Post on 30-Mar-2018
Doença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
• Na Europa anualmente surgem 800.000 novos pacientes(Diaz, 2005).
• Portugal no ano 2010, segundo as estimativas terá cerca de 70mil pessoas com DA (Leuschener, 2005).
• Grandi (2004, p. 275) afirma que «actualmente a DA afecta,aproximadamente, 17 a 25 milhões de habitantes no mundo…. A previsão para o ano 2025 é que o número de pessoascom a DA atinja 240 milhões, devido principalmente àduplicação dos septuagenários»
Doença de Alzheimer
• Associação Portuguesa de Familiares e Amigos deDoentes de Alzheimer (APFADA), cujo fundador foi oneurologista Prof. Carlos Garcia. Em 1992, a revisãodos estatutos permitiu que a Associação fossereconhecida como IPSS, tendo como objectivos:apoiar o melhor possível os doentes com a doençade Alzheimer, divulgar conhecimentos actualizados;promover a investigação da doença, ao nível das suascausas, mecanismos, profilaxia e tratamento.Recentemente tem procurado aliviar a sobrecargaque recai sobre o cuidador.
Doença de Alzheimer
• A designação atribuída à doença deve-se ao psiquiatra e neuropatologista alemãoAlois Alzheimer, em decorrência do diálogo com um grupo de pesquisadores, em1906, e publicação em 1907, do primeiro caso de Alzheimer sobre uma mulher de51 anos, com um curso de demência progressiva em quatro anos, cujo resultadoda autopsia efectuada a cérebro permitiu identificar 2 tipos de lesões (comconsequências anatómicas, no plano morfológico observa-se uma atrofia cerebral,especificamente atrofia cortical não homogénea que afecta particularmente asregiões parietotemporais e uma dilatação dos ventrículos):
• Placas senis (ou placas amilóides) no neocórtex cerebral, compostas por umadeterminada proteína /A4 e astrócitos, processos neuronais distróficos emicroglia;
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• Degenerescência neurofibrilar, no córtex, hipocampo, substância nigra e locosceruleus.
• (APFADA, 1999; Selmes e Selmes, 2000; Touchon e Portet, 2002; Moreira eOliveira, 2005).
Doença de Alzheimer
• A DA é uma doença neurodegenerativacrónica, progressiva e de início insidioso,podendo esta ser familiar ou esporádica(Quadro 1)
DOENÇA DE ALZHEIMER
FAMILIAR ESPORÁDICA
Início Precoce <60 anos: 5% Início Tardio> 65 anos: 95%
Hereditárias: Factores de risco:
- Pré – senilina 1 - Ambientais (idade, lesão cerebral
- Pré – senilina 2 traumática; níveis elevados de
- APP colesterol; diabetes; AVC)
- Hereditárias (APOE Ƹ4)
Fonte: Moreira e Oliveira (2005, p. 42)
Quadro 1 – Formas de DA
Doença de Alzheimer
• Selmes e Selmes (2000, p. 26) afirma que o que caracteriza a DA «é a morte dos neurónios e a diminuição da capacidade de síntese dos mediadores químicos».
• DA é multifactorial
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Doença de Alzheimer
• Factores de risco• Antecedentes Familiares de demência (anomalias no cromossoma 1, 14 e
19)
• Terreno vascular (tabaco, doenças coronárias, arteriosclerose, diabetes tratada, HTA sistólico, consumo de gorduras animais) – estudo de Roterdão;
• Baixo nível sociocultural;
• Antecedentes de trissomia 21;
• Antecedentes de traumatismo craniano;
• Consumo excessivo de álcool;
• Papel tóxico do alumínio;
• Radicais Livres.
Doença de Alzheimer
• Factores de Protecção
• Elevado nível sociocultural – promove o desenvolvimento de conexões neuronais em maior número e a estimulação cognitiva (a reserva cerebral é maior);
• Terapia de substituição por estrogénios;• Anti - inflamatórios não esteróides e anti – oxidantes (podem
reduzir o stress oxidativo -vitamina E)?• Actividades de lazer: bricolagem, jardinagem, viagens (estudo
PAQUID);• Papel do vinho (estudo PAQUID), da cerveja (estudo de Roterdão)?• Consumo de peixe (estudo de Roterdão)?
Doença de Alzheimer
• FASES DA DOENÇA, segundo Touchon e Portet (2002) e Barreto (2005)
• Fase Inicial: sinais clássicos
• Perturbações cognitivas
• Falhas de memória (75%), inicialmente afecta a capacidade de reconhecer os factos recentes;
• Alterações da linguagem (50%) – afasia nominal (falta a palavra adequada a fluência diminui); discurso impreciso, perseveração (por vezes volta ao início da conversa);
• Perturbações da atenção
• Dificuldades na resolução de problemas.
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• Perturbações não cognitivas
• Alterações de personalidade (egocentrismo, desinibição, embotamento do sentido ético);
• Vida social fica afectada (erros na actividade profissional, desprendimento gradual das suas obrigações sociais);
• Despreocupação com o aspecto pessoal e ambiental (ex.: casa suja, desarrumada);
• Perturbações de humor (ansiedade e insegurança, devido ao reconhecimento da sua incapacidade; pessimismo, depressão, apatia progressiva, irritabilidade, agressividade).
Doença de Alzheimer
• Fase declarada: sinais clínicos
• Perturbações cognitivas: síndrome demencial evidente (a autonomia pessoal fica comprometida)• Alterações da memória (graves, permanentes);• Perda das referências espaço - temporais; • Alterações mais acentuadas na linguagem (discurso muito pobre, pouco informativo, parcialmente incoerente);• Dificuldades na escrita e leitura;• Apraxia (dificuldade em organizar os actos motores intencionais, como por exemplo “dificuldade em vestir-se”);• Agnosia (dificuldade em interpretar uma informação sensorial, por exemplo “ incapacidade de reconhecer objectos
e lugares, não consegue identificar sons, perde a capacidade de reconhecer rostos, permanece num mundo estranho e confuso”;
• Perturbações das capacidades de execução;• Perturbações psicocomportamentais; • Alterações do humor (depressão);• Perturbações psicóticas (distorções perceptivas e alucinações);• Alterações do comportamento motor (deambulação, agitação que agrava ao fim do dia, devido à quebra da
luminosidade, fenómeno conhecido por sundowning, fuga, comportamentos agressivos);• Alterações nos comportamentos básicos (sexualidade, alimentação, controlo esfincteriano, ritmo vigília – sono).•
Doença de Alzheimer
• Fase Terminal•
• Síndrome demencial de grave intensidade, o doente fica em total mutismo eraramente dá sinal de reconhecer as pessoas, a agitação diminui, a inérciaaumenta, a incontinência esfincteriana é total, deixa de ter reflexos da marcha,ficando permanentemente acamado numa postura em tripla flexão, a autonomia énula. O doente apresenta um estado caquético, não reage a estímulos (vidavegetativa) e morre, em média, 8 a 12 anos após os primeiros sintomas, devido àscomplicações somáticas facilitadas pela imobilidade.
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Doença de Alzheimer
• Tratamento
• Farmacológico
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• Estimulação cognitiva é fundamental
Doença de Alzheimer
• Maximizar a capacidade de independência
• Ambiente seguro e calmo
• Valorizar a afectividade
Bibliografia
• APFADA (1999). Manual do cuidador da pessoa com demência. Lisboa: Comissão Europeia e Alzheimer Europe.
• Barreto, João (2005). Os sinais da doença e a sua evolução. Em Castro-Caldas, Alexandre e Mendonça, Alexandre (Ed.) A Doença de Alzheimer e outras Demências em Portugal. Lisboa-Porto-Coimbra: Lidel.
• Diaz, Santiago Paulino Ramirez et al. (2005). The need for a consensus in the use of assessment tools for Alzheimer`s disease: The Feasibility Study (assessment tools for dementia in Alzheimer Centres across Europe), a European Alzheimer`s Disease Consortium`s (EADC) survey. International Journal of Geriatric Psychiatry (20), 744 -748.
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• .Leuschener, António (2005). Política de saúde na área do envelhecimento e da demência. Em Castro-Caldas, Alexandre e Mendonça, Alexandre (Ed.) A Doença de Alzheimer e outras Demências em Portugal. Lisboa-Porto-Coimbra: Lidel.
Bibliografia
• Mayeux, Richard (2003). Epidemiology of Neurodegeneration. Annu. Ver.Neurosci. (26), 81 – 104.
• Melo, Graça (2005). Apoio ao Doente no Domicílio. Em Castro-Caldas,Alexandre e Mendonça, Alexandre (Ed.) A Doença de Alzheimer e outrasDemências em Portugal. Lisboa-Porto-Coimbra: Lidel.
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• Santana, Isabel (2005). A Doença de Alzheimer e outras demências –Diagnóstico Diferencial. Em Castro-Caldas, Alexandre e Mendonça,Alexandre (Ed.) A Doença de Alzheimer e outras Demências em Portugal.Lisboa-Porto-Coimbra: Lidel.
• Touchon, Jacques e Portet, Florence (2002). Guia Prático da Doença de Alzheimer. Lisboa: Climepsi (Trabalho original em Francês publicado em 1994).