Post on 26-Dec-2015
GUITARRA
PRIMEIROS SOCORROS
ALEXANDRE BERNI ISIS M. CORREIA
PASSOS SIMPLES PARA A MANUTENÇÃO E REGULAGEM BÁSICAS DO SEU INSTRUMENTO
PARA A SAÚDE DA
1 MANUTENÇÃO BÁSICA DA
GUITARRA Limpando a escala Pág
06
Polindo os trastes Pág 07
De olho nas tarraxas Pág 8
Potenciômetro, chave e jack Pág 09
Verificando captadores Pág 10
Limpando a ponte Pág 11
Limpando a madeira Pág 12
Conservando as cordas Pág 13
2 SEM TENSÃO COM O TENSOR Regulando o tensor com a régua Pág
18
Regulando o tensor com capotraste Pág 19
3 PONTES PRA QUE TE QUERO Regulando pontes fixas Pág
23
Regulando pontes Floyd Rose Pág 26
4 CAPTANDO OS CAPTADORES
Substituindo captadores e potenciômetros Pág
35
5 TARRAXAS: A HORA DO APERTO Entendendo as tarraxas Pág
45
SUMÁRIO
Todo guitarrista iniciante, além de se empenhar nos primeiros passos dentro do maravilhoso universo do instrumento pode, ou ao menos deveria, se preocupar também em ter conhecimento suficiente para fazer a manutenção e regulagens mais simples de sua própria guitarra. Pequenas tarefas como ajustar tarraxas e cordas são capazes de garantir mais autonomia ao músico que não se torna refém de um luthier a todo instante. O e-book
Primeiros Socorros para a Saúde da Guitarra é um guia prático
com dicas de manutenção que a SANTO ANGELO dedica aos que pretendem explorar as lições básicas de conservação, reparo e melhorias do instrumento. O formato virtual não é a toda: foi pensando por facilitar o acesso às informações e permitir guiar o leitor para vídeos e conteúdos interessantes externos ao livro.
Boa leitura e excelentes acordes.
PEQUENOS REPAROS GRANDES AJUSTES
01
Assim como todo motorista deve aprender a trocar o pneu do próprio carro, todo guitarrista deve ser capaz de fazer a regulagem e manutenção
simples da sua guitarra. “
posto que muitos achariam estranho se um mecânico
dissesse desconhecer como se troca o pneu de um
carro. Pois tão estranho quanto isso é um guitarrista
manifestar desconhecimento sobre as regulagens e
manutenções mais simples do instrumento, aquele tipo de
serviço básico que não requer a mão de obra de um luthier
e que livra o músico do inconveniente de ficar dias separado
de seu objeto musical evitando que ele siga para uma oficina.
O guitarrista tem de ser capaz de dar os primeiros socorros
ao seu instrumento!
Num país tão cheio de contrastes econômicos e sociais,
encontrar um profissional capacitado em consertar guitarras
pode não ser tarefa das mais fáceis e, por isso, saber regular
seu instrumento lhe garante ainda mais autonomia sobre ele.
Nos grandes centros, o problema já é outro: nem sempre se
consegue um espaço na agenda disputada dos luthiers ou,
com oferta tão sortida de técnicos, infelizmente, não é todo
dia que chegamos às melhores mãos.
Nunca é demais dizer que, em alguns casos, nem todo
capricho, carinho e dedicação do mundo pelo instrumento
vão livra-lo de buscar ajuda especializada e, é claro, valerá o
bom senso quando você se sentir incapaz de realizar
determinada tarefa na estrutura da sua guitarra.
A
04
Aqui, o que estamos tratando como manutenção da guitarra
são tarefas como a troca de cordas e limpeza do corpo do
instrumento e, como regulagem simples, o ajuste do tensor,
das oitavas, da altura entre as cordas e captadores, etc. O
recomendado é que esses pequenos serviços sejam feitos
em média a cada três ou seis meses.
Esses afazeres exigem ferramentas simples como chave de
fenda e até itens do uso doméstico, como o bom e velho
algodão e flanelas. Abaixo, o kit de “primeiros socorros” que
você precisará ter a postos e, nas páginas seguintes, os
passos da manutenção e regulagem básica de guitarras.
NOVO JOGO DE CORDAS
FITA CREPE
CHAVES DE FENDA, ESTILETE, ETC.
PALHA DE AÇO E ALGODÃO
AFINADOR
LÍQUIDOS DE LIMPEZA
05
O QUE USAR?
É preciso retirar as
cordas da guitarra para
limpar a escala. Feito isso,
passe o óleo de limão
com auxílio do algodão e
em seguida a lâmina do
estilete de maneira suave
para retirar a sujeira mais
grossa e o suor
acumulado dos dedos.
ATENÇÃO: não use o estilete em escalas envernizadas. Neste
caso, limpe apenas com algodão embebido no óleo de limão.
06
LIMPANDO A ESCALA
óleo a base de extrato de limão (encontrado em lojas de instrumentos musicais)
lâmina de estilete
flanela algodão
COMO FAZER Cubra a escala com fita crepe para
proteger a madeira de arranhões.
Existem produtos no mercado para a
limpeza de trates, porém, são
importados e de difícil acesso. Por isso,
vale apostar na palha de aço. Basta
fricciona-la nos trastes para polir.
+ CONTEÚDO CLIQUE NA TELA ABAIXO E ASSISTA O TUTORIAL ‘RETIFICA
DE TRASTES’, COM O GUITARRISTA GUSTAVO GUERRA:
/
O QUE USAR?
07
fita crepe palha de aço
flanela
POLINDO OS TRASTES
COMO FAZER
Essa é uma etapa simples da manutenção básica da
guitarra e que consiste em verificar se os parafusos que
seguram as tarraxas estão bem afixados. Use a chave
de fenda para verificar a condição das peças na parte de
cima do headstock e a chave inglesa para ajustar as peças
da parte de trás.
DE OLHO NAS TARRAXAS
chave de fenda tipo philips
chave inglesa
O QUE USAR?
08
COMO FAZER
Limpar essas pequenas partes evita chiados. Use
solução específica para limpeza de guitarras ou álcool
isopropílico encontrado em farmácias e lojas de
eletrônicos. Verifique ainda se o jack está com os contatos
internos justos ao plug para impedir mau contato com o cabo.
O QUE USAR?
POTENCIÔMETRO, CHAVE E JACK
álcool isopropílico ou solução especial para limpeza de contatos eletrônicos
POTÊNCIOMETRO
CHAVE
JACK
09
\
COMO FAZER
É importante observar se a altura entre as cordas e os
captadores não está regulada a uma distância menor do que
3 milímetros. O padrão é deixa-las ajustadas a 4 milímetros
dos captadores ou mais, mas, nunca abaixo dos 3 milímetros,
pois, quanto mais próximos cordas e captadores estiverem,
maior é a interação dos campos magnéticos. Essa
proximidade atrapalha a livre vibração do encordoamento e
aumenta o risco de desafinar a guitarra.
VERIFICANDO CAPTADORES
O QUE USAR?
régua
10
cotonete
COMO FAZER
Devido a anatomia cheia de sulcos, vincos e curvas,
a ponte é uma das partes do instrumento mais
propensas ao acúmulo de pó. A limpeza deve ser feita com
frequência e usando um cotonete embebido em solução
própria para a higiene da guitarra vendida em lojas do ramo
musical.
LIMPANDO A PONTE
O QUE USAR?
produto específico para limpeza de guitarras
11
COMO FAZER
Aposte em produtos específicos para a limpeza de guitarras
vendidos em lojas do ramo. Umedeça o algodão com a
solução própria e espalhe pelo corpo do instrumento. Lustre
com algodão ou uma flanela bem limpa para não riscar. NÃO
utilize produtos de limpeza doméstica, como lustra-móveis,
pois, eles mancham a madeira do instrumento.
LIMPANDO A MADEIRA
O QUE USAR?
produto específico para limpeza de guitarras
algodão flanela
12
COMO FAZER
A durabilidade das cordas depende do fabricante e da
qualidade dos materiais utilizados na confecção, mas, para
garantir seu uso pleno, sempre seque-as com uma flanela
todas as vezes depois de tocar. Isso evita que o suor dos
dedos fique depositado e as danifique. Depois disso, guarde o
instrumento no case ou softcase para conservar ainda mais
o encordoamento.
CONSERVANDO AS CORDAS
O QUE USAR?
flanela
13
02
SEM TENSÃO COM O TENSOR
O tensor não é um fantasma assustador. Ele é apenas uma haste metálica colocada que ajuda a
equilibrar o instrumento. “
omeçamos o capítulo anterior falando sobre a
importância e o “dever” que todo guitarrista tem em
saber realizar a manutenção e regulagem simples do
instrumento (a não ser que você tenha o seu “personal
luthier” sempre a sua disposição!).
Nessa jornada no entendimento da anatomia da guitarra e do
seu bom funcionamento não podemos deixar de tratar sobre
a regulagem do tensor do braço. No universo da regulagem
do instrumento esse é um dos temas essenciais.
Longe de ser um fantasma asustador, o tensor nada mais é
do que uma haste metálica colocada dentro do braço da
guitarra com a finalidade de equilibrar a inclinação longitudinal
do braço em relação a tração exercida pelas cordas.
Quando montamos uma guitarra pela primeira vez, ajustamos
o tensor com a ajuda de uma régua antes de aparafusar o
braço ao corpo. Depois de uma troca de cordas, é
interessante fazer um reajuste do tensor principalmente
quando a troca for feita por cordas de bitola (calibre) maior.
Quando maior for o calibre delas, maior a tensão exercida no
braço. A temperatura do ambiente onde a guitarra é
guardada também pode alterar a estabilidade do instrumento,
o que exige a checagem e reajuste do tensor.
C
16
Cada material da guitarra, como madeira, aço e plástico tem
um coeficiente de dilatação diferente frente a temperatura
alta ou baixa do ambiente, cada um dos componentes
aumenta e diminui de maneira desigual. Com tantos materias
sofrendo a influência da temperatura, não só o tensor deve
ser reajustado como também as tarraxas, das quais vimos as
instruções de manutenção no capítulo anterior.
Existem pessoas que posicionam a guitarra como se fosse um
rifle mirado a alvo a fim de checar o ajuste do tensor. Mas,
existem maneiras mais eficientes para fazer essa avaliação,
como o uso de uma régua de metal e assim é possível
observar se não existe um desnível no braço do instrumento.
Há ainda quem tente observar como num microscópio o
comportamento do braço quando apertada a sexta corda na
primeira e na décima segunda casa a fim de investigar a
proximidade do encondoamento com os trastes.
Todos esses métodos fazem parte do “folclóre guitarrístico” e
não são nada confiáveis. Assim como não devemos afinar o
instrumento só de “ouvido”, também não devemos usar esses
métodos “a olho” para regulagem precisa e adequada do
tensor. Nas próximas páginas você acompanha o modo
correto de regular o tensor.
17
A forma mais simples de regular o tensor é fazendo o
uso de uma régua metálica que é firme o bastante para
dar precisão a esse serviço.
COMO FAZER
Coloque a régua no centro da escala e em cima dos trastes e
comece o ajuste do tensor delicadamente, girando aos
poucos, com ajustes de cerca de ¼ de volta por vez até o
encordoamento ficar o mais perto possível da régua. Não há
problema se você observar que depois do ajuste ainda
restar uma leve concavidade no braço.
REGULANDO O TENSOR COM RÉGUA
18
ACESSO AO TENSOR
O QUE USAR?
régua
chave para regulagem do tensor
COMO FAZER
Outro método para regular o tensor da guitarra é
usando um capotraste. Coloque o capotraste na primeira
casa e aperte a sexta corda nas últimas casas, perto da
junção entre corpo e braço. A distância da corda em relação
ao sétimo traste deverá ser de 0,25 mm.
Se a corda estiver enconstada no traste, o tensor deve ser
afrouxado e, se estiver longe, ele deve ser apertado sempre
realizado rotações ¼ de volta por vez.
REGULANDO O TENSOR COM CAPOTRASTE
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O QUE USAR?
régua
capotraste
chave para regulagem do tensor
03
PONTES PRA QUE TE QUERO
A preferência por determinado tipo de ponte surge ao longo da trajetória do guitarrista, quando ele passa a busca e perseguir determinados tipos de sons e timbres, mais
personalizado.
“
ual é o tipo de ponte ideal para você? É comum que no
início da jornada no universo da guitarra essa pergunta
ainda não tenha resposta. Apenas com o tempo de prática e
com a definição do tipo de som, de timbre que se deseja
obter, é que afloram as preferências pelos variados tipos de
pontes.
A ponte da guitarra tem três funções: separar as cordas de
maneira uniforme, auxiliar a acústica evitando a vibração da
corda para o corpo da guitarra e segurar as cordas no
braço na altura suficiente para não haver atrito com a escala.
Dois modelos de ponte são os mais comuns e é da regulagem
deles que vamos tratar aqui: pontes fixas e pontes do tipo
Floyd Rose.
Q
22
Para iniciar, o conselho ao guitarrista é o de que trave
as pontes de guitarras modelo Stratocaster com tremolo
(alavanca) para manter a afinação do instrumento por mais
tempo. Isso porque os modelos de pontes que equipam essas
guitarras desajustam-se conforme o uso do instrumento.
COMO FAZER
Aperte os parafusos das molas que ficam atrás da guitarra e
os parafusos da ponte até que ela fique completamente
imóvel.
REGULANDO PONTES FIXAS
O QUE USAR?
chave tipo Philips
Chave sextavada tipo Allen
chaves de fenda
Afinador (como o AMT-530 Santo Angelo
Visão geral dos materiais
de trabalho
Pontes de
Stratocaster
travada
23
Para acertar a altura das cordas deve-se lembrar que a
escala da guitarra não é exatamente retilínea na maior parte
dos modelos e por isso, os “carrinhos” da ponte da
Stratocaster não ficarão todos na mesma altura. Existem
ainda pontes sem “carrinhos” que por fabricação apresentam
tal curvatura.
Há duas formas para acertar a altura das cordas: com o
auxílio de uma ferramenta específica de aferrição como na
foto abaixo (1) ou à olho nu. Para ajustar a altura use a chave
chave Allen, que vem geralmente junto com a guitarra,
conforme a ilustração (2).
Para acertar as oitavas, use a chave Philips. Inicie afinando a
corda solta e imediatamente aperte a mesma corda na 12ª
casa. Verifique com o auxílio do afinador se a nota continua a
[1] [2]
24
mesma. Se a nota estiver acima, comece apertando o
parafuso e, se estiver abaixo, vá soltando o parafuso até
alcançar a mesma nota da corda solta. Vale o lembrete:
sempre girar o parafuso ¼ de volta de cada vez.
As pontes do tipo Tune-o-Matic são
as mais fáceis de regular, pois, elas
têm apenas os dois parafusos, para
a altura da ponte de cada lado e
não individualmente como nos
modelos de Stratocaster. Entretanto,
para acertar as oitavas, devemos
ajustar um parafuso por corda. Para
isso, repita o processo de conferir as oitavas
como citado anteriormente para as pontes em Strato.
Usando a
chave Philips
para acertar
Detalhes das Tune-o-Matic
25
Regular pontes do tipo Floyd Rose é uma grande dor de
cabeça para vários guitarristas, exige muita paciência. É
um tipo de pós-graduação para quem já consegue fazer os
ajustes das pontes fixas de guitarra ou tipo tremolo.
Para iniciar os trabalhos, nada melhor do que conhecer a
anatomia desse modelo de ponte:
REGULANDO PONTES FLOYD ROSE
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LEGENDA 1 – Saddles:
Mais conhecido como “carrinhos”: É a parte aonde prendemos a corda (lock block) e o
local de regulagem das oitavas.
2 – Lock Block ou Saddle Block:
Peça em formato cúbico que prende a corda no saddle. O seu ajuste para a fixação da
corda é feito através de um parafuso inserido na parte posterior do saddle.
3 – Parafusos de Entonação (ajuste de oitavas):
É o parafuso que fixa o saddle na ponte e também é por ele que regulamos a entonação
(oitavas) da guitarra.
4 – Ajuste da Microafinação (Fine Tuners):
Após afinarmos normalmente a guitarra e travarmos o Lock Nut, realizamos o ajuste fino
(micro-afinação) por este parafuso.
5 – Alavanca da ponte tipo Floyd Rose:
É a principal peça do mecanismo, pois sem ela não há movimento da ponte.
6 – Lock Nut (trava do nut):
Após afinar o instrumento, devemos apertar os parafusos do lock nut e em seguida
realizarmos uma nova conferência da afinação usando os parafusos da microafinação.
Neste momento as tarraxas estarão sem ação.
7 – Abaixador de Corda:
Fica localizado no headstock do instrumento e serve para nivelar as cordas com as
tarrachas. Existem modelos de guitarras que apresentam ângulo negativo no headstock e
desta forma não há a necessidade deste abaixador de cordas.
8 – Molas:
Ficam localizadas na parte posterior do instrumento, geralmente protegidas por um
escudo. Servem para regular a ação da ponte e são fundamentais na regulagem, pois
devem estar em equilíbrio com a tensão exercida pelas cordas. Por isso, cordas e molas
devem ser de boa qualidade, pois devem voltar em sua posição original com precisão,
sob o risco de não manter o instrumento perfeitamente afinado.
9 – Spring Clow Hook (prende molas):
Ele fica juntamente com as molas na parte posterior do instrumento. É por ele que você
ajusta as molas, apertando ou soltando o parafuso que o prende no corpo da guitarra.
Também é nesta peça que muitas vezes aterramos os circuitos eletrônicos da guitarra.
10 – Chaves tipo Allen:
Elas vêm, geralmente, junto com a guitarra, e servem para fazer todos os apertos e
regulagens da ponte tipo Floyd Rose.
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COMO FAZER
Vale apontar que esse tipo de ponte tem algumas peças
fundamentais e que você não poderá perder de forma
alguma, como os parafusos do Lock Nut. Portanto, faça a
regulagem de seu instrumento em um local limpo e fácil de
visualizar onde estão as peças. Uma dica é usar uma caixinha
para colocar todas as partes desmontadas. Outra dica
importante é o uso de chaves de boa qualidade. Elas são
fundamentais para não danificar as fendas dos parafusos.
Ditas essas recomendações, o primeiro passo para regular
ponte Floyd Rose é destravar o Lock Nut. O segundo passo
antes de afrouxar as cordas é colocar um pedaço de pano
embaixo da ponte para que ela não fique apenas com a
pressão das molas tracionando para trás, que poderá riscar
o corpo da guitarra.
O terceiro passo é soltar a corda do Saddle após afrouxar as
extremidades nas tarraxas. Caso pretenda apenas trocar as
cordas por outras de mesmo calibre, sem a necessidade de
regular a ponte, é recomendado que troque duas cordas por
vez para não alterar a tensão das molas e ter de regular
toda a ponte novamente.
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Aproveite para realizar a limpeza geral da ponte, conforme as
instruções do capítulo 1 e, após isso, coloque as cordas e
inicie a regulagem propriamente dita. Aperte bem o parafuso
atrás dos Saddles para as cordas não se soltarem.
Ao terminar de colocar as cordas e realizar a primeira
afinação, tracione a corda para que ela sofra uma de suas
primeiras tensões, mas, com cuidado para não soltar do
Saddle da ponte. Até aqui, não é necessário travar o Lock
Nut, pois, de certa forma, estamos estabilizando a corda.
Lembra-se da paciência? Pois é, você vai lembrar dela depois
das muitas afinações que precisam ser feitas para deixar a
regulagem perfeita. Depois de muito afinar, você perceberá
que a ponte estará desnivelada em relação ao corpo da
guitarra. Este nivelamento, que é fundamental para o bom
funcionamento da ponte, se dá ao equilibrarmos a tensão das
molas com a tensão exercida na ponte pelas cordas. Faz
parte desse nivelamento também a altura da ponte sendo
controlada pelos parafusos (pivôs) assim como qualquer outro
tipo de ponte com tremolo.
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A figura a seguir mostra as três situações em uma ponte
Floyd Rose sendo a primeira delas a posição ideal.:
A posição 2 mostra maior tensão das cordas em relação às
molas. É necessário aumentar a tensão das molas . Para isso,
você precisará apertar os parafusos que prendem as molas
na parte superior do instrumento. Já a posição 3 mostra
maior tensão das molas em relação às cordas. É necessário
soltar lentamente o parafuso que segura o “prende molas”.
Devemos fazer “apertos” e “desapertos” mediante as novas
afinações que a guitarra for apresentando no processo de
regulagem da ponte. A estabilização da ponte se dá quando
conseguimos igualar as tensões entre as cordas e a mola
deixando a ponte nivelada.
30
Após essas repetidas ações de afinação, trave o Lock Nut e
em seguida afine novamente usando o parafuso da micro-
afinação. Em seguida verifique se a ponte não desnivelou
novamente. Se isso ocorrer, solte o Lock Nut e aperte ou
solte o parafuso das molas. Esses passos se seguem no
esquema de fotos abaixo:
Após conseguido o equilíbrio de tensão com nivelamento da
ponte, vamos para o próximo e último passo que é a
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regulagem das oitavas, também conhecida como entonação.
Regular as oitavas na guitarra com Floyd Rose é o mesmo
procedimento que já falamos nos capítulos anteriores, mas, é
preciso ter cuidado ao soltar o parafuso da entonação, pois,
com a tensão da corda o “carrinho” corre muito rápido em
direção ao braço da guitarra. A corda solta deve ter a mesma
afinação da corda apertada na décima segunda casa em
todas as cordas.
+ CONTEÚDO
PARA MAIS DETALHADES SOBRE AJUSTE DE PONTES, CLIQUE
NA TELA E ASSISTA AS EXPLICAÇÕES DO GUITARRISTA
GUSTAVO GUERRA SOBRE ‘REGULAGEM DE PONTES’:
32
CAPTANDO OS CAPTADORES
04
O nome já anuncia ao que ele veio: o captador é aquilo que capta! Capta as vibrações emitidas pela guitarra e as transforma em sinais elétricos para serem amplificados. Por isso, sua importância na guitarra é única,
inquestionável.
“
Muitos questionam o motivo pelo qual os guitarristas
trocam captadores e demais acessórios da guitarra e a
resposta é simples: estão em busca do timbre perfeito, aliás,
de um timbre único que o caracterize.
Para começar a troca de captadores, retire o escudo da
guitarra. Na parte de trás do escudo, você encontrará uma
combinação de captadores cerâmicos chamada HSS, ou seja,
um humbucker na ponte e captadores single no meio e no
braço. A chave e os potenciômetros, apesar de funcionarem,
não apresentam uma boa qualidade porque “roubam” parte
do sinal. Por exemplo, confirme se os potenciômetros não são
de 250 kΩ e em uma guitarra com captador duplo (humbucker)
quando o correto seriam 500 kΩ.
stas
SUBSTITUINDO CAPTADORES E
POTENCIÔMETROS
visão traseira escudo desmontado visão frontal do escudo desmontado
35
COMO FAZER
Começamos o serviço soltando os captadores do escudo.
E então, é hora de se familiarizar com os componentes que
irá encontrar após essa desmontagem. É uma boa hora de
aproveitar que a guitarra está aberta para fazer também a
troca de outros componentes como a chave e os
potenciômetros para melhorar o desempenho do instrumento.
36
+ SANTO ANGELO AJUDA
CLIQUE NO LOGOTIPO AO LADO DA LINHA GUITAR
PARTS SANTO ANGELO, CONHEÇA NOSSO
CATÁLOGO DE COMPONENTES ESPECIAIS PARA TUNAR SUA
GUITARRA E ESCOLHA SUAS NOVAS PONTES,
POTENCIÔMETROS E CHAVES PARA SEU INSTRUMENTO.
Após soltar os captadores antigos do escudo, coloque no
mesmo lugar os novos. Até aqui, não tiramos a solda de
nenhum deles. Depois de parafusar os novos captadores,
parafuse também a nova chave e potenciômetros.
Agora é importante trabalhar bem devagar, dar atenção peça
a peça para não retirar os fios e assim esquecer onde cada
um deles estava soldado. Para segurar os potenciômetros
você pode usar uma ferramenta de “altíssima precisão”: um
pregador de roupas!
37
Tire um fio do potenciômetro original e transfira-o na mesma
posição para o potenciômetro novo. Para soldar os fios é
preciso ter como ferramenta o ferro de solda, comprado em
lojas de material de construção ou de eletrônicos e como
material liga de estanho.
Se você não tem muita experiência no manuseio dessas
ferramentas e não quiser colocar à prova a “saúde” da sua
guitarra, o mais recomendado é que deixe esse serviço nas
mãos de um luthier.
Bem, agora, o potenciômetro original está completamente
solto. Observe que nesse “Wiring”, o Diagrama ou Esquema
dos fios ligados ao potenciômetro de volume eram:
1- Fio Terra que liga a carcaça dos potenciômetros e outro
para a ponte (de cor amarela)
2- Fio para chave (na cor vermelha)
3- Fio para o Jack que contem uma malha ligada no terra e
um fio da cor branca que é o positivo.
38
Depois disso, transporte os fios da chave de posições que
neste modelo da guitarra usado nas fotos tem originalmente
apenas 7 polos. Mas, como faremos se a chave da série
Guitar Parts SANTO ANGELO, com qualidade visivelmente
melhor, apresenta 8 polos? Não se preocupe, porque há um
“pulo do gato” para sanar essa situação.
Na chave SANTO ANGELO, considerando este tipo de ligação, você deve soldar o fio que vai para o volume nos dois polos centra, fazendo um “jump” e deixando sobrar três polos para cada lado.
E em seguida, o fio que vai para o volume, que na chave original está bem na posição central.
Transferira os fios que irão para os tones 1 e 2.
Tone 1
39
Transportaremos inicialmente o fio terra da chave.
Tone 2
Após voltar as peças ao escudo, vamos começar pela ligação
do captador da ponte. Note que o captador apresenta o fio
terra soldado na carcaça do potenciômetro e o fio vermelho,
que é o fio positivo, será ligado nos polos da chave. Os fios
nas cores branca e preta serão ligados juntos e isolados
com uma fita isolante para manter as duas bobinas em série.
Após estes dois últimos fios soldados estaremos prontos para fixar novamente a chave e os potenciômetros ao escudo para em seguida ligarmos os captadores.
A fiação da guitarra, após nossas transferências, deve ficar com este aspecto.
Lembre-se de soldar no mesmo local que estava o fio da ponte original.
Ligando captador do meio. Ligando último captador do neck.
40
Entender a substituição desses componentes da guitarra
pode mesmo ser tarefa complexa à primeira vista, por isso,
separamos mais conteúdo para você.
+ CONTEÚDO QUER MAIS DETALHADES SOBRE TROCA DE CAPTADORES E
COMPONENTES? ACESSE NOSSO BLOG E LEIA AS DICAS DO
DR. SANTO ANGELO:
http://blog.santoangelo.com.br/trocando-captadores-2/
+ CONTEÚDO CLIQUE NAS TELAS E ASSISTA O GUITARRISTA GUSTAVO
GUERRA E O DR. SANTO ANGELO FALANDO SOBRE ASSUNTO:
Por último os fios terras dos captadores.
Após montar o escudo, solde o jack e o fio terra da ponte.
Serviço finalizado.
41
05
TARRAXAS: A HORA
DO APERTO
As tarraxas estão diretamente relacionadas a qualidade do som que você emite aos ouvidos dos
outros e, principalmente, aos seus! “
busca pelo timbre nunca deve parar para o guitarrista.
Tal saga passa pela procura constante de novos
equipamentos e também por testes compras, trocas,
barganhas ... enfim, tudo em nome de, no final, termos nossa
própria opinião formada sobre o assunto. As dicas e lições
relevantes de endorsers respeitados, como os da SANTO
ANGELO, sempre contarão e terão sua dose de influência, mas
nada substitui o nosso ouvido, o nosso gosto pessoal. Isso
porque cada vez que pudermos colocar acessórios de boa
qualidade em nosso querido instrumento, tenha ele o custo
que tiver, estaremos a caminho de construir um melhor
timbre e melhor ainda, mantendo-o por mais tempo. É neste
ponto que as tarraxas participam do timbre. Como assim? É o
que vamos explicar neste capítulo.
A
44
As tarraxas podem ser basicamente de duas formas: as
chamadas em linha (6), uma ao lado da outra, como nos
modelos Stratocasters e as (3 + 3), ou seja, três em cada lado
do headstock do instrumento. Podem ser blindadas, semi-
blindadas ou abertas como categorias principais. As
blindadas, além da construção mais resistente, são totalmente
fechadas, o que impede a entrada de sujeira que poderiam
engripar o funcionamento das engrenagens. As tarraxas
semi-bilindadas são aquelas que conseguimos desmontá-las e
expor suas engrenagens. Já as abertas, têm todas as
engrenagens expostas e sem proteção mecânica. Os demais
tipos de tarraxas são variações destas.
As tarraxas de boa qualidade são facilmente identificadas,
pois, além do acabamento cromado primoroso são mais
pesadas em comparação com as originais de um instrumento
de baixo custo. Podemos perceber maior estabilidade em seu
eixo, ou seja, sem folgas, e se houver uma leve resistência
em girar a tarraxa, isto significa maior estabilidade.
ENTENDENDO AS TARRAXAS
45
Antes de pensar em trocar o jogo de tarraxas observe, como
visto na figura abaixo, o tipo e a angulação do headstock da
sua guitarra, para conferir a tensão entre as cordas e as
tarraxas. Desta forma, com tarraxas de baixa qualidade, e alta
tensão das cordas, é comum que a afinação se mantenha por
menos tempo que com tarraxas de qualidade superior.
As tarraxas não participam do timbre, mas estão diretamente
relacionadas a qualidade do som que você emite aos ouvidos
dos outros e, principalmente, aos seus! É muito confortável
tocar em uma guitarra que consegue se manter afinada por
mais tempo. Quando um guitarrista iniciante que comprou uma
46
guitarra de baixo custo perceber que as tarraxas não estão
segurando bem a afinação, já é um bom sinal da evolução de
seu aprendizado. Para complementar esse passo, entender
quais são os tipos de tarraxas existentes também é
importante.
Então, quais tarraxas escolher? Primeiro considere quanto
você pode investir na troca de um jogo novo delas. Há
preços entre R$70 e R$350 (ou mais baratas se já comprou
nos sites internacionais e teve paciência para esperar a
entrega).
Uma situação que raramente as pessoas dão importância, ou
nunca leram nas embalagens das tarraxas, é sobre o número
de voltas da “borboleta” sobre seu eixo (360º) para a tarraxa
completar uma volta completa. As informações são
geralmente: 1:12, 1:14 e até 1:20. A informação que devemos
tirar é que quanto maior for o número de voltas da
“borboleta” para um giro completo da tarraxa significa melhor
precisão na afinação. Por exemplo, nos modelos citados, o
mais preciso tem a especificação 1:20. No entanto, o mais
comum no mercado são tarraxas entre 1:12 à 1:18.
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Conhecendo os tipos de tarraxas mais comuns
Na história da “evolução das Tarraxas” logo surgiram alguns
modelos que conhecemos como semi-blindados ou blindados,
onde as estruturas não ficam visíveis. Desta forma, são
menos sujeitas as oxidações e ao acumulo de sujeira.
Paul, Flying Ve outros.
O modelo a seguir faz parte das tão procuradas “tarraxas
blindadas”, mas CUIDADO, assim como existem tarraxas
Este modelo, com mecanismo exposto, é mais comum em violões com cordas de nylon ou aço e também em alguns modelos de contrabaixo. Vale dizer que mesmo sendo um mecanismo de tarraxas mais primitivo, existem modelos de boa qualidade e outros que deixam muito a desejar no quesito estabilidade do mecanismo.
Este modelo é o chamado de semi-blindado. Como já dito, conseguimos desmontar e expor asus engrenagens. São encontradas em modelos de guitarras Les Paul.
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abertas de boa qualidade, existem tarraxas blindadas de
baixa qualidade.
Muitos guitarristas, principalmente os que não usam guitarras
com ponte tipo Floyd Rose e gostam de “abusar” dos bends e
da ponte tipo tremolo, procuram o modelo de tarraxa blindada
da figura abaixo, que apresenta uma peça a mais que trava o
mecanismo das engrenagens.
+ SANTO ANGELO AJUDA
O material com o qual as tarraxas blindadas são feitas e a precisão de suas engrenagens é que determinam a sua qualidade e não apenas a nomenclatura, blindada ou não. Nesta categoria é que encontramos a maior variedade de marcas no mercado, pois, são aplicadas a todos os modelos de guitarras.
O mais importante neste modelo é que a quantidade de corda que fica enrolada na tarraxa é muito pequena, com isso, quando tocamos e mudamos a tensão das cordas nas tarraxas, existe pouca corda presa para “afrouxar” e alterar a afinação.
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Será possível imaginar qual será a próxima evolução em
termos de tarraxas para além do modelo a seguir? Ele afina
sozinho as cordas!
Existe uma variante deste modelo de
tarraxa com trava, como este aqui.
Nessa variação da peça, além da tarraxa
ser blindada e com trava, ela ainda corta
o excesso de corda. Infelizmente seu
custo limita muito seu uso.
Basta ligar o afinador e tocar todas as cordas de uma só vez e aguardar o afinador analisar e afinar. Enquanto todos os LED´s (diodos emissores de luz) que integram esse modelo e representam as cordas não estiverem verdes, deve-se continuar tocando para que o afinador e as tarraxas façam seu trabalho sozinhos. Existe um modelo de guitarra feito pela Gibson com um sistema semelhante, mas, ainda mais sofisticado.
+ SANTO ANGELO AJUDA
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DE TARRAXAS PARA SUA GUITARRA.
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speramos que as dicas e lições contidas nesse nosso
Guia de Primeiros Socorros para a Saúde da Guitarra sirva
como uma boa e sólida base para os que pretendem
desbravar a anatomia, conserto e melhorias desse
instrumento maravilhoso por natureza, e que com essas boas
doses de conhecimento e instrução aplicados, devem
beneficiar ainda mais o potencial desse objeto musical que
tanto amamos.
Para o músico iniciante ou para aquele que ainda não tinha
se dado conta da importância de educar-se sobre regulagens
e manutenção, é natural que ao fim do livro mais sede de
conhecimento aflore junto com dúvidas novas e até mais
complexas. Se isso ocorrer, será um excelente sinal de que
você quer avançar em busca do domínio da guitarra.
Esperamos ter contribuído um pouco em sua jornada e
estamos à disposição para tirar suas dúvidas em todos os
nossos canais.
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TEXTO Alexandre Berni (Dr. Santo Angelo)
EDIÇÃO, REVISÃO E PROJETO GRÁFICO Isis Mastromano Correia
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