o
elemento simbólico e substantivamente mais representativo de ressurgimento de uma
nova classe média brasileira. Em outros países como a Índia ser classe média é aspirar,
montar um negócio, no Brasil é conseguir um emprego com carteira que dá direito a,
previdência social e a uma série de benenefícios indiretos (compulsórios ou voluntários
(vale-transporte, ticket refeição, crédito consignado etc)), mas acima de tudo a
estabilidade de renda (FGTS, seguro-desemprego e multa por demissão). Esta aspiração
pela carteira de trabaho tem raízes históricas e culturais fortes em nosso país.
Um passo importante é analisar a evolução do emprego formal no país. Esta informação
é particularmente importante, já que como dissemos o emprego com carteira assinada é
uma das fortes aspirações dos segmentos mais pobres que aspiram subir a classe média.
Nesse contexto, as informações mais recentes são conflitantes. Num único ano (2008)
atingimos recordes históricos mensais de geração e destruição de empregos. Com 309
mil empregos gerados em apenas um mês, chegamos ao recorde da série histórica em
junho de 2008. Por outro lado, em dezembro do mesmo ano, atingimos o recorde de
destruição (-655 mil postos de trabalho). Analisando o último ano como um todo, até o
mês de setembro, as estatísticas eram bastante positivas (média de 232 mil novas vagas
mensais), quando a partir daí começa a desacelerar, atingindo patamares negativos nos
dois últimos meses. Resultado: fechamos 2008 com 1.458.807 novos postos de trabalho,
que apesar de alto, registra patamar inferior ao apresentado em 2004 (1.532.815) e 2007
(1.631.157).
65
GRÁFICO 36- Geração Líquida de Empregos
Geração Líquida de Empregos Formais
Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E
-654,946
183,067 282,841
-700,000
-500,000
-300,000
-100,000
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002
Crise Agravamento
Crise Início
GRÁFICO 37- Geração Líquida de Empregos Acumulado de 12 Meses
Geração Líquida de Empregos Formais
Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E
1,458,807
1,631,157
1,240,5931,264,178
1,532,415
658,340770,727
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800,000
1,000,000
1,200,000
1,400,000
1,600,000
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004
12_2
003
12_2
002
Crise AgravamentoCrise
Início
66
TABELA 13 - Geração Líquida de Empregos
Brasil
Vamos agora apresentar os dados desagregados espacialmente. Fizemos um zoom nas 6
principais regiões metropolitanas cobertas pela PME de forma a nos permitir
contextualizar os resultados recentes da PME dentro do contexto nacional do emprego
formal. De maneira geral, a participação relativa na geração de empregos totais vem
crescendo na área, atingindo em 2008, 591,2 mil novas vagas, cerca de 40,5% do total
criado, maior proporção da série histórica (desde 1992). Em 2003 esse percentual era de
apenas 24,8%. Olhando para a trajetória da área ao longo dos anos, observamos um
boom em 2007 (640 mil novos postos), caindo para 591 mil agora em 2008. Assim
como nas estatísticas nacionais, a região também vinha apresentando no último ano uma
trajetória ascendente até setembro, quando atinge o recorde de toda série (110 mil em
apenas um mês), e depois desacelera no último trimestre (-105 mil só em dezembro).
Empregos Gerados - Saldo LíquidoBrasil
Nível Empregos - Dez Empregos - Soma Ano Empregos - Set2002 -248,544 764,167 167,9472003 -297,358 658,340 162,5452004 -351,294 1,532,415 200,3822005 -285,613 1,264,178 190,3192006 -316,378 1,240,593 177,6752007 -318,286 1,631,157 252,2242008 -654,946 1,458,807 282,841
frente a referencia ano anterior Dez a Dez Anuais Set a Dez2002 -4164912003 -48,814 -105,827 -459,9032004 -53,936 874,075 -551,6762005 65,681 -268,237 -475,9322006 -30,765 -23,585 -494,0532007 -1,908 390,564 -570,5102008 -336,660 -172,350 -937,787
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
NÍVEL
DIFERENÇA (EMPREGOS GERADOS)
67
GRÁFICO 38- Geração Líquida de Empregos
Geração Líquida de Empregos Formais
Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E
47,566 172,240
-550,000
-450,000
-350,000
-250,000
-150,000
-50,000
50,000
150,000
250,000
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003
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002
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002
6 REGIÕES METROPOLITANAS PME OUTRAS REGIÕES
Crise Agravamento
Crise Início
GRÁFICO 39
Geração Líquida de Empregos Formais (Média Móvel de 12 Meses)
Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E
65,937
44,992
0
20,000
40,000
60,000
80,000
100,000
120,000
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003
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003
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003
6 REGIÕES METROPOLITANAS PME OUTRAS REGIÕES
Crise Agravamento
Crise Início
68
GRÁFICO 40 Geração Liquida de Empregos (Acumulado em 12 Meses)
Geração Líquida de Empregos Formais
Fonte: CPS/FGV a partir do CAGED / M T E
591,256640,027
490,990514,180437,436
163,330195,799
870,624
982,557
752,092761,994
1,065,848
491,628
578,635
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004
12_2
003
12_2
002
6 REGIÕES METROPOLITANAS PME OUTRAS REGIÕES
Crise AgravamentoCrise
Início
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
TABELA 14 - Geração Líquida de Empregos
6 Regiões Metropolitanas Brasil
Empregos Gerados - Saldo Líquido6 Regiões Metropolitanas Brasil
Nível Empregos - Dez Empregos - Soma Ano Empregos - Set2002 -45,550 192,572 53,0102003 -52,924 163,330 46,8282004 -26,657 437,436 61,1712005 -26,056 514,180 70,6152006 -26,725 490,990 63,7242007 -8,527 640,027 91,0402008 -105,430 591,256 110,386
frente a referencia ano anterior Dez a Dez Anuais Set a Dez2002 -985602003 -7,374 -29,242 -99,7522004 26,267 274,106 -87,8282005 601 76,744 -96,6712006 -669 -23,190 -90,4492007 18,198 149,037 -99,5672008 -96,903 -48,771 -215,816
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
NÍVEL
DIFERENÇA (EMPREGOS GERADOS)
69
Nas próximas tabelas apresentamos um quadro geral da evolução nas seis principais
metrópoles cobertas pela PME.
TABELA 15 - Geração Liquida de Empregos
TOTAL TOTAL RM
PME RECIFE SALVADOR BELO
HORIZON R DE
JANEIRO SAO PAULO PORTO ALEGRE
2008 1,458,807 588,183 39,949 22,035 64,749 115,087 312,177 34,186
2007 1,631,157 648,600 32,188 30,255 80,461 111,370 355,697 38,629
2006 1,240,593 488,501 22,571 14,967 81,559 82,068 267,856 19,480
2005 1,264,178 502,159 25,279 36,057 62,798 78,125 286,811 13,089
2004 1,532,415 466,567 22,683 23,824 55,240 72,338 240,715 51,767
2003 658,340 163,922 2,957 5,746 25,620 41,022 73,212 15,365
2002 770,727 192,092 12,252 16,401 27,961 47,630 75,901 11,947
TOTAL 8,556,217 3,050,024 157,879 149,285 398,388 547,640 1,612,369 184,463
habitantes 183,305,600 47,437,230 3,639,847 3,397,757 4,960,258 11,682,332 19,666,573 4,090,463 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
TABELA 16 - Geração Liquida de Empregos (% em Relação ao Total de Empregos Formais Gerados no país)
TOTAL TOTAL RM
PME RECIFE SALVADOR BELO
HORIZON R DE
JANEIRO SAO PAULO PORTO ALEGRE
2008 100.00 40.32 2.74 1.51 4.44 7.89 21.40 2.34
2007 100.00 39.76 1.97 1.85 4.93 6.83 21.81 2.37
2006 100.00 39.38 1.82 1.21 6.57 6.62 21.59 1.57
2005 100.00 39.72 2.00 2.85 4.97 6.18 22.69 1.04
2004 100.00 30.45 1.48 1.55 3.60 4.72 15.71 3.38
2003 100.00 24.90 0.45 0.87 3.89 6.23 11.12 2.33
2002 100.00 24.92 1.59 2.13 3.63 6.18 9.85 1.55
TOTAL 100.00 35.65 1.85 1.74 4.66 6.40 18.84 2.16
habitantes 100.00 25.88 1.99 1.85 2.71 6.37 10.73 2.23 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
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8. CONCLUSÕES
VISÃO GERAL
O Centro de Políticas Sociais da FGV apresentou dois estudos recentes que colocaram
no mapa a Nova Classe Média, leia-se a família de Classe C que ganha entre R$ 1115 e
R$ 4807 por mês a preços de hoje da Grande São Paulo. Ao contrário de análises da
distribuição da parcela relativa de cada grupo na renda total, nos fixamos na parcela da
população que está dentro de determinados parâmetros de renda fixados para todo o
período. A presente abordagem é similar àquela de pobreza absoluta; só que estamos
preocupados também com outras fronteiras, como aquelas que determinam a entrada na
classe C e a saída deste grupo para a classe A&B. Fazendo uma analogia, na análise
distributiva relativa, estamos num gráfico de pizza de tamanho fixo de 100%, onde para
um grupo ganhar, outro tem de diminuir. Na análise aqui utilizada, além da dança
distributiva, o tamanho de pizza pode mudar. O que está por trás disso, é que além
daqueles com renda mais baixa terem se apropriado de uma maior parcela relativa da
pizza (a redução da desigualdade), a mesma aumentou de tamanho (o crescimento).
Passou, digamos, de um tamanho brotinho para média. Neste estudo, dividimos as
pessoas pela quantidade de pizza apropriada por cada um.
A Classe C seria a verdadeira classe média brasileira. Àqueles que se acham meio ricos
nos parâmetros que usamos, aconselhamos, pedagogicamente, usar o simulador
disponibilizado no site da pesquisa anterior http://www.fgv.br/cps/desigualdade/ para
ver qual a porcentagem da população está abaixo de você. Por exemplo, para quem
sofre os custos de morar na Grande São Paulo e tem quatro pessoas em casa - tamanho
médio dos domicílios na capital da garoa - se a renda total da família desta pessoa era de
R$ 1064 em 2007 (hoje R$ 1115); 45,7% vivem abaixo dela. Este seria o começo da
classe C, vulga nova classe média. Já, se a renda total da família fosse de R$ 4591 (hoje
R$ 4808), esta população teria cerca de 92% dos brasileiros abaixo de si. Bem vindos ao
reino do meio da velha BelÍndia!
A segunda pesquisa da FGV mostrou a emergência da nova classe média como um
fenômeno nacional. Antes do plano Real a mesma atingia menos de um terço da
população brasileira: 30,9% em 1993 passaram a 36,5% em 1995 (e também em 2003),
71
chegando a 47,1% em 2007. No nosso primeiro estudo a classe média atingia 51,89% da
população nas seis principais regiões metropolitanas em abril de 2008, tendo crescido
6,2% no último ano e 22% nos últimos 4 anos. No segundo estudo, o primeiro com os
microdados a última PNAD do IBGE, a Nova Classe Média atingia 47,1% da população
brasileira em outubro de 2007, data da pesquisa. Nas metrópoles brasileiras a nova
classe média era 50,4%. Ao projetarmos o crescimento de 6,2% dos últimos 12 meses
da primeira pesquisa com a abrangência nacional da segunda pesquisa, temos que 50%
da população brasileira estão na Nova Classe Média, ou seja, 93,8 milhões de
brasileiros no dia de hoje. Daqui a um ano quando os resultados da PNAD 2008 que
acabou de sair do campo se tornar público poderemos tirar a prova da pizza.
AVANÇOS E CHOQUES
Após a recessão de 2003, o Brasil passou a apresentar crescimento mais acelerado,
superior ao apresentado em anos anteriores, as chamadas décadas perdidas. Mesmo
assim, ainda eram inferiores ao crescimento dos demais países emergentes, ou
desenvolvidos. O mundo estava numa era de crescimento de ouro, e embora com
progressos internos, o Brasil perdia participação no bolo de renda mundial. Neste
período era comum comparar o crescimento tupiniquim com o do Haiti. Quando
observamos os dados mais recentes, percebemos ganho relativo do Brasil frente a outros
países no ranking internacional de crescimento do PIB. Apesar do país não estar crescer
mais, os outros estão desacelerando. Em 2007, entre 43 países cobertos nas tabelas
encontradas ao fim da revista britânica The Economist, o Brasil ocupava a 30ª posição.
No mesmo ranking para o ano 2008, se tornou 21o. Projeções divulgadas em fevereiro
sobre a taxa de crescimento esperada em 2009 apontam o 8o lugar. É interessante
perceber que nas mesmas projeções realizadas em janeiro, portanto um mês antes, o
Brasil era o 11o lugar no ranking. Ele subiu mantendo a mesma projeção inicial de
crescimento para 2009, ou seja, o Brasil está melhorando relativamente, subindo no
ranking, não porque estamos crescendo mais, mas porque estamos conseguindo manter
o crescimento ao contrário dos outros paises. Mal comparando é como naquelas
memoráveis corridas de Ayrton Senna, ou mesmo mais recente e modestamente do
Rubinho Barrichello, o brasileiro embora mais lento parecesse andar relativamente
melhor que os outros debaixo das chuvas e trovoadas de uma crise internacional.
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Apresentamos ao longo dos nossos estudos diferentes indicadores que apontam a
melhora no poder de compra dos brasileiros. Nas grandes metrópoles, o aumento
acumulado desde 2004 das classes C e AB são 26% e 42%, respectivamente, com
correspondente redução da participação das classes D e E. Isto já havia sido bem
documentado para o quatriênio 2004 a 2007 na nossa pesquisa anterior. A presente
pesquisa estende o período de análise até o final de 2008, fechando o ano gregoriano das
séries de classes de renda. A classe C – a classe média emergente – continuou em
expansão de 3,7% comparando os extremos de 2008, atingindo em dezembro taxa de
53,8% nas seis maiores regiões metropolitanas do país. As classes A e B também
ficaram 3,9% maiores no período, com queda das classes D e E de -6,8% e 8%,
respectivamente.
Os dados mais recentes, captados pós-crise indicam existência de pessoas que estavam
no topo da distribuição e agora estão caindo com maior força do que vinha caindo até
então. A classe AB que crescia muito fortemente começa a perder espaço em termos
relativos e absolutos, iniciando um movimento de refluxo da expansão acelerada dos
últimos anos (queda de -0,65% entre setembro e dezembro de 2008). Em relação à
classe C, é mantida a taxa de crescimento observada anteriormente (1,24% entre
setembro e dezembro de 2008) e as classes E e D continuam em queda (-2,51% e -
1,23%, respectivamente). Sendo assim, a ascensão à classe C não foi interrompida, o
que acontece é uma agregação a essa de pessoas vindas da classe AB, ou seja, aumento
da classe C e redução dos extremos dos estratos sociais.
Outro exercício interessante disponibilizado aqui é a leitura das trajetórias das pessoas
entre diferentes estratos econômicos. Traçados a partir do status inicial e com dados que
acompanha as mesmas pessoas ao longo do tempo, a instabilidade no topo da
distribuição de renda, onde os sinais da crise ficaram mais visíveis. A pesquisa
demonstra que no período antes do agravamento da crise, a cada 100 pessoas que
estavam na classe AB, 19 caiam um ano depois para classes mais baixas. Depois da
crise este número sobe para 25, ou seja, 6 pessoas a mais. Comparação similar de quem
estava inicialmente na classe C não revela qualquer tipo de alteração nos movimentos
de saída das pessoas deste segmento frente aos anos anteriores.
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A crise parece afetar mais os mais ricos, sejam dentro do país captados pelas transições
entre as classes econômicas, ou entre os países através dos mais desenvolvidos. A
desigualdade está caindo fortemente no mundo e no Brasil agora, principalmente se
incorporarmos as perdas financeiras aos fluxos de renda medidos. É uma
desconcentração não pelos bons motivos, mas pelo fato dos mais pobres estarem, em
geral, perdendo menos que os mais ricos.
O Brasil tem apresentado algumas diferenças em relação a outros países. Até mesmo,
pelo tipo de choque (que afeta mais os setores de renda alta), estão mais vinculados aos
canais de origem e propagação de impacto da crise aqueles que trabalham no setor
financeiro (ou aqueles que perderam dinheiro no mercado financeiro), pessoas que
trabalham no setor industrial ou o setor exportador. Esses claramente estão perdendo. A
boa noticia é que esses setores são menos importantes no Brasil do que em outros
países. A pesquisa confirma impactos adversos nesses setores (abastados, mas pequenos
do ponto de vista populacional aqui). Isso não era visto como uma virtude, e não era,
mas hoje em dia está virtude. A economia brasileira é relativamente fechada e regulada
financeiramente, ela fica mais protegida contra choques financeiros, choques externos,
de exportação, etc. O trabalhador brasileiro comum está mais protegido do que o
trabalhador brasileiro ocupado em setores modernos. Até mesmo a indústria que nas
metrópoles ocupa 12% dos ocupados, caiu em dezembro, mas já está voltando a crescer
agora, em janeiro. De qualquer forma, a dinâmica da indústria não é tão importante em
termos de impactos diretos no emprego e na geração de renda, quanto o setor serviços,
por exemplo.
O mercado interno brasileiro tem se mantido relativamente aquecido. Destaco aqui, a
ascensão prévia da classe C, a nova classe média brasileira. Surpreende é que a partir de
2007 quando já havia crises anunciadas no horizonte, a conjuntura do Brasil foi boa. A
partir de setembro de 2008, observamos uma mudança de estágio da crise mais forte lá
fora, no entanto, apesar de observarmos alguns sinais localizados, a economia brasileira
está se mantendo de alguma forma aquecida. É impossível ser um otimista absoluto,
mas sim um otimista relativo de que a crise irá nos afetar menos em relação aos outros
países.
74
AMORTECEDORES
O diferencial brasileiro fundamental é a pujança do mercado interno. No Brasil a classe
C e mesmo a classe ABC vem crescendo depois do agravamento da crise. O nosso
mercado interno, simbolizado pela nova classe média, será fundamental na fase de
ajustamento que a bússula de 99 entre 100 economistas aponta. O livro de Keynes de
1936 foi inspirado não no caso geral mas numa economia em depressão, onde o lado
curto era a demanda. Já o artigo Como pagar a Guerra? do mesmo Keynes de 1940 lida
com o problema oposto: a falta de capacidade de oferta. Parodiando o “somos todos
monetaristas agora” de Franco Modigliani, “estamos todos keynesianos”, no cenário de
escassez de demanda de hoje. Agora entre o abrir e o tapar buracos que fazem a
macroeconomia mover, citados por Keynes, pode-se enterrar canos provedores de
saneamento básico. As políticas inconscientemente keynesianas de Getúlio em 1932 -
citadas por Marcelo de Paiva Abreu - do colher e queimar estoques de café irrigava toda
economia, mas com mais intensidade na oligarquia rural. Por exemplo, como favorecer
hoje o investimento, a acumulação de capital e a produção dos segmentos mais pobres.
Olhando para a nova demanda agregada há algumas partes mais e outras menos
interessantes do ponto de vista de eficiência e de equidade sejam na perspectiva de
curto, ou de longo prazo. Como dizia Keynes entre a taça e os lábios há vários
percalços. Dependendo do cenário traçado, o copo de demanda a ser tragado nos
mercados consumidores pela nova classe média brasileira, estará meio cheio, ou meio
vazio.
O Brasil vem trilhando o que se pode chamar o caminho do meio. Isto é, não
apresentava a velocidade do crescimento dos tigres asiáticos, mas as características de
um país-baleia, embora equilibrado estivesse visivelmente fora dos padrões de
excelência reformistas internacionais. Uma baleia que por ter ficado encalhada durante
as duas décadas e meia perdidas e ter desencalhado apenas após 2004 goza de certa
relutância em perder o momento das autoridades brasileiras. Mesmo após o
agravamento da crise internacional todas as declarações das autoridades no Brasil têm
sido no sentido de não perder a inércia do momento que como dissemos passou
incólume aos mais de um ano de crise anunciada. As reservas externas brasileiras de
quase duzentos bilhões de dólares ao início do agravamento da crise funcionam como
75
uma gordura a mais que pode ser queimada em caso de necessidade, prevenindo a
ocorrência de ataques especulativos. Somos grandes exportadores de alimentos que por
serem produtos de primeira necessidade tendem a continuar a ser consumidos nos paises
exportadores durante suas crises.
A nossa demografia com grande parte da população ainda em idade ativa tende a
atenuar os impactos fiscais sobre o sistema previdenciário. Mais do que isso temos uma
população jovem disposta a produzir, mais otimista em relação ao presente e ao futuro
do que o dinheiro no bolso justificaria. Cuja atitude para o consumo tem sido
impulsionada por um governo (federal) teimosamente otimista. Nossa população foi
ensinada ao curso de sucessivos repiques da inflação e planos de estabilização frustrada,
da chegada e da partida de inúmeras crises externas a se adaptar a mudanças adversas
que há bonança depois da tempestade.
Fora a punjança do mercado consumidor interno e das reservas internacionais. Há
outros fatores amortecedores dos impactos da crise externa no Brasil. Apesar da
abertura crescente e do crescimento do crédito recentes o Brasil ainda se encontra pouco
vulnerável a estes canais de transmissão. Pois ainda somos uma economia fechada e
pouco alavancada financeiramente.
O desempenho brasileiro no período de franca expansão internacional após a recessão
americana de 2001 a 2003 pode ser chamado de baixo crescimento com redução de
desigualdade. O período seguinte até meados de 2007 apesar de crescimento mais
acelerado pode entrar na mesma classificação pelo menos em termos relativos. Já a
pujança do período que vai até o terceiro trimestre de 2008 com o PIB crescendo a 6,3%
surpreende pelo desaquecimento internacional em curso.
INSTRUMENTOS
O Brasil que estava fora do modelito internacional se encaixa como uma luva na
situação atual quando reservas e gorduras são valorizadas. Nossas ineficiências e
iniqüidades se transformam em virtudes prospectivas. A nossa carga tributária que
vinha crescendo como a cintura de um cidadão de meia-idade garantia um superávit
fiscal primário.A carga fiscal no Brasil subia quase um ponto de porcentagem por ano
76
seguindo quase a risca a sina daqueles pós 40 que não se cuidam um quilo por ano. Hoje
com a relação dívida pública/PIB cadente dos últimos anos (apesar dos juros reais altos)
estamos longe do que se pode chamar de armadilha fiscal. Da mesma forma que a alta
taxa de juros brasileira pode ser reduzida ao contrário da americana que está próxima do
piso mínimo de zero, há impostos que podem ser reduzidos. O exemplo da redução
localizada do IPI dos automóveis e seus impactos sobre a produção de automóveis é um
exemplo deste potencial de recuperação. Nosso prévio excesso de regulação financeira
se torna uma vantagem comparativa nas circunstancias atuais. Não apresentamos
marcada fragilidade financeira pois fizemos antes um PROER nos bancos privados.
Numa época quando a palavra estatização do sistema financeiro se tornou a solução,
temos um sistema financeiro público não só estabelecido como saneado. A nossa
inflação também apresentava algum sinal de excesso de demanda o que seria
inevitavelmente desaquecido por ação do Banco Central será pela ação da propagação
da crise.
Qual o país do mundo que dispõe de uma rede de proteção social similar a do Bolsa-
Família. Que injeta poder de compra nas mãos dos segmentos mais pobres do Brasil
com alta propensão a consumir. Mais do que isso que pode ser regulado numa situação
de falta de demanda como a de hoje.
Não existe programa de transferência de renda no Brasil mais bem focalizado que o
Bolsa-Família e seus antecessores (Bolsa-Escola, Bolsa Alimentação etc). No sentido de
cada real transferido reduzir mais a pobreza. Por exemplo, cada real gasto no Bolsa-
Família tem 2,5 vezes mais chance de chegar ao pobre que cada real gasto com o
reajuste do salário mínimo na previdência. Além disso agora o mundo hoje está
keynesiano no sentido de que falta demanda agregada deve ser combatida. Esta opção
implica não só em combater a pobreza mas destinar recursos aonde a propensão
de gastar este dinheiro é mais alta. Ainda há uma espécie de bônus de injetar moeda
onde a moeda como instrumento financeiro é mais escasso gerando um efeito
lubrificador na demanda, que compensa em parte o efeito da contração de crédito em
curso. Agora como se quer gastar mais dinheiro em transferência de renda para aliviar a
pobreza e manter a economia mais aquecida, a expansão do Bolsa Família parece uma
medida adequada.
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O Brasil dispõe de instrumentos de política pública a disposição mais presente que em
outros países para além do Bolsa-Família. O aumento do salário mínimo não tem o
mesmo efeito na base da distribuição, mas tem um efeito direto sobre demanda. O
Brasil tem esses instrumentos de injeção de demanda que operam rapidamente
dependendo de decisões administrativas diretas. O problema é que a maior presença do
estado de gastos públicos de hoje via transferências de renda são em larga medida
permanentes como é o aumento do salário mínimo dado a garantia constitucional e o
envelhecimento da população e talvez pareçam excessivos quando sairmos da situação
de contração econômica mundial ora em curso. Na linguajem keynesiana é preciso se
fazer uma sintonia fina na demanda agregada. Devemos evitar decisões que não poderão
ser revertidas quando o cenário econômico externo ou doméstico mudar.
Um instrumento que vai nessa linha de compensar choques transitórios é o próprio
PAC, que talvez não fizesse muito sentido quando foi lançado como um plano de
aquecimento da economia (apenas como repositor da necessária estrutura logística do
país), já que a economia brasileira estava muito aquecida no chamado apagão de mão de
obra. Hoje em dia o PAC é visto como uma espécie de New Deal de Roosevelt,
recebendo inesperado ganho de capital, numa época em que as perdas são freqüentes e
comparações com a Grande Depressão americana começam a se tornar lugar comum. O
Brasil criou um New Deal antes que o risco de depressão fosse sequer anunciado.
Àqueles que achavam que o Brasil estava com sorte há um tempo atrás, eu diria que
sorte temos agora. É como se estivéssemos descoberto um bilhete premiado, não de
loteria, mas de seguro; que não sabíamos que tínhamos comprado.
Nossa política pública, nunca se caracterizou por uma política liberal de fazer reformas
de última geração, mas tem respeitado as regras de mercado. Os Consensos de Brasília
sempre diferiram com os de Washington em grau mas por outro lado Lula não é Hugo
Chavez. O Brasil vem seguindo um caminho do meio. Esse caminho do meio se encaixa
bem na crise atual. O Brasil está conseguindo nesse caminho do meio um desempenho
relativamente melhor que outros países do que vinha tendo até então. Em economia
abertas os choques são mais fortes. Não parece que isso seja uma decisão de
planejamento de política deliberada, mas a nossa história pregressa e sucessivas
decisões nos levaram a uma situação que é relativamente mais confortável em épocas de
choques externos adversos.
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AGENDA DE POLÍTICAS
O presidente Lula disse recentemente que o Brasil está indo relativamente bem apesar
da crise antes mesmo de “colocar Pelé em campo”. Com isso ele quis dizer implementar
a redução da Selic, a taxa de juros básica na economia e ações de redução dos spreads
bancários. Enfatizamos aqui a importância de colocar outro craque mineiro em campo
ao lado do rei do futebol, o velho e bom Tostão. Leia-se política de transferência de
renda direta aos mais pobres. O Bolsa-Família chega aos de menor renda, que
conseqüentemente consomem boa parte da mesma, é uma medida que tem efeito duplo:
é bom em termos equitativos e em termos de aquecimento de demanda, fora o bônus de
lubrificar como transações monetárias a economia de lugares mais remotos,
neutralizando em parte a contração do crédito em curso que afeta as partes mais
sofisticadas do sistema. Isto é, Tostão joga bem sozinho mas ainda faz tabelinha com
Pelé.
Na verdade, podemos a partir dos argumentos acima elencar onze fatores amortecedores
dos impactos da crise externa no Brasil e alguns dos riscos associados. Na metáfora
futebolística estes seriam os craques a serem incorporados ao time brasileiro.
Instrumentos de Defesa e de Ataque:
1. Reservas Internacionais - altas
2. Política de Arrecadação Fiscal
a. Responsabilidade Fiscal Estabelecida
b. Alta Carga Tributária (Pode Cair – Ex:IPI dos automóveis)
Risco: Descontrole quantitativo e qualitativo das contas públicas. Há que se
selecionar as melhores fontes de receita do ponto de vista de eficiência,
equidade e impacto sobre a demanda. Os dois últimos aspectos tendem a
caminhar de mãos dadas.
3. Política Monetária
a. Taxa de Juros Base Alta (Pode Cair)
b. Spreads Alto (Pode Cair)
c. Altos Depósitos Compulsórios (Podem Cair)
d. Instrumento Concorrencial dos Juros Bancos Públicos
79
e. Crédito Consignado (Aposentadorias em Alta e Fronteira dos Demais
Benefícios)
4. Sistema Financeiro
a. Sistema Bancário Privado Regulado e Saneado (Proer)
b. Forte Presença de Bancos Públicos – Saneados e Estabelecidos (Os
países desenvolvidos começam a Estatizar seus bancos falidos onde a
governança e a operação não estão estabelecidas)
5. Economia ainda muito Fechada
6. Exportador de Comida
7. Boa Demografia
8. Adaptabilidade do Brasileiro a Crise
9. Rede de Proteção Social
a. Bolsa-Família Estabelecido (Ex: Crise dos Alimentos aumento dos
Benefícios e Agora Aumento de R$ 17 no Critério de Elegibilidade per
Capita) –
b. Reajuste do Salário Mínimo em 2009 de 6,5% real no piso e próximo de
zero para os demais base –
Risco: Além dos apontados acima tem a questão da permanência. Hoje precisamos
gerar mais demanda agregada se justifica gastar mais mas de maneira mais
transitória não permanente. Estamos todos keynesianos, enfatizando a importância
de usar os instrumentos certos para cada contexto (Sintonia Fina)
10. Mercado Interno em Alta
11. Investimentos Públicos
a. o PAC tem uma dupla função melhorar a logística do país mas ao mesmo tempo
injetar demanda pública no sistema. Uma espécie de New Deal tupiniquim
concebido quando a crise ainda não estava no radar dos economistas.
Em se tratando de futebol é preciso ter em mente que temos um país de 180 milhões de
técnicos de futebol, que durante a crise se transformam em técnicos em economia. Logo
construir uma lista de onze titulares deixa sempre margem para discussão. Não há o
equivalente a um Consenso de Washington. É sempre arriscado discordar do presidente,
o saudoso João Saldanha na Copa de 70 que o diga, mas para mim o verdadeiro Pelé, o
camisa 10 da seleção, é o mercado interno em alta, fazendo dupla de área com o tal
80
Tostão do Bolsa-Família que será totalmente tragado no mercado consumidor. Esta é a
dupla de área que vai ao fim e ao cabo suprir a nossa demanda de gols.
Mais do que trazer os inúmeros craques verde-amarelos que estão fora de campo,
prontos para jogar, é preciso reconhecer que os que estão em campo podem jogar
melhor do que vem fazendo, podem jogar mais sintonizados ao contexto de crise.
Temos ainda evitar o salto alto (lembre-se do fiasco da Copa de 1966 mesmo com Pelé
e Garrincha), mas é preciso acima de tudo adotar um esquema tático que favoreça o
potencial conjunto de talentos brasileiros. Da mesma forma que há dez anos criamos o
tripé mágico na macroeconomia: metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade
fiscal, que hoje constituem a base de nossa defesa macroeconômica, temos também
inovações isoladas interessantes da área social que tem de ser integradas num único
tripé, a saber: Bolsa-Família, os PAC14 e Ações de Acesso a Mercados dos Produtores
pobres, um verdadeiro ataque de Rs. Na integração destes avanços isolados entre si e
com a linha de defesa macroeconômica contra a crise é que estão os maiores retornos
esperados. O Bolsa-Família criou uma plataforma de prestação de serviços aos mais
pobres que hoje pode fazer a diferença. O Bolsa Família dá de certa forma o pobre aos
mercados consumidores, o que não há nada de errado com isso mas é preciso ir além:
dar o mercado aos mais pobres. Na questão da criação das chamadas "portas de saída"
do Bolsa Família vale a pena atentar uma questão semântica: ao invés de "portas de
saída" do Bolsa-Família, talvez valha mais construtivamente enfatizar portas de
entrada dos pobres aos mercados. Os pobres não precisam ser protegidos dos mercados
mas precisam ser integrados a eles através de ações educacionais, de microcrédito, de
microseguro e de comercialização de seus produtos e serviços. Há algumas experiências
de microcrédito bem sucedidas no Brasil, em particular o Crediamigo do Banco do
Nordeste que é pouco conhecido apesar de ter mais de 2/3 do mercado de microcrédito e
leva a aumento consumo da família do produtor em 28% com inadimplência de menos
14 Na verdade, pode se pensar num quarteto de políticas ao se abrirem os PACs, no Plano de Aceleração do Crescimento original lançado em janeiro de 2007, no vulgo “PAC educacional”, formalmente lançado como Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) que é na nossa opinião a mais promissora política de longo prazo (fixa metas até 2022, ano do bicentenário da independência brasileiro e de Copa do Mundo). Uma espécie de craque do futuro como foi Ronaldinho Fenômeno em 1994 e Ricardo “Kaká” em 2002. Entretanto, além de evitar o termo quadrado mágico que não nos deu muita sorte em 2006, o nosso foco é o curto prazo da crise em curso, concentramos aqui no PAC original. As ações de preservação da formação do capital humano durante os tempos de crise estão bem conectadas as ações do Bolsa Família e de suas condicionalidades educacionais. Estamos realizando pesquisa agora em parceria com a ONG Todos Pela Educação nesta linha.
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de 1% e sem subsídios públicos. Nós defendemos a colateralizacão das bolsas desde
2002. Estamos mais recentemente caminhando de diversas formas nesta integração do
micro-credito com a plataforma do Bolsa Família.
O trabalho de estratégias de acesso a mercados dos pobres está mais embrionário no
Brasil15 até por bloqueios ideológicos, mas ganha relevância excepcional no momento
atual de escassez de demanda e de políticas anticíclicas. Em particular, falta uma visão
clara sobre dois pontos: 1) As mudanças no interior da economia quem perde e quem
ganha demanda fruto da crise e das ações contra ela (Expansão do Bolsa Família,
Reajuste do salário mínimo, etc). 2) Faltam políticas que permitam aos produtores
nichar a demanda. Não só estudar o que gera demanda mas sobre como a oferta
encontra esta nova demanda. Em suma, a injeção de demanda necessária é o ponto-
chave da sociedade brasileira agora mas talvez estejamos olhando as coisas de maneira
muito agregada (sem enxergar os detalhes dos grupos emergentes e os que
submergentes) e olhando os produtores de maneira passiva (a lógica não é apenas
entregar as pessoas aos mercados (consumidores, crédito) mas de entregar os mercados
as pessoas (produtores)).
Falta integrar a agenda social num esquema que trabalhe mais pela igualdade de
oportunidades (ie. os ativos das pessoas) e menos nos resultados imediatos (i.e., renda).
Note, mais uma vez, que não estamos falando tanto de entregar os pobres aos mercados
consumidores mas de entregar os mercados consumidores aos produtores excluídos
como em uma política de comercialização aos produtores de baixa renda, ou de
microcrédito mas acima de tudo por força da educação de qualidade para todos. Este
processo passa no longo prazo passa pela criação de ações integradas. O tal tripé mágico
na área social mencionado é uma parte essencial do esquema tático.
15 A Unidade de Acesso a Mercados (UAM) do Sebrae foi criada a um par de anos com esta filosofia.
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9 Bibliografia
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83
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87
ANEXO 1: AVALIAÇÃO REGIONAL
Observamos que as tendências gerais de queda na classe E e aumento das classes ABC
estão presentes em todas as metrópoles brasileiras. De forma geral, a Região
Metropolitana de São Paulo possui os melhores índices em todos os anos, com as mais
baixas taxas indivíduos na classe E, acompanhadas das mais altas proporções de
indivíduos na classe ABC. Enquanto isso, a Região Metropolitana de Belo Horizonte
apresenta o melhor desempenho relativo, angariando novas posições nos rankings de
(menor) classe E e (maior) classe ABC. A seguir detalhamos a evolução desses dois
grupos em cada uma das 6 Regiões Metropolitanas.
Classe E nas Regiões Metropolitanas
Apresentamos a seguir a evolução da classe E nas principais metrópoles brasileiras.
Como podemos observar, quando consideramos o período dos últimos seis anos, todas
as metrópoles apresentam queda acumulada na taxa.
TABELA – Classe E (%)
Anual - Taxa - Classe E
Categoria 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Total 28.74 30.17 27.6 24.49 22.78 20.7 18.46
Região Metropolitana
Recife 46.64 52.26 51.89 42.99 39.15 35.91 34.46
Salvador 38.19 41.97 39.05 32.59 29.99 26.27 24.73
Belo Horizonte 33.32 33.56 28.51 26.03 22.37 20.09 17.53
Rio de Janeiro 31.22 29.38 27.16 25.1 23.59 21.29 19.22
São Paulo 21.9 24 21.7 19.3 18.38 16.83 14.24
Porto Alegre 24.49 27.81 24.25 21.97 21.25 19.93 17.89 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
TABELA - Variação (em %) da Classe E
Anual - Taxa - Classe E
Categoria 2008 / 2002
2003 / 2002
2004 / 2003
2005 / 2004
2006 / 2005
2007 / 2006
2008 / 2007
Total -35.77 4.98 -8.52 -11.27 -6.98 -9.13 -10.82
Região Metropolitana
Recife -26.11 12.05 -0.71 -17.15 -8.93 -8.28 -4.04
Salvador -35.24 9.90 -6.96 -16.54 -7.98 -12.40 -5.86
Belo Horizonte -47.39 0.72 -15.05 -8.70 -14.06 -10.19 -12.74
Rio de Janeiro -38.44 -5.89 -7.56 -7.58 -6.02 -9.75 -9.72
São Paulo -34.98 9.59 -9.58 -11.06 -4.77 -8.43 -15.39
Porto Alegre -26.95 13.56 -12.80 -9.40 -3.28 -6.21 -10.24 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
88
Região Metropolitana de São Paulo: mantém os menores níveis durante todo o período. Em 2008, a classe E atinge 14,24% da população, queda de 15,39% em relação ao ano anterior, e de 34,98% no acumulado de seis anos.
Região Metropolitana de Belo Horizonte: experimentando o melhor desempenho relativo do período, a proporção cai 47,39% entre 2002 e 2008 (passa de 33,32% para 17,53%). Os anos 2004 e 2006 se destacam na série, com redução anual de 15,05% e 14,07%, respectivamente. Apesar do pequeno crescimento em 2003, que também foi sentido por outras quatro regiões, a tendência positiva vem se repetindo na região ao longo dos anos, permitindo ultrapassar as Regiões do Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Região Metropolitana de Porto Alegre: apresentou a segunda menor variação (com queda de 26,95% no período). Com 17,89% em 2008, é o terceiro lugar no ranking das seis metrópoles.
Região Metropolitana do Rio de Janeiro: única a apresentar queda em todos os anos analisados, obteve o segundo melhor desempenho acumulado (variação de -38,44% na classe E). Apesar disso, a região perde a terceira posição no ranking, totalizando em 2008, 19,22% de sua população na classe E.
Região Metropolitana de Salvador: com 24,73% nos primeiros meses de 2008, acumulou queda de 35,24% em seis anos, sendo quase metade (16,54%) em 2005.
Região Metropolitana de Recife: ainda é a região com nível mais alto de pessoas na classe E (34,46% em 2008). Com queda acumulada de 26,11%, o melhor desempenho relativo deu-se entre 2004 e 2005, quando a taxa caiu 17,15%. Apesar disso, a região ainda se recupera das fortes quedas de renda sofridas em 2003 e 2004 (o que resultou crescimento de 12,05% na classe E).
89
Classe ABC entre as Regiões Metropolitanas
Com quedas nas taxas da de indivíduos na classe E em todas as metrópoles brasileiras, o
passo agora é analisar, como isso refletiu em outro grupo populacional. Para isso,
vamos analisar o crescimento da classe ABC em cada uma das metrópoles, que atingem
os maiores níveis de toda a série agora em 2008.
Anual - Taxa - Classe ABC
População Total
Categoria 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Total 55.86 53.48 55.99 58.48 61.53 64.4 67.52
Região Metropolitana
Recife 35.91 31.08 31.89 38.22 41.59 44.7 44.92
Salvador 45.22 41 43.97 48.87 53.54 57.61 59.71
Belo Horizonte 48.87 47.95 52.62 54.78 60.24 63.94 67.36
Rio de Janeiro 54.44 54.68 55.53 57.24 60.05 63.56 66.64
São Paulo 63.27 59.96 62.85 64.91 67.28 69.5 73.3
Porto Alegre 60.01 56.61 60.71 62.42 64.53 66.38 69.54 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Anual - Taxa - Classe ABC
População Total
Categoria 2008 / 2002
2003 / 2002
2004 / 2003
2005 / 2004
2006 / 2005
2007 / 2006
2008 / 2007
Total 20.87 -4.26 4.69 4.45 5.22 4.66 4.84
Região Metropolitana
Recife 25.09 -13.45 2.61 19.85 8.82 7.48 0.49
Salvador 32.04 -9.33 7.24 11.14 9.56 7.60 3.65
Belo Horizonte 37.84 -1.88 9.74 4.10 9.97 6.14 5.35
Rio de Janeiro 22.41 0.44 1.55 3.08 4.91 5.85 4.85
São Paulo 15.85 -5.23 4.82 3.28 3.65 3.30 5.47
Porto Alegre 15.88 -5.67 7.24 2.82 3.38 2.87 4.76 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Região Metropolitana de São Paulo: A Região Metropolitana de São Paulo mantém as maiores proporções de indivíduos de classe ABC. O grupo que atinge, em 2008, 73% da população, acumulou crescimento de 15,85% no período, sendo 5,47% em apenas um ano (2007 a 2008).
Região Metropolitana de Porto Alegre: segundo lugar no ranking, com 69,5% no último período, foi a que experimentou junto com São Paulo, o menor crescimento da classe ABC (15,88%).
Região Metropolitana de Belo Horizonte: a Grande Belo Horizonte ocupa o terceiro lugar em tamanho da classe ABC. Com crescimento acumulado de 37,8%, apresenta em 2008, 67,36% da população neste grupo, o suficiente para ultrapassar Rio de Janeiro.
90
Destacamos os anos 2004 e 2006, onde as variações foram mais pronunciadas, com aumentos de 9,7% e 10%, respectivamente.
Região Metropolitana do Rio de Janeiro: na Grande Rio, a classe ABC ocupa hoje 66,64% da população, patamar superior ao de 2002 em 22,41%. O maior crescimento deu-se entre 2006 e 2007, 5,8%.
Região Metropolitana de Salvador: com o segundo maior crescimento acumulado (32,04%), a Região Metropolitana de Salvador, atinge em 2008 59,71% da sua população na classe ABC. Apesar do bom desempenho, principalmente em 2005 quando cresceu 11,14%, ainda é a segunda menor no ranking geral. Com proporção de 59,71% em 2008, é superior apenas a Recife.
Região Metropolitana de Recife: a semelhança de Salvador, a Região de Recife também apresentou bom desempenho em termos de evolução. Acumulou no período o crescimento de 25,09%. Apesar disso, ainda é lanterna das 6 metrópoles (44,92% da população na classe ABC em 2008).
91
ANEXO 2: BANCO DE DADOS
A pesquisa dispõe de sistemas de provisão de informação interativos e amigáveis
voltados aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível tais como
panoramas geradores de tabulações ao gosto do usuário e simuladores de probabilidades
desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados. O sítio da pesquisa permite
aos cidadãos (vide próxima páginas) traçar o panorama da extensão e evolução dos
diferentes indicadores sociais baseados em renda. Senão vejamos:
Panorama da Evolução das Classes Econômicas
Disponibilizamos no site da pesquisa um panorama completo das classes econômicas.
Além do número de pessoas, é possível obter também a proporção do grupo na
população total, assim como detalhar a média de renda per capita e o total domiciliar.
As mesmas informações estão disponíveis para os quatro grupos.
Conteúdo do Panorama:
Período de analise: Anuais: você pode escolher analisar a evolução através das médias anuais
(lembrando que em 2002 os dados estão disponíveis a partir de março e em 2008 até abril);
Crise: dividimos os anos 2007 e 2008 em períodos pré e pós-crise.
Grupo populacional: Escolha entre as classes aquele grupo que você quer analisar.
Análise:
Além da População (número de pessoas), você também pode escolher: Taxa: proporção de indivíduos do respectivo grupo na população total. Vertical: permite obter um perfil desse grupo escolhido por diferentes
características sócio-econômicas. Média: permite avaliar a evolução da renda dos diferentes grupos. Ao selecionar
essa opção, um novo menu irá aparecer, para que você indique o tipo de conceito de renda (domiciliar, individual ou per capita).
92
Panorama de Mobilidade Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite
obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica, por
diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela permitem
obter as probabilidades de transições para diferentes classes econômicas. Para isso,
escolha o período (anual ou crise) e a classe inicial de análise. Para comparar mais de
um período, utilize a tecla Ctrl.
93
Análise Multivariada A análise multivariada visa proporcionar um experimento melhor controlado que a
análise bivariada. Seu objetivo é captar o padrão de correlações parciais entre as
variáveis de interesse e as variáveis explicativas. No primeiro exercício, captamos as
correlações entre diferentes características populacionais e o acesso aos grupos de
renda. E, em seguida aplicamos a mesma metodologia para captar movimentos de
entrada e saída de grupos específicos.
Simulador de Mobilidade Social
Ferramenta que permite simular as probabilidades de pertencer a cada um dos grupos de
renda, através da combinação de suas características. Com ele é possível obter também
as probabilidades de entrada e saída da classe E e da classe ABC. Basta selecionar as
informações de acordo com seus atributos ou aqueles que deseja analisar. Depois de
preencher o formulário, clique em Simular.
Os gráficos apresentados mostram as probabilidades de pertencer a cada grupos da
população e de mobilidade social. Uma das barras representa o Cenário Atual, com o
resultado segundo as características selecionadas; a outra Cenário Anterior apresenta a
simulação anterior.
94
Modelos Estatísticos Estimados: Logísticos MultinomiaisLogits multinomiais Neste apêndice apresentamos o modelo logit multinomial que estimamos por máxima verossimilhança16. O modelo é definido como:
3 ,2,13,2,1,)exp(1
)exp()|(Pr
1
==
∑+==
=
jkx
xxjponto
hk
J
h
jkk
β
β
(2) em que, "ponto" é a variável identificadora de estratos sociais. São dois os tipos de regressões utilizadas17: O vetor jβ é o conjunto de parâmetros para 0=j (Pertence a Classe Média) e 1=j
(rendimento igual ao piso). Como as probabilidades devem somar um, devemos ter:
3,2,,1,)exp(1
1)|2(
1
=
∑+
==
=
kx
xpontoP
hk
J
h
k
β
Deve-se ressaltar que a interpretação da magnitude dos parâmetros estimados deste modelo não é direta18. Além disso, através da razão das probabilidades em relação à base temos:
1,0,2,1),exp()|2(
)|( =====
jkxxpontoP
xjpontoPjk
k
k β
ou ainda:
[ ] jkkk xxpontoPxjpontoP β=== )|2(/)|(log
Ou seja, temos uma interpretação mais direta de uma variação de uma unidade em x, que mostra o quanto varia o log da razão das probabilidades (log-odds), através do parâmetro estimado. Assim, é suficiente, na nossa análise, saber o sinal de jβ , na
análise das regressões.
Além disso, x é o vetor dos controles igual a ( tratamentok , ano , ktratamentoano∗ ,
características dos indivíduos); e � o vetor dos parâmetros.
16 O método de maximização da função de verossimilhança utilizado é o do Newton-Raphson.
17 Para a regressão envolvendo a variável dependente ponto1 , foram rodadas regressões separadamente para cada grupo ocupacional (grupo de tratamento) do
RJ (p1rj, p2rj, p3rj) e do RS (p1rs, p2rs, p3rs, p4rs), comparando como controle as ocupações não definidas na lei.
18Simplificando a notação da probabilidade de resposta como:
)|2(),(
)|(),(
0 xpontoPxp
xjpontoPxp
kkk
kkjk
==
==
ββ
O efeito marginal decorrente de uma mudança em uma variável controle contínua é :
( )( ) 2,1 para,
)exp(1
)exp(1),(
),(
1
1 =
∑+∑+−=
∂∂
=
= kx
xxp
x
xp
hkJh
hkhlkJh
jlkkjl
kj
βββββ
β
95
Modelo Multinomial Ordenado 15 a 60 – Classes econômicas
Response Profile
Ordered Level Ordered Value Count
1 Classe AB 3.194E8
2 Classe C 1.154E9
3 Classe D 3.86E8
4 Classe E 6.028E8
Analysis Of Parameter Estimates
Parameter DF Estimate Standard
Error Wald 95%
Confidence Limits Chi-Square Pr > ChiSq
Intercept1 1 -4.7933 0.0007 -4.7946 -4.7919 4.859E7 <.0001
Intercept2 1 -1.7997 0.0007 -1.8010 -1.7983 6976518 <.0001
Intercept3 1 -0.8645 0.0007 -0.8658 -0.8632 1613011 <.0001
SEXO Homem 1 0.0649 0.0001 0.0647 0.0650 490904 <.0001
SEXO Mulher 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
COR Amarela 1 1.1991 0.0005 1.1980 1.2001 5108186 <.0001
COR Branca 1 0.6006 0.0001 0.6003 0.6009 1.711E7 <.0001
COR Ignorado 1 -0.8736 0.0036 -0.8806 -0.8666 59693.2 <.0001
COR Indígena 1 0.0820 0.0012 0.0796 0.0844 4563.41 <.0001
COR Parda 1 0.1085 0.0001 0.1082 0.1088 555763 <.0001
COR Preta 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
fxage 15 a 19 1 0.1884 0.0002 0.1880 0.1888 731003 <.0001
fxage 20 a 24 1 -0.3072 0.0002 -0.3076 -0.3068 2201943 <.0001
fxage 25 a 29 1 -0.3286 0.0002 -0.3290 -0.3282 2713904 <.0001
fxage 30 a 35 1 -0.3553 0.0002 -0.3557 -0.3549 3436899 <.0001
fxage 36 a 39 1 -0.3157 0.0002 -0.3161 -0.3153 2358842 <.0001
fxage 40 a 44 1 -0.1919 0.0002 -0.1922 -0.1915 951395 <.0001
fxage 45 a 49 1 0.0233 0.0002 0.0229 0.0237 13487.2 <.0001
fxage 50 a 54 1 0.1019 0.0002 0.1015 0.1023 246708 <.0001
fxage 55 a 59 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
anoest De 1 a 3 anos de 1 0.1379 0.0003 0.1374 0.1385 241995 <.0001
anoest De 4 a 7 anos de 1 0.3896 0.0002 0.3892 0.3901 2575150 <.0001
anoest De 8 a 10 anos d 1 0.8179 0.0002 0.8174 0.8184 1.092E7 <.0001
anoest Menores de 10 an 1 -12.1963 16.1590 -43.8674 19.4748 0.57 0.4504
anoest Sem instrução e 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
anoest 11 ou mais anos 1 1.6035 0.0002 1.6030 1.6039 4.251E7 <.0001
anoest Anos de estudo n 1 0.3478 0.0009 0.3462 0.3495 164136 <.0001
96
Analysis Of Parameter Estimates
Parameter DF Estimate Standard
Error Wald 95%
Confidence Limits Chi-Square Pr > ChiSq
CFAM Agregado 1 0.5745 0.0007 0.5732 0.5759 673478 <.0001
CFAM Cônjuge 1 0.6310 0.0001 0.6308 0.6313 3.102E7 <.0001
CFAM Empregado Domést 1 -0.0628 0.0244 -0.1106 -0.0150 6.64 0.0100
CFAM Filho 1 0.2632 0.0001 0.2629 0.2634 4221873 <.0001
CFAM Outro Parente 1 0.1530 0.0002 0.1526 0.1534 594989 <.0001
CFAM Parente do Empre 1 -0.3711 0.0442 -0.4578 -0.2844 70.41 <.0001
CFAM Pensionista 1 -1.2421 0.0156 -1.2727 -1.2115 6332.75 <.0001
CFAM Principal Respon 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
NPES2 1 Morador 1 1.3859 0.0002 1.3856 1.3863 5.238E7 <.0001
NPES2 2 Moradores 1 0.9656 0.0002 0.9652 0.9659 3.182E7 <.0001
NPES2 3 Moradores 1 0.5522 0.0002 0.5518 0.5525 9474648 <.0001
NPES2 4 Moradores 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
REG Recife 1 -0.5863 0.0002 -0.5867 -0.5859 8128889 <.0001
REG Salvador 1 0.0211 0.0002 0.0206 0.0215 10271.6 <.0001
REG Belo Horizonte 1 0.0791 0.0002 0.0787 0.0794 182917 <.0001
REG Rio de Janeiro 1 0.0086 0.0002 0.0083 0.0089 2896.76 <.0001
REG São Paulo 1 0.3259 0.0001 0.3256 0.3262 4722224 <.0001
REG Porto Alegre 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
setores Financeira 1 0.3034 0.0002 0.3031 0.3037 4008220 <.0001
setores Industria 1 0.0696 0.0001 0.0694 0.0699 261903 <.0001
setores Outro 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
posocup 10 1 0.1095 0.0006 0.1083 0.1106 34122.9 <.0001
posocup Conta própria 1 0.4168 0.0006 0.4157 0.4179 518553 <.0001
posocup Desocupado com i 1 -1.1805 0.0006 -1.1817 -1.1794 4064605 <.0001
posocup Empregador 1 1.8005 0.0006 1.7992 1.8017 8458394 <.0001
posocup Empregados - com 1 0.6416 0.0006 0.6405 0.6428 1253574 <.0001
posocup Empregados - mil 1 1.2515 0.0006 1.2503 1.2526 4356852 <.0001
posocup Empregados - sem 1 0.2876 0.0006 0.2865 0.2887 246332 <.0001
posocup Inativo 1 -0.7543 0.0006 -0.7554 -0.7532 1748781 <.0001
posocup Trabalhadores nã 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
ANO 2002 1 -0.2555 0.0002 -0.2558 -0.2552 2766763 <.0001
ANO 2003 1 -0.4454 0.0001 -0.4456 -0.4451 9393085 <.0001
ANO 2004 1 -0.3651 0.0001 -0.3654 -0.3648 6439595 <.0001
ANO 2005 1 -0.2698 0.0001 -0.2701 -0.2695 3587814 <.0001
ANO 2006 1 -0.1721 0.0001 -0.1724 -0.1719 1469656 <.0001
ANO 2007 1 -0.0828 0.0001 -0.0831 -0.0826 343662 <.0001
ANO 2008 0 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 . .
Scale 0 1.0000 0.0000 1.0000 1.0000
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
97
Modelos Logísticos Binomiais Regressão Logistica
15 a 60 - Era classe E no primeiro período Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte
Modelo Geral (Continua Classe E)
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
Intercept 1.1666 0.0091 16451.3 ** .
SEXO Homem -0.2454 0.0011 45569.1 ** 0.78242
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.0613 0.0076 65.39 ** 1.06318
COR Branca 0.0236 0.0017 182.26 ** 1.02387
COR Indígena -0.6850 0.0131 2745.41 ** 0.50411
COR Parda 0.0466 0.0017 733.64 ** 1.04769
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 -0.4608 0.0025 32843.8 ** 0.63077
fxage 20 a 24 -0.5447 0.0025 46342.7 ** 0.57999
fxage 25 a 29 -0.2527 0.0024 10672.8 ** 0.77673
fxage 30 a 35 -0.1303 0.0023 3192.25 ** 0.87786
fxage 36 a 39 -0.1097 0.0025 1968.82 ** 0.89610
fxage 40 a 44 -0.2604 0.0023 12430.5 ** 0.77072
fxage 45 a 49 -0.2795 0.0024 14072.3 ** 0.75613
fxage 50 a 54 -0.1344 0.0023 3399.44 ** 0.87423
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest Anos de estudo não declarado -0.1450 0.0102 203.03 ** 0.86505
anoest Sem instrução 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest De 1 a 3 anos -0.1181 0.0034 1180.06 ** 0.88861
anoest De 4 a 7 anos -0.3091 0.0030 10919.6 ** 0.73412
anoest De 8 a 10 anos -0.4257 0.0030 19653.0 ** 0.65329
anoest 11 ou mais anos -0.7087 0.0030 56960.6 ** 0.49229
CONFAM Agregado 0.4004 0.0132 916.94 ** 1.49247
CONFAM Cônjuge -0.3025 0.0015 41650.7 ** 0.73893
CONFAM Filho 0.0639 0.0016 1589.93 ** 1.06603
CONFAM Outro Parente 0.0913 0.0027 1154.63 ** 1.09563
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador -0.0243 0.0023 114.69 ** 0.97597
NPES 2 Moradores -0.3344 0.0020 29297.4 ** 0.71575
NPES 3 Moradores -0.1698 0.0021 6725.16 ** 0.84383
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Recife 0.4841 0.0027 32402.4 ** 1.62266
REG Salvador 0.3849 0.0028 18878.5 ** 1.46947
REG Belo Horizonte -0.0891 0.0026 1215.85 ** 0.91473
REG Rio de Janeiro 0.6540 0.0021 96057.8 ** 1.92325
98
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
REG São Paulo -0.0694 0.0021 1089.11 ** 0.93294
REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ Sim -0.1339 0.0028 2237.23 ** 0.87472
financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria -0.3352 0.0082 1664.37 ** 0.71523
CPOSOCUP1 Desocupado -0.2810 0.0081 1193.89 ** 0.75503
CPOSOCUP1 Empregador -0.6787 0.0092 5393.25 ** 0.50727
CPOSOCUP1 Empregados – com carteira -0.4038 0.0082 2403.18 ** 0.66778
CPOSOCUP1 Empregados – militares -0.9938 0.0092 11564.2 ** 0.37018
CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira -0.0915 0.0083 121.26 ** 0.91257
CPOSOCUP1 Inativo 0.2721 0.0080 1143.61 ** 1.31274
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0823 0.0012 4469.11 ** 0.92100
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
Regressão Logística
Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo
Modelo Geral + interação (setor financeiro * crise)
financ Sim -0.1691 0.0032 2837.28 ** 0.84444
financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0886 0.0013 4965.74 ** 0.91524
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise Sim*sim 0.1509 0.0061 603.46 ** 1.16290
financ*crise Sim*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise zNão*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise zNão*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
99
Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo
Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (região metropolitana * crise)
REG Recife 0.5008 0.0030 27707.3 ** 1.65002
REG Salvador 0.4067 0.0032 16352.1 ** 1.50188
REG Belo Horizonte -0.0486 0.0029 280.74 ** 0.95258
REG Rio de Janeiro 0.6598 0.0024 77480.6 ** 1.93439
REG São Paulo -0.0535 0.0024 512.57 ** 0.94792
REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0176 0.0046 15.01 ** 0.98251
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Recife*sim -0.0772 0.0063 147.92 ** 0.92569
REG*crise Recife*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Salvador*sim -0.0940 0.0063 224.89 ** 0.91025
REG*crise Salvador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Belo Horizonte*sim -0.1690 0.0059 813.16 ** 0.84449
REG*crise Belo Horizonte*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Rio de Janeiro*sim -0.0308 0.0050 38.11 ** 0.96968
REG*crise Rio de Janeiro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise São Paulo*sim -0.0743 0.0051 212.94 ** 0.92841
REG*crise São Paulo*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Porto Alegre*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Porto Alegre*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
Regressão Logistica
15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte
Modelo Geral + interação (setores * crise) setores Financeira -0.1944 0.0032 3617.38 ** 0.82331
setores Industria -0.1391 0.0030 2122.46 ** 0.87016
setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0959 0.0013 5563.67 ** 0.90853
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Financeira*sim 0.1585 0.0061 664.44 ** 1.17177
setores*crise Financeira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Industria*sim 0.1510 0.0060 628.74 ** 1.16304
setores*crise Industria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Outro*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Outro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
100
Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo
Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (posição na ocupação * crise)
CPOSOCUP1 Conta própria -0.3593 0.0092 1518.07 ** 0.69819
CPOSOCUP1 Desocupado -0.2845 0.0091 973.08 ** 0.75237
CPOSOCUP1 Empregador -0.6016 0.0104 3339.69 ** 0.54793
CPOSOCUP1 Empregados – com carteira
-0.4370 0.0092 2239.65 ** 0.64595
CPOSOCUP1 Empregados – militares
-0.8422 0.0104 6569.29 ** 0.43077
CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira
-0.0394 0.0093 17.86 ** 0.96135
CPOSOCUP1 Inativo 0.2531 0.0090 786.03 ** 1.28804
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.1356 0.0197 47.21 ** 0.87323
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Conta própria*sim 0.1123 0.0201 31.13 ** 1.11880
CPOSOCUP1*crise Conta própria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Desocupado*sim 0.0194 0.0200 0.94 1.01962
CPOSOCUP1*crise Desocupado*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregador*sim -0.3119 0.0224 193.05 ** 0.73207
CPOSOCUP1*crise Empregador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*sim
0.1505 0.0201 56.07 ** 1.16247
CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*não
0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados – militares*sim
-0.6337 0.0227 782.00 ** 0.53065
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
101
Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe AB no primeiro período
Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral (Continua Classe AB)
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
Intercept -0.1266 0.0076 274.60 ** .
SEXO Homem 0.2003 0.0011 34707.6 ** 1.22180
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.1785 0.0053 1129.49 ** 1.19541
COR Branca 0.2640 0.0018 22465.2 ** 1.30211
COR Indígena -0.2344 0.0142 273.72 ** 0.79106
COR Parda 0.0155 0.0018 76.06 ** 1.01563
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 0.3234 0.0024 17566.9 ** 1.38177
fxage 20 a 24 0.2120 0.0023 8644.57 ** 1.23614
fxage 25 a 29 0.2219 0.0022 10436.6 ** 1.24845
fxage 30 a 35 0.1478 0.0020 5327.40 ** 1.15932
fxage 36 a 39 0.1669 0.0022 5803.69 ** 1.18164
fxage 40 a 44 0.2574 0.0021 15763.6 ** 1.29358
fxage 45 a 49 0.3917 0.0021 35597.0 ** 1.47946
fxage 50 a 54 0.2960 0.0020 20980.0 ** 1.34445
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest Anos de estudo não declarado 0.5843 0.0133 1922.36 ** 1.79376
anoest Sem instrução 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest De 1 a 3 anos 0.2149 0.0038 3237.16 ** 1.23969
anoest De 4 a 7 anos 0.3434 0.0033 11053.6 ** 1.40971
anoest De 8 a 10 anos 0.6814 0.0033 42511.6 ** 1.97671
anoest 11 ou mais anos 1.0982 0.0032 114204 ** 2.99864
CONFAM Agregado 0.1899 0.0115 270.73 ** 1.20915
CONFAM Cônjuge 0.2644 0.0014 37535.4 ** 1.30267
CONFAM Filho 0.0149 0.0016 84.04 ** 1.01499
CONFAM Outro Parente 0.0095 0.0027 12.23 ** 1.00959
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador 0.5880 0.0026 50882.2 ** 1.80044
NPES 2 Moradores 0.4541 0.0024 35540.0 ** 1.57476
NPES 3 Moradores 0.2978 0.0025 13860.3 ** 1.34686
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Recife -0.7075 0.0023 92878.8 ** 0.49286
REG Salvador -0.0729 0.0024 933.47 ** 0.92971
REG Belo Horizonte 0.0950 0.0020 2193.45 ** 1.09965
REG Rio de Janeiro 0.7200 0.0018 164934 ** 2.05437
REG São Paulo 0.2852 0.0016 30329.2 ** 1.32997
102
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ Sim 0.1970 0.0016 14336.0 ** 1.21772
financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria 0.2091 0.0062 1154.43 ** 1.23252
CPOSOCUP1 Desocupado 0.0613 0.0064 92.89 ** 1.06325
CPOSOCUP1 Empregador 0.9059 0.0068 17725.4 ** 2.47417
CPOSOCUP1 Empregados – com carteira 0.2869 0.0061 2211.46 ** 1.33225
CPOSOCUP1 Empregados – militares 0.8470 0.0065 16996.1 ** 2.33252
CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira 0.1240 0.0062 403.10 ** 1.13200
CPOSOCUP1 Inativo 0.0761 0.0061 157.21 ** 1.07905
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0303 0.0011 830.22 ** 0.97014
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro periodo
Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (setor financeiro * crise)
financ Sim 0.2194 0.0019 13364.5 ** 1.24529
financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0222 0.0011 401.47 ** 0.97808
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise Sim*sim -0.0863 0.0036 584.78 ** 0.91730
financ*crise Sim*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise zNão*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ*crise zNão*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
103
Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período
Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (região metropolitana * crise)
REG Recife -0.7473 0.0026 80797.9 ** 0.47362
REG Salvador -0.1174 0.0027 1836.25 ** 0.88923
REG Belo Horizonte 0.0913 0.0023 1528.63 ** 1.09564
REG Rio de Janeiro 0.7621 0.0021 138167 ** 2.14270
REG São Paulo 0.3077 0.0019 26389.3 ** 1.36034
REG Porto Alegre 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise 0.0184 0.0033 31.49 ** 1.01858
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Recife*sim 0.1863 0.0053 1215.97 ** 1.20481
REG*crise Recife*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Salvador*sim 0.1568 0.0051 931.88 ** 1.16976
REG*crise Salvador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Belo Horizonte*sim 0.0139 0.0045 9.51 ** 1.01401
REG*crise Belo Horizonte*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Rio de Janeiro*sim -0.1606 0.0039 1686.16 ** 0.85164
REG*crise Rio de Janeiro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise São Paulo*sim -0.0878 0.0037 572.09 ** 0.91595
REG*crise São Paulo*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Porto Alegre*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG*crise Porto Alegre*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
Regressão Logistica
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte
Modelo Geral + interação (setores * crise) setores Financeira 0.2164 0.0019 12426.7 ** 1.24154
setores Industria -0.0080 0.0017 22.60 ** 0.99199
setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0178 0.0012 220.42 ** 0.98236
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Financeira*sim -0.0907 0.0036 634.49 ** 0.91333
setores*crise Financeira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Industria*sim -0.0299 0.0031 92.27 ** 0.97057
setores*crise Industria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Outro*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores*crise Outro*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
104
Regressão Logistica 15 a 60 - Era classe E no primeiro periodo
Período Janeiro a Dezembro de 2007 – Observações Individuais 12 meses a parte Modelo Geral + interação (posição na ocupação * crise)
CPOSOCUP1 Conta própria 0.3184 0.0068 2219.12 ** 1.37497
CPOSOCUP1 Desocupado 0.1711 0.0070 596.53 ** 1.18663
CPOSOCUP1 Empregador 0.9647 0.0075 16470.8 ** 2.62398
CPOSOCUP1 Empregados – com carteira 0.3694 0.0067 3047.99 ** 1.44693
CPOSOCUP1 Empregados – militares 1.0219 0.0072 20073.7 ** 2.77842
CPOSOCUP1 Empregados – sem carteira 0.2165 0.0068 1016.68 ** 1.24167
CPOSOCUP1 Inativo 0.1731 0.0067 674.82 ** 1.18897
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise 0.4656 0.0162 829.96 ** 1.59300
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Conta própria*sim -0.5485 0.0164 1120.57 ** 0.57779
CPOSOCUP1*crise Conta própria*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Desocupado*sim -0.5575 0.0169 1091.65 ** 0.57266
CPOSOCUP1*crise Desocupado*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregador*sim -0.3447 0.0178 376.79 ** 0.70844
CPOSOCUP1*crise Empregador*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*sim -0.4463 0.0163 752.68 ** 0.64001
CPOSOCUP1*crise Empregados – com carteira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados – militares*sim -0.7752 0.0169 2092.85 ** 0.46063
CPOSOCUP1*crise Empregados – militares*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados – sem carteira*sim -0.4835 0.0164 864.10 ** 0.61662
CPOSOCUP1*crise Empregados – sem carteira*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Inativo*sim -0.5006 0.0163 945.59 ** 0.60615
CPOSOCUP1*crise Inativo*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados*sim 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados*não 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE.
105
ANEXO 3: DISTRIBUIÇÃO CUMULATIVA DE RENDA
Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada 6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Setor Financeiro / Imobiliário JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008
0.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
106
NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21
24 27 30 33
36 39 42 45 48
51 54 57 60 63
66 69 72 75 78
81 84 87 90
93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada
6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
107
SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69
72 75 78 81 84 87 90 93 96
99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL FINANCEIRO e IMOBILIÁRIO
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
108
Setor Industrial Distribuição Cumulativa de Variações de Renda - Variação de 12 Meses Marginal
6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008
0.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
109
NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21
24 27 30 33
36 39 42 45 48
51 54 57 60 63
66 69 72 75 78
81 84 87 90
93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada
6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
110
SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL INDÚSTRIA
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
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33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69
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TOTAL INDÚSTRIA
0
0.1
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TOTAL INDÚSTRIA
111
Empregados Formais Distribuição Cumulativa de Variações de Renda - Variação de 12 Meses Marginal
6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
112
NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
0.20.30.40.50.60.70.80.9
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22.1
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada
6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
113
SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008
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TOTAL OCUPADOS FORMAIS
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
114
Empregados Com Carteira de Trabalho Assinada Distribuição Cumulativa de Variações de Renda - Variação de 12 Meses Marginal
6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
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22.1
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TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
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TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008
0.40.50.60.70.80.9
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3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
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3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
115
NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
3 6 9 12 15 18 21
24 27 30 33
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93 96 99
TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
0.20.30.40.50.60.70.80.9
11.11.21.31.41.51.61.71.81.9
22.1
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TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Distribuição Cumulativa de Renda - Média de de 12 Meses Acumulada
6 Regiões Metropolitanas Brasil - Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
JUL 2007 / 2008 AGO 2007 / 2008
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SET 2007 / 2008 OUT 2007 / 2008
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TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
NOV 2007 / 2008 DEZ 2007 / 2008
0
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TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
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3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 99
TOTAL OCUPADOS COM CARTEIRA
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
117
ANEXO 4: COMPARAÇÕES DE CRESCIMENTO DO PIB
Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008
2008
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Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008
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Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008
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Fonte: International Monetry Fund, World Economic Outlook Database, April 2008
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