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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
1
NOS TRILHOS DOS PINHAIS: O SIGNIFICADO HISTÓRICO DA ESTRADA DE
FERRO PARA OS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA
ESTADUAL DO PARANÁ
1Claudinéya Aparecida Mendes
2Orientador: Ms. Anderson Prado
RESUMO
A produção deste Artigo é resultado do conjunto de todas as atividades realizado pelo Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE/2009, integrante de uma política de formação continuada e de valorização dos professores da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná em parceria com o Ensino Superior, com o objetivo de trazer melhorias para Educação Básica, foi desenvolvido na disciplina de História durante o ano de 2009/2010, O significado histórico da estrada de ferro para os alunos do ensino fundamental de uma escola estadual do Paraná, os estudos foram realizados com alunos de 8ª séries do ensino fundamental da Escola Estadual Luarlindo dos Reis Borges, traz uma abordagem cultural proposta nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, utilizando uma linha de pesquisa investigativa dentro da Educação Histórica e tem como objetivo possibilitar aos docentes e aos educandos o conhecimento da história através da pesquisa investigativa, por meio de narrativas. A escolha por esta abordagem de conteúdos históricos foi a possibilidade de aprendizagem dentro do ensino de história, que busca romper com a metodologia centrada apenas nos livros didáticos como, fonte de informação e reflexão. O que se pretende com este estudo foi buscar novas formas de ensino e aprendizagem dentro do Ensino Básico, usando outras fontes como forma de investigação, e superar a idéia de que o conhecimento é algo pronto e acabado.
Palavra-chave: conhecimentos prévios, narrativas, consciência histórica, estrada de
ferro.
1 Formada em História pela FAFIT-Tupã-SP, Pós-graduada em Metodologia do Ensino e O Ensino de história no século XX
pela FECILCAM-Campo Mourão – PR, Professora lotada na Escola Estadual Luarlindo dos Reis Borges, em Pinhais – PR. 2 Graduado em História pela Unicentro – PR, Mestre em História Social e Política pela UPF – RS, professor do Departamento
de História da UNESPAR (Universidade Estadual do Paraná) – campus Fafipar – Paranaguá.
2
INTRODUÇÃO
O período histórico compreendido entre 1880 a 1885, da construção a
inauguração da estrada de ferro entre Curitiba e Paranaguá, que corta o município
de Pinhais, onde está localizada a escola, Luarlindo dos Reis Borges e considerando
as idéias prévias que os alunos já possuíam e instigando-os a pensar historicamente
de maneira crítica e reflexiva e considerando que todos somos seres humanos em
construção, sujeitos às mudanças e a novos desafios. Escolheu-se o tema da
história local, neste caso, a historia da estrada de ferro que fica a poucos metros da
escola onde esses alunos estudam e o barulho do trem que faz parte do cotidiano
deles. Esta estrada tem uma história de progresso ou de problema?
A construção da estrada de ferro no Paraná se deu devido à urgência em
transportar os produtos do meio rural para a capital e para os portos de onde seriam
levados para outros lugares distantes. As condições de progresso, o aumento do
volume da produção de mercadorias e a necessidades de transportá-las, com
rapidez para os mercados consumidores, fizeram com que alguns empresários
brasileiros dessem apoio à construção de estrada de ferro nessa região. Quando se
fala em estrada de ferro, logo se pensa no barulho e transtorno na área urbana das
cidades, mas também se pode pensar no progresso que estas construções trazem
para os municípios em desenvolvimento. Um exemplo foi a cidade de Pinhais, uma
região alagadiça, com vários mananciais, onde a construção da estrada de ferro foi
muito difícil. Porém, trouxe para essa região à modernidade. Famílias se
estabeleceram ao seu redor, comércios foram criados, para atender uma nova
demanda, pessoas vieram para trabalhar na construção, e assim a cidade se
desenvolveu e aumentou sua população. Neste contexto, criou-se o
questionamento: Qual o significado histórico da estrada de ferro, que corta a cidade
de Pinhais, o que apresenta para vida cotidiana e escolar dos alunos da escola
Luarlindo dos Reis Borges? Para o desenvolvimento deste estudo utilizou-se várias
fontes históricas, com o intuito de formar o pensamento histórico a partir das idéias
prévias construídas por meio da categorização das narrativas históricas produzidas
por eles.
O objetivo deste trabalho foi construir uma produção didático-pedagógica
que viesse a desenvolver um trabalho sobre a construção da estrada de ferro com
3
uma abordagem diferenciada dos livros. Ao apresentar o tema utilizou-se uma linha
de pesquisa investigativa, dentro da Educação Histórica, por meio de narrativas e,
assim, não transformar os alunos em historiadores, mas ensiná-los a pensar
historicamente. Segundo Maria Auxiliadora Schimidt (2009), “ninguém precisa
aprender historia só para conhecer o passado, todos precisam aprender para
conhecer e agir no próprio mundo onde vive”. Este estudo também traz uma
abordagem, que não tem a pretensão de dar conta da totalidade das discussões
aqui apresentadas e, sim abrir para a possibilidade de reflexões e aprofundamento
das questões do tema proposto. A organização está pautada em pressupostos
teóricos metodológicos que buscam contribuir com o ensino aprendizagem, fazendo
uma articulação com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná (2008). As DCE-PR deixam claro que o ensino de história tem como principal
objetivo formar o pensamento histórico a partir da produção do conhecimento,
partindo do principio de que há várias explicações e interpretações para o mesmo
fato.
A metodologia adotada no desenvolvimento deste estudo consistiu em uma
pesquisa qualitativa, na forma de estudo de caso, tendo como técnicas a utilização
de mapas conceituais, embasados em uma teoria construtivista, encontrada também
nas Diretrizes Curriculares do Paraná (2008), em que prioriza a construção do
conhecimento e significados. Para realizar esta construção, e a categorização das
narrativas históricas produzidas pelos alunos, por meio dos princípios teóricos
metodológicos da Educação Histórica que tem como ponto de vista privilegiado a
cognição histórica situada. Para que o sujeito seja investigado sobre o conhecimento
prévio, que remete ao passado deve-se levar em consideração o conhecimento que
ele traz para a escola, o que ele recebeu de informação da família, dos meios da
comunicação e comunidade em que vivem. Desta forma, explorar a leitura de outras
fontes de forma crítica, reflexiva e investigativa, estimular a criatividade e a vontade
de saber, favorecer, deste modo, a compreensão dos conteúdos de forma
espontânea e natural.
(...) A Narrativa histórica rememora o passado sempre com respeito à experiência do tempo presente e, por essa relação com o presente, articula-se diretamente com as expectativas de futuro que se formulam a partir das intenções e das diretrizes do agir humano. (RÜSEN, 2001, p.64).
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A escolha por esta abordagem foi a possibilidade de aprendizagem dentro
do ensino de história, que busca romper com a metodologia centrada apenas nos
livros didáticos como, fonte de informação e reflexão no processo ensino-
aprendizagem, buscar novas formas de ensino e aprendizagem dentro do Ensino
Básico, usar outras fontes como forma de investigação, e superar a idéia de que o
conhecimento é algo pronto e acabado.
Nos últimos anos do século XX, a educação passou por mudanças intensas,
seja no campo dos avanços tecnológicos, ou na busca de metodologias que venham
atender as novas concepções educacionais que se apresentam e, que buscam no
educador novas abordagens de ensino, com intuito de desenvolver o interesse e
participação dos educandos para uma aprendizagem mais efetiva.
Atualmente, várias entidades de ensino vêm se desenvolvendo trabalhos na
área denominada Educação Histórica, dentre elas destacam-se: a UFPR
(Universidade Federal do Paraná), sob a liderança da professora Maria Auxiliadora
Schmidt, no Laboratório de Pesquisa em Educação Histórica (LAPEDUH); a
Universidade de Estadual de Londrina, em Londrina, liderado pela professora
Marlene Cainelli, e em países como: Inglaterra, Canadá, Portugal e Espanha. Essa
opção investigativa revela a preocupação destes pesquisadores com a busca de
respostas sobre a construção do pensamento histórico e a formação da consciência
histórica de crianças e jovens e tendo como principal foco das investigações a
aprendizagem da história.
A Educação Histórica é uma linha de pesquisa que tem como objetivo a
investigação das relações de ensino e aprendizagem, que segundo Rüsen (1993,
p.52), aprendizagem histórica é “a consciência humana relacionada ao tempo,
analisando o tempo para ser significativo, adquirindo a competência de dar sentido
(significado) ao tempo e desenvolver esta competência”. Para ele, esta
aprendizagem que constitui a consciência histórica fica em evidência quando os
sujeitos narram à história, construindo formas coerentes de comunicação de suas
identidades históricas. (SCHMIDT, p.33).
Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008) está
explícito que as verdades prontas e definitivas não têm lugar, porque o trabalho
pedagógico na disciplina deve dialogar com várias vertentes tanto quanto recusar o
ensino de História marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia. (Diretrizes
Curriculares da Educação Básica do Paraná. p. 45).
5
Nos países onde estão sendo desenvolvidas as pesquisas, Portugal, Espanha
e inclusive no Brasil, a investigação qualitativa tem mostrado que a maioria dos
alunos do ensino básico ainda não tem clara a questão de que a História não está
pronta, de que o passado não está “aí fora”, acabado e fechado; que a história se
produz, como qualquer outro conhecimento, através da busca intelectual. Muitos
historiadores, e também muitos professores acreditam que é muito difícil para as
crianças e jovens aprendizes entender ‘como se escreve a história’. (SCHIMIDT,
2009, p.8). Schmidt e seu grupo de pesquisa da UFPR têm feito estudos e pesquisa
que tem contribuído para a fundamentação do significado de aprender a ler e
aprender a escrever Historia.
Segundo Schmidt, ninguém precisa aprender história só para conhecer o
passado. Todos precisam aprender para conhecer e agir no próprio mundo onde
vivem. Pensando nisso é que o tema foi escolhido para estudo neste trabalho, por se
tratar de um tema que está presente no dia a dia do aluno. Ao fazer uso da utilização
da investigação prévia do seu conhecimento, através da narrativa histórica, tendo
como pressuposto a cognição histórica, leva em consideração os conhecimentos
que as crianças, jovens e adultos trazem para a escola, fruto das relações
estabelecidas com a família, comunidade e meios de comunicação.
A finalidade da História é a busca da superação das carências humanas fundamentadas por meio de um conhecimento constituído por interpretações históricas. Estas interpretações são compostas por teorias que diagnosticam as necessidades dos sujeitos e propõem ações no presente e projetos de futuro. Já a finalidade do ensino de história é a formação de um pensamento histórico a partir da produção do conhecimento. Esse conhecimento é provisório, configurado pela consciência histórica dos sujeitos (DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008, p. 47).
Nesses estudos a História não se limita apenas em uma única explicação ou
narrativa do passado, mas em possuir uma natureza multiperspectivada, entender
que existe um objetivo na história, ela precisa ser conhecida e interpretada, tendo
como base as evidências do passado.
O Historiador Alemão Jörn Rüsen(2001), propõe uma matriz disciplinar da
História para que se compreenda a organização do pensamento histórico dos
sujeitos onde o professor, ao entender como se dá esta organização do pensamento
6
histórico, possa encaminhar as aulas de uma forma que o aprendizado seja
significativo para os estudantes. Ele propõe alguns elementos que devem ser
observados na constituição do pensamento, Rüsen (2001, p.30-36) e também
citados nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica:
A observação de que as necessidades dos sujeitos na sua vida cotidiana em sua prática social estão ligadas com a orientação no tempo. Essas necessidades fazem com que os sujeitos busquem no passado respostas para questões do presente. Portanto, fica claro que os sujeitos fazem relação passado/presente o tempo todo em sua vida cotidiana; As teorias utilizadas pelo historiador instituem uma racionalidade para a relação passado/presente que os sujeitos já trazem na sua vida prática cotidiana. Essas teorias acabam estabelecendo critérios de sentido para essa prática social. Esses critérios de sentidos são chamados de idéias históricas; Os métodos e técnicas de investigação do historiador produzem fundamentações especificas relativas às pesquisas ligadas ao modo como as idéias históricas são concebidas a partir de critérios de verificação, classificação e confrontação cientifica dos documentos; As finalidades de orientação da prática social dos sujeitos retomam as interpretações das necessidades de orientação no tempo, a partir de teorias e métodos historiográficos apresentados; Essas finalidades se expressam e realizam sob a forma de narrativas históricas. (2008, p. 46).
Diante desta matriz disciplinar proposta por Rüsen, e proposto nas DCE-PR
(2008), “a História tem como objeto de estudo os processos históricos relativos às
ações e relações humanas praticadas no tempo, bem como a respectiva significação
atribuída pelos sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações” (2008.p.46). As
relações humanas produzidas por essas ações são as formas de agir, pensar, sentir,
representar, imaginar, instituir e de se relacionar social, cultural e politicamente.
No ensino aprendizagem, através da investigação prévia do conhecimento do
aluno, poderá ensinar a aprender a ler, questionar e interpretar os documentos e
construir as próprias explicações da relação do passado com o presente, sob esta
perspectiva Schmidt diz que:
Aprender história significa contar a História, isto é, significa narrar o passado a partir da vida presente. O principal objetivo é elaborar uma orientação relacionada com a construção de identidade de cada um e, também, organizar a própria atuação nas lutas e ações do presente, individual e coletivamente. (SCHMIDT, 2009, p.37).
7
A aprendizagem histórica é multiperspectivada e baseadas na idéia de
interpretação histórica cujo objetivo é fazer com que os alunos estabeleçam relações
cada vez mais complexas com as idéias históricas e possam se ver como produtores
do conhecimento, no sentido possível de recriação das relações entre a historia do
presente e do passado, sobre isso Rüsen diz o seguinte:
A consciência histórica se constitui mediante a operação genética e elementar da vida prática, do narrar, com o qual os homens orientam seu agir e sofrer no tempo. Mediante a narrativa histórica são formuladas representações de continuidade da evolução temporal dos homens e seu mundo, instituidoras de identidade, por meio da memória, e inseridas, como determinação de sentidos, no quadro de orientação da vida prática humana. (RÜSEN, 2001, p.67).
A finalidade do ensino de história segundo Schimdt, é a formação da
consciência histórica. O ensino deve ter como objetivo a formação de uma
consciência histórica que possa superar as formas tradicionais e exemplares que é
responsável pela consolidação de narrativas baseadas em organizações lineares do
tempo e aquela visão de que a História é a mestra da vida, e procura evitar a
formação de uma consciência crítica pautada em narrativas que rompem com
qualquer possibilidade de rever o passado. O objetivo na verdade, é uma
consciência crítico-genética, onde apresente uma relação presente/passado
fundamentada em narrativas mais complexas, que se tenha uma orientação
temporal para a vida presente, baseados em princípios de liberdade e
fundamentados voltados para a cidadania.
A formação da consciência histórica considera que tanto o professor como o
aluno faz parte de um grupo e de contexto histórico-social. Que o passado, um dia,
já foi presente e futuro de alguém. Vivemos em uma sociedade, que num
determinado momento alguém tomou decisões para que ela fosse como é hoje. Isso
é relevante pelo fato de que, as decisões que tomarmos hoje, seja individual ou
coletiva, também criarão um determinado futuro para nossos descendentes. E, a
respeito disso, temos compromissos em relação à moral e à ética. Apesar de não
podermos modificar o passado, ao interpretá-lo e narrá-lo à luz de nossas lutas
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individuais e coletivas, pode-se levantar questões sobre o presente e pensar o futuro
a partir dos princípios da liberdade, democracia e cidadania. Segundo Barca:
Para os jovens darem sentidos genuínos ao passado, e entende-lo numa relação com as suas próprias vidas, não basta aprenderem a reproduzir uma dada narrativa substantiva, com as suas descrições e explicações ”completas” sobre os temas estipulados pelos conteúdos curriculares. (BARCA, 2009, p.60).
Para os jovens darem sentidos as suas narrativas é preciso que aprendam a
fazer narrativas históricas intersubjetivas que formem um quadro de idéias válidas
voltadas sobre o passado e, desenvolvam idéias cada vez mais elaboradas sobre a
história. Um equipamento intelectual para uma ação mais sustentada e criativa. A
história que tem relação com passado/presente.
A metodologia adotada neste trabalho consistiu-se em uma pesquisa
qualitativa na forma de estudo de caso, tendo como técnica inicial a utilização de
mapas conceituais, embasados em uma teoria construtivista.
Para construção de tal trabalho foi elaborado um material didático com
instrumentos de investigação, que dessa forma se constituiu; em um primeiro
momento no levantamento das idéias prévias sobre o tema investigado com a
aplicação do mapa conceitual ou “chuva” de idéias. Em seguida, os alunos
produziram uma narrativa relatando o que sabiam sobre o tema proposto. Após a
categorização e análise das idéias prévias e, numa terceira etapa, foi perguntado
aos alunos, qual a importância da estrada de ferro que passa na frente da escola, na
sua vida cotidiana? Com a finalidade de obter o resultado dos conhecimentos já
existentes e planejar o conteúdo a ser estudado com vista a possibilitar a progressão
do conhecimento histórico dos alunos.
Na aplicação do material didático pedagógico em sala de aula, utilizou-se
textos históricos como: o surgimento e construção da estrada de ferro no mundo,
bem como, textos com histórico sobre a estrada de ferro entre Curitiba a Paranaguá,
utilizou-se de fragmentos de textos encontrados no livro Nos Trilhos dos Tempo
(Aarão de Paula Xavier,2000), que conta a história do Município de Pinhais
relacionado a construção da estrada de ferro, como atividade no material didático
pedagógico, utilizou-se de uma música da Banda Blindagem “Lá vai o trem”, que foi
composta especialmente para a comemoração dos cem anos da construção da
estrada de ferro entre Curitiba a Paranaguá, e uma poesia de um autor de Minas
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Gerais(Hélio dos Santos Pessoa Junior,2008). Este relata o saudosismo do trem
noturno do rio doce e, após estas atividades, foi solicitado aos alunos que
respondessem novamente a pergunta, qual a importância da estrada de ferro que
passa na frente da escola, na sua vida cotidiana? Cuja finalidade foi verificar no
ensino aprendizagem, os avanços positivos ou negativos com as atividades
desenvolvidas.
Para implementação do projeto de intervenção pedagógico, houve uma
articulação de ações na escola estadual Luarlindo dos Reis Borges-EF, envolvendo
a Direção, a Equipe Pedagógica, e Equipe Técnica Administrativo. Através de uma
reunião com apresentação sobre o que é o Programa Desenvolvimento Educacional
(PDE), e o projeto para aplicação na escola.
Foi desenvolvido pela Secretaria da Educação, o grupo de trabalho em rede
– GTR, tendo a participação de professores da rede pública e desenvolvido a
distância, sob a tutoria do professor PDE, os componentes do grupo, realizam
atividades referente ao tema proposto, dividido em módulos, que, tiveram seu
espaço para contribuições e sugestões durante o processo de implementação da
proposta, como a aplicação em suas respectivas escolas.
Foi proposto também pela Secretaria da Educação, a criação de grupos de
apoio durante o período de intervenção pedagógica, de forma presencial, sob a
docência do professor PDE, com o objetivo de discutir as bases teórico-
metodológicas que orientaram o projeto de intervenção pedagógica na escola. Assim
como, analisar, a partir dos dados diagnosticados, a pertinência e adequação das
atividades propostas auxiliando no acompanhamento, desenvolvimento e
programação das atividades e, realizar avaliações das atividades ao longo do
processo de implementação do Projeto, além de apresentar sugestões para
incorporação no artigo.
O presente artigo consistiu em um estudo de caso, desenvolvido com alunos
de 8ª série, o qual denominaremos para efeito deste estudo turma A e B, da escola
estadual Luarlindo dos Reis Borges, localizado no município de Pinhais, região
metropolitana de Curitiba, a escolha destas turmas se deu por conta do programa
curricular do estabelecimento de ensino, que em seu plano de aula, um dos temas
proposto para estudos, está a Revolução Industrial, tema sugestivo para estudo de
caso da construção da estrada de ferro, sem prejuízo algum para o aluno e
professor.
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Iniciou-se a implementação deste trabalho com um mapa conceitual, que é
uma proposta de trabalho, que está originalmente baseado na teoria da
aprendizagem significativa de David Ausubel(1980), desenvolvida pelo pesquisador
norte americano Joseph Novak nos anos 70. O qual define esta teoria como uma
ferramenta para organizar e representar o conhecimento. A aprendizagem pode ser
significativa quando uma nova informação adquire significado para o aprendiz
através de uma espécie de ancoragem, com aspectos relevantes da estrutura
cognitiva preexistente do indivíduo. Na aprendizagem significativa, há uma interação
entre o novo e o já existente, na qual ambos se modificam. À medida que o
conhecimento prévio serve de base para a atribuição de significados à nova
informação, ele também se modifica. A estrutura cognitiva está constantemente se
reestruturando durante a aprendizagem significativa e assim o conhecimento é
construído.
Segundo a teoria de David Ausubel (1980), os seguintes aspectos são
relevantes para a aprendizagem significativa:
• As entradas para a aprendizagem são importantes, (refere-se ao inicio da
aplicação da teoria e que deve ser muito bem elaborada, por ter muita
relevância na aprendizagem);
• Materiais de aprendizagem deverão ser bem organizados;
• Novas ideias e conceitos devem ser “potencialmente significativos” para o
aluno;
• Fixando novos conceitos nas já existentes estruturas cognitivas do aluno fará
com que os novos conceitos sejam relembrados.
A opção pelo uso de mapas conceituais na avaliação dos processos de
aprendizagem é a de avaliar o estudante em relação o que ele já sabe, a partir de
conceitos que ele consegue criar, e de que forma ele consegue estruturar,
hierarquizar, diferenciar, relacionar, discriminar e integrar os conceitos que ele traz
do seu mundo. O uso de mapas conceituais não significa que o aluno apresente
formas correta de certo conteúdo, mas se ele mostra evidências de que consegue
buscar no passado uma relação com o presente, ou se aprende significativamente o
conteúdo. A análise de mapas conceituais é essencialmente qualitativa.
Estes mapas são importantes porque dá um significado à aprendizagem do
aluno, que pode ser transformado o conhecimento sistematizado em conteúdo para
o planejamento curricular, estabelecendo ligações do novo conhecimento com os
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conceitos relevantes que ele já possui. A abordagem descrita dos mapas conceituais
embasa-se em uma teoria construtivista. Segundo David Ausubel (1980), os mapas
conceituais podem ser utilizados como estratégias de estudo, de apresentação de
itens curriculares, instrumentos para a avaliação escolar e pesquisas educacionais.
Um dos instrumentos de investigação elaborado para diagnosticar os
conhecimentos prévios dos alunos das 8ª séries do período da manhã foi o mapa
conceitual, solicitando para que eles preenchessem os espaços em branco com
palavras que lembrassem a estrada de ferro.
A seguir apresentamos os resultados utilizados na pesquisa investigativa, da
turma 8ª “A”, foram três etapas descritas abaixo:
1 - Preencha os espaços em branco no gráfico a seguir com palavras referente à Estrada de
Ferro:
Figura 1: Mapa conceitual
Nesta primeira fase foi feito a categorização do Mapa Conceitual aplicado
em sala de aula, dividido em seis categorias partindo das palavras que mais
apareceram: Trem – Transporte - Efeitos Ambientais e Sociais – História -
Turismo - Produtos de Exportação e Importação.
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1 - TREM
Figura 2 : Categoria/trem/ turma A Fonte: Mendes/2009
2 – TRANSPORTE
Figura 3: Categoria/transporte/turma A Fonte: Mendes/2009
3 - EFEITOS AMBIENTAIS E SOCIAIS
Figura 4 : Categoria/efeitos ambientais e sociais/turma A
Fonte: Mendes/2009
0
5
10
15
20
25
30tremestaçãomaquinistatrilhovagãoferroviasinalizaçãopassageirobuzinaserra do marlocomotivamontanhamaria fumaça
0
2
4
6
8
10
12transporte
acidente
m etrô
pessoas
ve locidade
bicicle ta
anim ais
0
1
2
3
4
5
6
7
8poluição
madeira
baru lho
árvore
meio am biente
fumaça
perig o
morte
problemas socia is
imigração
paisag em
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4 - HISTÓRIA
Figura 5 : Categoria/história/turma A Fonte: Mendes/2009
5 - TURISMO
Figura 6 : Categoria/turismo/turma A Fonte: Mendes/2009
6 - PRODUTOS EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO
Figura 7 : Categoria/produtos exportação/importação/turma A
Fonte: Mendes/2009
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4Inglaterra
Revolução Industrial
Evolução técnica
História
Paranaguá
Pinhais
Máquina vapor
Museu
Trabalhador
Economia
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Turismo
Passeio
Viagem
Musica
Cultura
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
Soja
Exportação
Carvão
Importação
Trigo
Comercio
Milho
carga
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Terminada esta primeira fase, foi solicitado aos alunos que, utilizando as
palavras que eles citaram no mapa conceitual ou “chuva de idéias”, fizessem uma
narrativa. A escolha do tema foi livre. Os resultados destas narrativas estão em
forma de gráfico conforme a categoria descrita nos textos apresentados por eles.
As categorias foram:
• 1- Referência ao transporte
• 2- identificação histórico/temporal
• 3- Relação Passado/Presente
• 4-Identificação Positivo/Progresso
• 5- Identificação Negativa/Problema
• 6- Identificação Memória Afetiva
• 7- Identificação Efeitos Ambientais e Sociais
1 - Referência do Transporte
Figura 8 : Referencia do transporte/turma A Fonte: Mendes/2009
Nesta fase de categorização das idéias através das narrativas, dezenove
alunos fizeram referência ao transporte de mercadorias, dez se referiram ao
transporte como transporte turístico, cinco referiram o transporte de mercadoria para
exportação e cinco mencionaram outro tipo de transporte como ônibus, caminhão e
carro. Aqui se faz pertinente ao estudo relatar algumas citações, escrito pelos
alunos, a identidade deles será preservada, apresentando apenas as iniciais.
“Trem é um meio de transporte para as fábricas para transportar ex: soja,milho etc., serve também como meio de transporte para passeios...” Aluno: L.V. “Uma viagem gusta barato dependendo do lugar onde você vá mas viajar de trem e a pior coisa que tem que ele anda muito devagar...”. Aluna: J.B
0
2
4
6
8
1 0
1 2
1 4
1 6
1 8
2 0
m e rc a d o ria s
tu r is m o
m e rc a d o ria /e x p o rta ç ã o
o u tro s tra n s p o rte s
15
“A estrada de ferro é muito importante para o transporte de exportação de algum produto.” Aluna: N.S.
2 - Identificação Histórico/temporal
Figura 9: Identificação histórico/temporal/turma A Fonte: Mendes/2009
Na Identificação Histórico/temporal, quatro alunos citaram a Inglaterra como
início do transporte ferroviário, um aluno citou a Revolução Industrial como meio
para o início do trem; dois citaram a Maria Fumaça, três citaram os séculos XVIII,XIX
e XX referindo a Revolução Industrial, abaixo estão algumas citações:
“O trem tem trilhos, maquinista e ele passa por montanhas e a ponte e outras coisas com a máquina a vapor, tem a Maria Fumaça e a Inglaterra foi onde começou a grande estrada de ferro”. Aluna: C.F.
“A Revolução Industrial foi muito marcante nos séculos XVIII, e XIX e XX, no qual o único meio de transporte era o trem...” Aluna: P.C. O.J. “Criado na Inglaterra no século XVIII, o trem é um veículo de transporte de passageiros e carga”. Aluno:D.S.B.P.
3 - Relação Passado/Presente
Figura 10: Relação passado/presente/turma A
Fonte: Mendes/2009
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
Inglaterra
séc. XVIII-XIX-XX
Maria Fumaça
Revoluç ão Industrial
0
0,20,40,6
0,81
1,2
1,41,61,8
2 Maria fumaça
Serra do Mar
passado/memória
modernização
cons.estrada de ferro
16
Na categoria: relação passado/presente, dois alunos citaram a Maria
Fumaça, dois citaram a Serra do Mar, um refere ao passado/memória, um cita
modernização, um fala da construção das estradas de ferro, um cita produção e
velocidade como rapidez na entrega de mercadorias. A seguir algumas citações dos
alunos:
“As vezes fico pensando como o homem conseguiu fazer a Maria Fumaça que naquela época lá no século XIX, era algo tão inovador”. Aluna: T.C.M.R.
“O trem foi grande acontecimento para a humanidade foi a 1ª fase da Revolução Industrial conhecido na época como máquina a vapor,... Hoje em dia o trem representa perigo para quem passa perto dos trilhos muitos acidentes acontecem...” Aluna: A.G.S. “As vezes eu fico pensando, quanto tempo os homens demoraram para construir o trilho do trem”. Aluno: W.A.C.
4 - Referência Positiva/Progresso
Figura 11: Referência positiva/progresso/turma A Fonte: Mendes/2009
Nas Narrativas apresentadas, dez alunos referiram-se ao turismo de forma
positiva. Quatro citaram viagem e passeio, dois mencionaram a sinalização como
sinal de progresso positivo. Uma aluna faz a seguinte citação:
5 - Identificação Negativa/Problema
Figura 12: Identificação negativa/problema/turma A Fonte: Mendes/2009
0
12
3
4
5
6
78
9
10
turismo
viagem
passeio
sinalização
0
5
10
15
20
25 acidentes
morte
problema/Pinhais
barulho/irritante
17
Na identificação Negativa/Problema, vinte e um alunos citaram em sua
narrativa os acidentes ocorridos em Pinhais, dois alunos referiram a mortes
ocorridas devido aos constantes acidentes de trens e carros, dois alunos citaram o
barulho como irritante, um aluno citou que o trem é um problema para Pinhais.
“E o principal causador de acidente é o descuido, a presa, a confiança do motorista, o maquinista do trem até buzina, mas o acidente é inevitável...” Aluno:B.R.
“Mas varias vezes o motorista do trem não tem culpa,porque o trem, tem uma busina alta e também é bem grande, é difícil alguém não enxergar...” Aluna: A.C.S
“Alguns motoristas são abusados e não esperam o trem passar e tentam passar antes e acabam se dando mal por que o trem não para na hora, por ele ser muito grande e ter muitos vagões...” Aluno: A.R.M.S.
6 - Identificação Memória Afetiva
Figura 13: Identificação memória afetiva/Turma A Fonte: Mendes/2009
Ao se falar em memória afetiva, cinco alunos narraram histórias de outras
pessoas, e somente dois alunos narraram outros tipos de histórias.
“Num dia belo de sol uma jovem garota que estava num trem quando derrepente caiu uma chuva quando ela estava chegando de viagem de trem e...” Aluno L.A.S.
7 - Identificação de Efeitos Ambientais e Sociais
Figura 14: Identificação efeitos ambientais e sociais/Turma A
Fonte: Mendes/2009
00,5
11,5
22,5
3
3,54
4,55
história /pessoas
his tórias variadas
0
2
4
6
8 poluição/sonora/buzina/barulho
fumaça
natureza/paisagem
18
Na identificação de efeitos ambientais e sociais, oito alunos citaram como
poluição sonora a Buzina e o barulho, dois citaram a fumaça como poluição
ambiental, dois comentaram da natureza e da paisagem em geral.
“Quando ele vai chegando, com o barulho da busina, todos ficam sabendo... e além de poluir o ambiente...” Aluna B.K.R “A estrada férrea esta boa mais por um motivo não, a poluição, o barulho,isso incomoda tanto os passageiros, quanto as pessoas que tem que passar por isso todos os dias...” Aluna: M.G.
Qual a importância da Estrada de Ferro que passa na frente da escola, em sua
vida cotidiana?
Figura 15: Pergunta Histórica/Turma A Fonte: Mendes/2009
Na turma da 8ª série “A”, participaram desta pesquisa Trinta e quatro alunos,
e de uma forma geral todos elaboram suas respostas de acordo com o que foi
solicitado.
“É importante por que trás alimentos mais rápido...” Aluna: N. B. S.
14 alunos não tem importancia
40%
05 alunos importante p/turismo
14%
10 alunos transporte de mercadorias
29%
06 alunos transporte de passageiros
17%
14 alunos não temimportancia
05 alunos importantep/turismo
10 alunos transporte demercadorias
06 alunos transporte depassageiros
19
“É importante para exportar os produto daqui para as outras cidades. E para o transporte de turistas”. Aluna: P.C.A.J
“Acho que não tem importância nenhuma só tem barulho”. Aluno: N.R.
A seguir apresentamos os resultados da investigação feita na 8ª série “B”.
Foram utilizadas as mesmas técnicas e materiais aplicados na turma descrita
anteriormente.
1 - Preencha os espaços em branco no gráfico a seguir com palavras referente à Estrada de
Ferro:
Figura 16 Mapa conceitual
Nesta primeira fase foi feito a categorização do Mapa Conceitual aplicado
em sala de aula, dividido em seis categorias partindo das palavras que mais
apareceram: Trem – Transporte - Efeitos Ambientais e Sociais – História –
Turismo - Produtos de Exportação e Importação:
1 -TREM
Figura 17 Categoria trem/turma B Fonte: Mendes/2009
0
5
10
15
20
25
30
35 trembuzinaferrobarulhotrilhosmaquinistavagãoferroviamaquinadormenteapitomontanhaliturina
20
2 - TRANSPORTE
Figura 18 Categoria transporte/turma B Fonte: Mendes/2009
3 - EFEITOS AMBIENTAIS E SOCIAIS
Figura 19 Categoria efeitos ambientais e sociais/turma B Fonte: Mendes/2009
4 - HISTÓRIA
Figura 20:categoria história/turma B Fonte: Mendes/2009
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 Acidente
pessoas
transpor te
all
car ro
ponte
passageiro
rua
sinal
0
2
4
6
8
10
12viagem
serra
passeio
paranaguá
cultura
aventura
morretes
pedra
pico
projeto
00,5
1
1,5
22,5
3
3,54
4,5
5rodas
trabalho
histór ia
aula
revolução
tempo
Itá lia
Agricultura
construção
capitalismo
desenvolviment o
21
5 – TURISMO
Figura 21: Categoria turismo/turma B Fonte: Mendes/2009
6 - PRODUTOS EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO
Figura 22: Categoria produtos exportação/importação/turma B Fonte: Mendes/2009
Concluída esta primeira fase, foi solicitado aos alunos que, utilizando as
palavras citadas no mapa conceitual ou “chuva de idéias”, fizessem uma narrativa,
com liberdade para escrever, desde que fosse relacionado ao tema proposto. Assim,
os resultados destas narrativas, depois de categorizados, estão expostos abaixo, em
forma de gráfico, e em seguida algumas frases citadas e descritas por eles e, nos
textos apresentados.
As categorias são:
• 1- Referência ao transporte
• 2- identificação histórico/temporal
• 3- Relação Passado/Presente
0
2
4
6
8
10
12viagem
serra
passeio
paranaguá
cultura
aventura
morretes
pedra
pico
projeto
praia
turismo
curitiba
fotos
0
0,51
1,52
2,53
3,5
44,5
5Soja
carga
mercadoria
produto
toneladas
carvão
exportação
importação
22
• 4-Identificação Positivo/Progresso
• 5- Identificação Negativa/Problema
• 6- Identificação Memória Afetiva
• 7- Identificação Efeitos Ambientais e Sociais
1- Referência do Transporte
Figura 23: Referência do transporte/turma B Fonte: Mendes/2009
Quatorze alunos se referiram ao transporte como meio relacionado ao
turismo, onze citaram o transporte ferroviário e seis citaram ao mesmo tempo,
transporte como turismo e transporte de cargas.
“O trem é um meio de transporte muito utilizado, surgiu a muito tempo, antes mesmo que os carros” Aluna A.S.de O. “Geralmente o trem carrega, soja, milho trigo, enfim muitas mercadorias em seus vagões” Aluna: A.C. de L.
2 - Identificação Histórico/temporal
Figura 24: Identificação histórico temporal/turma B Fonte: Mendes/2009
0
2
4
6
8
10
12
14
16
ferrov iar io
turismo
turismo e transporte carga
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4trabalho
história
evol.capitalismo
Revolução Industrial
fábr ica
obra cultural
tempo
séc.XX I
tecnologia
23
Na Identificação Histórico/temporal, quatro alunos citaram o Trabalho, três
alunos citaram história, dois citaram evolução capitalista, um apenas citou
Revolução Industrial, fábrica, obra cultural, tempo, século XXI e tecnologia. A seguir
algumas citações:
“Um dia o trem foi a maior tecnologia mas que hoje as pessoas não dão muito valor a ele, vagões pichados trilhos cheios de coisa...” Aluno: D.A.de O
“Ele também ajudou (contribuiu) com o sistema capitalista,pois foi através dele que a maioria dos países tornaram-se o seu sistema capitalismo”.Aluna K.K.de S.
“Mas agora já estamos evoluídos, no século XXI, já existe vários outros trens mais modernos...” Aluno G.B.C.
3- Relação Passado/Presente
Figura 25: Relação passado/presente/turma B
Fonte: Mendes/2009
Na categoria: Relação Passado/presente, quatro alunos citaram a Maria
Fumaça, dois citaram a Serra do Mar, um refere-se ao passado/memória,
modernização, construção das estradas de ferro, velocidade rapidez na entrega de
mercadorias.
“Homens trabalhando para construí-la, diminuição do horário nas entregas de cargas”. Aluno W.A.C.
“As vezes eu fico pensando, quanto tempo os homens demoraram para construir o trilho do trem”. Aluno W.A.C. “Pensando que um dia os trilho por onde aquele trem esta passando já passou muita história também, tristezas e alegrias”. Aluno D.A. de O.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4 Maria fumaça
Serra do Mar
Memória
Modernização
construção
velocidade
24
4 - Referência Positiva/Progresso
Figura 26: Referencia positivo/progresso/turma B Fonte: Mendes/2009
Nas Narrativas apresentadas, onze alunos se referiram à viagem e passeios
de uma forma positiva, dois citaram sinalização e desenvolvimento econômico, e
um aluno mencionou o barateamento de transporte de carga e outro citou cultura
como sinal de progresso positivo. Uma aluna faz a seguinte citação:
“O trem percorre esse caminho passando pela Serra do Mar, fazendo barulho, e fazendo o transporte de pessoas, ajudando a economia e o desenvolvimento paranaense”. Aluna K.K.
5 - Identificação Negativa/Problema
Figura 27: Identificação negativa/problema/turma B Fonte: Mendes/2009
Na identificação Negativa/Problema, vinte e alunos citaram em sua narrativa
os acidentes ocorridos em Pinhais, quatro alunos se referiram às mortes, dois alunos
citaram o barulho como irritante e o trem como perigo e problema, um aluno citou
que o trem é um incômodo.
“Quando aconteceu houve muito tumulto, as pessoas queriam ver os bombeiros salvando os passageiros que haviam feridos, os moradores da redondeza, não era trem de turismo, era um trem com carregamento de soja não sei se estava carregado mais era muito cumprido”. Aluno: B.G.S.
0
2
4
6
8
10
12v iag em
p asseio s
b arat eament e t r ansp o r t e/ carg a
s inalização
cult ura
d esenvo lv iment o / eco nô mico
0
5
10
15
20 acidentes
morte
trem/perigo/problema
barulho/irritante
barulho/atrapalha/aula
trem/incomodo
25
“Quando ele está erto de um cruzamento ele Busina para que os carros saibam que ele está perto,mas as vezes isto não adianta porque o trem bosina e os carros continuam passando e acaba em acidente...”.Aluno: V. N. dos S. “De repente de madrugada você está no seu maravilhoso sono e lá vem ele fazendo aquele barulhão... Com passageiro ou com mercadorias o motorista só está fazendo seu devido trabalho...” Aluna: E.N. “Os pedestres estão ciente do perigo que o trem favorece, mas se eles observassem e conseguisem prestar a atenção no barulho irritante que ele faz, quando está chegando em um cruzamento, não haveria acidentes envolvendo o trem”. Aluna K.K.de S. “Quando olhamos pra trás vimos que tinha um carro preso na linha do trem”. Aluno: A.A.da S.
6 - Identificação Memória Afetiva
Figura 28: Identificação memória afetiva/turma B Fonte: Mendes/2009
Na identificação da memória afetiva, onze alunos narraram histórias de
outras pessoas, quatro citaram algumas brincadeiras na estrada de ferro e somente
um aluno narrou outros tipos de histórias.
“Também tinham o costume de brincar na ferrovia o que é muito perigoso, outra mania era de atacar as próprias pedra que sustentavam as ferrovias...” Aluno E.B. de S.
“Ela tem uma paixão por trem, apesar que no lugar onde ela mora não ter trem ela sabia algumas coisas sobre trem pois fazia sua mãe contar histórias de trem para ela...” Aluna: A. C. V.
7 - Identificação de Efeitos Ambientais e Sociais
Figura 29: Identificação efeitos ambientais e sociais/turma B
Fonte: Mendes/2009
0
5
10
15história/pessoas
brincadeiras
histórias/variadas
0
2
4
6
8
1 0
1 2
1 4 p o lu iç ã o /s o n o ra /b u z ina /b a ru lh o
fu m a ç a
n a tu r e z a /p a is a g e m
26
Na identificação de efeitos ambientais e sociais, treze alunos citaram como
poluição sonora a buzina e o barulho, cinco citaram a fumaça como poluição
ambiental, dois comentaram da natureza e da paisagem em geral.
“No trem todos estávamos encantados com a beleza da paisagem...” Aluna P.M. da S. K.
“A buzina serve para avisar as pessoas que o trem de ferro está passando assim se evita muitos acidentes”. Aluna: A.S.M.
“Poucas pessoas sabem o que é andar de trem, ver a natureza devagar...” Aluna: S.F.
“O passageiro do trem admirava o trânsito e sentiam trilhos embaixo do seus pés, aquele barulho maravilho e olhando árvores lindas...” Aluno G.H.
Terceira e ultima etapa proposta aos alunos desta turma:
Qual a importância da Estrada de Ferro que passa na frente da escola, em sua
vida cotidiana?
Figura 30: Pergunta Histórica/Turma B
Fonte: Mendes/2009
03 importante atrapalha aulas matemática
10%
02 importante preservar/cultura
5%
01 importante/sonho/viage
m5%
01 não tem importância nenhuma
5%
12 importante transporte/mercadorias
45%
09 importante,barulho/atra
palha15%
03 importante turismo15%
12 importante transporte/mercadorias
09 importante,barulho/atrapalha
03 importante turismo
03 importante atrapalha aulasmatemática
02 importante preservar/cultura
01 importante/sonho/viagem
01 não tem importância nenhuma
27
Doze alunos informaram que é importante para o transporte de mercadorias,
mas para ele não tem importância nenhuma. Três alunos informaram que é
importante para o turismo, mas para ele não, porque não utiliza o trem. Um aluno
relacionou a importância do trem com o sonho de viajar de trem. Três mencionaram
que tem importância porque atrapalha as aulas de matemática. Um mencionou que
não tem importância porque só causa acidentes. Dois citaram que é importante para
preservar a cultura e nove alunos mencionaram que tem importância, mas o barulho
atrapalha as aulas.
“Eu acho que a importância da Estrada de Ferro é para transportar os produtos mais rápidos. E também os trens de turismo é muito legal porque passamos por pontos bunito pela serra do mar. A estrada de ferro é importante para o turismo e as cargas que economiza tempo e poluição...” Aluno: D.M.(8ªB) “A importância da estrada de ferro na minha vida é que as vezes atrapalha as aulas de matemática isso faz que ganhamos mais tempo para descansar e fugir das lições por alguns minutos...” Aluna: A.A.V. (8ªB) “Além de ser um jeito divertido de turismo, é importante pois sem ela seriamos restringidos de muitas coisas. Sem ela não poderia ser carregado tanta carga e as vezes nos precisamos de algo que ele transporta, pela cultura que pessoas, nunca viram acham a coisa mais linda pois em suas cidades não passa trem e isso acaba sendo importante não só para mim como para pessoas que não vêem.” Aluna: A.B.C.S. (8ªB) “Tem duas importâncias uma o trem pasa para levar alimento petróleo soja para fazer olio e para fazer turismo até Paranaguá”. Aluno:T.W.M. (8ªB).
Concluiu-se dos instrumentos de investigação utilizados na pesquisa, que os
alunos de 8ª série da escola estadual Luarlindo dos Reis Borges – EF, não
possuíam nenhum conhecimento histórico da construção da estrada de ferro que
passa em frente a sua escola, apenas haviam ouvido alguém falar, pelos pais,
pessoas da comunidade, através da mídia e por parte de alguns professores,
quando trabalhavam o tema Revolução Industrial. O barulho e a buzina já não os
incomodam, porque já se acostumaram. Quando questionados sobre a importância
da estrada de ferro em sua vida cotidiana, a grande maioria respondeu que não tem
importância nenhuma e acreditam que é um incômodo para a cidade. Pois, atrapalha
o trânsito, citam que acontecem muitos acidentes e causam grande número de
mortes. A travessia, a espera e a falta de sinalização sãos pontos negativos. Para
finalizar a implementação da proposta em sala de aula, foi utilizado novamente a
pergunta: Qual a importância da Estrada de Ferro que passa na frente da escola, em
28
sua vida cotidiana? O resultado está exposto abaixo através de gráfico, das turmas
A e B.
A figura abaixo refere-se à pesquisa feita na turma A.
Qual a importância da Estrada de Ferro que passa na frente da escola, em sua vida cotidiana?
10 alunos não em importancia nenhuma
28%
02 alunos importante turismo
6%
10 alunos importante transporte/mercadorias
28%
03 alunos importante transporte/passageiros
9%
10 alunos importante p/ história
29%
10 alunos não em importancianenhuma
02 alunos importante turismo
10 alunos importantetransporte/mercadorias
03 alunos importantetransporte/passageiros
10 alunos importante p/ história
Figura 31: Pergunta Histórica/Turma A Fonte: Mendes/2009
Dos trinta e quatro alunos pesquisados, dez acreditam que a estrada de
ferro é importante somente para a história, não para sua vida. Dez citaram que é
importante para o transporte de mercadorias. Dez continuam acreditando que a
história da estrada de ferro não tem importância nenhuma em suas vidas e três
29
comentaram que a importância da estrada de ferro está no transporte de
passageiros e apenas dois acham que é importante para o turismo.
“É importante por que carrega o transporte de mercadorias para todo o paraná, e passa por Pinhais...” Aluna: N.B. S “É importante para a história por que fala de Pinhais, e de outras cidades também, mas assim Pinhais fica famosa... e também é importante para o turismo.” Aluna: P.C.A.J. “Acho que pra mim não tem nenhuma importância, mas deve ter pra alguém, talvez quem sabe pra quem construiu ou pra cidade sei la...” Aluno: N.R.
A seguir apresentamos os resultados da investigação feita na turma B.
Qual a importância da Estrada de Ferro que passa na frente da escola, em sua vida cotidiana?
10 alunos importante mercadorias
29%
03 alunos imortante p/ turismo
9%
02 alunos importante p/ viagem
6%
14 alunos importante p/ história
39%
02 aluno importante p/ vida cotidiana
6%
04 alunos história/cidade
11%
10 alunos importantemercadorias
03 alunos imortante p/ turismo
02 alunos importante p/ viagem
14 alunos importante p/ história
02 aluno importante p/ vidacotidiana
04 alunos história/cidade
Figura 32: Pergunta Histórica/Turma B Fonte: Mendes/2009
30
Nesta turma foi aplicado o material investigativo para 35 alunos, quatorze
alunos acham que é importante para a história, para dez deles a estrada de ferro é
importante para transporte de mercadorias. Quatro alunos acham que a estrada de
ferro é importante para a cidade de Pinhais, três comentaram que é importante para
o turismo e dois citaram que é importante para viagens e somente dois alunos
comentaram que é importante para sua vida cotidiana porque suas famílias sempre
moraram próximas da estrada de ferro.
“Eu acredito que na história deve ser importante falar da linha de ferro, por que ela transporta mercadorias, faz turismo e viajar é bem legal, é muito lento, mas é bom,ver a natureza e a serra do mar...” Aluna: D.M. “A importância da estrada de ferro na minha vida é que minha família sempre morou perto, e o barulho já não atrapalha mais, já acostumamos, ver o trem passar com os turista, e ver tambem a cargas sendo levada...” Aluna A.,A.V “Eu acho que depois que a professora do projeto deu um monte de atividade pra gente, eu entendi que a estrada de ferro tem lá as suas importâncias, na verdade leva mercadorias e tambem turista pra Paranaguá...” Aluna A.B.C.S. “Para o turismo é muito importante, para a história da cidade acho que também é importante, mas não é bom para o transporte de carros pequenos, por que causa muitos acidentes e acho que deveria tirar a estrada de ferro do lugar onde ta...” Aluno A.A. M. “O trem de ferro tem várias importâncias, pra mim nenhuma, mas pra outras pessoas como a professora acho que deve ter bastante, pro transporte de mercadorias também é importante porque chega mais rápido lá embaixo em Paranaguá...” Aluno J.P.M.
A análise dos resultados vem corroborar com alguns princípios inerentes à
aprendizagem histórica, identificados em diversos estudos já realizados na
perspectiva da Educação Histórica. Tais como relacionar as idéias tácitas dos alunos
trazidas consigo a conceitos históricos; interpretar fontes históricas através da
escrita de narrativas, esta tem sido alguns dos objetivos da Educação Histórica.
Segundo Rüsen, “os conceitos são históricos, não porque reportam ao
passado, mas porque se articulam com a relação que existe entre a lembrança do
passado e a expectativa do futuro”.
31
Considerações finais
Constatou-se que os jovens estudantes desta escola não davam muita
importância à história da estrada de ferro que passa em frente a sua escola, não por
ela não ser importante, mas porque não tinham conhecimento da história sobre ela,
sabiam o que ouviam de outras pessoas, em nenhum momento haviam sido
incentivados a conhecerem, pois o que sabiam sobre o tema “trem de ferro” era o
que encontravam no livro didático. Neste caso não tinham nenhuma informação
sobre a construção da estrada de ferro de Curitiba a Paranaguá, nem tão pouco
sobre a história de Pinhais, apenas algum conteúdo dissociado, quando se falava
em trem de ferro e relacionavam-no, em sua maioria com acidentes e os problemas
enfrentados pelos motoristas e pedestres em horários de pico, para fazerem a
travessia.
Verifica-se que alguns alunos, no inicio desta experiência, haviam mostrado
desinteresse, inclusive narrando que a estrada de ferro não tinha nenhuma
importância para a vida cotidiana deles. Porém, com o desenvolvimento do projeto,
passaram a se envolver mais. Isto ocorreu, principalmente, no momento em que
começou a aplicação das atividades, houve uma maior empolgação quando
conheceram a música “Lá vai o Trem” da Banda Blindagem, feita exclusivamente
para a comemoração dos cem anos da estrada de ferro Curitiba/Paranaguá. Depois
com a poesia, Lembrança do Trem Noturno Rio Doce, para descobrirem qual era a
relação dela com a história da estrada de ferro do Paraná. É bem verdade que os
estudantes são intensamente assediados pelo o universo midiático e que a apatia
que caracteriza o ensino tradicional é um dos fatores que faz os alunos se
mostrarem desinteressados. Então, trazer novas abordagens e recursos para o
ambiente escolar é uma alternativa para modificar o ensino tradicional, ainda
desenvolvido nas escolas. Enfatiza-se a importância de realmente fazer uma prévia
sobre os conhecimentos que os alunos trazem consigo e aproveitá-los para a
inserção de novos conhecimentos contextualizados com a realidade em que vivem e
que resultam em aulas mais dinâmicas e diferentes.
32
REFERÊNCIAS
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33
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