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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O desenvolvimento social afetivo e cognitivo do educando, nas
séries iniciais do ensino fundamental.
Por: Elma Alves da Silveira
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Posse/Go
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
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O desenvolvimento social afetivo e cognitivo do educando, nas séries iniciais do ensino
fundamental. <>
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Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Psicopedagogia Institucional
Por: . Elma Alves da Silveira
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus autor
da vida,
A minha família pelo incentivo constante na
realização de mais essa formação.
4
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho a todos os educadores que como eu, acreditam que a educação pode ser transformada para melhor e cumprir integralmente seu papel formador de pessoas, e se dedicam a isso.
5
Não importa o tamanho de nossos obstáculos, mas o tamanho da motivação que temos para superá-lo.
Augusto Cury
6
RESUMO
.
É fato que escola é o lugar onde professores e alunos interagem e constroem conhecimentos, por isso ela deve ser um espaço de formação, em que a aprendizagem de conteúdos deve favorecer ao aluno no dia-a-dia conhecimento relativos as questões sociais e culturais. Nessa perspectiva ela deve também oportunizar ao aluno o desenvolvimento de capacidades e habilidades, para facilitar a compreensão dos fenômenos sociais, culturais, econômicos, além de ter o compromisso de intervir efetivamente para promover o desenvolvimento e a socialização destes. O ensino fundamental de I fase, representa o foco principal no desenvolvimento motor, psicomotor, afetivo, cognitivo e social do aluno, uma vez que as crianças neste nível do ensino estão diretamente lidando com a alfabetização mais profunda, para a concretização dos conhecimentos posteriores das séries finais do 1º grau.. Isto significa que as crianças das séries iniciais devem ter uma atenção especial do professor, pois é neste contexto que acontece a formatização sistemática da leitura, da escrita, dos cálculos, do senso de solidariedade e socialização dos discentes. O professor precisa estar apto a intermediar a construção do conhecimento das crianças, com cautela, compromisso, afetividade e sensibilidade. O trabalho do educador das séries iniciais exige que o professor esteja sempre em busca conhecimentos da Psicanálise para entender e atender seu aluno nas mais diversas diferenças e individualidades. Poderíamos dizer que o professor bem preparado entende o individual de seu aluno e procura detectar suas diferenças, potencialidades, habilidades e vocações. Por isso, esse educador deve também estar atento à psicologia do aluno e de tudo que o envolve cognitiva, mental e social. O professor sozinho seria incapaz de trabalhar adequadamente com todos os alunos atendendo suas especificidades, por isso a valiosa presença do psicopedagogo educacional muito irá contribuir para trabalhar juntamente com as famílias os reais problemas dos alunos em especial os que apresentam dificuldades de socialização, afetividade e cognição. Daí a importância do acompanhamento da família mediante os estudos das crianças nas séries iniciais. Sendo que o papel do Psicopedagogo Educacional que atende o aluno diante do fracasso escolar e de outros problemas discentes e da família torna-se fundamental na vida escolar da criança nas séries iniciais.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada na elaboração desta monografia foi bibliográfica,
fazendo consulta a um material amplo para verificar como deve ser efetivado o trabalho
do educador das séries iniciais para o pleno desenvolvimento da criança.
Vários autores foram consultados visando adquirir embasamento teórico que
melhor discorresse sobre o tema, dentre eles podemos citar:
BRANDEN, Nathaniel, CECCON, Claudius. LDB. FREIRE, Paulo, PARÂMETROS
CURRICULARES NACIONAIS, MELLO, GLACAGUA e PENTEADO, BRANDEN,
WALLON,VYGOTSKY, LOPES e MENDONÇA, GOULART e PILETTI
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPITULO I. AS SÉRIES INICIAIS CONFORME A LDB E MEDIANTE OS
PARÂMETROS CURRÍCULARES NACIONAIS 12
1.1.Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) 12
1.2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais mediante a Leitura e a Escrita 14
1.3. A Relação professor-aluno e o desenvolvimento da aprendizagem nas séries
iniciais, subsidiada nos Parâmetros Curriculares Nacionais. 17
CAPÍTULO II. A PRÁTICA PEDAGOGÍCA REFLEXIVA E ATIVA NAS SÉRIES
INICIAIS 22
2.1. Desenvolvimento das Competências e Habilidades nas Séries Iniciais 22
2.2. Combate ao fracasso escolar nas séries iniciais: uma proposta de ação coletiva 24
2.3 O Processo Ensino-aprendizagem e a prática avaliativa nas séries iniciais. 29
CAPITULO III. PROPOSTAS VIÁVEIS À MELHORIA E ENRIQUECIMENTO DO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM, NAS SÉRIES INICIAIS 31
3.1. Métodos, técnicas, procedimentos de recursos didáticos para a otimização do
Ensino e da aprendizagem. 31
3.2. Afetividade em sala de aula: um fator importante na aprendizagem 34
3.3.O conhecimento da Psicodinâmica do comportamento discente 38
3.4. O cotidiano de sala de aula: conflitos, emoções, interações, sensibilidade,
criatividade e desafios. 40
3.5. Dificuldades comumente enfrentadas pelo professor, no cotidiano de sala de aula 43
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CAPÍTULO IV. IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE DA LEITURA E DA ESCRITA
NAS SÉRIES INICIAIS 45
4.1. Aquisição e desenvolvimento da leitura e escrita nas séries iniciais: a interpretação
do professor superando as dificuldades do aluno 45
4.2. Considerações importantes sobre estratégias de leitura e escrita nas séries iniciais 48
4.3. Metodologias e oficinas práticas que desenvolvem a leitura, a escrita e a
criatividade nas séries iniciais 50
CAPITULO V. POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
EDUCACIONAL E DA FAMÍLIA 52
5.1. Psicopedagogo educacional em busca da melhor qualidade do ensino, nas séries
iniciais 52
5.2. Psicopedagogo Educacional resgatando a auto-estima do aluno das séries iniciais e
promovendo uma educação de qualidade 53
5.3. Fatores familiares que prejudicam e / ou contribuem para a aprendizagem nas séries
iniciais 55
CONCLUSÃO 57
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 58
ÍNDICE 61
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
10
INTRODUÇÃO
O tema desta monografia é Desenvolvimento social afetivo e cognitivo, a
questão central é analisar como deve ser efetivado o trabalho do educador das séries
iniciais para o pleno desenvolvimento da criança.
O tema em estudo é de fundamental relevância, pois é fato que escola é o lugar
onde professores e alunos interagem e constroem conhecimentos, por isso ela deve ser
um espaço de formação, em que a aprendizagem de conteúdos deve favorecer ao aluno
no dia-a-dia conhecimentos relativos as questões sociais e culturais. Nessa perspectiva
ela deve também oportunizar ao aluno o desenvolvimento de capacidades e
habilidades, para facilitar a compreensão dos fenômenos sociais, culturais, econômicos,
além de ter o compromisso de intervir efetivamente para promover o
desenvolvimento e a socialização destes.
Neste sentido o ensino fundamental de I fase, representa o foco principal no
desenvolvimento motor, psicomotor, afetivo, cognitivo e social do aluno, uma vez que
as crianças neste nível do ensino estão diretamente lidando com a alfabetização mais
profunda, para a concretização dos conhecimentos posteriores das séries finais do 1º
grau e mesmo do ensino médio.
Isto significa que as crianças das séries iniciais devem ter uma atenção especial
do professor, pois é neste contexto que acontece a formatização sistemática da leitura,
da escrita, dos cálculos, do senso de solidariedade e socialização dos discentes.
Visto assim, o professor precisa estar apto a intermediar a construção do
conhecimento das crianças, com cautela, compromisso, afetividade e sensibilidade. Para
tanto esta pesquisa tem como objetivos: Pesquisar como deve ser efetivado o trabalho
do educador das séries iniciais do ensino fundamental para o pleno desenvolvimento da
criança, investigar alternativas pedagógicas ao corpo docente; pesquisar as principais
dificuldades na relação professor/aluno e analisar a visão dos docentes das séries do
ensino fundamental.
O trabalho do educador das séries iniciais exige que o professor esteja bem
preparado, que está sempre atualizado, capacitado e busca conhecimentos da Psicanálise
para entender e atender seu aluno nas mais diversas diferenças e individualidades.
11
Poderíamos dizer que o professor bem preparado entende o individual de seu
aluno e procura detectar suas diferenças, potencialidades, habilidades e vocações. Por
isso, esse educador deve também estar atento à psicologia do aluno e de tudo que o
envolve cognitiva, mental e socialmente. A Investigação sobre o desenvolvimento
social, afetivo e cognitivo do educando, nas séries iniciais do ensino fundamental (1º ao
5º ano).
Este trabalho monográfico estrutura-se em cinco capítulos, distribuídos
conforme especificação a seguir.
O primeiro capítulo traz breves considerações importantes a respeito das séries
iniciais, mediante a LDB e os Parâmetros Curriculares Nacionais.
O segundo capítulo aborda sobre a prática reflexiva do professor das séries
iniciais.
O terceiro capítulo traz propostas viáveis para o enriquecimento e otimização
do ensino, nas séries iniciais.
O quarto capítulo aborda a relevância da afetividade da leitura e escrita nas
séries iniciais.
O quinto capítulo aborda a respeito do especialista da educação
(Psicopedagogo educacional) e da importância do acompanhamento da família mediante
os estudos das crianças nas séries iniciais.
E por fim um texto conclusivo onde aponta que o o professor precisa ser
habilidoso e compromissado para lidar com esse nível do ensino, inclusive no que se
refere a metodologia e ações necessárias no processo ensino-aprendizagem, mediante
aos aprendizes destas turmas.
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CAPITULO I - AS SÉRIES INICIAIS CONFORME A LDB
E MEDIANTE OS PARÂMETROS CURRÍCULARES
NACIONAIS
1.1. Lei de Diretrizes e Bases ( LDB) e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s)
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases, que fundamenta o ensino brasileiro), aprovada
em 20/12/1996 e de número 9394 prevê em seu artigo 22, especialmente sobre o ensino
fundamental, que: “a educação básica, da qual o ensino fundamental é parte integrante,
deve assegurar a todos a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
Então, a Lei Federal nº 9394 que consolida e amplia o dever ao poder público
para com a educação em geral, particularmente com o ensino fundamental, reforça a
organização curricular de modo a flexibilizar ao aluno componentes curriculares
comuns, complementados por uma parte diversificada, de acordo com as necessidades
sociais e locais da clientela.
No caso especialmente do currículo das séries iniciais deve, obrigatoriamente,
propiciar ao educando oportunidades para o estudo da Língua Portuguesa, da
Matemática, do mundo físico e natural, da realidade histórico – sócio – política
(principalmente do Brasil). Neste contexto o ensino da Arte e da educação Física,
também, torna-se obrigatório e necessário. Quanto ao Ensino Religioso, constitui
disciplina dos horários normais das escolas públicas, mas é de matricula facultativa,
respeitando-se as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis.
No caso especificamente das séries iniciais, o objetivo maior do ensino é
preparar o aluno para o domínio da leitura, da escrita, do cálculo, assim como
desenvolver noções das ciências, do espaço físico- geográfico e da história da
humanidade e do Brasil; a aquisição de conhecimentos e habilidades tecnológicas, a
formação de atitudes e valores também são imprescindíveis no ensino das séries iniciais.
Conforme a LDB, o rendimento escolar do aluno, obedecerá critérios como:
freqüência mínima de 75% do total de horas letivas para aprovação; desempenho em
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processo de avaliação contínua e cumulativa, mediante aspectos qualitativos e
quantitativos; possibilidade de avanços nos cursos e séries, desde que submetidos a
testes de classificação; direito à recuperação, em casos de baixo rendimento nos estudos.
A jornada escolar no ensino fundamental, aqui especificamente nas séries
iniciais (1º ao 5º ano) deve incluir, no mínimo quatro horas de trabalho efetivo em sala
de aula, cumprindo uma carga horária anual de duzentos dias letivos de trabalho
(excluído os dias reservados para os exames finais, quando houver).
Quanto à avaliação, a LDB é bem clara ao afirmar, em seu Art. 24, inciso V, que:
- deve ser contínua e cumulativa, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os
quantitativos (60% qualitativos e 40% quantitativos). É importante ressaltar que os
aspectos qualitativos incluem a participação a leitura, a interpretação, o raciocínio
lógico, a criatividade, a assiduidade, a expressão oral, a capacidade de socialização e
vários outros pontos, relevantes observados pelo professor; quanto aos aspectos
quantitativos, geralmente, resumem-se a testes, avaliações orais e escritas.
Puderam-se perceber alguns pontos relevantes da LDB a respeito do nível
fundamental, priorizando neste estudo de pesquisa as séries iniciais (1º ao 5º ano), uma
vez que torna-se necessário entender os princípios básicos da Lei Maior da Educação
aos Objetivos principais nesta modalidade do ensino.
Outro documento muito importante para subsidiar o ensino, de um modo geral,
são os Parâmetros Curriculares Nacionais, que buscam auxiliar o professor na melhoria
da qualidade do processo ensino-aprendizagem, uma vez que propõem meios,
estratégias, ações, métodos, procedimentos e reflexões para atenderem a cada realidade
discente, em prol de uma educação sistematizada e eficiente.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam os conteúdos de tal forma que se possa determinar, no momento de sua adequação às particularidades de Estados e Municípios, o grau de profundidade apropriado e a sua melhor forma de distribuição no decorrer da escolaridade de modo consistentes e coerentes com os objetivos. (PCN’s; INTRODUÇÂO, 2001, p.58)
Percebe-se, assim que os PCN’s de maneira apropriada e flexível vêm orientar
sobre os conteúdos programáticos e, conseqüentemente, servirem de modelos para a
prática pedagógica.
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Quanto à avaliação – que tem sido uma prática muito equivocada pelos
professores, de um modo geral – os parâmetros curriculares trazem considerações
especiais a respeito deste ato, que deve ser permeado de sensibilidade, amor, afetividade
e experiência docente. Na verdade, os PCN’s evidencia, que a avaliação é algo
complexo e abrangente e, por isso precisa ser compreendida como um momento de
auto-avaliação do aluno e de (re)planejamento do professor.
A avaliação é considerada como elemento favorecedor da melhoria de qualidade da aprendizagem, deixando de funcionar como uma arma contra o aluno. É assumida como parte integrante e instrumento de auto-regulação do processo de ensino e aprendizagem, para que os objetivos propostos sejam atingidos. A avaliação diz respeito não só ao aluno, mas também ao professor e ao próprio sistema escolar. (PCN’s, Ibid, p.59).
Enfim, os objetivos dos PCN’s é formar o aluno amplamente, definido
neste ínterim, capacidades cognitivas, físicas, afetivas, relacionais, sociais, éticas e
estéticas.
Além de abranger conhecimentos socialmente estabelecidos pelo currículo
específico da escola, os Parâmetros Curriculares preocupam, também, com estudos
relevantes e atuais, que complementam o processo ensino-aprendizagem. Por isso, traz
embutido em seus objetivos, os temas transversais, que são: ética, Saúde, Meio
Ambiente, Pluralidade Cultural, Orientação Sexual e outros assuntos, de acordo com a
necessidade local. No caso das séries iniciais, cabe ao professor (mediante a realidade de
sua turma, escolher os temas transversais adequados à maturidade dos alunos).
1.2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais mediante a Leitura e a Escrita
Os Parâmetros Curriculares preocupam-se muito com o processo de leitura e
escrita, em especial nas séries iniciais, quando o aluno começa a ser introduzido
sistematicamente no processo da alfabetização – entende-se que tal processo não se
resume apenas em decodificar letras. Entende-se que é nas séries iniciais que o aluno
deve ser submetido, o tanto possível, ao mundo da leitura e da escrita, de forma eficiente
e da escrita, de forma eficiente e otimizada. Isto quer dizer que o aluno do 1º ao 5º ano
deve ser preparado para decodificar as letras e também compreender os textos lidos; e,
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concomitantemente, precisa ser escrever e produzir seus textos, com coerência,
criatividade e originalidade.
O trabalho com a leitura nas séries iniciais tem como finalidade a formação de
leitores competentes e, conseqüentemente, a formação de pessoas capazes de escrever
com eficácia, uma vez que a capacidade de produzir textos variados, está embasada no
ato de ler.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais;
Apesar de apresentadas como dois sub-blocos, é necessário que se compreenda que leitura e escrita são práticas complementares, fortemente relacionadas, que se modificam mutuamente no processo de letramento... .São práticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros, sobre os procedimentos mais adequados para lê-los e escrevê-los e sobre as circunstâncias de uso da escrita. .(PCN’s, de Língua Portuguesa ,2001, p.52)
Isto quer dizer que há uma relação complementar entre leitura e escrita e
que, geralmente, quem lê muito, escreve bem.
A leitura é um processo no qual o leitor age ativamente na construção do
significado do texto, do seu conhecimento sobre o assunto e sua língua e outros saberes
que complementam o processo de aprendizagem.
Para que o processo de leitura realmente se torne eficaz é fundamental que o
educador compreenda que o aluno deve ser, a priori, envolvido pelo assunto ou tema.
Não adianta o professor querer impor um tipo de leitura que desmotive o leitor. A
leitura precisa causar deleite e, ao mesmo tempo, explorar algo significativo para quem
lê. Por isso, o professor precisa ter muito cuidado – principalmente quando se trata de
alunos do 1º ao 5º ano – ao trabalhar a leitura em sala de aula. Isto não significa que o
professor vai negar ao aluno o direito de conhecer os mais variados textos – dos mais
simples ao mais complexos. O importante é que inicie com assuntos que agradem e
estimulem o leitor – aluno, para conseqüentemente formalizar adiante, outros tipos de
leituras mais diversificadas, pois o trabalho com a diversidade textual é de suma
relevância para se formar leitores competentes.
Pode-se demonstrar a importância da diversidade de textos no processo de
leitura, no que tange os Parâmetros Curriculares Nacionais:
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Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente. Esse trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente. (PCN’s, 2001,p.54)
Assim, a escola deve propiciar aos alunos um ambiente rico, utilizando
variados textos que circulem em nossa esfera social, formando leitores capazes de
entender a sociedade em que vive e de transformá-la.
Para SOARES (1988, p. 79), “a leitura não é um ato solitário e isolado dos
problemas sociais, fora do mundo.”
Isto, significa que a leitura possui múltiplos valores: é um instrumento de
lazer, prazer, enriquecimento cultural e ampliação de horizontes, principalmente nas
séries iniciais, quando o aluno está desenvolvendo seus conhecimentos mais amplos.
Um aspecto importante a ser considerado são as condições de produção da
leitura de um texto. Cabe ao professor buscar oferecer as melhores situações para que o
aluno progrida. E ler e escrever são práticas que fazem parte do crescimento, de um
processo de autonomia.
Conforme LOPES e MENDONÇA;
É importante que o professor procure criar em sala de aula um circuito de leitura: lendo, contando histórias, estimulando a troca de livros, reservando um tempo para ler em classe, trazendo resenhas de livros infantis, abrindo espaço para a escolha, pelo aluno, do que ele quer Ler, propondo textos correlacionados aos interesses do grupo, etc. Enfim, cria-se ofertas múltiplas e estimuladoras, proporcionando ao momento de leitura, o deleite e a aquisição dos mais diversos saberes. (LOPES e MENDONÇA, 1994, p.12)
É importante ressaltar que criar um cantinho de leitura em sala de aula,
incentivando o aluno a pesquisar em bibliotecas e a fazer exposições de livros, também
são excelentes estímulos para se formar leitores.
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1.3. A Relação professor-aluno e o desenvolvimento da aprendizagem nas séries
iniciais, subsidiada nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
A relação professor – aluno requer uma troca de experiências, de muito diálogo
e, principalmente de afeto. A afetividade e a inteligência andam juntas, são inseparáveis.
Desde o nascimento, o bebê está sujeito a estados alternados de prazer e
desprazer, que mais adiante, serão ligados com o meio onde vive.
Com o desenvolvimento da linguagem e de outras capacidades simbólicas, os
sentimentos tornam-se aos poucos socializados. A criança já desenvolve afetos
intuitivos de simpatia e antipatia, torna-se capaz de compreender como os outros se
sentem a respeito de algo e de separar o que compreende de seus próprios sentimentos.
Quando a criança vai para a escola – que de certa forma é a extensão de sua
cada – ela espera encontrar ali um ambiente favorável, que atenda seus desejos, suas
aspirações, suas expectativas e suas emoções.
Citando GOULART (1989, p.114): “Embora não se pretenda transformar o
professor num terapeuta, é desejável que ele conheça os fenômenos que permeiam a sua relação
com a criança e, por seu discernimento, evite reagir às provocações da criança de maneira
indesejável”.
Isto quer dizer que, muitas vezes a criança chega para a escola assustada e um
tanto resistente, pois ali ela vai conviver com pessoas que ela ainda não conhece e não
faz parte da sua família. Por isso, a criança tende a isolar-se, entristecer-se e às vezes
mostrar-se inconformada por esta ali. Nesse momento e nesse contexto, o professor
precisa ganhar esse aluno e fazê-lo com afeto, envolvimento e carinho. Essa criança
precisa descobrir – no cotidiano da sala de aula – que o professor é um amigo que deve
fazer parte de sua nova vida.
Geralmente, o que a criança encontra na escola são conteúdos fragmentados
que lhes são transmitidos por um professor hierarquicamente conhecedor dos mais
diversos saberes. Por ser tratada como um adulto em miniatura, a criança sente-se um
“peixe fora d’água” e começa desde cedo aparece e pode até mesmo estende-se a
estudos posteriores. A iniciativa do professor, como podemos perceber, é de suma
importância para que esse desânimo e essa desmotivação não aconteça com seu aluno.
Para isso, o professor precisa conhecer mais o seu aluno; aproximar-se melhor dele e
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ouvi-lo melhor; È preciso motivá-lo para a vida e para os conhecimentos diversos que
cerca o educando.
As fantasias das crianças são expressas no brinquedo e na fala e o professor
deve ser orientado para lidar com elas. Os mecanismos de defesa, amplamente usados
pelas crianças, devem ser identificáveis pelos professores, a fim de que eles possam
auxiliá-las, retomando os problemas que as levaram a usar tais mecanismos e fazendo
com que elas os encarem. A regressão, modo de lidar como uma ansiedade por um
retorno a maneiras primitivas de consolo, deve ser percebida pelo professor, a fim de
que ele ajude o aluno a superar suas dificuldades.
Poderíamos dizer que o professor bem preparado entende o individual de seu
aluno e procura detectar suas diferenças, potencialidades, habilidades e vocações. Por
isso, esse educador deve também estar atento à psicologia do aluno e de tudo que o
envolve cognitiva, mental e socialmente.
Conforme GOULART (op cit);
Aquele que tem algum conhecimento da Psicanálise encontra-se em melhores condições para compreender os comportamentos infantis e atender às necessidades das crianças e ainda selecionar e adotar medidas para fornecer as oportunidades escolares de que a criança pode fazer melhor uso em cada ocasião. (GOULART, op cit, p.115)
Nota-se assim, que o professor bem preparado é aquele que está sempre
atualizado, capacitado e busca conhecimentos da Psicanálise para entender e atender seu
aluno nas mais diversas diferenças e individualidades.
Não há bem relacionamento professor – aluno se não acontecer um clima
satisfatório para o educando em sala de aula. O aluno tem necessidade de ser envolvido
pelo professor; ele precisa Ter segurança naquele adulto, que de certa forma, passa, a ser
um ente da sua família – pois, assim, sente-se mais confiante e mais tranqüilo para o
processo ensino-aprendizagem.
Um outro fator muito importante também para melhorar a relação professor-
aluno são as brincadeiras, o lúdico. Essas táticas dinâmicas em sala de aula tendem a
deixar o aluno descontraído, relaxado e até mesmo mais independente. Ao brincar ou ao
ser envolvida pelas dinâmicas, a criança e o adolescente manifestam-se com mais
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liberdade e autonomia. Assim, quebra-se a rotina de sala de aula conteudista e o aluno
sente-se mais preparado a aprendizagem que lhe será posteriormente transmitida.
Pelo Jogo, com efeito, podemos abandonar o mundo de nossas necessidades e de nossas técnicas, este mundo interessado que nos fecha e nos estreita: escapamos da empresa do constrangimento exterior, do peso da carne, para criar mundos de utopia. Pomos então em jogo – que admirável a ambigüidade do termo! – funções que a ação prática consideraria inúteis; nós nos realizamos plenamente, entregando-nos por inteiro ao jogo. (CHATEAU, 1987, p.15).
Isto mostra que todo indivíduo e, principalmente a criança, devem estar sempre
dispostos a encontrar na ludoterapia um meio para ficar mais completos e preparados
para as aprendizagens subseqüentes.
Não há boa relação professor-aluno quando no cotidiano da sala de aula há
somente imposições, arbitrariedade e conteúdos programáticos obrigatórios. Isso só faz
com que o aluno sinta-se desmotivado, desinteressado e aborrecido com aquele
ambiente que passa a ser o mais desagradável possível.
Segundo PILETTI;
Muitas dificuldades escolares surgem, exatamente porque o aluno não está preparado para as aprendizagens que lhe são propostas. O ensino e o treinamento antes da maturação adequada podem ser inúteis e até prejudiciais. Mas é possível desenvolver a motivação e as habilidades antes do período considerado normal. (PILETTI, 1987, p.36).
O professor precisa, a princípio, fazer um conhecimento prévio da clientela
assistida e das dificuldades encontradas pelos alunos. Após esse diagnóstico é que o
professor saberá como proceder durante o processo ensino-aprendizagem. E cabe
lembrar que o professor poderá conhecer melhor sua turma quando brinca com os
alunos, coloca-os para jogar e dinamiza a sala de aula. Rapidamente, ele encontrará
respostas satisfatórias que o fará compreender a clientela que será assistida. O
importante é não deixar o clima de sala de aula ser sempre superficial e arbitrário para a
criança e adolescente.
Sabemos que muitos alunos fracassam nos estudos. Isso faz o aluno ficar com a
auto-estima baixa e esse tende a sentir-se incapaz e cabisbaixo. O professor, quando
20
realmente é compromissado, precisa resolver esse tipo de problema urgentemente. Não
pode deixar tal situação permanecer. É preciso resgatar a auto-estima do aluno
fracassado e mostrá-lo que ele é capaz.
Muitos professores mostram-se despreparados para lidar com as diferenças
individuais dos alunos, e isso acaba prejudicando o discente; Outros, ainda, são
dominadores e não permitem que os alunos se manifestem, participem ou aprendam por
si mesmos. Tais professores consideram-se donos do saber, transmitem seus conteúdos
aos alunos que devem permanecer passivos. Essa situação é prejudicial à aprendizagem,
criando dependência e mecanização, fazendo com que o aluno não desenvolva de forma
criativa e autônoma, provocando assim, a memorização e geralmente, o fracasso escolar.
O trabalho em grupo também é de grande importância para que haja a troca de
conhecimentos. A aprendizagem mediante uma discussão em grupo é mais eficiente que
uma aula expositiva.
ROCHEFORT, conta o seguinte experimento:
dois grandes grupos de donas-de-casa foram informadas sobre as vantagens da utilização de miúdos na alimentação diária. Com uma diferença: o primeiro grupo ouviu uma palestra por escrito; o segundo grupo participou de discussões em pequenos grupos, sobre o mesmo assunto. Resultado: depois de algum tempo, os pesquisadores passam de casa em casa, para ver quem estava utilizando miúdos. E verificaram que apenas 3% das mulheres que haviam ouvido a palestra estavam usando miúdos, enquanto que 32% das que haviam participado de grupos de discussão estavam incluindo miúdos em sua alimentação. (ROCHEFORT, 1994, p.13).
Através deste fato, podemos perceber a importância do trabalho em grupo,
facilitando a aprendizagem.
A organização da sala de aula é mais um fator que pesa para que o aluno deseje
por ali permanecer: deve ser arejada, espaçosa e que permita o intercâmbio entre os
alunos.
Muitos professores chegam a levar o aluno ao fracasso escolar, à ruína nos
estudos, pois só preocupam com a matéria a ser transmitida e em cumprir o
planejamento. Ele não toma conta das dificuldades dos alunos em relação À elaboração
e fixação de um certo conteúdo. Assim, o aluno acaba desinteressando-se e,
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posteriormente, fracassando-se nos estudos. Além disso, nem sempre as aulas são
atraentes ou significativas para o aluno.
Por outro lado, se os alunos não apreciam o valor dos conceitos escolares para
analisar, compreender e tomar decisões sobre a realidade que os cerca, não se pode
produzir uma aprendizagem significativa. Não queremos dizer com isso que todas as
noções e conceitos que os conteúdos escolares de maneira muito simplista, queremos
isso sim afirmar que os conteúdos que a escola veicula devem servir para desenvolver
novas formas de compreender e interpretar a realidade, questionar, discordar, propor
soluções, se um leitor reflexivo do mundo que o rodeia.
Falar em aprendizagem significativa é assumir que aprender possui um caráter
dinâmico que exige ações de ensino direcionadas para que os alunos aprofundem e
ampliem os significados elaborados mediante suas participações nas atividades de
ensino e aprendizagem.
Portanto, a relação professor-aluno requer muitos cuidados especiais para que,
realmente, aconteça um processo ensino-aprendizagem válido e eficiente.
Enfim, dentro de sala de aula é preciso imperar o afeto, a criatividade, o dialogo,
a troca de experiências, a pesquisa, a busca do saber e tudo aquilo que envolve o aluno,
fazendo-o gostar do ambiente escolar e, conseqüentemente, que o leve a construir seu
próprio conhecimento.
O aprender a aprender busca autonomia de professores e alunos, impulsiona a
refletir a sua própria experiência e dela extrair conhecimentos. A atuação do docente
propõe o tratamento dos alunos como indivíduos adultos e responsáveis pelo seu
processo de vários fatores deverão ser alterados significativamente com relação ao que
vem sendo proposto como prática pedagógica para professores e alunos. No aprender a
aprender, o papel do docente deve ser repensado e revisado.
22
CAPITULO II – A PRÁTICA PEDAGÓGICA REFLEXIVA
E ATIVA NAS SÉRIES INICIAIS.
2.1. Desenvolvimento das Competências e Habilidades nas Séries Iniciais
O professor tem um papel crucial na construção da democracia e entende que
ensinar – na sociedade contemporânea – é uma tarefa desafiadora, principalmente nas
séries iniciais (1º ao 5º ano) do ensino fundamental.
Hoje, mais do que nunca, é preciso criar propostas pedagógicas que garantam
ao aluno o acesso à aprendizagem significativa dos saberes humanistas, científicos e
tecnológicos que sejam relevantes para a inserção deles no mundo atual.
As recentes mudanças no plano social, político e tecnológico têm trazido novas
demandas para a escola e para o docente. Nesse novo cenário, é preciso ajudar os alunos
a compreender e dar sentido à avalanche de informações e conflitos a que são expostos
cotidianamente.
Nesta perspectiva de inovação, o que melhor há para oferecer aos nossos alunos
é a oportunidade de construir competências para pensar, aprender, conviver e realizar
um projeto de vida; valores que lhes facilitem dar sentido à gama de informações que
chegam cotidianamente; e conhecimentos que possam ser mobilizados para agir de
modo pertinente.
Para isso, faz-se necessário que o professor seja desafiado a não se limitar a
conceitos; deve, na verdade, criar as mais diversas situações de aprendizagem,
desenvolvendo o senso crítico, reflexivo e prático do educando. Precisa incentivar a
leitura dos mais diversos textos, estimular o uso do raciocínio nas mais diversas
situações, desenvolver a criatividade, favorecer ao aluno a aprendizagem significativa.
No entanto, uma das principais problemáticas que envolvem os alunos das
séries iniciais é o fracasso escolar, entendendo, na maioria das vezes, como um
problema individual do aluno. Assim, as explicações para os altos índices de reprovação
recaem sobre o aluno e sua família, isentando a escola e o próprio sistema do fracasso
escolar.
23
Porém, alguns estudiosos acreditam que o fracasso escolar traduz-se, também,
na forma inadequada que a escola submete o aluno à aprendizagem (currículos
obsoletos, professores despreparados e outros fatores propriamente escolares).
Por isso, segundo TABA;
para que os alunos aprendam, devemos introduzi-los em formas apropriadas de pensamento, sob condições especialmente favoráveis à aprendizagem. Em essência, deve-se considerar as experiências de aprendizagem como os degraus que conduzem até um resultado final. Naturalmente a quantidade e a natureza de tais degraus variam segundo a capacidade para aprender e os esquemas conceptuais já existentes. (TABA, 1974, p.368)
Isto significa que o professor deve reconhecer que a metodologia, os
procedimentos didáticos e a maturidade do aluno são fatores importantes para que a
aprendizagem ocorra com mais eficiência. Deve-se, também, considerar os
conhecimentos pré-existentes (concebidos fora da escola) do aprendiz.
O professor reflexivo e empreendedor age em função de seu aluno, buscando a
melhoria e qualidade do processo ensino-aprendizagem. E, neste contexto, precisa levar
em conta algumas experiências de aprendizagem que estimulem o educando à
formulação de conceitos, ao invés de adquirir prontos tais conceituações; é preciso,
também, que o aluno busque pronto e acabado.
DEMO ressalta que:
o aluno precisa abandonar definitivamente a condição de objeto da aprendizagem. Sua função não é copiar e reproduzir, mas reconstruir, construir sob orientação do professor. Os alunos sentem-se levados a participar de pesquisas, propostas, experiências, laboratório, gincana, competições, seminários, etc. internalizando na teoria e na prática que o centro do aprender é o aprender a aprender.
(DEMO, 1992, p.87)
Assim, a aprendizagem torna-se significativa, pois os alunos constroem seus
saberes de maneira autônoma e eficiente. O aluno deixa de apenas obedecer a comandos
dados pelos professores.
Porém, na maioria das vezes, pode-se deparar com situações tradicionalistas em
sala de aula, quando o professor apenas é aquele que ensina e o aluno é somente um
mero espectador da aprendizagem. E isto acontece principalmente nas séries iniciais – o
24
que poderia ser diferente, pois o desenvolvimento social, afetivo e intelectual do aluno
acontece com ênfase neste primeiro ciclo, ou seja, do 1º ao 5º ano do ensino
fundamental, quando a criança encontra-se propriamente no processo de alfabetização
constante (ao contrario do pensamento de muitos, que imaginam que a alfabetização
acontece apenas no 1º ano escolar).
Uma outra questão a ser ressaltada é o currículo (e os programas) obrigatório,
que, por vezes, é insignificante e não motiva a aprendizagem do educando. É justamente
o desinteresse por alguns programas do currículo que leva o aluno a fracassar nos
estudos, uma vez que leva à passividade, comodismo e intolerância cognitiva e
psicológica do aluno.
2.2. Combate ao fracasso escolar nas séries iniciais: uma proposta de ação coletiva
O grande número de alunos reprovados e evadidos ao longo dos anos, é
assustador. No entanto, essas reprovações e abandonos não atingem da mesma maneira
crianças de diferentes meios sócio-culturais.
Assim, pode-se ver claramente as dificuldades de aprendizagem,
principalmente por parte de alunos mais pobres, ou seja, que são menos favorecidos
econômico e socialmente.
E é importante lembrar que aluno tem a sua formação e ao professor é dada a
responsabilidade de passar um conhecimento integral a este, analisando os aspectos
físicos, emocionais, intelectuais e sociais, aqui especialmente, aqueles que englobam o
educando das séries iniciais.
Assim, o professor passa a compreender o aluno em seu contexto sócio-
cultural, para desenvolver juntamente à família e a outros educadores da escola
(especialistas, diretor, coordenador e outros) um bom trabalho de reversão do quadro de
fracasso nos estudos do aprendiz.
Mas, a criança, antes de qualquer coisa, precisa estar preparada para a sua
construção do saber. E essa preparação consiste em três fatores básicos: escolares,
psicológicos e sociais. E o professor deve compreender esses três fatores importantes
para que a aprendizagem do aluno aconteça satisfatoriamente, conforme PILETTI
(1987, p. 36),
25
os fatores escolares referem-se, principalmente, às condições de organização e funcionamento do próprio ensino. Os métodos de ensino, a falta de preparo didático, o ambiente escolar, a falta de planejamento e de motivação por parte do professor, a mudança constante de professores, enfim uma variada quantidade de fatores internos, condizentes com a escola onde o aluno está inserido, trazem para dentro da sala de aula numerosas dificuldades para o educando.
Desse modo, ao posicionar-se diante das novas “buscas” para a erradicação ou
combate do fracasso de aprendizagem, o professor precisa sugerir ação global dentro da
instituição. E isto inclui também trabalhar “projetos” que tragam os alunos fracassados
para a sua mudança de comportamento diante daquilo que o faz ter dificuldades ao
aprender.
PILETTI ainda frisa que,
professores educadores em geral, sem refletir sobre as dificuldades e problemas que fazem com que a “escola” leve o aprendiz a fracassar em seus estudos: o espaço da escola precisa ser genericamente mais humano e não individualmente desumano com aqueles alunos que fracassam em sua aprendizagem. Cabe aos educadores criar, descobrir e propor novas formas que eliminem o fracasso escolar, principalmente no que se refere ao fator escolar (currículos insignificantes, exclusões, salas superlotadas, falta de preparo do professor, planejamento inadequado etc).( PILETTI 1987, p. 37),
Os fatores psicológicos referem-se principalmente às características individuais
que afetam a aprendizagem, uma vez que os alunos apresentam níveis diferentes de
maturidade, aprendizagem e aptidões. Então, não convém esperar de todos o mesmo
desempenho, o mesmo ritmo de aprendizagem e nem tampouco o mesmo interesse na
realização das atividades.
As tensões nervosas, as apreensões imaginárias e/ou reais que dominam o
aluno, transmitem insegurança e podem levar ao fracasso escolar. Outros problemas
como falta de concentração, distúrbios físicos e mentais também podem causar o
fracasso e insucesso nos estudos.
Por isso, mediante tais fatores psicológicos, cabe ao professor (em parceria
com a família e outros educadores) transmitir ao aluno segurança, dando-lhe autonomia
e desenvolvendo a sua criatividade, criticidade e interesse pela aprendizagem.
Os fatores sociais que levam ao fracasso escolar são inúmeros, mas, os
principais devem-se aos desajustes familiares, problemas físicos, dificuldades
econômicas, má nutrição, trabalho infantil, namoro precoce, desmotivação pelo o que a
26
escola oferece, excesso de estímulos externos (televisão, cinemas, vídeo-games,
computadores etc.), amizades inconvenientes, uso de drogas, doenças e a falta constante
às aulas.
È bom frisar que os alunos das camadas mais pobres apresentam maior índice
de fracasso nos estudos, uma vez que apresentam maiores problemas sociais,
principalmente os referentes à fome e à falta de qualidade de vida.
Segundo ALVES;
Apesar dos problemas físicos e/ou orgânicos que a criança tem, alguns trabalhos experimentais comprovam que: um grupo de crianças com o mesmo nível nutricional pode ter um rendimento escolar diversificado, dependendo de ser estimulado com uma programação pedagógica adequada. (ALVES, 1994, p.52).
Apesar de um dos argumentos que a escola apresenta para justificar o fracasso
escolar dos alunos seja a desnutrição que estes apresentam, não há nada comprovado
que uma criança desnutrição, por exemplo, que consegue ser aproveitada em todas as
atividades, basta estar motivada para tal.
Mas, como isso não é uma regra fixa a todas as crianças que têm algum tipo de
problema físico e/ou orgânico, existem algumas outras que já se acomodam diante dos
mesmos, tornando-se apática, preguiçosa, com grande resistência diante dos estudos.
Contudo, não se pode comprovar que a desnutrição (ou o problema físico-
orgânico) em si vá explicar sozinhos os altos índices de evasão e repetência,
principalmente nas primeiras séries.
Há outro problema sério diante dos fatores externos à escola, que levam o
aluno a fracassar: a jornada de trabalho das mães e dos pais, deixando-os
impossibilitados de assistir corretamente o filho na alimentação, vestuário, tarefas
escolares, etc.
Isso pode levar o aluno a faltar freqüentemente das aulas ou que se evada
completamente, ou ainda que o leve a desinteressar pelo que é passado em sala de aula.
Assim, em processo empreendedor, a escola, professores e educadores no geral, vêm
compreender a realidade de cada aluno fracassado, procurando soluções, junto aos
27
demais envolvidos da escola, para que o educando “deficitário” seja encarado dentro de
sala de aula, pelo professor que o ensina, como um ser capaz de reverter esse quadro.
E assim, o diretor em parceria com o professor de demais envolvidos na
educação da criança, vem trazer “inovações” que ajudem os “alunos fracassados” a
superarem as dificuldades e a se tornarem crianças motivadas e “capazes” como
qualquer outra.
É preciso que o educador se conscientize para o fato de que cada aluno tem um
potencial de aptidão, esteja ele com problemas físicos, emocionais, sentimentos, etc.
Essa capacidade numerosa de aprender ninguém pode negar em uma criança. E o que
pode ter levado o aluno a fracassar, poderá ser revestido facilmente. É só o Orientador
vir a agir coletivamente na escola para que esse quadro do fracasso seja extinto da vida
do discente.
E para que a escola tenha sucesso nessa investida, só precisa estar ciente que o
aluno, seja ele de onde for, de qual classe social for, tem o direito de passar por cima da
dificuldade nos estudos tornando-se um “vencedor”, aprendendo a aprender, mesmo
com a vida “dura” que, porventura, esse discente tenha lá fora.
Uma escola não se faz com transmissão de conteúdos fragmentados e
estanques. Ela deve ser formada de acordo com a visão de mundo do aluno e dos temas
significativos que envolvem o aprendiz. E, nesse contexto entra a família do aluno e o
meio social onde ele vive, pois, sem a parceria com os pais do discente ou sem
considerar o seu ambiente sócio-cultural, é impossível compreender a escola como
instituição educacional.
Conforme Mello
È sobretudo à família, às suas características culturais ou situação econômica, que predominantemente se atribui, em última instância, a responsabilidade pela presença ou ausência das pré-condições de aprendizagem da criança. (MELLO, 1982, p. 97)
Está claro, também, que muitos professores associam a imagem do aluno
fracassado com a criança carente. Desde épocas remotas, a educação básica é encarada
como possível para a burguesia, para a classe dominante, pois eram bem alimentados,
tinham acesso aos livros, a saúde estava em alta, a família tinha estrutura estável e
organizada.
28
Atualmente, os problemas de ordem física e mental, a desnutrição, a
desestruturação familiar, continuam sendo apontados pelos professores como causas do
Fracasso Escolar. E o aluno o principal responsável pelo seu fracasso, embora a escola
e o sistema sócio-econômico sejam também considerados responsáveis pela dificuldade
de aprendizagem do educando.
O problema maior de tudo isso, é que os pais, conforme MAGALHÃES et alli
(1998, p. 8) “... depois de sucessivas reprovações dos filhos, continuam julgando a
escola necessária a eles.”
Isto mostra a alienação dos pais dos alunos quanto à situação escolar dos
filhos, acreditando que a reprovação só faz o bem para o filho, pois assim, fixará melhor
os conteúdos não apreendidos. A visão errônea dos pais acaba ajudando a escola a
fracassar mais ainda os filhos.
Na verdade, a desnutrição, os problemas emocionais, a falta de estrutura
familiar, o despreparo dos pais e outros fatores podem influenciar no rendimento
escolar, mas não são suficientes para explicar isoladamente os altos índices de fracasso
escolar.
Os meios de comunicação também influenciam muito nossos alunos,
ultimamente. A televisão, o computador, o vídeo game, os mini games etc, provocam na
criança e no adolescente uma enorme atração e assim, um bom livro e os estudos não
conseguem compelir com tanta fascinação.
A mudança de valores é um sério fator de perturbação nos estudos do
educando, uma vez que, praticamente, tudo que valia passa a não valer mais...
Reflete-se na indecisão e insegurança de pais e professores que confusos, não
sabem indicar o rumo adequado aos filhos ou educandos e reflete, também, no
comportamento destes que, nos mínimos atos revelam oposição a toda orientação que
seja oferecida.
Logicamente, todos os fatores sociais, econômicos e culturais podem
influenciar no baixo rendimento do aluno em qualquer disciplina – ou em todas elas -,
porém, cabe ao professor detectar aquilo que está afligindo o aluno, levando-o ao
fracasso nos estudos. Após o diagnóstico da situação-problema, o professor das séries
iniciais passa a ajudar o aluno a sanar todas as dificuldades.
29
2.3 O Processo Ensino-aprendizagem e a prática avaliativa nas séries iniciais.
Sempre surge aquela indagação: como verificar se os alunos aprenderam ou
como avaliá-los?
Nota-se, assim, que ao longo de todo o processo ensino-aprendizagem, fazemos
avaliações para verificar se os objetivos foram alcançados ou não. Se houver algum
problema, é preciso mudar os procedimentos.
Avaliar é um ato complexo, mas, a prática avaliativa no processo de
aprendizagem poderia ser embasada nas seguintes palavras: bom senso e respeito às
diferenças pelo professor. Isto sugere que o professor entenda que o aluno é um ser que
pensa, raciocina, elabora, age, observa, transforma...
A avaliação, segundo HOFFMANN é;
o ato de valorar, de atribuir valor a algo, de perceber as várias dimensões de qualidade acerca de uma pessoa, de um objeto, de um fenômeno ou situação. Estas percepções da qualidade do objeto avaliado poderão ser positivas ou negativas para aquele que avalia. E como os avaliadores são pessoas diferentes, tais avaliações são sempre subjetivas e arbitrárias (no sentido do livre-arbítrio de quem opina a respeito. (HOFFMANN, 2001, p. 172).
Isto significa que é preciso estar “alerta” ao avaliar aprendizagens. A tarefa da
avaliação da aprendizagem é complexa. Torna-se necessário, assim, clareza e amplo
conhecimento, para além do que significa “avaliar” e “aprender”.
Então, é necessário que o educador encare a avaliação como algo que abrange
todo o potencial do aluno – individual e globalmente -, não esquecendo que cada ser é
único e a aprendizagem é diferenciada para cada aprendiz. E não é justo dizer que o
aluno é “incapaz” ou “fracassado” quando este foi avaliado apenas quantitativamente.
Portanto, o professor, em parceria com o discente , vem desmistificar o
processo de avaliação – que tem se mostrado tão hostil ao aluno – e adotar o verdadeiro
sentido de “avaliar”, que nada mais é que compreender o aprendiz num todo,
considerando a promoção do potencial criador e o desenvolvimento do discente no
decorrer do processo ensino-aprendizagem.
Assim, conforme MENDEZ (2002): “a avaliação possui a tarefa de se centrar
na forma de como o aluno aprende, sem descuidar da qualidade do que aprende”.
30
Atualmente, a avaliação da aprendizagem deve ser encarada como um
momento privilegiado de estudo. Nele, o aluno deve sentir-se livre para produzir, para
demonstrar o resultado de um processo de construção de conhecimento e não apenas de
acumulação de dados.
O problema é que ainda deparamos com professores retrógrados inflexíveis que
insistem em avaliar o aluno quantitativamente, rotulando-o de incapaz ou de capaz –
conforme a menção de notas obtidas.
A práxis de sala-de-aula não tem sido embasada nas teorias que consideram a
“avaliação” como algo relevante e norteador do fazer pedagógico.
Conforme PERRONOUD (1999): “não se pode separar a reflexão sobre
avaliação de um questionamento mais global sobre as finalidades da escola, das
disciplinas, do contrato pedagógico e didático e dos procedimentos de ensino e de
aprendizagem”.
Pode-se perceber, então, que a avaliação permite detectar as falhas e fracassos
do aluno e (por que não?) do próprio professor ; assim, o professor pode buscar
melhores meios, métodos e estratégias para resgatar a aprendizagem do aluno,
principalmente nas séries iniciais
31
CAPÍTULO III – PROPOSTAS VIÁVEIS À MELHORIA E
ENRIQUECIMENTO DO PROCESSO ENSINO –
APRENDIZAGEM, NAS SÉRIES INCIAIS.
3.1. Métodos, técnicas, procedimentos de recursos didáticos para a otimização do
Ensino e da aprendizagem.
Os alunos das séries iniciais estão em constante processo de alfabetização e de
construção de seu raciocínio lógico. É nesta fase que o aluno abstrai os conhecimentos
necessários e/ou básicos para seus estudos posteriores (últimas séries do ensino
fundamental). Portanto, se o aluno aprende com eficácia nas séries iniciais,
conseqüentemente, terá melhores condições de enfrentar desafios mais complexos (a
partir do 6º ano até o Ensino Médio).
No entanto, sabe-se que o professor das séries iniciais deve ser um
empreendedor em seu aluno; isto significa que a sala de aula (assim como a aula em si)
deve ser agradável, prazerosa e motivadora. Caso contrário, o educando não se
interessará pelos ensinamentos transmitidos na escola e, assim, a evasão, a reprovação e
as dificuldades de aprendizagem tendem a aparecer com mais ênfase.
Assim, cabe ao docente trazer para a sua prática pedagógica os mais diversos
métodos, recursos, técnicas e ferramentas que tragam ao aluno aulas significativas e
interessantes, promovendo a curiosidade, a descoberta, a pesquisa, a criatividade e o
julgamento autônomo do aprendiz.
Para DEMO;
o que se espera do professor já não se resume ao formato expositivo das aulas, a fluência vernácula, à aparência externa. Precisa centralizar-se na competência estimuladora da pesquisa, incentivando com engenho e arte a gestação de sujeitos críticos e auto-críticos, participantes e construtivos. (DEMO, 1993,p.103)
32
Isto significa que o aluno já não é aquele agente passivo de antigamente, que
apenas recebia informações do professor e as memorizava.
O aluno atual é dinâmico, pesquisador, curioso, crítico e criativo. Além disso, é
um sujeito ativo e constrói sua própria aprendizagem, com a mediação do professor. E,
durante a construção de sua aprendizagem o aluno é convidado a analisar, pesquisar,
descobrir, compreender fatos, enfrentar desafios, experimentar, justificar, criticar, expor
idéias e, diante de todo o processo de aprendizagem, o erro é algo positivo, que auxilia a
autocrítica e a reflexão do aprendiz. Afinal, por meio dos erros e da experiência
constante, o aluno descobre como chegar ao acerto.
Segundo PIAGET (1987,p.18): “[...] a criança aprende por si, construindo e
reconstruindo suas próprias hipóteses sobre a realidade que o cerca; e que o erro, em vez de
denunciar uma não aptidão é uma etapa necessária do processo de construção do
conhecimento”.
Portanto, o professor aponta os caminhos, o aluno enfrenta os desafios e, diante
dos erros e das experiências, busca o acerto e o êxito em suas investidas.
O professor deve estimular em sala de aula a cooperação, a solidariedade, os
trabalhos em grupo, as atividades individuais e a socialização de toda a turma. Isto
facilita a troca de experiências e de conhecimentos entre os alunos (aquele que sabe
mais, auxilia o que tem dificuldades, por exemplo) e a aprendizagem flui de forma
integradora e cooperadora.
Porém, mediante à dificuldade de aprendizagem, o professor não pode (e nem
deve) considerar a situação como algo irrelevante e pessoal do aluno. Ao contrario, deve
resgatar a aprendizagem do aluno com compromisso e competência. Portanto, é
fundamental que o professor respeite a individualidade e as diferenças de cada aluno,
considerando (sempre) suas potencialidades e dificuldades perante ao ensino. Então, o
desprezo e/ou a exclusão do aluno com dificuldades de aprendizagem, deve ser
repudiada pelos professores. Afinal, a prática pedagógica competente é aquela que
resgata a aprendizagem e combate o fracasso escolar do aluno.
Neste contexto, sabe-se que a metodologia empregada nas aulas deve ser
encrementada com filmes, fitas cassete, CD’s, ilustrações, imagens, diálogos e outros
instrumentos valiosos que estimulam o aluno a aprender de maneira prazerosa,
33
significativa e real. Os métodos e procedimentos utilizados devem incitar a participação,
a troca de idéias, o diálogo, o trabalho coletivo, a produção e a criatividade do aluno.
Nesta perspectiva, DEMO (op. Cit, p.56) propõe a metodologia do “aprender a
aprender”, que consiste em:
Reduzir gradativamente o espaço das aulas, procurando utilizar o maior tempo
disponível para a pesquisa, a busca de informações, o acesso a banco de dados, para
instrumentalizar a construção de atividades e textos próprios.
Envolver o aluno em trabalhos coletivos bem sistematizados, com
responsabilidades definidas e produção individual e de grupo.
Organizar atividades diferenciadas, de eventos que demandem criação,
projetos desafiadores que provoquem enfrentamento, diálogo com autores e construção
própria.
Buscar resultados consensuais, nos seminários, nas discussões coletivas, nas
proposições de grupo, como exercício efetivo de cidadania. A instrumentalização da
vivência do voto e do consenso como ferramentas para a vida em comunidade.
Provocar a utilização dos meios eletrônicos, de informática, de multimídia e de
telecomunicações. Aproveitar os recursos disponíveis no complexo escolar.
Criar espaços compartilhados entre empresas e escolas para que os empresários
possam ajudar a enriquecer o espaço universitário, seja com recursos humanos, seja com
recursos instrumentais. Abrir o diálogo e a aproximação com as empresas.
Valorizar mais a elaboração própria, a construção coletiva, a apresentação de
textos, as propostas criativas. Dar um peso muito menor a provas e questionários.
Dinamizar o espaço escolar aproveitando os recursos de comunidade, a
experiência vivenciada dos alunos, dos pais e dos professores.
Impulsionar o uso da biblioteca, dos laboratórios, para que os alunos
pesquisem, estudem, discutam e critiquem, “aprendendo a ler de modo questionador”,
construindo argumentos e textos, e discutindo com seus pares os caminhos
conquistados.
Ter a preocupação de demonstrar e valorizar o lado prático dos conhecimentos
propostos. Discutir enfaticamente os espaços onde os conteúdos serão utilizados.
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Amarrar procedimentos teóricos e vivenciais práticos. Propor construção própria de
textos com os avanços detectados pelos estudantes em suas jornadas acadêmicas.
Criar para o aluno, e com o aluno, uma escola que apresente um ambiente
inovador, transformador e participativo, onde o aprendiz seja reconhecido como sujeito
capaz de percebe-se que na abordagem do “aprender a aprender”, o processo de ensino e
de aprendizagem devem cuidar para ampliar as dimensões dos conteúdos específicos
dos diversos componentes curriculares, incluindo ações que possibilitem o
desenvolvimento e a valorização de todas as competências intelectuais: corporais,
pictóricas, espaciais, musicais, inter e intra-pessoais, além das lingüísticas e lógico –
matemáticas.
Para GIACAGLIA(2000) algumas decisões também devem tornar o fazer
pedagógico eficiente, na perspectiva do aprender a aprender:
Constituem exemplos dessas decisões: O currículo da escola, no que respeita a inclusão de disciplinas optativas e atividades extraclasse; a distribuição das diferentes séries no prédio e por períodos; o uso ou não de salas ambientes nas quais os professores permaneceriam e para as quais os alunos se deslocariam; a problemática da disciplina e o código disciplinar; os critérios de avaliação, de promoção e de atribuição de notas ou conceitos; os cronogramas de atividades. È importante que ele participe, pois, ativamente, de todas as decisões de ordem técnica a serem tomadas, em âmbito escolar, em função do seu preparo, de suas funções e do seu conhecimento da escola, da comunidade e do alunado, visando um melhor atendimento à educação integral do aluno. (GIACAGLIA, 2000, p.15).
Nota-se, portanto, que o currículo, os métodos pedagógicos, os critérios de
avaliação e o contexto ambiental da escola precisam ser repensados e reestruturados em
prol do cliente – aluno e não das imposições sistemáticas nas instituições escolares
imperam. Só repensando e reestruturando a escola tradicionalista que, desde sempre,
encontramos, é que encontrar-se-á soluções e novas propostas para um processo ensino-
aprendizagem significativo e valioso para o aluno.
3.2. Afetividade em sala de aula: um fator importante na aprendizagem
No dicionário “Aurélio”: “Afetividade é a qualidade ou caráter de afetivo”, isto
é, aquilo que envolve afeição, amor, amizade.
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Para VYGOTSKY (1998,p.122): “(...) são desejos, necessidades, emoções,
motivações, interesses, impulsos e inclinações do individuo que dão origem ao
pensamento e este por sua vez, exerce influencia sobre o aspecto afetivo-volutivo”.
Conforme PIAGET (1967,p.1999): “Afetividade é vínculo que a criança
estabelece com quem ensina e com o objetivo de sua aprendizagem”. Este vínculo
então, vem trazer à criança sua vontade ou não de aprender algo. A situação da sua
aprendizagem vai depender muito de suas alegrias, tristezas, medos, raivas, emoções...
Sem a afetividade que move a criança para o verdadeiro aprendizado, não há
conquista do ensino e nem tampouco da aprendizagem.
DAVIDOFF, fala das emoções e sua importância para o bom comportamento e
para a cognição:
Emoções (ou afetos) são estados internos caracterizados por cognições, sensações, reações fisiológicas e comportamento expressivo específicos. E as pessoas respondem a essas emoções, a esse afeto. Ou elas aprendem algo através “destes” ou acontece o contrário, caso não esteja verdadeiramente atraído afetivamente para tal. (DAVIDOFF, 1980,p.427)
Conclui-se, portanto, que para que a criança aprenda é preciso que haja na sala
de aula a afeição, o respeito, a segurança, ou seja, tudo de “afetividade” que o professor
precisa passar ao discente. Simplificando os conceitos citados a afetividade é um dos
meios que o professor encontra para que o aluno se interesse pelo “aprender”.
Segundo Tereza Cristina Rego (1998, p. 120): VYGOTSKY concebe o homem
como um ser que pensa raciocina, deseja, imagina e se sensibiliza.
Isto que dizer que afetividade e inteligência são inseparáveis; para que a
inteligência funcione, é preciso do emocional do ser humano.
E é preciso entender que a boa evolução da afetividade está na segurança que a
criança deposita em pessoas do seu convívio cotidiano.
Muitas crianças que têm dificuldades de aprendizagem acabam apresentando
algumas perturbações afetivas. Mas, é difícil saber se as perturbações afetivas são a
causa ou a conseqüência da incapacidade de integrar a leitura e a escrita e outros
saberes.
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Para OLIVEIRA (1998,p.122), as crianças: “(...) ás vezes se sentem
inferiorizadas, pois não raro são taxadas de preguiçosas pelos professores devido ao seu
desinteresse em ler e escrever”.
É importante que o corpo docente da escola esteja voltado para eventuais
problemas emocionais da criança, uma vez que algumas perturbações infantis podem
atrasar o cognitivo no processo ensino-aprendizagem.
Quando a criança mostra-se inferiores e persistem em não corresponder às
expectativas do professor, geralmente, são rotuladas de incapazes e fracas pelos
educadores. Mas, na verdade, não é assim. Muitas vezes ela está pedindo (internamente)
ajuda do professor, que por sua vez ignora o aluno e não estende a ele seus préstimos
facilitadores da aprendizagem.
E, assim, o cognitivo do aluno rejeitado tende a não se manifestar
satisfatoriamente.
Toda criança é capaz de aprender, mas, isto vai depender de fatores
significativos, principalmente:
• A relação professor – aluno favorável;
• Os conteúdos significativos;
• A motivação;
• O estímulo apresentado;
• A auto – estima desenvolvida e outros.
VYGOTSKY (1998,p.122): “(...) Cognição e afeto não se encontram
dissociados no ser humano, pelo contrario, se inter-relacionam e exercem influencia
recíprocas ao longo de toda história do desenvolvimento do individuo”.
Entende-se, desta forma, que o aprendizado relaciona-se com a segurança que o
professor transfere ao aluno. R a relação professor – aluno inexiste se não houver entre
ambos um sentimento maior que rege o processo do esnino-aprendizagem: o afeto.
Dada a complexidade da criança, dadas as experiências que teve, a auto-
imagem que formou e as maneiras satisfatórias que encontra para atender suas
necessidades que já descobriu, a motivação deve ser um problema individualizado, que
considera o resultado de qualquer recurso e intenções do individuo.
37
Geralmente a complexidade da criança, dadas as experiências que teve, a auto-
imagem que formou e as maneiras satisfatórias que encontra para atender suas
necessidades que já descobriu, a motivação deve ser um problema individualizado, que
considera o resultado de qualquer recurso e intenções do indivíduo.
E, para a criança estar motivada pelas aulas ministradas pelo professor ´r
preciso encontrar, em primeiro lugar, um educador que apresenta simpatia e firmeza ao
se expressar; e o mais importante que a aula transcorra num clima agradável, chamativo
e, principalmente, satisfatório ao aluno.
Sabe-se que não é tarefa fácil trazer a atenção do aluno durante quatro horas /
aula. Mas, se o professor trabalha dotado de entusiasmo, iniciativa e perseverança a
aceitação torna-se mais acentuada.
A afeição é uma das necessidades psicológicas básicas de qualquer individuo, e
aqui em questão, de cada aluno.
Constantemente encontramos em nossas salas de aula crianças que têm acesso
de cólera, ciúme, ressentimento, abatimento e dependência dos outros.
Talvez o erro esteja, em parte, na ênfase que a escola dava ao desenvolvimento
acadêmico da criança, ao lado da correspondência negligencia de outros aspectos de seu
crescimento. Tal comportamento emocional pode refletir, também, o fato de termos um
grande conjunto de dados a respeito de formas mais eficientes para facilitar o
crescimento acadêmico da criança, mas também estamos relativamente pouco
informados na área da facilitação de seu crescimento emocional. VYGOTSKY
(1998,p.126), afirma que “...portanto, o estado de desenvolvimento mental da criança só
pode ser determinado referindo-se pelo menos a dois níveis: o nível de desenvolvimento
afetivo e área de desenvolvimento potencial”.
Se, como professores, pretendemos obter êxito na orientação do crescimento da
criança no campo do desenvolvimento afetivo-emocional, precisamos conhecer nosso
“cliente” em seu aspecto físico, emocional, intelectual, social e não esquecendo dos
aspectos intrínsecos do ser, muitas vezes difíceis de trazê-los à torna, mas não é
impossível de se fazer isso.
38
3.3.O conhecimento da Psicodinâmica do comportamento discente
Geralmente as crianças são egocêntricas e são incapazes de tornarem-se
simpáticas as pessoas ou a desempenharem algum papel. E a melhor maneira de
desenvolver a simpatia na criança seja a de passar-lhe um sentimento de segurança, pois
apenas a pessoa segura pode esquecer-se de si mesma durante um tempo suficiente para
pensar nos outros.
De um modo geral, aceita-se a idéia de que as crianças seguras apresentam
maior tendência para desenvolver delicadeza e consideração pelos outros, enquanto as
crianças inseguras tendem a desenvolver ciúme, rebeldia, ressentimento e hostilidade.
Deve-se reconhecer que, a fim de sentir simpatia real, uma pessoa precisa Ter
experimentado infelicidade suficientemente semelhantes às do sofredor com as quais
deve simpatizar, a fim de que possa identificar com ele.
A maneira como o professor fala com seu aluno também é muito importante. A
palavra certa nos momentos certos tem enorme validade para o discente, tornando-o,
muitas vezes, sensível e compreensivo diante das exigências e propostas do professor.
Conforme VYGOTSKY (1989,p.132), “As palavras desempenham um papel
central não só no desenvolvimento do pensamento, mas também na evolução histórica
da consciência como um todo. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana.”
Isto confirma o valor do dialogo, da comunicação para conscientizar o “outro”
de um modo globalizado. E assim deve acontecer em sala de aula: a palavra, as trocas de
experiências, a comunicação de um modo geral estar presentes rotineiramente no
contexto do ensino-aprendizagem.
Em uma o professor deve compreender o que interessa à criança e buscar no
“eu” dela o que a leva a formar uma auto-imagem ou a rejeitar tudo que se ligue a
escola; ou por que o trabalho escolar não está ligado às suas necessidades intenções.
Muitas vezes a falta de competência do professor, nesse campo, esteja
relacionada em conhecer melhor a psicodinâmica do comportamento humano, na
medida em que esta se refere ao comportamento em geral e, à aprendizagem na sala de
aula, em particular.
Portanto, a tarefa do professor é apresentar objetivos adequado, através dos
quais possa satisfazer os motivos de seus alunos.
39
Na busca do seu conhecimento, o aluno aprende a aprender e o professor
facilita essa construção do saber. Gera-se assim, um clima de cordialidade, integração e
desenvolvimento pessoal, levando o aluno a buscar e construir o seu saber, mas, tendo
na cooperação do professor, um grande estímulo para agir nessa construção do
conhecimento.
O professor, no momento da construção do saber do aluno, é aquele que
estimula, coopera, faz a integração, troca experiências, escuta o que seu discente tem a
dizer e / ou acrescentar.
O dialogo em sala de aula é de suma importância também quando o aluno
apresenta-se de forma indisciplinar, prejudicando o cotidiano da aprendizagem própria e
do outrem. Cabe ao docente, com esse aluno indisciplinado, buscar as respostas para tal
comportamento desajustado, que, acaba atrapalhando o contexto de sala de aula.
Muitas vezes o ato indisciplinado do aluno esta em problemas extra-escolares
ou melhor dizendo, pode estar em problemas familiares e / ou pessoais que esse
individuo não encontre solução sozinho e tende a rebelar diante da situação. O
professor, entendedor da dinâmica do comportamento do aluno, busca no diálogo, nas
conversas constantes, um meio para ajudar o discente a superar certos conflitos
traumatizantes que geram a indisciplina no cotidiano das aulas. Caso as tentativas de
diálogos não surtam efeito – após várias tentativas – cabe ao professor encaminhar esse
aluno para o Orientador Educacional, pois juntos podem encontrar alternativas e meios
para ajudar o aluno a ajustar-se diante de problemas rotineiros.
Nesse ínterim, o professor busca na realidade do aluno e no seu comportamento
operante as técnicas para trabalhar em sala de aula as particularidades e diferenças de
cada discente.
O professor deve compreender o aluno como um ser com preocupações,
defeitos e qualidades. Ele precisa ser compreendido pelo professor para que tenha
condições de desenvolver seus trabalhos escolares.
O docente enquanto ensina também aprende: isto e verídico. Mas, deve esse
profissional lembrar sempre que os alunos são pessoas humanas e deve haver respeito
mútuo entre ambos. O professor não deve ser somente aquele mero instrutor que
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transmite os conhecimentos; ele também é um exemplo o qual os alunos em
desenvolvimento poderão imitar.
Para o sucesso do professor é necessário que ele goste do que faz e quando
alcança os seus objetivos sentir-se-à realizado e terá interesse de evoluir
constantemente, dedicando-se a seu trabalho.
Para KRISHNAMURTI, 1960,p.10), “ninguém possui um jardim ideal; tem-se
de preparar o solo, tratá-lo como é, adubá-lo convenientemente, irrigá-lo e criar então
alguma coisa, do nada. Como nada existe ainda, tendes de criar, de construir juntos”.
Construir juntos supõe compartilhar os problemas comuns, as angustias dos
alunos e buscar as soluções mais adequadas.
Construir juntos quer dizer, sobretudo, o diálogo e a troca de experiências em
sala de aula. Construir juntos significa, ainda, revelar o postulado democrático do aluno,
vivenciando no plano interpessoal, ao respeito ao outro como ser humano dotado de
razão, emoção, inteligência, consciência e valor moral.
3.4. O cotidiano de sala de aula: conflitos, emoções, interações, sensibilidade,
criatividade e desafios.
Portanto, o verdadeiro mestre entende seu aluno em sua totalmente - e busca
sempre dialogar e fazer parte do seu mundo dentro e fora da escola.
No entanto, muitos alunos já não expressam extremamente suas emoções,
melancolias, incertezas, etc. Às vezes, para compreender o que está acontecendo com
esse tipo de aluno, é preciso que o professor esteja mais inserido no particular do
discente, isto é, ver nele um “sujeito” inerente a mudanças, dificuldades variadas, enfim,
o aluno é possuidor de inúmeras interferências do mundo social.
No cotidiano escolar são comuns as situações de conflito envolvendo professor
e alunos. Turbulência e agitação motora, crises emocionais, desentendimentos entre
alunos e destes com o professor são alguns exemplos de dinâmicos conflituais que, com
freqüência, deixam a todos desamparados e sem saber o que fazer. Irritação, raiva,
desespero e medo são manifestações que costumam acompanhar as crises, funcionando
como “termômetro” do conflito.
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É possível perceber alguns traços comuns às interações conflituais, como a
elevação da temperatura emocional e a perda de controle do professor sobre a situação.
A relação de antagonismo de identifica entre as manifestações da emoção e a
atividade intelectual nos autoriza a concluir que quanto maior a clareza que o professor
tiver dos fatores que provocam os conflitos, mais possibilidade terá de controlar a
manifestação de suas reações emocionais e, em conseqüência encontrara caminhos para
solucioná-los.
O primeiro ano de vida: papel das emoções nas interações com o meio social
Sozinho, o bebê não é capaz nem mesmo de virar-se de uma posição incômoda,
seus movimentos não se ajustam às circunstancias exteriores e não têm eficiência
objetiva. Sua primeira atividade eficaz é desencadear no outro reações de ajuda para
satisfazer suas necessidades. Não há adulto que permaneça indiferente aos gritos ou às
gesticulações de um recém – nascido.
Pouco a pouco o bebê vai estabelecendo correspondência entre seus atos e os
do ambiente, suas reações diversificam-se e tornam-se cada vez mais claramente.
Já no segundo semestre de vida distingue-se, na atividade do bebê, a presença
de emoções bem diferenciadas, como alegria, perplexidade, medo, cólera.
Conforme WALLON (1995,p.61). “As emoções, assim como os sentimentos e
os desejos são manifestações da vida afetiva”.
No bebê, os estados afetivos são, invariavelmente, vividos como sensações
corporais, e expressos sob a forma de emoções. Com a aquisição da linguagem
diversificada-se a afetividade, bem como os recursos para sua expressão.
Ao longo do desenvolvimento, a afetividade vai adquirindo relativa
independência dos fatores corporais.
O sentimento humano tem uma dinâmica complexa.
Conforme MORAIS (2000, p.82), “...estou convicto de que a sensibilidade está
em primeiro plano em relação à inteligência”.
Nossas escolas insistem em ensinar antes de provocar nos alunos o desejo de
aprender. Pode-se dizer que, como capacidade humana, a criatividade pode ser
desenvolvida ou reprimida.
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O desenvolvimento acontece na medida em que o ambiente familiar, a escola,
os amigos, o lazer ofereçam condições ao pleno exercício do comportamento
exploratório e do pensamento divergente, incentivando o uso da imaginação, do jogo, da
interrogação constante, da receptividade a novidades e do desprendimento para ver o
todo sem preconceito e sem temor de errar. A repressão acontece quando essas
condições não são oferecidas e, além disso, é enfatizado a não assumir riscos e a ficar no
terreno seguro da repetição do já conhecido.
Segundo ARANHA e MARTINS (1990, p.377): “A criatividade não é um dom
que uns têm e outros não. É uma capacidade que todos nós podemos desenvolver se nos
dispusermos a praticar alguns tipos de comportamentos específicos”.
Nota-se, assim, que a criatividade é inerente ao individuo e cabe ao professor
acreditar no potencial criativo do aluno e explorá-lo sempre na construção do
conhecimento.
Quando o professor estimula no sentimento do aluno a vontade para aprender,
logo ele prepara seu desejo para o aprendizado. E esse desejo de inovar, de descobrir de
buscar o conhecimento torna-se constante cada vez que o docente motiva o aluno para
realizar as tarefas propostas, os desafios rotineiros de sala de aula.
Pra TASCA (1992,p.09), “ a escola que recebe este ser perguntador, ávido de
novidades (a criança) não aprendeu com ela a perguntar, a questionar e o que faz é inibir
no aluno a criatividade, a independência e a capacidade de aprender com os erros”.
Mostra-nos assim, que o trabalho pedagógico adequado, mesmo diante de
certas características como desinteresse, desatenção, dificuldades, pode transformar cada
aluno e, conseqüentemente, a melhoria do aprendizado virá à tona, pois muitas vezes o
educando não aprende porque o trabalho pedagógico é inadequado e ineficaz.
Precisa-se que educadores descubra, no sujeito de cada aluno as suas emoções e
estimulá-las para o bom desempenho do processo ensino-aprendizagem.
Portanto, o verdadeiro mestre entende seu aluno em sua totalmente e busca
sempre dialogar e fazer parte do seu mundo dentro e fora da escola.
No entanto, muitos alunos já não expressam extremamente suas emoções,
melancolias, incertezas, etc. Às vezes, para compreender o que está acontecendo com
esse tipo de aluno, é preciso que o professor esteja mais inserido no particular do
43
discente, isto é, ver nele um “sujeito” inerente a mudanças, dificuldades variadas, enfim,
o aluno é possuidor de inúmeras interferências do mundo social.
3.5. Dificuldades comumente enfrentadas pelo professor, no cotidiano de sala de
aula.
As condições dos professores não são boas: salas superlotadas, falta de material
para trabalhar, salários baixos e defasados, falta de investimento em sua capacitação etc.
Para CECCON (1986,p.14), “Os professores por sua vez se sentem sobrecarregados
e desvalorizados em seu trabalho. Suas condições e trabalho são, de fato, muito ruins: classes
superlotadas, falta de material didático, programas muito extensos e complicados, etc”.
Com todas essas dificuldades procuram se defender, muitas vezes, adotando o
autoritarismo, a inimizade e o desinteresse em relação aos alunos e aos pais, ou então
entregam os pontos e se desinteressam pelos baixos rendimentos dos educandos,
provocando neles traumas profundos e / ou desinteresse pelos conteúdos ou disciplinas.
A metodologia, na maioria das vezes tem sido tradicional e passiva, isto e´, o
professor não permite ao aluno a criatividade, a manifestação, a participação, a
aprendizagem ativa e interativa. Assim, o professor considera-se o dono do saber,
criando a dependência dos discentes, levando-os à passividade e ao conformismo.
Ainda lembrando o que diz CECCON;
As crianças simplesmente não entendem a maior parte das coisas que a escola ensina nem sabem por que devem aprender tais coisas e não outras. A professora fala, fala, fala e os alunos escutam, cada um sentado no seu canto, sem saber muito bem por quê. (CECCON, op cit, p.66).
Isto mostra que os métodos didáticos precisam incitar a participação, a troca de
idéias, o trabalho coletivo e a atividade dos aprendizes. O trabalho em grupo é um
instrumento importantíssimo para facilitar a aprendizagem.
E quanto ao professor das séries iniciais, este deve ter muito cuidado com os
alunos, principalmente no que tange à correção de sua expressão oral e na avaliação do
dia-a-dia. O professor precisa transmitir segurança ao aluno perante a língua nata. Caso
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contrario, o aluno assume uma postura de resistência à disciplina da própria vivencia e o
fracasso escolar pode tornar-se evidente nas demais áreas de estudo.
Portanto, a falta de preparo do professor e sua didática inválida pode tornar o
aluno um fracassado em outras disciplinas, uma vez que as áreas de estudo são
interdependentes e, muitas vezes, complementares.
A falta de motivação também pode levar o aluno ao baixo rendimento. Quanto
ao professor essa motivação (motivo que leva a ação) pode ser estimulada variadas e
interessantes maneiras. O professor pode-se explorar a realidade do aluno; propor
pesquisas interessantes; trazer músicas, ginásticas, material concreto e fazer reflexões;
incentivar as encenações, teatros, seminários; envolver a gramática de forma
contextualizada e interdisciplinar e vários outros estímulos podem ser transmitidos nas
diversas disciplinas do saber.
O professor das séries iniciais deve saber que as características individuais
também afetam a aprendizagem. Cada aluno tem o seu ritmo para aprender e apreender
o conteúdo; precisa ser levado em conta, também, as habilidades que o aluno possui.
A imaturidade do aluno é fator que interfere no processo de aprendizagem e o
professor deve estar atento para que consiga notar esse fator no andamento de suas
aulas. No caso, não pode deixar o aluno de lado, ao contrario, deve buscar meios para
preparar e capacitar o imaturo.
Enfim, os fatores e causas que levam o aluno a fracassar nos estudos – em
especial nas séries iniciais – são inúmeros. O professor deve ser capacitado o suficiente
para descobrir, em cada aluno, qual ou quais fatores estão prejudicando o seu
andamento nos estudos. O que não pode acontecer é deixar o discente à mercê do
fracasso escolar e, conseqüentemente, mais um individuo candidato à reprovação e / ou
À evasão.
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CAPITULO IV – IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE DA
LEITURA E DA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS
4.1. Aquisição e desenvolvimento da leitura e escrita nas séries iniciais: a
interpretação do professor superando as dificuldades do aluno
O processo da leitura e escrita compreendem o uso da atenção, da percepção
visual, da memória e da fala. Se um desses sentidos estão com problemas, compromete-
se, conseqüentemente, o desenvolvimento da leitura e da escrita.
A percepção, a atenção, a emoção, a memória e a linguagem são fatores básicos
para que a criança aprenda com eficácia qualquer tipo de conhecimento, principalmente
o da leitura. Esses fatores básicos fazem parte da atividade cognitiva, que é a base para
que a aprendizagem aconteça de fato.
Para FONSECA (2000): “a atividade mental absorve a atividade motora, isto é,
transforma-se em psicomotricidade que serve como base para todas as aprendizagens
humanas”.
Isso significa que o aprendizado só será significativo quando a motricidade é
trabalhada eficientemente. E essa motricidade, que é a base da aprendizagem está
totalmente relacionada com processos mentais que, caso não sejam bem estimulados,
afetam o desempenho do aprendiz.
Nesse contexto, é muito importante que o professor faça um diagnóstico da
turma e análise, por meio dos dados obtidos, qual é a dificuldade de leitura ou escrita
relacionadas às series iniciais se há a falta de atenção ou da percepção ou mesmo se a
memória não é trabalhada. Também deve-se observar o emocional do aluno, ou seja, se
há algum problema que aflige o seu processo de aprendizagem.
Conforme FERREIRA e PALÁCIO;
A leitura é pois, uma decifração e uma decodificação; o leitor deverá em primeiro lugar decifrar a escrita, depois entender a linguagem inserida no texto, em seguida, codificar todas as implicações que têm o texto e, finalmente, refletir e formar o próprio conhecimento e julgamento do que leu.
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Sem essa decifração, a leitura torna-se uma atividade cansativa e desinteressante. (FERREIRA e PALÁCIO, 1990, p.190)
Portanto, a leitura eficiente está além da decodificação de símbolos. É
necessário ler e entender o que há implicado no texto.
Quanto à escrita, a preparação também abrange o treino da percepção,
discriminação visual, auditiva, gustativa, tátil e olfativa. E o aluno das séries iniciais,
que estão em fase de continua alfabetização, devem ser separados para a escrita,
cotidianamente.
No entanto, há um índice significativo de fracasso na leitura e escrita,
envolvendo os alunos da 1ª fase do ensino fundamental. Isto acontece, na maior parte
das vezes, porque há fatores que desestimulam o aluno a ler/escrever como: problemas
físicos, emocionais ou sociais; falta de empreendimento do professor no aprendizado
eficaz do educando; falta de estímulo da família; preguiça; aulas monótonas, cansativas
e insignificantes e outros.
Conforme FERREIRA e PALÁCIO,
A leitura é uma destreza. A escrita é uma desteza. Um dos requisitos prévios para o desenvolvimento de uma destreza é o raciocínio inteligente quanto aos problemas e às tarefas que implicam e ao porquê deles. Para raciocinar de maneira efetiva sobre as tarefas de leitura e de escrita, é mister que as crianças formem conceitos sobre as funções comunicativas e os traços lingüísticos da fala e da escrita.
(FERREIRA e PALÁCIO, op. Cit,p.192)
Assim, para que a criança desenvolva sua destreza de ler/escrever é necessário
mover nela os seus conhecimentos pré-existentes e explorá-los sempre em sala de aula.
Dessa forma, a criança sente-se mais motivada e o aprendizado passa a ser mais
significativo para ela, principalmente quando se trata de alunos das séries iniciais, pois
estão em uma fase que a motivação para a leitura / escrita é fundamental.
Percebe-se, também, que os alunos das séries iniciais são um tanto inibidos no
momento de escrever, produzir. Por isso, segundo GAGLIARI;
A função da escrita deve ser trabalhada. Para isso é preciso que sejam lidos para as crianças livros de literatura infantil, jornais, revistas, cartas, bilhetes, avisos e etc., além de incentivá-las a escrever historias em geral, noticias
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sobre assuntos que lhes interessam, cartas, bilhetes, avisos. Outra atividade é a criação de texto para propaganda em sala de aula. (GAGLIARI, 1992, p.91)
Enfim, o professor deve propiciar ao aluno um ambiente de aprendizagem
amplo, onde impera a escolha, a autonomia, a liberdade de expressão, o diálogo e,
naturalmente, a construção dos saberes, principalmente no que se refere à leitura e à
escrita.
Para a superação das dificuldades da leitura / escrita nas séries iniciais o
primeiro ponto relevante é entender que não existe fórmula mágica para tal, pois cada
realidade tem suas peculiaridades. No entanto, se houver mais desempenho da escola no
reconhecimento de que as dificuldades de leitura / escrita encontram-se no currículo e
nas práticas rotineiras de sala de aula, conseqüentemente, pode-se construir intervenções
que resultem numa aprendizagem eficiente, principalmente no que diz respeito ao ato de
ler e escrever.
É importante que o professor supere as dificuldades de leitura / escrita por meio
da motivação e de ações que levem o aluno a ter prazer em ler e escrever. A intervenção
empreendedora e compromissada do docente neste processo é mister.
Conforme CURTO (2000 p. 86): “um professor que sente prazer com sua
tarefa, que se entusiasma ao ensinar, que se emociona com a linguagem escrita e que a
usa com prazer comunica facilmente motivações a seus alunos”.
Isto quer dizer que o professor é aquele que precisa levar entusiasmo para a
sala de aula, pois a aprendizagem de algo deve ser recebida de forma prazerosa e / ou
interessante para o aluno. Caso contrario, o aluno não se sente estimulado para a
aquisição do aprendizado proposto e, conseqüentemente, não aprende. E em relação à
leitura / escrita, a motivação do aluno deve ser desenvolvida com muita intensidade.
A postura do professor diante da motivação para a leitura e escrita em sala deve
estar condicionada a alguns fatores, conforme CURTO (op cit):
• A personalidade do professor: seu porte, sua voz, seu dinamismo, seu
entusiasmo pela leitura, seu bom humor e cordialidade, sua firmeza e
segurança;
48
• O material didático utilizado para o incentivo à leitura e a escrita: gravuras,
histórias, projeções, álbuns ilustrados e outros que estimulem a curiosidade
do aluno;
• As modalidades práticas de trabalhos: discussão dirigida, trabalhos em
grupo, competições, jogos, dramatizações, projetos, exposições, excursões
para observações, etc.
• Outros fatores de motivação podem ser utilizados como o uso cotidiano de
leitura e de escrita, dependendo do contexto e da individualidade discente.
Vale lembrar que a motivação para que o aluno leia e escreva é altamente
contagiosa, mas o aluno deve saber do valor de ler e escrever. A leitura não pode ser
uma atividade mecânica, a esmo; a escrita, idem o professor deve, então, empregar
estratégias que dinamizem esse trabalho, tornando-o atraente, divertido e, ao mesmo
tempo, informativo, principalmente quando se trata de alunos das séries iniciais.
4.2. Considerações importantes sobre estratégias de leitura e escrita nas séries
iniciais
A leitura representa para o leitor a possibilidade de ver os dados do mundo com
mais realidade, deleite e encantamento.
Conforme FOUCAMBERT (1994, p.123): “Ser leitor é sentir-se comprometido
com seu estar no mundo e com a transformação de si, dos outros, das coisas: é acreditar
que se apreende o mundo quando se compreende o que o faz ser como é.”
Enfim, a leitura é essencial para descobertas, redescobertas e inúmeras
possibilidades na vida do ser humano.
Por isso, iniciar uma aula lendo um poema, uma história de contos de fadas,
uma notícia de jornal interessante, um texto engraçado é uma relevante estratégia para
despertar no aluno a vontade de ler, pois formar leitores depende muito da ação
motivacional que o professor utiliza para atrair o interesse pela leitura dos aprendizes.
No entanto, cabe ressaltar que o material de leitura deve ser selecionado de
acordo com a faixa etária, o gosto a preferência dos alunos e o desenvolvimento mental
dos mesmos (isto quer dizer que um aluno do 4º ano não está maduro o suficiente para
compreender ou deleitar com textos ou obras de Machado de Assis, por exemplo).
49
Então, os alunos das séries iniciais (1º ao 5º ano), geralmente gostam de contos de fadas,
contos maravilhosos, fábulas, histórias em quadrinhos, poesias infantis, em suma, textos
e obras mais simples e adequados à sua idade pueril, cheia de imaginações e faz-de-
conta. E o professor precisa entender que as crianças das séries iniciais só serão
motivadas à leitura, se isto lhe causar prazer, satisfação e aguçamento de sua imaginação
e curiosidade.
A escrita, assim como a leitura, também tem seu papel importantíssimo na
construção do conhecimento das crianças das séries iniciais. Mas, para que a criança
seja competente na escrita, necessita-se de explorar e ampliar seus saberes de mundo e
isso se dá por meio dos diferentes textos que o professor acessibiliza a seus alunos. Isto
significa que a criança não vai escrever sobre um tema, fato, assunto que ela não tem
noção ou não conhece.
Segundo ABAURRE:
Ninguém cria do nada – é preciso que as crianças tenham contato com diferentes textos para que possam explorá-los, perguntando sobre eles, tentando adivinhar seus conteúdos, observando sua organização e marcas, para irem elaborando saberes as suas características e ampliando seus conhecimentos de mundo.
(ABAURRE, 1987, p.149.
Assim, é mister que o professor leia muito para as crianças e que as dê
condições para lidar com livros e textos que complementam aqueles contidos em livros
didáticos. A Literatura infantil, de autores consagrados como Monteiro Lobato, Izopo,
Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, Saint Exupéry e outros aguçam a curiosidade e o
interesse da criança a deleitar-se pela leitura. E, conseqüentemente, se o aluno é
estimulado ao ato de ler, provavelmente produzirá e criatividade.
É importante frisar que, nas séries iniciais a criança produz textos de forma
natural, espontânea, original. Mas, na maioria das vezes, ocorrerá em sua escrita os
“desvios” de gramática e ortográficos – e isto deve ser naturalmente encarado pelo
professor, principalmente nas séries iniciais.
50
Porém, não significa que o professor fique omisso às ocorrências “desvios”
gramaticais e ortográficos do aluno. Segundo MAROTE e FERRO;
Sempre que possível, o professor deverá utilizar-se dos próprios desvios da criança para ajudá-la a desenvolver o seu desempenho na língua escrita. Só assim ela terá condições de aprimorar o seu texto e adaptá-lo às exigências formais e funcionais que a escrita lhe impõe.
(MAROTE e FERRO, 2000, p.87)
Enfim, o importante é que o professor saiba lidar com os desvios da criança
mediante sua produção de texto, elogiando, valorizando e auxiliando aquilo que ela
escreve, sem imposições e / ou julgamentos discriminatórios.
O aluno das séries iniciais deve ser incentivado a produzir, cartas, bilhetes,
avisos, convites, gibis, cartazes, entrevistas, peças, enfim, todos trabalho com os
aprendizes, em sala de aula. O professor das séries iniciais deverá aproveitar todas as
oportunidades para levar a criança a produzir textos diversificados e o mais livremente
possível.
Para CAGLIARI;
É preciso não corrigir demais as crianças: deve-se dar tempo para que aprendam e incentivar a autocorreção, a autocrítica. Quanto mais se tenta facilitar, orientar e corrigir tudo o que a criança faz, menos ela reflete sobre a sua ação. Motivar as crianças é desafiá-las a fazer suas tarefas. È claro que esse é um processo mais trabalhoso, mas é necessário. Esse tempo que a escola gastará na alfabetização será compensado com a aquisição de uma estrutura de conhecimentos mais sólida pela criança, que simplificará em muito sua atuação nos demais anos escolares. (CAGLIARI, 1989,p.129).
Assim, percebe-se que a criança vai se desenvolvendo seqüencialmente quando
o professor lhe dá condições de ler, revisar e corrigir seus próprios enganos.
4.3 Metodologias e oficinas práticas que desenvolvem a leitura, a escrita e a
criatividade nas séries iniciais
O humor gráfico, as propagandas, as fábulas, os textos jornalísticos o charge, o
Cartum, a caricatura e outros são, excelentes meios para desenvolver a leitura / escrita
nas séries iniciais.
51
O professor deve, primeiramente, compreender que estes gêneros textuais
(verbal ou não verbal) devem surtir no aluno muito mais que o efeito formativo ou
humorístico. Estas categorias devem ser analisadas pelos alunos e precisam, também,
ser adequadas a cada faixa etária e aos interesses dos educandos.
É necessário que o professor esteja a par do assunto ou temática destes gêneros
textuais, pois caso contrário, torna-se difícil favorecer a interpretação e o debate, em
sala de aula.
Uma boa técnica para utilizar a charge, o Cartum, a caricatura em sala de aula,
é a leitura crítica destas categorias, assim como explorar do aluno, a sua criatividade
artística.
As histórias em quadrinhos são, também excelentes recursos didáticos para
trabalhar a interpretação de texto, a criatividade, a oralidade e a expressão artística do
aprendiz.
As propagandas publicitárias de jornais e revistas são eficientes para trabalhar
a interpretação, a produção de texto, a oralidade, o juízo crítico e outros.
De acordo com o nível da turma, a propaganda ou publicidade pode ser muito
explorada nas aulas.
Trabalhar as fábulas com as crianças é muito importante, pois são
interessantes,prazerosas, reflexivas e, além disso, contêm temas que agradam,
envolvendo valores e comportamentos individuais e sociais.
Encontram-se nos anexos alguns métodos e sugestões de trabalho, para
incentivar a leitura e escrita, na escola.
52
CAPITULO V – POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO
DO PSICOPEDAGO EDUCACIONAL E DA FAMÍLIA
5.1. O Psicopedagogo Educacional em busca da melhor qualidade do ensino, nas
séries iniciais.
O Psicopedago Educacional é o especialista da educação que constroem ações
voltadas para a prevenção das dificuldades de aprendizagem e viabiliza a construção de
uma ação voltada para as reais necessidades dos alunos.
Entendendo-o nas suas diferenças e complexidades, tomando-o ajustado à escola
e à vida social que o cerca. Esse profissional conforme suas atribuições vem auxiliar o
processo ensino-aprendizagem nas mais diversas proposições, buscando meios e
alternativas para que o aluno realmente aprenda com eficácia e significativamente.
Segundo Dembo (apud FERMINO et al, 1994, p.57), "Evidências sugerem que um
grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional
diferenciada". Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito,
auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-
aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento,
redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o
educador se olhe como aprendente e como ensinante.
A esse respeito Bossa alerta que,
.. cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem. (BOSSA,1994, p.23)
53
Vemos assim, que o psicopedagogo vem se revelar na dinâmica de sala de aula
e verificar como se faz a aprendizagem do aluno. E isto inclui a figura do professor no
cotidiano da sala de aula e como é empregada a sua metodologia e como se dá o
relacionamento professor-aluno nesse contexto de ensino e de aprendizagem.
Nessa relação contínua entre professor e aluno, o psicopedagogo vem trazer sua
colaboração para transformar o ambiente de sala de aula em um favorável lugar de
construção de saberes.
5.2. Psicopedagogo resgatando a auto-estima do aluno das séries iniciais e
promovendo uma educação de qualidade
Sabemos que o aluno ao fracassar nos estudos tende a baixar sua auto-estima e
sentir-se incapaz diante dos problemas e desafios vindouros. Assim, o piscopedagogo
precisa resgatar essa auto-estima do aluno, fazendo-o voltar novamente a acreditar no
próprio potencial e tornando-o mais seguro diante dos trabalhos propostos na construção
do saber e perante a vida social e pessoal.
Segundo BRANDEN (1995,p.21): “Auto-estima é a disposição para
experimentar a si mesmo como alguém competente para lidar com os desafios básicos
da vida e ser merecedor da felicidade”. Vê-se que a auto-estima é acreditar em si mesmo
e valorizar-se diante das situações, promovendo no seu “eu” uma confiança e sentir-se
capacitado para enfrentar desafios vindouros.
Quando o aluno fracassa nos estudos, geralmente, sente-se rejeitado e em
dificuldades de se ajustar ou de adaptar aos conteúdos. Assim, esse individuo procura
rejeitar qualquer tipo de aprendizado, acreditando que vai fracassar sempre. E tende
então, a isolar-se e não desenvolver sua construção do conhecimento, pensando estar
impossibilitado para tal.
Auto eficiência baixa tende a produzir desconforto diante do novo e do desconhecido, e uma excessiva dependência das habilidades passadas. A auto-eficiência superior facilita sair de um nível já estabelecido de conhecimentos, adquirir novas habilidades e vencer novos desafios. (BRANDEN, 1995,p.22).
54
Portanto, o aluno com baixa estima não vai produzir com segurança e conforto,
ao passo que se estiver com a auto-estima elevada ou bem desenvolvida, poderá sempre
acreditar na própria potência e tentar resolver qualquer tipo de problema e não sentir-se
preocupado diante dos desafios da vida.
Sendo o Psicopedagogo o especialista da educação que trabalha no sentido de
prevenir e diagnosticar problemas do aluno em todas as suas frustrações, angustias,
desajustamentos no geral, procurará também resgatar a auto-estima daqueles discentes
que, geralmente, mostram-se impotentes diante do processo ensino-aprendizagem e
diante da vida. Para que o Psicopedagogo resgate a auto-estima do aluno fracassado, é
preciso, primeiramente, que ele trabalhe em parceria com o professor desse educando,
propondo-lhe meios de reforçar a aprendizagem desse discente.
E óbvio que o Psicopedagogo sozinho não conseguirá resgatar a auto-estima de
um aluno com fracasso escolar. Para acontecer esse resgate com êxito, precisará contar
com a ajuda da equipe docente e da família.
As estratégias podem ser empregadas de modo preventivo ou remediativo. No primeiro caso, trata-se geralmente de estratégias de aplicação coletiva como, por exemplo as palestras. No exemplo as palestras. No segundo, na maior parte dos casos, situam-se as de aplicação individual como a entrevista, por exemplo. Deve-se dar preferência às estratégias preventivas, apesar de, muitas vezes, ser necessário recorrer às remediativas. (PENTEADO, 2001,p.28)
Nesse contexto, podemos perceber que o Psicopedagogo deve, em primeiro
lugar, prevenir o professor dos males que ocasionados pelo fracasso nos estudos
provocando no aluno além de outros, a perda da auto-estima. Sabendo que isso não pode
ocorrer, e juntos buscar estratégias, meios e fins para renovar a auto-estima e auto-
valorização do aluno que não obteve resultados satisfatórios nos estudos.
Outro segmento da escola que o Psicopedagogo não pode deixar alheio aos
problemas de adaptação, desajustamento e de baixo rendimento do aluno é a família
desse educando, pois:
Como elemento de ligação entre a escola e a família, esse profissional deve manter uma comunicação constante com a mesmo, respeitando os seus valores e procurando obter sua colaboração, já que ambos têm por objetivo o bem-estar, o desenvolvimento e a formação do educando.
(GLACAGUA e PENTEADO, 2001,p.57).
55
Isto posto quer dizer que, na medida em que o pisopedagogo detectar qualquer
problema no aluno que estiver prejudicando-o nos estudos, deverá contactar e ouvir a
família do mesmo e tentar resolver os conflitos desse discente juntamente com seus pais
ou responsáveis.
Em suma, caso o aluno esteja com rendimento insuficiente nos estudos e/ou
mostrando-se cabisbaixo, desatento ou sentindo-se incapacitado e inseguro nas tarefas
do dia-a-dia, psicopedagogo educacional em parceria com o professor e a família do
educando, deverá buscar todos os meios possíveis que resgatem esse discente para o
bom êxito na aprendizagem.
5.3. Fatores familiares que prejudicam e / ou contribuem para a aprendizagem nas
séries iniciais Algumas pesquisas apontam que o maior índice de fracasso escolar ocorre com
crianças pobres.
Conforme MELLO (1982,p.90) “É sobretudo à família, às suas características
culturais ou situação econômica, que predominantemente se atribui, em última instância,
a responsabilidade pela presença ou ausência das pré-condições de aprendizagem na
criança”.
Está claro, também, que muitos professores associam a imagem do aluno
fracassado com a criança carente.
Desde épocas remotas, a educação básica é encarada como possível para a
burguesia, para a classe dominante, pois eram bem alimentados, tinham acesso aos
livros, a saúde estava em alta, a família tinha uma estrutura estável e organizada.
Atualmente, os problemas de ordem física e mental, a desnutrição, a
desestruturação familiar, continuam sendo apontados pelos professores como causas do
Fracasso Escolar. E o aluno o principal responsável pelo seu fracasso, embora, a escola
e o sistema sócio-econômico sejam também considerados responsáveis pela dificuldade
de aprendizagem do educando.
56
O problema maior de tudo isso, é que os pais, conforme MAGALHÂES
(1998p.8): “...depois de sucessivas reprovações dos filhos, continuam julgando a escola
necessária a eles”.
Isto , mostra a alienação dos pais dos alunos quanto a situação escolar dos
filhos, acreditando que a reprovação só faz o bem para filho, pois assim, fixará melhor
os conteúdos não aprendidos. A visão errônea dos pais acaba ajudando a escola a
fracassar mais ainda os filhos.
Na verdade, a desnutrição, os problemas emocionais, a falta de estrutura
familiar, o despreparo dos pais e outros fatores podem influenciar no rendimento
escolar, mas não são suficientes para explicar isoladamente os altos índices de fracasso
escolar.
Os meios de comunicação também influenciam muito nossos alunos,
ultimamente. A televisão, o computador, o vídeo game, os mini games, o celular
provocam na criança e no adolescente uma enorme atração e assim, um bom livro e os
estudos não conseguem competir com tanta fascinação.
A mudança de valores é um sério fator de perturbação nos estudos do
educando, uma vez que, praticamente, tudo que valia passa a não valer mais...
Reflete-se na indecisão e insegurança de pais e professores que confusos, não
sabem indicar o rumo adequado aos filhos ou educandos e reflete, também, no
comportamento destes, que nos mínimos atos revelam oposição a toda orientação que
seja oferecida.
Logicamente, todos os fatores sociais, econômicos e culturais podem
influenciar no baixo rendimento do aluno em qualquer disciplina ou em todas elas,
porém, cabe ao professor das séries iniciais detectarem aquilo que está afligindo o aluno
levando-o ao fracasso nos estudos. Após o diagnóstico da situação problema, o
professor passa a ajudar o aluno a sanar todas as dificuldades encontradas, em parceria
com a família.
Enfim, escola – professor – família é uma parceria essencial para o bom
desempenho do aluno, especialmente das séries iniciais.
57
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que as séries iniciais promovem ao aluno os primeiros
contatos com o desenvolvimento sistemático da psicomotricidade, da socialização, da
alfabetização, da plena condição da aprendizagem escolar.
Nas séries iniciais, o aluno aprende conhecimentos básicos para estudos
posteriores; neste nível do ensino há uma preparação mais enfatizada do letramento e
dos saberes fundamentais para o mundo da leitura e escrita. E, a partir daí, a criança
torna-se, possivelmente, apta à condição da aprendizagem dos mais variados e
complexos conhecimentos vindouros.
No entanto, deve-se ter uma atenção especial com as séries iniciais (1º ao 5º
ano) e o professor precisa ser habilidoso e compromissado para lidar com esse nível do
ensino, inclusive no que se refere a metodologia e ações necessárias no processo ensino-
aprendizagem, mediante aos aprendizes destas turmas.
É importante ressaltar que o papel do Psicopedagogo Educacional que atende o
aluno diante do fracasso escolar e de outros problemas discentes e da família torna-se
fundamental na vida escolar da criança nas séries iniciais.
Enfim, o professor precisa embasar nos Parâmetros Curriculares Nacionais e na
Lei de Diretrizes e Bases para garantir aos alunos das séries iniciais a otimização do
ensino e o pleno desenvolvimento de suas aptidões.
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61
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
EPIGRAFE 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 10
CAPITULO I. AS SÉRIES INICIAIS CONFORME A LDB E MEDIANTE OS
PARÂMETROS CURRÍCULARES NACIONAIS 12
1.1.Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) 12
1.2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais mediante a Leitura e a Escrita 14
1.3. A Relação professor-aluno e o desenvolvimento da aprendizagem nas séries
iniciais, subsidiada nos Parâmetros Curriculares Nacionais. 17
CAPÍTULO II. A PRÁTICA PEDAGOGÍCA REFLEXIVA E ATIVA NAS SÉRIES
INICIAIS 22
2.1. Desenvolvimento das Competências e Habilidades nas Séries Iniciais 22
2.2. Combate ao fracasso escolar nas séries iniciais: uma proposta de ação coletiva 24
2.3 O Processo Ensino-aprendizagem e a prática avaliativa nas séries iniciais. 29
CAPITULO III. PROPOSTAS VIÁVEIS À MELHORIA E ENRIQUECIMENTO DO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM, NAS SÉRIES INICIAIS 31
3.1. Métodos, técnicas, procedimentos de recursos didáticos para a otimização do
Ensino e da aprendizagem. 31
3.2. Afetividade em sala de aula: um fator importante na aprendizagem 34
62
3.3.O conhecimento da Psicodinâmica do comportamento discente 36
3.4. O cotidiano de sala de aula: conflitos, emoções, interações, sensibilidade,
criatividade e desafios. 40
3.5. Dificuldades comumente enfrentadas pelo professor, no cotidiano de sala de aula 43
CAPÍTULO IV. IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE DA LEITURA E DA ESCRITA
NAS SÉRIES INICIAIS 45
4.1. Aquisição e desenvolvimento da leitura e escrita nas séries iniciais: a interpretação
do professor superando as dificuldades do aluno 45
4.2. Considerações importantes sobre estratégias de leitura e escrita nas séries iniciais 48
4.3. Metodologias e oficinas práticas que desenvolvem a leitura, a escrita e a
criatividade nas séries iniciais 50
CAPITULO V. POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
EDUCACIONAL E DA FAMÍLIA 52
5.1. Psicopedagogo educacional em busca da melhor qualidade do ensino, nas séries
iniciais 52
5.2. Psicopedagogo Educacional resgatando a auto-estima do aluno das séries iniciais e
promovendo uma educação de qualidade 53
5.3. Fatores familiares que prejudicam e / ou contribuem para a aprendizagem nas séries
iniciais 55
CONCLUSÃO 57
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 58
ÍNDICE 61
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
63
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: O desenvolvimento social afetivo e cognitivo do educando, nas
séries iniciais do ensino fundamental.
Autor: Elma Alves da Silveira
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito: