DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃO APRESENTAÇÃO: LOURENÇO DE OLIVEIRA BASSO A pesquisa...

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DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃOAPRESENTAÇÃO: LOURENÇO DE OLIVEIRA BASSO

A pesquisa científica

Como investigar um fenômeno?

Saberes espontâneos

Objetivo do saber: “conhecer o funcionamento das coisas, para melhor controlá-las, e fazer previsões melhores a partir daí”.

Experiência pessoal

Saberes espontâneos - A intuição

Senso comum: “observação imediata e sumária da realidade”.

Pode ser um obstáculo a construção do saber correto: evidência reduz o interesse em verificá-lo.

Saberes espontâneos - A tradição

Princípio de transmissão do saber.

Mantido por ser presumidamente verdadeiro.

Útil para todos e adequado para a vida.

Saberes espontâneos - A autoridade

Transmissão da tradição por autoridades ou instituições, sem provas metódicas.

Tem uma origem nem sempre conhecida pelos adeptos (porco por muçulmanos).

Confiar no repertório já pronto é mais fácil.

Importante: credibilidade da fonte para mim.

Escola: tradição/autoridade + saber construído (?)

Saber racional

Desejo de dispor de conhecimento metodicamente elaborado (fragilidade dos saberes espontâneos).

Reino dos filósofos: Grécia: Deuses x mente

Platão, Aristóteles: lógica, causalidade Raciocínio dedutivo (geral para particular) x indutivo

(particular para geral)

Romanos: troca da teoria pela prática

Idade Média: reflexões filosóficas dominadas pela religião

Saber racional

Renascimento: renovação nas artes e letras, mas superstição (alquimia) domina o saber científico.

Século XVII: observação empírica do real antes de interpretar pela mente submetendo a experimentações. União da razão e da experiência (início da ciência experimental).

Saber: não na especulação, sim na observação-experimentação-mensuração.

Ciência passa a definir leis.

Saber racional

Ciência triunfante: Século XVIII: descobertas (física), mas humanas ainda

ligadas à filosofia.

Século XIX: ciência + tecnologia. Progresso: novas técnicas, máquinas, materiais,

transportes, comunicações. Por que não aplicar nos estudos sobre o homem?

Ciências humanas e o positivismo

Como as ciências da natureza, as humanas também se desenvolvem na segunda metade do séc. XIX.

Até então as “humanas” eram regidas pela filosofia.

Necessidade de conhecimentos tão confiáveis e práticos quanto os desenvolvidos para se conhecer a natureza física: surge o conhecimento positivo

Ciências humanas e o positivismo

Positivismo: Empirismo: baseado na experiência da realidade (somente

crenças não são mais suficientes)

Objetividade: respeitar integralmente o objeto (procedimentos para pesquisador não interferir e para reduzir efeitos não controlados)

Experimentação: observação leva a formulação de hipótese

Validade: experimentação rigorosamente controlada e resultados mensurados (ciência quantificativa)

Leis e previsão: conhecimento é determinista, prevendo comportamentos sociais

Questão

“As ciências matemáticas representam as relações das coisas em condições de uma simplicidade ideal. Daí resulta que esses princípios ou relações, uma vez determinados, são aceitos pela mente como verdades absolutas, isto é, independentes da realidade.” (Claude Bernard, 1865)

Vídeo

"De Saint-Simon a Einstein": Positivismo com James Burke.

Declínio do positivismo

Ciências naturais e humanas: objetos muito distintos. Nas humanas objetos dotados de liberdade e consciência. Podem agir diferentemente em situações experimentais (observador).

Variáveis: quais devem ser os fatores usados e como afastar os demais?

Declínio do positivismo

Pesquisador também age e exerce influência: não pode apagar-se.

O saber pode variar mesmo adotando método.

Como manter o controle sobre os fatores complexos envolvidos nas ciências humanas? Sobre os objetos? Sobre os pesquisadores? O verdadeiro é relativo e provisório!!!

Revisões do positivismo em ciências naturais

Empirismo difícil: não temos um conhecimento objetivo, mas sim uma interpretação (átomo).

A teoria: aceitação antes de sua verificação (quark e relatividade)

Objetividade e subjetividade: reconhece a função do pesquisador através de sua relação ativa com o objeto de estudo. Objetividade passa a ser relacionada mais ao sujeito pesquisador e seu procedimento do que ao objeto da pesquisa.

Realinhamento da ciência

Preocupações da ciência:1.Centrar a pesquisa na compreensão de

problemas específicos;2.Assegurar, pelo método de pesquisa, a

validade da compreensão;3.Superar as barreiras que poderiam

atrapalhar a compreensão.

Realinhamento da ciência

Compreender o problema: “Trata-se de compreender, considerando atentamente,

a natureza do objeto de estudo, sua complexidade e o fato de ser livre e atuante, sempre cuidando para não deformá-lo ou reduzi-lo.”

Reconhece a multicausalidade dos fenômenos humanos.

Realinhamento da ciência

Objetividade e objetivação “Um saber que repousa sobre a interpretação não

possibilita necessariamente um procedimento experimental e quantificador nem a reprodutibilidade, ainda que isso não seja excluído.”

Objetivação: “de uma parte, do lado do pesquisador do qual se espera que tome metodicamente consciência desses fatores e os racionalize; de outra, do lado daquele ao qual serão comunicados os resultados da pesquisa, que espera que o pesquisador lhe informe tudo para que possa julgar a validade dos saberes produzidos”

Realinhamento da ciência

Multidisciplinaridade O real deveria ser abordado em sua globalidade, como

um sistema de fatores inter-relacionados: abordagem sistêmica.

Abordagem multidisciplinar: abordar os problemas de pesquisa apelando às diversas disciplinas das ciências humanas que nos parecem úteis. Pesquisadores reúnem o saber de cada um para superar a complexidade dos problemas.

O método

1. Ponto de partida: o problema a ser resolvido.2. Supor uma solução possível ou explicação

racional: a hipótese.3. Verificar se a hipótese mantém-se na

realidade.4. Conclui baseando-se nos resultados desta

verificação.

Validade para sua objetivação: “dirá quais são as delimitações do problema, como as percebeu, por que sua hipótese e legítima e o procedimento de verificação empregado justificado”.

O método