Post on 08-Jul-2020
ESTRUTURA DO PORTFOacuteLIO
ESPECIALIZACcedilAtildeO EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA - UNA-SUSUFCSPA
No Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia da UNA-
SUSUFCSPA o trabalho de conclusatildeo de curso (TCC) corresponde ao
portfoacutelio construiacutedo durante o desenvolvimento do Eixo Temaacutetico II - Nuacutecleo
Profissional Neste eixo satildeo desenvolvidas tarefas orientadas vinculando os
conteuacutedos com a realidade profissional O portfoacutelio eacute uma metodologia de
ensino que reuacutene os trabalhos desenvolvidos pelo estudante durante um
periacuteodo de sua vida acadecircmica refletindo o acompanhamento da construccedilatildeo
do seu conhecimento durante o processo de aprendizagem ensino e natildeo
apenas ao final deste O TCC corresponde portanto ao relato das
intervenccedilotildees realizadas na Unidade de Sauacutede da Famiacutelia contendo as
reflexotildees do aluno a respeito das praacuteticas adotadas
A construccedilatildeo deste trabalho tem por objetivos
I - oportunizar ao aluno a elaboraccedilatildeo de um texto cujos temas sejam de
conteuacutedo pertinente ao curso com desenvolvimento loacutegico domiacutenio conceitual
grau de profundidade compatiacutevel com o niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo com respectivo
referencial bibliograacutefico atualizado
II ndash propiciar o estiacutemulo agrave ressignificaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo de suas praacuteticas
em Unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede a partir da problematizaccedilatildeo de
accedilotildees cotidianas
O portfoacutelio eacute organizado em quatro capiacutetulos e um anexo sendo
constituiacutedo por uma parte introdutoacuteria onde satildeo apresentadas caracteriacutesticas
do local de atuaccedilatildeo para contextualizar as atividades que seratildeo apresentadas
ao longo do trabalho uma atividade de estudo de caso cliacutenico onde deve ser
desenvolvido um estudo dirigido de usuaacuterios atendidos com patologias e
situaccedilotildees semelhantes aos apresentados no curso demonstrando ampliaccedilatildeo
do conhecimento cliacutenico uma atividade de Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo
de Doenccedilas uma reflexatildeo conclusiva e o Projeto de Intervenccedilatildeo onde o aluno
eacute provocado a identificar um problema complexo existente no seu territoacuterio e
propor uma intervenccedilatildeo com plano de accedilatildeo para esta demanda
O acompanhamento e orientaccedilatildeo deste trabalho satildeo realizados pelo
Tutor do Nuacutecleo Profissional e apresentado para uma banca avaliadora no
uacuteltimo encontro presencial do curso
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE DE PORTO ALEGRE
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS
AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM
Professor-orientador Rodolfo Souza da Silva
Discente Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos
PARINTINS-AM
2016
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS
AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM
PARINTINS-AM
2016
Trabalho de Conclusatildeo de Curso
apresentado agrave UNASUSUFSCPA como
requisito parcial para conclusatildeo do Curso
de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia sob
orientaccedilatildeo do Professor Dr Rodolfo Souza
da Silva
SUMAacuteRIO
1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4
2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7
3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11
4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15
5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18
6 Referecircncias Bibliograacuteficas20
7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22
1 INTRODUCcedilAtildeO
A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal
igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio
de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e
essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas
de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores
sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido
relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave
produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede
consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da
Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada
Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal
expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica
assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a
atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja
valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes
Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela
Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de
Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no
Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do
Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de
Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via
fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi
estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em
112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes
apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade
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demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da
produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos
operados diariamente
O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de
Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da
cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido
como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada
Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria
pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de
referecircncia aos festejos locais
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do
Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de
2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como
Imunizaccedilatildeo
Controle do crescimento e desenvolvimento
Sauacutede bucal
Desnutriccedilatildeo
Diabetes
Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional
de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM
Hanseniacutease
Hipertensatildeo
E outros
As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias
Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas
domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a
falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez
5
que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados
suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a
peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos
problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida
Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com
o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF
AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)
com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a
realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF
6
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
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3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
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A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
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MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
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19
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institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
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heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE DE PORTO ALEGRE
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS
AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM
Professor-orientador Rodolfo Souza da Silva
Discente Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos
PARINTINS-AM
2016
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS
AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM
PARINTINS-AM
2016
Trabalho de Conclusatildeo de Curso
apresentado agrave UNASUSUFSCPA como
requisito parcial para conclusatildeo do Curso
de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia sob
orientaccedilatildeo do Professor Dr Rodolfo Souza
da Silva
SUMAacuteRIO
1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4
2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7
3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11
4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15
5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18
6 Referecircncias Bibliograacuteficas20
7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22
1 INTRODUCcedilAtildeO
A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal
igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio
de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e
essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas
de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores
sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido
relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave
produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede
consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da
Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada
Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal
expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica
assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a
atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja
valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes
Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela
Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de
Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no
Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do
Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de
Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via
fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi
estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em
112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes
apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade
4
demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da
produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos
operados diariamente
O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de
Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da
cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido
como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada
Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria
pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de
referecircncia aos festejos locais
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do
Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de
2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como
Imunizaccedilatildeo
Controle do crescimento e desenvolvimento
Sauacutede bucal
Desnutriccedilatildeo
Diabetes
Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional
de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM
Hanseniacutease
Hipertensatildeo
E outros
As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias
Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas
domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a
falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez
5
que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados
suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a
peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos
problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida
Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com
o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF
AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)
com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a
realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF
6
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
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Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS
AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM
PARINTINS-AM
2016
Trabalho de Conclusatildeo de Curso
apresentado agrave UNASUSUFSCPA como
requisito parcial para conclusatildeo do Curso
de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia sob
orientaccedilatildeo do Professor Dr Rodolfo Souza
da Silva
SUMAacuteRIO
1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4
2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7
3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11
4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15
5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18
6 Referecircncias Bibliograacuteficas20
7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22
1 INTRODUCcedilAtildeO
A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal
igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio
de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e
essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas
de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores
sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido
relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave
produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede
consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da
Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada
Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal
expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica
assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a
atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja
valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes
Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela
Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de
Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no
Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do
Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de
Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via
fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi
estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em
112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes
apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade
4
demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da
produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos
operados diariamente
O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de
Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da
cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido
como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada
Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria
pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de
referecircncia aos festejos locais
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do
Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de
2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como
Imunizaccedilatildeo
Controle do crescimento e desenvolvimento
Sauacutede bucal
Desnutriccedilatildeo
Diabetes
Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional
de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM
Hanseniacutease
Hipertensatildeo
E outros
As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias
Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas
domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a
falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez
5
que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados
suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a
peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos
problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida
Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com
o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF
AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)
com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a
realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF
6
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
SUMAacuteRIO
1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4
2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7
3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11
4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15
5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18
6 Referecircncias Bibliograacuteficas20
7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22
1 INTRODUCcedilAtildeO
A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal
igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio
de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e
essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas
de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores
sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido
relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave
produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede
consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da
Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada
Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal
expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica
assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a
atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja
valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes
Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela
Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de
Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no
Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do
Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de
Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via
fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi
estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em
112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes
apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade
4
demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da
produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos
operados diariamente
O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de
Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da
cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido
como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada
Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria
pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de
referecircncia aos festejos locais
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do
Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de
2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como
Imunizaccedilatildeo
Controle do crescimento e desenvolvimento
Sauacutede bucal
Desnutriccedilatildeo
Diabetes
Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional
de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM
Hanseniacutease
Hipertensatildeo
E outros
As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias
Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas
domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a
falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez
5
que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados
suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a
peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos
problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida
Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com
o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF
AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)
com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a
realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF
6
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
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BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal
igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio
de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e
essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas
de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores
sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido
relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave
produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede
consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da
Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada
Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal
expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica
assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a
atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja
valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes
Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela
Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de
Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no
Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do
Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de
Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via
fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi
estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em
112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes
apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade
4
demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da
produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos
operados diariamente
O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de
Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da
cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido
como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada
Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria
pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de
referecircncia aos festejos locais
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do
Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de
2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como
Imunizaccedilatildeo
Controle do crescimento e desenvolvimento
Sauacutede bucal
Desnutriccedilatildeo
Diabetes
Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional
de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM
Hanseniacutease
Hipertensatildeo
E outros
As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias
Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas
domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a
falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez
5
que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados
suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a
peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos
problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida
Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com
o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF
AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)
com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a
realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF
6
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
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sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
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Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da
produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos
operados diariamente
O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de
Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da
cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido
como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada
Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria
pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de
referecircncia aos festejos locais
O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do
Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de
2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como
Imunizaccedilatildeo
Controle do crescimento e desenvolvimento
Sauacutede bucal
Desnutriccedilatildeo
Diabetes
Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional
de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM
Hanseniacutease
Hipertensatildeo
E outros
As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias
Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas
domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a
falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez
5
que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados
suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a
peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos
problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida
Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com
o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF
AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)
com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a
realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF
6
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash
Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC
nordm 11 de 26 de janeiro de 2006 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF
30 jan 2006
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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
79(6)635-639
21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
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Cearaacute 2004
20
que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados
suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a
peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos
problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida
Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com
o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF
AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)
com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a
realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF
6
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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Cearaacute 2004
20
2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO
As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de
morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana
as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal
fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)
As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo
arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que
identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os
grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar
accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)
Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de
doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia
do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte
dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente
procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso
errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel
O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71
anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal
apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia
da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes
F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20
anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo
(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora
com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo
Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor
toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um
acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu
7
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
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Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
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sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
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Cearaacute 2004
20
71
com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter
realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente
Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1
comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames
complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a
importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas
diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante
O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um
mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma
estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo
foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente
tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e
dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha
mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria
quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede
estava decidido a melhorar o estilo de vida
Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente
82
42 45
50
22 13 18 8
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e
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VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Revista Brasileira de Hipertensatildeo vol17(1)7-10
2016
Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
79(6)635-639
21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
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Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a
maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe
davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa
relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova
de 13 anos
Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas
instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio
correto das medicaccedilotildees
Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em
monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem
bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al
2015 McGaughey TJ et al 2015)
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de
Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de
Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um
IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento
cardiovascular
Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de
Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute
essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um
fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela
rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para
uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de
exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento
No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a
data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da
normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida
9
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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20
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Ricco RG Del Ciampo LA Almeida CAN Puericultura princiacutepios e praacuteticas Atenccedilatildeo
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Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e
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2016
Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
79(6)635-639
21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para
serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na
semana
Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma
nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava
melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente
10
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
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MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO
A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que
requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e
conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque
para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a
modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores
sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular
atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)
Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm
como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e
reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade
pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe
devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis
de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)
Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito
tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o
crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico
emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial
geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem
como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda
verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)
A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de
prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel
para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem
influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a
sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede
infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de
orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas
preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
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Cearaacute 2004
20
compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e
interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute
inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave
crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o
envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)
Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de
orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta
por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo
fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem
assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim
famiacutelias (MARCONDES 1999)
A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um
crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com
seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo
orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento
materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos
agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)
ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a
promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e
desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010
O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma
avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o
crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor
imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a
necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados
que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo
higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo
da crianccedila (BRASIL 2005)
12
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
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Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
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sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
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atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam
localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro
ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de
avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila
(Quadro 1)
Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas
enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam
ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo
Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo
Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os
pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e
continuado de puericultura
Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria
que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e
distinto entre as diferentes idades
13
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
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MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a
Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento
Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo
Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento
neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo
alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)
promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico
f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na
comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer
adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e
adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo
uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute
Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da
Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem
aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo
natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual
aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem
inseridas pelos profissionais
Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as
crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de
morbidade e mortalidade infantil
14
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
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Cearaacute 2004
20
4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR
Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir
maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e
amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento
A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que
envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e
reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio
As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe
multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido
visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)
Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da
sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede
como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o
paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental
importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam
em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais
Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual
parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na
comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em
ParintinsAM
Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade
cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede
recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e
redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente
As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a
sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que
diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)
15
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
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BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
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doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
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de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
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Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
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modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
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MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
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trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
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19
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Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
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Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do
cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem
como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente
programado com objetivo definido (Lacerda 1999)
A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede
com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees
eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de
possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os
indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes
Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no
processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave
promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam
antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)
A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute
subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por
intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos
reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)
Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua
em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e
estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um
profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de
monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia
seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da
Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno
matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-
feiras no turno matutino ou quando houver necessidade
Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo
para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis
(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral
isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos
neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas
16
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
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para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
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jan 2016
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atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois
ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar
tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o
ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia
17
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
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FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
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atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA
O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos
apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede
Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou
devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees
vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de
Sauacutede da Famiacutelia
Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez
que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram
maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de
favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da
populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas
satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais
Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do
Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo
comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura
pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares
e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos
relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado
Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o
atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior
em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que
poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus
familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de
parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo
orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e
natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash
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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
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18
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doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
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de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
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Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
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19
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atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe
multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)
Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas
microaacutereas
No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que
ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre
a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras
esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e
acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro
patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia
Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas
leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema
Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o
que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no
caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das
fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus
apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o
programa instalado
A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e
enviar as Atividades solicitadas com qualidade
Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que
mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do
paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo
interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte
didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias
atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente
O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente
com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia
profissional e pessoal 19
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002
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21
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO
Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica
KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS
CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA
DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE
PARINTINS-AM
Parintins-AM
Janeiro2016 22
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM
Resumo
No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de
ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos
grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a
demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute
para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF
Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um
melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a
ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional
desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso
aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e
continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a
mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se
que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o
enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das
condiccedilotildees de vida
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo 04
2 Problema 06
3 Justificativa 07
4 Objetivos 08
41 Objetivo geral 08
42 Objetivos especiacuteficos 08
5 Revisatildeo de Literatura 09
6 Metodologia 15
7 Cronograma 16
8 Recursos necessaacuterios 17
81 Recursos humanos 17
82 Recursos materiais 17
9 Resultados esperados 18
10 Referecircncias bibliograacuteficas 18
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de
atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados
primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente
influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios
foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o
SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter
multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e
agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)
A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas
na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe
multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo
circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica
e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que
trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela
cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-
se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema
local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de
serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)
No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma
personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute
um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das
pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido
com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)
4
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de
conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um
tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria
parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS
precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)
As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS
nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens
Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea
(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico
mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento
monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo
detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados
(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser
abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as
necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas
tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas
referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede
bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees
educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos
humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave
melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)
No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com
o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para
curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este
documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5
pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
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SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
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pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de
formaccedilatildeo do ACS
Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta
ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o
perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no
processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute
desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para
desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado
desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de
ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante
e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia
Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional
competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a
comunicaccedilatildeo
No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede
definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo
ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)
2 PROBLEMA
Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar
a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave
6
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua
responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma
vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de
Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
3 JUSTIFICATIVA
Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio
de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002
para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz
necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que
atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica
para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede
No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute
profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria
das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS
que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF
quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade
Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar
a aderecircncia e atendimento na Unidade referida
7
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
4 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e
educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes
da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF
Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS
capacitado
Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas
populares atraveacutes do ACS capacitado
Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa
Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo
medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das
principais comorbidades abrangentes na ESF
Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo
meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente
Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao
armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar
verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico
8
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como
explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente
Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes
acamados
5 REVISAtildeO DA LITERATURA
O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os
princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam
colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem
como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros
conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses
profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da
comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)
Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na
Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da
populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a
modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo
trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode
auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)
Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se
caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a
9
dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
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SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
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dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que
circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da
equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas
caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em
diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede
espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da
populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso
ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como
mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)
e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais
Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e
responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos
estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo
comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da
equipe de enfermagem (Silva 2001)
SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute
havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento
tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas
aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que
lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser
minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam
para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de
Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das
competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves
orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar
transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em
suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da
cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo
Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a
promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto
que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que
determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)
Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia
atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores
de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas
doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui
estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e
praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento
dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede
em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode
e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo
HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de
atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que
tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se
houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para
planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa
11
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os
medicamentosrdquo
Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e
colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e
simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de
Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a
reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da
coacutelera
Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo
a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem
ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de
estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e
transtornos mentais (FORTES 2004)
O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades
como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento
interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em
sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da
qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando
coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)
O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os
envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a
esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior
aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as
relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir
no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na
grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro
(CARDOSO 2010)
Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o
desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia
iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores
e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas
necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos
profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila
oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo
empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)
Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo
identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos
procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave
reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade
(BRASIL 2001)
O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim
sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia
pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um
bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)
A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os
profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo
holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de
13
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde
se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a
tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)
Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando
apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave
facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente
de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em
contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave
capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a
distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das
famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que
quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem
Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de
mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os
objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de
vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de
necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento
cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da
comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)
O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de
comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental
receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica
sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem
explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)
14
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
6 METODOLOGIA
Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes
Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de
Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda
espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e
cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo
Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a
equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete
ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados
esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de
Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute
apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de
Fevereiro do ano corrente
Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares
realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por
ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo
Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na
visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se
obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que
esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina
em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
15
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita
domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo
meacutedica etc
Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na
visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc
Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes
para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede
O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas
domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees
subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da
implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada
No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos
resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo
e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede
da Famiacutelia ACS e usuaacuterios
7 CRONOGRAMA
ACcedilOtildeES
FEV
2016
MAR
2016
ABR
2016
MAI
2016
JUN
2016
JUL
2016
Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X
16
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo
Cerqua
X
Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica
X
Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X
Execuccedilatildeo do projeto X X X X
Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X
Anaacutelise e resultados X
8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS
81 RECURSOS HUMANOS
Meacutedico
Enfermeiro
Teacutecnicos de Enfermagem
Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
82 RECURSOS MATERIAIS
Recursos multimiacutedia
Computador
17
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no
Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo
Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo
Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos
Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002
TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-
heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87
VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia
atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do
Cearaacute 2004
20
Impressora
Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)
9 RESULTADOS ESPERADO
Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de
Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se
faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a
mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de
vida aos pacientes
O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio
de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a
superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a
produccedilatildeo do saber
10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que
integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios
de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p
259-268 2008
BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998
18
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com
doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo
Baacutesica n 35)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede
Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular
para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional
sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento
de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia
Ministeacuterio da Sauacutede 2000
BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria
Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001
CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de
sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp
Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010
ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo
modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J
Public Health 21(2) 2007
FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia
Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7
jan 2016
FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios
de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e
Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004
MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede
puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43
MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento
de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009
NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um
trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para
discussatildeo nordm 735] 2000
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Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013
19
SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente
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Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001
SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL
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Cearaacute 2004
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