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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO EM
BIOTECNOLOGIA
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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SUMÁRIO
1) Apresentação ............................................................................................. 03
1.1) Experiências Anteriores ................................................................... 03
2) Estudo de Viabilidade ................................................................................. 05
2.1) Definição de Biotecnologia ............................................................... 05
2.2) Panorama Geral da Biotecnologia em Saúde Humana no Brasil ..... 08
2.3) Necessidade de Investimento em Educação Profissional ................ 09
2.4) A Biotecnologia no Estado do Rio de Janeiro .................................. 10
2.5) Biotecnologia para o SUS ................................................................ 14
3) Proposta de Formação para Técnicos em Biotecnologia ............................. 17
3.1) Processo de Construção da Proposta Curricular ................................ 17
3.2) Proposta Curricular ............................................................................. 18
3.3) Perfil dos Egressos ............................................................................. 23
3.4) Simulação da Distribuição das Aulas .................................................. 25
4) Demandas para Iniciar e dar Continuidade ao Curso de Biotecnologia ....... 36
5) Referências .................................................................................................. 41
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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2) APRESENTAÇÃO
Em junho de 2014, a Direção do Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/FIOCRUZ) procurou a Direção da Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (ESPJV/FIOCRUZ) para compartilhar
os desafios da formação no campo Biotecnologia em Saúde Humana.
Inicialmente, esta necessidade constitui-se pela distância que os
processos de educação formal, de uma forma ampla, mantêm do campo da
Ciência, Tecnologia e Inovação. Este distanciamento faz com que os egressos
destes cursos não tenham um preparo adequado para enfrentar os desafios
constantes que se lhes apresentam neste campo, dada a especificidade dos
conhecimentos aplicados e a velocidade com a qual estes conhecimentos, e o
próprio campo da Biotecnologia, se transformam.
Além disto, foi apresentada a necessidade premente de se investir na
formação destes profissionais, considerando-se as políticas públicas nacionais,
que apontam para uma necessidade estratégica de se investir na expansão da
Biotecnologia no Brasil; e regionais, que intencionam consolidar um Cluster de
Biotecnologia para Saúde Humana no Estado do Rio de Janeiro.
Associado a isto, temos também o crescimento da própria unidade Bio-
manguinhos, que evolui para uma operação multi campi, passando a operar
uma nova planta no Distrito Industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro: o
Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), com cerca de 216 mil
m² de edificações a serem construídos, e com a geração de cerca de 1.600
novos empregos diretos.
1.1) Experiências anteriores
O histórico de parceria para a formação de nível médio entre as duas
unidades teve início em 2004 com a primeira edição do Curso de
Especialização Técnica em Biotecnologia em Saúde. Este curso, que teve
início no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz)
visando, inicialmente, a formação dos técnicos que já atuavam em seus
laboratórios, evoluiu para a realização em parceria com a ESPJV, oferecendo
vagas abertas ao público por mais duas edições (2006 e 2008).
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Levando-se em conta algumas mudanças significativas ocorridas no
cenário da Biotecnologia em Saúde Humana desde a última edição do referido
curso, e a análise dos resultados de aprovação dos alunos e das percepções
de seus egressos coletadas por pesquisadores ESPJV, fica reforçada a
necessidade de buscar uma reformulação e aprimoramento do currículo
ministrado então.
Em entrevista com os egressos destas turmas, os pesquisadores
verificaram que, para a maioria dos entrevistados, “o curso contribuiu para
ampliar seus conhecimentos e compreender melhor seu processo de trabalho,
facilitando sua atuação na área profissional” (Mendonça et al, 2014). E
concluem que com base nos índices de reprovações obtidos, em especial da
ultima turma, composta principalmente por jovens profissionais, “as disciplinas
elencadas com suas respectivas cargas horárias são fundamentais para a
formação deste profissional, mas o formato do curso precisa ser repensando”
(Mendonça et al, 2014). Uma das possibilidades sugeridas pelos autores é a
ampliação da “carga horária das disciplinas de 970 horas para 1200 horas
(exigência atual do MEC), transformando o supracitado curso em um curso de
habilitação técnica, subsequente ou integrado” (Mendonça et al, 2014).
Desta forma, a concretização desta nova formação técnica na EPSJV
significará não apenas o atendimento de necessidades de formação sólida de
técnicos para Bio-Manguinhos, mas possibilita a aplicação de indicadores
obtidos em pesquisas anteriormente realizadas na EPSJV, buscando o
fortalecimento de um de seus cursos, e contribui para o fortalecimento dos
processos formativos de recursos humanos para a consolidação da Política de
Desenvolvimento da Biotecnologia e da Estratégia Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação (ENCTI), consubstanciada no Plano Brasil Maior, em
termos de resultados para o Rio de Janeiro e para o Brasil.
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2) ESTUDO DE VIABILIDADE
Inicialmente, apesar da pertinência dos argumentos apresentados e dos
resultados obtidos na pesquisa realizada com os egressos do Curso de
Especialização Técnica em Biotecnologia, buscamos realizar um levantamento
do panorama atual da Biotecnologia em Saúde Humana no Brasil, e dos
desafios apresentados à educação profissional nesta área, de forma a
certificarmo-nos da viabilidade e importância de se investir, atualmente, na
formação técnica de nível médio nesta área.
2.1) Definição de Biotecnologia
É necessário, inicialmente, tornar claro a que se refere o referido curso, e
por isso consideramos importante definir a que se refere o termo Biotecnologia,
e suas variações práticas.
Segundo Costa & Costa (2009) o termo Biotecnologia refere-se a
qualquer técnica onde se empregam organismos vivos ou parte deles, com o
intuito de fabricar ou modificar produtos, melhorar plantas ou animais, ou criar
microorganismos para uso específico.
Tomando como base este conceito inicial, podemos perceber que, na
verdade, a humanidade já se utiliza de técnicas que hoje são consideradas
“Biotecnologia” desde a Antiguidade, tendo em vista que a utilização de
processos fermentativos confunde-se com a própria história da humanidade.
Citamos alguns, dentre inúmeros exemplos de aplicação da biotecnologia na
história humana:
6000 AC – Sumérios e Babilônios já produzem bebidas alcoólicas a partir
da fermentação de cereais;
2000 AC – Egipcios passam a utilizar a fermentação para produzir pão;
Século XII – A destilação do álcool se difunde na Europa.
Século XVII – Início da produção comercial de cerveja; cultivo de fungos
na França;
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1797 – Jenner cria as premissas para as vacinas através da inoculação
de um vírus em uma criança;
1809 – Appert utiliza o calor para a esterilização e conservação de
alimentos;
1863 a 1886 – Pasteur um processo no qual os alimentos são
conservados sem alteração de suas propriedades organolépticas
(pasteurização) (1863); derruba a teoria da abiogênese (1864); usa
micoorganismos atenuados para obter vacinas contra o antraz e a cólera
(1881); faz os primeiros testes de uma vacina contra a raiva (1881);
1897 – Büchner mostra que enzimas extraídas da levedura podem
transformar açúcar em álcool;
1899 – primeiro transplante de um órgão (o rim de um cachorro para outro
cachorro);
1905 – primeiro transplante de córnea;
1906 – Descoberta, por Ehrlich, do primeiro agente quimioterápico, o
Salvarsam, que foi aplicado contra a Sífilis;
1919 – o Engenheiro agrícola Ereky utiliza pela primeira vez a palavra
biotecnologia;
1928 – Descoberta da Penicilina por Fleming;
1944 – Produção em grande escala da Penicilina;
1951 – Inseminação artificial de gado usando sêmen congelado;
1953 – Modelo de estrutura do DNA é proposto por Watson & Crick;
1961 – Descoberta do código genético;
1983 - Realização das primeiras experiências genéticas em plantas;
isolamento do vírus HIV, no Instituto Pasteur, na França;
1997 – No Reino unido nasce Dolly, a primeira ovelha clonada, e meses
depois nasce Polly, ovelha clonada e geneticamente modificada;
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2003 – Iniciado o processo de clonagem de espécies de animais
ameaçados de extinção.
2010 – Pesquisadores do Instituto Craig Venter constroem a primeira
célula sintética (Malajovich, 2012).
Por este breve histórico, podemos perceber que a inovação e o
desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está presente em
nosso dia a dia sem que percebamos. Assim, a biotecnologia busca, através de
sua ação, formas que possam contribuir para amenizar ou até mesmo resolver
uma série de problemas que afligem o homem.
De forma geral, os processos biotecnológicos podem ser classificados
como:
- Tradicionais: os que utilizam leveduras para produzir alimentos
(panificação, bebidas fermentadas, etc);
- Intermediários: aqueles que produzem microorganismos para uso
específico (produção de vacinas e antibióticos, por exemplo);
- Modernos: aqueles que utilizam técnicas de engenharia genética para
modificar plantas, animais, alimentos e vacinas, entre outros (Costa; Costa,
2009).
Quanto às áreas de aplicação mais comuns da biotecnologia, temos como
exemplos:
- Meio ambiente: desenvolvimento de microrganismos modificados para
tratamento de águas contaminadas por esgoto, outros poluentes e, até mesmo,
petróleo;
- Agricultura: desenvolvimento de plantas transgênicas que podem ser
mais nutritivas, que necessitem de menos agrotóxicos e que sejam mais
resistentes às pragas, reduzindo o uso de inseticidas;
- Pecuária: formação de embriões, o desenvolvimento de animais
transgênicos e o aprimoramento de vacinas e medicamentos de uso
veterinário;
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- Saúde humana: desenvolvimento de novas vacinas, hormônios,
medicamentos e antibióticos.
2.2) Panorama Geral da Biotecnologia em Saúde Humana no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde (2013), o complexo do setor de
Biotecnologia em Saúde Humana no Brasil – chamado “Complexo Econômico
Industrial da Saúde” - é um mercado de aproximadamente 160 bilhões de
Reais por ano, que emprega uma média de 20 milhões de trabalhadores
diretos e indiretos (CALLIL et al, 2014).
O Plano de Ação em C&T&I para o Desenvolvimento Nacional – PACTI,
cujas ações vêm sendo executadas de maneira articulada entre diversos
ministérios, tendo à frente, até então, o Ministério da Ciência e Tecnologia,
identifica duas áreas como sendo de máxima relevância a Biotecnologia e a
Nanotecnologia (ABDI & CGEE, 2008).
As principais questões da área de Biotecnologia, na análise de Callil et al
(2014) podem ser apontados como:
- A estrutura produtiva e a infraestrutura especificamente voltada à C&T&I
da biotecnologia em saúde humana no Brasil são fortes e vêm crescendo,
embora sejam muito dependentes do Estado;
- As empresas encontram-se aglomeradas na região Sudeste do país,
marcadamente em São Paulo, o que por um lado indica sub-utilização da
diversidade nacional e do potencial intelectual regional no desenvolvimento
econômico e social do país. Contudo, por outro lado, permite a concentração
de saberes em regiões específicas, o que permite a ocorrência de efeitos de
transbordamento (spillovers) como a criação de empresas em centros regionais
especializados, multiplicando o potencial da região para promover o
crescimento na área da biotecnologia;
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- A produção científica de fronteira e inovação concentra-se em poucas
áreas do conhecimento, como a cardiologia, câncer e doenças infecciosas, o
que restringe o potencial de inovação da Biotecnologia Nacional;
- A maioria das empresas é jovem, e pequena ou micro, e desta forma
são muito dependentes de financiamento público para Pesquisa e
Desenvolvimento, e têm pouco poder de inovação. Segundo o Brazil Biotech
Map (2011) aproximadamente 53% das empresas de Biotecnologia do Brasil
atuam na área de Saúde Humana e Insumos, produzindo, na maioria dos
casos, reagentes. Destas empresas 79% contam com financiamento público
para se manterem funcionando.
2.3) Necessidade de Investimento em Educação Profissional
Paes e Baptista (2014) apontam que é indispensável que se compreenda
a área da Biotecnologia em Saúde Humana enquanto setor estratégico para o
desenvolvimento da C&T&I; e para que uma política pública especificamente
voltada a este campo possa se consolidar, deve haver um investimento sério
nos processos de formação de recursos humanos nesta área.
Segundo o ranking da Global Bioeconomy Consulting LLC (2007), o país
que concentra o maior número de empresas de Biotecnologia é a Índia, sendo
seguida pela Coréia do Sul, o Canadá, a Alemanha e a China. O Brasil aparece
em 11º lugar.
Para a Agência Brasileira para o Desenvolvimento Industrial, um fator
considerado fundamental para o destaque da Índia neste campo é a existência
de mais de 300 instituições educacionais de alto nível que oferecem cursos de
Biotecnologia, Bioinformática e Ciências Biológicas, com a capacidade de
formar cerca de 500.000 estudantes por ano. A Índia possui ainda, mais de 100
universidades de Medicina que formam cerca de 17.000 profissionais por ano,
e mais de 300.000 pós-graduandos nesta área (Global Bioeconomy Consulting
LLC, 2007).
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O Comitê Nacional de Biotecnologia buscou verificar a existência de
cursos que formem pessoas na área da biotecnologia, e muito poucos foram
encontrados. Uma distorção comum em todo o Brasil é a de diversos cursos
possuírem o nome de Biotecnologia, mas quando a sua grade curricular é
analisada, observa-se que eles não formam, de fato, profissionais em
Biotecnologia.
Entre as Escolas Técnicas de Nível Médio do Brasil, foram encontrados
apenas cinco cursos que efetivamente promovem uma formação em
Biotecnologia. O curso do Instituto Federal do Rio de Janeiro foi primeiro do
Brasil, sendo sucedido posteriormente por outros, em antigos Centros Federais
de Educação Tecnológica e em algumas escolas estaduais do Sistema Paula
Souza de São Paulo (FONSECA; UZIEL, 2012). Segundo os autores, conclui-
se que não estão sendo formados técnicos de nível médio, a nível nacional, em
número suficiente para atender à demanda da área da biotecnologia.
2.4) A Biotecnologia no Rio de Janeiro
De acordo com os dados apresentados anteriormente, que indicam uma
dependência muito grande das empresas de biotecnologia frente ao Estado,
faz-se essencial a existência de uma política pública de Biotecnologia com o
objetivo de promover o desenvolvimento desta área no país e no Estado do Rio
de Janeiro.
Neste contexto, foi criado em 2011, o Grupo Executivo do Complexo
Industrial das Ciências da Vida do Estado do Rio de Janeiro/GECIV-RJ.
De acordo com o Decreto 43.315/2011,compete ao GECIV-RJ:
I- Elaborar, desenvolver, propor e implantar
políticas estaduais e promover a articulação dos órgãos
e entidades do governo estadual, com vistas a viabilizar
um ambiente econômico e institucional propício ao
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desenvolvimento do Complexo Industrial das Ciências
da Vida do Estado do Rio de Janeiro;
II- Constituir grupos de trabalho sobre temas
específicos que demandem conhecimento técnico
especializado para dar suporte a suas atividades;
III- Convidar instituições acadêmicas de pesquisa
e ensino, profissionais de notório saber na matéria ou
especialistas de outros órgãos ou entidades e da
sociedade para colaborar com suas atividades;
IV- Promover a harmonização dos trabalhos
realizados pelos grupos de trabalho, comissões e
outras instâncias criadas para a implantação dos
programas e ações previstos;
V- Implantar uma rede de cooperação entre
nichos tecnológicos no Estado, induzidos inclusive pelo
uso de áreas públicas estaduais, que abriguem
unidades produtivas inovadoras, rede essa a ser
denominada de Complexo Tecnológico da Vida.
As principais áreas identificadas pelo GECIV-RJ como problemáticas em
termos de políticas públicas são a regulação, a formação de recursos humanos
e a política de financiamento. Para enfrentar estas e outras problemáticas, na
busca pelo desenvolvimento da biotecnologia no Rio de Janeiro, foram criados
subgrupos de trabalho organizados em temas estratégicos.
O Grupo de Trabalho de Recursos Humanos em Biotecnologia, do
GECIV-RJ, tem como principal propósito garantir a oferta de profissionais
qualificados para atuar na área da biotecnologia. É composto pela UERJ,
UEZO, UENF, UFF, UFRJ, IFRJ, IVB, FIOCRUZ, IORT e UNIFOA, e atua no
sentido de incentivar a fixação dos recursos capacitados na área, incentivando
a valorização destes profissionais pelas empresas através de uma política de
remuneração atrativa e pela ampliação da formação profissional de qualidade
em Biotecnologia (PAES; BAPTISTA, 2014).
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Ainda segundo Paes & Baptista (2014), o principal objetivo do Grupo de
Trabalho de Recursos Humanos em Biotecnologia, atualmente, é mapear a
oferta de recursos humanos em Biotecnologia por parte das Instituições de
Ensino para atender de maneira consistente à demanda deste mercado no
Estado do Rio de Janeiro.
a) Cursos de Graduação em Biotecnologia no Rio de Janeiro
O Estado do Rio de janeiro conta com cinco cursos de Graduação em
Biotecnologia. Quatro das Instituições são públicas e uma é privada (UNIFOA):
Instituição Curso Tempo de
Duração
Carga
Horária
IFRJ Bacharelado em Ciências Biológicas
(Habilitação Biotecnologia)
Quatro
anos
3.240 horas
UERJ Bacharelado em Ciências Biológicas
(Habilitação Biotecnologia)
Quatro
anos
4.055 horas
UEZO Bacharelado em Ciências Biológicas Quatro
anos
4.060 horas
UEZO Tecnólogo em Biotecnologia Três
anos
3.300 horas
UFRJ Bacharelado em Ciências Biológicas
(Habilitação Biotecnologia)
Quatro
anos
3.810 horas
+ eletivas
UNIFOA Bacharelado em Ciências Biológicas Quatro
anos
3.960 horas
Fonte: PAES; BAPTISTA, 2014.
Como pode ser visto na tabela acima, todos os cursos de bacharelado
possuem a duração de quatro anos, enquanto o curso de tecnólogo da UEZO
possui três anos de formação. Ainda assim, a formação de tecnólogo da UEZO
apresenta uma carga horária maior que a do curso de Bacharelado da IFRJ.
b) Cursos Técnicos em Biotecnologia no Rio de janeiro
No Rio de janeiro, existem atualmente, três unidades oferecendo curso de
Biotecnologia em nível técnico. Duas delas são públicas e uma é privada
(IORT). São elas:
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Instituição Curso Tempo de
Duração
Carga
Horária
IFRJ Técnico em Biotecnologia Quatro
anos
4.287
horas
IOC/FIOCRUZ Técnico em Biotecnologia Dois anos 1.845
horas
IORT Educação Profissional Técnica de
Nível Médio
Três anos 4.060
horas
Fonte: PAES; BAPTISTA, 2014.
Nos cursos citados acima, podemos perceber primeiramente as
discrepâncias no que diz respeito à carga horária dos cursos. Esta se explica
pelo fato de tanto a IFRJ quanto o IORT receberem alunos egressos da
educação fundamental, e oferecerem dentro de sua carga horária o ensino
médio. O IOC/FIOCRUZ, por outro lado, já recebe alunos oriundos do ensino
médio e sua carga horária reflete apenas o tempo da formação específica.
Outro dado importante, segundo Paes e Baptista (2014) é o fato de todos
estes cursos exigirem estágio supervisionado, com uma carga horária entre
220 e 480 horas, e todos revelem em sua formação uma preocupação em
oferecer formação que atenda ao Setor Produtivo. Segundo eles, isto permite
que o aluno entre em contato com empresas e laboratórios desde o início de
seu processo formativo.
Tendo como base estes dados e outros obtidos em relatórios oficiais do
GECIV-RJ e de matérias jornalísticas sobre o Complexo Industrial de Santa
Cruz, entre outros, que reforçam o crescimento da Biotecnologia em Saúde no
Brasil, sua importância estratégica e a evolução do Mercado de Trabalho na
área, o LATEC considera que vale a pena apostar na construção de um curso
de Biotecnologia que permita contribuir na formação de trabalhadores técnicos
qualificados para atuar neste promissor campo de evolução da Ciência e
Tecnologia.
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Levando-se em conta a existência de um curso de Análises Clínicas já
bem estruturado na EPSJV, no qual trabalhamos as técnicas clássicas do
biodiagnóstico, em contato com algumas das modernas técnicas aplicadas a
este campo, vislumbramos no curso de Biotecnologia a possibilidade de
apostar em tecnologias mais modernas, possibilitando a expansão da
Biotecnologia em Saúde Humana e trazendo o olhar formativo para as
pesquisas de fronteira. Esta aproximação das pesquisas de fronteira permitirá
que estes técnicos se apropriem dos temas e progridam em sua formação,
construindo, paulatinamente, uma cultura científica nos diversos níveis
profissionais que atuam nesta área.
2.5) Biotecnologia para o SUS
Tendo a EPSJV, historicamente, voltado o foco de sua formação técnica
para atender às demandas, diretas e indiretas, do Sistema Único de Saúde
(SUS), este aspecto deve também ser levado em conta quando da proposição
de um novo Curso nesta Instituição.
A Biotecnologia é majoritariamente apresentada como uma área
economicamente estratégica de investimento. O grande potencial para
inovação e a crescente difusão da biotecnologia nas diversas cadeias
produtivas às quais se integra a tornam, cada vez mais, importante, em
especial para a indústria farmacêutica, e o discurso que se constrói para tratar
deste tema assume sempre um caráter mercadológico recheado de termos
neoliberais.
O que não pode ser esquecido, contudo, é que em meio a este discurso
do Mercado, a Biotecnologia traz consigo promessas e contribuições
importantes para o SUS.
A Biotecnologia traz consigo a possibilidade de responder a uma
demanda social por novos produtos, insumos e serviços especializados na área
da saúde. O desenvolvimento de novas tecnologias resulta em um acelerado
avanço nos recursos de diagnósticos, terapêuticos e de prevenção à saúde.
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As políticas de incentivo ao desenvolvimento da Biotecnologia no Brasil
têm gerado um constante estímulo à produção nacional de vacinas, kits
diagnósticos, hemoderivados e outros produtos da bioindústria.
Um exemplo é o Programa Nacional de Competitividade em Vacinas
(Inovacina), desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras
instituições ligadas ao Ministério da Saúde. Por meio deles, o governo vem
aumentando a produção de vacinas, medicamentos e insumos para o
tratamento de diversas doenças, especialmente das chamadas doenças
negligenciadas como a malária, Doença de Chagas, hanseníase e outras.
Estas iniciativas do Governo Federal ganharam impulso a partir de 2004,
a partir da construção da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em
Saúde, permitindo que os estudos realizados no âmbito da Biotecnologia em
Saúde atendessem, prioritariamente, aos princípios e às necessidades do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Além destes aspectos, que se refletem diretamente nos recursos a que a
população tem acesso através do SUS, outro fator que também é fundamental
para a política de saúde brasileira refere-se à internalização da produção de
medicamentos biológicos.
Estes são produtos considerados estratégicos, utilizados em
procedimentos ambulatoriais, que apresentam alto custo, e que têm sido
adquiridos de forma centralizada pelo governo federal como uma estratégia
para a redução dos gastos com os mesmos. Trata-se de medicamentos para
doenças de grande impacto social, com grave risco de morte (HIV/AIDS, por
exemplo), ou medicamentos cuja aquisição representa uma grande carga para
o financiamento do sistema público de saúde.
Boa parte dos medicamentos biológicos insere-se nesse grupo.
Atualmente, o Ministério da Saúde adquire e distribui aos estados os
medicamentos imiglucerase, imunoglobina, eritropoetina humana
recombinante, interferon alfa, imunossupressores e outros, de acordo com os
quantitativos programados pelos estados.
Os gastos do SUS com este tipo de medicamento biológico são
significativos e têm aumentado nos últimos anos. Segundo levantamento do
Ministério da Saúde, o total de gastos do SUS com medicamentos de alto custo
no ano de 2008 foi de R$ 2,3 bilhões (contra R$ 513 milhões em 2003). Foram
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220 medicamentos destinados ao tratamento de 76 doenças de
aproximadamente 730 mil usuários (BRASIL, 2009).
Além destes medicamentos anteriormente citados, o desenvolvimento da
Biotecnologia no Brasil traz consigo o desenvolvimento de novas terapias, que
podem revolucionar o atendimento e as intervenções em saúde, como as
terapias celulares, com a aplicação de células-tronco, e as terapias gênicas,
com a transferencia de genes sadios para células somáticas de um paciente
com o objetivo de alterar o curso de uma doença.
Por fim, vale lembrar que, além de sua importância para a competitividade
das empresas e o desenvolvimento econômico do país, a definição de políticas
públicas para a Biotecnologia não pode se descolar do objetivo último, que é
melhorar a qualidade de vida da população. Essa perspectiva é fundamental
para justificar investimentos que podem representar um aumento de custos
com investimentos em curto prazo, mas que geram a médio e longo prazos um
saldo positivo de benefícios, consolidando uma indústria que atenda com
segurança, eficácia e custo mais baixo às demandas de saúde da população
brasileira.
A educação profissional de técnicos para esta área, além de servir, de
acordo com os dados anteriormente apresentados, como um elemento de
desenvolvimento da Biotecnologia no Brasil, promoverá a formação de técnicos
capacitados a se inserir em modernas plataformas de pesquisa e atenção à
saúde, de caráter público ou privado, como o Centro de Desenvolvimento
Tecnológico em Saúde (CDTS) da Fiocruz, em diversos laboratórios de
pesquisa biomédica, na Fiocruz, UFRJ e UERJ, por exemplo, e nos
Laboratórios Centrais de Saúde Pública, se integrando às atividades, cada vez
mais especializadas, de diagnóstico biomolecular ou afim.
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3) Proposta de Formação para Técnicos em Biotecnologia
3.1) Processo de Construção da Proposta Curricular
Após as avaliações iniciais quanto à viabilidade e real necessidade de
formação no campo da Biotecnologia, iniciaram-se estudos voltados à
construção das demandas formativas para técnico de nível médio em
Biotecnologia em Saúde Humana.
Como Bio-Manguinhos apresentou-nos inicialmente a demanda e domina
os aspectos técnicos específicos da biotecnologia, ela compôs um Grupo de
Trabalho (GT) com o objetivo de construir um levantamento inicial das
demandas formativas para este trabalhador técnico.
Durante as etapas deste processo, os representantes no GT de Bio-
Manguinhos, em parceria com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em
Saúde (CDTS) realizaram a análise das matrizes curriculares e projetos
pedagógicos de diversos cursos de Biotecnologia do Brasil, e fizeram a
comparação da matriz curricular destes cursos com a do curso de
especialização em Biotecnologia em Saúde (edição 2008) que foi realizado em
parceria com a Escola. Foram levadas em conta também as áreas de fronteira
definidas no Estudo prospectivo Visão de Futuro e Agenda INI Biotecnologia
2008-2025 (ABDI & CGEE, 2008), o Roadmap para Desenvolvimento do
Cluster de Biotecnologia para Saúde Humana do Estado do Rio de Janeiro
(Proença, 2013) e as plataformas atuais de Bio-Manguinhos.
Concluída a análise comparativa, a proposta preliminar das demandas
formativas foi submetida às discussões do GT (caráter multidisciplinar) junto a
seguintes perguntas:
I. Qual seria o papel do técnico de nível médio na produção e no
desenvolvimento tecnológico no campo da Biotecnologia em Saúde
Humana? Qual seria o papel deste técnico na área de estudos clínicos?
II. Pensando na formação de nível médio para o campo da
Biotecnologia em Saúde Humana, estes conteúdos formativos seriam
suficientes para formarmos os profissionais que precisamos e que o
Brasil precisa?
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A proposta também foi analisada pelo GT frente à matriz curricular da
habilitação em análises clínicas da ESPJV e às disciplinas previstas para o
ensino médio regular no Projeto Político Pedagógico da ESPJV, de maneira a
buscar a melhor adequação às práticas atuais da Escola.
A partir deste trabalho inicial realizado por Bio-Manguinhos, debruçamo-
nos sobre a proposta a fim de adequá-la à realidade da EPSJV, tornando-a
exequível dentro dos moldes em que são realizados os cursos nesta Escola.
Construímos então propostas para a formação de técnicos de nível médio
em Biotecnologia nas modalidades integrada ao Ensino Médio e Subsequente ,
e estas foram apresentadas a Bio-Manguinhos, que se mostrou mais
interessada pela proposta de ensino integrado com duração de quatro anos.
A partir daí foram realizadas reuniões no âmbito do LATEC e com a VDEI
e a Direção da EPSJV, a fim de realizar ajustes na Proposta que é apresentada
a seguir.
3.2) Proposta Curricular
Esta proposta apresenta o cronograma de um curso de Educação
Profissional Técnica de Nível Médio em Biotecnologia, na modalidade
Integrada ao Ensino Médio, a ser realizado num período de 4 anos, pela Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV-FIOCRUZ).
Por uma necessidade de adequação ao Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos do MEC (2015), a nomenclatura do Curso deve se limitar ao termo
Biotecnologia, embora reconheçamos a amplitude do termo Biotecnologia, e a
utilização constante em artigos e publicações específicas, da terminologia
Biotecnologia em Saúde Humana para se referir ao conjunto de conhecimentos
que compõem o escopo deste Curso.
A construção desta proposta segue como princípio a organização das
disciplinas em módulos que não têm terminalidade ou efeito para notas, mas
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apenas como uma forma de organizar as disciplinas em grupamentos
epistemológicos coerentes.
Módulo 1- Fundamentos de Laboratórios de Saúde
Técnicas Básicas em Laboratórios (60 horas)
Apresenta técnicas de limpeza e desinfecção, purificação de água, além
dos equipamentos mais básicos utilizados em laboratórios na área da saúde;
Biossegurança (60 horas)
Apresenta os principais conceitos referentes a biossegurança laboratorial,
como EPI, EPC, Práticas Laboratoriais Seguras, entre outos.
Fundamentos de Química Analítica (30 horas)
Apresenta os fundamentos de preparo de soluções, titulação entre outras
técnicas básicas de aplicação da química analítica em laboratórios de saúde.
Biomodelos (30 horas)
Apresenta os princípios éticos e legais no uso científico de animais,
conceitos básicos em criação e manejo de biotérios, e princípios de
biossegurança em biotérios.
Bioestatística (30 horas)
Apresenta os conceitos básicos de bioestatística aplicados às atividades
laboratoriais e à biotecnologia.
Módulo 2 – Funcionamento e Estrutura do Corpo Humano
Morfologia (60 horas)
Apresentará os princípios de Embriologia e Histologia, e os principais
conhecimentos de anatomia e fisiologia, de forma a permitir a compreensão da
estrutura e funcionamento do corpo humano.
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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Imunologia (60 horas)
Apresentar os componentes do sistema imunológico e os diferentes
papéis que este desempenha na defesa do organismo.
Microbiologia (60 horas)
Seus objetivos são apresentar os principais microorganismos de interesse
da Biotecnologia em Saúde Humana, correlacionando-os às suas aplicações
específicas.
Bioquímica (60 horas)
Apresentar os principais constituintes biomoleculares dos seres vivos,
suas propriedades físico-químicas e como estes participam dos processos
metabólicos. Técnicas de extração, purificação e análise estrutural de
biomoléculas (polissacarídeos e proteínas).
Módulo 3 – Fundamentos em Biotecnologia
Cultura de Células (30 horas)
Esta disciplina deverá apresentar os conhecimentos básicos sobre
técnicas de cultivo celular e a preparação adequada de meios de cultura para
esta aplicação.
Biologia Molecular (60 horas)
Esta disciplina tem como objetivo apresentar aos alunos os conceitos
básicos de biologia molecular, bem como as técnicas básicas de estudo em
Genômica e Proteômica, entre outros temas de interesse.
Biotecnologia Vegetal (30 horas)
Apresentar os princípios e avanços na biotecnologia vegetal, como as
técnicas para obtenção de plantas transgênicas e a utilização de marcadores
moleculares nesta área específica de estudos.
Bioética (15 horas)
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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Numa área que tem suscitado tantas discussões quanto à validade moral
e/ou ética das suas ações como a Biotecnologia, este tema se faz
extremamente necessário e deve ser trabalhado de forma integrada com as
demais disciplinas técnicas.
Conceitos Básicos em Pesquisa Clínica na Biotecnologia (15 horas)
Apresentar os conceitos básicos em epidemiologia e pesquisa clínica na
área da biotecnologia, incluindo aspectos éticos e regulatórios das pesquisas
clínicas.
Fundamentos de Bioinformática (30 horas)
Por considerar esta uma área importante para os avanços obtidos na
Biotecnologia, sugerimos a incorporação dela neste currículo, mesmo com uma
carga horária reduzida, de forma a apresentar um panorama básico sobre o
tema, mas que possibilite uma visão diferenciada deste tema pelos
profissionais formados neste curso.
Aplicações com células-tronco (30 horas)
Com o avanço constante nas pesquisas envolvendo células-tronco, esta
área representa importante campo de aplicação da biotecnologia, e deve,
portanto, ser compreendida como uma área de importante investimento na
formação deste técnico.
Princípios em Nanotecnologia (30 horas)
Sendo a nanotecnologia uma significativa área de estudos de fronteira
para a biotecnologia, consideramos a sua inserção neste currículo, mesmo na
forma de uma disciplina básica, um diferencial no processo formativo destes
técnicos.
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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Módulo 4 – Bioprocessos Industriais e Suporte Biotecnológico
Sistemas de Gestão da Qualidade (30 horas)
Apresentar os componentes do Sistema de Gestão da Qualidade e
Requisitos de Qualidade e Regulatórios das Biofarmacêuticas: Calibração,
diagnóstico, noções da ISO 17025, ISO 15189 e da norma brasileira NBR
16501; Indicadores da qualidade; Gerenciamento da Qualidade;
Documentação da qualidade, controle de elaboração, distribuição e versões;
Registros técnicos, administrativos e arquivamento; Processos e
rastreabilidade nos processos; NC de processos; Investigação de causas e
Análise crítica;
Tecnologias para Vacinas e Adjuvantes (60 horas)
Nas demandas formativas foi apresentada a proposta de uma grande disciplina
chamada Bioprocessos Industriais e Suporte Tecnológico, que englobava diversos
processos técnicos em Biotecnologia. Resolvemos fragmentar esta grande disciplina
para dar origem a outras disciplinas menores e com temáticas mais específicas. Esta
se refere à produção, em caráter industrial, das Tecnologias para Vacinas e
Adjuvantes.
Tecnologias para Biofármacos (60 horas)
No mesmo contexto da disciplina anterior, esta traz os conteúdos voltados para a
produção, em caráter industrial, das Tecnologias para Biofármacos.
Tecnologias para Diagnóstico em Saúde (60 horas)
Ainda no mesmo contexto das disciplinas anteriores, esta traz os conteúdos
voltados à produção, em caráter industrial, das Tecnologias para Diagnóstico em
Saúde.
Gestão da Inovação e Propriedade Intelectual (30 horas)
Apresenta aspectos gerais da Gestão da Inovação e da propriedade
intelectual focadas na produção de vacinas e reativos para diagnóstico, bem
como outras modalidades de Proteção, Concorrência Desleal e Contratos de
Transferência de Tecnologia.
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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Módulo 5 – Relações profissionais
Deontologia (30 horas)
Engloba as questões referentes à ética profissional, à regulamentação
profissional em biotecnologia, e à legislação profissional na área, preparando o
aluno para se inserir de forma consciente no mercado de trabalho.
Estágio Curricular Obrigatório (540 horas)
A ser realizado nas instalações de Bio-Manguinhos.
3.3) Perfil dos egressos
O Técnico em Biotecnologia em Saúde Humana é o profissional que
auxilia e executa atividades laboratoriais e industriais relativas aos processos
biotecnológicos aplicados ao desenvolvimento de novos produtos e processos
e à produção de vacinas, diluentes, biofármacos e reativos para diagnósticos.
Deve seguir as Boas Práticas de Fabricação, de Laboratório, Clinicas e de
Amostras, e leis e resoluções normativas de Biossegurança, bem como
auxiliam na implantação das mesmas. Realiza testes de controle de qualidade
físico-químico e microbiológico em produtos acabados, intermediários, matérias
primas e em processos e o manejo ético dos animais de experimentação. Nos
estudos clínicos, atua no apoio ao gerenciamento dos dados produzidos nestes
estudos, nos biorepositórios ou biobancos e no suporte aos laboratórios de
pesquisa e desenvolvimento que prestam serviços relacionados aos estudos
clínicos. Colabora para a investigação e implantação de novas tecnologias
relacionadas à biotecnologia humana, animal e vegetal. Em todas as áreas
que atuar no campo da Biotecnologia, deve compreender os fundamentos, as
etapas criticas das técnicas que realiza e os riscos que precisa mitigar para
assegurar a confiabilidade e qualidade destas técnicas. Deve estar inserido no
campo profissional da Biotecnologia com espírito crítico e reflexivo,
compromisso social, respeito à vida e à ética.
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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Os técnicos em Biotecnologia em Saúde atuam sob a supervisão de
profissionais de nível superior, e poderão realizar, por exemplo, as seguintes
atividades:
� Realizar o congelamento e descongelamento dos IFAs (Ingrediente
Farmacêutico Ativo);
� Realizar o preparo de lotes sementes e banco de células (manutenção,
ampliação e controle dos mesmos)
� Realizar atividades relacionadas a formulação, envase, liofilização,
revisão, rotulagem e embalagem;
� Preparar células, inocular, coletar, purificar ou clarificar visando a
produção de células e vírus, a formulação e o processamento final de
vacinas;
� Realizar o monitoramento ambiental das áreas de produção;
� Realizar testes necessários para o controle de qualidade de processos,
produtos intermediários e final necessários no desenvolvimento e
produção de compostos biológicos
� Realizar atividades relacionadas à limpeza e desinfecção de materiais,
áreas e equipamentos;
� Compreender a aplicação de equipamentos e técnicas de esterilização
de materiais;
� Compreender o funcionamento dos sistemas de purificação de água;
� Realizar atividades relacionadas aos ensaios moleculares (biologia
molecular da extração de DNA e RNA ao sequenciamento genético,
imunológicas, bioquímicas, etc) aplicadas ao Desenvolvimento
Tecnológico (DT) ou Produção (P);
� Realizar atividades relacionadas ao cultivo de células eucarióticas,
assim como cultivo de procariotos em diferentes escalas, em DT ou P;
� Dar suporte ao desenvolvimento de produtos biológicos desenvolvidos/
transferência de tecnologia;
� Realizar técnicas para o cultivo, isolamento, identificação e quantificação
de vírus e bactérias – DT;
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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� Realizar ensaios analíticos (químicos, físico-químicos e bioquímicos)
para caracterização de antígenos (proteínas e polissacarídeos), outras
proteínas ou ainda demais moléculas de interesse na área biomédica;
� Conhecer os métodos e as boas práticas de laboratório visando o
armazenamento, conservação e estabilidade de amostras biológicas;
qualidade e DT;
� Realizar ensaios de diagnóstico sorológico, convencionais e em
sistemas automatizados, além de métodos ambulatoriais, utilizados em
campo ou point of care (teste rápido);
� Compreender ensaios e técnicas relacionadas à experimentação e
manejo animal;
� Realizar testes sorológicos e moleculares para a avaliação de estudos
clínicos e pré-clínicos em imunobiológicos;
� Participar da elaboração de documentos internos e preenchimento dos
protocolos e das solicitações de análise;
� Atuar em biorepositórios e biobancos (recebimento, transporte,
conferência, manutenção e guarda de amostras biológicas provenientes
de ensaios clínicos e plano de contingência).
3.4) Simulação da Distribuição das Aulas
Uma grande dúvida que foi apresentada pela EPSJV foi quanto à
exequibilidade deste curso, tendo em vista a manutenção da carga horária do
Ensino Médio, e a realização, pelo LATEC de outro curso técnico integrado, o
curso de Análises Clínicas. Por isso, de forma a estudar a viabilidade prática
desta proposta, realizamos uma projeção da distribuição das aulas deste curso
proposto, tendo como base a grade de distribuição das aulas do ensino médio
para o ano de 2016. Vale frisar que este programa está sujeito a mudanças,
servindo apenas como base para que esta proposição de curso técnico não
interfira e para, além disso, corrobore e se integre às atividades já realizadas
atualmente pelo LABFORM e pelo LATEC.
Os horários disponíveis na grade apresentada representam pontos que
ainda estão sendo discutidos na distribuição das atividades didáticas, mas com
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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o tempo podem se apresentar como espaços de ampliação dos objetos de
estudo deste referido curso, tendo em vista a existência, neste momento, de
420 horas disponíveis ao longo dos quatro anos de duração do curso.
A sigla IEP que aparece na grade de distribuição das disciplinas
representa um importante componente curricular que caracteriza a atuação
desta Escola, e significa Iniciação à Educação Politécnica.
O IEP corresponde às discussões introdutórias sobre Educação e
Trabalho em saúde, e à construção de um olhar mais crítico sobre as relações
sociais e políticas na sociedade de um modo geral. Seus componentes
curriculares devem estar dispostos de forma horizontal no currículo da
educação profissional, estando distribuídos de forma a não fragmentar ou
enfraquecer as discussões das disciplinas mais tipicamente técnicas, mas
também de forma constante para que possibilite o surgimento de indagações e
a construção de um pensamento crítico constantemente durante o processo
formativo.
O IEP tem os seus principais conteúdos selecionados com base nos
seguintes eixos estruturantes, que representam discussões centrais para a
construção de uma formação politécnica: Trabalho, Política, Ciência e Saúde.
No contexto de novas demandas e discussões pertinentes ao curso
técnico em Biotecnologia, podem ser estudadas as possibilidades para o
aprofundamento de discussões sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, e de
temas levantados nas demandas formativas inicialmente apresentadas por Bio-
Manguinhos, como Introdução à Biotecnologia em Saúde Humana, Meio
Ambiente e Qualidade de Vida, e Seminários de Biotecnologia em Saúde.
O IEP tinha como parte integrante de seu escopo o desenvolvimento do
pensamento científico nos estudantes, através de um projeto denominado
Projeto Trabalho, Ciência e Cultura (PTCC), cuja sigla pode ser encontrada na
grade de distribuição de disciplinas proposta.
O PTCC é um projeto de Iniciação Científica desenvolvido com alunos
dos cursos de Educação Profissional de Nível Técnico em Saúde da EPSJV a
partir de uma concepção de educação pela pesquisa. Trata-se de um projeto
Educação profissional Técnica em Biotecnologia
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que confere ao jovem profissional de nível médio o status de produtor de
conhecimento, defendendo, portanto, que o pensar e o fazer são partes
inerentes do trabalho humano.
O PTCC não é um projeto extra-classe desenvolvido de forma episódica.
Ao contrário: conta com uma carga horária regular ao longo de dois anos da
formação dos alunos da EPSJV, um programa de conteúdos, um corpo de
professores e avaliação sistemática. O projeto se encerra com a apresentação
de uma monografia de conclusão de curso elaborada com o apoio de cursos,
seminários e a orientação de um professor.
Este Projeto se insere numa concepção de Iniciação Científica integrada a
um projeto de educação que permita ao aluno entender a sociedade como
lugar de criação humana, descobertas e invenções. E essa experiência de
produção do Trabalho de Conclusão de Curso tem se colocado como de
fundamental importância para a consolidação de modelos pedagógicos de
democratização da ciência comprometidos com a formação de futuros
profissionais de nível médio em saúde que tenham uma sólida formação geral
e visão crítica para que possam apropriar-se dos conhecimentos e interferir em
seus processos de educação e trabalho.
Apresentamos a seguir a simulação da distribuição das aulas do curso de
Biotecnologia Integrado:
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Disciplinas Ensino Médio: LÍNGUA PORTUGUESA Carga Horária no Semestre: 30 horas HISTÓRIA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas MATEMÁTICA Carga Horária no Semestre: 60 horas QUIMICA Carga Horária no Semestre: 30 horas FÍSICA Carga Horária no Semestre: 60 horas LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL Carga Horária no Semestre: 30 horas GEOGRAFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas Disciplinas Educação Profissional: TÉCNICAS BÁSICAS EM LABORATÓRIO Carga Horária no Semestre: 60 horas BIOSSEGURANÇA Carga Horária no Semestre: 60 horas HORÁRIO DISPONÍVEL Carga Horária no Semestre: 30 horas
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Disciplinas Ensino Médio: LÍNGUA PORTUGUESA Carga Horária no Semestre: 30 horas HISTÓRIA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas MATEMÁTICA Carga Horária no Semestre: 60 horas QUIMICA Carga Horária no Semestre: 30 horas FÍSICA Carga Horária no Semestre: 60 horas LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL Carga Horária no Semestre: 30 horas GEOGRAFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas Disciplinas Educação Profissional: FUNDAMENTOS DE QUÍMICA ANALÍTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOMODELOS Carga Horária no Semestre: 30 horas MORFOLOGIA Carga Horária no Semestre: 60 horas HORÁRIO DISPONÍVEL Carga Horária no Semestre: 90 horas
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MAT Microbiologia LIT
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Disciplinas Ensino Médio: HISTÓRIA Carga Horária no Semestre: 30 horas MATEMÁTICA Carga Horária no Semestre: 60 horas FÍSICA Carga Horária no Semestre: 60 horas EDUCAÇÃO FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas SOCIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas LÍNGUA ESTRANGEIRA Carga Horária no Semestre: 30 horas LÍNGUA PORTUGUESA Carga Horária no Semestre: 30 horas GEOGRAFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas QUIMICA Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas FILOSOFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas LITERATURA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas Disciplinas Educação Profissional: IMUNOLOGIA Carga Horária no Semestre: 60 horas MICROBIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 60 horas
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ATIVIDADES DIVERSAS
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Cultura de
Células
Bioestatística
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Disciplinas Ensino Médio: HISTÓRIA Carga Horária no Semestre: 30 horas MATEMÁTICA Carga Horária no Semestre: 60 horas FÍSICA Carga Horária no Semestre: 60 horas EDUCAÇÃO FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas SOCIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas LÍNGUA ESTRANGEIRA Carga Horária no Semestre: 30 horas LÍNGUA PORTUGUESA Carga Horária no Semestre: 30 horas GEOGRAFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas QUIMICA Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas FILOSOFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas LITERATURA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas Disciplinas Educação Profissional: BIOLOGIA MOLECULAR Carga Horária no Semestre: 60 horas CULTURA DE CÉLULAS Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOESTATÍSTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas
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Disciplinas Ensino Médio: LÍNGUA PORTUGUESA Carga Horária no Semestre: 30 horas FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas LÍNGUA ESTRANGEIRA Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas GEOGRAFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas HISTÓRIA Carga Horária no Semestre: 30 horas SOCIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas QUIMICA Carga Horária no Semestre: 30 horas LITERATURA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas FILOSOFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas MATEMÁTICA Carga Horária no Semestre: 60 horas Disciplinas Educação Profissional: BIOQUÍMICA Carga Horária no Semestre: 60 horas BIOTECNOLOGIA VEGETAL Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOÉTICA Carga Horária no Semestre: 15 horas CONCEITOS BÁSICOS EM PESQUISA CLÍNICA NA BIOTECNOLOGIA (CBPQB) Carga Horária no Semestre: 15 horas SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) Carga Horária no Semestre: 30 horas FUNDAMENTOS DE BIOINFORMÁTICA (FBio) Carga Horária no Semestre: 30 horas HORÁRIO DISPONÍVEL Carga Horária no Semestre: 30 horas
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Disciplinas Ensino Médio: LÍNGUA PORTUGUESA Carga Horária no Semestre: 30 horas FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas LÍNGUA ESTRANGEIRA Carga Horária no Semestre: 30 horas BIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas GEOGRAFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas HISTÓRIA Carga Horária no Semestre: 30 horas SOCIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO FÍSICA Carga Horária no Semestre: 30 horas QUIMICA Carga Horária no Semestre: 30 horas LITERATURA Carga Horária no Semestre: 30 horas EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas FILOSOFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas MATEMÁTICA Carga Horária no Semestre: 60 horas Disciplinas Educação Profissional: TECNOLOGIAS PARA VACINAS E ADJUVANTES Carga Horária no Semestre: 60 horas TECNOLOGIAS PARA BIOFÁRMACOS Carga Horária no Semestre: 60 horas TECNOLOGIAS PARA DIAGNÓSTICO EM SAÚDE Carga Horária no Semestre: 60 horas HORÁRIO DISPONÍVEL Carga Horária no Semestre: 30 horas
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Aplicações com
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Nanotecnologia
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ESTÁGIO CURRICULAR ATIVIDADES DIVERSAS
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Disciplinas Ensino Médio: LITERATURA Carga Horária no Semestre: 30 horas SOCIOLOGIA Carga Horária no Semestre: 30 horas FILOSOFIA Carga Horária no Semestre: 30 horas LÍNGUA ESTRANGEIRA Carga Horária no Semestre: 30 horas MATEMÁTICA Carga Horária no Semestre: 30 horas Disciplinas Educação Profissional: ESTÁGIO CURRICULAR Carga Horária no Semestre: 360 horas HORÁRIO DISPONÍVEL Carga Horária no Semestre: 120 horas
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4) Demandas para Iniciar e Dar Continuidade ao Curso de Biotecnologia
Realizamos um estudo das questões práticas que precisariam ser resolvidas para a
realização do referido curso, e para que seja viabilizada a sua continuidade nos anos
seguintes ao seu início, e levantamos os seguintes aspectos:
a) Inexistência de salas de aula para abrigar as novas turmas;
b) Aumento dos gastos com material didático;
c) Aumento dos gastos com alimentação dos alunos;
d) Aumento dos gastos com materiais e insumos laboratoriais;
e) Contratação de professores para a Formação Geral; e
f) Contratação de professores para o LATEC.
a) Inexistência de Salas de Aula
Hoje a escola não possui sala de aula para mais nenhuma turma, e temos que pensar
nas quatro séries que virão até 2020.
Seria necessário ampliar a Escola, construindo salas, ou comprar/alugar containers para
este fim.
Entretanto, como alternativa para a resolução deste problema a curto prazo, a Escola
sugeriu um remanejamento de salas, com a mudança do LATEC para as salas da Revista e
da Pós-Graduação, e a transformação das salas 217 e 218 em salas de aula que atenderiam
a esta demanda até o fim da obra, quando outras salas ficarão disponíveis. A sala 215
continuará abrigando o SAP e seus profissionais.
Esta proposta já foi aprovada pelo Conselho Deliberativo da EPSJV, e as preparações e
obras necessárias para este remanejamento estão em andamento.
b) Aumento dos Gastos com Material Didático
A EPSJV recebe, para os alunos da formação geral, livros entregues gratuitamente pelo
Governo como parte do PNLD, mas algumas disciplinas não adotaram os livros do PNLD e a
Escola os compra para fornecer aos alunos.
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Além disso, os livros que vêm pelo PNLD são enviados pelo Ministério da Educação com
base no Censo Escolar do ano anterior, e por isso, como se trata de um curso novo na
Escola, devemos comprar os livros para as primeiras turmas.
Realizando uma estimativa aproximada dos preços destes livros para a primeira turma
apenas, ficamos com os seguintes valores:
Livro da
Disciplina
Valor Unitário Valor para a
turma (x32)
Biologia R$186,00 R$5.952,00
Física R$160,50 R$5.136,00
Geografia R$110,00 R$3.520,00
História R$151,00 R$4.832,00
Matemática R$185,00 R$5.920,00
Química R$150,00 R$4.800,00
Literatura 1 R$74,90 R$2.396,80
Literatura 2 R$64,90 R$2.076,80
Português R$99,00 R$3.168,00
Filosofia R$0* R$0*
Sociologia R$0* R$0*
Artes R$0* R$0*
Língua Estrangeira R$0* R$0*
TOTAL R$1.181,30 R$37.801,60
* Estes são livros que a Escola ainda tem em Estoque, não sendo necessária sua compra
neste primeiro momento.
Se estimarmos o valor das quatro turmas com base nesta estimativa inicial, sem contar
com os reajustes que ocorrerão neste período, teremos um valor total de aproximadamente
R$151.206,40.
c) Aumento dos Gastos com Alimentação dos Alunos
Com a entrada de mais alunos na Escola, será necessário também fazer um acréscimo
no número de refeições servidas no refeitório, o que demandará um ajuste significativo no
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contrato com a Empresa que presta este serviço. Com base nos valores adotados atualmente
a perspectiva é a seguinte:
Custo de Alimentação de 32 alunos em 200 dias letivos (x32x200)
Café da Manhã R$2,49
Almoço R$14,99
Lanche da Tarde R$2,49
TOTAL R$127.808,00
Este valor é referente à primeira série apenas. Se formos considerar as quatro turmas,
sem estimar ajustes no preço das refeições, o valor em 2020 será de R$511.232,00.
d) Aumento dos Gastos com Materiais e Insumos Laboratoriais
Com a duplicação da carga de aulas de várias disciplinas que utilizam os laboratórios
didáticos da EPSJV, é necessário também estimar um aumento no gasto de reagentes, EPI,
vidrarias e outros insumos.
Além disso, com a nova ênfase que a Biologia Molecular terá neste novo Curso, será
necessário ampliar os equipamentos e insumos desta área específica.
A definição do orçamento necessário para o incremento nestes gastos só será possível
de realizar a contento após o avanço na construção das ementas e na definição das aulas
práticas que serão realizadas.
e) Contratração de Professores para a Formação Geral
Acontecerá uma ampliação da carga horária de aulas dos professores do Laboratório de
Formação Geral (LABFORM), o que demandaria contratação de outros professores para
suprir a demanda crescente.
Em reunião com este Laboratório, ficou acordado que, no primeiro ano de realização do
curso de Biotecnologia, o LABFORM estenderia sua carga de aulas para dar conta deste
momento inicial, sendo necessárias as contratações apenas para as áreas de Matemática e
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Física, que já estão sobrecarregadas. Contudo, para a segunda turma já seria necessária a
contratação de mais profissionais, pois o acréscimo de horas-aula seria um problema.
Identificamos inicialmente 12 professores que precisariam ser contratados para suprir
esta necessidade:
Português, História, Matemática, Química, Física, Geografia, Biologia, Sociologia,
Filosofia, Literatura, Língua Estrangeira (Inglês e Espanhol).
A melhor opção para resolver este problema nos parece ser a ampliação dos contratos
de trabalho dos professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA), à noite, a fim
de que eles participem das atividades do LABFORM nos turnos da tarde e noite, o que
resolveria outros problemas de integração do EJA às discussões do LABFORM e da Escola
de forma mais ampla, além de melhorar as condições de contrato dos professores do EJA.
Carga Horária Titulação:
Mestrado
44 Hs Semanais +/- R$ 8.200,00
f) Contratração de Professores para o LATEC
Como este novo curso será responsabilidade, no que diz respeito à habilitação técnica,
do LATEC, haverá um crescimento significativo das demandas de trabalho para o nosso
grupo, o que demandaria o fortalecimento da equipe.
Haverá uma duplicação das horas-aula ministradas pelos seguintes professores:
Daniel (LABFORM), Etelcia, Flávia, Leandro, Mônica e Virgínia.
Além disso, teremos que pensar em áreas de vacância atuais no LATEC, e sendo assim,
solicitamos a contratação de 2 professores para integrar a equipe do LATEC, suprindo as
áreas referentes à Biologia Molecular e à Bioquímica.
Estes professores contratados atuariam como docentes também no âmbito do curso
técnico de análises clínicas, e ajudariam a suprir também outras funções relacionadas ao
Curso de Biotecnologia, e que representariam um aumento significativo do dispêndio da força
de trabalho do LATEC, como: a Coordenação de PTCC e a Representação na Câmara
Técnica de Ensino da EPSJV e na COGETES, e o acompanhamento de estágio, entre outras.
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Estas contratações seguiriam o mesmo valor da tabela utilizada para os professores do
LABFORM.
Uma Carta de Compromisso está sendo construída, consolidando esta parceria entre a
EPSJV e Bio-Manguinhos, e a previsão é de que, cumpridas as etapas pertinentes à
avaliação e aprovação deste o Curso no âmbito da EPSJV, ele possa fazer parte do processo
seletivo que está em construção, e inicie-se efetivamente em 2017.
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5) REFERÊNCIAS:
ABDI & CGEE. Biotecnologia: iniciativa nacional de inovação – estudo prospectivo de inovação – visão de futuro e agenda. INI Biotecnologia: 2008-2025. Brasília, 2008. BRASIL, Ministério da Educação. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos - 2016. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=41271-cnct-3-edicao-pdf&category_slug=maio-2016-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 22 de junho de 2016.
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COSTA, M. A. F.; COSTA, M. F. B. Biossegurança de A a Z. Rio de Janeiro: Publit, 2009.
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MENDONÇA, R.C. F. et al. Curso de Especialização em Biotecnologia em Saúde: análise e percepção de egressos REVISTA PRÁXIS - ano VI, nº 12. Dezembro de 2014.
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