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DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS E DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM: UMA VISÃO HOLÍSTICA1
Marcos T. Garcia Paterra2
i
Márcia Paiva de Oliveira3
Tania L. A. Colella4
Resumo: O presente artigo pretende, através de analise bibliográfica sobre as diversas perspectivas
das doenças psicossomáticas, e de forma charneira cruzar a ―psiconeuroimunologia‖5 e a
―neuroteologia6‖ abrangendo os enfoques místicos e espirituais; demonstrando que as ações
―Somatopsíquicas7, são as causas fundamentais dos fenômenos psicossomáticos. Para tanto, pretende-
se realizar um diálogo teórico entre os diversos pensadores das áreas aqui abordadas. Baseando-se em
estudos sobre pesquisas e analises de experientes e renomados cientistas, abordaremos as formas em
que a mente pode influenciar e/ou ser influenciada e de forma reflexa, causar os fenômenos
Psicossomáticos. Sobre esse prisma concluímos a necessidade do homem reavaliar seus conceitos e
analisar a forma de pensar e agir, amenizando assim as doenças psicossomáticas.
Palavras – Chave: Doenças Psicossomáticas. Cérebro. Espiritualidade.
Abstract: This paper aims, through literature review on the different perspectives of psychosomatic
illnesses, and so cross the hinge "psychoneuroimmunology" and "neurotheology" covering the
mystical and spiritual approaches, demonstrating that the actions "somatopsychic, are the root causes
of psychosomatic phenomena. To this end, we intend to perform a theoretical dialogue between the
various thinkers of the areas discussed here. Based on research studies and analyzes of experienced
and renowned scientists will discuss the ways in which the mind can influence and / or be influenced
and reflexively cause Psychosomatic phenomena. On this view we find man's need to reassess their
concepts and examine how to think and act, thus relieving psychosomatic illnesses.
Key - Words: Psychosomatic Diseases. Brain. Spirituality.
1 Tema apresentado no VII CONTRAME – ―Encontro das Associações Medico-Espíritas do Norte/Nordeste – II Jornada
Medico Espírita Paraibana – I Encontro Acadêmico de Saúde e Espiritualidade . 2 Aluno do curso de psicopedagogia da UFPB
3Orientadora - Professora do curso de psicopedagogia da UFPB 4 Orientadora - Professora do curso de psicopedagogia da UFPB. 5 Objetivos da Psiconeuroimunologia (PSI): Investigar as intenções direcionais entre si dos sistemas nervoso, endócrino e
mental. 6 Objetivos da Neuroteologia: Investigar/Explicar a base neurológica subjacentes às experiências espirituais / místicas - a sua
relação com padrões de atividade do cérebro - a sua evolução no ser humano. 7 Relativo ou pertencente simultaneamente ao corpo e à mente
INTRODUÇÃO
Na psicopedagogia deparamos com diversos motivos precursores da dificuldade de
aprendizagem, que são próprios dessa área do conhecimento, entre eles as doenças psicossomáticas,
que encabeçam as justificativas que muitos profissionais elencam como motivo para que algumas
crianças não aprenderem. Como por exemplo, dor de cabeça, dor no estomago, dores nas pernas, mãos
e outras partes do corpo, fazem a criança desviar sua atenção e ignorar os saberes veiculados na
instituição escolar. Muitas vezes esses incômodos e dores são causados por emoções de diversas
causas, desde desavenças familiares até problemas sociais.
O não aprender traz sérios comprometimentos ao desenvolvimento do indivíduo, pois o
desenvolvimento da inteligência, assim como, de todas as outras funções cognitivas, esta ligado ao
aprendizado, como bem nos coloca Piaget. Jean Piaget8 (1896-1980), eminente psicólogo suíço,
observando cuidadosamente o desenvolvimento dos seus próprios filhos, demonstrou que a
inteligência se adquire em fases ou etapas que se caracterizam por estratégias específicas que a criança
usa para solucionar suas dificuldades e alcançar seus objetivos.
Piaget apontou sobre a interação entre indivíduo e meio constituída através de dois processos:
organização interna das experiências e adaptação ao meio. Paralelamente Vygotsky9 através da teoria
do desenvolvimento proximal, demonstra a necessidade do ser humano em interagir com o outro para
aprender e desenvolver suas habilidades.
Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança aprende
conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão a trabalhar com essas situações
de forma consciente. Se uma transformação social pode alterar o funcionamento cognitivo e pode
reduzir o preconceito e conflitos sociais, então esses processos psicológicos são de natureza social.
Devem ser analisados e trabalhados através de fatores sociais.
No século XVII Jean Jacques Rousseau10
mostra-nos como a criança é facilmente influenciada
com a frase: ―A criança tem um modo singular de entender e de ver o mundo‖, e é devido a esse
―Modo singular‖ que devemos ter maior cuidado com o que nossos filhos veem ou escutam, Paulo
Freire11
dizia : ― A leitura do mundo precede a leitura da palavra‖ sobre esse ângulo atentamos às
conclusões do pesquisador Vygotsky: ―com a modelação de conhecimento e a interação do meio
social, os indivíduos podem adquirir conhecimentos que antes não podiam‖12
8 Jean Piaget: foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência
infantil. Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de
raciocínio. Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia. 9 Lev Semionovich Vygotsky (1896-1934), professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu e viveu na
Rússia; autor de dois livros básicos: Pensamento e Linguagem e A Formação Social da Mente se tornaram um marco nos
estudos do desenvolvimento humano. 10
Jean Jacques Rousseau filósofo, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. 11 Paulo Reglus Neves Freire (1921/1997) - autor de muitas obras. Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa
através de numerosas homenagens. 12
Teoria da Zona de desenvolvimento proximal ( Vygotsky)
É comum crianças ou mesmo adultos com dificuldades de aprendizagem ocasionados por
doenças psicossomáticas, comentarem que os motivos de seus males seja: ―olho gordo‖, ―quebrante‖;
Inveja que causou isso ou aquilo. Até que ponto nossos pensamentos podem influenciar a nós ou ao
outro?
Este artigo procura responder a esse questionamento através de levantamento teórico de cunho
bibliográfico, onde analisaremos a opinião dos autores sobre a mente e o corpo, de várias maneiras,
para que possamos elaborar afirmativas consistentes com as questões que envolvam a saúde e doenças
psicossomáticas como fator desencadeante da não aprendizagem.
Ao falarmos das doenças psicossomáticas é imprescindível abordar os ―Fenômenos
Psicossomáticos‖ que são uma série de manifestações, alterações funcionais e enfermidades de origem
orgânica, na sua grande maioria, provocadas pelas características psicológicas do indivíduo e por
influências derivadas do ambiente que o rodeia.
Os ―Fenômenos Psicossomáticos‖ tem origem da palavra psicossoma, que vem do grego:
psikê – alma + soma – corpo.
As doenças psicossomáticas são divididas em três grupos que podem agir isolados ou
adjacentes:
1. Sintomas como: Dores de estomago, dores de cabeça, tonturas, cólicas, provocadas por Stress,
cansaço, nervoso ou mesmo alegria, ou seja, a causa é emocional, como exemplo uma dor no peito por
uma pessoa se emocionar, porem não tem causa coronária ou pulmonar.
2. As dores ocasionadas pelos estados emocionais produzem males físicos, ou abaixam a defesa do
organismo até ocasionar doenças, a exemplo temos a ulcera estomacal.
3. Quando existe um mal físico e tem seu grau de dor elevado ou sua dimensão ampliada devido aos
estados emocionais, a exemplo podemos citar a hérnias ou tumores.
Do ponto de vista fisiológico, verifica-se que, durante os estados de excitação, medo, raiva
etc., produz-se de forma imediata uma modificação nas constantes vitais: a pressão sanguínea se eleva,
o ritmo respiratório se acelera e produzem-se secreções, como a transpiração e a descarga de
adrenalina. Tal preparação fisiológica para situações de emergência constitui uma resposta transitória,
que atua até que as circunstâncias externas adversas ou ameaçadoras tenham deixado de existir.
Entretanto, se o estado biopsíquico perdura a ponto de se tornar habitual, os mecanismos neuro-
hormonais se alteram e exercem sobre órgãos e tecidos uma pressão superior à que se requer para seu
funcionamento normal, ocasionando assim as doenças psicossomáticas.
O termo psicossomático começou a ser utilizado nas primeiras décadas do século XX, tendo
como marco a fundação da American Psychosomatic Society; ainda no século XX várias teorias
foram feitas tentando compreender e explicar os fenômenos corporais chamados de psicossomáticos,
em sua maioria baseados nos ditos do pai da psicanalise Sigmund Freud13
baseando no ―Ego‖, ―Super-
Ego‖ e o ―Id‖14
; o próprio Freud defendia a ideia que a medicina deveria aliar-se às perspectivas que
trabalham o psíquico onde propunha uma ótica etnocêntrica no tratamento das enfermidades.
Essa formação [Médica] tem sido justamente criticada
nas ultimas décadas pela maneira parcial pela qual dirige
o estudante para os campos da anatomia, da física e da
química, enquanto falha, por outro lado, no
esclarecimento do significado dos fatores mentais nas
diferentes funções vitais, bem como nas doenças e seus
tratamentos.15
(FREUD)
Freud a par da evolução relacionada com o conhecimento do cérebro, desenvolvida pela
neurologia na segunda metade do século XIX, inaugurou-se uma investigação extraordinária da
natureza íntima do ser humano; frequentador da escola neurológica de Charcot16
e conhecedor dos
avanços da hipnose da escola de Lyon pode desenvolver uma Teoria da psique estudando os quadros
de neuroses de seus pacientes. Ele sugeriu uma organização para o nosso aparelho psíquico, esclareceu
a natureza do inconsciente, sua importância na determinação das nossas condutas e os métodos para
desvendar as mensagens sutis amortecidas por este inconsciente. Para Freud, o inconsciente retêm os
nossos desejos que não podem ser expressos na consciência devido a censura ética e moral a que estão
submetidos.
Assim, essas formações de pensamento que foram retidas
num estado de inconsciência aspiram a uma expressão
apropriada a seu valor afetivo, a uma descarga, e, no caso
da histeria, encontram-na mediante o processo de
conversão em fenômenos somáticos - justamente os
sintomas histéricos. Pela retransformação sistemática
(com a ajuda de uma técnica especial) dos sintomas em
representações investidas de afeto já agora
conscientizadas, fica-se em condições de averiguar com a
máxima precisão a natureza e a origem dessas formações
psíquicas antes inconscientes. (FREUD)17
13 Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista, nascido na Morávia (atual República Tcheca), autor da maior literatura
acerca do inconsciente humano, fundador da psicanálise, aplicou a hipnose profunda no começo de sua carreira e acabou por
abandoná-la, pois, ele a utilizava para a obtenção de memórias reprimidas (Freud não sabia que nem todas as pessoas são
suscetíveis à hipnose profunda facilmente). 14 Entre os sistemas funcionais da personalidade (superego, ego, id). O superego trabalha pelo princípio da moralidade. [...] é
o sistema de normas legais introjetadas, que exige do ego cumprimento incondicional e procura alcançar uma aproximação
maior possível do ego, do ego ideal. Em oposição ao superego, o ego trabalha pelo princípio da realidade e, o id pelo
princípio do prazer‖ (DORCH, F. et al. Dicionário de Psicologia. Petrópolis, R.J.: Vozes, 2001, p. 585.) 15 FREUD, Sigmund. Extratos de documentos dirigidos a Filess, carta 69 in. Obras Completas, Vol.I Ed. Imago. Rio de
Janeiro. (1892-1899/1996) 16 Jean-Martin Charcot (Paris, 29 de Novembro de 1825 - † Montsauche-les-Settons, 16 de Agosto de 1893) foi um médico
e cientista francês; alcançou fama no terreno da psiquiatria na segunda metade do século XIX. Foi um dos maiores clínicos e
professores de medicina da França e, juntamente com Guillaume Duchenne, o fundador da moderna neurologia. Suas maiores
contribuições para o conhecimento das doenças do cérebro foram o estudo da afasia e a descoberta do aneurisma cerebral e
das causas de hemorragia cerebral. Foi professor de Freud, estudou os efeitos da hipnose em pacientes histéricos. Charcot
afirmava que apenas histéricos eram hipnotizáveis, mas outros médicos contemporâneos constataram que a hipnose é parte
do funcionamento normal do cérebro de qualquer pessoa. 17 FREUD, S. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Edição standard brasileira). Rio de Janeiro: Imago, 1986
– vol. VI, VII, VIII, XVI, XVIII e XIX.
A pré-história da psicanálise está enraizada no desejo de Freud de compreender algo das
doenças funcionais, estas que não apresentam comprometimento orgânico comprovado.
Com Charcot, veio à hipótese de que influências advindas do outro, no caso o médico,
poderiam ter um desempenho de criar e/ou eliminar sintomas histéricos, provocar paralisias com
palavras.
Carl Gustav Jung18
entre outros, expandiram e modificaram o pensamento freudiano, mas
sempre considerando a existência de uma energia psíquica nas atitudes e na motivação dos nossos
comportamentos.
A complexidade do psiquismo humano ainda não encontrou na Ciência uma Teoria
suficientemente ampla para abranger toda extensão de suas propriedades. Os cientistas adquiriram
conhecimentos, de Biologia, Fisiologia, Neuroanatomia, Neurofisiologia, entretanto ainda procuram a
peça que desenvolve atividades no inconsciente psíquico. Em meio às atividades do psiquismo
assimilamos conhecimentos de fatos vividos, nesse processo o ―Eu‖ de cada um conscientiza dos fatos
que estão acontecendo em sua vida; Todavia a maioria de nós despreza essas informações sem saber o
mal que podem estar fazendo a si mesmo e a outros.
O pensamento é energia que expressa nossos desejos.
Somos sensibilizados por estímulos externos que
desencadeiam percepções cerebrais de vários matizes. As
cores, os sons, os sabores ou os afetos geram em nós
sensações que despertam desejos, criam ideias e
organizam pensamentos que expressamos pela
linguagem. Esta experiência sensorial nos permitiu
desenvolver reflexos, hábitos, instintos, automatismos,
discernimento, raciocínio e, finalmente, a inteligência e a
consciência de si mesmo num processo evolutivo do ser
unicelular ao homem com seus bilhões de neurônios. Por
efeito das vibrações que emitimos ao pensar, estamos
obrigatoriamente ligados, por sintonia mental, à todas as
criaturas que no mundo inteiro pensam como nós.[...]
Somos livres para pensar e induzir aos outros a pensarem
como nós. Porém, somos escravos das ideias que fixamos
para nós mesmos e das sugestões que nos incomodam.
(FACURE19
, 2004)
18
Carl Gustav Jung (Kesswil, 26 de julho de 1875 — Küsnacht, 6 de junho de 1961) foi um psiquiatra suíço e fundador da
psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana. 19 FACURE, Nubor Orlando. A CONQUISTA DO CORPO E DA MENTE - in Jornal Espírita. Julho.2004
DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS: EFEITOS FÍSICOS
Antoine Béchamp (1816-1908) través do microscópio de campo escuro20
, nos revela que no
sangue existem as ―Microzimas‖ que conservam a saúde do ser humano e que deixam de ser
produzidas conforme o estado de humor, nas células vegetais e animais, que não desapareciam e se
mantinham vivas mesmo após a morte da planta ou do animal. Dizia ele que esses grânulos eram a
fonte da fermentação, e que os microrganismos poderiam se originar desses grânulos; anos mais tarde
essas ―Microzimas‖ foram pesquisadas por Gunther Enderlein21
(1872-1968) e após estudos afirmou
que o adoecimento humano está direta ou indiretamente relacionado aos distúrbios dos Endobiontes
(nome dado ás Microzimas) ; Enderlein em suas pesquisas descobriu o Pleomorfismo822
dos
microrganismos formando uma teoria a qual sustenta que sob condições precisamente definidas, um
determinado microrganismo pode manifestar as várias formas de seu estágio de desenvolvimento.
Desde a forma coloidal até estágios de alto desenvolvimento como bactérias e fungos.
Experiências recentemente pelo Dr. Roberto Giraldo23
, Psicanalista Trilógico pela Sociedade
Internacional de Trilogia Analítica (SITA)24
, nos revela em diversas entrevistas e artigos que os
glóbulos brancos ficam paralisados conforme o humor e que provoca também mudança na acidez do
sangue podendo formar ―fibroses‖ que ocasionarão doenças se os glóbulos brancos não agirem, e
comprovando portanto a formação de doenças psicossomáticas devido a esse fenômeno.
Conforme Norberto Keppe25
, as doenças já estão em nosso DNA e que se manifestam ou não
conforme nossos pensamentos, ou seja já nascemos pré-dispostos á determinadas doenças, e que elas
se manifestarão ou não conforme nossos pensamentos, estados de humor e problemáticas sócios-
econômicas.
As doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da
vida terrena; são inerentes à grosseria da nossa natureza
material e à inferioridade do mundo que habitamos. As
paixões e os excessos de toda ordem semeiam em nós
germens malsãos, às vezes hereditários. Nos mundos
mais adiantados, física ou moralmente, o organismo
humano, mais depurado e menos material, não está
sujeito às mesmas enfermidades e o corpo não é minado
20
Microscópio de campo escuro é único a permitir a observação do sangue vivo. 21 Gunther Enderlein escreveu mais de 500 artigos científicos e tornou-se curador do Museu Zoológico de Berlin. O ponto
alto de sua obra foi o livro "Ciclogenia Bacteriana", com primeira edição em 1916. 22 Pleomorfismo: Formas celulares variadas de uma mesma espécie. 23 Dr. Roberto Giraldo é médico, especialista em Medicina Interna, com ênfase em enfermidades infecciosas, pela
Universidade de Antioquia, na Colômbia. 24
SITA, é um órgão do Instituto Educacional K&P- bairro de Pinheiros- São Paulo/S.P. 25 Norberto R. Keppe formado em psicanalista em Viena, onde foi treinado por professores como Viktor E. Frankl
(Hospital de Policlínicas, Escola de Análise Existencial), Knut Baumgarten (Child Guidance Clinic) e Igor Caruso (Círculo
de Psicologia Profunda). É fundador e presidente da Sociedade de Psicanálise Integral ou Trilogia Analítica (1970)
desenvolvendo sua própria teoria e método científicos de tratamento de doenças psíquicas, sociais e orgânicas. Foi capaz de
integrar as áreas da ciência, da filosofia e da espiritualidade, criando um novo campo chamado de psico-sócio-patologia.
surdamente pelo corrosivo das paixões.‖ 26
(KARDEC,
2000).
Outra descoberta surpreendente é que do Sr. Masaru Emoto27
que executou experiências com a
água, submetendo-a ao pensamento humano, mas sem publicações científicas que comprovem suas
experiências.
Os experimentos de Emoto consistem em expor água a diferentes palavras, imagens ou
música, e então congelá-la e examinar a aparência do cristal de água sob um microscópio;
contrariando a sabedoria dominante na ciência, a água respondeu a essas expressões. As águas com
mensagens positivas formou belos cristais, a com mensagens negativas, os cristais ficaram
deformados. Como consequência pesquisadores científicos estão em atividade, repetindo o
experimento. O que une toda a humanidade, toda a forma de vida, é a água. De 70% a 90% de nossos
corpos são água.
Bill Tiller chefe do departamento de Ciências dos Materiais em Stanford , a décadas elabora
experiências para verificar se as intenções humanas podem afetar os sistemas físicos. Para isso
construiu um DERI ; Trata-se de uma caixa simples com uns diodos, um oscilador, uma memória
programável, alguns resistores e capacitores.
A caixa foi colocada em um local, e ao seu redor foram colocados quatro médiuns28
. Eles
entraram em estado de meditação profunda, concentrando suas energias para a água O objetivo é
influenciar um experimento-alvo, especifico: aumentar ou diminuir, o pH da água ; aumentar a
atividade termodinâmica de uma enzima hepática.
Simplificando: Os quatro médiuns se concentram em uma caixa eletrônica simples e desejam
algo como: Mudar o pH da água que ali contem. Os testes foram feitos por quatro meses, usando
―caixas‖ diferentes a cada mês. Resultado: O pH da água mudou em todas as tentativas, a
probabilidade das mudanças terem ocorrido naturalmente era de menos 1 para 1000.‖.
Qual a importância de uma unidade de pH? Tiler nos diz: Se o pH do seu corpo mudar em
uma unidade, você morre. 29
No espiritismo, a capacidade do pensamento em atrair para si coisas boas ou ruins tem o
nome de Psicosfera que vem do grego psyché + sphaîra e quer dizer:
1. Atmosfera psíquica. 2. Campo de radiação do perispírito30
, que se exterioriza em redor do
próprio organismo físico. 3. A expansão da aura, ou "túnica de forças eletromagnética‖.
26 KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. V - PRECES PELOS DOENTES E PELOS OBSIDIADO,
item 77- PELOS DOENTES. Ed. FEB. Rio de Janeiro. 2000 27
Masaru Emoto, fotógrafo e autor do livro ―Mensagens das Aguas‖. 28
Médium / sensitivo: pessoa que possui Mediunidade - nome atribuído a uma capacidade humana que permite uma
comunicação entre homens e Espíritos 29 Trecho do livro ―Quem Somos Nós‖ de William Arntz. Cap. ‖O Domínio da Mente Sobre a Matéria‖ Tradução: Doralice
Lima. Ed.Pretígio.Rio de Janeiro.2005 30 Perispírito: no ―O Livro dos Médiuns" contém os seguintes conceitos e considerações Item 3 – cap. I – 1ª parte: diz Kardec
que, além do corpo (ou envoltório material) o Espírito encarnado tem um segundo envoltório semi-material que o une ao
primeiro. Diz ainda que o perispírito constitui para o Espírito um envoltório fluídico vaporoso, mas que apesar de ser
O perispírito é o laço que à matéria do corpo prende o
Espírito, que o tira do meio ambiente, do fluido universal.
Participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido
magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-
ia dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da
vida orgânica, porém não o da vida intelectual, que reside
no Espírito. É, além disso, o agente das sensações
exteriores. No corpo, os órgãos, servindo-lhes de
condutos, localizam essas sensações. 31
(KARDEC)
O pensamento é energia que constrói imagens que se consolidam em torno de nós. Impressas
no perispírito elas formam um campo de representações de nossas ideias. A matéria mental constrói
em torno de nós uma atmosfera psíquica (psicosfera) onde estão representados os nossos desejos.
Neste cenário, estarão todos os personagens que nos aprisionam o pensamento pelo amor ou pelo ódio,
pela indiferença ou pela proteção, etc. Medos, angústias, mágoas não resolvidas, ideias fixas, desejo de
vingança, opiniões cristalizadas, objetos de sedução, poder ou títulos cobiçados, tudo se estrutura na
psicosfera que alimentamos, tornando-nos prisioneiros dos nossos próprios fantasmas.
Em ―O Livro dos Espíritos‖, mostra uma realidade multidimensional do ser encarnado ao
afirmar que o mesmo está constituído por três partes essenciais: o espírito, o perispírito e o corpo
físico a se influenciarem mutuamente, muito embora, cada qual vibra em uma dimensão espacial que
lhe é própria.
O ser humano é um conjunto harmônico de energias,
constituído de Espírito e matéria, mente e perispírito,
emoção e corpo físico, que interagem em fluxo contínuo
uns sobre os outros. Qualquer ocorrência em um deles
reflete no seu correspondente, gerando, quando for uma
ação perturbadora, distúrbios, que se transformam em
doenças, e que, para serem retificadas, exigem renovação
e reequilíbrio do fulcro onde se originaram. Desse modo,
são muitos os efeitos perniciosos no corpo causados pelos
pensamentos em desalinho, pelas emoções
desgovernadas, pela mente pessimista e inquieta na
aparelhagem celular. 32
(FRANCO, 2000)
Conclui-se, portanto que nossos pensamentos influenciam tanto o nosso corpo como o corpo
de outros, sobre esse prisma entendemos melhor a ação de obsessores que atraídos por nossas ideias
intensificam a força mental favorecendo o surgimento dos fenômenos psicossomáticos tanto em suas
vitimas quanto à aqueles a quem deseja-se o mal.
invisível a nossos olhos, não deixa de possuir certas propriedades ditas materiais, Ainda no item 75 – cap. IV – desta segunda
parte, o perispírito é definido como um "fluido condensado" e que se prende ao corpo quando encarnado, mas pertence ao
Espírito quando liberto. 31 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, CAPÍTULO VI – Da vida espírita - Ensaio teórico da sensação nos
Espíritos.p.165. Ed. FEB. 2006. 32 FRANCO, Divaldo Pereira. Autodescobrimento. Cap. Doenças Psicossomáticas. Ed. LEAL. Rio de Janeiro. 2000.
Dr. Jorge Andrea33
afirma: ―Pensamentos, emoções e sentimentos harmoniosos contribuem
para manutenção do equilíbrio e saúde física, mental e espiritual do ser humano. O contrário gera
profundas disfunções e distonias causadoras de desequilíbrios, doenças e enfermidades, reversíveis ou
irreversíveis, podendo contribuir significativamente para a instalação de um processo auto ou
heteroobsessivo.[...]‖34
Sobre essa perspectiva, exemplificamos pesquisas onde os pensamentos em forma de
orações podem ajudar a si mesmo ou ao próximo:
O Dr. Jeff Levin35
, pesquisador do National Institute for Healthcare Research, autor do Livro
―Deus, Fé e Saúde‖, realiza estudo científico de como fatores espirituais previnem a incidência de
enfermidades em determinadas regiões e a mortalidade, e promovem a saúde e o bem-estar -
estabelecendo o relacionamento existente entre ciência, medicina e espiritualidade. Entre vários
exemplos pode-se citar que pacientes internados em UTI coronariana por meio de estudo duplo-cego36
,
aleatorizado, com dois grupos paralelos, que receberam ou não prece.
Resultado: o grupo que recebeu prece (por 28 dias) obteve melhores escores de evolução na
UTI coronariana do que os que não receberam; não houve diferença na duração da hospitalização entre
os dois grupos. 37
Um estudo, publicado no mês de Fevereiro/2011, na revista Psychiatry Research:
Neuroimaging,38
sugere que meditar (orar) por apenas 30 minutos por dia, durante oito semanas, pode
aumentar a densidade de massa cinzenta em regiões do cérebro associada à memória, stress e empatia.
Nesta mesma revista informa os “Benefícios da Meditação e Estado de Prece‖ :
Regula o ritmo respiratório e o ritmo cardíaco;
Aumenta o fluxo de sangue para as células;
Reduz o nível do hormônio cortisol, principal responsável pela morte de neurônios;
Permite níveis profundos de relaxamento e bem-estar; Excelente terapia para pessoas
com pressão alta;
Reduz muito a ansiedade e o estresse (estima-se que 50% de todas as doenças são
devido ao alto nível de estresse.)
Ninguém se encontra no mundo para realizar, de modo
integral, os desejos conscientes, aqueles que se
desenvolvem principalmente em relação com os fatores
33 Jorge Andrea dos Santos, Nascido em 1916, em mais de meio século cruzou o país de Norte a Sul, fazendo palestras
divulgando o espiritismo em seu aspecto cientifico. 34 ANDRÉA, Jorge. Contexto Espiritual nos Processos Mediúnicos e Obsessivos p. 36 in jornal ―A REENCARNAÇÃO‖ - Nº
425 p.34/37. Ed FERGS. Porto Alegre/RS 35
Epidemiologista social formado em religião, sociologia, saúde pública, medicina preventiva e gerontologia na
Universidade Duke, na Universidade da Carolina do Norte, na Divisão Médica da Universidade do Texas e na Universidade
de Michigan. 36
Termo médico Duplo-cego: nem o paciente, nem quem realiza as pesquisas sabem quem está recebendo a prece; reduz
vieses de interpretação dos resultados e evita o efeito placebo. 37
Informação proveniente de http://poderdaprece.tripod.com/estudo.html 38
http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/463/a-meditacao-e-capaz-de-moldar-o-cerebro-estudo-214638-1.htm
do meio, mas os que a natureza íntima ou estrutura do
inconsciente impõe, visando as necessidades evolutivas
do ser. A tendência será sempre para o equilíbrio nos
diversos setores da vida. O impulso da evolução é diretriz
segura e correta em busca do bem comum; os meios para
o alcance do equilíbrio dependerão sempre das atividades
de cada um. (ANDREA, 1999)39
Este poder mental é proporcionado devido ao fato de que o cérebro é um órgão eletroquímico.
Pesquisadores especularam que um cérebro em funcionamento pode gerar até 10 watts de potência
elétrica.
Há quatro categorias de ondas cerebrais que percorrem a maioria das atividades cerebrais:
Beta, Alpha, Theta e Delta.
Na frequência Beta, vinculada à atenção, concentração e cognição. São as ondas cerebrais
mais rápidas, podem varias em frequência de 14 ciclos por segundos (14 Hertz ou 14 Hz) até pouco
mais de 100Hz. Pois, quando o indivíduo está bem desperto e alerta sua mente está concentrada, e está
pronto para trabalhos que requerem atenção total. No estado Beta, os neurônios transmitem as
informações muito rápido, permitindo atingir estados de concentração.
Já na frequência Alfa, está vinculada ao relaxamento, visualização e meditação. Nela
produzimos pulsos de ondas Alpha na faixa de frequência de 8 a 13Hz. Por exemplo, quando se está
relaxado, a atividade cerebral baixa do rápido padrão Beta para as ondas Alfa mais lentas. A
consciência interna expande-se e a energia criativa começa a fluir e a ansiedade desaparece. O
indivíduo passa a experimentar uma sensação de paz e bem-estar.
Quanto à frequência Teta, esta se relaciona a meditação, intuição/criatividade e memória. As
ondas Theta possui faixa de frequência entre 4 e 8 Hz. Com o aprofundamento ainda maior do
relaxamento, o indivíduo entra no misterioso estado Teta, onde a atividade cerebral baixa quase ao
ponto do sono. O estado Teta propicia flashes de imagens do inconsciente (insight), criatividade
e acesso a memórias há muito tempo esquecidas. A frequência Teta leva a estados profundos de
meditação. Pode-se sentir a sua mente expandir além dos limites do corpo.
No tocante a frequência Delta, a inconsciência é expandida, cura, recuperação sono. A faixa
Delta está entre 0.1 - 4 HZ. Delta é a mais baixa de todas as frequências de ondas cerebrais. Está
associada com o sono profundo, algumas frequências na faixa Delta liberam o hormônio do
crescimento humano (HGH ) que é muito benéfico para a regeneração celular e a cura. Delta é a onda
cerebral para o acesso ao inconsciente, onde a intuição pode aflorar facilmente. Os programas que
contém Delta são ideais para o sono, a recuperação física/mental e meditação profunda.
O Institute of Noetic Sciences, uma organização na Califórnia, publicou um relatório chamado
―The Physcal and Psychological Effects of Meditation‖ (Os Efeitos Físicos e Psicológicos da
39 ANDREA, Jorge. Visão Espírita nas distonias mentais .Capítulo III-Doenças mentais: Neuroses, personalidades
psicopáticas e psicose. Obsessões espirituais. p.101 . Ed. FEB Rio de Janeiro. 1999.
Meditação). Nesse relatório Andrew Newberg40
submeteu a exames tomográficos o cérebro de
budistas tibetanos mergulhados em profunda meditação e um grupo de freiras franciscanas, que
rezavam fervorosamente durante 45 minutos.
O resultado da pesquisa mostrou que as imagens do lobo parietal superior acusavam uma
queda na atividade dessa região, que chegava a ficar bloqueada no momento mais intenso, isto é, no
momento que o meditador experimenta a sensação de iluminação religiosa.
O mais interessante é que essa área do cérebro proporciona ao homem o senso de orientação
no espaço e no tempo. Isso levou os pesquisadores a concluírem que, privados de impulsos elétricos,
os neurônios do lobo parietal desligariam os mecanismos das funções visuais e motoras do organismo.
Isso levou Newberg a dizer: ―O sentimento de unicidade parece paralisar os receptores sensórios da
região parietal‖. Exatamente por isso, o cérebro não consegue traçar fronteiras. Percebe o ―eu‖ como
um ente expandido, ilimitado e unido a todas as coisas.
As imagens dos lobos temporais, na região do ―cérebro emocional‖, também conhecida como
sistema límbico, indicam uma atividade intensa dessas áreas durante as experiências contemplativas.
O sistema límbico é a unidade responsável pelas emoções. É uma região constituída de neurônios,
células que formam uma massa cinzenta denominada de lobo límbico.
Existe uma pequena região, próxima à parte posterior do cérebro, que calcula constantemente
a orientação espacial da pessoa, dando uma idéia de onde o corpo da pessoa termina e o resto do
mundo começa. Durante prece intensa ou meditação, essa região torna-se um oásis tranquilo de
inatividade, por razões ainda inteiramente desconhecidas. Esse fato poderia explicar a comunhão
espiritual de ausência de limites, sentida pelos religiosos ao longo das eras.
O pesquisador Vilayanur Ramachandran Subramanian (1951)41
, descobriu uma espécie de
gatilho cerebral capaz de disparar o sentimento de religiosidade. Testes feitos inicialmente em
pacientes epiléticos mostraram que certas palavras relacionadas à religião, como Deus, fé ou Jesus,
induziam um frenesi de atividades eletromagnéticas na parte direita do lobo temporal. É a mesma
região ativada na experiência com os médiuns. Curiosamente, não houve respostas na mesma área
quando foram mencionadas palavras que conduzem a outros estímulos, como sexo e violência.
Sobre esse prisma enfocaremos a ―Glândula Pineal‖42
, que está localizada no meio do cérebro,
na altura dos olhos. A sua estrutura e as funções passaram a ser estudadas com maior ênfase após a
40 Medico - Medicina Nuclear – Neurocientista- Diretor de Investigação - Myrna Brind Center for Integrative Medicine -
Thomas Jefferson University Hospital and Medical College. Professor Assistente adjunto - Departamento de Estudos
Religiosos - University of Pennsylvania. 41 Vilayanur Ramachandran Subramanian (1951), Neurocientista e professor do departamento de psicologia e neurociências
da universidade da Califórnia. 42 A glândula Pineal recebeu este nome graças a Galeno (129-216 D.C.), em referência a sua forma parecida com uma pinha
(do grego "konarium"). Também é conhecida como epífise (mostrando a sua posição antagônica à hipófise).
descoberta da melatonina43
por Lerner44
, em 1958; a pineal regula o ritmo da produção hormonal no
cérebro e funciona como um relógio para o desenvolvimento do corpo.
Ficou demonstrado experimentalmente que a luz interfere na função da pineal através da retina,
atingindo o quiasma óptico, o hipotálamo, o tronco cerebral, a medula espinhal, o gânglio cervical
superior, chegando, finalmente, ao nervo coronário na tenda do cerebelo. Entre a pineal e o restante do
cérebro não há uma via nervosa direta. A ação da pineal no cérebro se faz pelas repercussões químicas
das substâncias que produz.
A glândula pineal, ou epífise, é tida como a sede da alma. Para os praticantes do ioga, a pineal
é o ajna chakra, ou o "terceiro olho", que leva ao autoconhecimento.
A glândula pineal, delicadíssima antena do sistema
psiconervoso, central elétrica ou usina piloto do
organismo humano, funciona nesse caso com certa
dificuldade, oprimida como está em sua atuação,
tornando-se incapaz de transmitir com clareza a
mensagem racional dirigida pelos neurônios e que
constituem o aparelho receptor e transmissor do espírito
para a matéria. 45
( HERCÍLIO, 1970).
Renê Descartes46
, em Carta a Mersenne47
(1640), afirma que "existiria no cérebro uma
glândula que seria o local onde a alma se fixaria mais intensamente".
Conforme Carlos Pastorino48
no livro ―Técnica da mediunidade‖ afirma: ―A pineal,
formidável válvula eletrônica, capta as ondas-pensamento, (corrente alternada) e as detecta em ondas
discursivas (corrente direta pessoal) trabalhadas pelos lobos frontais do cérebro, e depois traduzidas
em som (pelo aparelho fonador), ou em desenhos ideográficos (pelos músculos das mãos)‖.
A razão que me leva a crer seja essa glândula a sede da
alma é não encontrar, em todo o cérebro, nenhuma outra
parte que não seja dupla [grifos nossos. Ora, não vendo
senão uma única cousa com os dois olhos, não ouvindo
senão um mesmo som com os dois ouvidos, e, enfim, não
tendo nunca senão um pensamento ao mesmo tempo, é
absolutamente necessário que as impressões, que nos
chegam através dos olhos, dos ouvidos, etc., se unam em
alguma parte do corpo para serem aí consideradas pela
alma. [...] Ora, não podemos encontrar nenhuma outra
nestas condições, em toda a cabeça, senão a glândula
pineal, que se acha, além do mais na situação mais
adequada para esse fim, isto é, no meio, entre todas as
43
A melatonina é um hormônio derivado do aminoácido triptofano, que tem outras funções no sistema nervoso central. A
produção de melatonina pela pineal é estimulada pela escuridão e inibida pela luz. Este hormônio recebeu o nome grego
melas (escuro) e tonos (trabalho) 44 Aaron Lerner (1920-2007): Medico dermatologista e pesquisador da Universidade de Yale , liderou equipe de
pesquisadores que a descobriram a melatonina está presente em altas concentrações na glândula pineal. 45
MAES, Hercílio, Filosofia da Alma, pelo Espírito Ramatís. Editora livraria Freitas Bastos. Rio de Janeiro. 1970. 46
René Descartes (1596-1650), filósofo, cientista e matemático francês. 47
Marin Mersenne (1588-1648) cientista e matemático francês. 48 Carlos Juliano Torres Pastorino (Rio de Janeiro /1910 — Brasília/ 1980) foi um ex-padre que se dedicou ao estudo da
Doutrina Espírita e da fenomenologia mediúnica, autor do maior "best-seller" de auto-ajuda no país, Minutos de Sabedoria.
concavidades, sustentada e cercada por pequenas
ramificações das carótidas, que trazem os espíritos (a) ao
cérebro 49
. (LINS, 1964).
Hoje já se identificou um efeito dramático da pineal (por ação da melatonina), na reprodução
dos mamíferos, na caracterização dos órgãos sexuais externos e na pigmentação da pele. Pois,
investigações recentes demonstram uma relação direta da melatonina com uma série de doenças
neurológicas que provocam epilepsia, insônia, depressão e distúrbios de movimento.
Captando as radiações do Sol e da Lua. A pineal obedece aos chamados Zeitbergers, os
elementos externos que regem as noções de tempo. Por exemplo, o Sol é um Zeitberger que influencia
a pineal, regendo 0 ciclo de sono e de vigília, quando esta glândula secreta o hormônio melatonina.
Isso dá ao organismo a referência de horário. Existe também o Zeitberger interno, que são os genes,
trazendo o perfil de ritmo regular de cada pessoa.
No livro ―Missionários da Luz‖50
(1940), no capítulo II ,André Luiz chamava atenção dos
leitores que, além daquilo que a ciência divulgava sobre a glândula pineal como exclusivo papel do
controle sexual no período infantil, com respectivo apagamento pela explosão hormonal da
adolescência, acrescentava que era a controladora emocional, em difusão pela zona nervosa,
influenciando a cadeia glandular endócrina. Ainda mais, esta influência atingiria até os cromossomos
das células sexuais no seu jogo fisiológico da concepção.
Ela acorda no organismo do homem na puberdade, as
forças criadoras e, em seguida continua a funcionar,
como o mais avançado laboratório de elementos
psíquicos da criatura terrestre. A pineal preside aos
fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de
elevada expressão no ―perispírito51
(XAVIER, 2000).
André Luiz afirma que a glândula Pineal é a glândula da vida mental, pela sua íntima
correlação com o perispírito, o que propiciaria reflexos nos mecanismos da reencarnação; segundo ele
a glândula pineal deve ser o melhor laboratório de estudos da física da relação espírito-matéria, e suas
propriedades de captação de ondas do espectro eletromagnético devem estar implicadas nas funções de
senso percepção mediúnica e telepática.
Recentemente, ao verificar imagens de cérebros de médiuns em transe, por meio de um tipo
específico de tomografia, o pesquisador americano Stephen Kosslyn52
, detectou uma atividade
eletromagnética mais intensa exatamente na glândula pineal.
Temos, pois, no corpo pineal não propriamente, como
interpretou Descartes, o local em que o espírito se liga à
49
LINS, Ivan Monteiro de Barros. DESCARTES-Época, vida e Obra. Liv. Ed. São José. Rio de Janeiro. 1964.
50
XAVIER, Francisco C. Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz. Ed.: FEB. Rio de Janeiro. 2000. 51
XAVIER, Francisco C - Idem. 52
Stephen Michel Kosslyn ( 1948): Psicólogo , professor e pesquisador da universidade de Harvard.
matéria, mas a válvula transmissora-receptora de
vibrações do corpo astral, regulando todo o fluxo de
emissões do espírito para o corpo físico e vice-versa. Daí
sua grande importância, também, para a mediunidade.‖
(PASTORINO, 1975)53
DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS: FENÔMENOS DA/NA MENTE
As pesquisas citadas no tópico anterior dão-nos uma base de como os pensamentos agem em
nosso corpo e principalmente em nosso cérebro de forma fisiológica, faremos nesse tópico uma
abordagem na linha psicossocial, onde enfocamos o poder das palavras e sua ação nas mentes e nos
corpos.
O pensamento não é guiado apenas por considerações estritamente atreladas à realidade, ele
também flui motivado por estímulos interiores, abstratos e afetivos ou até instintivos. A criação
humana, por exemplo, ultrapassa muitas vezes a realidade dos fatos, refletindo estados interiores
variados e de enorme valor para a construção de nosso patrimônio cultural.
Ferdinand de Saussure54
filósofo suíço cujas elaborações teóricas propiciaram o
desenvolvimento da linguística enquanto ciência e desencadearam o surgimento do estruturalismo,
introduziu a ideia de signo linguístico, que se constitui numa combinação de significante e significado,
como se fossem dois lados de uma moeda.
• O significante do signo linguístico é uma "imagem acústica" (cadeia de sons). Consiste no
plano da forma.
• O significado é o conceito, reside no plano do conteúdo.
Através desse signo conforme sua forma ou estilo podemos nos sobrepor e/ou excluir outros
com quem temos contato. Ex: Você é negro! - Vichi... mais um nordestino aqui! - Eu sou mais
inteligente!
Conforme Saussure ficaria implícito na mente de quem fala e de quem ouve toda a carga de
informações transformando-se em um paradigma cultural, ao se afirmar: ―- Hoje tenho de trabalhar, é
dia de Banco!‖ fica implícito que branco é trabalhador e negro não.
Conforme de João Fernandes Teixeira55 a mente e cérebro podem ser coisas distintas, mas
certamente estão ligados de alguma maneira. Em sua obra ―O que é Filosofia da mente‖, destaca que
Descartes era um dualista onde ele supunha que mente e matéria teriam propriedades radicalmente
diferentes. Teixeira enfoca que no século XIX a filosofia se ocupava de outras questões que pareciam
53 PASTORINO, C. Torres., Técnica da Mediunidade. Cap. C - SISTEMA GLANDULAR- Corpo pineal (epífise) p.77. ed.
Sabedoria, 3ª ed., São Paulo.1975. 54 Ferdinand de Saussure (1857/ 1913): filósofo suíço cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da
linguística enquanto ciência e desencadearam o surgimento do estruturalismo. Além disso, o pensamento de Saussure
estimulou muitos dos questionamentos que comparecem na linguística do século XX. 55 João de Fernandes Teixeira bacharelou-se em Filosofia pela USP-SP e obteve o grau de mestre em lógica e filosofia da
ciência na UNICAMP. Doutorou-se em filosofia da mente e ciência cognitiva na University of Essex, Inglaterra. Desde 1992
é professor no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de São Carlos.
mais urgentes, como, por exemplo, os destinos da humanidade, da história e dos conflitos sociais,
destacando a psicanálise de Sigmund Freud, e com ela os médicos e cientistas voltam a se perguntar se
mente cérebro seriam uma só e mesma coisa.
Afirma ainda que é no século XX que surge a ―Filosofia da Mente‖ propriamente dita e enfoca
a afirmativa de Gilbert Ryle 56
:
Ao longo dos séculos nossa cultura teria gerado, equivocadamente dois tipos de vocabulários:
um "vocabulário do físico" e um "vocabulário do mental". Os dois falam exatamente da mesma coisa,
mas eu emprego errôneo levou-nos a crer que o físico e o mental são duas substâncias diferentes e
incompatíveis. Se procedermos a uma análise rigorosa do emprego da nossa linguagem veremos, no
final, que nem faz sentido falar de um problema mente-corpo. Este problema seria uma ilusão que
deveria ser dissipada, e esta seria a tarefa que o filósofo da mente teria de empreender através da
análise linguística.
Por exemplo, quando dizemos "minha mente está cansada de tanto estudar" ou "estes
pensamento me causam dor de cabeça" estaríamos alimentando tal ilusão, pois essas são expressões
que implicitamente se referem à mente como uma coisa ou uma substância concebível como algo
separado do corpo. 57
(RYLE, Gilbert in: TEIXEIRA, 1994) .
Essa afirmação reforça as indagações de Saussure, mostrando que a força do pensamento pode
nos influenciar.
Percebemos, portanto que os fenômenos mentais são invisíveis e impossíveis de serem
medidos. E são inacessíveis à observação. Se digo que tenho febre, alguém pode colocar um
termômetro sob o meu braço e, após alguns minutos, afirmar: "Não, você não tem febre, o termômetro
marca apenas 36,5 graus". Mas se digo ―Estou com dor de cabeça", ninguém, exceto eu, pode saber se
estou mentindo ou dizendo a verdade. Alguém pode dizer e fingir que está com dor de cabeça:
somente essa pessoa saberá se o que diz é verdade ou não. A inacessibilidade dos fenômenos mentais
torna-os essencialmente subjetivos ou privados, para usar o jargão filosófico, se não podemos observar
uma idéia, um sentimento ou uma emoção, porque são imateriais, isto equivale a dizer que
pensamentos não podem ser destruídos: só podemos destruir coisas que estão no mundo. Seria
possível aniquilar criaturas e seus cérebros, mas não ideias e pensamentos.
A forma como os pensamentos desencadeiam as emoções
e de como as modificações do corpo durante as emoções
se transformam em fenômenos mentais, interferem sobre
o corpo e a psique, duas manifestações aparentemente
56 Gilbert Ryle (1900–1976), filósofo inglês, representante da geração de filósofos britânicos, influenciados pelas teorias de
Wittgenstein(filósofo austríaco, contribuiu com diversas inovações nos campos da lógica, filosofia da linguagem,
epistemologia, um dos maiores do século XX. 57 TEIXEIRA, João de Fernandes. O QUE É FILOSOFIA DA MENTE. Editora Brasiliense - Coleção Primeiros Passos.
N º 294. São Paulo. 1994.
separadas de um organismo integrado.58
(DAMÁSIO,
2004)59
Teixeira nos mostra também a teoria da identidade entre mente e cérebro, criada pelo filósofo
australiano, J.J.C.Smart60
, o qual sustentava que estados mentais são idênticos a estados cerebrais. Uns
e outros seriam a mesma coisa, com uma diferença apenas aparente, da mesma maneira que as nuvens
e gotículas de água são a mesma coisa, embora seja comum nos referimos a elas como elementos
distintos.
Analisando mais profundamente esse ponto de vista, lembramos a teoria de ―Ego ou Self‖ de
Carl Jung onde afirma que o ―Ego é o sujeito da ação consciente. Num certo sentido é o primeiro
complexo a se formar na consciência, sendo seu centro. Estrutura-se a partir do inconsciente e é,
muitas vezes, confundido com o centro organizador e diretor do aparelho psíquico. Conhecer a si
mesmo não é conhecer o eu ou ego, que só conhece seus próprios conteúdos, mas, também, aquele
centro organizador. O processo de desenvolvimento da personalidade, a individuação, consiste em
diferenciar o ego de suas estruturas arquetípicas61
auxiliares. O ego, o Self (centro organizador da
psiquê) e o ego onírico (o eu dos sonhos) são instâncias psíquicas diferentes. O ego se baseia no
arquétipo do Si-Mesmo, sendo, de certa forma, seu agente no mundo da consciência.
Sobre esse prisma, a construção de nosso ―Ser Cognoscente‖62
esta vinculada diretamente a
cultura social e familiar e portanto e formando assim paradigmas culturais, reforçando novamente os
ditos de Ferdinand Saussure e Gilbert Ryle e adentrando nos ditos de Pierre Bourdieu63 o qual lançou
uma discussão sociológica que centralizou-se, ao longo na tarefa de desvendar os mecanismos da
reprodução social, que legitimam as diversas formas de dominação. Para empreender essa tarefa,
Bourdieu desenvolve conceitos específicos, retirando os fatores econômicos do epicentro das análises
da sociedade, a partir de um conceito concebido por ele como violência simbólica64
. Esse conceito foi
criado por para descrever o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua
58
DAMÁSIO, A. Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 59
António Rosa Damásio (Lisboa/1944) médico neurologista, neurocientista; pesquisador na área de estudo do cérebro e
das emoções humanas. Atualmente é professor de Neurociência na University of Southern Califórnia. 60 John Jamieson Carswell "Jack" Smart (1920) Filosofo e professor da Universidade de Monash na Austrália. 61
A palavra arquétipo deriva do grego arché, substância primordial, e typós, impressão, marca. Arquétipos seriam marcas,
um blueprint, uma impressão psicológica que daria à psique uma faculdade para formar sempre as mesmas imagens, ou para
reagir de modo sempre semelhante a circunstâncias dadas. Esta disposição, envida à estrutura cerebral idêntica de todos os
seres humanos, explicaria a semelhança de imagens em todas as mitologias, em todos os povos, na literatura e na arte
universal. 62 Ser Congnoscente, é quando se aprende na interação com o meio e com os outros construindo sua identidade para alcançar
o conhecimento e a autonomia. 63Pierre Félix Bourdieu (Denguin, 1 de agosto de 1930 — Paris, 23 de janeiro de 2002) importante sociólogo francês, e
desenvolveu a ideia de ―Violência Simbólica‖ 64 Violência simbólica : Forma de coação que se apoia no reconhecimento de uma imposição determinada, seja esta
econômica, social ou simbólica. A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo de
socialização, que induzem o indivíduo a se posicionar no espaço social seguindo critérios e padrões do discurso dominante.
Devido a este conhecimento do discurso dominante, a violência simbólica é manifestação deste conhecimento através do
reconhecimento da legitimidade deste discurso dominante. Em Pierre Bourdieu, a violência simbólica é o meio de exercício
do poder simbólico.
cultura aos dominados. Bourdieu, juntamente com o sociólogo Jean-Claude Passeron65
, partem do
princípio de que a cultura, ou o sistema simbólico, é arbitrária, uma vez que não se assenta numa
realidade dada como natural. O sistema simbólico de uma determinada cultura é uma construção social
e sua manutenção é fundamental para a perpetuação de uma determinada sociedade, através da
interiorização da cultura por todos os membros da mesma. A violência simbólica expressa-se na
imposição "legítima" e dissimulada, com a interiorização da cultura dominante, reproduzindo as
relações do mundo do trabalho. O dominado não se opõe ao seu opressor, já que não se percebe como
vítima deste processo: ao contrário, o oprimido considera a situação natural e inevitável.
A violência simbólica pode ser exercida por diferentes instituições da sociedade: o Estado, a
mídia, a escola, etc.
Podemos assim, destacar o desiquilíbrio de valores morais pertinentes nos dias de hoje,
questionar se a ética não é de maneira equivocada abordada nos veículos de comunicação,
transformando a mídia em método de alienação e manipulação, As novelas, comerciais de T.V.,
propagandas estariam influenciando as crianças com a suas atitudes e/ou ao gênero/opção sexual ? Os
princípios morais estariam desestruturados?
Sobre essa ótica a construção de nosso ―Eu‖ estaria comprometido, nossas ideias são
culturalmente e socialmente pré-concebidas através da sugestão da fala e imagem, destacamos nesse
aspecto a frase do psicólogo espírita Adenáuer M. F. de Novaes:
Os valores sociais, fortalecidos pela mídia que
propagandeia a vulgaridade, tornam o uso da sexualidade
quase como uma obrigação a que todos têm que se
submeter. Não há qualquer preocupação com idade, nível
evolutivo, momento de vida, pois têm que usá-la a
qualquer preço. A compulsão para o uso passa a ser
moda, e motivo de preocupação para quem não tenha a
libido à flor da pele, pois se sentirá diferente dos
demais.[...] O modismo e os exageros na sexualidade
promovem o festival de fetiches ou artefatos para
promover o prazer a qualquer custo, sem a preocupação
quanto às interferências no psiquismo do próprio
indivíduo. O fetiche, enquanto instrumento de ampliação
do prazer, passa a se tornar, com o tempo,
imprescindível e determinante para que se alcance a
liberação do desejo compulsivo, até que, mais tarde se
torne também indispensável, levando o indivíduo a novas
e cada vez mais alucinantes aventuras.‖ (NOVAES,
1999)66
65 Jean--Claude Passeron : professor de sociologia da École des hautes études en sciences sociales. Escreveu em parceria
com Pierre Bourdieu a obra La Reproduction, publicada em 1970. 66 NOVAES, Adenáuer Marcos Ferraz. Psicologia e Espiritualidade – Cap. Sexualidade, p.149. Ed. Fundação Harmonia;
Salvador/BA 1999.
Durkheim67
em suas obras nos dá parâmetros sobre esse aspecto e afirma que a sociedade
influencia e doutrina desde a infância: ―[...] a educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre
as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social‖, tendo por finalidade ―suscitar e
desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela
sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine‖.
(DURKHEIM, 1955)68
Portanto, comungamos da opinião de Cury, quando afirma:
Cuidar do que pensamos no palco da nossa mente é
cuidar da qualidade de vida. Cuidar do que sentimos no
presente é cuidar do futuro emocional, do quanto seremos
felizes, tranquilos e estáveis. A personalidade não é
estática. Sua transformação depende da qualidade de
arquivamento das experiências ao longo da
vida.‖69
(CURY, 2004)
67 ÉMILE DURKHEIM (1858/1917) : Professor Frances, Fundador da sociologia, Durkheim combinou a pesquisa empírica
com a teoria sociológica. Sua contribuição tornou-se ponto de partida do estudo de fenômenos sociológicos como a natureza
das relações de trabalho, os aspectos sociais do suicídio e as religiões primitivas. 68 DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. Trad. Prof. Lourenço Filho. 4.ed. São Paulo: Edições Melhoramentos,1955.:
32. 69CURY. Augusto j. Pais Brilhantes, professores fascinantes. Editora Sextante; Rio de Janeiro – RJ
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As doenças psicossomáticas são ocasionadas pela ação da mente sobre o corpo, sua ação é
devido a equívocos de pensamentos formados durante centenas de gerações na cultura e sociedade.
Uma das maneiras de preveni-la é ter o conhecimento de como somos susceptíveis a sugestões e
reavaliarmos os valores morais e sociais a qual nos submetemos.
Assim, uma redefinição de valores éticos é um mínimo necessário para modificar nosso modo
de pensar, sobre esse prisma no I Congresso Internacional de Transdisciplinaridade70
, Complexidade e
Ecoformação (ocorrido em Arábida Portugal-1994), em seu artigo I e II dão-nos o norteamento de
atitudes éticas:
Artigo 1 - Qualquer tentativa de reduzir o ser humano a uma mera definição e de dissolvê-lo
nas estruturas formais, sejam elas quais forem, é incompatível com a visão transdisciplinar.
Artigo 2 - O reconhecimento da existência de diferentes níveis de realidade, regido por lógicas
diferentes é inerente à atitude transdisciplinar. Qualquer tentativa de reduzir a realidade a um único
nível regido por uma única lógica não se situa no campo da transdisciplinaridade.
No seu Artigo 13 é veemente: ―A ética transdisciplinar recusa toda atitude que recusa o
diálogo, a discussão, seja qual for sua origem – de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica,
política ou filosófica. O saber compartilhado deverá conduzir a uma compreensão compartilhada
baseada no respeito absoluto das diferenças entre os seres, unidos pela vida comum sobre uma única e
mesma Terra .‖
O conhecimento de nós mesmos e de nossas limitações e/ou nossas capacidades é
imprescindível para a evolução e prevenção às doenças psicossomáticas. Novaes deixa claro que o
processo de espiritualização requer que encaremos as doenças como subproduto da descompensação
psíquica do indivíduo, merecendo cuidado na análise. Sua simples cura física não implica na solução
do conflito psicológico gerador. Muito do que pensamos atrai para nós e também para outros males
psicológicos e por consequência também os físicos.
70 A transdisciplinaridade é uma abordagem científica que visa a unidade do conhecimento. Desta forma, procura estimular
uma nova compreensão da realidade articulando elementos que passam entre, além e através das disciplinas, numa busca de
compreensão da complexidade. Além disso, do ponto de vista humano a transdisciplinaridade é uma atitude empática de
abertura ao outro e seu conhecimento.
REFERENCIAS
ANDRÉA, Jorge. Visão Espírita nas distonias mentais. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999.
ANDRÉA, Jorge. Contexto Espiritual nos Processos Mediúnicos e Obsessivos p. 36 in jornal ―A
REENCARNAÇÃO‖ - Nº 425 p.34/37. Porto Alegre: Ed FERGS.
ARNTZ, William. Quem Somos Nós? Tradução: Doralice Lima. Rio de Janeiro: Ed. Pretígio, 2005.
CURY. Augusto j. Pais Brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Editora Sextante.
DAMÁSIO, A. Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos. São
Paulo: Companhia das Letras, 2004.
DESCARTES, Rene. As paixões da alma (passions de l'ame, les). Tradução: Rosemary Costhek
Abilio. São Paulo: Ed. Martins Fontes-Martins, 2005.
FRANCO, Divaldo Pereira. Autodescobrimento. Rio de Janeiro: Ed. LEAL, 2000.
FREUD, S. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Edição standard brasileira). Rio de
Janeiro: Imago, 1986 – vol. VI, VII, VIII, XVI, XVIII e XIX.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2006.
___________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000.
LINS, Ivan Monteiro de Barros. DESCARTES-Época, vida e Obra. Rio de Janeiro: Liv. Ed. São
José, 1964.
LEONTIEV, A. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. IN:VIGOTSKII, L.
LURIA, A.; LEONTIEV, A. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ed. Ícone /
Edusp, 1994.
MAES, Hercílio. Filosofia da Alma, pelo Espírito Ramatís. Rio de Janeiro: Editora livraria Freitas
Bastos, 1970
NOVAES, Adenáuer Marcos Ferraz. Psicologia e Espiritualidade. Salvador/BA: Ed. Fundação
Harmonia, 1999.
PASTORINO, C. Torres. Técnica da Mediunidade. São Paulo: Ed. Sabedoria, 3ª ed., 1975.
TEIXEIRA, João de Fernandes. O que é filosofia da mente. São Paulo: Editora Brasiliense - Coleção
Primeiros Passos. N º 294, 1994.
XAVIER, Francisco C. Missionários da Luz. Rio de Janeiro: Ed.: FEB, 2000.
ANEXOS:
Analises de sangue efetuadas na Sociedade Internacional de Trilogia Analítica
(Psicanálise Integral) em São Paulo/SP com microscópio de campo escuro.
Fotos copiadas de material disponível na Internet pelo You tube com o titulo:
―A Origem real das Enfermidades‖ 71
(dividido em três vídeos) ou pelo Site:
www.stop.org.br.
Amostras de sangue de uma pessoa depressiva que esta passando por problemas
sociais e que tem temperamento violento.
Dr. Roberto Giraldo, mostrando no circulo vermelho os glóbulos vermelhos.
71
http://www.youtube.com/watch?v=DTxFxsUwfoI (Parte 1) http://www.youtube.com/watch?v=mY20w2fPdFI ( Parte 2) http://www.youtube.com/watch?v=mnq7cS8HQPE (Parte 3)
Dr. Roberto Giraldo, mostrando no circulo vermelho os glóbulos Brancos, paralisados
( devido ao estado mental/emocional do paciente conforme Giraldo).
Dr. Roberto Giraldo, mostrando no circulo vermelho uma fibrose formada por acidez
no sangue ocasionada devido ao estado emocional do paciente e tem seu desenvolvimento
por causa dos glóbulos brancos estarem paralisados.
Sr. Masaru Emoto
Cristais de água antes de mentalização harmoniosa (oração)
Imagem de cristais após a mentalização harmoniosa (Após oração)
Cristais fotografados após mentalização com raiva.
Cristais após mentalização projetando palavras amorosas e de elogio.
Fotografias retiradas de www.wikpedia.com
ii Agradecimentos especiais: Profª MS. Tania L. Amorim Colella; Profª MS. Márcia Paiva de Oliveira, Professores do curso
de psicopedagogia da UFPB; Maria Betânia V. de Carvalho, graduanda do curso de psicopedagogia da UFPB e a meu primo
Euripedes Küll (¨Médium psicógrafo, escritor, palestrante e articulista espírita), que contribuíram direta e indiretamente para
que este trabalho pudesse ser apresentado no evento.