Cultura

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ANTES DE MIM

A CULTURA

NOÇÃO DE CULTURA

• O nascimento, a alimentação, a

doença, a reprodução e a morte são

fenómenos biológicos, mas, no

caso do ser humano, são também

fenómenos sociais e culturais.

• Todas as sociedades humanas criaram

um sistema de crenças, valores,

hábitos e conhecimentos associado

aos atos de nascer, de alimentar, etc.

NOÇÃO DE CULTURA

NOÇÃO DE CULTURA

• Forma comum e aprendida da vida, que compartilham os membros de uma sociedade, e que consta da totalidade dos instrumentos, técnicas, instituições, atitudes, crenças, motivações e sistemas de valores que o grupo conhece (FOSTER).

NOÇÃO DE CULTURA

• O conceito de cultura refere-se:

• Á totalidade de conteúdos, modos de pensamento e comportamentos, transmitidos no decurso do processo de socialização;

• Á capacidade do ser humano para se adaptar ao meio, transformando-o e reinventando-o.

NOÇÃO DE CULTURA

• O indivíduo não se limita a ser um recipiente passivo, um guardião de uma tradição cultural transmitida socialmente: constrói-se, participa, interpreta, rejeita, recria e renova permanentemente o seu ambiente social.

• O ser humano é portanto, não apenas um produto do seu meio, mas um produtor de cultura.

PADRÕES CULTURAIS

• Os padrões culturais são o conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores, comuns aos membros de uma cultura.

CADA CULTURA TEM EM COMUM…

Uma língua ou um grupo de línguas;

Uma história oral e/ou escrita;

Uma religião dominante organizada, ou um conjunto de crenças religiosas;

Costumes e valores nucleares;

Sistemas de organização social, incluindo normas de conduta pessoal, familiar e social;

Artefactos próprios dessa sociedade (pintura, música, etc.);

Hábitos alimentares e sanitários socialmente aceites;

Uma moral comum.

PADRÕES CULTURAIS

• Os padrões culturais desempenham um papel importante na construção de significados, quadros de referência, atividades e relações entre as pessoas.

• Através do processo de socialização o indivíduo interioriza os padrões culturais – enculturação.

PADRÕES CULTURAIS• Mas os padrões culturais não são estáticos, isto é, contactam uns com os

outros, originando o processo de aculturação.

• A aculturação resulta do contacto contínuo entre indivíduos de diferentes culturas, provocando mudanças nos padrões culturais existentes, mudanças essas que tanto os podem enriquecer, como eliminar por completo.

 

• A desculturação é o processo de perda ou destruição do património cultural, o que pode incluir apenas alguns elementos culturais ou toda uma cultura (pode acontecer de modo traumático, como em situações de extermínio e genocídio).

DIVERSIDADE CULTURAL

•Os diferentes povos criaram e desenvolveram um estilo de vida que cada indivíduo aceita – não sem reagir, decerto – como um protótipo.”

Lucien Malson, As crianças selvagens, Livraria Civilização, 1988, pp. 26-28

DIVERSIDADE CULTURALHeródoto (historiador grego – sec. V a.C.) :

“Se oferecessemos aos homens a escolha de todos os costumes do mundo, aqueles que lhes parecessem melhor, eles examinariam a totalidade e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão convencidos estão de que estes são melhores do que todos os outros. ”

DIVERSIDADE CULTURALTácito (historiador, orador e político romano):

“Os alemães são quase únicos, entre os bárbaros, por se satisfazerem com uma mulher para cada. As exceções, que são extremamente raras, constituem-se de homens que recebem ofertas de muitas mulheres devido ao seu posto. Não há questão de paixão sexual. O dote é dado pelo marido à mulher, e não por esta àquele”.

DIVERSIDADE CULTURALEntre os ciganos da Califórnia, a obesidade é considerada como um indicador da virilidade, mas também é utilizada para conseguir benefícios junto aos programas governamentais de bem-estar social, que a consideram como uma deficiência física.

DIVERSIDADE CULTURAL• A carne da vaca é

proibida aos hindus, da mesma forma que a de porco é interditada aos muçulmanos.

DIVERSIDADE CULTURAL

• O nudismo é uma prática tolerada em certas praias européias, enquanto nos países islâmicos, de orientação xiita, as mulheres mal podem mostrar o rosto em público

DIVERSIDADE CULTURAL: O DIÁLOGO DAS DIFERENÇAS

E SE TODOS FOSSEM IGUAIS?

A criança encontra dificuldade em aceitar as diferenças e as particularidades do outro, sendo

estas de:

Temperamento Habilidade Conhecimento

Género Etnia Credo

Física

ETNOCENTRISMO

O etnocentrismo é a visão centrada ou egocêntrica de uma cultura em relação às outras.

Avalia as outras culturas a partir de si própria, dos seus valores e padrões de comportamento.

O Preconceito

Percebe-se que o preconceito surge quando se defende a ideia de que temos uma cultura uniforme, em lugar

de reconhecer, valorizar e pesquisar a enorme variedade cultural. Assim, as diversas etnias que formam a diversidade cultural, são desprezadas e

ignoradas.

MULTICULTURALISMO

O multiculturalismo respeita a diversidade cultural defendendo o diálogo e o respeito pela diferença

“Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem; lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize”.

Boaventura de Souza Santos

SOCIALIZAÇÃO

• A socialização é o processo pelo qual, ao longo de toda a vida, o ser humano aprende e interioriza os diversos elementos da cultura envolvente, integrando-se assim num meio social e cultural específico.

SOCIALIZAÇÃO• Por socialização primária entende‐se a etapa de desenvolvimento

social que decorre fundamentalmente durante a infância (e para muitos autores também durante a adolescência) e em que o indivíduo recebe e assimila as atitudes, comportamentos, valores e normas próprios da sua cultura.

• Por socialização secundária, entende‐se o processo de adaptação a situações novas que implicam modificações significativas na nossa condição social. Traduz‐se na interiorização de novos papéis e estatutos como, por exemplo, a maternidade e a paternidade, o primeiro emprego ou a reforma, a mudança de estado civil, etc.

Processos de socialização

Por aprendizagem

Aprende-se por tentativas,

erros e repetições

Por imitação

Repete-se mecanicamente

os comportamentosobservados

Por identificação

Assume-se como nossos os

comportamentos deindivíduos com os quais

nos identificamos

AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO

• Os agentes de socialização são estruturas sociais, cuja função é, em termos gerais, inserir o indivíduo no seu meio sociocultural, adaptando‐o às suas normas, exigências e padrões.

AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO• A família é o primeiro dos grupos

em que decorre a socialização. Aí, a criança aprende as primeiras atitudes e comportamentos. Os pais e os familiares mais próximos desempenham um papel de modelos que a criança procura imitar e com os quais pretende identificar‐se (é através do processo de identificação que se formam as primeiras atitudes).

AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO

• A escola é a instituição responsável pela transmissão de conhecimentos, técnicas e competências necessárias ao exercício de uma vida adulta socialmente valorizada.

AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO

• O grupo de pares é um conjunto social formado por indivíduos de idade aproximada que têm em comum a vivência de situações e experiências semelhantes, a partilha de interesses e gostos.

AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO

• Hoje em dia não pode de modo algum ser desprezada a função socializadora dos meios de comunicação social, onde pululam os ditos líderes de opinião dos mais diversos quadrantes, que veiculam de modo informal estilos de vida desejáveis, normas de comportamento, valores estéticos dominantes.

• Não se limitam a entreter‐nos ou a noticiar: modelam as nossas atitudes, valores, etc. Basta pensar na Internet e também na poderosa TV, já, por alguns denominada “babysitter electrónica” e “escola paralela”.

HISTÓRIA PESSOAL – INDIVIDUAÇÃO

• O ser humano é simultaneamente um ser social, ligado a outros, e um ser individual, único.

• A par da socialização como função integradora desenvolve-se a individuação como função diferenciadora.

HISTÓRIA PESSOAL – INDIVIDUAÇÃO

• O indivíduo é um ser auto organizado na sua relação com os outros e com o mundo que o rodeia. A auto organização traduz-se na capacidade que o indivíduo tem de atribuir significados às experiências e aos acontecimentos significativos.

 

• A narrativa do indivíduo composta a partir das singularidades construídas a partir do seu corpo, do processo de individuação e dos significados que cada um de nós atribui as coisas, constitui a nossa história pessoal, única e singular.

HISTÓRIA PESSOAL – INDIVIDUAÇÃO

• Assim podemos afirmar que cada ser humano é uma totalidade singular e complexa condicionada por três factores: Influências genéticas (da espécie e individuais), factores ambientais (meio sócio cultural) e experiências pessoais (vivências).

A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM

• “O homem está geneticamente preparado para comunicar através de expressões universais comuns (gestos, choro, sorriso, etc.) mas vai estar dependente da cultura envolvente na expressão da sua linguagem .”

PEDRO, João Gomes "A comunicação infantil"

A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM

• Apesar de estar geneticamente preparado para a linguagem, o ser humano depende do meio que o rodeia – a sociedade, para a adquirir e desenvolver.

• Por exemplo "as crianças selvagens", que estiveram privadas de qualquer contacto com a linguagem, apenas conseguiram adquirir pouco mais de 20 palavras.

A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM

• A linguagem, a sua aquisição e desenvolvimento tem uma altura específica, variável (nem todas as crianças começam a falar com a mesma idade) no seu desenvolvimento físico, mental e mais importante, no seu desenvolvimento social.

A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM

• «Os primeiros anos de vida infantil são muito

importantes para a criança apreender a andar, a falar a relacionar-se com os outros.»

A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM

• Assim, nascer homem não é condição única e suficiente para o desenvolvimento das capacidades superiores e especificamente humanas.

• A humanização só é possível pela cultura e o ponto de partida é a linguagem.

 

A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM

• Os pensamentos que os humanos produzem não podem existir sem ter por base a linguagem, ou seja, sem a capacidade de representar a realidade por meio de símbolos. Não há pensamento verdadeiramente humano sem linguagem.