Edq7 » Como Viver de literatura?

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O sonho de todo escritor é viver exclusivamente de sua produção literária, mas nem sempre isso é possível.Junte-se aos Escritores de Quinta, um coletivo literário que se reúne mensalmente no Sesc Pinheiros, para discutir essa questão: é possível viver de literatura?Não importa se você é leitor, escritor profissional, amador ou apenas um curioso sobre o assunto, qualquer pessoa interessada deve comparecer ao evento.Os Escritores da Quinta se reúnem no Sesc Pinheiros, sempre na última quinta-feira de cada mês.Seja bem-vindo!http://escritoresdequinta.com.br/http://twitter.com/tweetdequintaSERVIÇOEscritores de Quinta: Como viver de literatura? (Grátis)Curadoria: Bruno Cobbi, Edson Rossatto e Nelson de OliveiraQuando: 24/11/2011, das 19h30 às 22h00Onde: Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195 – São Paulo – SPInformações: Tel. (11) 3095-9492

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Como viver de literatura?

Escrevam e morram.

"Estamos na eminência da

extinção do leitor, porque

hoje todo mundo escreve.

É um desequilíbrio absurdo.

Escrevam menos, leiam

mais.

Escrevam e morram.“ — Alcir Pécora, 4 anos atrás

Rumos Literatura 2007 no Itaú Cultural

E o tal do direito autoral?

Quanto custa cada coisa num livro?

Livraria 40%

Editora 20%

Distribuidor 15%

Gráfica 10%

Autor 10%

Papel 5%

Revista Superinteressante, ano V número 4

Autor, na verdade, é 3 a 12%...

Isso quando ele não paga sua publicação.

“É saudável não ter essa fonte de sobrevivência. Escritor não deve vender livro, deve escrever! Não se deve escrever um livro por semestre e aparecer na mídia tão somente para ganhar dinheiro. Deve-se estar inspirado, querer escrever e ter algo a dizer, o que leva tempo“

— Marçal Aquino,1 ano atrás V Encontros de Interrogação Itaú Cultural

“Assim como você também

disse que deseja, eu espero

poder me sustentar com

literatura. Disponho horas

do meu dia para escrever e

isso é um trabalho que

precisa ser pago, porque os

escritores precisam

sobreviver“ — Adriana Lisboa

Debatendo no mesmo evento

“Escrevo para mim. Se

alguém quiser ler, que leia,

mas não devo fazer

concessões para ser lido; se

eu gostasse de aparecer,

não seria escritor. O que

importa é o livro, não o

autor“ — Marçal Aquino

Quer, quer. Não quer, me deixa.

“Cada bela impressão conquista um inimigo.

Para ser popular é indispensável ser medíocre.”

Oscar Wilde, escrevia há 120 anos atrás

Relevância autoral é importante?

“Meus livros partem de

experiências pessoais. A

maneira como são escritos

já muda o acontecimento,

as pessoas tendem a

acreditar no que lêem, e

não no que acontece de

fato. São coisas diferentes“ — Marçal Aquino

Confiando na licença poética e no estilo

do artista

“Acho negativa a

tendência de categorizar

uma obra pela figura do

autor.

A importância da

autoridade é valorizada em

exagero. Nem sempre isso

muda as características de

um livro.“ — Adriana Lisboa

Que não escolhe o livro só pelo autor

E a pirataria?

Quando você come uma laranja, precisa voltar para comprar outra. Nesse caso faz sentido cobrar na hora da venda.

No caso da arte, não se compra papel, tinta, ou notas musicais e sim a ideia que nasce da combinação disso tudo.

A “pirataria” é o primeiro contato com o trabalho do artista.

Se a ideia for boa, você desejará tê-la.

Uma ideia consistente não precisa de proteção.

Nada contra ganhar dinheiro com livros: eu vivo disso. Mas o que ocorre no presente? A indústria se mobiliza para aprovar leis contra a "pirataria intelectual". Dependendo do país, o "pirata" — ou seja, aquele que está propagando arte na rede — poderá terminar na cadeia.

E eu com isso? Como autor, deveria estar defendendo a "propriedade intelectual". Mas não estou. Piratas do mundo, uni-vos e pirateiem tudo que escrevi!

Paulo Coelho, na Folha, 6 meses atrás

“Fui publicado pela 1ª vez na Rússia em 1999 com 3.000 exemplares. Logo o país entrou numa crise de fornecimento de papel.

Por acaso, descobri uma edição “pirata” de “O Alquimista” e postei na minha página. Um ano depois, com a crise já solucionada, eu vendia 10 mil cópias.

Chegamos a 2002 com 1 milhão de cópias; hoje, tenho mais de 12 milhões de livros naquele país.

Cruzando a Rússia, encontrei várias pessoas que diziam ter tido o primeiro contato com meu trabalho por meio daquela cópia “pirata” na minha página.”

Escrever por dinheiro é ser mercenário?

Escrevemos por vaidade. Para ver nosso

nome no jornal, nossa foto na revista,

nossa entrevista na TV.

Quem não gosta disso? Eu gosto, e muito.

Não importa o nome que se dê: vaidade,

orgulho, amor próprio, auto-estima.

Todo mundo precisa, lá num porãozinho

bem escuro e íntimo, justificar a própria

existência diante de si mesmo.

Escrevemos por missão. A missão nos é

imposta de fora para dentro ou de

cima para baixo, não importa.

A vida é uma combinação de mares e

de ventos levando nosso barquinho.

Claro que temos velas e temos remos,

mas, mandar no vento ou nas ondas?

Nem pensar.

Escrevemos por prazer. O prazer não é

constante e contínuo. Escrever é

cansativo, desgastante e muitas vezes

é como atravessar um deserto.

O prazer de fazer bem feito e de

acreditar (pelo menos) que nunca na

História do mundo alguém pensou a

frase brilhante que a gente acabou de

digitar.

Bráulio Tavares, no Jornal da Paraíba

“O X da questão não é “não querer dinheiro”, porque de dinheiro todo mundo precisa.

O X é não fazer nada somente pelo dinheiro, porque isso beira a prostituição.

Sempre que ganho dinheiro com um texto de cordel, por exemplo, me sinto obrigado a reinvestir um pouco dele (e do meu tempo) no cordel, cuja existência me permitiu ganhá-lo.

O prazer é sempre possível; basta apenas a gente esquecer o dinheiro, a vaidade, a missão, e não parar de escrever. ”