Post on 17-Apr-2015
Dengue no Estado da Bahia na primeira década do século XXI
Maria Aparecida Araújo Figueiredo
DENGUEDENGUE
Vírus RNA. Gênero Flavivírus. Família Flaviviridae.
Existem quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Todos os vírus podem causar doença grave e óbito.
Teorias das formas graves: infecção secundária (Halstead); virulência do sorotipo (Rosen);
Outros estudos: Comorbidades (Figueiredo et al., 2010)
Vetor: o mosquito do gênero Aedes aegypti
Hospedeiro: o humano é fonte de infecção
Modo de transmissão: picada do mosquito
Período de incubação: 3 a 15 dias
Transmissão da doença
Macro fatores determinantes da transmissão da DengueMacro fatores determinantes da transmissão da Dengue
Crescimento populacional sem precedentesUrbanização sem planejamentoAumento da pobrezaOrdenamento ambiental inadequadoMovimento populacional: turismo e migraçãoMudanças climáticas
* Fonte: OPAS, 2009
Criadouros do Criadouros do Aedes aegyptiAedes aegypti predominantes na Bahia - predominantes na Bahia - 2008 e 20092008 e 2009
OBJETIVO GERAL
Analisar o padrão de ocorrência da Dengue no Estado da Bahia - com a circulação dos três sorotipos da doença (DENV1, DENV2 e DENV3) - na primeira década do século XXI.
OBJETIVOS ESPECÍFICOSDescrever a tendência dos coeficientes de incidência e mortalidade da Dengue, por faixa etária e região de ocorrência;
Identificar o grupo etário de maior risco para a Dengue segundo a forma clínica da doença;
Identificar a região geográfica de maior risco para a morbimortalidade do dengue.
Figura 1. Coeficiente de incidência de casos notificados de Dengue. Estado da Bahia, 1996 a 2010
DENV2DENV1 DENV3 DENV 1/2/3
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABDados sujeitos a alterações
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
1
10
100
1000
coef./100.000 hab.
Casos Coeficiente 2 por. Méd. Móv. (Coeficiente)
Casos 61.435 42.969 21.177 7.966 11.071 34.926 87.23748.626 6.697 26.90710.095 15.036 50.966123.10450.546
Coeficiente 502,0 338,1 164,8 61,3 84,3 263,0 654,7 361,8 49,4 194,7 72,3 106,7 361,8 841 345,3
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Figura 2. Dengue segundo semana epidemiológica e ano dos Figura 2. Dengue segundo semana epidemiológica e ano dos primeiros sintomas. Bahia, 2002 a 2010.primeiros sintomas. Bahia, 2002 a 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABDados sujeitos a alterações
1
10
100
1.000
10.000
100.000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Figura 3. Coeficiente de incidência dos casos notificados de Figura 3. Coeficiente de incidência dos casos notificados de dengue, segundo a forma clínica. Estado da Bahia, 2000 a 2010*.dengue, segundo a forma clínica. Estado da Bahia, 2000 a 2010*.
10
Ano
580,49
0
100
200
300
400
500
600
700
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
0
2
4
6
8
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12
14
FD DCC FHD/SCD
11
Figura 4. Proporção de casos de dengue, segundo sexo e forma Figura 4. Proporção de casos de dengue, segundo sexo e forma clínica. Estado da Bahia, 2000 a 2010*.clínica. Estado da Bahia, 2000 a 2010*.
12
Tabela 1. Coeficiente de Incidência e Risco Relativo dos casos notificados de dengue, segundo a forma clínica, faixa etária e ano de ocorrência. Estado da Bahia, 2000 a 2009.
1- Por 100.000 habitantes.
FD DCC FHD/SCD
Ano Faixa etária (anos)
Coeficiente de Incidência¹
Risco Relativo Coeficiente de Incidência¹
Risco Relativo Coeficiente de Incidência¹
Risco Relativo
2000 < 15 32,90 0,58 0,00 - 0,04 2,00
≥ 15 56,17 - 0,00 - 0,02 -
2001 < 15 77,44 0,42 0,00 - 0,11 0,78
≥ 15 184,08 - 0,00 - 0,14 -
2002 < 15 158,87 0,44 0,00 0,00 0,44 0,63
≥ 15 353,15 - 0,03 - 0,69 -
2003 < 15 82,44 0,38 0,18 0,38 0,16 0,29
≥ 15 216,12 - 0,47 - 0,54 -
2004 < 15 8,10 0,38 0,09 1,00 0,04 0,44
≥ 15 20,79 - 0,09 - 0,09 -
2005 < 15 39,38 0,39 0,06 0,25 0,13 0,65
≥ 15 98,53 - 0,24 - 0,20 -
2006 < 15 17,20 0,42 0,15 0,83 0,08 0,80
≥ 15 40,47 - 0,18 - 0,10 -
2007 < 15 39,36 0,53 0,22 0,64 0,15 0,75
≥ 15 73,81 - 0,34 - 0,20 -
2008 < 15 208,67 0,79 2,82 1,70 1,49 2,52
≥ 15 261,48 - 1,65 - 0,59 -
2009 < 15 694,59 1,10 22,67 2,55 8,05 3,12
≥ 15 628,69 - 8,89 - 2,58 -
13
Figura 5. Coeficiente de Incidência* dos casos notificados de Febre do Dengue, segundo Figura 5. Coeficiente de Incidência* dos casos notificados de Febre do Dengue, segundo a macrorregião. Estado da Bahia, 2000 a 2010**. a macrorregião. Estado da Bahia, 2000 a 2010**. *Por 100.000 habitantes. ** Até o primeiro semestre de 2010.
Centro - Norte
14
Figura 6. Coeficiente de Incidência* dos casos notificados de Dengue com Figura 6. Coeficiente de Incidência* dos casos notificados de Dengue com Complicação, segundo a macrorregião. Estado da Bahia, 2000 a 2010**. Complicação, segundo a macrorregião. Estado da Bahia, 2000 a 2010**. *Por 100.000 habitantes. ** Até o primeiro semestre de 2010.
Sul
15
Figura 7. Coeficiente de Incidência* dos casos notificados Febre Hemorrágica Figura 7. Coeficiente de Incidência* dos casos notificados Febre Hemorrágica do Dengue e Síndrome do Choque do Dengue, segundo a macrorregião. Estado do Dengue e Síndrome do Choque do Dengue, segundo a macrorregião. Estado da Bahia, 2000 a 2010**. da Bahia, 2000 a 2010**. *Por 100.000 habitantes. ** Até o primeiro semestre de 2010.
Sul
16
Figura 8. Evolução dos casos notificados do Dengue, segundo a forma Figura 8. Evolução dos casos notificados do Dengue, segundo a forma clínica. Estado da Bahia, 2000 ao primeiro semestre de 2010.clínica. Estado da Bahia, 2000 ao primeiro semestre de 2010.
17
Tabela 2. Número de óbitos, Coeficiente de Mortalidade, Risco Relativo e Letalidade dos casos notificados de Dengue, segundo a faixa etária e ano de ocorrência. Estado da Bahia, 2000 a 2009.
1- Por 100.000 habitantes.2- Percentual.
Ano Faixa etária (anos)
Nº de Óbitos Coeficiente de Mortalidade¹ Risco Relativo Letalidade²
2000 < 15 0 0,00 0,00 0,00
≥ 15 1 0,01 - 0,03
2001 < 15 0 0,00 0,00 0,00
≥ 15 20 0,22 - 0,24
2002 < 15 4 0,09 0,34 0,11
≥ 15 24 0,26 - 0,13
2003 < 15 2 0,04 0,19 0,05
≥ 15 20 0,21 - 0,10
2004 < 15 0 0,00 0,00 0,00
≥ 15 2 0,02 - 0,09
2005 < 15 2 0,04 0,33 0,11
≥ 15 12 0,12 - 0,12
2006 < 15 0 0,00 0,00 0,00
≥ 15 7 0,07 - 0,18
2007 < 15 0 0,00 0,00 0,00
≥ 15 4 0,03 - 0,08
2008 < 15 8 0,19 2,71 0,16
≥ 15 8 0,07 - 0,04
2009 < 15 34 0,83 2,24 0,18
≥ 15 40 0,37 - 0,09
Figura 9. Mapa da circulação viral dos sorotipos da Dengue por município. Figura 9. Mapa da circulação viral dos sorotipos da Dengue por município. Bahia, 2010*.Bahia, 2010*.
Fonte: LACEN/ SESABDados sujeitos a alterações*Dados parciais até outubro
Figura 10. Número de isolamentos do vírus da dengue, segundo Figura 10. Número de isolamentos do vírus da dengue, segundo o sorotipo. Estado da Bahia, 2010.o sorotipo. Estado da Bahia, 2010.
Figura 11. Diagrama de controle do coeficiente de incidência de Figura 11. Diagrama de controle do coeficiente de incidência de Dengue. Bahia, 2010.Dengue. Bahia, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengueDados sujeitos a alterações
Diagrama de Controle dos 10 municípios selecionados para a mobilização social para prevenção e controle da Dengue
Figura 12. Diagrama de controle da incidência da Dengue.Figura 12. Diagrama de controle da incidência da Dengue. Feira de Santana, 2010. Feira de Santana, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengueDados sujeitos a alterações
Figura 13. Diagrama de controle da incidência da Dengue. Figura 13. Diagrama de controle da incidência da Dengue. Guanambi, 2010.Guanambi, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengueDados sujeitos a alterações
Figura 14. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Figura 14. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Ilhéus, 2010.Ilhéus, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengueDados sujeitos a alterações
Figura 15. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Figura 15. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Irecê, 2010.Irecê, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengueDados sujeitos a alterações
Figura 16. Diagrama de controle da incidência de Dengue.Figura 16. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Itabuna, 2010. Itabuna, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengueDados sujeitos a alterações
Figura 17. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Figura 17. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Jequié, 2010.Jequié, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengueDados sujeitos a alterações.
Figura 18. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Figura 18. Diagrama de controle da incidência de Dengue. Porto Seguro, 2010.Porto Seguro, 2010.
Fonte: SINAN/DIVEP/ DIS/ SESABwww.saude.ba.gov.br/entomologiabahia/dengue
Figura 19. Distribuição dos casos notificados de Dengue Grave, Figura 19. Distribuição dos casos notificados de Dengue Grave, por faixa etária. Bahia, 2010*. por faixa etária. Bahia, 2010*.
Fonte: Divep – Dados planilha paralela.
*Até o primeiro semestre de 2010.
0
50
100
150
200
Fonte: DIVEP/SESAB* Dados da planilha paralela, sujeitos a alterações
Figura 20. Número de óbitos por Dengue. Bahia, 2009 e 2010*Figura 20. Número de óbitos por Dengue. Bahia, 2009 e 2010*
2009 2010
67
17
55
conf irmados descartados penden/inconc
321110
conf irmados descartados penden/inconc
DiscussãoDiscussão
• Os principais resultados deste estudo Os principais resultados deste estudo evidenciaram que, na primeira década evidenciaram que, na primeira década do Século XXI, as maiores epidemias no do Século XXI, as maiores epidemias no Estado da Bahia ocorreram nos anos Estado da Bahia ocorreram nos anos 2002 e 2009.2002 e 2009.
DiscussãoDiscussão
2000 a 2008: maiores de 15 anos protagonizaram 2000 a 2008: maiores de 15 anos protagonizaram os mais elevados coeficientes de incidência e os mais elevados coeficientes de incidência e mortalidade. mortalidade.
2008 e 2009: as crianças passaram a ser o grupo 2008 e 2009: as crianças passaram a ser o grupo de maior risco, provavelmente causado pelo de maior risco, provavelmente causado pelo recrudescimento do sorotipo DENV2 para o qual recrudescimento do sorotipo DENV2 para o qual uma significativa parcela dos adultos já era uma significativa parcela dos adultos já era imune, situação não contemplada entre as imune, situação não contemplada entre as crianças nascidas a partir do ano 2000, as quais crianças nascidas a partir do ano 2000, as quais tiveram pouco contato com o DENV2 e DENV1. tiveram pouco contato com o DENV2 e DENV1.
DiscussãoDiscussão2010 2010
• Aumento expressivo das formas graves;
• Faixa etária mais atingida – menores de 15 anos;
• Prolongamento do período de maior ocorrência;
A partir de 2010 - o que pode acontecer?A partir de 2010 - o que pode acontecer?
• Circulação viral intensa (3 sorotipos + altos IIP), com aumento expressivo do DENV 1;
• Recente introdução do sorotipo DENV4 no Estado de Roraima.
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISOs macro fatores estão atuando com muito mais força sobre a transmissão da Dengue;
Sua dimensão esbarra nos LIMITES dos órgãos de saúde;
A área da saúde não é a ÚNICA responsável pela prevenção e controle da doença;
Para limitar os danos da magnitude da transmissão, são necessários esforços de TODOS: setor público, privado e sociedade civil - coresponsáveis.
Vigilância epidemiológica
Controle Vetorial
Atenção ao paciente
Vigilância Laboratorial
Estratégia de gestão integrada
Regulação do Acesso
Mobilização Social
ATITUDE
O MELHOR REMÉDIO CONTRA A DENGUE
Movimento Bahia unida contra Dengue
Obrigado!