Post on 21-Jan-2017
FILOSOFIA – ENSINO MÉDIO• PROFESSOR ALAN APARECIDO
• SISTEMA DE NOTAS • 2 BLOCOS DE 10 PONTOS.• ATIVIDADES E AVALIAÇÕES EM SALA.• ATIVIDADES E AVALIAÇÕES ON LINE
• KAITEOS.BLOGSPOT.COM.BR
Pré Socráticos aos Medievais 1
Pré Socráticos aos Medievais 2
O Filósofo• Não é movido por interesses comerciais ou
financeiros;
• Não coloca o saber como propriedade sua;
• Não é movido pelo desejo de competir;
• Não faz das ideias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores;
O Filósofo• É movido pelo desejo de observar,
contemplar, julgar e avaliar a vida;
• É movido pelo desejo de saber.
A Verdade• Não pertence a ninguém;• Não é um prêmio conquistado por
competição;• Está diante de todos nós;• É algo a ser procurado;• É encontrada por todos aqueles que a
desejarem, que tiverem olhos para vê-la e coragem para buscá-la.
O surgimento da Filosofia
• Gregos– Começaram a fazer perguntas e buscar respostas para
a realidade;
Mundo
Natureza
Ser humano
Podem ser conhecidos pela razão humana
A questão do Mito• Um mito é um relato em forma de narrativa com
carácter explicativo e/ou simbólico, profundamente relacionado com uma dada cultura e/ou religião.
• O termo é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se referir às crenças comuns (consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso) de diversas comunidades.
Pré Socráticos aos Medievais 7
• Todas as culturas têm seus mitos, alguns dos quais são expressões particulares de arquétipos comuns a toda a humanidade.
• Por exemplo, os mitos sobre a criação do mundo repetem alguns temas, como o ovo cósmico, ou o deus assassinado e esquartejado cujas partes vão formar tudo que existe.
• Mito NÃO é o mesmo que fábula, conto de fadas, lenda ou saga.
Pré Socráticos aos Medievais 8
Pré Socráticos aos Medievais 9
GENEALOGIA DOS DEUSES GREGOS:
• 1ª geração – Eram entidades que haviam gerado o mundo. Eram forças primitivas e poderosas forças da natureza.
• CRONOS• Deus do tempo, filho de Urano (céu) e Gaia (terra),
esse titã tinha o péssimo hábito de comer seus filhos assim que nascessem. Casou-se com...
• RÉIA• Irmã de Cronos, ela conseguiu salvar um dos seus
filhos de ser comido pelo marido. Era o pequeno Zeus.
Pré Socráticos aos Medievais 10
GENEALOGIA DOS DEUSES GREGOSTrês gerações do Olimpo :
• 2ª geração – Os Titãs, descendia da primeira, transmitia uma visão agitada e indomada da natureza. Deuses de aparência semelhante à humana.
• POSEIDON - Deus dos mares, era muito popular entre os gregos.
• ZEUS - Deus dos deuses do monte Olimpo, comandava o mundo com seu raio. Mesmo tendo a árdua tarefa de dominar a Terra, tinha tempo de fazer um monte de filhos.
• HERA - Irmã gêmea e, como isso não era nenhum estorvo entre os deuses, mulher de Zeus. Era a protetora do, imagine só, casamento.
• HADES - Deus do mundo inferior, raptou Perséfone, filha de sua irmã Deméter.
Pré Socráticos aos Medievais 11
• 3ª geração – Com o desaparecimento da potência criadora e selvagem das duas primeiras gerações, surge uma acomodação cada um em seu domínio.
• DEUSES OLÍMPICOS DE FORMA TOTALMENTE HUMANA.
• HEFESTO - Protetor do fogo e dos metais, era deficiente, o que não o impediu de se casar com...
• AFRODITE - A deusa da beleza e do amor nasceu da espuma do mar depois que Cronos jogou na água os testículos de Urano. Traiu Hefesto várias vezes.
• ARES - Deus da guerra e um dos amantes de Afrodite. Representava a fúria do espírito guerreiro.
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Adendos •Cosmogonia - κοσμογονία (de κόσμος "Cosmos, Universo”) (γονία “Nascimento”) Abrange lendas e teorias sobre o Nascimento do universo.
•Teogonia - (em grego: Θεογονία [theos, deus + gonia, nascimento]
•Cosmologia - (do grego κοσμολογία, κόσμος ="cosmos"/"ordem"/"mundo" + λογία="discurso"/"estudo") é o ramo da astronomia que estuda a origem, estrutura e evolução do Universo a partir da aplicação de métodos científicos.
•Teofania - é um conceito de cunho teológico que significa a manifestação de Deus em algum lugar, coisa ou pessoa. Tem sua etimologia enraizada na língua grega: "theopháneia" ou "theophanía".
Pré Socráticos aos Medievais 13
Modelo geral seguido pelas cosmogonias dos primeiros filósofos:
• 1) No começo há o Caos, isto é, um estado de indeterminação ou de indistinção em que nada aparece (vazio primordial);
Pré Socráticos aos Medievais 14
CAOS
TÁRTARO GAIA EROS NIX EREBO
• 2) dessa unidade primordial vão surgindo, por segregação e separação, pares de opostos – quente-frio, seco-umido - que diferenciarão as quatro regiões principais do mundo ordenado (cosmos), isto é, o céu de fogo, o ar frio, a terra seca e o mar úmido;
Pré Socráticos aos Medievais 15
Modelo geral seguido pelas cosmogonias dos primeiros filósofos:
• 3) os opostos começaram a se reunir, a se mesclar, a se combinar, mas, em cada caso, um deles é mais forte que os outros e triunfa sobre eles, sendo o elemento predominante da combinação realizada; desta combinação e mescla nascem todas as coisas, que seguem um ciclo de repetição interminável.
Pré Socráticos aos Medievais 16
Modelo geral seguido pelas cosmogonias dos primeiros filósofos:
Filme – Confronto do Deuses
Pré Socráticos aos Medievais 17
O surgimento da Filosofia
• Pensadores gregos:
– Verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso;
– Verdade podia ser conhecida por todos por meio das operações mentais de raciocínio;
– Linguagem respeita as exigências do pensamento;– Conhecimentos verdadeiros podem ser transmitidos
e ensinados a todos.
• A pergunta feita pelas cosmogonias é sempre a mesma: como do caos surgiu o mundo
ordenado (cosmos)? • As cosmogonias respondem a essa pergunta
fazendo uma genealogia dos seres, isto é, por meio da personificação dos elementos ( água, ar, terra, fogo) e de relações sexuais entre eles
explicam a origem de todas as coisas e a ordem do mundo.
Pré Socráticos aos Medievais 19
O surgimento da Filosofia
os primeiros filósofos
Não fazem cosmogonias e sim
cosmologias. Pré Socráticos aos Medievais 20
Características• Tendência à racionalidade• Recusa de explicações preestabelecidas• Tendência à argumentação• Capacidade de generalização• Capacidade de diferenciação = análise
Legado filosófico grego
• Conhecimento = leis e princípios universais– Verdade = provas ou argumentos racionais– Conhecimento não se impõe aos outros– Conhecimento deve ser compreendido por todos– Capacidade de pensar e conhecer é a mesma em todos os
seres humanos– Conhecimento só é verdadeiro quando explica
racionalmente seus objetos
• Natureza segue uma ordem necessária– Opera obedecendo a leis e princípios necessários e
universais;– Essas leis podem ser plenamente conhecidas pelo
nosso pensamento.
• Surgimento da cosmologia• Surgimento da física
Legado filosófico grego
• A razão (ou o nosso pensamento) também opera obedecendo a princípios, leis, regras e normas universais e necessários.– Podemos distinguir o que é verdadeiro do falso;– Razão obedece à lei da identidade, da diferença, da
contradição e da alternativa.
Legado filosófico grego
• O agir humano exprime a conduta de um ser racional dotado de vontade e de liberdade– As práticas humanas não se realizam por imposições
misteriosas e incompreensíveis (forças secretas, invisíveis, divinas e impossíveis de serem conhecidas)
Legado filosófico grego
• Seres humanos naturalmente aspiram:– Ao conhecimento verdadeiro (pois são seres
racionais)– À justiça (pois são seres dotados de vontade livre)– À felicidade (pois são seres dotados de emoções e
desejos)
Os seres humanos instituem valores pelos quais dão sentido às suas vidas e às suas ações.
Legado filosófico grego
Dos Pré-Socráticos aos Medievais
27Pré Socráticos aos Medievais
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO...??• O Mito pretende narrar como as coisas eram ou tinham sido
no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente.
• O Mito aceita contradições e mesmo assim, era tido como verdadeiro.
• A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são;
• Não admite contradições – exige explicação coerente e racional.
28Pré Socráticos aos Medievais
• A Ciência Moderna não mostra a verdade das coisas em si mesmas; a ciência apresenta apenas modelos teóricos provisórios que tentam explicar a realidade. Essas ‘verdades’ que a ciência apresenta duram enquanto não surgirem outros modelos teóricos melhores
Pré Socráticos aos Medievais 29
Os Pré-socráticos
30Pré Socráticos aos Medievais
Os primeiros Filósofos/Cientistas: Filósofos da Natureza. Cerca de 550 a.C..
Interesse: Desvendar os fenômenos da natureza, as transformações
da natureza.
Estudar o Cosmos e o surgimento da vida.
Tales de Mileto, Pitágoras de Samos,
Anaximandro de MiletoAnaxímenes de Mileto
Heráclito de ÉfesoParmênidesDemócrito
31Pré Socráticos aos Medievais
> Investigação cosmológicas (racionais)
>Investigavam a natureza e os processos naturais
>perceberam o dinamismo das mudanças que ocorrem na physis - realidade primeira, originária e fundamental (natureza).
>procuravam uma substância básica, um princípio primordial (arché) causa de todas as transformações da natureza
OS PRÉ-SOCRÁTICOS FILÓSOFOS DA NATUREZA (NATURALISTAS) OU FISICISTAS
32Pré Socráticos aos Medievais
• Encontraram respostas diversas.
• Não queriam recorrer ao mito.
• Os primeiros a dar um passo na forma científica de pensar.
33Pré Socráticos aos Medievais
• A palavra grega Physis pode ser traduzida por natureza, mas seu significado é mais amplo. Refere-se também à realidade, não aquela pronta e acabada, mas a que se encontra em movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve, o fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna.
34Pré Socráticos aos Medievais
• Para os filósofos pré-socráticos, a arché ou arqué (ἀρχή; origem), seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim de tudo. Princípio pelo qual tudo vem a ser.
35Pré Socráticos aos Medievais
Os três primeiros filósofos que
surgiram foram da cidade de Mileto
36Pré Socráticos aos Medievais
Tales de Mileto (624 – 546 a.C)
Queria descobrir um elemento físico que fosse constante em todas as coisas.
37Pré Socráticos aos Medievais
Água
• Observando a vida animal e vegetal concluiu que a água, ou o úmido, é o princípio de todas as coisas.
• somente a água permanece basicamente a mesma, em todas as transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes estados.
38Pré Socráticos aos Medievais
Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.)
39Pré Socráticos aos Medievais
• Introduziu o conceito de arché para designar o primum, a realidade primeira e última das coisas.
• A arché para ele é algo que transcende os limites do observável.
• Denominou-o apeíron, termo grego que significa “indeterminado”, “o infinito”
• O ápeiron seria a “massa geradora” dos seres, contendo em si todos os elementos contrários.
40Pré Socráticos aos Medievais
Anaxímenes de Mileto(588-524 a.C)
41Pré Socráticos aos Medievais
• Admitia que a origem é indeterminada, mas não acreditava em seu caráter oculto.
• Tentou uma possível conciliação entre as concepções de Tales e as de Anaximandro.
• concluiu ser o ar o princípio de todas as coisas.
42Pré Socráticos aos Medievais
O Ar• o ar é a própria vida, a força vital, a divindade
que “anima” o mundo, aquilo que dá testemunho à respiração.
43Pré Socráticos aos Medievais
Heráclito de Éfeso 544-484 a.C
• Concebia a realidade do mundo como algo dinâmico, em permanente transformação.
• A vida era impulsionada pela luta das forças contrárias.
• É pela luta dessas forças que o mundo se modifica e evolui.
44Pré Socráticos aos Medievais
Origem do Cosmos:• FOGO
• O fogo é um elemento natural que gera transformações nos seres, nesse sentido, o fogo está presente em todo o cosmos pois tudo está em constante transformação.
45Pré Socráticos aos Medievais
O SER É e NÃO É
• Tudo está numa infinita transformação. Por isso, não podemos entrar em um rio duas vezes, o rio muda no passar de um segundo, assim como nós mesmos.
• O ser é e não é.• Devir: Eterna Transformação.
46Pré Socráticos aos Medievais
“Devir” - vir a ser
• “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, pois na segunda vez não somos os mesmo, e também o rio mudou.
47Pré Socráticos aos Medievais
Luta dos contrários• Belo e feio Alegria e a tristeza
• Bem e mal
48Pré Socráticos aos Medievais
• só a mudança e o movimento são reais
• identidade das coisas iguais a si mesmas é ilusória
• Nessa dualidade, que é uma guerra, no fundo é harmonia entre os contrários
• O que mantém o fluxo do movimento é a luta dos contrários, pois “a guerra é pai de todos, rei de todos”
49Pré Socráticos aos Medievais
Doutrina dos contrários
• O ser é múltiplo, por estar constituído de oposições internas.
• a forma do ser é devir pelo qual todas as coisas são sujeitas ao tempo e à sua relativa transformação
• Heráclito chamou seu princípio de logos, que significa regra segunda a qual todas as coisas se realizam e lei comum que a todos governa – incluiu racionalidade e inteligência.
50Pré Socráticos aos Medievais
Escola itálica
• Pitágoras de Samos• Filolau• Arquitas de Tarento.
51Pré Socráticos aos Medievais
Pitágoras de Samos (570-490 a.C.)
• Fundador de poderosa sociedade de caráter religioso e filosófico - Sociedade pitagórica
• As contribuições da escola pitagórica são encontradas matemática, música e astronomia.
52Pré Socráticos aos Medievais
Πυθαγόρας
53Pré Socráticos aos Medievais
Número• a essência de todas as
coisas reside nos números, os quais representam a simetria ordem, harmonia, limitado e ilimitado.
54Pré Socráticos aos Medievais
Fundamento de tudo é o NÚMERO !!!
# não abstrato, # elemento essencial da realidade, # dimensão espacial, # par, ímpar e par-ímpar, # harmonia.
55Pré Socráticos aos Medievais
• Acreditava na divindade do número.
• O um é o ponto, o dois determina a linha, o três gera a superfície e o quatro produz o volume.
• Os números constituem a essência de todas as coisas segundo sua doutrina, e são a verdade eterna.
56Pré Socráticos aos Medievais
Filolau
• Discípulo de Pitágoras, segue a doutrina pitagórica.
57Pré Socráticos aos Medievais
Arquitas de Tarento
• Representante da escola pitagórica de grande destaque
• um dos responsáveis por mudanças fundamentais na matemática do quinto século antes de Cristo.
58Pré Socráticos aos Medievais
Escola Eleata
• Parmênides de Eléia
• Zenão.
59Pré Socráticos aos Medievais
Parmênides de Eléia: o ser é imóvel(540-470 a.C.)
• o principal expoente da chamada escola eleática.
• critica a filosofia heraclitiana.
• ao “tudo flui”, contrapõe a imobilidade do ser.
• Arché- “o ser é”
60Pré Socráticos aos Medievais
Defendia a existência de dois caminhos para a compreensão da realidade – expressou esse pensamento no poema Sobre a Natureza.
• caminho da razão, que permite encontrar a Verdade, imutável e perfeita (épistêmê)
• o dos sentidos, ou da Opinião (doxa) que só nos permite conhecer as aparências das coisas, confusas e contraditórias
61Pré Socráticos aos Medievais
O ser e o não serO caminho da verdade nos leva a compreender que:
• “o ser é” - e o “não ser não é” - o não ser não pode ser conhecido.
• O ser, portanto, é e deve ser afirmado, o não-ser não é e deve ser negado, e esta é a verdade
• o ser é a única coisa pensável e exprimível• o ser é único, imutável, incriado e eterno.
62Pré Socráticos aos Medievais
Mundo sensível e mundo inteligível
• o movimento existe apenas no mundo sensível, e a percepção pelos sentidos é ilusória.
• Só o mundo inteligível é verdadeiro, pois está submetido ao princípio que hoje chamamos de identidade e de não-contradição.
63Pré Socráticos aos Medievais
• Uma das conseqüências dessa teoria é a identidade entre o ser e o pensar:o que não conseguir pensar não pode ser na realidade.
Penso, logo sou! Descartes
64Pré Socráticos aos Medievais
Adendo• Pode-se também pensar que a filosofia de Parmênides, isto é, a do
imobilismo universal ou teoria do repouso absoluto, foi usada pelas tradições religiosas (principalmente a cristã) para descrever Deus e o
céu. Notem que, em geral, os mortos são enterrados com máximas que dizem: “Aqui jaz (repousa) fulano...”. Deus seria esse princípio Uno e Todo sem partes divididas ou vazias que deveria ser compreendido, através do pensamento, como princípio de todo o conhecimento. É
também interessante notar como a identidade entre SER e PENSAMENTO e LINGUAGEM, de Parmênides também associa-se com a
tradição do Antigo Testamento. Neste, Deus se revela como o VERBO. Em grego, o verbo é o LÓGOS, é palavra, discurso e razão. E se para
Parmênides o lógos é também o pensar e o ser, então é a divindade que fala e que fornece a base para conhecermos, isto é, a via da verdade é a
razão, o lógosdivino. Por isso, Parmênides concebe o ser de forma circular, pois é, entre os gregos, a forma da perfeição.
65Pré Socráticos aos Medievais
Zenão
• o que se move sempre está no mesmo agora
• Tenta demonstrar que a própria noção de movimento era inviável e contraditória
• paradoxo de Zenão, que se refere à corrida de Aquiles com uma tartaruga
66Pré Socráticos aos Medievais
Aquiles e a tartaruga• Zenão sabia que Aquiles
pode alcançar a tartaruga ele pretendia demonstrar as conseqüências paradoxais de encarar o tempo e o espaço como constituídos por uma sucessão infinita de pontos e instantes individuais consecutivos
67Pré Socráticos aos Medievais
Isso demonstram as dificuldades por que passou o pensamento racional para compreender conceitos como :
• movimento, espaço, tempo e infinito
68Pré Socráticos aos Medievais
Escola pluralista
• Empédoclis de Agrigento: água, fogo, ar e terra.
• Anaxágoras de Clazómena• Leucipo de Abdera• Demócrito de Abdera
69Pré Socráticos aos Medievais
Empédoclis de Agrigento
• arché: água, fogo, ar e terra.• elementos são movidos e
misturados de diferentes maneiras em função de dois princípios universais opostos
70Pré Socráticos aos Medievais
• Amor (philia, em grego) – responsável pela força de atração e união e pelo movimento de crescente harmonização das coisas;
• ódio (neikos, em grego) – responsável pela força de repulsão e desagregação e pelo movimento de decadência, dissolução e separação das coisas.
71Pré Socráticos aos Medievais
• Aceitava de Parmênides a racionalidade que afirma a existência e permanência do ser
• procurava encontrar uma maneira de tornar racional os dados captados por nossos sentidos.
72Pré Socráticos aos Medievais
Anaxágoras de Clazómena
• propôs, um princípio que atendesse tanto às exigências teóricas do "ser" imutável, quanto à contestação da existência das múltiplas manifestações da realidade.
• faz da multiplicidade o principal objeto do seu pensamento,
• manifestando-se acerca da natureza do múltiplo:
73Pré Socráticos aos Medievais
Arché: nous
• Nous:a força motriz que formou o mundo a partir do caos original, iniciando o desenvolvimento do cosmo.
é ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais, age sobre as homeomerias (sementes) ordenando-as e
constituindo o mundo sensível
• Homeomerias: sementes que dão origem a realidade na pluralidade de manifestações
74Pré Socráticos aos Medievais
Leucipo de Abdera
• Primeiro professor da escola atomista.
• Não se tem muito informação sobre ele.
75Pré Socráticos aos Medievais
Demócrito de Abdera(430-370)
• Responsável pelo desenvolvimento do atomismo
• todas as coisas que formam a realidade são constituídas por partículas invisíveis e indivisíveis
(Δημόκριτος)
76Pré Socráticos aos Medievais
"Tudo que existe no universo é fruto do acaso e da necessidade"
Tudo o que existe é composto por elementos indivisíveis chamados Átomos
Demócrito avançou também com o conceito de um Universo Infinito, onde existem muito outros mundos
como o nosso.
Uma coisa nasce quando se produz um certo agrupamento de átomos; desaparece quando esse grupo se desfaz, muda quando muda a situação ou a disposição desse grupo ou quando uma parte é substituída por outra. Cresce quando Ihe são acrescentados novos átomos. Toda ação de uma coisa sobre outra se produz pelo choque dos átomos.
77Pré Socráticos aos Medievais
• Para ele, o átomo seria o equivalente ao conceito de ser em Parmênides.
• Tudo tem uma causa. E os átomos são a causa última do mundo.
78Pré Socráticos aos Medievais
Os SOFISTASOs mestres da argumentação
79Pré Socráticos aos Medievais
• NOVA FASE FILOSÓFICA
caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas relações políticas do homem com a
sociedade.
80Pré Socráticos aos Medievais
• Eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos
práticos de filosofia.
81Pré Socráticos aos Medievais
• Levando em consideração os interesses dos alunos, ensinavam:
ELOQÜÊNCIA E SAGACIDADE MENTAL, HABILIDADE RETÓRICA..
Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso nos negócios públicos e
privados.
82Pré Socráticos aos Medievais
Objetivo:desenvolvimento da argumentação,
da habilidade retórica,
83Pré Socráticos aos Medievais
• Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembleias
democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam necessidade de aprender
a arte de argumentar em público para conseguir persuadir em assembleias e, muitas
vezes, fazer prevalecer seus interesses individuais e de classe.
84Pré Socráticos aos Medievais
mundodafilosofia.com85Pré Socráticos aos Medievais
Protágoras de Abdera: o homem como medida de todas as coisas;
• Aprofundou o subjetivismo relativista de Protágoras a ponto de defender o ceticismo absoluto.
• Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como principio básico de sua doutrina a idéia de que o homem é a medida de tudo que existe. 86Pré Socráticos aos Medievais
• Todas as , coisas são relativas aos homem, isto é, o mundo é o que o homem constrói e destrói.
• Por isso não haveria verdades absolutas. A verdade seria relativa a determinada pessoa, grupo ou cultura.
87Pré Socráticos aos Medievais
Protágoras de Abdera
Górgias
88Pré Socráticos aos Medievais
Górgias de Leontini: o grande Orador
• Aprofundou o subjetivismo relativista de Protágoras a ponto de defender o ceticismo absoluto.
• Afirma que: a) nada existe;b) se existisse, não poderia ser conhecido; c) mesmo que fosse conhecido, não poderia ser comunicado a ninguém.
89Pré Socráticos aos Medievais
• Essas características dos ensinamentos dos sofistas favoreceram o surgimento de concepções filosóficas relativistas sobre as coisas.
• o relativismo de suas teses fundamenta-se numa concepção flexível sobre os homens, a sociedade e a compreensão do real.
• Para os sofistas, as opiniões humanas são infindáveis, diversas e não podem ser reduzidas a uma única verdade. Assim, não existiriam valores ou verdades absolutas.
90Pré Socráticos aos Medievais
• o termo sofista significa “sábio”. Entretanto, com o decorrer do tempo,
ganhou o sentido de “impostor”, devido às críticas de Platão.
91Pré Socráticos aos Medievais
• Considerou-se a sofística - a arte dos sofistas - apenas uma atitude viciosa do
espírito, uma arte de manipular raciocínios, de produzir o falso, de iludir
os ouvintes, sem qualquer amor pela verdade.
92Pré Socráticos aos Medievais
•A verdade, em grego – aletheia - a manifestação daquilo que é, o não-oculto, se opõe a pseudos que significa o falso, aquilo que se esconde, que ilude.
Os sofistas parecem não buscar a aletheia, se contentam com pseudos. Tanto assim, que se usa a palavra sofisma, derivada de sofista, para designar um raciocínio aparentemente correio,
mas que na verdade é falso ou inconclusivo, geralmente formulado com o objetivo de
enganar alguém.93Pré Socráticos aos Medievais
Quem foi Sócrates?• Local:
Atenas.
• Nascimento: 470 a.C.
• Falecimento: 339 a.C.
• Escola/tradição: Filosofia Grega.
• Principais interesses: Ética, Epistemologia, Virtude.
Sócrates
94Pré Socráticos aos Medievais
Quem foi Sócrates?
• Idéias notáveis: Ironia, Método Socrático.
• Influências: Anaxágoras, Parmênides, Pródigo.
• Influenciados:Platão, Aristóteles, Aristipo de Cirene, Antístenes, Filosofia Ocidental.
95Pré Socráticos aos Medievais
Método Socrático
• Sócrates é considerado o “Pai da Filosofia” por procurar atingir a verdade a partir da prática filosófica do diálogo.
• Para ele a busca pelo conhecimento verdadeiro passava pelas questões humanas, pela reflexão sobre o Homem.
• Diferencia-se dos filósofos anteriores que procuravam refletir sobre a natureza ou praticar a retórica.
96Pré Socráticos aos Medievais
Método SocráticoDiálogo Teeteto de Platão:
Filósofo como sendo uma parteira: seu objetivo era dar à luz Idéias!
MAIÊUTICA:
A verdade é acessível a todos e o filósofo (como a parteira) auxilia o encontro com a verdade, por meio
das perguntas, do diálogo!
97Pré Socráticos aos Medievais
Sócrates e a Maiêutica
• Quando se diz que a maiêutica é a arte de dar à luz as idéias, está se subentendendo que o conhecimento
está dentro da pessoa e por meio maiêutica ela vai “parir” o
conhecimento.
98Pré Socráticos aos Medievais
Método SocráticoO primeiro passo para se chegar a verdade era reconhecer a própria
ignorância!
Só sei que nada sei!Conhece-te a ti mesmo!
Usava a Ironia nos diálogos para abalar as crenças e expor a fragilidade das argumentações.
99Pré Socráticos aos Medievais
Sócrates e a Maiêutica• Maiêutica: método para chegar ao conhecimento.
• Para Sócrates o papel do filósofo fazer com que as pessoas chegassem ao conhecimento e para isso criou
a maiêutica.
• Sócrates tinha um método de diálogo para levar o seu interlocutor (pessoas com quem estava debatendo) a
perceber por si só sua própria ignorância sobre os assuntos tratados.
100Pré Socráticos aos Medievais
Sócrates
• Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a
essência da natureza da alma humana.
101Pré Socráticos aos Medievais
Sócrates• Para viver bem (de acordo com a virtude) é preciso ser sábio.• Como atingir a sabedoria?
• Para Sócrates a sabedoria é fruto de muita investigação que começa pelo conhecimento de si mesmo.
• Segundo ele, deve-se seguir a inscrição do templo de Apolo: conhece-te a ti mesmo.
• À medida que o homem se conhece bem, ele chega à conclusão de que não sabe nada.
• Para ser sábio, é preciso confessar, com humildade, a própria ignorância. Só sei que nada sei, repetia sempre Sócrates.
102Pré Socráticos aos Medievais
• Por meio da ironia, fazendo perguntas e respondendo as perguntas com outras
perguntas, levava o interlocutor a cair em contradição, Sócrates o conduzia a
confessar a própria ignorância.
• Uma vez confessada a ignorância, o interlocutor estaria disposto a percorrer o
caminho da verdade.
103Pré Socráticos aos Medievais
• A ironia pode ter um significado depreciativo, sarcástico ou de zombaria,
mas no grego, quer dizer “interrogação”, e Sócrates fazia isso e no decorrer do
dialogo
104Pré Socráticos aos Medievais
O Destino de Sócrates
• A maior arte de Sócrates era a investigação, feita com o auxílio de
seus interlocutores. Aquele que investiga, questiona. Aquele que
questiona, perturba a ordem estabelecida. Isso faz surgir muitos
inimigos de Sócrates.
105Pré Socráticos aos Medievais
• Sócrates é acusado de corromper a juventude e de desprezar os deuses da cidade. Com base nessas acusações
ele é condenado a beber cicuta (veneno extraído de uma planta do mesmo
nome). Segundo testemunho de Platão em Apologia de Sócrates, ele ficou
imperturbável durante o julgamento e, no final, ao se despedir de seus
discípulos, ele diz:Já é hora de irmos; eu para a morte, vós para
viverdes. Quanto a quem vai para um lugar melhor, só deus sabe.
106Pré Socráticos aos Medievais
Platão
107Pré Socráticos aos Medievais
Platão• É filho de uma nobre família ateniense e seu nome
verdadeiro é Arístocles. Seu apelido de Platão é devido à sua constituição física e significa “ombros largos”. Ele foi discípulo de Sócrates e após a sua morte, fez muitas viagens, ampliando sua cultura e suas reflexões.
• Por volta de 387 a.C., Platão fundou sua própria escola de filosofia, nos jardins construídos pelo seu amigo Academus, o que deu à escola o nome de Academia. É uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo ocidental.
108Pré Socráticos aos Medievais
• Platão, diferentemente se Sócrates, tinha o hábito de escrever sobre suas idéias. Foi ele quem resgatou boa parte do pensamento de seu mestre Sócrates.
• Platão não andava promovendo debates pelos locais públicos como seu mestre, mas ao contrário, fundou uma academia de filosofia.
• Devido a isso, Platão era mais restrito, pois para chegar a ele somente quem pudesse entrar na academia, ou seja, os filhos dos aristocratas da época.
109Pré Socráticos aos Medievais
Platão• Do mundo sensível das opiniões ao mundo
inteligível das idéias.
• Segundo Platão, os sentidos só podem nos fornecer o conhecimento das sombras da verdadeira
realidade, e através deles só conseguimos ter opiniões.
• O conhecimento verdadeiro se consegue através da dialética, que é a arte de colocar à prova todo conhecimento adquirido, purificando-o de toda
imperfeição para atingir a verdade.110Pré Socráticos aos Medievais
Platão e a Teoria das ideias
• Ele procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. O processo de
conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das
sombras e aparências para o mundo das idéias e essências.
111Pré Socráticos aos Medievais
• Para atingir esse mundo, o homem não pode ter apenas “amor às opiniões”, precisa
possuir um “amor ao saber”.
112Pré Socráticos aos Medievais
• Platão, assim como seu mestre Sócrates, acreditava que o conhecimento era inato ao ser humano, ou seja, todo o conhecimento estava na pessoa, bastava exercitar ou refletir para “relembrar” as respostas dos questionamentos.
113Pré Socráticos aos Medievais
Mito da Caverna
114Pré Socráticos aos Medievais
Mito da CavernaExplicação:
• As sombras que os homens enxergam no fundo da caverna representam as aparências da realidade e não a realidade em si. Mas aqueles homens que foram, desde a infância, acostumados a crer que as sombras eram a realidade, não podiam imaginar que a realidade verdadeira estava lá fora.
• Quando um desses homens consegue escapar da caverna e tem contato com o mundo verdadeiro, ele percebe que as projeções na parede nada mais são do que uma ilusão, pois a realidade das coisas era outra. O homem cai em si e entende que sempre foi enganado pelas sombras.
115Pré Socráticos aos Medievais
O mito da caverna representa as etapas da educação de um filósofo, ao sair do mundo das sombras (das aparências) para alcançar o conhecimento verdadeiro.
Após essa experiência ele deve voltar à caverna e para orientar os demais e assumir o governo
da cidade.
116Pré Socráticos aos Medievais
Dois pontos de vista a analise da caverna:
• O político: com retorno do filósofo-político que conhece a arte de governar;
• Epistemológico: quando o filósofo volta para despertar nos outros o verdadeiro.
117Pré Socráticos aos Medievais
118Pré Socráticos aos Medievais
119Pré Socráticos aos Medievais
120Pré Socráticos aos Medievais
121Pré Socráticos aos Medievais
Platão distingue dois tipos de conhecimento:O sensível e o inteligível.
• Na ilustração da caverna vemos:
1. As sombras: a aparência sensível das coisas;2. As marionetes: a representação de animais,
plantas...;3. O exterior da cave;rna: a realidade das ideias;4. O Sol: suprema ideia do bem.
122Pré Socráticos aos Medievais
O muro representa a separação de dois tipos de conhecimento:
O sensível As duas primeiras realidades
O inteligível As duas últimas
123Pré Socráticos aos Medievais
Platão e o Mundo das Ideias- Idealismo• Explicou o mundo das idéias através do Mito
da Caverna contido em A República.
Mundo dos Idéias
Mundo Sensível
Real; supra-sensível; causa o mundo sensível; contém idéias, o verdadeiro ser das coisas; possui hierarquia; a idéia de Bem e Uno ocupa o ápice.
Part
icip
a do
Não se explica a si mesmo; cópia imperfeita do mundo das idéias; existe por participação.
Cf. Mito da Caverna.
124Pré Socráticos aos Medievais
Platão e a Alma
A alma é composta de 3 partes;
*Vegetativa ou apetitiva: desejo de prazer sensível.*Irascível: superação do prazer sensível para obter o bem árduo.*Racional: corresponde ao cérebro: superior deve subjugar todas as outras.
125Pré Socráticos aos Medievais
Platão: Sociedade, Política e ArteConstrói um modelo de sociedade Justa.
Conceito de justiça para Platão: “a cada um faça o que lhe compete fazer”
A justiça só existe exteriormente se existir antes interiormente na alma.
O Estado deve ser governado por Filósofos, que seriam as pessoas mais prudentes e honestas para
alcançar o bem da cidade.
126Pré Socráticos aos Medievais
Platão: Sociedade, Política e ArteModelo da Sociedade Justa, onde cada um deveria desempenhar
uma função social.
Filósofos: mente do Estado. Deveriam possuir a virtude da sabedoria.
Guerreiros : o peito, o coração da sociedade; encarregados da defesa; não teriam direitos políticos. Deveriam possuir a virtude da fortaleza
Trabalhadores ou operários: encarregados da subsistência, não teriam nenhum direito político. Exercitariam a virtude da temperança.
127Pré Socráticos aos Medievais
Aristóteles
128Pré Socráticos aos Medievais
Ἀριστοτέλης
129Pré Socráticos aos Medievais
“Aristóteles representa o apogeu do pensamento filosófico grego, e o mesmo se pode dizer para a filosofia do direito.
Após sua morte, durante toda a Antiguidade e a Idade Média, suas reflexões jusfilosóficas foram tidas como o mais alto patamar de ideias sobre o direito e o justo já construídas”.
130Pré Socráticos aos Medievais
ALUNO DE PLATÃO.
131Pré Socráticos aos Medievais
A acentuada tendência platônica a uma construção filosófica ideal passa a ser amenizada no pensamento de Aristóteles, na medida em que a experiência é elemento fundamental de sua reflexão.
Filho de médico, desde a infância em contato com
a empiria nos casos clínicos, Aristóteles construiu sua filosofia tendo por base as realidade que se apresentavam ao seu estudo”.
132Pré Socráticos aos Medievais
Professor de Alexandre – o Grande.
133Pré Socráticos aos Medievais
Foi ao mesmo tempo......
- Filósofo;- Físico;- Biólogo;- Músico;- Professor;- Político;
134Pré Socráticos aos Medievais
CONHECIMENTO
• Aristóteles discorda de Platão e procura uma outra forma de definir o conhecimento.
• Antes de qualquer coisa, ele rejeita a proposta de que existem dois mundos, o sensível e o inteligível.
• Para ele podemos obter o conhecimento através de observações concretas, feitas no mundo real.
135Pré Socráticos aos Medievais
Para Aristóteles, o verdadeiro conhecimento é o conhecimento das causas, que pode superar o engano e explicar as mutações que ocorrem no mundo.
Ele utiliza a noção de substância como o suporte de todos os atributos, como “aquilo que é em si mesmo”.
136Pré Socráticos aos Medievais
O SER E A SUBSTÂNCIA
O conceito de ser não pode ser reduzido a um gênero, menos ainda a uma espécie.
As várias coisas que são ditas exprimem significados diversos do ser, mas, ao mesmo tempo, todas elas implicam a referência a algo uno, que é a substância.
Portanto, o centro unificador dos significados do ser é a substância (ousía). A substância, é o princípio em relação ao qual todos os outros significados
subsistem.137Pré Socráticos aos Medievais
Dentre os atributos que compõem uma substância, podemos destacar:
a) aquilo que é ESSENCIAL;b) aquilo que é ACIDENTAL.
Se tomarmos o homem como exemplo, veremos que ele tem propriedades que são acidentais, isto é, que podem variar (altura, peso, idade, aparência) e uma propriedade que não varia, ou seja, que é essencial: o homem é um ser racional.
138Pré Socráticos aos Medievais
Ainda para explicar a questão do movimento, Aristóteles propõe os conceitos de
ATO e POTÊNCIA.
Potência significa ausência de perfeição, a capacidade de se tornar alguma coisa.
Por exemplo: - A semente de laranja lançada na terra tem a potência de tornar-se uma laranjeira.
- O filhote de gato guarda em si a capacidade de tornar-se adulto e procriar.
139Pré Socráticos aos Medievais
Os ciclos que compõem a vida de cada ser vão se atualizando, isto é, a potência dentro deles
vai se realizando. O que Aristóteles chama de ATO constitui
cada uma das etapas pelas quais a potência vai se atualizando.
Todo ser tende a tornar atual a forma que tem em si mesmo como potência.
Portanto, o movimento é a passagem da potência para o ato.
140Pré Socráticos aos Medievais
• As Quatro Causas• • Segundo Aristóteles, há quatro causas implicadas
na existência de algo:• - Causa material: daquilo que a coisa é feita
como, por exemplo, o ferro.• - Causa formal: é a coisa em si como, por
exemplo, uma faca de ferro.• - Causa eficiente: aquilo que dá origem a coisa
feita como, por exemplo, as mãos de um ferreiro.• - Causa final: seria a função para a qual a coisa
foi feita como, por exemplo, cortar carne.141Pré Socráticos aos Medievais
• Exemplo 1: A ESTÁTUA - A causa material é o mármore (isto é, do que
a coisa é feita);- A causa eficiente é o próprio escultor (aquilo
com que a coisa é feita);- A causa formal é a forma da estátua, seus
contornos, sua aparência (aquilo que a coisa vai ser)
- A causa final envolve a finalidade da estátua (aquilo para o qual a coisa é feita)
142Pré Socráticos aos Medievais
143Pré Socráticos aos Medievais
• Formas de governo, retórica (argumentação), etc.
• Em suma, ele organizou ou sistematizou praticamente todo conhecimento
acumulado até então.
144Pré Socráticos aos Medievais
• Principais obras de Aristóteles:• - Ética e Nicômano• - Política• - Órganon• - Retórica das Paixões• - A poética clássica• - Metafísica• - De anima (Da alma)• - O homem de gênio e a melancolia• - Magna Moralia (Grande Moral)• - Ética a Eudemo• - Física• - Sobre o Céu
145Pré Socráticos aos Medievais
Afinal O que é Filosofia
FILOSOFIA
Philo / Philia
Sophia
grego
= amizade, amor fraterno
= sabedoria
146Pré Socráticos aos Medievais
O que é Filosofia
FILOSOFIAAmizade pela sabedoria
Amor e respeito pelo saber
Indica um estado de espírito
Pessoa que ama, deseja o conhecimento147Pré Socráticos aos Medievais
O que é Filosofia
FILÓSOFO
Aquele que ama a sabedoria
Tem amizade pelo saber
Deseja saber
148Pré Socráticos aos Medievais
O nascimento da Filosofia
• Pitágoras = filósofo grego (séc.V a.C.)– responsável pela invenção da palavra “Filosofia” – Sabedoria plena e completa pertence aos deuses– Homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se
filósofos.
149Pré Socráticos aos Medievais
Pitágoras
JOGOS OLÍMPICOS
Comerciante
AtletasArtistas
Público
Satisfação da própria cobiçaSem interesse pelas disputas
Assistir os jogos e torneiosAvaliar o desempenho e julgar
o valor dos que competiam
150Pré Socráticos aos Medievais
O Filósofo
• Não é movido por interesses comerciais ou financeiros;
• Não coloca o saber como propriedade sua;
• Não é movido pelo desejo de competir;
• Não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores;
151Pré Socráticos aos Medievais
O Filósofo
• É movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar a vida;
• É movido pelo desejo de saber.
152Pré Socráticos aos Medievais
A Verdade
• Não pertence a ninguém;• Não é um prêmio conquistado por
competição;• Está diante de todos nós;• É algo a ser procurado;• É encontrada por todos aqueles que a
desejarem, que tiverem olhos para vê-la e coragem para buscá-la.
153Pré Socráticos aos Medievais
O surgimento da Filosofia
• Gregos– Começaram a fazer perguntas e buscar respostas
para a realidade;
Mundo
Natureza
Ser humano
Podem ser conhecidos pela razão humana
154Pré Socráticos aos Medievais
O surgimento da Filosofia
• Pensadores gregos:– Verdade do mundo e dos humanos não era algo
secreto e misterioso;– Verdade podia ser conhecida por todos por meio
das operações mentais de raciocínio;– Linguagem respeita as exigências do pensamento;– Conhecimentos verdadeiros podem ser transmitidos
e ensinados a todos.
155Pré Socráticos aos Medievais
Características
• Tendência à racionalidade• Recusa de explicações preestabelecidas• Tendência à argumentação• Capacidade de generalização• Capacidade de diferenciação = análise
156Pré Socráticos aos Medievais
Legado filosófico grego
• Conhecimento = leis e princípios universais– Verdade = provas ou argumentos racionais– Conhecimento não se impõe aos outros– Conhecimento deve ser compreendido por todos– Capacidade de pensar e conhecer é a mesma em todos os
seres humanos– Conhecimento só é verdadeiro quando explica
racionalmente seus objetos
157Pré Socráticos aos Medievais
Legado filosófico grego
• Natureza segue uma ordem necessária– Opera obedecendo a leis e princípios necessários e
universais;– Essas leis podem ser plenamente conhecidas pelo
nosso pensamento.
• Surgimento da cosmologia• Surgimento da física
158Pré Socráticos aos Medievais
Legado filosófico grego
• A razão (ou o nosso pensamento) também opera obedecendo a princípios, leis, regras e normas universais e necessários.– Podemos distinguir o que é verdadeiro do falso;– Razão obedece à lei da identidade, da diferença, da
contradição e da alternativa.
159Pré Socráticos aos Medievais
Legado filosófico grego
• O agir humano exprime a conduta de um ser racional dotado de vontade e de liberdade– As práticas humanas não se realizam por imposições
misteriosas e incompreensíveis (forças secretas, invisíveis, divinas e impossíveis de serem conhecidas)
160Pré Socráticos aos Medievais
Legado filosófico grego
• Seres humanos naturalmente aspiram:– Ao conhecimento verdadeiro (pois são seres
racionais)– À justiça (pois são seres dotados de vontade livre)– À felicidade (pois são seres dotados de emoções e
desejos)
Os seres humanos instituem valores pelos quais dão sentido às suas vidas e às suas ações.
161Pré Socráticos aos Medievais
162Pré Socráticos aos Medievais
Períodos da História da Filosofia
Filosofia Medieval Escolástica
Patrística
Renascimento
Período: queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV.
Guerras, a fome e as grandes epidemias.
O cristianismo propaga-se por diversos povos. Crenças e superstições.
A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos .163Pré Socráticos aos Medievais
Aspectos gerais Correntes da filosofia
medieval e principais representantes: Patrística (séc. II-V), com Agostinho de Hipona, e Escolástica (séc. IX-XV), com Tomás de Aquino.
A herança da filosofia antiga pagã foi adaptada à tradição cristã pelos teólogos da patrística, os chamados Padres da Igreja.
Os textos antigos foram preservados pelos monges medievais.
CRIS
TIAN
O PA
LAZZ
INI/S
HUTT
ERST
OCK
Castelo medieval de Cascassone, na França, em 2011
164Pré Socráticos aos Medievais
Patrística Os apologistas adaptaram os textos
platônicos, mais adequados à nova fé.
Principais temas: a natureza de Deus e da alma, a vida futura, o confronto entre o bem e o mal, a noção de pecado e de salvação, a questão do tempo.
Agostinho de Hipona redigiu: Confissões, De magistro, A cidade de Deus, Sobre a trindade, entre outras obras.
Santo Agostinho, quadro de Piero della Francesca, século XV
BRID
GEM
AN/K
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165Pré Socráticos aos Medievais
• Período: do século I até o século VII • a criação do mundo por Deus,• pecado original,• Deus e a trindade una,• encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição,• origem do mal, já que tudo foi criado por Deus.
Filósofos:Santo Ireneu, Tertúliano, Justino, Clemente de Alexandria,
Orígenes, Gregório de Nazianzo, Basílio Magno, Gregório de Nissa
Destaque: Santo Agostinho.
166Pré Socráticos aos Medievais
Agostinho foi o primeiro a usar o conceito de livre-arbítrio, como faculdade da razão e da vontade.
Para ele, o mal não tem uma existência real, mas é uma carência, a ausência do Bem.
Desenvolveu a teoria da iluminação, segundo a qual possuímos as verdades eternas porque as recebemos de Deus.
O tempo é percebido pela nossa consciência, na qual o passado existe como memória e o futuro, como expectativa.
Ao discutir sobre as relações entre política e religião, refere-se às duas cidades, a “cidade de Deus” e a “cidade terrestre”.
Agostinho de Hipona
167Pré Socráticos aos Medievais
Escolástica A escolástica sofreu influência
decisiva do aristotelismo.
Principal representante da escolástica: Tomás de Aquino, século XIII, auge da escolástica.
As universidades foram importantes como foco de fermentação intelectual.
Principais temas: prova da existência de Deus, criação do mundo, verdade, ética, imortalidade da alma, política.
São Tomás de Aquino, pintura de Adam Elsheimer, século XVI
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168Pré Socráticos aos Medievais
• Período:do século XIII ao século XIV
• a questão da razão e da fé, da filosofia e da teologia.
• As investigações científicas e filosóficas não poderiam contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica
• a prova da existência de Deus e da imortalidade da alma, ou seja, a prova racional da existência do criador e do espírito imortal
Filósofos:Boaventura. Alberto Magno. Mestre Eckhart. Nicolau de Cusa. Santo
Anselmo. Pedro Abelardo
Destaque: Santo Tomás de Aquino169Pré Socráticos aos Medievais
A questão dos universais
O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas.
A questão era: os universais seriam realidades, ideias ou apenas palavras?
Principais respostas: realismo (Anselmo), realismo moderado (Tomás de Aquino), nominalismo (Guilherme de Ockham) e conceptualismo (Pedro Abelardo).
170Pré Socráticos aos Medievais
Tomás de Aquino
A grande síntese aristotélico-tomista expressa-se na obra Suma Teológica.
Aquino prioriza a fé, mas valoriza a importância da razão. Na teoria do conhecimento, reconhece a participação dos
sentidos e do intelecto. Diferentemente de Aristóteles, destaca a imortalidade
da alma. Aquino segue de perto a ética aristotélica, mas, segundo ele,
pela revelação e pela fé, pode-se alcançar uma felicidade mais alta.
171Pré Socráticos aos Medievais
Provas da existência de Deus As “cinco vias” são baseadas nas provas aristotélicas
sobre a causa primeira, o Primeiro Motor Imóvel.
São elas: o movimento, a causa eficiente, a contingência, os graus de perfeição, a causa final.
172Pré Socráticos aos Medievais