Post on 07-Nov-2018
Cá estamos no número 2 de um boletim que procura ser uma amostra, mini-
mamente representativa, das dinâmicas da nossa escola. Uma escola que nas
suas atividades inclui o cinema e o teatro, concertos de guitarra clássica, de-
bates, conferências e múltiplas visitas de estudo (dentro e fora de portas, co-
mo as já realizadas este ano a Londres e a Málaga); é uma escola que procura
alargar as margens, que busca incessantemente nivelar as desigualdades soci-
ais, culturais e económicas com as quais convivemos no quotidiano. Assumi-
mos as naturais diferenças individuais, sem abdicar de lutar pelas mesmas
oportunidades, sobretudo no que diz respeito aos alunos do ensino básico.
Insistimos com as famílias para manterem e melhorarem o grau de supervisão
ao trabalho realizado pelos seus educandos, que os sensibilizem para uma ati-
tude positiva face às exigências de cada disciplina e ajudem a instituir uma cul-
tura de esforço perante as dificuldades que inevitavelmente surgem, tanto na
escola como na vida.
Apelamos aos pais e encarregados de educação que mantenham uma proxi-
midade com o(a) diretor(a) de turma e compareçam na hora de atendimento
acordada.
Queremos uma escola que contribua para subir o grau de qualificação dos
nossos alunos/filhos para que possam melhorar a situação socioeconómica
das suas famílias.
Mais educação e melhor formação com mais atenção e dedicação nas aulas e
em casa.
O Diretor
Ramiro Sousa
EDITORIAL
Maio 2016 Ano I Número 2
D. João II
Notícias
Nesta Edição
Editorial Julgamento na Hungria PBS Lamego Desporto escolar humanizARTEs Segurança Digital Porque a vida importa… Geração + Na ponte entre continentes A minha escola é um museu Concerto no auditório +Desporto Escolar
SETÚBAL
Página 2
Uma realizadora destemida, múlti-
plos assassinatos, um julgamento,
tudo resulta neste documentário.
Quatro indivíduos foram acusados
e julgados por crimes graves, de
racismo e vários homicídios a san-
gue frio de homens, mulheres e
até uma criança contra a popula-
ção Roma. Uma crueldade na sua
pele original, sem coberturas go-
vernamentais para suavizar.
No documentário de Eszter Had-
ju, observou-se o desenvolvimen-
to do julgamento e os argumentos
apresentados para comprovar a
culpabilidade. Anexado aos mes-
mos foram expostas fotos grotes-
cas e violentas. Entre as piores a
imagem da criança morta que ti-
nha um ferro cravado pela cavida-
de bucal seguindo até ao lado
oposto. Este ato mostra a frieza,
o elevado ódio e a ausência de
medo perante as autoridades e a
própria sociedade húngara em
relação à comunidade Roma, habi-
tualmente denominada cigana.
O povo Roma ficou inquieto, com
receio que pudesse haver ações
de retaliação. Desgostado e revol-
tado com o terror dos extremis-
tas nazis, requereram o seu direi-
to como cidadãos à justiça. Pou-
cas pessoas húngaras estariam de
acordo, dado que esta população
é rejeitada e ostracizada por mui-
tos habitantes extremamente ra-
cistas.
No decorrer do julgamento, aper-
cebemo-nos aos poucos do alto
nível de discriminação. Inicialmen-
te, refere-se o mau acompanha-
mento dos médicos no serviço de
ambulância chamada ao socorro
das vítimas, para além da incom-
petência e preconceito da polícia
na investigação do crime. O seu
desinteresse levou à falta de
recolha e consideração de pro-
vas, tentando até ocultá-las.
Este ato foi resolvido quando
um dos habitantes encontrou
cartuchos numa das áreas dos
crimes. Por último, observa-se
pequenos toques de descrimi-
nação direcionada aos arguidos
e público Roma pelo próprio
juiz.
O veredicto do julgamento
para três dos quatro réus foi
uma sentença de prisão perpé-
tua e para o último, que se
mostrou arrependido e não
colaborou ativamente na chaci-
na, uma sentença de 7 anos.
No dia em que vimos Julgamen-
to na Hungria, percebi que nin-
guém naquele auditório, tinha a
noção do racismo e da xenofo-
bia de que são alvo os ciganos
naquele país do leste da Euro-
pa. Em que mais nações pode
estar essa discriminação ativa?
Existe, de facto, um racismo
violento, em todos os países
sem exceção. Mas muitos de
nós, não têm a consciência do
nível de gravidade e da sua fre-
quência!
E não a têm porque não que-
rem! Por que não é do seu
interesse pessoal, isto é puro
egocentrismo. Entretanto, há
muitos que têm perfeito co-
nhecimento e mesmo assim
não há nada fazem para prote-
ger as vítimas de racismo e
impedir que ele aconteça.
Uma semana após o visiona-
mento, foquei esta questão
quando a realizadora nos visi-
tou no Auditório da Escola. E a
resposta foi um silêncio, ouviu-
D. João II Notícias
se a interpelação, mas nenhum
feedback!
Pasmado fiquei, com um senti-
mento de inutilidade que parti-
lhei com a realizadora. A hero-
ína que ela foi e ainda é, exem-
plo de uma pessoa lutadora
pelas vozes dos povos ditos
inferiores, e um público de
adolescentes que se considera
não racista mas que não estão
ainda preparados para lutar
contra este mal social.
Compreendi que muito há a
fazer acerca deste tema embo-
ra em Portugal não seja tão
evidente o preconceito para
com os ROMA já nos países
de leste as coisas são gravíssi-
mas como nos disse Eszter,
aliás o documentário, que ga-
nhou 14 prémios pelo mundo,
não é comercializado para pro-
teger identidades de algumas
das pessoas que nele apare-
cem.
Cosmin Iuga, 12ºB
Julgamento na Hungria
Página 3
Nos dias 15 e 16 de fevereiro, a
convite do Agrupamento de
Escolas da Sé, em Lamego, três
membros da equipa PBS da nos-
sa Escola – Adelaide Botelho,
Ana Paula Antunes e Maria João
Correia – deslocaram-se à Esco-
la Sede do referido Agrupamen-
to para dar formação sobre o
Projeto Euro PBS e partilhar
a experiência PBS .
A equipa de Lamego, consti-
tuída por 2 psicólogos, 2
técnicas sociais, 1 assistente
operacional e 2 professoras
coordenadoras de diretores
de turma, pretende imple-
mentar o projeto PBS
junto das turmas do 2º e
3º ciclo, com vista à re-
dução da indisciplina e
melhoria do ambiente
de escola.
PBS Lamego
Clube Desporto Escolar
profª MªJoão Gomes
Este ano, verifica-se a estreia dos
grupos de Voleibol Juvenis Femi-
ninos e de Tiro com Arco.
As equipas já realizaram 20 en-
contros dos diferentes quadros
competitivos.
A nossa escola participou ainda
no Corta-Mato Escolar, concelhio
e distrital, no Torneio de Atletis-
mo Megasprint e no Torneio Bas-
quetebol 3x3. Neste último, a
equipa de juniores masculinos
venceu o torneio, estando
apurada para a fase regional.
Já no mês de dezembro, a
equipa Voleibol Juniores Femi-
ninos venceu o seu Torneio de
Abertura.
Coordenadora do Desporto Escolar
Maria João Gomes
O projeto Clube Desporto Escolar
funciona este ano letivo de
2015/16 com 7 grupos / equipas
nas seguintes modalidades e esca-
lões:
Andebol - Juvenis masculinos –
profª Adelaide Botelho
Basquetebol - Juniores masculi-
nos – profª Joana Lopes
Voleibol – Juvenis femininos –
profº Tiago Silva
Voleibol - Juniores femininos –
Profª Madalena Santos
Ténis de Mesa – Juvenis mascu-
linos – Proº Luís Monteiro
Multiatividades de Ar Livre –
vários escalões – profª MªJoão Go-
mes
Tiro com Arco – vários escalões –
D. João II Notícias
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D. João II Notícias
Dear Stéphane Simonet,
Thank you for submitting the Assessment
Form on behalf of your school. The data
provided indicates that you are eligible for
the eSafety Bronze Label status. Congratu-
lations!
Would you like to display this Label on your school's website? Go to your My school area to
download the embed code. On the My school area you can also find the next steps you need
to take in order to move towards the Silver status.
Kind regards,
The eSafety Label Project Team
Segurança Digital
humanizARTEs DROITS des FEMMES
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D. João II Notícias
O empreendedorismo é uma das competências chave, que deve ser desenvolvida no contexto
escolar e que pode responder de uma forma transversal à diversidade e heterogeneidade da nos-
sa população escolar.
Potenciar um espírito empreendedor é desenvolver uma atitude positiva face à vida, de resiliência
face às dificuldades, não deixando que a falta de recursos, limite as expectativas e a motivação
para agir e transformar o meio envolvente.
O projeto “Geração +” tem como objetivo desenvolver um espírito empreendedor através da
ação, dando a possibilidade aos alunos de desenvolverem e divulgarem ideias inovadoras e de
concretizarem projetos, mobilizando recursos.
A participação em concursos de empreendedorismo jovem (IPS Junior Challenge, Escolas Solidá-
rias | Fundação EDP e Junior Achievement) constitui um meio de divulgação dos projetos e ideias
dos alunos participantes. A realização de um Ciclo de Conferências sobre Empreendedorismo
tem como objetivo sensibilizar para as competências de um empreendedor – resiliência, comuni-
cação, liderança, criatividade."
“Geração +”
PORQUE A VIDA IMPORTA…
Sendo a vida um direito natural de todos e sendo os jovens o “futuro”, é essencial investir em
ações e palestras viradas para a área do SBV (suporte básico de vida) que tem como função essen-
cial a reanimação de alguém em situação de paragem cárdio respiratória, mas também o saber co-
mo atuar perante alguém inconsciente mas que respire.
Assim, conclui-se que o alvo último da formação em SBV pode ser o cidadão comum, mas também
as crianças e adolescentes em idade escolar, sendo assim indispensável a existência de formações/
ações e palestras nesta área específica em espaços escolares, pois o SBV pode revelar-se fundamen-
tal para salvar a vida de alguém. Esta possibilidade é tanto mais provável quanto mais precoce e
correta for a intervenção.
Num total aproximado de 1500 alunos da nossa escola, cerca de 1000 frequentaram no decorrer
dos meses de dezembro de 2015 e fevereiro do decorrente ano uma ação de sensibilização em
SBV, ministrada pelo aluno (e Tripulante de Ambulância) Hugo Lopes, da turma G do 12' ano da
nossa escola, sob o lema "Saber fazer e ser, porque a vida é um direito" e porque a vida importa!
Hugo Lopes e Camélia Rás
NA ESCOLA SEMPRE! Mais motivados do que nunca! Assim se afirmam os novos representantes dos alunos no Conselho
Geral – Hugo Lopes e Camélia Rás. Cheios de ideias e com uma assiduidade de 100% nas reuniões do Conselho Geral, estes alunos
pretendem continuar a tradição de uma escola positiva e inclusiva, onde todos podem participar e
ajudar a construir. Fazer sempre melhor é o que estes jovens afirmam pretender. E vão, segura-
mente, consegui-lo. Na escola e pela escola!
Na ponte entre continentes
conversei com colegas turcos. Quando a vergonha deixou de ser problema na esco-la, muitos alunos e alunas dirigiram-se a nós, simultaneamente com alguma reserva e curiosidade, perguntando-nos desde as coisas mais simples - "Where are you from?", "Do you have any sisters or brothers?" - até a outras relativamente mais complexas - "What did you enjoy the most in our city at the moment?", "How is Portugal like? Is it culturally similar to Bra-zil?".
Lembro-me também de pergun-tar a uma menina qual era a sua zona pre-ferida de Istambul; logo na altura, assim como na viagem de metro, a sua resposta fez sentido: "O Bósforo". O Bósforo; uma ponte entre Europa, Ásia e talvez o Mundo Árabe. Um ponto de vista inteligente.
Entretanto, chegámos à nossa paragem. Saímos e percebi no momento que aquele sítio era muito diferente dos bairros mais “europeus” da cidade; as pes-soas eram mais pobres, muitos homens tentavam vender coisas, aproximando-se e tocando-nos nos cabelos, e outros observa-vam os turistas, na busca de carteiras re-quintadas.
Apanhámos um outro metro à superfície (onde parecíamos sardinhas em latas, com muito suor suspeito entre nós…) e enfim, chegámos ao Grande Bazar.
Para nossa surpresa, fomos apa-nhados numa manifestação.
Procurámos entrar no Bazar o mais depressa possível, de forma a não sermos engolidos pela multidão.
Foi só ao entrar que me apercebi da esplêndida persuasão dos vendedores turcos. Para além disso, por todo o lado havia candeeiros coloridos, pulseiras bri-lhantes, ourivesaria em ouro e em prata, tapeçaria de luxo, doces tradicionais... era um outro mundo.
Decidimos então procurar uma loja de confiança para comprar as famosas delícias turcas. No decorrer do passeio, demos com uma que apresentava uns doci-nhos com um bom aspeto original. Como sempre, uma pessoa mal desviava o olhar, já os vendedores se posicionavam à nossa frente, argumentando, sorrindo, pergun-tando de onde éramos, que língua faláva-mos, o que nos encantava mais em Istambul e, claro, chegava sempre, mais cedo ou mais tarde, o "Senhoras tão bonitas e elegantes devem saber que estes doces/colares/candeeiros são os de melhor qualidade", sempre com um honesto sorri-so na cara.
Acontece que de facto o senhor dessa loja demonstrou ser um bom ora-dor; refutava bem contra-argumentos, colocava as perguntas corretas e, apesar de tudo, não parecia ser enganador. Se bem que ter a companhia de dois cida-dãos turcos, como a Zeynep e o seu pai, nos facilitou sempre a vida.
Perguntou se éramos Portugue-sas. Para nossa surpresa, também ele falava Português. E, enquanto nos fazia um desconto nos preços e punha umas 150g a mais em cada caixa de doces (os turcos sim, sabem vender), explicava como falava Português, Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano e Francês. Aparentemen-te era Licenciado em Ciências Políticas. Outros colegas seus gozavam do mesmo tipo de fluência, embora nem sempre nas mesmas línguas (ouvia-se japonês, árabe e russo), e também eles tinham Mestra-dos em diferentes áreas do Conhecimen-to.
Caminhando um pouco mais, com os doces que provámos a encher a barriga, sentimos o aroma a café, a cane-la, a especiarias desconhecidas e a tecidos ao encontrarmos o Bazar Egípcio. Tal como no Grande Bazar, a disposição das coisas chamava a atenção e os vendedo-res colocavam toda a sua alma e coração nas vendas.
Depois desta viagem no tempo e no comércio, retornámos à rua Taksim pelo metro mais antigo da Turquia (muito bem conservado e magnífico).
Nessa viagem estávamos ainda a saborear o gelado tradicional que havía-mos comprado, e com o qual o emprega-do tinha brincado connosco.
Voltámos a casa, sempre com conversas interessantes com a minha amiga turca, e repousámos no sofá, con-tanto histórias e rindo das mesmas.
No dia seguinte o cansaço caiu sobre as portuguesas, de modo a que tirámos o dia para dormir e descansar.
Clara João Sousa, 12º A
Em setembro deste ano tive uma oportunidade única de visitar Istambul, uma cidade que foi, desde há sécu-los, uma capital do comércio e do conhecimento. Uma via-gem no qual imergi com a amiga e colega portuguesa, Inês Ferreira.
Muito nos maravi-lhou na cidade. Não sei se foi mais o que nos surpreendeu pela positiva, pela negativa, ou se simplesmente nos tirou o fôlego ao longo do intercâm-bio.
A colega e amiga turca que nos hospedou cha-ma-se Zeynep. Ela vive num bairro bastante calmo da co-lossal metrópole, do lado eu-ropeu de Istambul, estuda na escola Istek, que também se situa no lado europeu. Para lá chegarmos, contudo, era ne-cessário apanhar o metro e caminhar durante algum tem-po.
Talvez seja mais fácil descrever um dos dias lá pas-sados, de forma a mostrar-lhes mais rigorosamente um pouco da Turquia.
Tendo chegado o primeiro sábado da nossa estadia na casa da colega tur-ca, Zeynep, tivemos a excelen-te oportunidade de repousar um pouco mais sobre as ca-mas, sem olhar para o relógio (uma atividade que, nos dias de escola, terá sido deveras desejada).
Depois de comer-mos, encontrámo-nos as três com o pai da Zeynep, que nos guiaria pelo Grande Bazar, sempre com o seu andar fre-nético e despachado, pelos bazares.
Apanhámos o metro, e a viagem foi um tanto longa; contudo, passámos sobre o Bósforo (o colossalmente belo rio que atravessa a metrópole turca), algo notavelmente magnífico. Lá, os metros têm muito melhores condições.
Ao longo da viagem recordei o que no dia anterior
Página 6 Ano I Número 2
“A minha escola é um museu – Um viagem pela Arte Moderna”
A atividade “A minha escola é um
museu” foi realizada pela primeira vez
no ano letivo 2014/2015, pelo Depar-
tamento de Línguas e pelo Departa-
mento de Expressões. Dado o sucesso
da atividade, e tendo sido atingidos os
objetivos da mesma, considerámos pro-
mover uma nova experiência pelo mun-
do da arte, e em específico pela Arte
Moderna.
Entre 11 e 18 de maio.
Página 7 Ano I Número 2
“Todo lo que puedes “Todo lo que puedes “Todo lo que puedes
imaginar es real”imaginar es real”imaginar es real”
Pablo PicassoPablo PicassoPablo Picasso
Participam nesta edição:
Arlindo Pereira (Fotografia), Ramiro Sousa, Cosmin Iuga, Clara Sousa, Maria João Reis., Maria João Gomes,
Hugo Lopes , Camélia Rás e Pedro Rodrigues.
CONTACTOS
SÁNDOR MESTER (MS3)
Guitarrista e produtor húngaro
http://www.sandormester.com/
Fundamentalmente, uma escola virada para o futuro. Uma escola positiva.
djoaoii.eu5.org/
Diretor
Ramiro Sousa
Avaliação Interna
2016
Ana Duarte
Arlindo Pereira
Carlos Ferreira
José Costa
#2
Maio 16
CONCERTO no AUDITÓRIO Rua Dr. Luís Teixeira Macedo e
Castro Setúbal
2914-510 Setúbal
Portugal
265 708 500 (telefone)
265 708 505 (fax)
aie@djoaoii.com