Post on 02-Jan-2016
LLAAÍÍSSEE NNAASSCCIIMMEENNTTOO CCOOSSTTAA
ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA QUALIDADE E
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE SAPOTIZEIRO
MOSSORÓ-RN
2012
LAÍSE NASCIMENTO COSTA
ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA QUALIDADE E
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE SAPOTIZEIRO
Dissertação apresentada à Universidade Federal
Rural do Semi-Árido, como parte das exigências
para obtenção do título de Mestre em Agronomia:
Fitotecnia.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Sc. PATRÍCIA LÍGIA DANTAS
DE MORAIS
MOSSORÓ-RN
2012
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação
e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da
UFERSA
Bibliotecária:
Vanessa de
Oliveira
Pessoa
CRB15/453
C837a Costa, Laíse Nascimento
Adubação e estádio de maturação na qualidade e atividade
antioxidante do fruto de sapotizeiro. / Laíse Nascimento Costa. -
- Mossoró, 2012.
110 f.: il.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Área de concentração
em Fruticultura – Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Orientador: Dra. Patrícia Lígia Dantas de Morais.
1. Nutrição de plantas. 2. Sapotizeiro. 3. Compostos bioativos.
I.Título.
CDD: 572.46
ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE
ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE SAPOTIZEIRO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Fitotecnia da
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido, como parte dos requisitos para
obtenção do Grau de Mestre em
Fitotecnia.
APROVADA EM: 17 de Agosto de 2012
A Deus e aos meus exemplos de
vida: minha avó (Maria José
Nascimento), meus pais (Maria
Edinete Nascimento e Paulo
Costa) e meu irmão (Isaías
Costa).
Dedico
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, aos meus pais (Paulo Costa e Maria Edinete Nascimento), à
minha avó (Maria José Nascimento) e ao meu irmão (Isaías Costa):
responsáveis pelo que sou e por tudo que conquistei;
Ao programa de pós-graduação em fitotecnia e a CAPES pela concessão da
bolsa de estudo;
À Dra. Patrícia Lígia Dantas de Morais, minha orientadora, que tornou possível
a concretização deste trabalho. Muito obrigada por sua paciência, atenção e por
ser sempre acessível e disposta a me ajudar no que fosse preciso;
À Dra. Raquel Miranda, por permitir que eu realizasse algumas análises em seu
laboratório na UFC e por me receber tão bem;
Ao Dr. Vander Mendonça, pela coorientação e ao pessoal do grupo de
fruticultura, especialmente a Grazianny Andrade, uma das pessoas que mais me
ajudaram na realização desse trabalho;
Ao Dr. Glauber, por sempre estar disposto a tirar minhas dúvidas e à Dra.
Jailma Suerda, por me auxiliar e esclarecer minhas inúmeras dúvidas de
estatística;
Aos meus amados tios Edna, Marlene, Terezinha, Carminha, Helenice, José
Idelfonso e aos meus primos-irmãos que eu tanto amo (Alex, Alessandra,
Gabriel, Gabriela, Marcelo, Márcio, Cristiane, José Waldson, Thiago, Walter,
Cristiano);
Ao meu afilhado Pedro Antônio, à minha cunhada Tatiana Fontana e a Nicole;
Um agradecimento especial às minhas amigas-irmãs de outras e dessa vida:
Sharacely Farias, Diana Bispo, Catrine Moura, Rosely Albuquerque, Manuela
Machado, Fernanda Machado e aos amigos que mesmo distante ainda são
presentes e torceram por mim: Wagner Paixão, Luiz Eduardo, Anderson
Linhares, Débora Plácido, Zilná Brito, Lucas Gomes, Maíra Nunes, Maísa
Nunes, Susi Alves, Patrícia Dias, Mariana Costa, Juliana, Thaís Siqueira,
Adriano Dal Molin, Adalberto Santos, José Roberto Raposo;
Ao meu namorado, Thiago Vieira, que mesmo distante se faz presente.
Obrigada por toda a paciência, carinho, compreensão, companheirismo, por
sempre me acalmar e me fazer muito feliz.
Agradeço ao pessoal que fez e faz parte do laboratório de fisiologia pós-colheita
de frutos: Maria Lucilânia Almeida, Graça, Wallace Edelky Freitas, Paula
Lidiane Fernandes, Irael, José Dárcio Abrantes, Divanovina Morais, Hozano
Neto. Vocês são muito mais que meros colegas de trabalhos, são amigos que
estiveram ao meu lado durante esses dois anos.
Agradeço ao meu amigo Ivanaldo Júnior. Obrigada por sua amizade, por me
apoiar e me acolher no momento em que mais precisei.
Ao Cristiano Silva por me brindar com sua amizade e às meninas da casa 10
(Dinara Aires, Carina Loiola e Laiane Torres): amigas que levarei para a
eternidade;
Aos amigos Andréia Amariz, Irinaldo Nascimento, Ana Carolina Dantas,
Katherine, Ageu Azevedo, Edgledson Viana, por tornarem meus dias em
Mossoró mais agradáveis e à dona Lúcia, que vai muito além da sua função de
funcionária. Obrigada pelos seus cuidados;
A Kellina Oliveira e Luciana Oliveira, pela ajuda no período que passei em
Fortaleza;
E por fim agradeço a todos meus amigos e colegas pelo incentivo e apoio que
sempre me deram.
RESUMO
COSTA, Laíse Nascimento. ADUBAÇÃO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA
QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO FRUTO DE
SAPOTIZEIRO. 2012. 97f. Dissertação (Mestrado em agronomia: Fitotecnia) –
Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012.
Esse trabalho consiste em avaliar a influência da adubação e estádio de
maturação na qualidade e atividade antioxidante do sapoti. Os experimentos foram
conduzidos na fazenda Norfruit situada em Pau Branco - Mossoró/RN. Os frutos foram
avaliados no Laboratório de Pós-colheita da UFERSA – Mossoró/RN. Cada
experimento foi composto de cinco doses de nitrogênio (0; 300; 600; 900; 1200
g/planta) ou cinco de potássio (0; 200; 400; 600; 800 g/planta), em 5 estádios de
maturação mais o armazenamento, em esquema fatorial 5x6 com parcelas perdidas, 5
repetições, 3 plantas centrais como parcela útil, usando para avaliação dois frutos por
repetição de cada tratamento. Os frutos foram marcados com 10 a 15 mm de
comprimento na planta; sendo colhidos e avaliados quanto a sua qualidade e
composição química após 90, 120, 150, 180 e 200 dias de sua marcação. Os frutos
foram armazenados (25 °C ± 2 °C e UR 58% ±1%) até completamente maduros e
avaliados. As variáveis avaliadas foram: diâmetro transversal e longitudinal, massa do
fruto, sólidos solúveis, pH, vitamina C, firmeza. Os frutos do tratamento controle, das
doses de 600 g de N/planta e 400 g de K/planta nos estádios de maturação de 120, 180
e 208 dias foram avaliados ainda quanto aos teores de açúcares totais e redutores,
flavonóides, antocianinas, pectina total e solúvel, polifenóis extraíveis totais e
atividade antioxidante. Os resultados obtidos mostraram que a qualidade e composição
química dos frutos foram influenciadas pela adubação e pelos estádios de maturação. A
dose de 400 g de K/planta gerou frutos de maior massa, conteúdo de polifenóis e
atividade antioxidante; a dose de 600 g de N/planta gerou frutos de maior massa e
maiores teores de açucares. Nos estádios finais de maturação, os frutos estavam
maiores, menos firmes, mais palatáveis, no entanto, com um menor conteúdo de
compostos bioativos e atividade antioxidante, estando esta mais correlacionada ao
conteúdo de polifenóis extraíveis totais.
Palavras-chaves: nutrição de plantas, sapotizeiro, compostos bioativos.
ABSTRACT
COSTA, Laíse Nascimento. FERTILIZATION AND STAGE OF MATURITY ON
QUALITY AND ANTIOXIDANT ACTIVITY OF SAPODILLA FRUIT. 2012.
97p. Dissertation (M. Sc. in Agronomy: Phytotechny) - Federal University Rural of
Semi Arid, Mossoro-RN, 2012.
This study consists of an evaluation of the influence of fertilization and stage
of maturity on quality and antioxidant activity of the sapodilla. The experiments were
established on the Norfruit farm located in Pau Branco – Mossoró/RN. The fruits were
appraised in the laboratory of postharvest of the UFERSA – Mossoró/RN. Each
experiment consisted of five doses of nitrogen (0; 300; 600; 900; 1200 g/plant) or five
of potassium (0; 200; 400; 600; 800 g/plant), 5 stages of maturation plus the storage in
a factorial scheme 5 x 6 with parts missing, 5 repetitions, 3 central plants as useful plot,
using two fruits per replicate of each treatment. The fruits were marked with 10 to 15
mm in length in the plant, being collected and evaluated for their quality and chemical
composition after 90, 120, 150, 180 and 200 days of their appointment. The fruits were
stored (25 ± 2 0C and RH 58% ± 1) until it was mature and then they were evaluated.
The variables assessed were: transverse and longitudinal diameter, fruit weight, soluble
solids, pH, vitamin C, firmness. The fruit of control treatment, of the doses of 600 g N
/ plant and 400 g K / plant in the maturity stages 120, 180 and 208 days were evaluated
according to: total and reducing sugars content, flavonoids, anthocyanins, total and
soluble pectin, total extractable polyphenols and antioxidant activity. The results
showed that the quality and chemical composition of the fruits were affected by
fertilization and the maturation stages. The dose of 400 g of K/plant originated fruits of
greater weight, content of polyphenols and antioxidant content, the dose of 600 g of
N/plant fruits generated greater mass and more sweet. In the final stages of maturation
(mature fruit), fruit were larger, less firm, more palatable, however, with a lower
content of bioactive compounds and antioxidant activity. The antioxidant activity is
more correlated to the total extractable polyphenol content.
Keywords: plant nutrition, Sapodilla, bioactive compounds.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados climáticos da região de Mossoró – RN (umidade relativa,
temperatura média anual e precipitação) de agosto de 2010 a julho de
2011............................................................................................................. 44
Tabela 2:
Firmeza (N) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de
maturação e submetido a adubação nitrogenada (N)........................... 57
Tabela 3:
Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), açúcares redutores (%),
pectina solúvel, antocianina, atividade antioxidante total (mg/100 g) dos
frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e submetido a
adubação com duas doses de nitrogênio (N) .............................................. 62
Tabela 4:
Conteúdo de pectina total, flavonóides amarelos e polifenóis extraíveis
totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de
maturação e submetido a adubação com duas doses de nitrogênio (N)...... 63
Tabela 5:
Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vit. C),
flavonóides amarelos (Flav.), antocianinas (Antoc.) e polifenóis
extraíveis total (PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes
estádios de maturação submetido a adubação com duas doses de
nitrogênio (N)................................. ............................................................ 66
Tabela 6:
Firmeza (N) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de
maturação e submetido a adubação potássica (K)....................................... 90
Tabela 7:
Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), pectina total e polifenóis
extraíveis totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes
estádios de maturação e submetido a adubação com duas doses de
potássio (K)................................................................................................. 96
Tabela 8:
Teor de açúcares redutores (%), conteúdo de pectina solúvel, flavonóides
amarelos, antocianina e atividade antioxidante (mg/100 g) dos frutos de
sapotizeiro em diferentes estádios de maturação submetido a adubação
com duas doses de potássio (K).................................................................. 97
Tabela 9:
Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vit. C),
flavonóides (Flav.), antocianinas (Antoc.) e polifenóis extraíveis total
(PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes estádios de
maturação submetido à adubação com duas doses de potássio (K)............
102
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Sapotizeiro Comercial (Sapota Tropical)................................................. 17
Figura 2:
Sementes, flores e frutos de Manilkara zapota........................................ 18
Figura 3:
Massa fresca (g) (A e B), tamanho (cm) (C e D) e firmeza (N) (E) dos
frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e submetido
a adubação com cinco doses de nitrogênio (N)........................................ 55
Figura 4:
pH (A e B) e acidez titulável (%) (C e D) dos frutos de sapotizeiro em
diferentes estádios de maturação e submetido a adubação com cinco
doses de nitrogênio (N)............................................................................ 58
Figura 5:
Conteúdo de Sólidos solúveis (°Brix) (A e B) e relação SS/AT (C e D)
dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e
submetido a adubação com cinco doses de nitrogênio (N)...................... 60
Figura 6:
Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em diferentes
estádios de maturação (A) e submetido a adubação com cinco doses
de nitrogênio (N) (B)............................................................................. 64
Figura 7:
Massa fresca (g) (A e B), tamanho (cm) (C e D), firmeza (N) (E) dos
frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e
submetido a adubação com cinco doses de potássio (K)....................... 88
Figura 8:
pH (A e B), acidez titulável (%) (C e D) dos frutos de sapotizeiro em
diferentes estádios de maturação e submetido a adubação com cinco
doses de potássio (K)............................................................................. 91
Figura 9:
Conteúdo de Sólidos solúveis (°Brix) (A e B), relação SS/AT (C e D)
dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e
submetido a adubação com cinco doses de potássio (K)....................... 93
Figura 10:
Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em diferentes
estádios de maturação (A) e submetido a adubação com cinco doses
potássio (K) (B)...................................................................................... 99
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 14
1. INTRODUÇÃO GERAL ..................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 16
2.1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS ............................................................................ 16
2.2 ATRIBUTOS DE QUALIDADE DURANTE A MATURAÇÃO DO SAPOTI ................. 21
2.3. INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO NOS ATRIBUTOS DE QUALIDADE ........................ 31
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 33
CAPÍTULO 2 - ADUBAÇÃO NITROGENADA E O ESTÁDIO DE
MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO
SAPOTI ..................................................................................................................................... 40
RESUMO ................................................................................................................................... 40
ABSTRACT ............................................................................................................................... 41
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 42
2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 44
2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA ................................................. 44
2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS ........................................ 46
2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................... 53
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 54
3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS ........................................................................................................ 54
3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS ...................................................................................... 57
3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS.................................................................................................... 61
3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS ................................................................................................ 64
4. CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 68
CAPÍTULO 3 - ADUBAÇÃO POTÁSSICA E O ESTÁDIO DE MATURAÇÃO
NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO SAPOTI ................................... 73
RESUMO ................................................................................................................................... 73
ABSTRACT ............................................................................................................................... 74
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 755
2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 77
2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA ................................................. 77
2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS ........................................ 79
2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................... 86
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 87
3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS ........................................................................................................ 87
3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS .............................................................................. 9090
3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS.................................................................................................... 95
3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS ................................................................................................ 98
4. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 103
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 104
APÊNDICE .............................................................................................................................. 108
14
1 INTRODUÇÃO GERAL
Originário da América Central, o sapotizeiro (Manilkara zapota) pertence à
família das sapotáceas e pode ser consumido na forma in natura ou ser usado para
produzir geleias, compotas e sucos. O látex extraído da casca da planta é levemente
aromático e utilizado em alguns países para a fabricação de goma de mascar
(SALUNKHE; DESAI, 1980).
O sapotizeiro é uma espécie frutífera exótica, que encontra no Nordeste
brasileiro excelentes condições para seu desenvolvimento e produção. O sapoti,
além de se adaptar bem à região Nordeste, tem uma boa aceitabilidade pelo
consumidor, sendo uma cultura bastante rentável. As sapotáceas adaptam-se a uma
ampla variedade de solos. Embora se desenvolvam e cresçam em solos muito
pobres, têm preferência por solos profundos, ricos em matéria orgânica, levemente
argilosos e bem aerados (BANDEIRA et al., 2005). Esses autores ainda afirmam
que esta cultura precisa de uma boa drenagem para o perfeito desenvolvimento de
suas raízes. Além de ela não produzir bem em solos encharcados, tem uma leve
tolerância à seca e a solos salinos. Devido à elevada quantidade de nutrientes
extraída pelas plantas e à baixa fertilidade natural, o sapotizeiro necessita de
razoável quantidade de fertilizantes minerais para que se obtenha produtividade
satisfatória. Além disso, uma dada adubação pode proporcionar diferentes
respostas fisiológicas na composição química dos frutos entre espécies frutíferas
distintas.
A maioria das substâncias encontradas nos frutos é essencial para a
alimentação humana, devendo fazer parte de uma dieta balanceada. Estudos
realizados por Banerjee, Dasgupta e De (2005), mostram que alimentos que contêm
substâncias antioxidantes podem prevenir inflamações e problemas causados por
envelhecimento cutâneo, doenças cardiovasculares, câncer e doenças
neurodegenerativas, como o Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer, pois as
substâncias antioxidantes combatem os radicais livres.
15
O sapoti contém as vitaminas A, B1, B2, B5 e C. Ainda contém minerais,
como o cálcio, fósforo e ferro; e 96 calorias em cada 100 g da fruta (COSTA et al.,
2000).
Durante o desenvolvimento do fruto, ocorrem diversas reações químicas e
bioquímicas que alteram sua composição e estrutura, pois a composição química do
fruto se altera conforme o estádio de maturação e a nutrição da planta mãe.
No Brasil, existem poucos estudos sobre adubação do sapotizeiro e estes
estão voltados à produção, não havendo conhecimento de como a adubação pode
afetar a qualidade e composição nutricional dos frutos. Ocorrendo assim a
necessidade da realização de pesquisas sobre a fertilização do sapotizeiro e sua
influência tanto na produção quanto na qualidade e composição nutricional dos
frutos.
Desta forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da adubação
nitrogenada e potássica e do estádio de maturação na qualidade e atividade
antioxidante dos frutos do sapotizeiro.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS
O sapotizeiro pertence à família Sapotácea, gênero Manilkara e espécie
Manilkara zapota (Linnaeus) Van Royen (FILHO, 2002). Esta planta é originária
das regiões quentes e úmidas da América Tropical, provavelmente do Sul do
México e das Américas Central e do Sul, onde em algumas dessas regiões, ainda é
possível encontrar áreas com grande diversidade de material selvagem (MOURA;
JÚNIOR, 1999). O sapotizeiro possui uma grande variabilidade que pode ser
facilmente observada em seus frutos, os quais apresentam diferenças nas formas e
tamanhos, cor da polpa, sabor, aroma e número de sementes (MIRANDA et al.,
2008).
De acordo com Barroso (2004), o cultivo do sapoti tem despertado o
interesse de produtores e consumidores em diversos países. O maior produtor
mundial é a Índia, que mantém ativo programa de pesquisa no país para melhorar
técnicas de armazenamento, transporte e estratégias de marketing, aumentando sua
produção. Os maiores produtores estão distribuídos pela faixa intertropical do
globo, com destaque para a América Central, países asiáticos e Brasil, apesar de
não existirem dados estatísticos mundiais relacionados à produção e
comercialização de sapoti.
No Brasil, a maior parte da produção é originária do Nordeste, sendo o
estado de Pernambuco o maior produtor nacional com média de 97 mil frutos/ha;
outros estados como a Bahia, Ceará, Pará e Paraíba se destacam em produtividade
de sapoti (BRITO et al., 2007).
A árvore é de médio a grande porte (figura 1), perene, atingindo 12-18 m
nos trópicos, apesar de algumas árvores poderem alcançar 40 m. A copa é densa,
muitas vezes arredondada, mas pode ter uma forma mais piramidal. Ela é composta
de numerosos ramos horizontais com folhagem verde brilhante (MICKELBART,
1996). O tronco é reto, cilíndrico, com ranhuras na parte inferior. As folhas são
17
simples, reunidas nas pontas dos galhos, elípticas a oblongas, 5,5 a 18 cm de
comprimento, e de 2 a 7 cm de largura (ROCAS, 2002).
Figura 1- Sapotizeiro Comercial (Sapota Tropical)
Ainda segundo Rocas (2002), as sementes são elípticas a obovadas,
achatadas lateralmente, 16 a 24 mm de comprimento, de 8 a 16 mm de largura, e 4
a 6 mm de espessura. O tegumento varia de marrom claro ao escuro, liso e
brilhante. A árvore começa a produzir flores e frutos entre 4 e 5 anos de idade. As
flores são brancas, em forma de taça ou sino e isoladas. Conforme Moura e Junior
(1999), o sapoti tem uma substância gelatinosa que lhe confere um aroma especial.
Sua polpa é tenra e extremamente doce e sua casca é fina (Figura 2).
Segundo Bandeira et al. (2005), os frutos de sapoti podem ser
classificados de acordo com sua forma e tamanho em sapoti e sapota, apesar de não
ser possível caracterizar as diferenças como variedades botânicas, pois as
características das plantas e dos frutos não foram perpetuadas através da
reprodução sexuada. As sapotas, muito utilizadas como padrão comercial, são
18
frutos arredondados e de tamanho maior que os sapotis, que são mais ovalados e
menores.
Figura 2 - Sementes, flores e frutos de Manilkara zapota
No Brasil, de acordo com Bandeira et al. (2005), o sapotizeiro adapta-se a
uma ampla faixa de latitude, podendo ser cultivado desde o estado de São Paulo até
o extremo Norte do Brasil. Entretanto, seu desenvolvimento e sua produção são
favorecidos pelo clima da região Nordeste, comportando-se melhor em
temperaturas em torno de 28°C. Adapta-se bem aos ventos fortes, por ter ramos
muito flexíveis. Ele pode ser encontrado em lugares com temperatura próxima de
0°C, por algumas horas, sem que a planta seja danificada seriamente. Contudo, há
uma redução em sua produtividade em ambientes de baixas temperaturas.
O sapotizeiro, sendo árvore estritamente tropical, é limitado nos Estados
Unidos para a região costeira do sul da Flórida e, possivelmente, algumas áreas
costeiras do sul da Califórnia. As árvores jovens sofrem danos ou morrem em
temperaturas de -1 a 0°C, ao passo que as árvores maduras podem resistir a
temperaturas tão baixas como -2 a -3 °C, com ligeiros danos. Temperaturas acima
19
de 41°C durante a floração ou frutificação podem causar aborto de flores
(MICKELBART, 1996).
No sapoti, o aborto das flores ou a queda de frutos ainda em
desenvolvimento é muito comum. O maior período de queda de frutos ocorre nas
primeiras cinco semanas após a frutificação. Geralmente, apenas 1,6% das flores
produzidas por uma árvore pode desenvolver-se em fruto (RELEKAR et al. 1991).
Gonzalez e Feliciano (1953) relataram que pode haver uma relação entre o vigor
das árvores com a produção de flores e pegamento de frutos. Quanto à propagação,
ela pode ser sexuada (via sementes) ou assexuada (propagação vegetativa). Plantas
propagadas via sementes são utilizadas na enxertia.
No Brasil, a primeira cultivar foi desenvolvida em 1983, a cultivar
‘Itapirema-31’ seguida pela ‘Chocolate’ em 1999, ambas estabelecidas por
pesquisadores da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA. Em
2003, a Embrapa Agroindústria Tropical lançou as cultivares ‘BRS 228-Sapota
Tropical’ e ‘BRS-227-Sapoti IPA-Curu’ (MIRANDA et al., 2008).
De acordo com Bandeira et al. (2005), devido à sua boa adaptação em
praticamente todo o Brasil, o sapotizeiro foi plantado desde o sul do estado de São
Paulo até a região amazônica. No Nordeste, seu cultivo iniciou-se nas serra úmidas,
onde o clima favorece seu desenvolvimento e produção, expandindo-se depois para
outros ecossistemas. Pode-se encontrar a planta em produção desde o nível do mar
até altitudes de 2.500 m, onde as precipitações pluviais ultrapassam 1.000 mm
anuais.
Sendo variedades estritamente tropicais, os frutos são tolerantes à seca e se
adaptam a uma grande variedade de solos. No Brasil, a região Nordeste é
responsável pela maior parte da produção. Um dos fortes atrativos do cultivo do
sapoti é sua alta rentabilidade (BARROSO, 2004).
De acordo com Bhuva et al. (1990), apesar de árvores com quatro anos de
idade ou mais geralmente conseguirem lidar com longos períodos de seca, a
irrigação pode aumentar a produção de frutos e o volume da copa; entretanto, a
eficiência da utilização de água tende a diminuir com o aumento da irrigação,
20
podendo ser esta uma prática economicamente desfavorável em áreas que recebem
precipitação suficiente.
Em trabalhos realizados por Bandeira et al. (2005), tanto os sapotis quanto
as sapotas tiveram um aumento na produção ao receberem maiores níveis de
irrigação, sendo a maior produção obtida quando aplicados em média 80 litros de
água por planta, em dias alternados.
O aumento da produtividade está claramente associado aos níveis de
irrigação empregados, tanto para o sapoti como para a sapota. Produtividades
inferiores a 2.000 kg por hectare foram obtidas no tratamento sem irrigação
sistemática, ao passo que níveis próximos a 8.000/ha foram obtidos em tratamentos
com maior dotação de água (BANDEIRA et al., 2003).
Alguns indicadores físicos são usados de modo arbitrário na identificação
do estádio de maturação dos frutos na planta, como a queda do estigma da
extremidade do fruto, a perda da granulosidade da casca (que se torna lisa) e o fato
de não ocorrer exsudação de látex ao se arranhar levemente a casca, exibindo-se o
tecido de coloração amarelada (ARAÚJO-NETO et al., 2001).
No sapotizeiro, podem-se encontrar frutos em diferentes estádios de
maturação em uma mesma planta. A identificação do estádio de maturação
adequado para colheita é muito importante, pois os frutos colhidos antes de
atingirem a maturidade fisiológica não desenvolvem todas as suas características de
forma apropriada. Por outro lado, frutos colhidos em estádio avançado de
maturação tornam-se difíceis de serem manuseados, transportados e
comercializados.
O sapoti é um fruto climatérico (MORAIS et al., 2004), sendo o etileno o
responsável pelo desencadeamento inicial e pela coordenação do processo de
amadurecimento. Todas as mudanças envolvidas no amadurecimento, como
amaciamento, cor da polpa e sabor, assim como outras características físicas e
químicas coincidem com o pico climatérico (BAEZ et al., 1997).
A maturação dos frutos ocorre de 4 a 10 meses após a formação dos frutos,
dependendo da variedade, clima e condições do solo (MICKELBART, 1996). Um
trabalho realizado por Miranda et al. (2008) demonstra que o sapoti atinge sua
21
maturidade fisiológica aos 180 dias e amadurece em torno do sétimo dia quando
armazenado em condição ambiente (28ºC e 60% U.R.). Já trabalhos realizados por
Morais et al. (2006) revelam que as cultivares BRS-228 e BRS-227 apresentaram
picos respiratórios de 64,14 mg kg-1
h-1
aos dez dias, e 62,49 mg kg-1
h-1
aos oito
dias, depois da colheita e armazenados sob temperatura ambiente, respectivamente.
2.2 ATRIBUTOS DE QUALIDADE DURANTE A MATURAÇÃO DO SAPOTI
2.2.1 Atributos físicos
A qualidade pode ser definida como o conjunto de características que irão
influenciar na aceitabilidade de um alimento (TREVISAN et al., 2006). Sette
(1994) relaciona a qualidade de um produto agropecuário com um produto com
boas características fitossanitárias, com sabor e aroma agradáveis, com teores de
proteínas, vitaminas, amido, gorduras, entre outros, maximizados ou minimizados
de acordo com a função, o tamanho, a cor, a forma e consistência ideais,
padronizados puros, com umidade ideal.
As determinações das características físicas dos frutos, como massa, forma,
rendimento e coloração, entre outras, não só auxiliam no estabelecimento do grau
de maturação e do ponto ideal de colheita, como refletem nos padrões de qualidade
de aceitação do produto pelo consumidor (CHITARRA; CHITARRA, 2005). A
aparência é o fator de qualidade mais importante, sendo avaliada por diferentes
atributos, tais como tamanho, forma e cor (TREVISAN et al., 2006).
Os produtos com características de tamanho e peso padronizados são mais
fáceis de serem manuseados em grandes quantidades, pois apresentam perdas
menores, produção mais rápida e melhor qualidade. Portanto, deve-se selecionar
com rigor de acordo com o grau de maturidade, o tamanho e a forma. Deve-se dar
atenção à quantidade e uniformidade dos frutos (CENCI, 2006).
A massa do fruto está relacionada linearmente ao seu grau de
desenvolvimento e/ou maturação, exceto no estádio em que o fruto se encontra em
estado avançado de maturação. O aumento gradativo do peso durante o
22
desenvolvimento ocorre devido à maior quantidade de fotoassimilados, açúcares e
carboidratos acumulados (COSTA et al., 2004).
No Campo Experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, em
Paraipaba, Estado do Ceará, os sapotis tiveram massa média de 124 g, ao passo que
as sapotas tiveram em torno de 196 g/fruto (BANDEIRA et al., 2003). Os sapotis
“Itapirema-31” são grandes e de massa média de 187 g, podendo atingir até 450 g,
comprimento de 6,1 cm e diâmetro de 7,2 cm (MOURA; JÚNIOR, 1999).
Costa et al. (2000), ao estudar o desenvolvimento do sapoti, registraram
comprimento e diâmetro médios de 6,2 cm e 6,5 cm, respectivamente, em frutos
maduros. Onde o diâmetro transversal foi maior do que o comprimento, sendo sua
relação igual a 0,96.
A coloração é o atributo de qualidade mais atrativo para o consumidor,
pois é associada à maturação, frescor e sabor. O estádio de maturação é uma opção
do consumidor, pois há quem prefira frutas na maturação fisiológica, a fim de
prolongar o período de vida útil pós-colheita (TREVISAN et al., 2006).
Estudo realizado por Miranda et al. (2008) em sapoti mostra que a
coloração externa do fruto não sofre alteração durante seu desenvolvimento, o que
impede que a cor seja usada como índice de maturação. No entanto, a coloração
interna sofre modificações, mudando de verde para verde amarelado no sexto mês
(180 dias) de desenvolvimento e marrom com tons avermelhados, na polpa dos
frutos maduros pós-climatéricos (190 dias) (MIRANDA et al., 2008).
Conway et al. (1995) relatam que a textura é um atributo importante, pois
influencia na resistência ao transporte e ao ataque de micro-organismos, além de
definir a qualidade do fruto para o consumo in natura e para o processamento,
contribuindo para sua vida útil pós-colheita. Andrews e Li (1994) afirmam que a
redução na firmeza durante o amadurecimento é resultante principalmente da
degradação dos componentes da parede celular.
Costa et al. (2000), analisando o desenvolvimento do sapoti, observaram
drástica redução da firmeza do fruto armazenado em condições ambientes pelo
período de dez dias. Ao longo do período e armazenamento, os sapotis
apresentaram redução significativa de firmeza. Não foi possível, porém, identificar
23
a textura correspondente ao exato momento da maturação por causa da pouca
estratificação dos períodos de armazenamento.
Para Miranda et al. (2008), a redução em firmeza é a alteração mais óbvia
que ocorre na maturação do sapoti, que pode ser evidenciada ao nível microscópico
como uma evidente desorganização estrutural do tecido. Os mesmos autores
observaram que a firmeza do sapoti começa a decrescer no quinto mês, alcançando
81,9 N no sexto mês, a partir do qual decresce rapidamente até após o climatério
chegando a 9,2 N.
2.2.2 Atributos Físico-químicos
Os dois métodos mais comumente usados para medir a acidez de frutos são
a acidez total titulável (AT) e o potencial hidrogeniônico (pH), sendo que o
primeiro representa todos os grupamentos ácidos encontrados (ácidos orgânicos
livres, na forma de sais e compostos fenólicos), ao passo que o segundo determina
a concentração hidrogeniônica da solução (LUCENA, 2006).
Os ácidos orgânicos encontram-se dissolvidos nos vacúolos de forma livre
ou combinados, como sais, ésteres, glicosídeos ou outros compostos. Os mais
abundantes são os ácidos cítricos e málico (em uma grande variedade de frutos), o
tartárico (uvas e abacate) e o oxálico (espinafre) (CHITARRA; CHITARRA,
2005). No sapoti, o principal ácido orgânico usado nos processos respiratórios é o
málico (MIRANDA, 2002).
Em estudo realizado por Oliveira et al. (2010), os valores do pH do sapoti
foram suavemente reduzidos, contudo, não houve alteração significativa durante o
desenvolvimento. Já Costa et al. (2000) verificaram que em sapoti o pH sofreu
decréscimo ao longo do armazenamento, seguindo um efeito linear, o que pode ser
explicado pelo efeito tamponante comum em frutos e hortaliças.
Morais et al. (2006), trabalhando com sapoti, observaram pequena redução
do pH ao longo do armazenamento. No entanto, Costa et al. (2000) identificaram
acréscimo na acidez total titulável do sapoti aos cinco dias de armazenamento,
apresentando efeito quadrático significativo. Já o decréscimo verificado no décimo
24
dia do armazenamento indicou a utilização dos ácidos orgânicos no processo
respiratório, sendo que esse processo possivelmente se tornou mais ativo a partir do
quinto dia do armazenamento.
Oliveira et al. (2010) verificaram que durante o desenvolvimento do sapoti,
a acidez titulável nos frutos foi significativamente reduzida variando de 0,31 a 0,12
% ácido málico. Contudo, não houve variação significativa entre os 150 e 180 dias.
Morais et al. (2006), ao avaliar diferentes cultivares de sapoti, constataram que o
valor médio de acidez titulável para a cultivar BRS-228 (0,23%) foi maior do que
para a cultivar BRS-227 (0,21%).
De acordo com Costa et al. (2000), a porcentagem do conteúdo de sólidos
solúveis pode servir como critério para agrupar cultivares de sapoti. As cultivares
Sapota Tropical e o Sapoti Ipacuru, lançadas pela Embrapa Agroindústria Tropical,
possuem o mesmo teor de sólidos solúveis, em torno de 25 ºBrix (BANDEIRA et
al., 2005).
Entretanto, Miranda et al. (2002) observaram uma redução nos conteúdos
sólidos solúveis totais do sapoti no final do armazenamento de 26 para 21 °Brix.
Morais et al. (2006) também verificaram que durante o armazenamento foi
pequena a variação nos conteúdos de SS do sapoti, tendo-se observado, no geral,
um pequeno aumento seguido de um decréscimo depois do climatérico. Segundo
Huertas et al. (1999), a redução pode indicar que estes sólidos estão sendo mais
usados na respiração do que produzidos, ou seja, é o início da senescência.
A relação SS/AT é uma das formas mais utilizadas para avaliação do sabor,
sendo mais representativa do que a medição isolada de açúcares ou da acidez, pois
dá uma boa ideia do equilíbrio entre esses dois componentes. Quanto maior for
essa relação, maior será o grau de doçura (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Segundo Oliveira et al. (2010), a relação SS/AT está diretamente relacionada à
qualidade dos frutos quanto ao atributo sabor, sendo observado um aumento
durante o desenvolvimento dos frutos de sapoti.
25
2.2.3 Atributos químicos
Os açúcares solúveis presentes nas frutas de forma livre ou combinada são
responsáveis pela doçura e sabor (por meio de balanço com os ácidos), pela cor
atrativa, como derivados de antocianidinas (glicosídeos); e pela textura, quando
combinados adequadamente compondo os polissacarídeos estruturais
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Quando os frutos ainda estão ligados à planta, esse aumento deve-se em
grande parte à importação, pelos frutos, desses açúcares assimilados pela planta
através de fotossíntese (MIRANDA et al., 2003).
Miranda et al. (2008) observaram que os sapotis iniciaram o acúmulo de
açúcar nas formas solúveis a partir do quarto mês, atingindo no sexto mês 21,3%
de açúcares totais, decaindo para 12,9% após o climatério. Esse aumento observado
no sexto mês corresponde ao maior aumento em massa fresca. A redução desses
açúcares durante o amadurecimento pode ser o resultado de sua utilização como
substrato na respiração. Deste modo, nesse período, o consumo de açúcares na
respiração é maior do que sua síntese a partir do látex ou da solubilização dos
componentes da parede celular. Em frutos com alto teor de açúcares, como o
sapoti, registra-se alta correlação entre o aumento no conteúdo de açúcares solúveis
e de sólidos solúveis (ALVES et al., 2000).
Dentre os açúcares solúveis totais, os redutores apresentaram aumento
gradual em seu conteúdo durante o desenvolvimento do sapoti. O aumento pós-
climatérico observado em açúcares redutores, embora pequeno quando comparado
com outras variedades de sapoti, pode ser atribuído à hidrólise de sacarose em
glicose e frutose, que foi maior do que seu consumo pela respiração (MIRANDA et
al., 2003).
As pectinas são polímeros do ácido 1,4-b-D galacturônico que se
encontram principalmente na lamela média e parede primária da célula vegetal,
atuando como elemento “cimentante” entre membranas (ARRUDA et al., 2003).
Para Chitarra e Chitarra (2005), a textura ou consistência do produto pode
ser indicada pelos conteúdos de pectina associados a testes físicos de firmeza. É
26
muito importante avaliar o conteúdo de pectina na matéria prima destinada à
indústria, por ser um dos constituintes responsáveis pela geleificação no preparo de
doces, ou ainda devido à sua atuação como substância estabilizadora de sucos.
Pectinas com alto teor de metoxilas (acima de 50%) são frequentemente
denominadas apenas “pectinas” e têm poder de geleificação na presença de
açúcares e ácidos, ao passo que a geleificação de pectinas com baixo teor de
metoxilação é possível na ausência de açúcares e na presença de alguns íons
metálicos (UENOJO; PASTORE, 2007).
Morais (2005), estudando o sapoti “Itapirema-31”, verificou que durante o
amadurecimento do fruto os conteúdos de pectina solúvel aumentaram de 100 a
200 mg/100 g na maturidade fisiológica para 300 a 400 mg/100 g aos oito dias de
armazenamento, ao passo que a redução dos conteúdos de pectina total foi mais
acentuada a partir do décimo quarto dia de armazenamento.
2.2.4 Compostos bioativos
O consumo de frutas tropicais aumenta ano após ano devido ao valor
nutritivo e a seus efeitos terapêuticos (KUSKOSKI et al., 2006). Sá (2008) relata
que uma dieta constituída de nutrientes essenciais e acrescida de substâncias
nutracêuticas tem um papel preponderante na prevenção e/ou cura de enfermidades
crônico-degenerativas como as doenças cardiovasculares e diferentes tipos de
câncer. Os alimentos com essas propriedades de prevenir e/ou minimizar doenças
receberam o nome de alimentos funcionais e os princípios ativos são chamados de
substâncias bioativas. Embora não se saiba completamente quais os mecanismos
associados à diminuição da incidência dessas doenças, sabe-se que essas dietas são
normalmente pobres em gorduras saturadas e ricas em fibras e diversas vitaminas e
minerais, dentre esses alguns com potencial antioxidante.
Alguns fatores que conferem boa qualidade aos frutos são o elevado valor
de vitamina C, a presença de carotenóides (β-caroteno) e flavonóides
(antocianinas). Estes compostos têm despertado interesse devido às suas
importantes funções e ações para a saúde humana, principalmente por atuarem
27
como antioxidantes e sequestrantes de radicais livres; sendo, portanto, capazes de
ajudar a reduzir o risco de enfermidades como o câncer e doenças cardiovasculares
(AGUIAR, 2001).
O consumo de frutas na alimentação humana tem deixado de ser somente
um prazer para converter-se em uma necessidade, em função das características
que elas proporcionam à saúde e bem-estar do homem. As frutas são fontes muito
boas de energia, carboidratos, vitaminas, minerais e produtos com propriedades
bioativas, além de proporcionarem variedade e sabor à dieta, constituindo parte
importante desta (ALVES et al., 2006).
As necessidades vitamínicas de um indivíduo variam de acordo com
fatores como idade, clima, atividade que desenvolve e estresse a que é submetido.
A quantidade de vitaminas presente nos alimentos também não é constante: varia
de acordo com a estação do ano em que a planta foi cultivada, o tipo de solo ou a
forma de cozimento do alimento (a maior parte das vitaminas se altera quando
submetida ao calor, à luz, ao passar pela água ou quando na presença de
determinadas substâncias conservantes ou soporíferas) (PINHEIRO et al., 2005).
A vitamina C age como um antioxidante, reduzindo o risco de
arteriosclerose, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer (HARRIS,
1996). O conteúdo de vitamina C tende a diminuir com a maturação e com o
armazenamento de muitas hortícolas, devido à atuação da enzima ácido ascórbico
oxidase (ascorbinase), ou graças à ação de enzimas oxidantes como a peroxidase. A
vitamina C é um excelente antioxidante e atua nas reações redox como
transportador de elétrons para a cadeia respiratória, bem como regenerando
diferentes substratos de sua forma oxidada para a forma reduzida (CHITARRA;
CHITARRA, 2005). Oliveira et al. (2012) observaram diminuição do conteúdo de
ácido ascórbico da polpa de sapoti ao longo do desenvolvimento, variando de 25,23
mg/100 g aos 90 dias a 12, 16 mg/100 g fruto maduro.
Os compostos fenólicos correspondem a uma ampla faixa de substância,
desde fenóis simples, ácidos fenólicos e flavonóides até polímeros complexos
como a lignina. São normalmente encontrados em folhas, sementes, e frutos, em
28
concentrações variáveis de acordo com o órgão, cultivares e espécies
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Os compostos fenólicos são produtos secundários do metabolismo das
plantas, exercendo função essencial na reprodução e crescimento das plantas,
agindo como mecanismo de defesa contra patógenos, parasitas e predadores, alem
de contribuir para a coloração das plantas. Em adição à sua função nas plantas, os
compostos fenólicos na dieta podem trazer benefícios à saúde associados ao risco
reduzido de doenças crônicas. Possuem um ou mais anéis aromáticos com um ou
mais grupos hidroxilas, destacando-se os ácidos fenólicos, flavonóides, cumarinas
e taninos (SILVEIRA, 2008).
Os polifenóis podem ser classificados em dois grupos: extraíveis e não
extraíveis. Os extraíveis são compostos de baixo ou médio peso molecular que
podem ser extraídos empregando diferentes solventes aquosos e aquoso-orgânicos.
Os não extraíveis são compostos de elevado peso molecular ou polifenóis unidos à
fibra dietética ou a proteínas que podem ser encontrados nos resíduos das extrações
(RUFINO, 2008).
Os polifenóis são compostos do metabolismo secundário das plantas que
desempenham nestas várias funções, tais como proteger do ataque de patógenos ou
herbívoros ou na pigmentação que ajuda a atrair os polinizadores, além de
apresentar papel essencial na qualidade de fruto, tais como o desenvolvimento de
cor, o sabor e na adstringência (CHAMKHA et al., 2003).
Os flavonóides, taninos, antocianinas e outros constituintes fenólicos
possuem potencial antioxidante, impedindo o efeito danoso dos radicais livres.
Sendo o consumo dessas substâncias de suma importância para a prevenção de
várias doenças (PLAZA, 2007).
Esses compostos são de considerável importância fisiológica e morfológica
em plantas, participando do crescimento e reprodução dos vegetais, promovendo
proteção contra patógenos e predadores, além de contribuírem para a qualidade
sensorial de frutos e vegetais (cor, adstringência e aroma) e seu equilíbrio oxidativo
(BALASUNDRAM et al., 2006; ANGELO; JORGE, 2007).
29
Os flavonóides são pigmentos naturais amplamente distribuídos no reino
vegetal e já foi detectada a ocorrência de mais de 8000 compostos fenólicos em
plantas. Protegem o organismo do dano produzido por agentes oxidantes como os
raios ultravioletas, poluição ambiental, substâncias químicas presentes nos
alimentos, estresses, dentre outros (VOLP et al., 2008).
Os principais flavonóides incluem as antocianinas, flavonas, isoflavonas,
flavanonas, flavonóis (catequinas) e as proantocianidinas (CHITARRA;
CHITARRA, 2005). Oliveira (2012) percebeu que o sapoti apresentava conteúdos
de flavonóides de 6,91 mg/100 g aos 90 dias, reduzindo para 3,16 mg/100 g
quando completamente maduros.
As antocianinas são componentes do grupo dos flavonóides e estão
amplamente distribuídos na natureza. Constituem uma fração não energética da
dieta do ser humano e estão relacionadas a importantes atividades biológicas. Seus
efeitos benéficos em relação à nutrição e saúde estão relacionados às suas
propriedades antioxidantes, pois são carreadores diretos de radicais livres,
desempenhando, desta forma, importante papel na prevenção de doenças
cardiovasculares, modulação da inflamação, inibição da agregação plaquetária,
prevenção do câncer e de sua progressão (VOLP et al., 2008).
As antocianinas, por exemplo, são consideradas excelentes antioxidantes
porque doam hidrogênio aos radicais livres altamente reativos, prevenindo a
formação de novos radicais. Além dos compostos flavonóides, numerosas outras
substâncias têm sido avaliadas quanto ao seu papel funcional, principalmente
quanto à sua ação anticancerígena (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
De acordo com Fernández et al. (2011), as antocianinas presentes nos
sapotis maduros e a senescência na polpa da fruta contribuem para a sua cor
característica. Com o amadurecimento do sapoti, há uma redução das antocianinas,
que podem estar sendo utilizadas como substrato pela enzima polifenoloxidase
(PPO) para a formação de quinonas.
O sapoti, quando imaturo, possui uma alta adstringência devido à presença
de compostos fenólicos. Durante o amadurecimento do sapoti, há predominância
30
das formas poliméricas, justificando a redução parcial da adstringência observada
nesses frutos (MIRANDA et al., 2008).
O organismo animal, assim como o vegetal, apresenta diferentes
mecanismos enzimáticos e não enzimáticos que atuam como antioxidantes
poderosos, retardando ou evitando a oxidação de substratos ou inibindo a toxidade
dos radicais livres. Desta forma, proporcionam proteção ao meio celular. Alguns
antioxidantes encontram-se presentes no próprio organismo, tais como a glutationa,
ácido úrico, ubiquinona e bilirrubina. Outros são ingeridos através da alimentação
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Os radicais livres são átomos com elétrons livres e altamente instáveis, que
podem se estabilizar em biomoléculas, como aquelas presentes nas membranas
celulares e até mesmo ácidos nucleicos, podendo desencadear mutações,
ocasionando doenças como o câncer. A capacidade antioxidante de frutos e
hortaliças está associada à presença de compostos que possuem capacidade de
inativar radicais livres (SEVERO, 2009).
O desenvolvimento de radicais livres é desencadeado por diversas
atividades essenciais para a vida, como a respiração, alimentação ou qualquer
atividade que cause algum tipo de estresse. Além disso, fatores ambientais, como
poluição do ar, presença de fumaça ou alimentos inadequados também são fatores
que predispõem o aparecimento desses radicais (SÁ, 2008).
Os frutos são considerados boas fontes de antioxidantes, os quais podem
ser mais eficientes e menos onerosos do que os suplementos sintéticos para
proteger o corpo contra danos oxidativos sob diferentes condições. A capacidade
antioxidante de um fruto difere consideravelmente de outro (LEONG e SHUI,
2002).
A correlação entre a atividade antioxidante e os compostos bioativos pode
ser estabelecida por meio da correlação de Pearson. Conforme Landim (2003), o
coeficiente de correlação rxy linear é um número puro que varia de –1 a +1 e sua
interpretação dependerá do valor numérico e do sinal. Quanto mais próximo de –1
a +1 estiver o valor de r maior será o grau de relação entre as variáveis em estudo.
Quando os valores de r são muito próximos de zero, não existe relação.
31
Batista (2010) verificou que a atividade antioxidante de alguns frutos está
associada especificamente aos polifenóis extraíveis totais. Esse fato foi observado
também em sapoti por Shui (2004), quando houve súbita queda da capacidade
antioxidante e do conteúdo de fenólicos totais com o armazenamento, indicando
que a atividade antioxidante pode estar associada aos conteúdos de fenólicos.
O DPPH está entre os métodos mais utilizados para a determinação destes
compostos antioxidantes em frutas e hortaliças (ABREU, 2007). O método está
baseado na capacidade do DPPH (radical 2,2 - difenil-1-picrilhidrazila) em reagir
com doadores de hidrogênio. Na presença de substâncias antioxidantes o mesmo
recebe H+
sendo então reduzido. Pode ser facilmente detectado por espectroscopia
devido à sua intensa absorção na região visível. O ensaio é iniciado pela adição do
DPPH e a amostra, em solução. A capacidade da amostra de reduzir o DPPH, ou
seja, sua capacidade de evitar a oxidação é evidenciada pela porcentagem de DPPH
restante no sistema. Então, a porcentagem de DPPH restante é proporcional à
concentração de antioxidante (TOMEI; SALVADOR, 2007).
A atividade do antirradical expressa pelo parâmetro EC50
é definida como a
quantidade do antioxidante necessário para diminuir 50% da concentração do
DPPH● inicial. Algumas modificações nesse método são necessárias no sentido de
adaptá-lo às frutas, porque o mecanismo da reação entre o antioxidante e o DPPH●
depende da conformação estrutural de cada antioxidante avaliado (ALVES et al.,
2006).
2.3. INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO NOS ATRIBUTOS DE QUALIDADE
A adubação pode afetar a qualidade dos frutos, sendo o estudo da nutrição
mineral de suma importância para o devido planejamento e ajustes da dosagem de
fertilização, maximizando a produção, produzindo frutos de boa qualidade com o
menor custo possível.
32
O desenvolvimento dos frutos depende da fotossíntese e da absorção de
água e nutrientes, assim como de hormônios fornecidos pela planta
(LAKSHMINARAYANA; SUBRAMANYAN, 1966; ALI; LIN, 1996).
Estudos realizados por Durrani et al. (1982) mostram um efeito favorável
da fertilização em características de qualidade, tais como sólidos solúveis totais e
celulose. Já Bhuva et al. (1991) afirmam que a produção de frutos também é
favorecida pela fertilização. A adubação potássica beneficia a frutificação, sendo o
potássio o nutriente requerido em maior quantidade no sapoti (MICKELBART,
1996).
A importância crucial do potássio na formação da qualidade baseia-se na
sua função de promotor da síntese de fotossintatos e seu transporte para frutos,
grãos, tubérculos e órgãos de armazenamento da planta, aumentando a conversão
daqueles em amido, proteína, vitaminas, óleos, etc. (MENGEL; KIRKBY, 1987).
Segundo Marodin et al. (2010), o potássio causa aumento do conteúdos de
sólidos solúveis em morango. Conforme Taiz e Zeiger (2004), isso pode ser
explicado devido à sua atuação na regulação da abertura estomática, a qual está
relacionada diretamente à fotossíntese e, consequentmente, à síntese de
fotoassimilados, melhorando a qualidade dos frutos. Silveira (2000) afirma que
altas concentrações de potássio nos tecidos favorecem a síntese e o acúmulo de
compostos fenólicos, aumentando a capacidade antioxidante.
A deficiência de N pode causar diminuição da síntese de aminoácidos e,
consequentemente, de proteínas, resultando em redução do crescimento e no
acúmulo de metabólitos não nitrogenados. As células são menores, e as paredes
celulares tornam-se mais espessas (MARSCHNER, 1995). Nessas condições, os
tecidos são mais diferenciados e mais firmes (TAIZ; ZEIGER, 2004).
Lemos et al. (2008) relatam que a deficiência de nitrogênio reduz a
concentração dos açúcares. Estes autores afirmam existir uma interação próxima
entre o metabolismo do nitrogênio e a fotossíntese, proporcionando aos organismos
fotossintetizantes melhor produção de fotoassimilados na presença do nitrogênio.
33
REFERÊNCIAS
ABREU, C. R. A. Qualidade e atividade antioxidante total de pedúnculos de
clones comerciais de cajueiro anão precoce. 2007. 111f. Dissertação (Mestrado
em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007.
AGUIAR, L. P. β-caroteno, vitamina c e outras características de qualidade de
acerola, caju e melão em utilização no melhoramento genético. 2001. 97f.
Dissertação. (Mestrado em Tecnologia de Alimentos)- Universidade Federal do
Ceará, Fortaleza, 2001.
ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. C.; MOURA, C. F. H. Sapoti. In: ALVES, R.
E.; FILGUEIRAS, H. A. C.; MOURA, C. F. H. (Ed.). Caracterização de frutas
nativas da América Latina. Jaboticabal: Funep, 2000. p. 55-58. (Frutas nativas,
9).
ALVES, R. E.; BRITO, E. S.; RUFINO, M. S. M. Prospecção da atividade
antioxidante e de compostos com propriedades funcionais em frutas tropicais. In:
Congresso Brasileiro de Fruticultura, 19, 2006, Cabo Frio. Palestras e resumos...
Cabo Frio-RJ: SBF/UENF/UFRRJ. p. 133-141. 2006.
ANDREWS, P. K.; LI, S. (1994). Parcial purification and characterization of
Dgalactosidase from sweet cherry, a nonclimateric fruit. Journal Agricultural
and Food Chemistry, Washington: 42(10): 2177-2182.
ARAÚJO NETO, S. E.; PRAÇA, E. F.; CARVALHO, E. F.; ALVES, R. A.;
MENEZES, J. B.; MORAIS, E. A. Desenvolvimento do fruto do sapotizeiro
(Manilkara achras (Mill) Fosbersg). Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 23, n. 1, p. 25-59, 2001.
ARRUDA, A. M. V.; PEREIRA, E. S.; MIZUBUTI, I. Y.; SILVA, L. D. F.
Importância da fibra na nutrição de coelhos Semina: Ciências Agrárias, Londrina,
v. 24, n. 1, p. 181-190, 2003.
BAEZ, M. A.; SILLER, J. H.; HEREDIA, J. B.; PORTILLO, T.; ARAIZA, E.;
GARCIA, R. S.; MUY, M. D. Fisiologia poscosecha de frutos de chicozapote
(Achras zapota L.) durante conditiones de mercadeo. Proceedings of
interamerican Society for Tropical Horticulture, Florida, v. 41, p. 209-214,
1997.
BALASUNDRAM, N; SUNDRAM, K.; SAMMAN, S. Phenolic compounds in
plants and agri-industrial by-products: antioxidant activity, occurrence and
potencial uses. Food Chemistry, Sydney, Austrália, v. 99, p. 191-203, 2006.
34
BANDEIRA, C. T.; LIMA, R. N.; SOBRINHO, R. B.; MESQUITA, A. L. M.;
OLIVEIRA, F. N. S.; SANTOS, F. J. S. EMBRAPA AGROINDÚSTRIA
TROPICAL. A cultura do sapoti, 2005. Disponível em:
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/11929/2/00076300.pdf.
Acesso em: 06 mai. 2011.
BANDEIRA, C. T.; MESQUITA, A. L. M.; AQUINO, A. R. L.; CAVALCANTI
JÚNIOR, A. T.; SANTOS, F. J. S.; OLIVEIRA, F. N. S.; SOUZA NETO, A. J.;
BARROS, L. M.; SOBRINHO, R. B.; LIMA, R. N.; OLIVEIRA, V. H. O cultivo
do sapotizeiro. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2003. (Embrapa
Agroindústria Tropical. Circular técnica, 13).
BANERJEE, A.; DASGUPTA, N.; DE, B. In vitro study of antioxidant activity of
Syzygium cumini fruit. Food Chemistry, v. 90, n. 4, p. 727-733, 2005
BARROSO, T. Embrapa lança suas primeiras cultivares de sapoti, 2004.
Disponível em:
<http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2003/setembro/bn.2004-11-
25.7914127808/>. Acesso em: 14 abr. 2012.
BATISTA, P. F. Qualidade, compostos bioativos e atividade antioxidante em
frutas produzidas no submédio do vale do São Francisco. 2010. 162 f.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido,
Mossoró-RN, 2010.
BHUVA, H. P., KATRUDIA, J. S.; PATEL, R. G. Effect of different levels of
moisture regime and nutrient on growth, yield and economics of sapota (Achras
sapota L.) cv. Kalipatti. Haryana Journal Horticulture Science, v. 19, n. 1/2, p.
71-78, 1990.
BHUVA, H. P.; KATRODIA, J. S.; PATEL R. G. Consumptive use, water use
efficiency and moisture extraction pattern of sapota (Achras sapota L.) as
influenced by varying levels of irrigation and fertilizers. Indian Journal
Horticulture, v. 49, n. 4, p. 291-295,1991.
BRITO, C. C. Mendonça, V.; Medeiros, P. V. Q.; Tosta, M. S.; Medeiros, L. F.
Adubação nitrogenada em cobertura na produção de porta-enxertos de sapotizeiro
(Manilkara Zapota (L.) VON ROYEN). Agropecuária Científica no Semi-
árido, v. 03, p. 08-13, 2007.
CENCI, S. A. Boas Práticas de Pós-colheita de Frutas e Hortaliças na Agricultura
Familiar. In: Fenelon do Nascimento Neto. (Org.). Recomendações Básicas para
a Aplicação das Boas Práticas Agropecuárias e de Fabricação na Agricultura
Familiar. 1a ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, p. 67-80, 2006.
35
CHAMKHA, M.; CATHALA, B.; CHEYNIER, V.; DOUILLARD, R. Phenolic
composition of champagnes from Chardonnay and Pinot Noir vintages. Journal of
Agricultural and Food Chemistry. n. 51, p. 3179-3184, 2003.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças:
fisiologia e manuseio. Lavras: UFLA, 2005.
CONWAY, W. S.; SAMS, C. E.; WATADA, A. E. Relationship between total and
cell wall bound calcium in apples following postharvest pressure infiltration of
calcium chloride. Acta Horticulture, Wageningen, n. 398, p. 31-39, 1995.
COSTA, M. L.; MENEZES, J. B.; PRAÇA, E. F.; OLIVEIRA, O. F. Algumas
características do fruto do sapotizeiro Itapirema-31 durante o desenvolvimento e o
armazenamento. Revista Caatinga, v. 13, n. 01/02, p. 15-18, 2000.
COSTA, N. P.; LUZ, T. L. B.; GONÇALVES, E. P.; BRUNO, R. L. A.
Caracterização físico-química de frutos de umbuzeiro (spondias tuberosa Arr.
Câm.), colhidos em quatro estádios de maturação. Bioscience Journal, Uberlândia,
v. 20, n. 2, p. 65-71, 2004.
DURRANI, S. M.; PATIL, V. K.; KADAM, B. A. Effect of N, P and K on growth,
yield, fruit quality and leaf composition of sapota. Indian Journal of Agricultural
Sciences, v. 52, n. 4, p. 231-234, 1982.
FERNÁNDEZ, N. B.; VELOZ, C. S.; DUCH, E. S. Respiración y parámetros
relacionados durante la maduración del chicozapote cosechado en la península de
Yucatán. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, Volume Especial,
p. 261-266, 2011.
FILHO, A. B. G. Caracterización de plantas de Chicozapote (manilkara zapota (L.)
P. van Royen) de la coleccion del catie, mediante el uso del analisis multivariado.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 24, n. 3, p. 727-730,
2002.
GONZALEZ, L. G.; FELICIANO JÚNIOR, P. A.. The blooming and fruiting
habits of the Ponderosa chico. Philippine Agricultural Scientist. v. 37, n. 7, p.
384-398, 1953.
HARRIS, J. R. Subcellular biochemistry, ascorbic acid: biochemistry and
biomedical cell biology, v. 25. Plenum, New York, 1996.
HUERTAS, G. G. C.; MORENO, N. G. N.; SAURI, D. E. Conservación
refrigerada de chicozapote com calentamiento intermitente. Horticultura
Mexicana, v. 7, p. 258, 1999.
36
KUSKOSKI, E. M.; ASUERO, A. G.; MORALES, M. T.; FETT, R. Frutos
tropicais silvestres e polpas de frutas congeladas: atividade antioxidante, polifenóis
e antocianinas. Ciência Rural, Santa Maria, v. 36, n. 4, p. 1283-1287, 2006.
LAKSHMINARAYANA, S.; H. SUBRAMANYAM. Physical, chemical and
physiological changes in sapota fruit [Achras sapota Linn. (Sapotaceae)] during
development and ripening. Journal of Food Science and Technology. 3:151-154,
1966.
LEMOS, O. L. ALMEIDA, O. S.; GUEDES P. A.; REBOUÇAS, T.; NAIR, H.;
SENO, S. Relação entre o metabolismo de nitrogênio e a fotossíntese na formação
de frutos: uma revisão bibliográfica. Diálogos & Ciência - Revista da Rede de
Ensino FTC, v. 2, n. 7, p. 23-37, 2008.
LEONG, L. P.; SHUI, G. An investigation of antioxidant capacity of fruits in
Singapore markets. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 76, p. 69-
75, 2002.
LUCENA, E. M. P. Desenvolvimento e maturidade fisiológica de manga
‘Tommy Atkins’ no vale do São Francisco. 2006. 152 f. Tese. (Doutorado em
Agronomia)- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006.
MARODIN, J. C.; RESENDE, J. T. V.; MORALES, R. G. F.; CAMARGO, C. K.;
CAMARGO, L. K. P.; PAVINATO, P. S. Qualidade físico-química de frutos de
morangueiro em função da adubação potássica. Scientia Agraria Paranaensis, v.
9, n. 3 p. 50-57, 2010.
MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. London: Academic Press,
1995. 889p.
MENGEL, K.; KIRKBY, E. A. Principles of plant nutrition. 4. ed. Bern:
International Potash Institute, 1987. 687p.
MICKELBART, M. V. Sapodilla: A potential crop for subtropical climates. In:
Journal Janick (ed.), Progress in new crops. ASHS Press, Alexandria, p. 439-446,
1996.
MIRANDA, M. R. A. Alterações fisiológicas e histológicas durante o
desenvolvimento, maturação e armazenamento refrigerado do sapoti. 2002.
136f. Tese. (Doutorado em Fitotecnia) Universidade Federal do Ceará, Fortaleza,
2002.
MIRANDA, M. R. A.; BENBADIS, A. K.; FILGUEIRAS, H. A. C.; ALVES, R.
E. Alterações Físicas e Químicas Durante o Desenvolvimento e Maturação do
Sapoti, 2003. Disponível em:
37
http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_1571.pdf. Acesso em: 26 mai.
2011.
MIRANDA, M. R. A.; FILGUEIRAS, H. A. C.; ALVES, R. E.; SOARES, A. A.;
BENBADIS, A. K. Caracterização físico-química e histológica do
desenvolvimento de Sapoti. Revista Ciência Agronômica, v. 39, n. 4, p. 575-582,
2008.
MORAIS, P. L. D. Qualidade e bioquímica de parede celular de sapoti
[Manilkara sapota (L.) Von Royen] submetido ao 1-metilciclopropeno. 2005.
114f. Tese. (Doutorado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras,
2005.
MORAIS, P. L. D.; LIMA, L. C. O.; ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. C.;
ALVES, J. D.; NASCIMENTO, F. E. N. Atividade respiratória e qualidade pós-
colheita de sapoti. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura, 18, 2004,
Florianópolis. Anais… Florianópolis, 2004. CD ROM.
MORAIS, P. L. D.; LIMA, L. C. O.; ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. C.;
ALMEIDA, A. S. Alterações físicas, fisiológicas e químicas durante o
armazenamento de duas cultivares de sapoti. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v. 41, n. 04, p. 549-552, 2006.
MOURA, R. J. M.; SILVA JUNIOR, J. F. Recursos genéticos e melhoramento do
sapotizeiro em Pernambuco. In: MANUEL ABÍLIO DE QUEIRÓZ; CLARA
OLIVEIRA GOEDERT; SEMÍRAMIS RAMALHO R. RAMOS. (Org.). Recursos
genéticos e melhoramento de plantas para o Nordeste Brasileiro. Petrolina,
PE/Brasília, DF: Embrapa Semi Árido/ Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, 1999.
OLIVEIRA, L. S. Avaliação do Metabolismo Antioxidante Durante o
Desenvolvimento de Frutos de Clones de Aceroleira e Sapotizeiro. 2012. 94f.
Tese. (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.
OLIVEIRA, L. S.; RODRIGUES, D. C.; MOURA, C. F. H.; MIRANDA, M. R. A.
Composição química e atividade de enzimas antioxidantes durante o
desenvolvimento de sapoti. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
FRUTICULTURA, 21, 2010, Natal. Anais... Natal, 2010.
PINHEIRO, D. M.; PORTO, K. R. A.; MENEZES, M. E. S. A Química dos
Alimentos: carboidratos, lipídeos, proteínas, vitaminas e minerais. Maceió:
EDUFAL, 2005.
PLAZA, C. V. Investigação fitoquímica e avaliação da atividade antioxidante
das folhas e frutos de Eugenia jambolana Lam. (Myrtaceae), 2007. Disponível
38
em:
http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/biq/33004030072P8/2007/plaza_
cv_me_araiq.pdf. Acesso em 07 jun. 2011.
RELEKAR, P. P.; DESAI, A. G.; RAJPUT, J. C.; SALVI, M. J. Fruit production
in sapota cv. Kalipatti. Current Research, Univ. of Agr. Sci., Bangalore
20(6):104-106, 1991.
ROCAS, A. N. Manilkara zapota (L.) P. Royen. In: Tropical Tree Seed Manual.
Agricultural Handbook. J. A. Vozzo (ed.) Washington: Forest Service, United
States Department of Agriculture. p. 564-566, 2002.
RUFINO, M. S. Propriedades funcionais de frutas tropicais brasileiras não
tradicionais. 2008. 237f. Tese. (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal
Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2008.
SÁ, A. P. C. S. Potencial antioxidante e aspectos químicos e físicos das frações
comestíveis (polpa e cascas) e sementes de Jamelão (Syzygium cumini, L.
Skeels). 2008. 72f. Dissertação. (Mestrado em Ciências - Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Instituto de tecnologia, Seropédica, 2008.
SALUNKHE, D. K.; DESAI, B. B. Sapota In: Posthavest biotechmology of fruits.
Boca Raton: CRC, 1980. v. 2, p. 59-64.
SETTE, R. S. Qualidade Total na Agropecuária. Informe ESAL. Lavras: ESAL,
n.5, 1994.
SEVERO, J.; GALARÇA, S. P.; AIRES, R. F.; CANTILLANO, R. F. F.;
ROMBALDI, C. V.; SILVA, J. A. Avaliação de compostos fenólicos, antocianinas,
vitamina C e capacidade antioxidante em mirtilo armazenado em atmosfera
controlada. Brazilian Journal Food Technology, Pelotas, II SSA, 2009. Edição
Especial.
SHUI, G. Characterization of effective antioxidant Components of tropical
fruit and vegetable species. 2004. 214f. Thesis. (Doctor of Philosophy) - National
University of Singapore, 2004.
SILVEIRA, R. L. V. A. Efeito do potássio no crescimento, nas concentrações
dos nutrientes e nas características da madeira juvenil de progênies de
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden cultivadas em solução nutritiva. 2000.
169f. Tese. (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2000.
SILVEIRA. M. R. S. Qualidade e atividade antioxidante de frutos de genótipos
de puçazeiro ‘Coroa de Frade’ (mouriri elliptica mart.) da vegetação litorânea
39
do Ceará. 2008. 116 f. Dissertação. (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) -
Universidade Federal do Ceara, Fortaleza, 2008.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Nutrição mineral. In: TAIZ, L.; ZEIGER, E. (Ed.).
Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, p. 95-113. 2004.
TOMEI, R. R.; SALVADOR, M. J. Metodologias analíticas atuais para avaliação
da atividade antioxidante de produtos naturais. XI Encontro Latino Americano de
Iniciação Científica e VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação, 7, 2007,
Vale do Paraíba Anais... p.1963-1967, 2007.
TREVISAN, R. TREPTOW, R. O.; GONÇALVES, E. D.; ANTUNES, L. E. C.;
HERTER, F. G. Atributos de qualidade considerados pelo consumidor de
Pelotas/RS, na compra de pêssego in natura. Revista Brasileira de Agrociência, v.
12, n. 3, p. 371-374, 2006.
UENOJO, M.; PASTORE, G. M. Pectinases:Aplicações Industriais e Perspectivas.
Química Nova (Online), v. 30, p. 388-394, 2007.
VOLP, A. C. P.; RENHE, I. R. T.; BARRA, K.; STRINGUETA, P. C. Flavonóides
antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúde. Revista Brasileira
de Nutrição Clínica, Porto Alegre, v. 23, n. 2, p. 141-149, 2008.
40
CAPÍTULO 2 - ADUBAÇÃO NITROGENADA E O ESTÁDIO DE
MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO
SAPOTI
RESUMO
COSTA, Laíse Nascimento. ADUBAÇÃO NITROGENADA E ESTÁDIO DE
MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO
FRUTO DE SAPOTIZEIRO. 2012. 69 p. Dissertação (Mestrado em agronomia:
Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró-RN,
2012.
O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da adubação nitrogenada
e estádio de maturação na qualidade e atividade antioxidante do sapoti. O
experimento foi instalado na fazenda Norfruit situada em Pau Branco –
Mossoró/RN. Os frutos foram avaliados no Laboratório de Pós-colheita da
UFERSA – Mossoró/RN. Foram utilizadas cinco doses de nitrogênio (0; 300; 600;
900; 1200 g/planta), em cinco estádios de maturação mais o armazenamento, em
esquema fatorial 5x6 com parcelas perdidas, cinco repetições, três plantas centrais
como parcela útil, usando para avaliação dois frutos por repetição de cada
tratamento. Os frutos foram marcados com 10 a 15 mm de comprimento na planta;
sendo colhidos e avaliados quanto à sua qualidade e composição química após 90,
120, 150, 180 e 200 dias de sua marcação e após seu armazenamento (25ºC ± 2 e
UR 58% ±1), quando completamente maduros (208 dias). As variáveis avaliadas
foram: diâmetro transversal e longitudinal, massa do fruto, sólidos solúveis, pH,
vitamina C, firmeza. Os frutos do tratamento controle e das doses de 600 g de
N/planta nos estádios de maturação de 120, 180 dias da marcação e maduro foram
avaliados quanto aos teores de açúcares totais e redutores, flavonóides,
antocianinas, pectina total e solúvel, polifenóis extraíveis totais e atividade
antioxidante. Os resultados obtidos mostraram que a qualidade e composição
química dos frutos foram influenciadas pela adubação e pelos estádios de
maturação. A dose de 600 g de N/planta gerou frutos de maior massa e maior teor
de açúcar. Nos estádios finais de maturação, os frutos estavam maiores, com mais
açúcares, menos firmes, com menor conteúdo de compostos bioativos e atividade
antioxidante. A atividade antioxidante do sapoti está mais correlacionada ao
conteúdo de polifenóis extraíveis totais.
Palavras-chaves: Fertilização, composição química dos frutos,
desenvolvimento.
41
ABSTRACT
COSTA, Laíse Nascimento. NITROGEN FERTILIZATION AND STAGE OF
MATURITY ON QUALITY AND ANTIOXIDANT ACTIVITY OF
SAPODILLA fruit. 2012. 69 p. Dissertation (M. Sc. in Agronomy: Phytotechny) -
Federal University Rural of Semi Arid, Mossoro-RN, 2012.
This study aimed at evaluating the nitrogen fertilization and stage of
maturity on quality and antioxidant activity of the sapodilla. The experiment was
accomplished on the Norfruit farm located in Pau Branco – Mossoró/RN. The
fruits were appraised in the laboratory of postharvest of the UFERSA – Mossoró/
RN. The experiment consisted of five doses of nitrogen (0; 300; 600; 900;1200
g/plant), 5 stages of maturation plus the storage in a factorial scheme 5x6 with
parts missing, 5 repetitions, 3 central plants as useful plot, using two fruits per
replicate of each treatment. The fruits were marked with 10 to 15 mm in length in
the plant, being collected and evaluated with respect to their quality and chemical
composition after 90, 120, 150, 180 and 200 days of his appointment. The fruits
were stored (25 ± 20ºC and RH 58% ± 1) until they were mature and then they
were evaluated. The variables assessed: transverse and longitudinal diameter, fruit
weight, soluble solids, pH, vitamin C, firmness. The fruits of control treatment and
of the doses of 600 g of N/plant in the maturity stages with 120, 180 and 208 days
were evaluated according to their total and reducing sugars content, flavonoids,
anthocyanins, total and soluble pectin, total extractable polyphenols and
antioxidant activity. The results showed that the quality and chemical composition
of the fruits were affected by fertilization and the maturation stages. The dose of
600 g of N/plant generated fruits with greater mass and more sugars content. In the
final stages of maturation (mature fruit), fruit were larger, whit more sugars
content, less firm, more palatable, however, with a lower content of bioactive
compounds and antioxidant activity. The antioxidant activity is more correlated to
the total extractable polyphenol content.
Keywords: Fertilization, Chemical composition of the fruits, development
42
1 INTRODUÇÃO
A cultura do sapoti demanda quantidade razoável de fertilizantes minerais
para atingir uma produtividade satisfatória, em decorrência das elevadas
quantidades de nutrientes que as plantas extraem do solo e pela baixa fertilidade
natural dos solos do Nordeste, os quais, em sua maioria, apresentam elevada
acidez, raramente neutralizada pelas práticas de calagem e adubação (BANDEIRA
et al., 2005).
A adubação nitrogenada deve considerar o fornecimento de nitrogênio do
solo, as exigências da cultura em função da colheita esperada, os períodos de maior
necessidade da cultura, o processo de contato entre o nitrogênio e a raiz, as
características do adubo nitrogenado utilizado e suas transformações e reações
químicas e bioquímicas no solo (MALAVOLTA, 2006).
O Nitrogênio, nutriente extremamente exigido pelas culturas, tem função
estrutural no vegetal, fazendo parte de inúmeros componentes celulares, como
proteínas, bases nitrogenadas, ácidos nucleicos, enzimas (rubisco), coenzimas
(NADH, FAD), vitaminas e pigmentos como a clorofila. Além disso, o nitrogênio
também participa de processos como absorção iônica, fotossíntese, respiração,
multiplicação e diferenciação celular (CASTRO, 2007).
Resultados de pesquisa têm verificado que a adubação nitrogenada
influencia na produção, composição química e na qualidade dos frutos. Estudos
realizados por Silva e Júnior (2010) revelam que a qualidade do abacaxi foi afetada
pela adubação com nitrogênio nas seguintes variáveis: comprimento, diâmetro,
acidez titulável (AT), pH, sólidos solúveis (SS) e relação SS/AT. Lederman et al.
(2001) determinaram que para o sapotizeiro a partir de quatros anos de idade, a
dosagem mais adequada de nitrogênio é de 600 g de N/planta.
O estádio de maturação também influencia na composição química do
fruto. Oliveira (2012) verificou que sapoti aos 90 dias apresentam maior atividade
antioxidante e maior conteúdo de polifenóis extraíveis, conteúdo de vitamina C e
flavonóides amarelos.
43
No entanto, trabalhos que expliquem a relação do estádio de maturação e
da adubação nitrogenada com a composição química e a atividade antioxidante dos
sapotis são escassos. Desta forma, o objetivo desse trabalho consiste em avaliar o
efeito da adubação nitrogenada e estádio de maturação na qualidade e atividade
antioxidante do sapoti.
44
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA
O experimento com sapoti cultivar “Itapirema-31” foi conduzido em um
plantio comercial da Fazenda Norfruit, situada na comunidade de Pau Branco, zona
rural de Mossoró/RN. Foram testadas cinco doses de nitrogênio (N).
Os dados climáticos da região de Mossoró/RN (umidade relativa,
temperatura média anual e precipitação) referentes ao tempo de realização do
experimento no campo estão representados na tabela abaixo:
Tabela 1: Dados climáticos da região de Mossoró – RN (umidade relativa,
temperatura média anual e precipitação) de agosto de 2010 a julho de 2011.
Fator Climático
Meses Ano UR (%) TMA (ºC) Precip. (mm)
Ago 2010 52,55 27,8 0
Set 2010 51,66 28,17 1,02
Out 2010 60,36 28,12 12,7
Nov 2010 58,61 28,49 0
Dez 2010 64,8 27,98 11,94
Jan 2011 70,23 27,33 36,89
Fev 2011 73,23 27,16 33,14
Mar 2011 78,77 26,61 32,82
Abr 2011 81,89 26,09 56,82
Maio 2011 81,65 25,86 49,19
Jun 2011 74,52 25,87 14,48
Jul 2011 71,89 25,51 87,4
Fonte: Estação meteorológica de Mossoró/RN
45
O experimento foi conduzido em um pomar com média de oito anos de
idade de plantas enxertadas. Foi utilizado o esquema fatorial 5 x 6 com parcelas
perdidas, composto por cinco doses de nitrogênio e seis estádios de maturação com
cinco repetições. Foram avaliados dois frutos por repetição, totalizando 10 frutos
por tratamento. No campo, cada parcela foi composta por cinco plantas, sendo
utilizadas na parcela útil três plantas centrais. Isolaram-se as parcelas uma das
outras através de uma linha de plantio paralela em seus dois lados. As plantas
utilizadas nesta pesquisa tinham espaçamento de 7 x 7 m, com 225 plantas por
hectare e apresentavam um bom aspecto fitossanitário. Antes da aplicação dos
tratamentos, as plantas receberam poda de frutificação. Utilizou-se o sistema de
irrigação por microaspersão com um aspersor por planta.
As plantas receberam cinco diferentes dosagens de nitrogênio na forma de
ureia (45% de N): 0; 300; 600; 900 e 1200 g de N planta-1
, parceladas em três vezes
em intervalos de 30, 60 e 90 dias. As plantas ainda receberam para todos os
tratamentos a mesma dose de potássio e fósforo, utilizando 890 g de cloreto de
potássio e 682 g de fosfato monoamônico granulado por planta parcelando em duas
vezes. A escolha das dosagens de adubação foi feita com base no trabalhado
realizado por Lederman et al. (2001) com adubação para o sapotizeiro.
Após a adubação e identificação da floração plena, os frutos foram
marcados no campo em dezembro de 2010, logo no estádio inicial, com 10 a 15
mm de diâmetro transversal, a fim de que houvesse homogeneidade de frutos no
mesmo estádio de maturação. A colheita dos frutos foi realizada aos 90, 120, 150,
180 e 200 dias após sua marcação no campo; em seguida eles foram
cuidadosamente acondicionados em caixas de papelão com divisórias e
devidamente transportados para o Laboratório de Pós-colheita da UFERSA –
Mossoró/RN.
Aos 200 dias, foi colhido o dobro do número de frutos, em que metade foi
analisada no dia da colheita e a outra metade armazenada em temperatura ambiente
(25ºC ± 2 e UR 58% ±1) e analisados após oito dias de armazenamento, quando os
frutos estavam completamente maduros. Em seguida, no laboratório, procedeu-se à
lavagem e secagem dos frutos e análise das características físicas, tais como:
46
diâmetro transversal e longitudinal, massa do fruto fresco, cor da polpa,
consistência da semente e firmeza. Os frutos foram processados e avaliados quanto
ao pH, sólidos solúveis, acidez total titulável e vitamina C.
Os frutos dos tratamentos controle e de 600g de N/planta nos estádios de
120, 180 dias da marcação e completamente maduro também foram avaliados
quantos às seguintes variáveis químicas: açúcares solúveis totais (AST), açúcares
redutores (AR), pectinas total e solúvel, atividade antioxidante (AAT), antocianinas
totais e flavonóides amarelos, polifenóis extraíveis totais (PET).
2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS
2.2.1 Massa total
Foi determinada através da pesagem individual dos frutos em balança
analítica, com resultados expressos em gramas (g).
2.2.2 Coloração
Com o decorrer do desenvolvimento do fruto, a coloração da polpa foi
determinada através da avaliação visual, conforme Miranda (2002).
2.2.3 Diâmetro transversal e longitudinal
Através do uso de um paquímetro manual, foram realizadas as medidas
individuais do diâmetro e comprimento, sendo expressas em centímetro (cm).
2.2.4 Firmeza da Polpa
Para análise da firmeza da polpa, foram usados frutos intactos, sem
nenhum corte ou dano, antes do processamento. A determinação foi feita com o
penetrômetro tipo Fruit Pressure Tester. Foram realizadas duas leituras por fruto,
47
em lados opostos da porção equatorial, obtendo-se a média. As leituras, em lbf,
foram multiplicadas por 4,482 para expressar o resultado da força necessária para
romper a resistência da polpa em Newtons (N).
2.2.5 pH
O pH foi determinado diretamente na polpa, utilizando-se um pHmetro de
bancada (TECNOPON mPA 210) com membrana de vidro, de acordo com a
recomendação da AOAC (2005), utilizando os tampões 4,0 e 7,0.
2.2.6 Acidez Titulável (AT)
A acidez titulável foi determinada de acordo com a metodologia da
Association of Official Analytical Chemistry (2005), na qual se fez a diluição de 1
g de polpa em 50 mL de água destilada e adicionaram-se duas gotas de
fenolftaleína 1%, usada como indicador do ponto de viragem. Em seguida, fez a
titulação com a solução de NaOH 0,1N até a mudança de cor de incolor para róseo
claro permanente. Os resultados foram expressos em percentagem de ácido málico.
2.2.7 Sólidos Solúveis (SS)
A polpa foi processada e filtrada em tecido de organza. Posteriormente, o
conteúdo de sólidos solúveis foi obtido por meio de um refratômetro digital (Atago
palette PR 101) com correção automática de temperatura (escala de 0 a 45%),
conforme metodologia recomendada pela Association of Official Analytical
Chemistry (2005), em que o resultado foi expresso em °Brix.
2.2.8 Relação SS/AT
A relação SS/AT foi obtida por meio do quociente entre os sólidos solúveis
e a acidez titulável da polpa do fruto.
48
2.2.9 Açúcares solúveis totais (AST)
Os açúcares solúveis totais foram doseados pelo método da antrona,
segundo metodologia descrita por Yemn e Willis (1954). O extrato foi obtido da
diluição de 1,0 g de polpa em um balão de 50 mL com álcool etílico a 80%,
filtrando em seguida. Uma alíquota de 10 mL foi retirada e transferida para um
balão de 100 mL aferido com água destilada. Tubos de ensaio contendo as
alíquotas do extrato (1 mL entre o extrato e água) foram postos no banho de gelo
para a adição de 2 mL do reativo antrona, sendo logo em seguida agitados e
aquecidos em “Banho-Maria” a 100°C por 8 minutos e imediatamente resfriados
em banho de gelo. A leitura foi realizada em espectrofotômetro com comprimento
de onda igual a 620 nm, sendo os resultados expressos em g.100 g-1
, usando-se
uma curva padrão de glicose.
2.2.10 Açúcares redutores (AR)
Para análise dos açúcares redutores (AR), a extração foi feita em água
destilada e a determinação foi feita segundo Miller (1959). A partir de 1 g de
amostra de polpa diluída para 100 mL de água destilada e filtrada em papel
Wathman qualitativo nº 1. Em duplicata, tomou-se uma alíquota de 1,5 mL (entre o
extrato e água). A este volume adicionou-se 1 mL de ácido dinitrosalicílico (DNS)
a 1%, procedendo-se a reação em “Banho-Maria”, a 100ºC por 5 minutos. Após
resfriadas em banho de gelo, o volume das amostras foi completado para 10 mL.
As leituras foram feitas em espectrofotômetro a 540 nm. Os resultados foram
expressos em g.100 g-1
da massa fresca, usando uma curva padrão de glicose.
2.2.11 Pectina total
Foi realizado através de metodologia descrita por McReady e MacComb
(1952). Foram utilizadas 5 g de polpa homogeneizada em 25 mL de etanol 95%
(Turrax). Em seguida, as amostras repousaram por 30 minutos na geladeira. Após o
repouso, utilizando um erlenmeyer 500 mL, um funil e pequenos pedaços de
49
organza, cada amostra foi filtrada e lavada com 10 mL de álcool a 75% por duas
vezes. Depois de seca com a ajuda de uma espátula, transferiu-se todo o conteúdo
da organza para um erlenmeyer 250 mL com 50 mL de água destilada. Logo
depois, utilizando um pHmetro, ajustou-se o pH para 11,5 com solução de NaOH 1
N para posterior repouso por 30 minutos na geladeira. A seguir, o pH foi ajustado
para 5,0-5,5 com ácido acético glacial diluído (15 mL / 50 mL) para permitir as
condições ideais de hidrólise por meio da pectinase (E. C. 3.2.1.15) de Aspergillus
niger, 1,0 U/mg (Merck). Foram adicionados 10 µl de pectinase e levou-se para
agitação por 60 minutos em agitador (shaker). As amostras foram filtradas e
transferidas para balões de 100 mL aferidos com água destilada. As leituras foram
feitas em duplicata, por colorimetria, a 520 nm, mediante a reação de condensação
com m-hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e Asboe-Hansen (1973), sendo os
resultados expressos em mg de pectina por 100 g da massa fresca da polpa, usando
uma curva padrão de ácido galacturônico.
2.2.12 Pectina solúvel
Conforme o procedimento descrito por McReady e MacComb (1952),
utilizaram-se 5 g de polpa homogeneizada em 25 mL de etanol 95% (Turrax). Em
seguida, as amostras repousaram por 30 minutos na geladeira. Após o repouso,
utilizando um erlenmeyer 500 mL, um funil e pequenos pedaços de organza, cada
amostra foi filtrada e lavada com 10 mL de álcool a 75% por duas vezes. Depois de
seca, com a ajuda de uma espátula, transferiu-se todo conteúdo da organza para um
erlenmeyer 250 mL com 20 mL de água destilada e levou-se para agitação por 60
minutos em agitador (shaker). Cada amostra foi filtrada e de cada uma retirou-se
uma alíquota de 10 mL e diluiu-se com água destilada no balão de 100 mL
(proporção 1:10). As leituras foram feitas em duplicata, por colorimetria, a 520 nm,
mediante a reação de condensação com m-hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e
Asboe-Hansen (1973), sendo os resultados expressos em mg de pectina por 100 g
da massa fresca da polpa, usando uma curva padrão de ácido galacturônico.
50
2.2.13 Vitamina C
Foi obtido através de titulometria, usando a solução de DFI (2,6 dicloro-
fenolindofenol a 0,02 %) até coloração rósea clara permanente. A análise foi feita
segundo a metodologia descrita por Strohecker e Henning (1967), utilizando 5 g de
polpa diluída em 100 mL de ácido oxálico 0,5 %, e do filtrado retiraram-se 5 mL,
em duplicata, completando o volume para 50 mL com água destilada. Em seguida,
fez-se a titulação, sendo os resultados expressos em mg de ácido ascórbico.100 g-1
de polpa.
2.2.14 Antocianinas totais e Flavonóides amarelos
As antocianinas totais e os flavonóides amarelos foram doseados segundo
Francis (1982). Em ambiente escuro, pesou-se 1,0 g de polpa em duplicata. Em
seguida, adicionaram-se 30 mL da solução extratora etanol (95%) - HCl (1,5N) na
proporção 85:15. As amostras foram homogeneizadas em um homogeneizador
manual de tecidos tipo “Turrax” por dois minutos. Logo após, o conteúdo foi
transferido diretamente para um balão volumétrico de 50 mL ao abrigo da luz,
aferido com a solução extratora, homogeneizado e armazenado em frasco âmbar, o
qual ficou em repouso por uma noite na geladeira. No dia seguinte, o material foi
filtrado em um béquer de 50 mL protegido da luz. As leituras foram realizadas em
espectrofotômetro, no comprimento de onda igual a 535 nm para antocianinas e
374 nm para flavonóides amarelos. Os resultados foram expressos em mg.100 g-1
,
por meio das seguintes fórmulas:
Antocianinas totais = Absorbância x fator de diluição/98,2
Flavonóides amarelos = Absorbância x fator de diluição/76,6
2.2.15 Polifenóis extraíveis totais (PET)
Os polifenóis extraíveis totais foram determinados de acordo com
metodologia descrita por Larrauri et al. (1997), por meio do reagente de Folin-
51
Ciocalteu. Na extração, pesou-se 2 g de polpa e adicionou-se 20 mL de solução de
metanol 50% (primeira solução extratora). A mistura foi homogeneizada
(homogeneizador ‘ Turrax’), ficou em repouso por 1 hora para extração e foi
centrifugada a 10.000 rpm por 20 minutos. Após a centrifugação, o sobrenadante
obtido foi filtrado e colocado em um balão de 50 mL protegido da luz. Foi
adicionado, no precipitado, 20 mL da solução de acetona 70% (segunda solução
extratora). A mistura repousou por mais 1 hora e foi centrifugada a 10.000 rpm por
20 minutos. O segundo sobrenadante obtido foi misturado ao primeiro no mesmo
balão de 50 mL, aferindo com água destilada, obtendo assim o extrato. A
determinação foi realizada em duplicata, usando alíquotas de 0,1, 0,3, 0,4 mL de
extrato, completando o volume para 1 mL com água destilada, 1 mL do reagente
Folin-Ciocalteu, 2 mL de NaCO3 20% e 2 mL de água destilada em tubos de
ensaio. Logo após, os tubos foram agitados (Vórtex) e deixados em repouso por 30
minutos. Depois de decorrido o tempo, a leitura foi realizada em
espectrofotômetro, usando a curva padrão de ácido gálico e os resultados expressos
em mg de ácido gálico.100 g-1
de polpa.
2.2.16 Atividade antioxidante total (AAT)
2.2.16.1 DPPH
O ensaio é baseado no sequestro do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-
hidrazil) por antioxidantes, produzindo um decréscimo da absorbância a 515 nm. O
método adotado foi o descrito por Brands-Williams et al. (1995) e modificado por
Sánchez-Moreno et al. (1998) para medir os parâmetros cinéticos.
A partir da solução inicial de DPPH (60 M), prepararam-se em balões
volumétricos de 10 mL, soluções variando a concentração de 10 a 50 M.
Posteriormente, utilizou todas as contrações para gerar uma curva, adotando o
metanol como branco. O extrato utilizado foi o que do procedimento dos polifenóis
extraíveis totais. A leitura foi realizada em duplicata, a 515 nm.
52
Primeiramente, foi gerada uma cinética para determinar o tempo de
estabilização da absorbância de cada tratamento. Nesse processo, foram preparadas
em tubos de ensaio três diluições diferentes de cada extrato (10, 20, 40). Em
ambiente escuro, transferiu-se uma alíquota de 8 µL de cada diluição do extrato,
em duplicata, para microplacas com 295 µL do radical DPPH (item solução de
DPPH 0,06 mM).
Utilizou-se também 8 µL da solução controle (item solução controle de
álcool metílico, acetona e água ) com 295 µL do radical DPPH e metanol, como
branco, para calibrar a leitora de microplacas.
As amostras foram agitadas e a leitura foi realizada dentro de dois minutos,
após a adição da solução de DPPH na primeira amostra. As leituras (515 nm)
foram monitoradas de dois em dois minutos; e, após dez minutos, a cada cinco
minutos, quando se observou a redução da absorbância até sua estabilização.
Depois da determinação do tempo de estabilização, foram realizadas as
leituras das três diluições de cada extrato, após cinquenta e cinco minutos da adição
da solução do DPPH.
A leitura da absorbância final para o cálculo do EC50 foi feita após a
estabilização da absorbância (tempo EC50). Após a leitura, substituiu-se (Eq. 1) o
valor correspondente à metade da absorbância inicial do controle pelo y da equação
da curva do DPPH para encontrar o consumo em μM DPPH e, em seguida,
transformou-se para g DPPH, através da transformação: g DPPH = (μM DPPH /
1.000.000) * 394,3 (peso molecular do DPPH). A partir das absorbâncias obtidas
das diferentes diluições dos extratos, foi possível plotar a absorbância no eixo Y e
diluição (mg/L) no eixo X e determinar a equação da reta (Eq. 2). Para calcular a
AAT, deve-se substituir a absorbância equivalente a 50% da concentração do
DPPH pelo y (Eq. 2) e encontrar o resultado que corresponde à amostra necessária
para reduzir em 50% a concentração inicial do radical DPPH (EC50).
A partir do resultado (mg/L) encontrado na equação 2, deve-se dividir por
1.000 para se ter o valor em g e, em seguida, dividir pelo valor encontrado em g
DPPH (Eq. 1) para obter o resultado final (Eq. 3), que é expresso em g fruta
(porção comestível)/g DPPH.
53
2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foi feita uma análise de variância para testar os tratamentos e uma análise
com ajustamento de curvas para os dados quantitativos. Para a análise dos dados,
foram utilizados os programas SAS (Statistical Analysis System) e Microsoft
Office Excel; as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a p 0,01 e p
0,05. A relação da atividade antioxidante e compostos bioativos foi obtida através
da correlação de Pearson, segundo Landim (2003).
54
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS
Alguns atributos de qualidades servem para agregar valor ao produto. A
massa é um atributo extremamente importante na comercialização dos frutos. Ela
pode ser usada como parâmetro de preço do produto, pois o consumidor não paga
pela unidade, mas pelo Kg de um determinado produto.
Houve interação significativa entre dose e tempo de desenvolvimento do
fruto a p ≤ 0,05 pelo teste F (Apêndice 1). O tratamento controle foi inferior aos
demais durante todo o desenvolvimento. A dosagem de 600 g de nitrogênio por
planta apresentou massa superior às demais dosagens. Essa influência da adubação
sobre a massa do fruto também foi observada por Araújo et al. (2009) na adubação
nitrogenada do pimentão. A massa fresca do fruto aumentou até os 200 dias em
todas as dosagens testadas, tendo o controle a menor massa (174,93 g) e a dose de
600 g de nitrogênio por planta a maior (204,75 g) (Figura 3 A e B).
55
Figura 3 - Massa fresca (A e B), Tamanho (C e D) e firmeza (E) dos frutos de sapotizeiro em função dos diferentes estádios de maturação
e em função a adubação com cinco doses de nitrogênio (N).
56
Filho (2002), estudando sapoti, verificou que o sapoti de forma
arredondada possui uma massa média de 105,2 g, sendo esta inferior à massa
encontrada neste trabalho. Após o armazenamento (8 dias em 25 0C ± 2
0C e 58%
±1% UR), houve redução da massa. Isso provavelmente foi causado pela
transpiração do fruto, que, depois de colhido, pode ter sofrido uma perda de água.
Os diâmetros longitudinais e transversais do sapoti foram influenciados
apenas pelo estádio de maturação (Apêndice 1). Observa-se na figura 4 que os
frutos atingiram seu tamanho máximo aos 200 dias, com diâmetro longitudinal
médio de 6,89 cm e o transversal de 6,98 cm. Durante todo o desenvolvimento, a
relação diâmetro transversal e longitudinal foi maior do que 1, indicando um
formato arredondado do fruto (Figura 3 C e D).
O tamanho dos frutos deste trabalho foi maior do que o dos frutos
avaliados por Costa et al. (2000), que também verificaram uma tendência ao
formato arredondado do sapoti “Itapirema-31”, com um diâmetro transversal
(6,5cm) superior ao longitudinal (6,2cm).
A coloração é o atributo de qualidade mais atrativo para o consumidor,
pois está associada à maturação, frescor e sabor. O nível de maturação é uma opção
do consumidor, pois há quem prefira frutas “de vez”, para prolongar o período de
durabilidade (BADENES et al., 1998).
Com o avanço do estádio de maturação, a cor da polpa passou de creme
com bordas esverdeadas aos 90 dias para marrom escuro aos 208 dias. A coloração
bege escura com bordas marrons da polpa com 180 dias mudou para marrom aos
200 dias. Uma mudança na coloração da polpa do sapoti também foi detectada por
Miranda et al. (2008). A polpa que aos 90 dias se encontrava verde, ficou verde-
amarelada aos 180 dias de desenvolvimento e marrom com tons avermelhados nos
frutos maduros pós-climatéricos (190 dias).
Os sapotis, nos estádios iniciais de desenvolvimento, estavam
extremamente firmes, o que impossibilitou a sua determinação antes dos 180 dias.
Os tempos diferiram a p≥ 0,1 e as doses a p≥0,5 pelo teste F. Contudo, não houve
interação entre o tempo e as doses testadas (Apêndice 1).
57
A firmeza dos frutos caiu com o avanço do estádio de maturação, passando
de 107,83 para 33,54 N (Tabela 2). Os valores da firmeza encontrados nesse
trabalho foram superiores aos observados por Miranda (2002), em que a firmeza do
sapoti Itapirema-31 reduziu de 81,9 N para 9,2 N ao longo do desenvolvimento.
O amadurecimento é o primeiro passo irreversível da senescência e uma
das alterações mais marcante que as frutas sofrem durante o amadurecimento é a
perda de firmeza da polpa, causada pela degradação da parede celular por diversas
enzimas hidrolíticas (MORAIS et al., 2008).
Tabela 2: Firmeza (N) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de
maturação e submetido a adubação nitrogenada (N).
Nitrogênio (N)
Tempo (dias) Firmeza (N)
180 107,83 a
200 97,49 b
208 33,54 c
Letras minúsculas representam diferença estatística entre as
doses testadas a p ≤ 0,05 pelo teste de Tukey.
Os valores médios da firmeza se reduziram com o aumento das doses
aplicadas, havendo redução mais acentuada entre as doses de 300 g de nitrogênio
por planta (80, 58 N) e 600 g de nitrogênio por planta (68,45 N) (Figura 3 E).
Chitarra e Chitarra (2005) relatam que em frutas o nitrogênio em excesso reduz a
firmeza, possivelmente devido ao maior crescimento, com efeito na diluição de
minerais nos tecidos.
3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS
Para o pH, houve diferença significativa, apenas para o tempo de
desenvolvimento apresentou significância a probabilidade de 1% pelo teste F
(Apêndice 1). O Ph aumentou até os 150 dias, reduzindo aos 180 dias e
permanecendo constante até os 208 dias, com uma variação de 5,71 a 5,25 (Figuras
4A e 4B).
58
Figura 4 – pH (A e B) e acidez titulável (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de maturação e em função a
adubação com cinco doses de nitrogênio (N).
59
Brito et al. (2002) também observaram acréscimo dos valores de pH nos
estádios iniciais de maturação e redução no estádio final, com maior variação dos
valores de pH (5,89 a 4,95).
Para acidez, a interação tempo e doses de adubação foi significativa a p ≤
0,01 pelo teste F (Apêndice 1). A acidez titulável foi maior aos 90 dias, depois se
reduziu até os 180 dias, aumentando em seguida até o estádio completamente
maduro. Após o amadurecimento, os sapotis apresentaram acidez média de 0,18 a
0,20 % (Figura 4 C e D). Menores valores de acidez foram encontrados por Alves
et al. (2000), ao verificarem que após o amadurecimento os sapotis apresentaram
acidez de 0,12 %. Aos 90 dias, o tratamento controle apresentou acidez inferior às
demais doses, sendo que nos frutos completamente maduros as dosagens pouco se
diferenciaram (Figura 4 C e D).
Os conteúdos de sólidos solúveis foram influenciados tanto pelo tempo de
desenvolvimento a p≤ 0,01 quanto pelas dosagens testadas a p≤ 0,05 pelo teste de F
(Apêndice 1). Os dados para sólidos solúveis durante o desenvolvimento do sapoti
são lineares. O conteúdo de sólidos solúveis aumentou de 15,03° para 18,36° Brix
aos 150 dias. Essa foi a maior variação constatada do aumento do conteúdo de
sólidos solúveis ao longo do desenvolvimento. Após esse período, o valor dos
sólidos solúveis teve um pequeno aumento, atingindo 19,48 °Brix quando
completamente maduro (Figura 5 A e B).
60
Figura 5 - Conteúdo de sólidos solúveis (A e B) e relação SS/AT (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de
maturação e em função da adubação com cinco doses de nitrogênio (N).
61
No entanto, esse valor ainda é baixo, pois segundo Bandeira et al. (2005) o
conteúdo de sólidos solúveis do sapoti pode chegar a 25 ºBrix. Doudement et al.
(2011), avaliando sapoti, encontraram conteúdo de sólidos solúveis de 20,33 ºBrix.
Dentre as doses testadas, o tratamento controle apresentou o maior valor de sólidos
solúveis (18,30 ºBrix).
O tempo de desenvolvimento e as dosagens testadas tiveram efeito sobre a
relação SS/AT, sendo a diferença significativa a 1% de probabilidade pelo teste F
(Apêndice 1). A relação SS/AT aumentou até os 180 dias, onde atingiu seu valor
máximo, reduzindo-se aos 200 dias (Figura 5C e 5D).
Ainda nas figuras 5C e 5D, observa-se que a relação SS/AT variou de 54,2
a 72,77 aos 90 dias para 96,5 a 106,94 aos 208 dias. O tratamento controle obteve a
maior relação SS/AT nos estádios iniciais e a menor no estádio maduro. Oliveira et
al. (2010) verificaram que a relação SS/AT da Sapota Tropical aumentou durante o
desenvolvimento, variando de 27,89 a 96,70. Aos 180 (150,83) e 200 (105,53) dias,
a dosagem de 600 g de N/planta apresentou maior relação SS/AT ao passo que a
maior relação dos frutos completamente maduros foi alcançada com a dosagem de
900 g de N/planta (106,94).
3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS
Os teores de açúcares totais das doses de nitrogênio foram significativos a
1% de probabilidade e os teores de açúcares redutores a p ≤ 0,05 pelo teste F
(Apêndice 1).
Não houve diferença significativa entre os teores de açúcares solúveis
totais nos estádios de maturação aos 180 e 208 dias. Os menores teores de açúcares
solúveis totais foram identificados aos 120 dias, atingindo os valores máximos aos
208 dias (15,20%) (Tabela 3). Estes valores foram inferiores aos apresentados por
Araújo-Neto et al. (2001), que observaram acréscimo dos açúcares solúveis do
sapoti Itapirema-31 durante o desenvolvimento, atingindo um valor máximo de
20,93%.
62
Tabela 3: Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), açúcares redutores (%),
pectina solúvel, antocianina, atividade antioxidante total (mg/100 g) dos frutos de
sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e submetido a adubação nitrogênio
(N).
Letras maiúsculas representam diferença estatística entre os estádios de maturação
e letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p ≤
0,05 pelo teste de Tukey.
Apenas os teores de açúcares redutores aos 120 dias diferiram dos demais.
O teor de açúcares redutores aumentou até os 208 dias (11,04% a 12,87%) (Tabela
3). Vargas et al. (2005), avaliando sapoti, observaram um teor de açúcares
redutores de 6,27% na maturidade fisiológica, passando para 16,87% após o
armazenamento.
Os valores de açúcares solúveis totais e redutores para os tratamentos
controle foram inferiores ao tratamento de 600 g /planta de N, para todos os
estádios de maturação. Lemos et al. (2008) relatam a existência de uma interação
entre o metabolismo do nitrogênio e a fotossíntese, proporcionando aos organismos
fotossintetizantes uma melhor produção de fotoassimilados na presença do
nitrogênio, aumentando os teores de açúcares.
Para a pectina total e solúvel o tempo de desenvolvimento e as doses de
nitrogênio foram significativos a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 1). O conteúdo de
pectina total decresceu ao longo do desenvolvimento, sendo que todos os tempos e
doses diferiram entre si (tabela 4). Ao passo que o conteúdo da pectina solúvel
Nitrogênio (N)
Variável Doses
Tempo
120 dias 180 dias 208 dias
Açúcares Solúveis (%) 0 g 6,69 Bb 11,76 Ab 12,72 Ab
600 g 6,89 Ba 13,75 Aa 15,20 Aa
Açúcares Redutores (%) 0 g 5,23 Bb 8,42 Ab 11,04 Ab
600 g 6,39 Ba 10,9 Aa 12,87 Aa
Pectina Solúvel (%) 0 g 81 Cb 167 Bb 198 Ab
600 g 143 Ca 178 Ba 210 Aa
Antocianina (mg/100 g) 0 g 8,93 Aa 3,93 Ba 3,43 Ca
600 g 4,95 Ab 3,23 Bb 2,19 Cb
AAT (mg/100 g) 0 g 1367,86 Aa 919,82 Ba 559,63 Ca
600 g 1109,55 Aa 943,45 Ba 749,18 Ca
63
aumentou, tendo diferença entre todos os tempos de desenvolvimento e entre as
doses (Tabela 3).
Tabela 4: Conteúdo de pectina total, flavonóides amarelos e polifenóis extraíveis
totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de maturação e
submetido a adubação com duas doses de nitrogênio (N).
Nitrogênio (N)
Tempo (dias) P. T. mg/100 g Flavonóides mg/100 g PET mg/100 g
180 373,5 a 34,22 a 976,35 a
200 322,5 b 23,16 b 792,42 b
208 244,5 c 11,52 c 110,11 c
Doses
(g/planta) P. T. mg/100 g Flavonóides mg/100 g
PET mg/100 g
0 334 a 25,01 a 612,02 a
600 293 b 20,93 b 640,57 a
Letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p ≤
0,05 pelo teste de Tukey.
O conteúdo de pectina solúvel e total está relacionado à firmeza do fruto.
Silva et al. (2009) afirmam que no decorrer do amadurecimento, há transformação
da protopectina em pectina total, a qual sofre, por ação enzimática, desmetilação e
simplificação das cadeias, causando a solubilização até a degradação total, quando
a fruta está muito madura. Esses autores ainda relacionam o aumento do conteúdo
de pectina solúvel ao aumento das atividades das enzimas PME e PG. Desta forma,
ao longo do desenvolvimento do fruto há um aumento do conteúdo de pectina
solúvel e redução da pectina total, com a perda de firmeza.
Uma redução do conteúdo de pectina total do sapoti, à medida em a
pectina solúvel aumentava, também foi registrada por Miranda et al. (2001), ao
passo que Alves et al. (2000), analisando sapoti, encontraram teor de pectina total
de 0,74% e de pectina solúvel de 0,60%. O tratamento controle apresentou
conteúdo de pectina solúvel menor e de pectina total maior do que o tratamento de
600 g/planta de nitrogênio (Tabela 3 e 4).
64
3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS
Para a vitamina C, as dosagens aplicadas não apresentaram diferença
significativa, mas o tempo de desenvolvimento apresentou significância à
probabilidade de 1% pelo teste F (Apêndice 1). Aos 90 dias, os sapotis continham
um maior conteúdo de vitamina C (15,90 mg/100g), chegando ao final do
armazenamento com valores em torno de 10,38 mg/100 g (Figura 6 A).
Figura 6 – Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em função de
diferentes estádios de maturação (A) e em função de cinco doses de nitrogênio (B).
(A) e submetido a adubação com cinco doses de nitrogênio (N) (B).
Conforme Smirnoff (2000), a vitamina C é mais sensível à degradação
quando o produto é submetido a diferentes tratamentos e condições de
65
armazenamento. Os métodos de processamento e procedimentos de conservação
podem resultar em significativas perdas de vitamina C.
Isabelle et al. (2010) verificaram que a vitamina C do sapoti é responsável
por apenas 1,1% da atividade antioxidante, com conteúdos de vitamina C em torno
de 10,14 mg/100 g.
Houve interação entre as doses e os estádios de maturação apenas para as
antocianinas, não havendo interação para o conteúdo de flavonóides amarelos. No
entanto, os conteúdos de flavonóides amarelos e de antocianinas foram
significativos a p ≤ 0,01 pelo teste de F (Apêndice 1).
O conteúdo de antocianinas e flavonóides decresceu ao longo do
desenvolvimento, passando de 34,22 mg/100 g aos 180 dias para 11,52 mg/100 g
ao final do armazenamento. Tanto os tempos quanto as dosagens testadas diferiram
entre si (Tabela 3 e 4). Oliveira (2012) também registrou decréscimo do conteúdo
de flavonóides amarelos do sapoti (3,24 a 6,91 mg/100 g de polpa) com o avanço
da maturação. O tratamento de 600 g/planta de nitrogênio apresentou menores
conteúdos de antocianinas totais e flavonóides do que o seu controle (Tabela 3 e 4).
Menores valores de antocianinas foram registrados por Fernández et al. (2011), em
que o conteúdo de antocianinas do sapoti diminuiu ao longo do amadurecimento
(1,22 a 0,35 mg/100 g).
A atividade antioxidante (AAT) e o conteúdo de polifenóis extraíveis totais
(PET) foram afetados apenas pelo tempo de desenvolvimento (Apêndice 1). A
atividade antioxidante (AAT) e os conteúdos de polifenóis extraíveis totais (PET)
decresceram ao longo do desenvolvimento (Tabela 3 e 4).
Oliveira (2012) mostrou que o conteúdo de polifenóis e a atividade
antioxidante do sapoti diminuíram com o avanço da maturação, registrando valores
superiores aos deste trabalho. Apesar de no presente trabalho não ter havido
diferença significativa entre as dosagens de nitrogênio para o conteúdo de
polifenóis extraíveis totais (PET), Brunneto et al. (2007), trabalhando com
adubação nitrogenada em uva, observaram que a aplicação de nitrogênio provocou
aumento do conteúdo de polifenóis.
66
A atividade antioxidante serve para identificar o poder antioxidante dos
compostos bioativos, que, no presente trabalho, foi observada uma correlação
positiva entre a atividade antioxidante e os compostos bioativos avaliados. Dentre
os compostos bioativos analisados, a vitamina C foi o que apresentou menor
correlação com a atividade antioxidante, ao passo que o conteúdo de polifenóis
extraíveis totais apresenta a maior correlação com a atividade antioxidante.
Tabela 5: Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vit. C),
flavonóides amarelos (Flav.), antocianinas (Antoc.) e polifenóis extraíveis total
(PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes estádios de maturação
submetido a adubação com nitrogênio (N).
Nitrogênio (N)
Tempo Doses Atividade antioxidante
Vit. C Flav. Antoc. PET
120 0 0,37 0,60 0,63 0,90
120 600 0,35 0,69 0,65 0,87
180 0 0,30 0,65 0,63 0,83
180 600 0,31 0,68 0,62 0,88
208 0 0,33 0,61 0,70 0,85
208 600 0,31 0,64 0,69 0,88
Batista (2010) relata que a atividade antioxidante de alguns frutos está
associada especificamente aos polifenóis extraíveis totais. Lamperi et al. (2008),
avaliando maçã, observaram que a atividade antioxidante teve maior correlação
com o conteúdo de polifenóis do que com o conteúdo de vitamina C. Shui (2004),
avaliando sapoti, observou súbita queda da capacidade antioxidante e do conteúdo
de fenólicos totais por volta do terceiro ao quarto dia de armazenamento, indicando
que a atividade antioxidante pode estar associada ao conteúdo de fenólicos. O
melhor período para consumir os sapotis foi entre o terceiro e quarto dia de
armazenamento, quando os frutos amadureceram, melhorando sua qualidade e
apresentando ainda alta atividade antioxidante e conteúdo de fenólicos totais.
67
4 CONCLUSÕES
A qualidade e composição química dos frutos foram influenciadas pela
adubação e pelos estádios de maturação. A atividade antioxidante está mais
correlacionada ao conteúdo de polifenóis extraíveis totais.
Dentre as doses testadas, o tratamento controle apresentou frutos mais
firmes, com maior valor de sólidos solúveis, maior relação SS/AT nos estádios
iniciais e menor no estádio maduro, maior conteúdos de flavonóides e antocianinas
totais, ao passo que a dose de 600 g de N/planta gerou frutos de maior massa e teor
de açúcares.
Nos estádios finais de maturação (fruto maduro), os frutos estavam maiores
e menos firmes e com maior teor de açúcares, apresentando, no entanto, menor
conteúdo de compostos bioativos e atividade antioxidante.
68
REFERÊNCIAS
ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. C.; MOURA, C. F. H. Sapoti. In: ALVES, R.
E.; FILGUEIRAS, H. A. C.; MOURA, C. F. H. (Ed.). Caracterização de frutas
nativas da América Latina. Jaboticabal: Funep, 2000. p. 55-58. (Frutas nativas,
9).
ARAÚJO, J. S.; ANDRADE, A. P.; RAMALHO, C. I.; AZEVEDO, C. A. V.
Cultivo do pimentão em condições protegidas sob diferentes doses de nitrogênio
via fertirrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 13,
n. 5, p. 559-565, 2009.
ARAÚJO NETO, S. E.; PRAÇA, E. F.; CARVALHO, E. F.; ALVES, R. A.;
MENEZES, J. B.; MORAIS, E. A. Desenvolvimento do fruto do sapotizeiro
(Manilkara achras (Mill) Fosbersg). Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 23, n. 1, p. 25-59, 2001.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY – A.O.A.C.
Official methods of Analysis of the Association of Official Analytical
Chemistry. 18 ed. Maryland: A. O. A. C., 2005.
BADENES, M. L.; CALVO, J. M.; LLACER, G. Estudio comparativo de la
calidad de los frutos de 26 cultivares de melocotonero de origen norteamericano y
dos variedades población de origen español. Investigation agrária: Producion e
protección vegetal, Madri, v. 13, n. 1-2, p. 57-70, 1998.
BANDEIRA, C. T.; LIMA, R. N.; SOBRINHO, R. B.; MESQUITA, A. L. M.;
OLIVEIRA, F. N. S.; SANTOS, F. J. S. EMBRAPA AGROINDÚSTRIA
TROPICAL. A cultura do sapoti, 2005. Disponível em:
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/11929/2/00076300.pdf.
Acesso em 06 mai. 2011.
BATISTA, P. F. Qualidade, compostos bioativos e atividade antioxidante em
frutas produzidas no submédio do vale do São Francisco. 2010. 162 f.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido,
Mossoró-RN, 2010.
BLUMENKRANTZ, N.; ASBOE-HANSEN, G. New method for quantitative
determination of uronic acids. Analitical Chemistry, New York, v. 5, p. 484-489,
1973.
BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. The phenolic
constituents of Prunus domestica I.-The quantitative analysis of phenolic
constituents. Lebensm Wiss Technology, Oxford, v. 28, p. 25-30, 1995.
69
BRITO, E. S.; NARAIN, N. Physical and chemical characteristics of sapota fruit at
different stages of maturation. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 37, n. 4, p.
567-572, 2002.
BRUNETTO, G.; VIEIRA, R. C. B.; CERETTA, C. A.; KAMINSKI, J.; MELO,
G. W. B.; GIROTTO, E.; LOURENZI, C. R.; ADORNA, J. C. Adubação
nitrogenada em videiras no Rio Grande do Sul e as alterações na produtividade e
nas características químicas do mosto da uva. In: XXXI Congresso Brasileiro de
Ciência do Solo - Desafios e Conquistas da Ciência do Solo Brasileira, 2007,
Gramado. Anais do XXXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2007.
CASTRO, A. C. R. Deficiência de macronutrientes em helicônia 'Golden
Torch'. Programa de Pós Graduação em Botânica. Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Recife, 2007.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças:
fisiologia e manuseio. Lavras: UFLA, 2005.
COSTA, M. L.; MENEZES, J. B.; PRAÇA, E. F.; OLIVEIRA, O. F. Algumas
características do fruto do sapotizeiro Itapirema-31 durante o desenvolvimento e o
armazenamento. Revista Caatinga, v. 13, n. 01/02, p. 15-18, 2000.
DOUDEMENT, P. B.; ANJOS, L. S.; MORAIS, A. M.; NASCIMENTO, V. L. V.;
SILVA, M. J. M. Avaliação físico-química de sapoti (achras zapota L.)
comercializado em rede de supermercado da cidade de Teresina – PI. In: Reunião
Anual da SBPC, 63, 2011, Goiânia. Anais... Goiânia, 2011.
FERNÁNDEZ, N. B.; VELOZ, C. S.; DUCH, E. S. Respiración y parámetros
relacionados durante la maduración del chicozapote cosechado en la península de
Yucatán. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, Volume Especial,
p. 261-266, 2011.
FILHO, A. B. G. Caracterización de plantas de Chicozapote (manilkara zapota (L.)
P. van Royen) de la colección del catie, mediante el uso del analisis multivariado.
Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 24, n. 3, p. 727-730,
2002.
ISABELLE, M.; LEE, B. L.; LIM, M. T.; KOH, W. P.; HUANG, D.; ONG, C. N.
Antioxidant activity and profiles of common fruits in Singapore. Food Chemistry,
123, p. 77-84, 2010.
LAMPERI, L.; CHIUMINATTO, U.; CINCINELLI, A.; GALVAN, P.;
GIORDANI, E.; LEPRI, L.; BUBBA, M. D. Polyphenol Levels and Free Radical
Scavenging Activities of Four Apple Cultivars from Integrated and Organic
70
Farming in Different Italian Areas. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
v. 56, n. 15, p. 6536–6546, 2008.
LANDIM, P. M. B. Análise estatística de dados geológicos. São Paulo – SP:
UNESP, 2003. 253p.
LARRAURI, J. A.; RUPEREZ, P.; SAURA-CALIXTO, F. Effect of drying
temperature on the stabilitity of polyphenols and antioxidant activity of red grape
pomace peels. Journal Agriculture Food Chemistry, v. 45, p. 1390-1393, 1997.
LEDERMAN, I. E.; SILVA JÚNIOR, J. F.; BEZERRA, J. E. F.; MOURA, R. J.
M. Sapotizeiro (Manilkara zopota L. von Royen). Jaboticabal: Sociedade
Brasileira de Fruticultura, 2001. 71 p. (Série frutas potenciais).
LEMOS, O. L.; ALMEIDA, O. S.; GUEDES P. A.; REBOUÇAS, T.; NAIR, H.;
SENO, S. Relação entre o metabolismo de nitrogênio e a fotossíntese na formação
de frutos: uma revisão bibliográfica. Diálogos & Ciência - Revista da Rede de
Ensino FTC, v. 2, n. 7, p. 23-37, 2008.
MALAVOLTA, E. Manual de Nutrição mineral de plantas. São Paulo: Editora
Agronômica Ceres, 2006. 638p.
McCREADY, R. M.; McCOMB, E. A. Extraction and determination of total pectic
materials in fruit. Analytical Chemistry, Washington, v. 24, n. 12, p. 1586-1588,
1952.
MILLER, G. Use of dinitrosalicilic acid reagent for determination of reducing
sugars. Analytical Chemistry, v. 31, p. 426-428, 1959.
MIRANDA, M. R. A. Alterações fisiológicas e histológicas durante o
desenvolvimento, maturação e armazenamento refrigerado do sapoti. 2002.
136f. Tese. (Doutorado em Fitotecnia) Universidade Federal do Ceará, Fortaleza,
2002.
MIRANDA, M. R. A.; FILGUEIRAS, H. A. C.; ALVES, R. E.; SOARES, A. A.;
BENBADIS, A. K. Caracterização físico-química e histológica do
desenvolvimento de Sapoti. Revista Ciência Agronômica, v. 39, n. 4, p. 575-582,
2008.
MIRANDA, M. R. A.; SILVA, F. S.; ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. C.;
ARAÚJO, N. C. C. Enzyme activity and pectin breakdown during storage of two
types of sapodilla under modified atmosphere. Horticultura Mexicana,
8(3):136p., 2001.
71
MORAIS, P. L. D.; LIMA, L. C. O.; MIRANDA, M. R. A.; ALVES, J. D.;
ALVES, R. E.; SILVA, J. D. Enzyme activities and pectin breakdown of sapodilla
submitted to 1-methylcyclopropene. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 43, p.
15-20, 2008.
OLIVEIRA, L. S. Avaliação do Metabolismo Antioxidante Durante o
Desenvolvimento de Frutos de Clones de Aceroleira e Sapotizeiro. 2012. 94f.
Tese. (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.
OLIVEIRA, L. S. Avaliação do Metabolismo Antioxidante Durante o
Desenvolvimento de Frutos de Clones de Aceroleira e Sapotizeiro. 2012. 94f.
Tese. (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.
OLIVEIRA, L. S.; RODRIGUES, D. C.; MOURA, C. F. H.; MIRANDA, M. R. A.
Composição química e atividade de enzimas antioxidantes durante o
desenvolvimento de sapoti. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura, 21, 2010,
Natal. Anais... Natal, 2010.
SANCHEZ-MORENO, C.; LARRAURI, J. A.; SAURA-CALIXTO, F. A
procedure to measure the antiradical efficiency of polyphenols. Journal Science
Food Agriculture, v. 76, p. 270-276, 1998.
SHUI, G. Characterization of effective antioxidant Components of tropical
fruit and vegetable species. 2004. 214f. Thesis. (Doctor of Philosophy) - National
University of Singapore, 2004.
SILVA, A. L. P. D.; JÚNIOR, J. A. D. L. Estudos sobre adubação nitrogenada e
seus efeitos na produção, nutrição e qualidade do abacaxizeiro, 2010.
Disponível em:
http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c/estudos%20sobre%20adubacao.pdf.
Acesso em:
SILVA, P. A.; ABREU, C. M. P.; CORREA, A. D.; ASMAR, S. A. Modificações
nas atividades da poligalacturonase e pectinametilesterase em morangos
armazenados a temperatura ambiente. Revista de Ciências e Agrotecnologia, v.
33, n.spe, p. 1953-1958, 2009.
SMIRNOFF, N. Ascorbic acid: metabolism and functions of a multi-facetted
molecule. Current Opinion in Plant Biology, [S.l.], v. 3, n. 3, p. 229-235, 2000.
STROHECKER, R.; HENNING, H. M. Analisis de vitaminas: métodos
comprobados: Paz Montalvo, Madrid. 1967, 428p.
VARGAS, M. L. V.; YAH, A. C.; CORTÉZ, J. T.; DUCH, E. S. Efecto del
almaciamento a bajas temperaturas sobre la calidad del chicozapote (achras
72
sapota). Revista Iberoamericana de tecnologia postcosecha, v.7, n. 1, p. 14-23,
2005.
YEMM, E. W.; WILLIS, A. J. The estimation of carbohydrates in plant extracts by
anthrone. Biochemical Journal, v. 57, p. 508-514, 1954.
73
CAPÍTULO 3 - ADUBAÇÃO POTÁSSICA E O ESTÁDIO DE
MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO
SAPOTI
RESUMO
COSTA, Laíse Nascimento. ADUBAÇÃO POTÁSSICA E ESTÁDIO DE
MATURAÇÃO NA QUALIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO
FRUTO DE SAPOTIZEIRO. 2012. 69 p. Dissertação (Mestrado em agronomia:
Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Mossoró-RN,
2012.
A finalidade desse trabalho foi avaliar a adubação potássica e estádio de
maturação na qualidade e atividade antioxidante do sapoti. O experimento foi
conduzido na fazenda Norfruit situada em Pau Branco - Mossoró/RN. Os frutos
foram avaliados no Laboratório de Pós-colheita da UFERSA - Mossoró/RN. Foram
testadas cinco doses de potássio (0; 200; 400; 600; 800 g/planta), em 5 estádios de
maturação mais o armazenamento, em esquema fatorial 5x6 com parcelas perdidas,
5 repetições, 3 plantas centrais como parcela útil. Os frutos foram marcados com
10 a 15 mm de comprimento na planta; sendo colhidos e avaliados quanto a sua
qualidade e composição química após 90, 120, 150, 180 e 200 dias de sua
marcação. Os frutos foram armazenados (25ºC ± 2 e UR 58% ±1) até o completo
amadurecimento e avaliados. As variáveis avaliadas foram: diâmetro transversal e
longitudinal, massa do fruto, sólidos solúveis, pH, vitamina C, firmeza. Os frutos
das dosagens de 400 g de K/planta e de 0 g de K/planta (controle) nos estádios de
maturação de 120, 180 dias e maduro também foram avaliadas quanto aos açúcares
totais e redutores, flavonóides, antocianinas, pectina total e solúvel, polifenóis
extraíveis totais e atividade antioxidante. Os resultados obtidos mostraram que a
qualidade e composição química dos frutos foram influenciadas pela adubação e
pelos estádios de maturação. A dose de 400 g de k/planta gerou frutos de maior
massa, conteúdo de polifenóis e atividade antioxidante. Nos estádios finais de
maturação, os frutos estavam maiores, com maior teor de açúcares, menos firmes.
No entanto, com um menor conteúdo de compostos bioativos e atividade
antioxidante. A atividade antioxidante do sapoti está mais correlacionada ao
conteúdo de polifenóis extraíveis totais.
Palavras-chaves: Manilkara zapota (L.), composição dos frutos, nutrição
potássica.
74
ABSTRACT
COSTA, Laíse Nascimento. POTASSIUM FERTILIZATION AND STAGE
OF MATURITY ON QUALITY AND ANTIOXIDANT ACTIVITY OF
SAPODILLA FRUIT. 2012. 69 p. Dissertation (M. Sc. in Agronomy:
Phytotechny) - Federal University Rural of Semi Arid, Mossoro-RN, 2012.
This study aimed at evaluating the potassium fertilization and stage of
maturity on quality and antioxidant activity of the sapodilla. The experiment was
accomplished on the Norfruit farm located in Pau Branco – Mossoró/RN. The
fruits were appraised in the laboratory of postharvest of the UFERSA – Mossoró/
RN. The experiment consisted of five doses of potassium (0; 200;400;600;800
g/plant), 5 stages of maturation plus storage in a factorial scheme 5 x 6 with parts
missing, 5 repetitions, 3 central plants as useful plot. The fruits were marked with
10 to 15 mm in length in the plant , being collected and evaluated with respect to
their quality and chemical composition after 90, 120, 150, 180 and 200 days of
their appointment. The fruits were stored (25 ± 20ºC and RH 58% ± 1) until they
were mature and then they were evaluated. The variables assessed were: transverse
and longitudinal diameter, fruit weight, soluble solids, pH, vitamin C, firmness.
The fruits of control treatment and the 400 g of K/plant in the maturity stages after
120, 180 and 208 days were evaluated according to their total and reducing sugars
content, flavonoids, anthocyanins, total and soluble pectin, total extractable
polyphenols and antioxidant activity. The results showed that the quality and
chemical composition of the fruits were affected by fertilization and the maturation
stages. The dose of 400 g of k/plant generated fruits of greater weight content of
polyphenols and antioxidant activity. In the final stages of maturation (mature
fruit), fruit were larger, less firm, whit more sugars content, however, with a lower
content of bioactive compounds and antioxidant activity. The antioxidant activity is
more correlated to the total extractable polyphenol content.
Keywords: Manilkara zapota (L.), fruits composition, potassium nutrition.
75
1 INTRODUÇÃO
A importância crucial do potássio na formação da qualidade relaciona-se à
sua função de promotor da síntese de fotossintatos e seu transporte para frutos,
grãos, tubérculos e órgãos de armazenamento da planta, aumentando a conversão
daqueles em amido, proteína, vitaminas, óleos, etc. (MENGEL e KIRKBY, 1987).
Na planta, dentro da célula, o elemento potássio (K) exerce muitas funções
essenciais à sobrevivência das plantas: abertura e fechamento dos estômatos,
fotossíntese, transporte de carboidratos, síntese de amido e proteínas, transpiração e
ativação enzimática. A absorção do elemento potássio pelas plantas dá-se na forma
iônica (K+) através das raízes (ou folhas), tendo como mecanismo de contato
íon/raiz pelos processos de difusão, fluxo de massa e intercepção radicular
(CRESTE, 2005).
A adubação ou calagem do solo do sapotizeiro deve ser feita com base na
análise de solo. Para um sapotizeiro a partir de quatros anos de idade, a dosagem
mais adequada de potássio é de 400 g/planta (LEDERMAN et al., 2001). No
entanto, a adubação é influenciada pelas condições edafoclimáticas específicas de
cada região, sendo que para algumas regiões ainda não há recomendação de
adubação potássica para o sapotizeiro.
A composição química e qualidade dos frutos podem ser afetadas pela
adubação potássica. Castellane (1989), trabalhando com morango, observou que a
adubação potássica promove alteração na composição do fruto e em sua qualidade
pós-colheita, aumentando os teores de sólidos solúveis, vitamina C, mantendo a
firmeza e melhorando o sabor e aroma. A deficiência de potássio no solo resulta
em frutos pequenos, mais firmes, com menor teor de ácidos e menor coloração
vermelha na colheita em comparação aos frutos oriundos de plantas bem supridas
de potássio (HUNSCHE; BRACKMANN; ERMANI, 2003).
Além da adubação potássica, o estádio de maturação também afeta a
composição química e atividade antioxidante do fruto. Sua composição se
diferencia conforme o estádio de maturação em que o fruto se encontre. O estudo
76
da relação entre a composição química e o estádio de maturação é de suma
importância, pois a depender da finalidade a que o fruto se destina esses fatores
podem interferir no seu ponto de colheita. Por exemplo, para fabricação de um
suplemento, o qual exige alto conteúdo de polifenóis e capacidade antioxidante, um
fruto imaturo seria o mais recomendado. Contudo, ainda não se sabe como a
adubação potássica e do estádio de maturação afetam a composição química e
atividade antioxidante do sapoti. Por isso este trabalho tem como objetivo avaliar a
adubação potássica e do estádio de maturação na composição química e na
atividade antioxidante do sapoti.
77
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 LOCALIZAÇÃO E OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA
O experimento com sapoti cultivar “Itapirema-31”, foi realizado em um
plantio comercial da Fazenda Norfruit, situada na comunidade de Pau Branco, zona
rural de Mossoró/RN.
Os dados climáticos da região de Mossoró/RN (umidade relativa,
temperatura média anual e precipitação) referentes ao período de realização do
experimento no campo estão representados na tabela abaixo:
Tabela 1: Dados climáticos da região de Mossoró/RN (umidade relativa,
temperatura média anual e precipitação) de agosto de 2010 a julho de 2011.
Fator Climático
Meses Ano UR (%) TMA (ºC) Precip. (mm)
Ago 2010 52,55 27,8 0
Set 2010 51,66 28,17 1,02
Out 2010 60,36 28,12 12,7
Nov 2010 58,61 28,49 0
Dez 2010 64,8 27,98 11,94
Jan 2011 70,23 27,33 36,89
Fev 2011 73,23 27,16 33,14
Mar 2011 78,77 26,61 32,82
Abr 2011 81,89 26,09 56,82
Maio 2011 81,65 25,86 49,19
Jun 2011 74,52 25,87 14,48
Jul 2011 71,89 25,51 87,4
Fonte: Estação meteorológica de Mossoró/RN
78
O experimento foi conduzido em um pomar com em média oito anos de
idade de plantas enxertadas. Foi utilizado o esquema fatorial 5 x 6, composto por
cinco doses de potássio e seis estádios de maturação com cinco repetições. Foram
avaliados dois frutos por repetição, totalizando 10 frutos por tratamento. No
campo, cada parcela foi composta por cinco plantas, sendo utilizadas na parcela útil
três plantas centrais. Isolaram-se as parcelas uma das outras através de uma linha
de plantio paralela em seus dois lados. As plantas utilizadas nesta pesquisa tinham
espaçamento de 7 x 7 m, com 225 plantas por hectare e apresentavam bom aspecto
fitossanitário. Antes da aplicação dos tratamentos, as plantas receberam poda de
frutificação. Utilizou-se o sistema de irrigação por microaspersão com um aspersor
por planta.
Aplicaram-se nas plantas cinco doses de potássio: 0; 200; 400; 600 e 800 g
de K planta-1
, parceladas em duas vezes em intervalos de 60 dias na forma de
cloreto de potássio (58% de K2O). Foi aplicada ainda a mesma dosagem de
nitrogênio e fósforo para todos os tratamentos, utilizando 1620 g/planta de ureia e
682 g/planta de fosfato monoamônico granulado parcelados em três vezes.
A escolha das dosagens de adubação foi feita com base no trabalho
realizado por Lederman et al. (2001). Esses autores determinaram que para o
sapotizeiro a partir de quatro anos de idade a dosagem mais adequada de potássio é
de 400 g/planta. A partir desses dados, foram selecionadas duas dosagens inferiores
e duas superiores, variando de 200 em 200 g.
Após a adubação e identificação da floração plena, os frutos foram
marcados no campo em dezembro de 2010, logo no estádio inicial, com 10 a 15
mm de diâmetro transversal para que houvesse uma homogeneidade de frutos com
o mesmo estádio de maturação. A colheita dos frutos foi realizada aos 90, 120,
150, 180 e 200 dias após sua marcação no campo, em seguida eles foram
cuidadosamente acondicionados em caixas de papelão com divisórias e
devidamente transportados para o Laboratório de Pós-colheita da UFERSA –
Mossoró/RN
Aos 200 dias, foi colhido o dobro de frutos, em que metade foi analisada
no dia da colheita e a outra metade armazenada a temperatura ambiente (25ºC ±
79
2°C e 58% ±1% UR) e analisados após oito dias de armazenamento, quando os
frutos estavam completamente maduros. Em seguida, no laboratório, procedeu-se à
lavagem e secagem dos frutos e análise das características físicas, tais como:
diâmetro transversal e longitudinal, massa do fruto fresco, cor da polpa,
consistência da semente e firmeza. Os frutos foram processados e avaliados quanto
ao pH, sólidos solúveis, acidez total titulável e vitamina C.
O tratamento controle e o tratamento de 400g de K/planta aos 120, 180 dias
da marcação e completamente maduro também foram avaliados quantos às
seguintes variáveis químicas: açúcares solúveis totais (AST), açúcares redutores
(AR), pectinas total e solúvel, atividade antioxidante (AAT), antocianinas totais e
flavonóides amarelos, polifenóis extraíveis totais (PET).
2.2 MÉTODOS USADOS PARA AS VARIÁVEIS ANALISADAS
2.2.1 Massa total
Foi determinada pela pesagem individual dos frutos em balança analítica,
com resultados expressos em gramas (g).
2.2.2 Coloração
Com decorrer do desenvolvimento do fruto, a coloração da polpa foi
determinada através da avaliação visual, conforme Miranda (2002).
2.2.3 Diâmetro transversal e longitudinal
Com uso de um paquímetro manual, foram realizadas as medidas
individuais do diâmetro e comprimento, sendo expressas em centímetro (cm).
2.2.4 Firmeza da Polpa
80
Para análise da firmeza da polpa, foram usados frutos intactos, sem
nenhum corte ou dano, antes do processamento. A determinação foi feita com o
penetrômetro tipo Fruit Pressure Tester. Foram realizadas duas leituras por fruto,
em lados opostos da porção equatorial, obtendo-se a média. As leituras, em lbf,
foram multiplicadas por 4,482 para expressar o resultado da força necessária para
romper a resistência da polpa em Newtons (N).
2.2.5 pH
O pH foi determinado diretamente na polpa, utilizando-se um pHmetro de
bancada (TECNOPON mPA 210) com membrana de vidro, de acordo com a
recomendação da AOAC (2005), utilizando os tampões 4,0 e 7,0.
2.2.6 Acidez Titulável (AT)
A acidez titulável foi determinada de acordo com a metodologia da
Association of Official Analytical Chemistry (2005), em que se fez a diluição de 1
g de polpa em 50 mL de água destilada e adicionaram-se duas gotas fenolftaleína
1%, usada como indicador do ponto de viragem. Em seguida, fez-se a titulação
com a solução de NaOH 0,1N até a mudança de cor de incolor para rósea clara
permanente. Os resultados foram expressos em percentagem de ácido málico.
2.2.7 Sólidos Solúveis (SS)
A polpa foi processada e filtrada em tecido de organza. Posteriormente, o
conteúdo de sólidos solúveis foi obtido por meio de um refratômetro digital (Atago
palette PR 101) com correção automática de temperatura (escala de 0 a 45%),
conforme metodologia recomendada pela Association of Official Analytical
Chemistry (2005), em que o resultado foi expresso em °Brix.
81
2.2.8 Relação SS/AT
A relação SS/AT foi obtida por meio do quociente entre os sólidos solúveis
e a acidez titulável da polpa do fruto.
2.2.9 Açúcares solúveis totais (AST)
Os açúcares solúveis totais foram doseados pelo método da antrona,
segundo metodologia descrita por Yemn e Willis (1954). O extrato foi obtido da
diluição de 1 g de polpa em um balão de 50 mL com álcool etílico a 80%, filtrando
em seguida. Uma alíquota de 10 mL foi retirada e transferida para um balão de 100
mL aferido com água destilada. Tubos de ensaio contendo as alíquotas do extrato
(1 mL entre o extrato e água) foram postos no banho de gelo para a adição de 2 mL
o reativo antrona, sendo, logo em seguida, agitados e aquecidos em “Banho-Maria”
a 100ºC por 8 minutos e imediatamente resfriados em banho de gelo. A leitura foi
realizada em espectrofotômetro com comprimento de onda igual a 620 nm, sendo
os resultados expressos em g.100 g-1
, usando-se uma curva padrão de glicose.
2.2.10 Açúcares redutores (AR)
Para análise dos açúcares redutores (AR), a extração foi feita em água
destilada e a determinação foi feita segundo Miller (1959), a partir de 1 g de
amostra de polpa diluída para 100 mL de água destilada e filtrada em papel
Wathman qualitativo nº 1. Em duplicata, tomou-se uma alíquota de 1,5 mL (entre o
extrato e água). A este volume adicionou-se 1 mL de ácido dinitrosalicílico (DNS)
a 1%, procedendo-se à reação em “Banho-Maria”, a 100ºC por 5 minutos. Após
resfriadas em banho de gelo, o volume das amostras foi completado para 10 mL.
As leituras foram feitas em espectrofotômetro a 540 nm. Os resultados foram
expressos em g.100 g-1
da massa fresca, usando-se uma curva padrão de glicose.
82
2.2.11 Pectina total
Foi realizada pela metodologia descrita por McReady e MacComb (1952),
usando-se 5 g de polpa homogeneizada em 25 mL de etanol 95% (Turrax). As
amostras repousaram por 30 minutos na geladeira. Após o repouso, utilizando-se
um erlenmeyer 500 mL, um funil e pequenos pedaços de organza, cada amostra foi
filtrada e lavada com 10 mL de álcool a 75% por duas vezes. Depois de seca, com
a ajuda de uma espátula, transferiu-se todo o conteúdo da organza para um
erlenmeyer 250 mL com 50 mL de água destilada. Logo depois, utilizando um
pHmetro, ajustou-se o pH para 11,5 com solução de NaOH 1 N para posterior
repouso por 30 minutos na geladeira. A seguir, o pH foi ajustado para 5,0-5,5 com
ácido acético glacial diluído (15 mL / 50 mL) para permitir as condições ideais de
hidrólise por meio da pectinase (E.C. 3.2.1.15) de Aspergillus niger, 1 U/mg
(Merck). Foram adicionados 10 µl de pectinase e levou-se para agitação por 60
minutos em agitador (shaker). As amostras foram filtradas e transferidas para
balões de 100 mL aferidos com água destilada. As leituras foram feitas em
duplicata, por colorimetria, a 520 nm, mediante reação de condensação com m-
hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e Asboe-Hansen (1973), sendo os resultados
expressos em mg de pectina por 100 g da massa fresca da polpa, usando-se uma
curva padrão de ácido galacturônico.
2.2.12 Pectina solúvel
Foi realizada conforme McReady e MacComb (1952), usando 5 g de polpa
homogeneizada em 25 mL de etanol 95% (Turrax). As amostras repousaram por 30
minutos na geladeira. Após o repouso, utilizando um erlenmeyer 500 mL, um funil
e pequenos pedaços de organza, cada amostra foi filtrada e lavada com 10 mL de
álcool a 75% por duas vezes. Depois de seca, com a ajuda de uma espátula,
transferiu-se todo o conteúdo da organza para um erlenmeyer 250 mL com 20 mL
de água destilada e levou-se para agitação por 60 minutos em agitador (shaker).
Cada amostra foi filtrada e de cada uma retirou-se uma alíquota de 10 mL e diluiu-
83
se com água destilada no balão de 100 mL (proporção 1:10). As leituras foram
feitas em duplicata, por colorimetria, a 520 nm, mediante reação de condensação
com m-hidroxidifenil, segundo Blumenkrantz e Asboe-Hansen (1973), sendo os
resultados expressos em mg de pectina por 100 g da massa fresca da polpa, usando-
se uma curva padrão de ácido galacturônico.
2.2.13 Vitamina C
Foi obtida por titulometria, usando a solução de DFI (2,6 dicloro-
fenolindofenol a 0,02%) até coloração rósea clara permanente. A análise foi feita
segundo a metodologia descrita por Strohecker e Henning (1967), utilizando 5 g de
polpa diluída em 100 mL de ácido oxálico 0,5 %, e do filtrado foram retirados 5
mL, em duplicata, completando o volume para 50 mL com água destilada. Em
seguida, fez-se a titulação, sendo os resultados expressos em mg de ácido
ascórbico.100 g-1
de polpa.
2.2.14 Antocianinas totais e flavonóides amarelos
As antocianinas totais e os flavonóides amarelos foram doseados segundo
Francis (1982). Em ambiente escuro, pesou-se 1 g de polpa em duplicata. Em
seguida, adicionaram-se 30 mL da solução extratora etanol (95%) - HCl (1,5N) na
proporção 85:15. As amostras foram homogeneizadas (Turrax) por 2 minutos.
Logo depois, o conteúdo foi transferido diretamente para um balão volumétrico de
50 mL ao abrigo da luz, aferido com a solução extratora, homogeneizado e
armazenado em frasco âmbar, o qual ficou em repouso por uma noite na geladeira.
No dia seguinte, o material foi filtrado em um béquer de 50 mL protegido da luz.
As leituras foram realizadas em espectrofotômetro, no comprimento de onda igual
a 535 nm para antocianinas e 374 nm para flavonóides amarelos. Os resultados
foram expressos em mg.100 g-1
, por meio das seguintes fórmulas:
Antocianinas totais = Absorbância x fator de diluição/98,2
Flavonóides amarelos = Absorbância x fator de diluição/76,6
84
2.2.15 Polifenóis extraíveis totais (PET)
Os polifenóis extraíveis totais foram determinados de acordo com
metodologia descrita por Larrauri et al. (1997), por meio do reagente de Folin-
Ciocalteu. Na extração, foram pesados 2 g de polpa e adicionaram-se 20 mL de
solução de metanol 50% (primeira solução extratora). A mistura foi
homogeneizada (homogeneizador ‘Turrax’), ficou em repouso por uma hora para
extração e foi centrifugada a 10.000 rpm por vinte minutos. Após a centrifugação,
o sobrenadante obtido foi filtrado e colocado em um balão de 50 mL protegido da
luz. Foram adicionados, no precipitado, 20 mL da solução de acetona 70%
(segunda solução extratora). A mistura repousou por mais uma hora e foi
centrifugada a 10.000 rpm durante vinte minutos. O segundo sobrenadante obtido
foi misturado ao primeiro no mesmo balão de 50 mL, aferido com água destilada,
obtendo-se o extrato. A determinação foi realizada em duplicata, usando alíquotas
de 0,1, 0,3, 0,4 mL de extrato, completando o volume para 1 mL com água
destilada, 1 mL do reagente Folin-Ciocalteu, 2 mL de NaCO3 20% e 2 mL de água
destilada em tubos de ensaio. Logo depois, os tubos foram agitados (Vórtex) e
deixados em repouso por 30 minutos. Depois de decorrido esse tempo, a leitura foi
realizada em espectrofotômetro, usando-se a curva padrão de ácido gálico e os
resultados foram expressos em mg de ácido gálico.100 g-1
de polpa.
2.2.16 Atividade antioxidante total (AAT)
2.2.16.1 DPPH
O método adotado foi o descrito por Brands-Williams et al. (1995) e
modificado por Sánchez-Moreno et al. (1998) para medir os parâmetros cinéticos.
A partir da solução inicial de DPPH (60 M), foram preparadas, em balões
volumétricos de 10 mL, soluções variando a concentração de 10 a 50 M.
Utilizaram-se todas as contrações para gerar uma curva, adotando o metanol como
85
branco. O extrato utilizado foi o mesmo do procedimento dos polifenóis extraíveis
totais. A leitura foi realizada em duplicata a 515 nm.
Primeiramente, foi gerada uma cinética para determinar o tempo de
estabilização da absorbância de cada tratamento. Nesse processo, foram preparadas
em tubos de ensaio três diluições diferentes de cada extrato (10, 20, 40). Em
ambiente escuro, transferiu-se uma alíquota de 8 µL de cada diluição do extrato,
em duplicata, para microplacas com 295 µL do radical DPPH (item solução de
DPPH 0,06 mM).
Foram utilizadas também 8 µL da solução controle (item solução controle
de álcool metílico, acetona e água) com 295 µL do radical DPPH e metanol, como
branco, para calibrar a leitora de microplacas.
As amostras foram agitadas e a leitura foi realizada dentro de dois minutos,
após a adição da solução de DPPH na primeira amostra. As leituras (515 nm)
foram monitoradas de dois em dois minutos e, após dez minutos, a cada cinco
minutos, quando se observou a redução da absorbância até sua estabilização.
Depois da determinação do tempo de estabilização, foram realizadas as
leituras das três diluições de cada extrato, após cinquenta e cinco minutos da adição
da solução do DPPH.
A leitura da absorbância final para o cálculo do EC50 foi feita após a
estabilização da absorbância (tempo EC50). Após a leitura, substituiu-se (Eq. 1) o
valor correspondente à metade da absorbância inicial do controle pelo y da equação
da curva do DPPH para encontrar o consumo em μM DPPH e, em seguida,
transformou-se para g DPPH, através da transformação: g DPPH = (μM DPPH /
1.000.000) * 394,3 (peso molecular do DPPH). A partir das absorbâncias obtidas
das diferentes diluições dos extratos, foi possível plotar a absorbância no eixo Y e
diluição (mg/L) no eixo X e determinar a equação da reta (Eq. 2). Para calcular a
AAT, deve-se substituir a absorbância equivalente a 50% da concentração do
DPPH pelo y (Eq. 2) e encontrar o resultado que corresponde à amostra necessária
para reduzir em 50% a concentração inicial do radical DPPH (EC50).
A partir do resultado (mg/L) encontrado na equação 2, deve-se dividir por
1.000 para se ter o valor em g e, em seguida, dividir pelo valor encontrado em g
86
DPPH (Eq. 1) para obter o resultado final (Eq. 3), que é expresso em g fruta
(porção comestível)/g DPPH.
2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foi realizada uma análise de variância para testar os tratamentos e uma
análise com ajustamento de curvas para os dados quantitativos. Para a análise dos
dados, foram utilizados os programas SAS (Statistical Analysis System) e
Microsoft Office Excel, as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a p
0,01 e p 0,05. A relação da atividade antioxidante e compostos bioativos foi
obtida através da correlação de Pearson, segundo Landim (2003).
87
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 ATRIBUTOS FÍSICOS
Alguns parâmetros, como a massa fresca e o tamanho dos frutos, têm
grande importância na comercialização por serem utilizados para avaliar a
qualidade dos frutos. A massa fresca do sapoti apresentou interação significativa
entre dose e tempo de desenvolvimento a p ≤ 0,05 pelo teste F (Apêndice 2). Essa
influência da adubação sobre a massa do fruto também foi observada por Veloso et
al. (2001) na adubação potássica do abacaxi.
Independentemente da dosagem aplicada, os frutos atingiram maior massa
aos 200 dias, quando a dosagem de 400 g de potássio por planta apresentou a maior
massa fresca (195,75 g) e o controle a menor (174,93 g). Ao longo do
desenvolvimento, dentre as doses testadas, o tratamento controle apresentou menor
massa (Figura 7 A e B).
88
Figura 7 - Massa fresca (A e B), tamanho (C e D), firmeza (E) dos frutos de sapotizeiro em função dos diferentes estádios de maturação e
em função da adubação com cinco doses de potássio (K).
89
Para Moura e Júnior (1999), os sapotis “Itapirema-31” têm uma
massa média de 187 g, podendo atingir até 450 g. A massa fresca foi
reduzida com o armazenamento (8 dias em 25ºC ± 20C e 58% ±1% UR).
Essa redução na massa fresca dos frutos pode ter sido causada pela perda de
água por meio da transpiração do fruto, depois de destacado da planta.
Os diâmetros longitudinais e transversais do sapoti não foram
afetados pelas doses testadas, mas sofreram influência do estádio de
maturação a 1% de probabilidade pelo teste F (Apêndice 2). Aos 200 dias, os
frutos alcançaram seu tamanho máximo com um diâmetro transversal de
7,04 cm e longitudinal de 6,92 cm. Durante todo o desenvolvimento, o
diâmetro transversal foi superior ao longitudinal, o que indica que o fruto
tem um formato arredondado, sendo a relação diâmetro transversal e
longitudinal maior do que 1 (Figuras 7C e 7D). Brito e Narain (2002), ao
trabalhar com o sapoti, encontraram diâmetros transversais de 7,6 cm e
longitudinais de 6,4 cm.
A coloração é um dos atributos de qualidade mais atrativos para o
consumidor, devendo apresentar uniformidade e intensidade. Os principais
pigmentos vegetais são: clorofilas, carotenoides (carotenos, licopeno,
xantofilas) e flavonóides (antocianinas) (MORAIS, 2005). De acordo com
este autor, a polpa do sapoti escurece com o amadurecimento, passando de
creme para marrom.
O mesmo foi observado neste trabalho, no qual ao longo do
desenvolvimento a coloração da polpa passou de creme com bordas
esverdeadas aos 90 dias para marrom escuro aos 208 dias. Aos 180 dias, a
polpa possuía coloração bege escura com bordas marrons, passando para
marrom aos 200 dias.
Os sapotis, nos estádios iniciais de desenvolvimento, encontravam-
se extremamente firmes, o que impossibilitou sua determinação antes dos
180 dias. Houve diferença significativa apenas para os tempos de
desenvolvimento a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2).
A firmeza dos frutos foi reduzida de 101,52 para 27,12 N ao longo
do desenvolvimento (Tabela 6), o que pode ser explicado pela degradação
90
das protopectinas, alterando a constituição da parede celular e provocando
um amaciamento dos frutos.
Tabela 6: Firmeza dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de
maturação e submetido a adubação potássica (K).
Potássio (K)
Tempo (dias) Firmeza (N)
180 101,52 a
200 91,48 b
208 27,12 c Letras minúsculas representam diferença estatística entre as
doses testadas a p ≤ 0,05 pelo teste de Tukey.
Estudos realidos por Morais et al. (2006) com duas cultivares de
sapoti mostram que a firmeza dos frutos da cultivar BRS-227 foi reduzida de
84,91 para 5,19 N, no final do armazenamento, ao passo que para a BRS-228
a firmeza passou de 80,88 para 30,31 N.
De acordo com Reyes et al. (2005), a redução da firmeza está
relacionada à atividade das enzimas pectinametilesterase e
poligalacturonase, em que as alterações de amolecimento nos tecidos são
devido à dissolução dos componentes da parede celular pela atividade das
enzimas pectinametilesterase e poligalacturonase. A primeira catalisa a
desmetilação de ácido poligalacturónico na parede celular e a segunda induz
as rupturas das cadeias do referido ácido, o qual promove amolecimento dos
tecidos.
3.2 ATRIBUTOS FÍSICO-QUÍMICOS
Para o pH, as dosagens aplicadas não diferiram estatisticamente, ao
passo que o tempo de desenvolvimento foi significativo a probabilidade de
1% pelo teste F (Apêndice 2). Os valores de pH aumentaram até os 150 dias,
havendo uma pequena redução aos 180 dias. Após os 180 dias, os valores do
pH permaneceram constantes até os 208 dias, com uma variação de 5,68 a
5,16 (Figura 8 A e B). Já Costa et al. (2000) verificaram decréscimo linear
no pH do sapoti ao longo do desenvolvimento, variando de 5,70 a 4,97.
91
Figura 8 - pH (A e B) e acidez titulável (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de maturação e em função da
adubação com cinco doses de potássio (K).
92
A acidez titulável foi influenciada pelo tempo de desenvolvimento do fruto
e pelas doses de adubação a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2). A acidez foi maior
aos 90 dias (0,26 a 0,22%), depois se reduziu até os 180 dias (0,12 a 0,13%),
aumentando em seguida até o estádio completamente maduro (0,20 a 0,19%).
Aos 90 dias, a menor acidez foi apresentada pelo o tratamento controle,
não havendo muita diferença entre as dosagens nos frutos completamente maduros
(Figura 8C e 8D). Comportamento semelhante da acidez foi encontrado por
Oliveira (2012), em que a acidez do sapoti reduziu-se com o avanço da maturação
de 0,29% aos 90 dias para 0,11% aos 150 dias, aumentando no estádio maduro para
0,17%.
Para o conteúdo de sólidos solúveis, as dosagens aplicadas apresentaram
diferença significativa a p≤ 0,05 e o tempo de desenvolvimento diferiu
significativamente a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2). Observa-se uma linearidade
dos dados para sólidos solúveis durante o desenvolvimento do sapoti. Houve
aumento do conteúdo de sólidos solúveis ao longo do desenvolvimento, atingindo
seu valor máximo aos 208 dias (18,31 a 19,98 ºBrix) (Figura 9A e 9B).
93
Figura 9 - Conteúdo de Sólidos solúveis (A e B), relação SS/AT (C e D) dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes estádios de
maturação e em função da adubação com cinco doses de potássio (K).
95
O conteúdo de sólidos solúveis deste trabalho foi menor do que o relatado por
Alves et al. (2000) em sapoti (25,98 °Brix).
Apesar da pequena diferença nos valores de SS entre as doses, a dosagem de
400 g de K/planta apresentou conteúdo de sólidos solúveis superior às demais. O
controle durante todo o desenvolvimento apresentou-se inferior aos outros tratamentos,
sendo que estes não diferiram entre si.
Segundo Marodin et al. (2010), o potássio aumentou o conteúdo de sólidos
solúveis em morango. Conforme Taiz e Zeiger (2004), isso pode ser explicado pela sua
atuação na regulação da abertura estomática, a qual está relacionada diretamente à
fotossíntese e, portanto, à síntese de fotoassimilados, melhorando a qualidade dos
frutos.
O tempo de desenvolvimento e as dosagens testadas tiveram efeito sobre a
relação SS/AT, sendo a diferença significativa a 1% de probabilidade pelo teste F
(Apêndice 2). De acordo com Oliveira et al. (2010), a relação SS/AT, indicativo do
sabor do fruto, aumenta com o avanço do estádio de maturação, com uma variação de
28,21 a 99,14 na relação SS/AT do sapoti. A partir dos 120 dias, dentre as dosagens
testadas, a dose de 400 kg de K/planta obteve a maior relação SS/AT, ao passo que o
tratamento controle foi inferior aos demais (Figura 9 C e 9D).
3.3 ATRIBUTOS QUÍMICOS
O tempo de desenvolvimento afetou o teor de açúcares solúveis totais e
açúcares redutores. Não houve diferença significativa entre as doses de potássio, sendo
o tempo significativo a p≤ 0,01 pelo teste F (Apêndice 2).
Os teores de açúcares solúveis totais dos estádios de maturação aos 180 e 208
dias não apresentaram diferença significativa. Houve aumento dos teores de açúcares
solúveis totais de 6,4 % aos 120 dias para 12,25 % aos 208 dias (fruto maduro) (Tabela
7). Brito e Narain (2002), avaliando sapoti, verificaram que os teores de açúcares totais
96
aumentaram de 11,4 % para 13,5 % ao longo do desenvolvimento. Apenas os teores de
açúcares redutores 120 aos dias, diferiram dos demais. O teor de açúcares redutores
aumentou até os 208 dias (Tabela 8).
Tabela 7: Conteúdo de açúcares solúveis totais (%), pectina total e polifenóis
extraíveis totais (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em diferentes estádios de
maturação e submetido a adubação com potássio (K).
Potássio (K)
Tempo (dias) Açúcares
Solúveis (%) P. T. (mg/100 g) PET (mg/100 g)
180 6,40 b 392,5 a 1013,98 a
200 11,35 a 315,5 b 797,62 b
208 12,25 a 256,5 c 110,03 c
Doses (g/planta) Açúcares
Solúveis (%) P. T. (mg/100 g) PET (mg/100 g)
0 10,38 a 334 a 612,02 b
400 9,61 a 309 b 669,07 a Letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p≤ 0,05 pelo
teste de Tukey.
97
Tabela 8: Teor de açúcares redutores (%), conteúdo de pectina solúvel, flavonóides
amarelos, antocianina e atividade antioxidante (mg/100 g) dos frutos de sapotizeiro em
diferentes estádios de maturação submetido a adubação com potássio (K).
Letras minúsculas representam diferença estatística entre as doses testadas a p≤ 0,05 pelo teste
de Tukey.
Estes dados são superiores aos de Miranda (2002), quando se atingiu um teor
de açúcares redutores em torno de 6% aos 180 dias, aumentando ao longo do
desenvolvimento. O autor ainda relata que o aumento do teor de açúcares ocorre
porque os frutos ligados à planta importam açúcares assimilados pela planta através de
fotossíntese. Além disso, o látex é outra possível fonte de açúcares solúveis no final do
crescimento.
O tempo de desenvolvimento e as doses de potássio testadas afetaram o
conteúdo de pectina total e solúvel (Apêndice 2). O conteúdo de pectina total
decresceu ao longo do desenvolvimento, sendo que todos os tempos e doses diferiram
entre si (Tabela 7), ao passo que o conteúdo da pectina solúvel aumentou, havendo
diferença entre todos os tempos de desenvolvimento e entre as doses (Tabela 8).
O conteúdo de pectina total está associado à firmeza do fruto. De acordo com
Arruda et al. (2003), as pectinas fazem parte da lamela média e parede primária da
célula vegetal. Elas se solubilizam ao longo do desenvolvimento, mudando a estrutura
Potássio (K)
Tempo
Variável Dose 120 dias 180 dias 208 dias
Açúcares Redutores (%) 0 g 5,23 Ba 8,42 Aa 11,04 Aa
400 g 5,55 Ba 9,29 Aa 11,61 Aa
Pectina Solúvel (%) 0 g 81 Cb 167 Bb 198 Ab
400 g 143 Ca 178 Ba 210 Aa
Flav. Am. (mg/100 g) 0 g 37,48 Aa 24,6 Ba 12,95 Ca
400 g 27,18 Ab 19,32 Bb 6,25 Cb
Antocianina (mg/100 g) 0 g 8,93 Aa 3,93 Ba 3,43 Ca
400 g 5,91 Ab 2,59 Bb 1,17 Cb
AAT (mg/100 g) 0 g 1367,86 Ab 919,82 Bb 559,63 Cb
400 g 1478,63 Aa 947,95 Ba 568,56 Ca
98
e composição da parede celular, tornando o fruto mais macio. Essa solubilização com o
decorrer do desenvolvimento explica a relação entre a redução da pectina total, o
aumento da pectina solúvel e a perda de firmeza.
Morais et al. (2005), estudando o sapoti “Itapirema-31”, observaram que na
maturidade fisiológica o conteúdo de pectina solúvel se encontra entre 100 a 200
mg/100 g, números semelhantes aos deste trabalho. Já os conteúdos de pectina total
foram superiores aos deste trabalho, sendo maior do que 600 mg/100 g. O tratamento
controle apresentou conteúdo de pectina total superior e um conteúdo de pectina
solúvel inferior ao tratamento de 400 g/planta de potássio (Tabelas 7 e 8).
3.4 COMPOSTOS BIOATIVOS
Embora o conteúdo de vitamina C não tenha apresentado diferença
significativa para as doses de potássio, houve interação entre o estádio de maturação e
as doses testadas a 1% de probabilidade pelo teste F (Apêndice 2). O conteúdo de
vitamina C foi maior aos 90 dias (14,21 a 16,82 mg/100 g), ao passo que os frutos
completamente maduros apresentaram conteúdo de vitamina C em torno de 8,99 a
10,26 mg/100 g (Figura 10A e 10B).
99
Figura 10- Conteúdo de vitamina C dos frutos de sapotizeiro em função de diferentes
estádios de maturação (A) e em função da adubação com cinco doses potássio (K) (B).
Oliveira et al. (2011) encontraram um conteúdo de vitamina C na polpa de
sapoti de 8,45 mg/100g. Estes autores afirmam que durante o amadurecimento, ocorre
a oxidação dos ácidos e, consequentemente, redução do conteúdo de vitamina C,
100
indicando a senescência do fruto. De acordo com Chitarra e Chitarra (2005), a atuação
de enzimas causa uma diminuição do conteúdo de vitamina C com a maturação e o
armazenamento.
Tanto o tempo de desenvolvimento quanto as doses testadas influenciaram no
conteúdo de flavonóides amarelos e antocianinas totais (Apêndice 2). O conteúdo de
flavonóides e antocianinas decresceu ao longo do desenvolvimento, sendo que todos os
tempos e doses diferiram entre si. O tratamento de 400g/planta de potássio apresentou
menores conteúdos de flavonóides e antocianinas totais do que o seu controle (Tabela
8).
Menores conteúdos de flavonóides amarelos foram registrados por Oliveira
(2012), quando também houve queda dos conteúdos de flavonóides amarelos da sapota
(11,44 mg/100 g a 5,59 mg/100 g) ao longo do desenvolvimento.
De acordo com Fernández et al. (2011), as antocianinas do sapoti podem
diminuir ao longo do amadurecimento (1,22 a 0,35 mg/100 g), pois elas podem estar
sendo utilizadas como substrato pela enzima polifenoloxidase para formar quinonas.
Além disso, as antocianinas presentes nos frutos maduros e a senescência da polpa da
fruta contribuem para sua cor característica.
Os estádios de maturação e as doses testadas influenciaram no conteúdo de
polifenóis extraíveis totais (PET) e atividade antioxidante (AAT) pelo teste F a 1% de
probabilidade (Apêndice 2). Com o avanço do estádio de maturação, os conteúdos de
PET e a atividade antioxidante decresceram. Tanto os tempos de desenvolvimento do
fruto, quanto as doses diferiram estatisticamente entre si (Tabela 6).
Shui (2004) observou que a capacidade antioxidante do sapoti sofreu redução
por volta do terceiro ao quarto dia de armazenamento, ao passo que Reyes et al. (2005)
verificaram que o conteúdo de fenólicos total diminuiu durante o processo de
maturação dos sapotis. Segundo esses autores, durante a maturação ocorre a oxidação
de fenóis ou mono-hídrico, di-hídrico, diminuindo o conteúdo de fenólicos ativos, por
meio do aumento da atividade da polifenoloxidase, enzima que degrada os fenóis,
101
durante o processo de maturação do sapoti, apresentando maior atividade na
maturidade de consumo.
O tratamento de 400g/planta de potássio apresentou maior conteúdo de PET e
maior atividade antioxidante do que o seu controle (Tabela 7 e 8). Os resultados estão
de acordo com Silveira (2000), que relata que altas concentrações de potássio nos
tecidos favorecem a síntese e o acúmulo de compostos fenólicos, aumentando a
capacidade antioxidante.
A atividade antioxidante serve para identificar o poder antioxidante dos
compostos bioativos, os quais, de acordo com a tabela 9, se comportaram de forma
similar, havendo correlação positiva entre a atividade antioxidante e os compostos
bioativos avaliados. Dentre os compostos bioativos analisados, a vitamina C foi o que
apresentou menor correlação com a atividade antioxidante, ao passo que o conteúdo de
polifenóis extraíveis totais possui a maior corelação com a atividade antioxidante.
102
Tabela 9: Correlação de Pearson entre as variáveis: vitamina C (Vitam. C),
flavonóides amarelos (Flav. Amarelo), antocianinas (Antoc.) e polifenóis extraíveis
total (PET) com atividade antioxidante de sapoti em diferentes estádios de maturação e
submetido a adubação com potássio (K).
Potássio (K)
Tempo Doses Atividade antioxidante
Vitam. C Flav. Amarelo Antoc. PET
120 0 0,37 0,60 0,63 0,90
120 400 0,38 0,65 0,62 0,98
180 0 0,30 0,65 0,63 0,83
180 400 0,35 0,69 0,69 0,82
208 0 0,33 0,61 0,70 0,85
208 400 0,39 0,66 0,69 0,89
Isabelle et al. (2010) constataram que a vitamina C do sapoti é responsável por
apenas 1,1% da atividade antioxidante, ao passo que Shui (2004) encontrou uma forte
correlação entre a atividade antioxidante do sapoti e seu conteúdo de fenólicos totais,
concordando com os dados desta pesquisa.
103
4 CONCLUSÕES
A qualidade e composição química dos frutos foram influenciadas pela
adubação potássica e pelos estádios de maturação.
No experimento de potássio, a dose de 400 g de K/planta gerou frutos de maior
massa, maiores valores de polifenóis e, portanto, maior atividade antioxidante.
Nos estádios finais de maturação (fruto maduro), os frutos estavam maiores e
menos firmes e com maior teor de açúcares, no entanto, apresentavam menor conteúdo
de compostos bioativos e atividade antioxidante.
A atividade antioxidante está mais correlacionada ao conteúdo de polifenóis
extraíveis totais.
104
REFERÊNCIAS
ARRUDA, A. M. V.; PEREIRA, E. S.; MIZUBUTI, I. Y.; SILVA, L. D. F.
Importância da fibra na nutrição de coelhos Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.
24, n. 1, p. 181-190, 2003.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY – A.O.A.C.
Official methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 18 ed. Maryland: A. O. A. C., 2005.
BLUMENKRANTZ, N.; ASBOE-HANSEN, G. New method for quantitative
determination of uronic acids. Analytical Chemistry, New York, v. 5, p. 484-489,
1973.
BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. The phenolic constituents
of Prunus domestica I.-The quantitative analysis of phenolic constituents. Lebensm
Wiss Technology, Oxford, v. 28, p. 25-30, 1995.
BRITO, E. S.; NARAIN, N. Physical and chemical characteristics of sapota fruit at
different stages of maturation. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 37, n. 4, p. 567-
572, 2002.
CASTELLANE, P. D.; FOLTRAN, D. E.; FERREIRA, M. E. Efeitos da adubação
com fósforo e potássio nos teores foliares de nutrição e na produção da cultura do
morangueiro (Fragaria x ananassa Duch). Horticultura Brasileira, Brasília, v. 7, n. 1,
p. 48, 1989.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças:
fisiologia e manuseio. Lavras: UFLA, 2005.
COSTA, M. L.; MENEZES, J. B.; PRAÇA, E. F.; OLIVEIRA, O. F. Algumas
características do fruto do sapotizeiro Itapirema-31 durante o desenvolvimento e o
armazenamento. Revista Caatinga, v. 13, n. 01/02, p. 15-18, 2000.
CRESTE, J. E. O potássio na cultura dos citrus. In: YAMADA, T.; ROBERTS, T. L
(eds). Potássio na agricultura brasileira. SIMPÓSIO SOBRE POTÁSSIO NA
AGRICULTURA BRASILEIRA, São Paulo, SP, 2004. Anais... Piracicaba:
POTAFOS, 2005, cap. 19, p. 491-522.
105
FERNÁNDEZ, N. B.; VELOZ, C. S.; DUCH, E. S. Respiración y parámetros
relacionados durante la maduración del chicozapote cosechado en la península de
Yucatán. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, Volume Especial, p.
261-266, 2011.
HUNSCHE, M.; BRACKMANN, A.; ERMANI, P. R. Efeito da adubação potássica na
qualidade pós-colheita de maçãs ‘Fuji’. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
v. 38, n. 4, p. 489-496, 2003.
ISABELLE, M.; LEE, B. L.; LIM, M. T.; KOH, W. P.; HUANG, D.; ONG, C. N.
Antioxidant activity and profiles of common fruits in Singapore. Food Chemistry,
123, p. 77-84, 2010.
LANDIM, P. M. B. Análise estatística de dados geológicos. São Paulo – SP: UNESP,
2003. 253p.
LARRAURI, J. A.; RUPEREZ, P.; SAURA-CALIXTO, F. Effect of drying
temperature on the stabilitity of polyphenols and antioxidant activity of red grape
pomace peels. Journal Agriculture Food Chemistry, v. 45, p. 1390-1393, 1997.
LEDERMAN, I. E.; SILVA JÚNIOR, J. F.; BEZERRA, J. E. F.; MOURA, R. J.
M. Sapotizeiro (Manilkara zopota L. von Royen). Jaboticabal: Sociedade Brasileira
de Fruticultura, 2001. 71p. (Série frutas potenciais).
MARODIN, J. C.; RESENDE, J. T. V.; MORALES, R. G. F.; CAMARGO, C. K.;
CAMARGO, L. K. P.; PAVINATO, P. S. Qualidade físico-química de frutos de
morangueiro em função da adubação potássica. Scientia Agraria Paranaensis, v. 9, n.
3 p. 50-57, 2010.
McCREADY, R. M.; McCOMB, E. A. Extraction and determination of total pectic
materials in fruit. Analytical Chemistry, Washington, v. 24, n. 12, p. 1586-1588,
1952.
MENGEL, K.; KIRKBY, E. A. Principles of plant nutrition. Bern: International
Potash Institute, 1987. 687p.
MILLER, G. Use of dinitrosalicilic acid reagent for determination of reducing sugars.
Analytical Chemistry, v. 31, p. 426-428, 1959.
106
MIRANDA, M. R. A. Alterações fisiológicas e histológicas durante o
desenvolvimento, maturação e armazenamento refrigerado do sapoti. 2002. 136f.
Tese. (Doutorado em Fitotecnia) Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2002.
MORAIS, P. L. D. Qualidade e bioquímica de parede celular de sapoti [Manilkara
sapota (L.) Von Royen] submetido ao 1-metilciclopropeno. 2005. 114f. Tese.
(Doutorado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2005.
MORAIS, P. L. D.; LIMA, L. C. O; ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. C.;
ALMEIDA, A. S. Alterações físicas, fisiológicas e químicas durante o armazenamento
de duas cultivares de sapoti. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 41, n. 4, p. 549-
552, 2006.
MOURA, R. J. M.; SILVA JÚNIOR, J. F. Recursos genéticos e melhoramento do
sapotizeiro em Pernambuco. In: MANUEL ABÍLIO DE QUEIRÓZ; CLARA
OLIVEIRA GOEDERT; SEMÍRAMIS RAMALHO R. RAMOS. (Org.). Recursos
genéticos e melhoramento de plantas para o Nordeste Brasileiro. Petrolina,
PE/Brasília, DF: Embrapa Semi Árido/ Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
1999.
OLIVEIRA, L. S. Avaliação do Metabolismo Antioxidante Durante o
Desenvolvimento de Frutos de Clones de Aceroleira e Sapotizeiro. 2012. 94f. Tese.
(Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.
OLIVEIRA, L. S.; RODRIGUES, D. C.; MOURA, C. F. H.; MIRANDA, M. R. A.
Composição química e atividade de enzimas antioxidantes durante o desenvolvimento
de sapoti. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura, 21, 2010, Natal. Anais... Natal,
2010.
OLIVEIRA, V. S.; AFONSO, M. R. A.; COSTA, J. M. C. Caracterização físico-
química e comportamento higroscópico de sapoti liofilizado. Revista Ciência
Agronômica, v. 42, n. 2, p. 342-348, 2011.
REYES, B. B.; GALARZA, M. L. A.; VELOZ, C. S.; DAMIÁN, M. T. M. Proceso de
maduración de frutos de chicozapote [Manilkara sapota (L.) P. Royen] tipo fino.
Revista Chapingo. Serie horticultura, v. 11, n. 2, p. 387-391, 2005.
SANCHEZ-MORENO, C.; LARRAURI, J. A.; SAURA-CALIXTO, F. A procedure to
measure the antiradical efficiency of polyphenols. Journal Science Food Agriculture,
v. 76, p. 270-276, 1998.
107
SHUI, G. Characterization of effective antioxidant Components of tropical fruit
and vegetable species. 2004. 214f. Thesis. (Doctor of Philosophy) - National
University of Singapore, 2004.
SILVEIRA, R. L. V. A. Efeito do potássio no crescimento, nas concentrações dos
nutrientes e nas características da madeira juvenil de progênies de Eucalyptus
grandis W. Hill ex Maiden cultivadas em solução nutritiva. 2000. 169f. Tese.
(Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Piracicaba, 2000.
STROHECKER, R.; HENNING, H. M. Analisis de vitaminas: métodos
comprobados: Paz Montalvo, Madrid. 1967, 428p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Nutrição mineral. In: TAIZ, L.; ZEIGER, E. (Ed.). Fisiologia
vegetal. Porto Alegre: Artmed, p. 95-113. 2004.
VELOSO, C. A. C.; OEIRAS, A. H. L.; CARVALHO, E. J. M.; SOUZA, F. R. S.
Resposta do abacaxizeiro à adição de nitrogênio, potássio e calcário em Latossolo
Amarelo do nordeste Paraense. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23,
n. 2, p. 396-402, 2001.
YEMM, E. W.; WILLIS, A. J. The estimation of carbohydrates in plant extracts by
anthrone. Biochemical Journal, v. 57, p. 508-514, 1954.
108
Apêndice 2: Valores do quadrado médio das características físicas, químicas e físico-químicas
da qualidade do sapoti ao longo do desenvolvimento submetido a diferentes dosagens de
adubação potássica (K).
Causas de
Variação
Quadrados Médios
GL Diâ. Long. Diâ. Trans. Massa SS GL Firmeza
Bloco 4 0.033 ns
0.831 * 2778.112 ** 1.677 ns
4 742.82 ns
Dose 4 0.267 ns
0.442 ns
1740.853 * 3.659 * 4 523.716 ns
Tempo 5 14.551 ** 18.224 ** 65139.381 ** 64.623 ** 2 12485.84* *
Tempo*dose 20 0.168 ns
0.317 ns
1147.896 * 11.198 ** 8 296.177 ns
Erro 49 0.189 0.248 638.064 1.411 34 253.571
CV% 7.45 8.57 20.33 6.98 19.81
Causas de
Variação
Quadrados Médios
GL AT (SS/ATT) pH Vita C
Bloco 4 0.0000326 ns
3.8384 ns
0.039 ns
1.963 ns
Dose 4 0.0035543 ** 4822.68 ** 0.013 ns
5.205 ns
Tempo 5 0.0476860 ** 13370.33 ** 0.678 ** 121.020 **
Tempo*dose 20 0.0037543 ** 1322.700 ** 0.055 ** 20.535 **
Erro 49 0.00003267 3.8162 0.017 4.552
CV% 3.280985 1.82 2.39 3.28
Causas de
Variação
Quadrados Médios
GL AST AR P. T. P. S.
Bloco 4 14.817 ns
0.166 ns
36.278 ns
0.000064 ns
Dose 1 41.183 ns
1.191 ns
5857.861 ** 0.003432**
Tempo 2 291.899 ** 37.114 ** 25750.138 ** 0.014429**
Tempo*dose 2 17.923 ns
7.616 ** 101.250 ns
0.001704**
Erro 13 20.304 0.470 91.083 0.000025
CV% 38.29 9.09 4.23 17.22
Causas de
Variação
Quadrados Médios
GL Flav. Am. Antoc. PET AAT (DPPH)
Bloco 4 1.998 ns
0.123 ns
503.150 * 8426.561 ns
Dose 1 236.396 ** 19.775 ** 14805.972 ** 21265.745 **
Tempo 2 618.813 ** 52.772 ** 937519.359 ** 613557.23 **
Tempo*dose 2 15.124 * 1.284 * 365.166 ns
65482.685 **
Erro 13 3.501 0.213 105.012 3526.553
CV% 7.15 9.37 1.32 5,98 ns
não significativo,* significativo a 5%, ** significativo a 1%, pelo teste F.
Diâ. Long. = Diâmetro Longitudinal (cm); Diâ. Trans. = Diâmetro Transversal (cm); Massa
(g); SS = sólidos solúveis (°BRIX); Firmeza (N); ATT = acidez total titulável (%); (SS/ATT)
= Relação SS/ATT; pH = Potencial hidrogeniônico; Vita C = Vitamina C (mg/100 g); AST. =
açúcares solúveis totais (%); AR = açúcares redutores (%); PT = pectina total (%); PS =
pectina solúvel (%); Flav. Am. = flavonóides amarelos (mg/100 g); Antoc.= Antocianinas
(mg/100 g); PET = polifenóis extraíveis totais; AAT (DPPH) = Atividade antioxidante total
pelo ensaio do DPPH (EC50 (g da fruta/g DPPH);