Descolonização afro-asiática

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Descolonização afro-asiática

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DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA

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DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA

HISTÓRIA E PERCEPÇÃO DAS FRONTEIRAS NA ÁFRICANOS SÉCULOS XIX E XX:

OS PROBLEMAS DA INTEGRAÇÃO AFRICANA

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A África é o continente mais fragmentado no plano geopolítico e também o mais cosmopolita no plano da diversidade de sua

população

Nesse contexto, como tão bem colocou Joseph Ki-Zerbo, a questão da integração está mais do que nunca no coração do problema, ou

seja, “do mal africano”.

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A integração deve ser apreendida numa dimensão tripla:

– a dimensão histórico-cultural no plano vertical

– a dimensão espacial e econômica no plano horizontal

– a dimensão social ou orgânica.

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Os elementos desse quadro tridimensional não são separados nem divididos. Eles se apresentam na forma de um sistema integrado,

sem se esquecer o contexto abrangente do sistema mundial.

O tema história e percepção das fronteiras nos remete à elucidação do papel da dimensão espacial e econômica na busca dessa

integração regional no nível do continente.

O sonho não realizado da unidade africana infelizmente se choca com o peso de um espaço explodido a que remonta a história, no

essencial, no século XIX, ocasião da divisão colonial que moldou a configuração das fronteiras dos Estados atuais.

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As crises atuais mostram que a população vive mal no interior das fronteiras dos Estados-Nações e colocam com agudeza a gestão desse legado colonial que fixou fronteiras tanto artificiais como arbitrárias.

As crises tanto afetam os Grandes Estados como Congo, Angola, Nigéria, como os pequenos Estados como Ruanda, Burundi, Serra Leoa, Senegal ou Guiné Bissau.

Paradoxalmente, essas crises refletem sobretudo os conflitos internos, que têm repercussões no plano externo, e indiretamente recolocam o problema da redefinição das fronteiras ou, pelo menos, de um novo espaço territorial, econômico e cultural suscetível de consolidar a paz e a segurança dos povos. Isso em muito ultrapassa o problema das fronteiras, cuja história deve ser substituída a longo prazo, se se quer apreender os desafios atuais da integração regional e da unidade do Continente.

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OS LEGADOS DO PASSADO

A configuração atual das fronteiras dos Estados africanos foi moldada praticamente no final do século XIX. A conquista colonial

subjugou pela força o conjunto do continente, com exceção da Etiópia e da Libéria, à dominação da Europa.

A divisão do continente pôs fim, na maior parte dos casos, a um processo interno de reestruturação do espaço por forças sociais e

políticas relacionadas com a história do continente no longo prazo.

As fronteiras são, portanto, resultado de uma longa história, que deve ser levada em consideração para além do acidente da divisão colonial para se compreender as lógicas internas de fragmentação

e unificação desse continente.

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• 1900: cerca de 56,6% da Ásia e 90,4% da África estavam sob controle do colonialismo europeu

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•Os objetivos atuais da

reconfiguracao africana

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Diante dos limites concretos de um desenvolvimento separado, os Estados sentiram a necessidade de se reagruparem em escala sub-regional, regional ou continental, para intensificar as trocas intra-africanas e realizar investimentos de interesse comum.

Assiste-se desde então à multiplicidade das organizações sub-regionais como a OMVS, a OMVG, o CILSS, a CEAO e a CEDEAO, etc., para ficar somente no contexto da África Ocidental, sem contar as múltiplas organizações à escala da OUA e do sistema das Nações Unidas.

A vocação econômica dessas organizações revela antes de tudo a preocupação dos Estados de resolver os problemas de desenvolvimento, mas acima de tudo a vontade manifesta de fugir do debate político da unidade.

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Os Estados, preocupados em primeiro lugar com consolidar poderes hegemônicos no interior, não estão dispostos a ceder uma parcela sequer de sua soberania nacional, materializada nas fronteiras artificiais, herdadas da divisão colonial. É esse paradoxo que explica o fracasso da maior parte dos projetos de integração regional.

Com efeito, a configuração atual das fronteiras é um handicap para toda política verdadeira de desenvolvimento integrado dos Estados, que voltam as costas uns aos outros.

Na África Ocidental se assiste a diversos casos que atestam a inadequação das fronteiras com relação às exigências do desenvolvimento integrado.

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O papel das fronteiras na

reconfiguracao

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As fronteiras com certeza têm sua importância, mas não têm nada a ver com essa outra visão que consistiria de ignorá-las ou simplesmente apagá-las para melhor assegurar a reintegração do continente.

A África é o continente mais fragmentado no plano político e econômico e está por conseguinte vulnerável a todas as formas de crise, das quais as atuais manifestações são apenas o prelúdio de uma implosão dos Estados, cujas populações encontram-se pouco à vontade no interior das fronteiras atuais.

O único caminho para sair do impasse atual é corrigir o mais cedo possível os desequilíbrios internos criados pela construção unilateral do Estado-Nação centralizado, que ignorou a existência das nacionalidades diferentes no seio dos novos Estados.

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A integração regional, mas também uma rigorosa política de descentralização, constituem, com a redefinição da cidadania na

África, a alternativa ao impasse criado pelos Estados-Nações, herdeiros da divisão colonial.

Como redefinir um Estado multi-étnico ou multinacional que ultrapassaria as fronteiras atuais é a principal questão da África no

século XXI.

Pois tratar-se-á, em lugar de modificar as fronteiras, de suprimi-las, seja pela unificação de um certo número de Estados, seja pela

outorga a todos os africanos da dupla nacionalidade, a do local de nascimento e a do local de residência, favorecendo a livre circulação

de homens e bens.

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Enquanto se espera a unidade política entre dois ou diversos Estados, a outorga da dupla nacionalidade constitui um paliativo, para assegurar o movimento das populações e corrigir o caráter

constrangedor das fronteiras.

É certo que em vez de integrar Ruanda e Burundi aos Estados vizinhos mais vastos, Congo, Uganda, Quênia ou Tanzânia, é preciso abrir as fronteiras para permitir à população excedente dos Planaltos que se espalhe.

Ou melhor, é preciso lhe dar a dupla nacionalidade e criar um espaço mais autônomo, centrado nos grandes lagos, em relação ao leste e oeste do continente. Abundam na África espaços livres, inexplorados devido à fragmentação do continente e sobretudo à ausência de infra-estruturas de comunicação, que tornam as fronteiras ainda mais absurdas.

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Moçambique sozinho, fecha a porta do oceano a todos os Estados da África austral e mesmo central, pois Lubumbashi está mais próximo

do oceano Índico que do Atlântico.

Pode-se multiplicar os exemplos desses desequilíbrios criados pela configuração atual das fronteiras, tanto na África central como na

ocidental.

A solução final reside na unificação de certos Estados e implementação de política de descentralização, para assegurar maior autonomia e maior homogeneidade cultural a entidades geográficas

mais viáveis no plano econômico.

A revolução cultural sem a qual não há progresso tem esse preço e está ligada à promoção das línguas nacionais.

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Essas línguas, condenadas a vegetar sob pretexto da unidade nacional, são prisioneiras da estreiteza das fronteiras e da idéia redutora do Estado-Nação. Por isso, o Nigeriano é incapaz de

desenvolver línguas como o haussa, o iorubá ou o ibo, cujo número de falantes ultrapassa vinte milhões.

O pretexto que se dá é o número excessivo de línguas, mesmo se certas línguas minoritárias em um país são faladas além das fronteiras por milhões de pessoas.

Assim, o mandinga e o peul constituem línguas de comunicação que cobrem o conjunto dos países da África Ocidental. Aí também, como no caso da dupla nacionalidade, trata-se de cultivar a prática cotidiana dos povos, bilingüe ou trilingüe, excetuando-se as elites dos Estados-Nações, que falam inglês, português ou francês, e adquiriram seus privilégios no contexto do sistema colonial.

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O Inicio da Descolonizacao

Historico

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• Causas:– O declínio de potências européias:

Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial– A ascensão do nacionalismo asiático e africano

Influência da Carta da ONU – direito a autodeterminação dos povos.

Pan-Africanismo (Jomo Queniata) e Pan-Arabismo (Gamal Abdel Nasser).

– Guerra Fria – desejo dos EUA e URSS de ampliar sua influência.

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• Como:– Guerras – adoção do socialismo.– Acordos – concessão de independência com transferência do poder

para elites locais e fortes vínculos com dependência capitalista.• A Conferência de Bandung (1955):

– Indonésia – A. Sukarno– 29 novas nações da África e Ásia.– Bloco dos não alinhados (3º mundo).– Ajuda mútua entre nações afro-asiáticas.– Combate ao racismo e neocolonialismo.– Debate de problemas econômicos entre os participantes.

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A DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA:

• 1956: três estados independentes (Libéria, Etiópia e África do Sul - minoria branca no poder).

• 1957 a 1962: 29 novos estados independentes (Namíbia -1990 e Eritréia -1993: últimos países independentes.

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• Casos destacados – ÁFRICA:

A) ARGÉLIA:

• Conflito violento (1 milhão de mortos).

• FLN (Frente de Libertação Nacional ) + massa de mulçumanos locais* X FRA + colonos franceses (Pieds-noirs ou “pés pretos”)

• Batalha do Argel -1957: maior confronto.

• 1962 - Armistício de Evian: França reconhece a independência da Argélia sob o comando da FLN (Ben Bella – líder).

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B) CONGO:

• Colônia belga.

• Rica em diamantes, ouro, cobre e outros

minerais

• 1960: Bélgica concede a independência

(pressões populares)

• Presidente: Joseph Kasavubu;

• Primeiro Ministro: Patrice Lumunba

(Movimento Nacional Congolês).

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• Guerra civil: Katanga e Kasai movimento separatista. (províncias ricas em minerais financiados por belgas).

• 1961: É assassinado Patrice Lumunba .

• 1965: General Mobuto Sese Seko (pró-EUA) torna-se ditador, e o país muda de nome para República do Zaire.

• 1997: Laurent Kabila depõe Mobuto e o país voltou a adotar o nome de República Democrática do Congo.

KASAI

KATANGAMOBUTO

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C) ÁFRICA PORTUGUESA

• 1974: Revolução dos Cravos (POR) – movimento militar que derrubou a ditadura salazarista e implantou a democracia em POR.

• Fim da ditadura desarticula império colonial.

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• Angola (1975):

– 1975: Independência (Tratado de Alvor).

– 1975 – 1992: Guerra civil:

MPLA* X UNITA X FNLA

Socialista

Agostinho Neto

Etnia: Kimbundo

Capitalista

Jonas Savimbi

Etnia: Ovimbundu

Apoio: EUA e África do Sul

Capitalista

Dissolvido no fim dos anos 70.

Etnia: Bakongo

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José Eduardo dos Santos (MPLA) assume a presidência.

Acordo de paz é desrespeitado pela UNITA e guerra civil prossegue até 2002.

Infra-estrutura do país é completamente arrasada pela guerra.

Condições de saneamento e higiene precárias.

Expectativa de vida: 46 anos.

• Brasil manteve tropas de apoio a ações da ONU durante os anos 90.

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• Moçambique (1975):

– 1975: Independência (Acordo de Lusaka)

– 1975 – 1992: Guerra civil

FRELIMO (socialista)* X RENAMO (capitalista)

– Samora Machel – líder da FRELIMO.

– Guerra civil devasta o país.

– Saída de mão de obra qualificada.

– Esgotamento da economia.

– Epidemias de fome, tifo e cólera. Símbolo da FRELIMO

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E) NIGÉRIA

• Ex-colônia inglesa.

• 1960: independência concedida.

– Crescimento do nacionalismo.

• 1967 – 1970: Guerra de BIAFRA.

– Movimento separatista.

– Província rica (petróleo).

– Rivalidades étnicas: IBOS (Biafra) X HAUSSAS (etnia majoritária nigeriana)*.Aproximadamente 2 milhões de mortos.

• Unidade política precária prejudicada por rivalidades étnicas.

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E) ÁFRICA DO SUL – A exceção

• 1910 – União Sul Africana: ingleses + africânderes (descendentes de holandeses, alemães e franceses).

• Leis segregacionistas (hegemonia dos brancos).• 1948 – oficialização do APARTHEID (separação)

– Daniel Malan.

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• Criação dos Bantustões (divisão tribal e confinamento dos negros em 13% do território).

= bantustões

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• CNA (Congresso Nacional

Africano) – organização negra que

liderou resistência ao Aparthaid

(Nélson Mandela – líder)

• 1950 – desobediência civil.

• 1960 – “Massacre de Sharpeville”

(69 negros mortos e 180 feridos).

• 1962 – ilegalidade do CNA

(Mandela é preso).

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• 1980 – Campanhas internacionais condenam o Aparthaid (sanções).

• 1984 – Revoltas populares intensificam-se (ampla repressão).

• 1989 – início da transição: Frederik de Klerk

• 1990 – CNA recupera a legalidade e Mandela é solto.

• 1994 – Revogação de leis racistas. Mandela é eleito presidente.

De Klerk

Mandela presidente

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• OS CONFLITOS ATUAIS

• ARTIGO - Assunto: InternacionalTítulo: Violência xenófoba chega à Cidade do CaboData: 24/05/2008

• JORNAL DO BRASIL

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• Mais de 14 anos depois do fim do apartheid, milhões de sul-africanos permanecem na extrema pobreza apesar do crescimento recorde de 5% na economia nos últimos quatro anos. O fracasso na distribuição de renda para os mais pobres forneceu combustível para a animosidade contra os imigrantes e para as altas taxas de criminalidade da África do Sul. No nono dia de violência xenófoba, os ataques alcançaram a Cidade do Cabo e suscitaram temores quanto à imagem do país-sede da Copa do Mundo de 2010.

– Estamos sentados sobre uma bomba-relógio. As pessoas são pobres. Não têm empregos ou casas dignas e estão cansadas disso. Chegamos a um ponto no qual é simples para qualquer um incitar a violência – comentou Prince Mashele, analista do Instituto para Estudos de Segurança.

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• Na noite de quinta-feira, depois de uma reunião de moradores do assentamento irregular Du Noon, na Cidade do Cabo, lojas de estrangeiros foram saqueadas e uma pessoa foi morta a pedradas e garrafadas. Cerca de 500 estrangeiros procuraram abrigo na delegacia de Milnerton. Também foram registrados ataques na cidade de Strand e Durban. No balneário – onde há uma grande colônia de indianos – três paquistaneses foram mortos a facadas e dezenas de moçambicanos e somalis ficaram desabrigados.

Danny Jordaan, executivo-chefe do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2010, condenou a violência, mas acredita que tudo se resolverá antes da competição.

– Pedimos que sejam tomadas todas as providências para interromper os ataques àqueles que estão longe de suas casas – disse.

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• Ontem, o gabinete solicitou aos prefeitos das cidades afetadas que identifiquem terras para a montagem de assentamentos temporários para os desabrigados, que somam mais de 20 mil.

País de imigrantes

Desde o começo dos confrontos, pelo menos 42 pessoas já morreram, a maioria moçambicanos e zimbabuenses. O presidente, Thabo Mbeki, rejeita sugestões de que falhas na polícia estejam por trás da violência xenófoba, e afirma que o acesso a eletricidade, moradia e auxílio econômico estatal foi ampliado a 12,5 milhões de pessoas.

– Se você diz que essa é uma questão de pobreza, então o que você teria em todo o restante da África que não isso? – questiona Essop Pahad, um dos conselheiros mais próximos do presidente.

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• A África do Sul tem uma população de 50 milhões de habitantes. Desses, 5 milhões são imigrantes, a maioria – 3 milhões – zimbabuenses. Mesmo autoridades admitem que os zimbabuenses são geralmente mais bem-educados que os sul-africanos, que acusam os imigrantes da terra vizinha de roubarem os escassos postos de trabalho.

Uma pesquisa da empresa Statistics mostra que os 10% mais ricos ficam com mais de 50% da riqueza do país. Aos 40% mais pobres cabem menos de 7%. O conflito xenófobo estourou na favela de Alexandra, em Johannesburgo – na capital moram os sul-africanos mais abastados.

Sem treinamento profissional e enfrentando taxas de desemprego oficiais de 24%, os pobres começam a passar fome com a escalada dos preços dos alimentos. Alinhada à tendência internacional, a inflação dos preços dos alimentos atingiu 15% em março e continua elevada.

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• – É muito ruim. É o óleo de peixe, o pão, o arroz, o milho – contou Busi Ndlovu, desempregada e mão de dois filhos. – Costumava comer de manhã, à tarde e à noite. Agora são só duas refeições.

Para o ministro das Finanças, Trevor Manueltold, uma intervenção do governo para baixar preços é complicada pois "é difícil desenhar lidar com o preço dos alimentos como um indexador de taxas".

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• CASOS ASIATICOS

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• Casos destacados – ÁSIA:

A) ÍNDIA:

• Ex-colônia inglesa.

• Década de 20: Mahatma GANDHI lidera mobilizações populares

– Desobediência civil – não-violência e resistência passiva.

• 1947 – Inglaterra concede independência.

– Desgaste internacional + mercado.

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• Rivalidades religiosas: hindus X muçulmanos.

• Formação de 2 países:

– União Indiana – hindu – J. Nehru

– Paquistão – muçulmano – Ali Jinnah• Transferência de 12 milhões de

refugiados de um Estado para outro, iniciando a luta entre hindus e mulçumanos (1 milhão de mortos).

• Ilha do Ceilão – budista – novo país em 1948 – atual Sri Lanka

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• 1948: Gandhi é assassinado por extremista hindu.

• Início de conflitos entre Índia e Paquistão pela região da Caxemira.

• 1971: Paquistão Oriental (antiga Bengala) separa-se do Paquistão Ocidental (liderados pela Liga Auami) com apoio da Índia. Passa a chamar-se Bangladesh.

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B) INDONÉSIA:

• Ex-colônia Holandesa.

• 1949: Independência após 4 anos de guerra contra HOL.

– Ahmed Sukarno – líder.

• 1955 – Sede da Conferência de Bandung.

• 1965 – 1998 – Ditadura do Gen. Suharto (pró-capitalismo).

• 1975 – Invasão do Timor Leste (independente em 1999).

• Maior população muçulmana do mundo.

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C) INDOCHINA:

• Ex-colônia francesa.

• II Guerra Mundial – ocupada por japoneses.

– 1941 – VIETMINH: Liga Revolucionária para a independência do Vietnã.

– Líder: Ho Chi Minh

– Orientação comunista.

– Luta contra os japoneses.

• 1946 – 1954: Guerra da Indochina.

– FRA X Vietminh*

– 1954: Batalha de Dien Bien Phu – expulsão dos Franceses.

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• 1954: Conferência de Genebra – Independência e divisão da Indochina.

– Laos.

– Camboja.

– Vietnã do Sul (capitalista).

– Vietnã do Norte (comunista).

– Vietnã dividido pelo paralelo 17.Vietnã do Sul

Vietnã do Norte

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D) A GUERRA DO VIETNÃ:

• Conferência de Genebra: divisão do Vietnã era temporária. Reunificação ocorreria após a realização de plebiscito para unificar o país.

• Vietnã do Sul cancela plebiscito – medo do comunismo.

• Guerra inicia (1960 – 1975):

VIETNÃ DO SUL

Apoio dos EUAX VIETNÃ DO NORTE*

Vietcongues (guerrilheiros comunistas do sul)

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• Auge da participação dos EUA: 536 mil soldados (1968).

– 50 mil americanos mortos.

– 2,5 milhões de vietnamitas mortos.

• 1971: Aproximação dos EUA com a China e bombardeio aos países vizinhos – Laos e Camboja.

– Neutralizar a influência soviética no Vietnã do Norte.

– Isolar norte-vietnamitas.

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• Utilização de armas químicas de destruição de massa.Aldeia bombardeada com Napalm em 1965.

Aviões americanos despejando o “Agent Orange” em plantações.

Efeito do “Agent Orange”

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• Movimentos pacifistas desarticulam política norte-americana.

– Oposição de jovens a guerra e a hipocrisia da sociedade americana.

ASSISTA!!

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• 1973: Acordos de Paris – EUA retira-se da guerra.

• 1975: Comunistas do Norte vencem e tomam a capital do Sul – Saigon.

– Comunistas pró-URSS tomam o poder em Laos.

– Comunistas pró-China tomam o poder em Camboja Khmer Vermelho – Pol Pot:

ditadura violenta que eliminou metade da população em 3 anos.

Sul-vietnamitas na embaixada norte-americana.

Tropas do norte tomam Saigon

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FIMFIM

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D) A REVOLUÇÃO CHINESA (1949):

• Até 1910: Submissão aos interesses estrangeiros.

• 1911: Proclamação da República.

– Sun Yat-Sem – Kuomintang (Partido Nacionalista).

• Até meados dos anos 20: instabilidade:

– “senhores da guerra” (lideranças locais) e interesses externos impunham-se sobre a República.

• 1921: Criação do PCCh (Mao Tsé-Tung).

• Até 1925: Aliança entre Kuomintang e PCCh.

• Com a morte de Sun Yat-Sem, assume Chiang Kai-Shek

• 1927: PCCh é declarado ilegal (perseguição aos comunistas).

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• 1928: Kuomintang consolida-se no poder.

• 1934: Longa Marcha (12 mil Km).

– Fuga de comunistas e tentativa de ampliar bases.

• 1937 – 1945: Guerra contra o Japão.

– Aliança provisória entre Kuomintang e PCCh.

Longa Marcha e guerra contra o Japão

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• 1945 – 1949: Guerra Civil

– Kuomintang X PCCh*

– Shiang Kai-Shek e seguidores refugiam-se na ilha de Formosa (Taiwan).

– Nacionalização de indústrias e reforma agrária.

• 1953 – 1958: Plano Qüinqüenal.

– Modelo e suporte técnico soviético.

– Ênfase na indústria de base.

– Criação de cooperativas nos campos.

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• 1958 – 1962: Grande Salto Para Frente.

– Deslocamento de subsídios para a agricultura.

– Socialismo Chinês: BASE RURAL.

– 1960: Rompimento entre China e União Soviética.

– Fracasso – Mao é afastado das principais decisões.

• 1962 – 1966: Política de Reajustamento

– Nova reorientação para a indústria.

– Centralização administrativa.

– Desnível de crescimento entre o campo e as cidades.

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• 1966 – 1976: Revolução Cultural

– Fortalecimento do poder político de Mao Tsé-Tung (“O Grande Timoneiro”)

– Radicalização ideológica (amparada no “Livro Vermelho” de Mao).

– Arte engajada política e socialmente.

– Anti-ocidentalismo.

– Ridicularização de intelectuais (considerados “burgueses”).

– “Reeducação” – segundo os moldes do partido.

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• 1976 em diante: As 4 grandes modernizações.

– Morre Mao Tsé-Tung – assume Deng Xiaoping.

– Investimentos maciços em indústria, agricultura, defesa e educação (voltada para a ciência e tecnologia).

– Gradativa abertura controlada pelo governo para empresas estrangeiras (criação das ZEE’s).

– Economia socialista de mercado.

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– 1989: Estudantes clamam por uma quinta modernização e são massacrados na Praça da Paz Celestial.

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DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA

LÍDERES E PRÁTICAS ECONÔMICAS DA REVOLUÇÃO

LÍDER PERÍODO PROGRAMA

Mao Tsé-Tung 1949 – 1976 Grande Salto Para Frente, Crescer com os Próprios Pés, a Grande Revolução Cultural proletária

Deng Xiaoping 1976 – 1993 As Quatro Modernizações

Jiang Zemin 1993 – 2003 Abertura ao Capitalismo Internacional e inserção da China Popular no comércio mundial

Hu Jintao 2003 – Continuidade da política anterior.