Post on 06-Nov-2015
Arquivo "EDGARD LEUENROTH'
Instituto de Fosofia e Cincias Humana8
Q^- U N 1 c A M P
Sabado, 7 de Janeiro de 1933 Fundado em 17 - 6 -1917 Nova fase N. 7
P E R I O D I C O L I B E R T R I O REDATOR-GERENTE: R O D O L P H O FEL1PPE
Redao e administrao LAOEIRA DO CARMO N.o 7
Expediente A noite
ASSINATURAS :
Semes t r e . . . . 5SOOO Numero avulso S200 Pacote: 12 exemp. 2SOOO
Toda corespondencla, vale e registrado devem ser endereados Caixa Postal, 195
S. Paulo Brasil
A Republica Socialista e os latifndios O dr . Mario PintJ Serva, em uma entrevista dada Folha da Noite ,de
28 de Novembro ul t imo, querendo cri-
ticar a Pontes de Miranda a proposi-
to da ideia da Republica Socialista,
diz, referindo-se questo dos lati-
fndios :
Os nossos sociologos de gabinete
que esto inventando problemas que
no existem no Brasil, como esse de
latifundio, que ha pouco jocosamente
o interventor de Goyaz contestou, de-
clarando que tinha terras de sobra em
seu Estado, mas que ningum as que-
ria nem de graa. Ai est o proble-
ma brasileiro.
No quero discutir com mais um
doutor. Contudo fao notar o seguin-
te E' que apesar de todos os seus
ttulos, si se dissesse ao dr. Mar io
Pinto Serva :
Aqui esto 10 alqueires de terra.
Sos seus, e, desde j, vae responsabili-
zar-se pelos impostos. Ter que os
trabalhar sozinho, por si mesmo, para
poder viver, nQ dependendo de outros
recursos. Arranje-se como pudr,pro-
cure ferramentas, sementes, construa
^as0.; plcnte, tr-sii- etiid?, venHa. s
produtos, organize o transporte, perca
de 6 a 8 mezes a esperar que venham,
plantas donde se retiram as tintas para
imprimir. Depois que voc extrair to-
dos esses materiaes e os tiver trans-
formado segundo os fins aos quaes se
destinam, ento poder fazer os jor-
naes e declarar-se dono e senhor dos
rotativas e das gazetas .
Todos aqueles que aspiram a ser
proprietrios de grandes dirios fariam
como os cablocos de Gois : desisti-
riam do presente de gregos, conven-
cidos de que isso uma caoada.
Oferecer a terra inculta ao pobre
caboclo que s tem, como instrumen-
to de trabalho, as unhas, para esga-
ravatar o slo, dizer a esse desgraa-
do, de quem a sociedade exige o tra-
ba lho de um dia para o sustento do
dia imed ia to : cave, plante, cuide,
trabalhe de sol a sol, pague os im-
postos, seja proprietrio, enriquea-se,
tem para isso, tudo quanto preciso>
isso que , segundo o nosso pare-
cer no s jocosamente ridculo, mas,
prvers\
Porque, os desgraados que no pos-
suem ferramentas, sementes, nem de
talvez, as primeiras colheitas, se a s-( que viver, enquanto esperam as co-
ca, o vento ou a chuva de pedra no
danificar por completo o seutrabalho,
e da por deanfe que ter o direito
de comear a comer.
Ento, o dr. Mario Pinto Serva po-
deria demonstrar jocosamente que i
essa pesada tarefa mui to pesada pa-
ra os seus hombros fraquinhos de ci-
tadino, de sociologo de gabinete.
O dr. Mario Pinto Serva no com-
preendeu ainda o que significa a pa-
lavra social ismo. Socializar a terra
e os meios de produo restituir ao
produtor tudo aqui lo de que a socie-
dade capitalista a desapossou.
No se trata de dizer ao caboclo:
lheitas, podem somente supor que to-
dos os doutores e todos os interven-
tores civis ou militares caoam de-
les . . .
r\ obra da Revoluo Francza
Justamente a obra profunda e dur-
vel da Revoluo Francza, foi a pos-
se da terra, pelos camponezes.
Mas, tomaram as terras com as cons-
I trues, oa produtos, os animaes.
Primeiramente colheram, depois se> -A esto florestas virgens para der-! mearam e continuaram, sem patres,
rubar e valorizar, faa estradas, casas,
pague impostos, enriquea-se.
Socializao No, sr. dr . , perdo! Social izar
pr disposio dos produtores a ri-
queza social adquirida, o que signifi-
caria dizer aos cablocos : estas plan-
taes, estas florestas, estas ferramen-
tas, estas maquinas, as sementes, os
animaes, as casas, tudo de vocs.
Utilizem-nas, faam produzir, aumen-
tem, aproveitem, mult ip l iquem as co-
lheitas e as produes. Ento, poder-
se-ia demonstrar jocosamente ao dr.
Mario Pinto Serva e ao sr. interven-
tor de Oois que, a questo dos lati-
fijndios, pri icipalmente no Brasil, em-
bora ainda na ra do Jeca Tatu
precisain^ite.a questo primordial.
Porquanto, segundo as prprias esta-
tsticas do dr. Mario Pinto Serva, pa-
ra 42:000.003 de habitantes no Brasil,
ha de 200 a 300.000 operrios para
30:000.000 de iletrados ou analfabetos,
cifra equivalente, quasi na sua totali-
dade ao tipo do Jeca-Tat.
Poder-se-ia, melhor ainda, dizer ao
jornalista livresco: Voc quer ser
alto emprezario da Associao da Im-
prensa? Diretor de jornais, propriet-
rio de Dirios Associados ? Ali estio
arvores, fibras preciosas com as quaes
se faz o papel de jornal. L est a
terra onde jazem os mineraes para a
construo das maquinas ; aqui, as
sem proprietrios feudaes a fazer
o que toda a vida haviam feito: tra-
balhar.
Mas, a Revoluo lhes permitiu tra-
balhar para eles, em vez de trabalhar
para o senhor como fizeram, sendo
servos. A burguezi^, em seguida res-
tabeleceu a ordem restabelecendo
a explorao sob outra forma mais
moderna ; mas, feita a diviso da ter-
ra, em 1789, mantem-se ainda e faz
que, de todas as potencias europas,
un icamente a Frana, economicamen-
te, se conservasse em situao privi-
legiada.
Bem comunais
Bens comuna is existem ainda em to-
das as regies da Frana. So pra-
dos onde os pobres tem o direito de seu prestigio para
levar a pastar u m a vaca, um cavalo,
um asno, carneiros, se os possuem.
Florestas divididas em lotes, todos
os anos, para que os pobres da co-
muna possam cortar a madeira afim
de se aquecer no inverno. Terras de
cultura repartidas entre os menos ri-
cos para a fazerem as suas planta-
es, alm de que, os proprietrios dos
trigaes ou dos castanhaes no tm o
direito de pr animaes a pastar, aps
as colheitas, enquanto o povo no foi
respigar. Porque, na Frana, o cos-
tume faz a le i .
O equil brio economico da Frana
vem da pequena propriedade derivada
da Revoluo Francza e no das di-
vidas de guerra. Porquanto, nos Esta-
dos Unidos, o ouro produziu o desequi-
lbrio total da sua vida economica eos
12 milhes de sem-trabalho.
O Taylorismo, o Fordismo to lou-
vado, a Standardizao, a Racionali-
zao criaram o mais terrvel dese-
quilbrio social de todos os tempos.
Mas, como cada mal tem o seu re-
medio, os leitores de O Estado de
So Paulo, de 23-11-32 e os de A
Plebe, n.o de 17-12-32 tero podido
ver por um exemplo citado numa re-
vista norte-americana Atlantic Mon-
thly, como, forados pelas circuns-
tancias, os sem-trabalho dos Estados
Unidos resolveram o seu problema.
E, si os revolucionrios fossein ver-
dadeiramente revolucionrios, procu-
rariam inspirar-se, para cumprir a obra
revolucionaria, nas aspiraes, nas rea-
lizaes sociais renlizadas por todos
os povos no dia seguinte ao das revo- i
lues.
O capitalismo l . >;1- ^ ^
A sociedade capitalista por sevs ex-
cessos se destre por si mesma. Os
financeiros estabeleceram a entente
internacional para explorar a humani-
dade. mas, tambm, aceleraram, acu-
mularam as causas de baixo egosmo
que os conduziro inevitavelmente
falncia do sistema capitalista.
Negar o problema no faz-lo des-
aparecer, nem resolv-lo.
O dr Mario Pinto Serva est con-
vencido de que os Estados Unidos e
a Inglaterra, sem se dizerem socialis-
tas, esto um settlo adeante do Bra-
si l . Creio, justartente, que a l io dos
ftos demonstra claro que nSo des-
ses pases que devamos copiar, si, co-
m o observa, os governos brasileiros
so exclusivamente * plagiai ios, inca-
pazes de inovaes.
Tambm o modelo no pode ser o
da ditadura fascista...
D iz o dr. Mario Pinto Serva que os
excessos da Revoluo Francza can-
saram o povo que; por ul t imo, foi pro-
curar a salvao no proprio regimen
absolutamente oposto, isto , na ferrea
tutocracia napolepnica.
Isso uina falsa interpretao dos
ftos. Aps o 1789, a nobreza alem,
austraca e inglsa, por solidariedade
de casta, qniz restabelecer a realeza e
a nobreza na Frana.
O povo francs teve de fazer face
s potencias coligadas, armando os |
sans-culoe cor.i geneYaes de 25 anos,
Hoche, Marceau. Kleber e tambm j
Napoleo Bonaparte.
Vencidos os coligados em Valmy,
Bonaparte,fnibicoso, aproveitou-se de
dar um golpe de
A funo da Lei Desafio quem quer que seja a que descubra
uma nica dr que no derive de uma lei ou de um preconceito, que no se refira a uma tirania qual-quer. que no corresponda a um constrangimento, numa palavra, que no possa, afinal, resumir-se co-mo segue: No fao o que me agrada, sou obrigado a fazer o que no me convm.
A sociedade parece-se com uma imensa gal onde os individuos s circulam com os membros partidos pelas cadeias, prostrados pelos entraves. Esto como que aprisionados num desses instrumen-tos de tortura que utilisaram no tempo dos tratos. O corpo inteiro est apertado, as diferentes peas do aparelho aproximam-se alternadamente, apertando ora a cabea, ora os ps. Qualquer que seja o tor-mento sofrido, vem do instrumento de tortura. Quan-do vejo, pois, populaes inteiras s interromper os seus gemidos para pedir novas leis, parecem-me condenados tortura que suplicam ao carrasco para que se mostre brando e compadecido, para que lhe esmague um pouco menos o estomago, ainda quando tenha que indenisar-se sobre as pernas e sobre o crnio.
Insensatos! reclamais leis, como se elas faltas-sem \ Ignorais, pois, que, desde ha cem anos, vossos amos fabricaram mais de duzentas mil leis, decretos
cinco por e e x t s , u u a o iXii l i i S x C t C , dia.
Compulsai-as todas; tomai-as uma a uma e no eucontrareis uma nica que no v afligir um certo numero de entre vs. A sorte de uma lei, qualquer que el seja, levar consigo a dr; se o sofrimento est em toda parte, porque a legislao tudo inva-diu, tudo regulamentou, tudo codificou.
SEBASTIO FAURE.
dios no interessa a este pas
uma enormidade.
Justamente ela se impe, imperiosa,
inevitvel, e nenhuma politica far
obra durvel sem resolver essa ques-
to dos latifndios.
No momento em que a Standardi-
zao, a Racionalizao faliram, a ra-
zo deveria indicar que, em um pais
como o Brasil, com uma poptilaSo
essencialmente agrcola, preciso dar
ao Jca-Tats a terra com os meios
de a fazer produzir .
E ento, teramos de ver os 30.000.000
de Jecas-Tatii demonstrarpor ftos
que a riqueza e o bem estar sero
restabelecidos n a terra, atravs da for-
mu la justa, equitativa, h umana : a
maquina para o operrio, a terra para
o caniponio.
Do contrario, os mi lhes dos sem-
trabalho do m u n d o inteiro, exercito
que v.ne crescendo a todos os ins-
tantes, cont a falncia do regimen in-
dustrial, faro c o m o os sem-trabalho
da Liga organizada pelos 4o.ooo esta-
dunidenses. Reunir-se-o em uma Liga
Estado (IS Brutnaire) e impor-se ao monstro que ter por f im Trabalhar
povo francs. No foi o povo quede- para consumir , realizando o contra-
sejou ou que lhe impoz o golpe de r j 0 da sociedade capitalista que faz
Estado: foi a sua vaidade, a vo- produzir para vender e destre a
lont di potenza ancestral... riqueza natural quando esta no
O povo acabar por compreender dinheiro circulante,
todas as farns e sacudir o jugo des-
escombros da sociedade capitalista
agonizante.
O industr ia l ismo no poder resistir
aos que podem viver e organizar o
apoio mu tuo sem dinheiro.
A pedra vem rolando:..
12-32.
A. NBL1ND
L E I T O R R I A 1 0 0
ses processos ditatoriais.
Esse no o caminho.
O Jca-Tat Dizer, tambm, que, no Brasil, ha
3O.OC0.00Q de Jcas-Tatse que, por
outra parte, a questo dos latifun-
E o exemplo a iniciativa, os pri-
meiros passos no-los deu o pas do
dlar, vieram -nos dos Estados Unidos,
( um s m b o l o ! ) da colonia de des-
ocupados da cidade de Seattle, orga-
nizados sem dinheiro, pelo acrdo
livre e apo io mu tuo , sistema de trocas
e aproveitamento de todos os produtos
e de todas as energias humanas.
Uma alvorada no cos de runas e
Se no o colecionas, no inutilizes este jornal. D-o a um amigo, oferece-o a um companheiro, envia-o pelo correio a um parente ou a um conhecido. Se te agrada e interessa faz o possivel para que outras pessoas tam-bm o leiam e por ele se interessem. Quantas vezes um simples semanario de propa-ganda achado por acaso a embrulhar qualquer merca-doria no contribuiu para atrair s nossas idas aque-le que lhe lanou os olhos, movido pela simples curiosi-dade do titulo ? Por isso no desperdices nenhum exem-plar.
Divulgar
A "P L E B E " dever de todo trabalhador
de conciencia livre
Durante a tempestade Nesta hora de confuso nacional, m o amarelo das legies de outubro,
quando se assiste derrocada da C o m S. Paulo, a velha combora da
velha e fanatica politicagem profis- , pol i t icagem profissional, aquela mes-
sional e burgueza, que smpre viveu, j ma que ontem martirizou a pequem'-
como ainda vive, sugando as tetas j na e gloriosa Paraba e derramou o
do tezouro, dolorosamente lamen- 1 sangue de seu Presidente, depois de
tavel que a igreja (1) tenha tomado j ter levado o Brasil ao desespero das
O ano tsrrivel
de 1932
uma atitude de franca solidariedade armas, tudo isto aliado alta bur-
queles que em plena Const i tu io guezia indusfrial capitalista de Mata-
de 91 opr im iam mais do que a Dita- razzo, Martinelli, Crespi et caterva.
dura sem leis e que j no conside- p a r a aqueles que defendem idas e
ram mais, como outr'ura, a questo princpios no possvel a adeso
social no Brasil como um caso de aos partidos que se degladiam no
po l i c i a . atual momento historico brasileiro.
Para o observador dos problemas
brasileiros ha de ter chamado a aten-
o a no participao do operaria-
do, num momento em que a super-
excitao dos Demstenes da Demago-
gia levava tanta gente a se alistar. O
radio no anunciou ainda a adeso
de uma s sociedade proletaria.
Quanto ao clero, porm, ele preferiu
cerrar as paginas luminosas do Evan-
gelho de Cristo, to manso e humil-
de de corao, para ler aos seus fiis
a cartilha manuseada pelos velhos
caciques da politica profissional de
S. Pau lo . Estas l inhas registam ape-
nas acontecimentos e ftos, no tra-
zem o travo amargo do odio ou do
partidarismo porque os homens no
ine impressionam, so falveis, porque
s as idas conseguem normar con-
dutas e traar diretrizes firmes para
o progresso das sociedades e dos
povos.
Foi assim, que ouv imos atravs das
antenas da Rad io Educadora Paulista
os ftos que vo abaixo: rebentado
o movimento revolucionrio, na Pau-
lica, comearam as manifestaes
de apoio com um manifesto conci-
tando o povo e que era assinado em
primeiro logar pelo Arcebispo D .
Duarte Leopoldo, seguido de ntele-
tuais e burguezes; 2 o) depois ocu-
param o microfone da Radio Educa-(
dora vrios padres que falaram em
l inguagem incendiaria; 3 . ) Foi dito
que havia padres lutando no sector
S u l ; 4 .o ) o Bispo de Santos encabe-
ou o movimento para angariar di-
nheiro para fazer a guerra; 5 . ) o
Bispo de Taubat mandou preparar
campos de aviao para os avies
rebeldes; 6 o bispo de Assis fez
exortaes ao povo mineiro para ade-
rir ao mov imento , e mandou prgar
a campanha nos p lp i tos das igre-
jas ; 7.) Foi l ido no comeo da luta
um telegrama de Botucatu, dizendo
que o bispo local estava organizando
batalhes patrioticos e concitava o
povo p i ra a l u t a ; 8 o) na Capital
paulista tm sido anunciadas missas
em varias igrejas, no pela paz, mas
pela vitoria de suas armas. Agora na
campanfia do Ouro (donativos para
sustentar a luta) os padres esto
dando auxlios dos cofres eclesisti-
cos e D . Duarte Leopoldo deu or-
dem para entregar todo o ouro das
igrejas e deu a prpria tira.
10) As associaes catlicas, tanto
de homens como de senhoras, esto
colaborando abertamenten a campanha,
tanto nos misteres da caridade como
no de arregimentao e disso tes-
temunho o noticirio radiotelefonico.
11) O s batalhes patrioticos eram
abenoados nas igrejas...
O pouco que a fica elucidativo
e eloquente, e no exige coment-
rios.
Em face da situao brasileira, a
atitude digna para aqueles que de-
fendem idas e se batem por prin-
cpios a de absoluta neutralidade,
ou ento, de combate aos dois gru-
pos, que defendem velharias e ana-
cronismos e lutam por ambies e
interesses pessoais.
A Ditadura, com o seu cortejo de
erros imperdoveis, cont inuando a
mesma politica de perseguies e
revivendo odios adormecidos e cha-
gas cicatrizadas, tem ao seu lado o
mi l i t a r i smo dos tenentes e o fascis-
As castas que lutam j pertencem
s velharias do passado . . . O mundo
contemporneo est cansado da ex-
plorao e da mentira da burguezia,
do capital ismo, do mi l i tar ismo e do
profissionalismo pol i t ico . Ares novos
arejam o ambiente social do mundo.
Uma rajada de espiritualismo e de
social ismo sacode a conciencia uni-
versal. O desespero dos povos neste
grande minuto de vibratilidade e de
trepidao outra cousa no sino
o clamor da Humanidade que grita
por uma nova Humanidade! E' o
brado de angustia e de dr que se
da boca de Michael Gold no seu
N O MATA?A'S. A M A A O TEU
P R O X I M O C O M O A TI M E S M O .
E' o apelo dirigido s Foras espi-
rituais. E no clero paulista e aos
Homens que lutam fazendo jorrar I
dos flancos o sangue generoso dos O pOVO festejou COm alegre nossos irmos, numa guerra satanica / rudo entrada do ano n O V O . e desgraada, eu lembro estas menu- E desta vez, damOS-lhe razo, raveis palavras de Romain Ro l and : O UO que fidou foi to frtil
em desastres, crises economi-Em marcha ! Saltai as*ronteras! . . . cas, runas financeiras, bo-
e que a ronda dos homens faa a j minaes guerreiras desonca-1 volta do g lobo, dando-se as mos !
Homens, estais loucos! Matais a
patria, acreditando defende-la. A Pa-
tria sois todos vs.
Vossos in imigos so vossos ir-
mos.
Abraai-vos, mi lhSes de seres.
Belo Hor izonteMinas .
ANBAL V A Z DE M E L O .
N O T A Este artigo, escrito por
ocasio da Revoluo Paulista, foi
impedido de sair publ icado devido
violncia da censura pol icial , que
recebeu ordens do Governo Mineiro.
Por isso s agora se pub l icaA. V. M.
BSH5H5BSHSHHESH5HSaSHSHSH5HSSSH5a
O
(1) No nos parece. Tratando-se de uma arremetida contra tudo qe generoso, livre, moderno, a Igreja estava no seu papel pretendendo aju-dar a deter o carro do Progresso. (Nota da Redao).
magistral l ivro cjudeus sem Dinhei-
roe que o grito dos que traba-
lham e so humi lhados e sacrifica-
dos. E' o c lamor insufocavel e ator-
doante do proletariado universal que
pede uni pouco mais de po para
seu estomago faminto, emquanto a
burguezia alucinada que governa e
explora atira ao fundo dos mares
caf, trigo, etc., e com o suor dos
seus f i lhos miserveis al imenta as
bocas dos canhes, adquirindo m-
quinas de guerra e gazes asfixiantes,
ao mesmo tempo que exila nas Cle-
velandias, Cambucs, Fernando d No-
ronha, Sibria, Ushuaa os idealistas,
os Revolucionrios da Internacional
do Fretem/sino e do Pan-Hunianis-
mo.
A dr, a misria, o luto, a fome
a prostituio universal, tudo isso
obra mald i ta do regimen burgus-
capitalista-militar. Foi essa trinca
mald i ta que atirou o mundo na .lou-
cura planetaria de 1914 e que ainda
agora est preparando uma outra san-
gueira no Extremo Oriente.
Foi ela ainda que entre ns mer-
canti l izou o ensino, venalizou {juizes,
assalariou jornais, prostituiu inteli-
gncias, pz a fraude nas industrias,
desavergonhou comerciantes, fundan-
do e favorecendo a industria das
falncias, transformou o comercio
bancario em agiotagem, degradou
ul t ima ;degrada?.o o parlamentaris-
mo, inventou e protegeu a advocacia
administrativa; macu lou bordados
gales, apodreceu o regimen eleito-
ral, gerou e amamentou o sibaritismo
polit ico, conspurcou lares, poluiu
cousas santas e quasi arraza moral
mente o Brasil.
Ao lado destas desgraas internas,
os povos devem-lhe a loucura fas-
cista, as ditaduras tr ipudiando sobre
o Direito e massacrando as liberda-
des, o desequilibrio financeiro com o
sacrifcio dos mi lhes de homens
unidades economicastragados na
Grande Guerra e dever talvez, num
futuro que no est longe, uma nova
e terrvel conflagrao mundial que
j se esboa, em tintas sanguneas,
nos horizontes longnquos da Europa
e da sia.. .
Emquanto se passa o drama brasi-
leiro, reflexo da trepidao universal,
assinalando o crfepusculo da velha e
decadente burguezia c os clares da
alvorada do Brasil novo de amanh,
emquanto ainda o clro paulista pega
em armas, abenoa batalhes patrio-
ticos, leva palavras de fogo s mas-
sas delirantes e nos plpitos da Casa
que se diz de Cristo, cuja vida foi o
mais belo Poema de Amor , de Paz e
de Fraternidade, se fecha o Evange-
lho para a prdica da Lei de Cain e
se oficiam missas, no pela paz, mas
pela vitoria das suas armas, resta-nos
o consolo de termos bradado, em
pleno calor e desespero da batalha
fratricida, o grito de Amo r do NA-
Z A R E N O e do filosofo da renuncia:
meu sonho de liberdade
(Poesia recitada no festi-
val pr
Vs, sotainas, que empre- Quanta pobre me que ainda gastes todo o esforo ao vos- j espera pelos seus iludidos fi-so alcance para a vitoria de! lhos, que nunca mais voltaro! S. Paulo.podeis-me dizer quem Apontavam-nos como covar-deu origem a tudo isto? apon- des. tar me o culpado de todo este j Aquele que no ia, tinha que transe doloroso que veio en-j vestir saia; como se fosse lutar o corao do Brasil ?!... j vergonha vesti-las! Pois eu
, , .. visto-as e me honro delas e Vos, que dos pulpitos m e s j ^ a g
mo das escadarias dos templos p qualquer pa-mduzieis,deixando alucinados, viva s custas dn aquelles que vos rodeavam: " t a , que viva as custas do para ouvir-vos, dizendo ser necessrio derramar o sangue, lutar pela Patria: Mes ! mandai vossos filhos; esposas
I
mandai vessos esposos ; noi-
Teve razo e merece apoio meu o general Rabello em querer punir os bispos e pa-dres que formaram batalhes
vas' mandai vossos noivosi para matar seus irmos. que-derramar o sangue pela liber-|les. Que s o M a i s responsa dade e peia justia, assim di-f!8 e Que deviam ser depor-
tados para o exilio. Se porventura eu tivesse a
felicidade de ve-los na minha presena, os marcaria com ferro em braza ! E assim eles se lembrariam toda a vida dos nossos irmos que, encoraja-dos por eles, morreram em nome de Deus. Pobres filhos e irmos que pediam aos bons coraes uma esmola. Vs, polticos, padres, que devieis sofrer o que estes esto so-frendo. Esmola, vs estais cos-tumados a recebel-a, no a d-la. Sofrimento no com vocs nem pelo amor de Deus. Querieis que S. Paulo fosse
contassem com i vitorioso para poderdes abra ' ar o Universo inteiro ? No so todos brasileiros, no so todos irmos ?
Porque deportar politicos e no estes padres tambm, que so to responsveis como os primeiros ?
Campinas, 26-12 932.
JOSEFINA PARRILO
Avante, camaradas
zieis, e agora porque vos, pa-dres, no ides novamente dos plpitos falar, rogar por aque-las que ficaram sem o seu ma-rido, por estas que ficaram sem o seu nico e inesquec-vel filho, por estas outras mais que perderam o seu noivo, a eomodidade que havia nos la-res, que outrora foi feliz ? Oh ! como triste vr estas pobres frmilias desamparadas sem abrigo para pousar, e sem ter, ao menos, quem lhes d uma migalha de po, para matar-lhes a fome que as tortura ! E por culpa de quem ? De vo-cs em grande parte. Se os ! politicos no
o vosso apoio a guerra no se I desencadearia. Se os bispos, padres e todos os catolicos instrudos prgassem a paz e no instigassem luta de mor-te, a guerra no se produziria ou pouco duraria. Mas, vs, que "vos julgais representan-tes de Deus e tudo saberdes andais to enganados e mais que qualquer outro mortal. Enganais, explorais e, ainda por cima, se possvel, massa-crais a humanidade, aqueles que no enxergam, porque fi-caram cgos com as vossas labias, que no sabem de onde vem uma imagem e pem-se a adora-la, sem qe ela na-da possa fazer, nem nada lhes possa dar. Cgos, abri os olhos bem abertos para poderdes enxergar estes sotainas, inti-tulando-se ministros de Deus e arrastando-vos para a guer-ra, para a morte. No adoreis a? imagens que no passam de estatuas de pau, de pedra de gsso, de mrmore,de bron ze. Despertai e deixai de ser ingnuos e ignorantes como sois. A estes padres no falta nada, quando vs, pvo, se quizerdes viver tendes de tra-balhar e do vosso suor que vos vem o po. Reparai nesse ex-combatente de nome Wal-domiro Gonzaga que ficou gra-vemente enfermo nas trinchei-ras, tendo filhos menores e agor apela para as almas ca-ridosas, para que lhe forne- nica classe que lhe poderia prestar o ain um pequeno auulio. E se apoio almejado, s;ria a numerosa osse S esse ! Mas so aos mi- classe proletaria, que sempre foi lhares os mortos, os mutilados,;
os doentes, os inutilizados, os orfos, as viuvas. Quem o culpado de todo este amargor? Sois vs. sotainas. No tendes vergonha de periir auxlios para aquellas famlias que fi-caram sem abrigo em Cuuha e que nada tinham com isso?
No'tendes remorsos de dizer das frias, lei das oito horas, sindca-
deiroz ideais revolucionrios consoli-
daro a organizao, porem, no para
satisfazer paixes sectaristas e crimi-
nosas, no para proteger aqueles que
sempre nos perseguiram e continuaro
a faze-lo, mas sim para defender-nos
de todos que querem expjorar a nos-
sa boa f, o nosso suor e nosso tra-
balho. Faremos a organizao para
defender os nossos direitos ^espezinha-
dos durante toda a vida e, por ulti-
mo, para prestar a nossa solidariedade
ao proletariado nacional e internacio-
nal, que sofre deste mesmo mal, e
tambm para um dia no muito longe,
poder varrer como um ciclone, toda
casta privilegiada e empodrecida.
exploradora e delituosa que rouba,
protegida pelas suas leis draconianas
o produtor de toda a riqueza social,
o fomentador de todo o progresso..
Para isso, torna-se necessrio que
nossas organizaes sejam limpas de
toda a politica e dos aproveitadores da
boa f proletria que se introduzem
no jnosso meio para interromper a
nossa cbra, por estarem a servio da
burguesia exploradora e ladravaz.
Nossas organizaes de classe e os
seus militantes, aconselhados pela ex-
perencia que tm adquirido durante
Estamos em princpio, bem se pode
dizer, de executar uma grande obra e
se no cimentarmos bem os seus ali-
cerces, tudo ruir novamente, tudo ir
agua abaixo, como sucedeu com as
anteriores. A escravido que temos
sofrido durante o perodo destes lti-
mos doze anos, dar-nos- fora para
a luta j comeada. Devemos fortale-
cer nosso vigor de lutadores, porm,
com novos rumos; que as contendas
mal interpretadas no tornem a apa-
recer enre ns, e, desta frma, estare-
mos prevenidos para a resstencia.
Estejamos sempre na espetativa, isso
sim, porque uma imprevidncia de
nossa parte pode causar grandes da-
nos nossa classe. Aqueles que deno-
dadamente queiram sacrificar-se em
beneficio da obra redentora, no de-
vero esperar nem desperdiar o tem-
po. Hoje, no so mais os tempos pas-
sados, a Aurora da Liberdade se
aproxima, o inimigo est na defensiva,
e para sustentar a terra que lhe foge
dos ps, transige ou demonstra tran-
sigir, porm, ele prepara o golpe rnor-
! tal, com o intuito de nos aniquilar.
1 Nosso dever, se somos concentes,
j sobrepor ao golpe da criminosa
final.
tro desta engrenagem politico-econo-mica sem que preliminarmente se trans-forme ou qnebre a estrutura social existente, a qual nos impede toda a liberdide de movimentos, nos sufoca todo o impulso de aspiraes elevadas e generozas e nos aniquila todos os passos dados a caminho duma socie-dade em que n3o exista a propriedade privada que reduz fome os trabalha-dores que nada possuem, nem o Esta-
' do, gendarme de todos aqueles que tm medo de perder os frutos de suas aladroadas rapinagens, nem os juizes e tribunais que condenam priso o desgraado que roubou um pao por n i o ter trabalho e galardoam com seu respeito e admirao os grandes pira-tas do comercio, da finana e da in-dustria que dentro da lei roubam mi-lhes explorando desalmadamente in-finidade de famlias proletarias.
as sucessivas lutas proletarias, todos j burguezia o nosso contragolpe
devem estar preveni- i A Revoluo Social est na mente de
todos ;1 sem excepo,
dos e dar o grito de alerta a
os oprimidos, contra os nossos
gos, que, sem dvida alguma,
raro impedir por todos os mais era- j
pulosos meios a nossa obra de Re- j
deno Proletaria.
todas as classes sociais. Preparemo-
inimi- n o s P a r a e'a> camaradas, para o ad-
procu- v e n ' o da Justia e da equidade.
Eis o nosso dever.
JOSE' PRADOS ESCOBAR.
troca de produtos ?
Depois de ter sido jugulado pelas
armas o movimento militar deste Es-
tado, que cobriu de luto e de dr
grande parte da famiiia proletaria bra-
sileira, o governo federai chegou
concluso de que, para contradeter a
ambio desmedida dos profissionais
da politica, dos industriais falsificado-
res e do clero vors e exterminador,
espera sempre de ocasio1 propcia
para cravar o punhal mil vezes assas-
sino, sem alma nem piedade alguma,
no peito do povo, deve contar com
uma nova fora que o ampare e
evite novas e possveis insurreies.
Abandonado pelos polticos que o
acompanharam no movimento de 30,
hostlisado pelo capitalismo estrangeiro
por no ter satisfeito todos os apetites
que este ambicionava, talvez os mili
tares ss no o podessem sustentar se
de novo outro levante chegasse a es-
tourar, e, para isso, pensou que a
o Sul, entre o Leste e o Oeste. Ha a concorrncia de produtos dentro do propro paiz e cada um quer tirar o melhor partido possvel da situao, e iodos se julgam com mais direitos uns que os outros. Um exemplo, recente,
o costume I 'oca'. de casa. O governo brasileiro, para favorecer So Paulo, publicou de-creto proibindo a plantao de caf em todo o territrio nacional dentro de um certo numero de anos, ameaando com pezadas multas todos aqueles que des-obedecerem. Naturalmente, S. Paulo, ao menos no ntimo, aplaudiu, achou que era medida acertada e que s perdeu pela demora.
Passam dias e novo decreto. Agora limitando a plantao da cana des-sucar ou restringindo a sua aplicao
__ , para obrigar ca dos produtos de que necessitamos, j produo do alcool-motor e para ir em
O governo brasileiro chegou a permu- , socorro dos Estados nortistas produto-
tar ca c por trigo da America do Nor-1 >'cs d c assucar, em crise pela sua gran-
oferta de carvo alemo por | a b l l n d a n c i a de produto e pela sua , . , . . . mima procura e deminuto preo. Pron-
cafe do Brasil. Mas no se pode chegar ; to> j a S . p a u l o no concordou. Achou
Haveria geito de se poder minorar as
tristssimas condies e deficuldades da
hora presente njcando-se paulatina-
mente uma srie de medidas, entre as
quais a que facilitasse a troca de pro-
dutos, volfando-se a reatar
antiqussimo, que nossos antepassados
usaram, cuja tradio no se perdeu de
todo e que muitas tribus ainda hoje
usam na Africa e na Oceania.
No Brasil sobra o caf : queima-se,
joga-se ao mar, inutiliza-se de todos os
modos e por todas as formas. Falta-
nos o trigo, o carvo, o ao, o ferro,
l. Portanto nada mais logico, rcio , , . c ' i 1 sucar ou restringindo a sua aplicao e Ementar que oferece-lo cm tro- p r o d u 3 o d o s u c a t . p a r a
Pobrigar
a acordo nenhum. que precisava cultivar pelo menos tanto
Logo surgiram os protestos, as resis-1 assucar quanto o gasto de sua popula tencis, as hostilidades de todos aqueles | .
inmeras dificuldades. Tem lotao para 800 doentes e abriga mais de 1.300. Est s u p e r lotada. No pode haver tratamento eficiente para to-da essa gente. Ha poucos dias o dr. Synesio Rangel Pestana, diretor clinico desse estabelecimento, fez sentir s autoridades policiaes que no podia mais receber os doentes e feridos que costu-mam encaminhar para l. O problema srio. Centenas de desamparados no tm onde aliviar as suas dres, agravadas pela indigncia. Entretanto, o Arcebispo D. Duarte, que no hesitou em entregar 20 kilos de ouro, patrimonio da Curia que es-tava sob sua guarda, para fomentar o fratricdio de Ju-lho, ainda no tomou atitude compatvel com a misso que desempenha.
No haver nas arcas desse humilde e pauprrimo vigrio de Cristo, umas gramas de ou-ro para aliviar as dres de algumas centenas de infeli-zes ? O seu representado um Deus de Misericrdia co-mo apregoa ou um Deus de sangue e de crimes ? Onde est a famigerada caridade que os seus auxiliares pre-gam .. . para que outrem faa?
Para que esse Fausto das Igrejas, quando existe tanta dr a minorar ? Para que se levantam templos suntuosos, se no temos escolas suficien-tes para alfabetizar milhares de creanas, hospitaes para abrigar milhares de sofredo res, crches para milhares de creanas e leprosarios para muitos milhares de infelizes que a coletividade repudia, num justificado gsto de hor-ror pelo contagio da molstia incurvel ?
Onde o Arcebispo sepultou os ensinamentos do grande re-volucionrio, Jesus, aprovei-tado pela igreja como divin-dade para bestficar a massa ?
Qual a verdadeira finalida-de do clero ? Ajudar ao pro-ximo ou impregnar a multido de mentiras que a cincia j destruiu, para servir-se dela, por procurao do capitalis-mo, a seu bel prazer ?
O que no tem utilidade pa-ra a massa trabalhadora deve ser destrudo. Destruamos es-se ninho de aves de rapina, como intil e indesejvel.
J O O P O N T E S M O R A E S
Federao Operaria de So Paulo NOTA OFICIAL
Mais ou menos solucionados, os movimentos grvistas en traram era declnio, com a vitoria quasi completa dos trabalhadores. Os manejos reacionrios do capitalismo, aliado aos governantes fas-cistas da hora atual, no pro-duziram efeito deante da re-pulsa conciente dos trabalha-dores organizados e filiados Federao Operaria de S. Paulo. Os trabalhadores de So Paulo, desiludidos mais uma vez com as promessas dos polticos e reacionrios respondem com o seu des-interesse e com a sua repul-sa, s manobras do Minist-rio do Trabalho, que com a Lei de Sindicalizao, pre-tende amarrar os trabalha-dores s convenincias poli-ticas da burguezia. A lei de sindicalizao no surtiu efei-to em So Paulo, onde os trabalhadores conservam linha de conduta, nas lutas contra os exploradores e mer-cenrios da industria e da politica, adquirida em mais de 30 anos de propaganda libertaria.
As leis do Ministrio do
ca-
rada J Carlos Boscolo, fez uma conferencia de lor apreciavel pelo seu rter educativo e pela lgica dos argumentos defendidos inteligentemente: O Prole-tariado anta o SiniicaHsmo Revolucionrio.
E' louvvel a obra educa-tiva da U. A. C. C. A. de S. Paulo instituindo as confe-rencias semanaes.
Ja tivemos a oportunidade de ouvir, nessas reunies da 'J. A. C. C. A. a palavra de Francisco Frola, Maria La-cerda de Moura, Florentino de Carvalho, Adelino de Pi nho, e agora a do camarada J. Carlos Boscolo.
Seguir-se-o naturalmente, outras conferncias, sendo de lamentar que essa obra no seja imitada pelos ou-tros sindicatos.
Fsstiva! de Confraternizao Esta Unio est organizan-
do para sabado, 21 do cor-rente, um grande festival de confraternizao proletaria que se realizar no salo Celso Garcia.
Sindicato dos Trabalhadores m Fabricas de Gfispos
F IL IADO A' F. O . S. P
Trabalho paridas como o ra-tinho da montanha s i m b l i c a s ^ ^ d K " ^
F E D R O KROPOTKINE
O Anarquismo)) Sua filosofia Seu
ideal Suas bases ci-entificas Seus prin-cpios economicos.
Com prefacio, biografia e notas.
Esta importante obra aparecer, em edio brasileira, dentro em breve.
raSE5HS25ESB5E5!SH525E5aSH5H5E5H5a
Nosso Balancete ENTRADAS
LISTA n. 24 7$000
LISTA n. 40 35$000
LISTA n. 57 li$600
LISTA de Caldas 93$000
Do Rio - lista 103 . . . . 7$ooo
lio . . . . 26$ooo
lov . . . . 4o$ooo
Lista entre operrios da Fa-
brica Nardelli 2i$ooo
Pacoteiros de S, Paulo . . 89$4oo
Do interior 71 $000
Lista da administrao . . i49$6o
Total . . . 479$6oo
DESPEZAS Deficit do balancete anterior 7oo$soo
Confeo e compilao da
edio de fioje 430$00
Slos, Para expedio 27$600
Total 1:158$ loO
CONFRONTO
Despesas 1:158$IOO
Camaradas ! Este sindicato nada tem de comum
com o Sindicato Chapeleiro do Esta , . | - e S . Paulo, sindicato este reco-
fora de poca, leis ja traas- 1 nhecido pelo Ministrio do Trabalho, Isadas e ranosas em quasi segundo o Estado noticiou, todas as partes do mundo, o governo esfora se em atrair para
- a esfera da sua influencia o movimento na o resolvem aqui, como nao S-Inciicai resolvem em parte nenhuma As manobras empregadas para levar
q u e bradnhas, a diviso do trabalho em va- I 2 t u r m a s > augmento de 5o o/o nos
Isalaros, as 2 horas p*ra refeio, o descanso semanal e, sobretudo, o res-peito moral e tratamento mais humano aos que trabalham em cafs, no esque-cendo que pleiteou, em tempo, chegan do a interessar vivamente a imprensa do pais, a substituio da gorgeta pela porcentagem sobre as vendas,concita os empregados em cafs a organizarem nas respetivas casas em que trabalham, uma tabela que responda ao seguinte questionrio :
Quantas horas trabalham ? Quantas turmas tem o estabelecimen-
to ? Quantas horas tem para a refeio 9 Tem descanso semanal ? Quanto ganha? De acordo com o resultado que de-
ver ser apurado o mais breve poss-vel, a Unio dos E. em Cafs vai ini-ciar uma severa campanha no sentido de que sejam respeitadas as disposies do decreto municipal que estabelece o horrio de oito horas, denunciando pu-blicamente as casas que fugirem ao cumprimento da lei, assim como de-nunciar e far riscar do seu quadro associativo, os empregados que, mal intencionados e ignorantes, procurarem acomodar-se aos interesses dos seus pa-tres, no exigindo que seja cumprido o horrio de oito horas.
J chegaram Comisso Executiva algumas reclamaes sobre o procedi-mento de alguns companheiros que, ha-bituados a serem escravos no podem compreender o beneficio que trar para a classe em geral o horrio de oito ho-ras. Desde j previne a C . E. da U. E. C. que far uma sindicancia riesse sen tido e, uma vez apurada a responsabi-lidade desses companheiros, dirigir um manifesto classe, denunciando esses indivduos que procaram sempre ferir os interesses da classe nas suas reivin-dicaes.
a outros coerencia, a outros gramtica, mas fiquem certos que s no se publicar aquilo que de todo no se preste, for tanto, no se zanguem quando no estamparmos os seus escritos : porque lhes falta de todo verdade, atuali-dade, oportunidade.
Depois, o nosso jornal um orgo de idas. E que idas! As mais largas, levantadas, ge-nerosas que possvel men fe humana coneeber. Todos os assuntos podem ser enca-rados e subordinados ao nos-so ponto de vista. Literatura, frases bonitas, estilo elegante para no dizer nada, obriga-do, dispensamos. E' como re-conhecer mrito ao livro ape-nas pela sua capa dourada. O problema hamano to ex-tenso e generalizado, a Ques-o Social to vasta e to com-
plexa em seus domnios que, quem tiver olhos para ver e juizo para raciocinar, no pre-cisa muito trabalho para en-contrar assuntos numerosos para criticar, esplanar, com-bater, com proveito para os leitores e para o ideal que preoonisamos.
Eis o recado que tnhamos a dar.
Unio dos Ca liteiros de Se Paulo
FILIADO A' F. O. S. P.
Esta associao avisa aos membros desta corporao que o seu verdadeiro
Correio P lebeu
Liga Operaria da Construo Civil
* * ^ f " " u V . . . . I V iiiuiiuuiaa ^aia icvai u w w v.wipumytiu i j ucu 3tu vciuauciiu
do mundo OS problemas dos a efeito esta obra de corrupo opera- i sindicato de ceasse a U dos C . de trabalhadores. Os trabalhado -1 r i a s o n u m e r o s a s e v a r i a d a s - s- P*ulo, rua Quint ino Bocaiuva, 80, r p s p m i p h n rip r p s n l v p i - nu- v e r n o e s P e r a conseguir, apode- e que devem fugir obra mistifica-i e o e q u e a n u u e i c a u i v c r r a ndo-se dos sindicatos, opr a classe dora dos elementos polticos que pro-seus problemas sem decretos operaria agrupada economicamente curam dividir os trabalhadores para nas suas lutas de classe, por- classe operaria agrupada politicamente, domina-los. que OS governos so todos ' tornando-se depois, graas a uma srie
4 . J x { j _ j e i de medidas legislativas, o senhor abso-constitudos para defenderem ; luto d a a o *indical 'A s nossas baseS OS interesses do capitalismo de acordo disem em seu artigo l . o : e as leis que vierem bene- l O sindicato no poder tomar parte ficiar as classes operarias f .m nenhuma iniciativa politica nem re-n n QPrrt i i i r f a M i m n r i r i n s hS l o s a> P r e m t e r a 3 faculdade absolu-nao sero nunca cumpnaas, ta d e p r o p a g a r e p rotestar contra to-porque O capitalismo organi- dos os males que da politica ou reli-Zado se ope tenazmente ao gio provierem em prejuzo daliberda-cumprimento dessas leis, e, dee d o progresso. n a m i a p l a h n r n A questo para nos, sindicalistas re-se consenu na sua eiaoora- v o i u c i o n a r i o S ) est posta da seguinte ao e por uma questo de maneira : lutar contra o patronato para ttica, para iludir as massas | obter, custa dele, um aumento cons-revoltadas pela misria. tante d e b e m e s t a r ' t e n d o P r fim a
A Federao Operaria de tal sindicato Sao Paulo, continuando a sua reformista, estamos em oposio, maxi-Obra de arregimentao do m com os seus fundadores pescado-proletariado margem de res d e a u a s turvas: um professor e um ferrovirio 1
Entradas
Deficit
479$ 6 OO
678$500
toda a politica, concita. os trabalhadores a resistirem aos ataques da burguezia, e a repudiar o anzol que ela pretende atirar-lhe por inter-mdio do Ministrio do Tra balho..
A liberdade de ao, a li-berdade de luta, a liberdade de reunio, a liberdade de pensar: eis o que os traba-lhadores devem conquistar o Sindicato Livre, sem pas-tores, sem chefes, sem mis tificadores, sem parasitas.
Unio dos Artfices em Cal-ados e Ciasses Anexas
FILIADA A' F E D E R A O OPERA-RIA D E S P A U L O
Comemorando a tragica morte dos camaradas Anto nino Domingues e Ricardo Cipolla, barbaramente assas-sinados, pelos sicrios da bur-guezia, a U. A. C. C. A. de So Paulo, conforme estava anunciado, realizou no dia 2 do corrente, em sua sde social, uma reunio de pro-paganda, na qual falaram v-rios oradores.
Como conferencista tomou
Impotentes em organizar as suas clas-ses lanaram .o anzol na classe dos cha-peleiros. Para esses sindicalistas refor-mistas, a mesma questo posta assim : agruparem-se os operrios para esta-belecerem um acordo com o patrona-to, afim de o convencerem a conceder algumas satisfaes, sem ir de encontro aos privilgios patronais.
Esta frma de proceder afasta-nos para bem longe do fim que nos pro-pomos !
O operrio entra no sindicato, para a lutar contra o patronato, instrumento direto da sua escravido e contra o Es-tado, defensor natural do patronato.
E' no sindicato que ele adquire to-da a sua fora de ao e onde as ideias comeam a evoluir para a defesa -dos seus interesses.
Camaradas chapeleros ! Vosso dever organizar-vos no nos-
so Sindicato dos Trabalhadores em Fa-bricas de Chapos, para em breve nos filiarmos, alm da Federao Operaria de S. Paulo, nossa Federao Inter nacional dos Chapeleros, qual a nos-sa classe sempre esteve filiada. A COMISSO .
Unio dos Empregados em Cafs FILIADA A* F E D E R A O OPERA-
RIA DE S. P A U L O Tendo em vista sempre a defesa dos
empregados em cafs de S. Paulo, este sindicato, que tantas conquistas tem rea-lizado desde a sua fundao, pois no se podem esconder as verdades aos olhos dos que querem ver e todos sa-bem que a U. E. C . conquistou em 1922
Cascavel R. E os novos assi-nantes ? Precisamos divulgar o jor-nal em todos os meios.
Caxamb V Recebemos tra duo . E originaes para quando?
Bag C. Mui to b em ! Espera-mos pelo que nos prometeu. Tem recebido o jornal regularmente?
Porto Alegre H. Recebemos os 20$ e carta. Apraz-nos a franqueza e agradecemos a sna dedicao pela causa.
Belo Horizonte A. V. Fazemos votos de completo xito para o tra-balho em gestao que nos anunciou e que pela audacia de concepo ir agitar o meio ambiente em que vi-vemos, devendo lanar jactos de luz nas trevas.
Curitiba V. Pelo que dizes na carta percebe-se que mu i to ha que fazer para desbravar o caminho. 0 terreno ficou abandonado por lon-go tempo e agora temo-lo invadido pela tiririca politiqueira. Mas, com pacincia e constancia, havemos de l impar o campo e ver surgir o fruto
FILIADA A' F. O . S. P . desejado.
O movimento da Casa Nardelli con- t Vera-Cruz D. Recebemos ca r-tinua ainda sem soluo, sendo digna t a " S e u e m 6 exemp. de cada numero, de elogios a atitude dos operrios des- Curitiba S. Recebemos cs ?0. ta fabrica, que se mantm firmes e dis- J remetemos os livros. postos a no entrar no trabalho sem que sejam satisfeitas as suas reclama-es.
Amanh, domingo, S, haver uma grande assembla geral da classe, na sde social, rua Quintino Bocayuva, 80. Ningum deve faltar.
A COMISSO EXECUTIVA
I oem que a u. c . conquistou em 1922 parte nesga reunio o cama-;s 1923 at 1925, a abolio das