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Índice Pág. 1- ESTACÃO DE AVISOS DE LEIRIA 2
1.1- Historial 2
1.2- Recursos humanos e técnicos 2
1.3- Rede biológica/fenológica e meteorológica 3
2- ACTIVIDADES REALIZADAS PELA ESTAÇÃO DE AVISOS 5
DE LEIRIA
2.1- Boletins emitidos 5
2.2- Resumo do Ano Agrícola de 2007 6
2.3- Ciclo vegetativo das culturas 9
2.4- Evolução dos inimigos das culturas 10
2.4.1- Vinha 10
2.4.1.1 – Pragas 10
2.4.1.2 – Doenças 12
2.4.2- Pomóideas 18
2.4.2.1- Pragas 18
2.4.2.2- Doenças 24
2.4.3- Olival 28
2.4.3.1- Pragas 28
2.4.3.2- Doenças 32
2.5- Balanço fitossanitário 34
3- OUTRAS ACTIVIDADES 35
3.1- Condicionamento da vinha 35
3.2- Controlo da condicionalidade 36
3.3 – Concurso “A melhor vinha – 2007” 36
3.4 – Acções de sensibilização/divulgação de metodologias dos avisos 37
3.5- Ensaios inseridos na candidatura da ex-DRABL ao Programa Agro 37
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1- ESTACÃO DE AVISOS DE LEIRIA
1.1- Historial
A Estação de Avisos de Leiria é um serviço da responsabilidade do Ministério
da Agricultura, está afecta à Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral (DRABL) –
Divisão de Protecção das Culturas – e é supervisionado pelo Serviço Nacional de Avisos
Agrícolas (SNAA).
Territorialmente inclui a área dos concelhos de Leiria, Ansião, Pombal,
Marinha Grande, Batalha e Porto de Mós e Alvaiázere, dispondo de uma rede
meteorológica e biológica/fenológica. As principais culturas abrangidas, desde o início,
são as pomóideas, a vinha e o olival.
O papel dos Avisos consiste na emissão de uma circular de aviso com indicação
para a realização dos tratamentos nas alturas mais oportunas bem como listas para os
produtos fitofarmacêuticos homologados, dentro de uma boa prática agrícola.
1995 foi o ano de inauguração desta Estação de Avisos. Instalaram-se 7
Estações Meteorológicas Automáticas (EMAs), foi adquirido material informático
(computador e impressora) e material de laboratório de apoio: frigorífico, estufa,
microscópio, lupa biocular, pinças, bistoris etc…
Em 1996 e 1997 decorreram as fases experimentais desta Estação através da
testagem do software das EMAS.
Em 1998 esta Estação de Avisos entrou oficialmente em funcionamento,
formada por dois técnicos, tendo contado nas campanhas de 1998 e 1999 com a
colaboração de uma técnica profissional.
Em 2001 e 2002 esta Estação teve a colaboração de uma estagiária mas desde
então restringe-se aos dois técnicos.
1.2- Recursos humanos e técnicos
Desde 1995, fazem parte desta Estação de Avisos 2 elementos: Marta Maria Filipe
de Oliveira Caetano (Eng.ª Agrária) e José Manuel Heleno Batalha (Engº Técº Agrário).
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A Estação de Avisos ocupa dois gabinetes do Edifício da DRABL em Leiria, sendo
um dos quais um pequeno laboratório onde se encontra o material técnico usado na
execução dos trabalhos:
- 1 microscópio Olympus Ch-2, lâminas e lamelas
- 1 lupa binocular Olympus SZ60
- 1 máquina dobradoura de papel
- 1 Estufa Heraeus
- 1 Frigorífico Edesa
- 1 computador Azus Version New PCB R2.0
- 1 impressora/ scanner/ copiadora hp750
- 8 Estações Meteorológicas Automáticas (EMAs): 6 da marca Campbell e 2 da
Vórtice
- 1 insectário
- 1 termopluviohumectógrafo
- Material de laboratório (pinças, agulhas, placas de petri, lâminas, lamelas…)
Existe ainda uma viatura que teve afecta a este serviço até Agosto, altura em que
avariou.
1.3- Rede meteorológica e biológica/fenológica
Para a elaboração dos boletins fitossanitários, a Estação de Avisos de Leiria, a
mais recente estação pública, está equipada com 8 EMAs (não possuindo nenhuma
estação meteorológica clássica de apoio) e vários postos de observação biológicos para
as culturas que supervisiona (Fig. 1).
Em 2007, a transmissão de dados das Estações Automáticas passaram a ser
feitos por via GSM tendo sido substituído o modem e requalificadas todas as Estações,
tendo algumas delas sido deslocalizadas. Na requalificação, os sensores de humidade e
temperatura e folha molhada foram calibrados assim como os hudómetros. Para além
desta tarefa, a empresa “Quantific” ficou também responsável pela manutenção de
todo o equipamento. Toda esta remodelação ficou abrangida pelo projecto AGRO 8.2
no que diz respeito à modernização do Serviço Nacional dos avisos Agrícolas e só ficou
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concluída em finais de 2007, pelo que até meados deste ano apenas era possível
aceder aos dados de 4 EMAs tal como em 2006.
As estações emitem dados diários e horários de temperatura (máxima, mínima
e média), humidade e precipitação que chegam ao computador central da Estação de
Avisos via modem. Os sensores de folha molhada permitem determinar o número de
horas que a folha permaneceu molhada no dia. Este valor deverá ser comparado com
o obtido no termopluviohumectógrafo para averiguar a sua fiabilidade.
A Estação de Avisos recorre ainda a uma rede de postos de observação
biológicos (POB), onde são colocadas armadilhas para acompanhamento do voo das
pragas e onde se observam semanalmente os vários órgãos da planta de acordo com o
estado de desenvolvimento da planta e o dos seus inimigos. Esta informação é depois
cruzada com os dados climáticos extraídos das EMAS e com os conhecimentos sobre
bioecologia dos inimigos para os quais emitimos avisos, permitindo, depois,
determinar as alturas mais oportunas para a realização dos tratamentos.
Figura 1 – Rede meteorológica e biológica/fenológica da Estação de Avisos de Leiria em 2007.
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2- ACTIVIDADES REALIZADAS PELA ESTAÇÃO DE AVISOS DE
LEIRIA
2.1- Utentes inscritos e boletins emitidos
Em 2007 registaram-se 194 inscrições que se traduziu num acréscimo em 10% na
adesão comparativamente a 2006, que tinha sofrido um decréscimo de 15%, fruto de
alguma sensibilização dos técnicos, no entanto, com a ajuda ao arranque da vinha a
iniciar este ano, prevê-se que o número de utentes possa reduzir nos próximos anos, a
juntar ao desânimo sentido por parte dos agricultores devido à falta de rendimento desta
actividade para além de muito dura e exigente em termos humanos. Se antes sentiam
esse trabalho monetariamente compensado, e eram muitos os que viviam
exclusivamente dela, actualmente não conseguem competir com a elevada concorrência
do mercado externo e os preços dos produtos não pagam, na maior parte das vezes, os
encargos subjacentes. Verifica-se um abandono progressivo da agricultura,
principalmente no sector da vinha e esta situação, obviamente se traduz num decréscimo
de inscrições.
Num inquérito efectuado em 2005, por esta Estação de Avisos aos seus utentes,
era-lhe reconhecido valor na sua actividade. Em 2006 voltamos a questionar se estavam
satisfeitos com o serviço e quais as sugestões que propunham para melhorá-lo e sentimos
que este serviço era muito importante para todos, no entanto, dada a conjuntura
desfavorável que este sector atravessa, teme-se uma quebra sentida na adesão a este
serviço.
Os utentes incluem: agricultores, cooperativas e adegas, serviços oficiais e
particulares, que por sua vez fazem chegar os avisos a outros agricultores não inscritos
pelo que o número de agricultores a beneficiar deste serviço é muito superior ao número
de utentes inscritos. O valor da assinatura anual foi de 12,66€.
Foram emitidas 19 circulares contendo avisos para o tratamento das principais
pragas e doenças das pomóideas, vinha e olival, bem como a indicação dos produtos
homologados para o seu combate e informações para alguns inimigos do pessegueiro e
citrinos.
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2.2- Resumo do Ano Agrícola 2007
As condições atmosféricas são determinantes não só no desenvolvimento dos
inimigos das culturas como das próprias culturas existindo fases particularmente
sensíveis, nomeadamente altura do vingamento e crescimento dos frutos, quer na fase
inicial, para impedir que eles se deformem, quer na final para se atingirem bons
calibres e índices de maturação.
As condições atmosféricas ocorridas em 2007 estão resumidas nas figuras 1 e 2
que revelam a temperatura e precipitação ocorridas em duas EMAs situadas
respectivamente em Porto de Mós.
O tempo durante a campanha revelou-se chuvoso e propício ao
desenvolvimento de doenças, tal como em 2006, principalmente nos meses de Março,
Abril e Maio e decorreu seco no final da campanha.
Relativamente à temperatura pode-se dizer que foi um ano mais ameno do que
2006. O Inverno não foi tão frio e no Verão não se fizeram sentir os repetidos picos de
calor atingidos nos anos anteriores. Assinala-se um pico de calor, atingido em finais de
Julho / início de Agosto, que provocou algum escaldão na fruta, mas sem
consequências económicas.
No final da campanha, principalmente a partir de Agosto, o tempo decorreu
seco beneficiando com isso a qualidade dos frutos, uma vez que as doenças que
ocorrem nesta fase, junto á maturação, em vinha e olival, salvo algumas excepções,
não se expandiram muito.
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Fig 2- Média da temperatura máxima, mínima e média e precipitação total registados noposto meteorológico Ribeira de Cima, Porto Mós, em 2007 .
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Fig 3- Média da temperatura máxima, mínima e média e precipitação total registados noposto meteorológico Ribeira de Cima, Porto Mós, em 2007 .
Nas pomóideas a produção revelou-se dentro do que era esperado apesar de
ter havido alguns problemas na altura do vingamento devido às oscilações de
temperatura que se fizeram sentir e que provocou o abortamento de alguns frutinhos
nas variedades mais precoces. No fim da campanha apesar do tempo seco atingiram-
se bons calibres devido ás reservas de água no solo, à rega e à monda de frutos que os
agricultores já se habituaram a realizar e a aceitar como prática necessária para se
atingir uma boa qualidade de fruta.
Em termos sanitários o pedrado voltou novamente em força mas apesar dos
vários períodos de infecção registados quem tratou logo de início esta doença de
forma oportuna e com os produtos adequados não teve grandes problemas. Para além
do pedrado, o cancro teve boas condições para se dispersar principalmente nas
variedades vermelhas. A incidência de bitter-pit no período pós colheita foi também
referida pelos técnicos das cooperativas fruteiras, devendo-se não só á falta de
aplicações em cálcio, mas também ás condições atmosféricas sentidas nomeadamente
as oscilações de temperaturas.
Na vinha, e no que respeita á produção, o ano revelou-se ligeiramente abaixo
do que normal com os agricultores a queixarem-se da falta de chuva, problemas em
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controlar o míldio e de algum escaldão. Este último muitas vezes devido a uma
desparra e desfolha mais violenta.
Os cachos no final apresentavam-se mais engelhados nas vinhas não regadas.
Algumas castas, como é o caso da touriga nacional acusaram algum desavinho e
bagoinha devido às oscilações de temperatura verificadas na floração/alimpa. Segundo
informação colhida nas adegas esta referida baixa de produção teve consequências na
qualidade do vinho tinto, que parece ter melhorado, não se revelando tanto nos
brancos. Em termos gerais a qualidade foi superior à colheita de 2006.
Quanto aos inimigos das culturas o míldio voltou a atacar este ano nas folhas e
cachos de uma forma repentina em toda a região, mantendo-se até tarde nas folhas.
As perdas causadas por esta doença rondam os 20%.
O bago negro “black rot” continua a aparecer embora este ano com menor
expressão e por essa razão não se tenha feito referência a ele nas nossas circulares. O
oídio é considerado nesta região o principal inimigo da vinha, no entanto este ano não
se manifestou de forma tão gravosa como nos anos anteriores.
No olival, o rendimento e principalmente a qualidade do azeite foram bons,
apesar da azeitona se apresentar muito engelhada no final da campanha devido à
desidratação, no entanto, no lagar apresentou bom rendimento. Com o tempo seco a
azeitona apresentou-se sem sintomas de gafa gerando azeites com um índice de acidez
rondando os 0,5%. Em 2006 esta doença foi responsável em certos casos por perdas
quase totais de produção e por azeites de má qualidade. A mosca apesar de ter
iniciado o seu voo mais cedo não causou problemas para quem fez os tratamentos nas
alturas oportunas.
A produção não foi uniforme contribuindo, tal como já vem sendo referido a
instabilidade do tempo na altura da floração e também as variedades, sendo que a
galega atingiu níveis de produção e rendimento superiores à cobrançosa. Na zona de
Pombal a produção foi menor do que em Porto de Mós.
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2.3- Ciclo vegetativo das culturas
Vinha- As datas representam uma média na região uma vez que ela é distinta,
constituída por vários microclimas, e para além disso as castas encontram-se
misturadas. Na figura 4 estão definidas as datas dos estados fenológicos da vinha em
geral.
O abrolhamento foi tardio tal como se observou nos dois últimos anos e
irregular, com diferenças em toda a região. Iniciou-se o pintor na última semana de
Julho. Novamente este ano, existe uma coincidência quase total nas datas dos
diferentes estados fenológicos entre 2005, 2006 e 2007.
Macieira – Não se registaram diferenças significativas relativamente ao ano anterior.
A floração foi um pouco mais tardia, mas no final da campanha essa diferença ficou-se
por uma semana. Na figura 5 estão referenciadas as datas dos estados fenológicos da
macieira. Os calibres foram razoáveis devido à monda que já está praticamente
instituída entre os agricultores. A maturação depende das variedades, mas nas
dominantes nesta região, esta fase decorre entre fins de Julho e meados de Outubro.
Vindima
E. F. A C E F H I J K L M
Data Fev 28-Mar 9-Abr 16-Abr 7-Maio 21-Mai 4- Jun 12- Jun 18-Jun 9 –Jul 23-Jul 17 - Set
Fig 4- Datas dos estados fenológicos (E. F.) dominantes nas vinhas da região de Leiria em 2007.
E. F. A C D E E2 F G I J
Data Fev 26– Mar 3– Abr 9–Abr 16-Abr 23–Abr 30–Abr 7– Mai 21-Mai
Fig 5 – Datas dos estados fenológicos dominantes da macieira na região de Leiria em 2007.
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Oliveira – O abrolhamento foi igualmente tardio, como em 2006, o vingamento foi
mais precoce mas no final da campanha as azeitonas começaram a pintar ao mesmo
tempo que no ano anterior. Na figura 6 pode observar-se os estados fenológicos da
oliveira e respectivas datas dominantes na região. Em meados de Novembro os olivais
da região de Leiria e Porto Mós estavam com a azeitona colhida, enquanto em
Alvaiázere e Castanheira de Pêra a colheita só aconteceu início de Dezembro, por
serem zonas mais tardias.
2.4- Evolução dos inimigos das culturas
2.4.1- Vinha
2.4.1.1- Pragas
Traça da uva (Lobesia botrana)
A praga teve uma primeira geração ainda menos elevada do que em 2006 e
sensivelmente na mesma altura, com o pico a ser atingido em meados de Abril (fig. 7).
Esta geração ataca as inflorescencias e o seu ataque tem o efeito de monda natural
impedindo que os futuros cachos não fiquem demasiado compactos pelo que
normalmente não se aconselha tratar. Só na primeira semana de Maio é que foram
observados ninhos de traça, primeiro no posto das Alcanadas (Batalha), mas não se
atingiu o NEA em qualquer dos postos. Tem-se observado um decréscimo gradual da
E. F. A B C E F I J
Data Mar 19 –Mar 26 –Mar 7–Mai 14 Mai 28 –Mai 18–Jun
Fig 6 – Datas dos estados fenológicos da oliveira dominantes na região de Leiria em 2007.
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incidência desta primeira geração, no entanto constata-se não existir uma correlação
visível na incidência das outras gerações. Os POB das Alcanadas e Porto Mós foram
onde o voo se verificou mais elevado.
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22-Mar
03-Abr
17-Abr
02-Mai
15-Mai
29-Mai
12-Jun
26-Jun
10-Jul
24-Jul
07-Ago
21-Ago
04-Set
18-Set
02-Out
N.º
de
ca
ptu
ras
Mourã
P. Mós
Alcanadas
Pombal
Figura 7 - Curva de voo da traça da uva em postos biológicos na região de Leiria em 2007.
A segunda geração também decorreu fraca com o pico a ser alcançado na
terceira semana de Junho e o posto de Pombal a registar maior número de capturas.
Aconselhamos um tratamento a 18 de Junho, um pouco antes do pico do voo, com um
ovicida ou uma semana depois com um produto larvicida. A incidência de ovos, agora
nos cachos, foi muito fraca.
Em 2006 a terceira geração foi fraca, comparativamente às anteriores, mas este
ano esta situação inverteu-se, o que reforça mais a ideia da não existência de uma
ligação directa nas capturas entre gerações. Esta última geração foi mais intensa que
as anteriores, com o posto das Alcanadas e Mourã a registarem o maior índice de
capturas. Em 30 de Julho observou-se elevado número de larvas no estado L4 e L5 na
generalidade dos postos, pronuncio de que esta geração estava próxima de se iniciar.
O voo ficou bem definido entre meados de Agosto e meados e Setembro,
contrariamente ao do ano anterior que foi bastante longo. É necessário ter cautela nos
tratamentos, nesta fase, uma vez que estamos já perto da colheita a temos que
atender aos Intervalos de Segurança (I.S.) dos produtos. O tratamento aqui, mais do
que evitar perdas de produção, vai prevenir a instalação da podridão que aproveita as
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feridas provocadas pelas lagartas nos bagos para se desenvolver. Aconselhou-se uma
intervenção a 14 de Agosto com ovicida, logo no início do voo que nos pareceu muito
oportuno, uma vez que foi só na semana seguinte (20 de Agosto) que se começaram a
observar os ovos desta geração nas Alcanadas (Batalha) e em Porto de Mós, atingindo-
se o NEA que nesta fase é muito curto: 1 a 10% de bagos atacados.
A 10 de Setembro devido ao elevado número de posturas nos cachos,
observados a 7 de Setembro, recomendou-se novo tratamento embora no final não se
tenha observado grandes estragos visíveis.
Cochonilha algodão (Planococcus ficus)
O panorama desta praga continua a ser o mesmo de anos anteriores. É uma
praga que se apresenta muito localizada nas vinhas da região mas que se não for
tratada pode dar cabo da produção.
O tratamento de Inverno passa pela descamação da casca, uma vez que as
cochonilhas se instalam debaixo do ritidoma, seguida de uma pulverização molhando
bem o tronco com Malatião + Óleo Mineral ou Óleo de Verão. Na altura das vindimas
devem-se marcar as árvores que apresentem sintomas de ferrujão – presença de
fumagina.
Deu-se indicação a 6 de Março para combater as formas hibernantes.
A 13 de Junho observaram-se a saídas das larvas nos nossos postos de
observação justificando a emissão de um aviso a aconselhar a tratar com um produto à
base de malatião, metidatião, clorpirifos, azinfos-metilo dirigido ao tronco e ramos do
interior da videira.
2.4.1.2- Doenças
Míldio (Plasmopora viticola)
2007 foi um ano em que esta doença voltou a atacar fortemente os vinhedos
da região. Embora o míldio se tenha manifestado mais tarde do que no ano passado,
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os ataques causaram maiores estragos este ano cifrando-se numa média de 20% de
perdas de produção na região (Fig. 8).
Os oósporos começaram a ser colocados na estufa em meados de Fevereiro
demorando mais de 4 dias a germinarem a uma temperatura de 22ºC. A 5 de Março o
tempo de germinação diminuiu para 3 dias, tendo-se observado zoósporos no dia 8. A
germinação em menos de 24 horas só aconteceu no final do mês de Março, primeiro
em Leiria, depois na região de Porto Mós. Em Pombal houve dificuldade em definir
este momento, uma vez que as folhas se encontravam muito degradadas devido aos
insectos do solo.
Foram nove os períodos de infecção desta doença observados ao longo do ano
e que estão distribuídos na escala temporal definida na figura 8 . O início de cada
período está assinalado com um círculo oval, que corresponde ao dia em que ocorreu
infecção, e termina com a data prevista para o aparecimento das manchas. Estão
circulares de avisos com referência a esta doença.
Com as chuvas caídas no início de Abril muitas das vinhas já apresentavam
pampanos com mais de 10cm de comprimento, encontrando-se em condições de
serem atacadas por este fungo, que nesta altura já se apresentava maduro por toda a
região. Foi enviado um sms a 9 de Abril para tratarem com um produto de acção
curativa, e foi emitida uma circular a 11 aconselhando a tratarem o mais próximo
possível do dia 20, data provável do aparecimento das manchas e que coincidiu com o
início de novo período de infecção (20 a 28 de Abril) onde foi também enviado novo
sms para tratarem caso não o tivessem feito até ao dia 20.
SMS
20ABR 28ABR 27MAI 4 JUN
SMS SMS SMS SMS SMS
9ABR 20ABR 1MAI 10MAI 20MAI 29MAI 14JUN 22JUN 2JUL 8JUL 16JUL 22JUL
1 ABR 15 ABR 1 MAI 15 MAI 1 JUN 15 JUN 1 JUL 15 JUL 1 AGO
AVISO
11 ABRIL
AVISO
18 JUNHO
AVISO
26 ABRIL AVISO
4 MAIO
AVISO
21 MAIO
AVISO
5 JUNHO
AVISO
3 JULHO
AVISO
17 JULHO AVISO
31 JULHO
Figura 8- Períodos de infecção de míldio registados ao longo do ano de 2007.
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As chuvas de 30 de Abril, 1 e 2 de Maio, provocaram novas infecções. Foi
emitido novo sms para tratarem curativamente, e, no dia 4 de Maio o aviso referia que
as vinhas estavam muito vigorosas e muitas se encontravam desprotegidas,
aconselhando a tratar até ao dia 10, caso o não tivessem feito a quando do envio da
mensagem de telemóvel. Ainda não se tinham detectado manchas.
A 21 de Maio a indicação do aviso aconselhava a um tratamento geral devido
ao tempo instável que se fazia sentir. Esse tratamento cobriu o período de infecção de
27 de Maio a 4 de Junho.
No dia 5 de Junho a circular de aviso fazia referência à possível pioria de tempo
nesse fim-de-semana pelo que se aconselhava a tratarem preventivamente nas vinhas
só com manchas visíveis.
O período de infecção de 14 a 22 de Junho justificou a emissão de novo sms
para tratarem com produto de acção curativa e o aviso de 18 de Junho aconselhava a
tratarem de imediato antes da saída das manchas, caso o não tivessem feito. Referia-
se que já se podia utilizar o cobre. Este período de infecção despoletou ataques
particularmente intensos na folhagem nova e atingiu de uma forma generalizada
todos os postos de observação.
No dia 2 de Julho foi emitido um sms para tratarem a infecção que se estava a
iniciar, e no dia 3 o aviso alertava para os ataques intensos que se estavam a observar
na região aconselhando a tratar aplicando um fungicida misto com acção anti-
esporulante.
Novas chuvas em 15 e 16 de Julho causaram novas infecções. Foi emitido um
sms para tratarem com um produto de acção curativa. O aviso de 17 de Julho referia
que quem não tivesse efectuado este tratamento para proteger a vinha até 21 de
Julho, altura em que se previa o aparecimento das manchas, com um produto anti-
esporulante com cobre.
A 31 de Julho dado o elevado número de focos com fungo esporulado que se
observava, quer em cachos quer em folhas, apresentando-se aqui sob a forma de
míldio mosaico, aconselhava-se a tratar nessas vinhas com um produto de contacto à
base de cobre favorecendo assim também o atempamento das varas.
O míldio acabou por ser controlado ao nível dos cachos melhor do que se fazia
supor, embora nas folhas se tenha mantido incontrolável até ao fim da campanha.
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OÍDIO (Uncinula necator)
Este fungo tem sido, em anos anteriores, uma doença chave da cultura da vinha.
Em 2007 isso não se verificou, tendo sido o míldio a ocupar o seu lugar, no entanto,
foram efectuadas várias referências a esta doença ao longo da campanha.
Foram observados ataques de oídio em meados de Junho e em inícios de Julho
todos os postos manifestavam esta doença, que apesar das condições favoráveis
existentes nestes dois meses para o seu desenvolvimento, manteve-se em níveis
perfeitamente controláveis.
Aconselhou-se um tratamento a 3 de Abril à medida que as vinhas fossem
atingindo o estado fenológico F – cachos visíveis, utilizando de preferência o enxofre
em pó. Este tratamento foi reforçado a 26 de Abril, aproveitando o do míldio.
Aconselhou-se o enxofre em pó na floração/alimpa a 21 de Maio visto ser
benéfico no vingamento dos bagos devido ao aumento de temperatura que provoca
junto às sementes.
A fase de maior susceptibilidade a esta doença vai desde a floração/alimpa até
ao pintor, sendo o mês de Junho aquele onde as condições atmosféricas, manhãs
orvalhadas seguidas de tempo quente, são mais favoráveis ao desenvolvimento desta
doença. Neste mês foram emitidas três circulares de aviso com referência a esta
doença: a 5 de Junho aconselhando a tratar com produtos à base de enxofre ou
dinocape e a aplicar sistémicos em zonas onde a pressão da doença seja normalmente
elevada, mas desde que esta doença não se encontrasse instalada devido aos
fenónemos de resistência que isso pode causar; a 18 fazia-se referência ao sms
enviado a 14 de Junho para o tratamento do míldio onde se aconselhava a tratar
também para o oídio, referindo nesse aviso para tratarem nesta altura se o não
tivessem feito ainda; finalmente o aviso de 26 aconselhava a manterem a vinha
protegida com tratamentos preventivos.
As referência feitas a esta doença em Julho eram de manterem a vigilância e a
tratarem apenas as vinhas com problemas graves de oídio, evitando as horas de maior
calor.
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PODRIDÃO CINZENTA (Botrytis cinérea)
O ano decorreu bem em relação ao ataque deste fungo, embora tenham
ocorrido casos pontuais de ataques graves antes da colheita devido ao descuido em
relação aos tratamentos e ao facto de manterem a vinha muito fechada impedindo o
arejamento. A pouca chuva caída no final do ciclo vegetativo aliada à baixa incidência
de traça e ao oídio que não se manifestou de forma tão intensa como é habitual,
contribuíram para que esta doença se mantivesse em níveis controláveis.
A 21 de Maio as vinhas encontravam-se no estado fenológico floração/alimpa,
fase muito sensível devido ao risco do fungo poder ser arrastado para as sementes.
A 26 de Junho e nas castas mais sensíveis aconselhou-se outro tratamento
antes do fecho do cacho.
Com a entrada do pintor a sensibilidade a esta doença aumenta. A 31 de Julho,
a instabilidade do tempo na altura e os ataques de oídio justificaram a emissão de um
aviso.
Uma última recomendação foi aconselhada a 14 de Agosto apenas nas vinhas
onde se verificassem ataques de traça mais intensos e se o tempo decorresse chuvoso.
Nos nossos postos de observação foram detectados ataques de botrytis em
folhas em meados de Abril nas castas Aragonês, Fernão Pires e Touriga Nacional em
Leiria. Entre Maio e Julho foram detectados outros focos de infecção nos restantes
postos de observação mas sem gravidade.
ESCORIOSE (Phomopsis vitícola)
É uma doença em progressão na região que deixou de ser exclusiva de vinhas
velhas. A proliferação de viveiristas que vivem à margem da lei e que não cumprem os
requisitos necessários na produção de garfos sanitariamente isentos de doenças, tem
favorecido a disseminação desta doença. Vinhas com dois e três anos apresentam já
sintomas de escoriose comprometendo logo de início o vigor da videira, a sua
formação e o rendimento. A poda curta, a talão, a mais generalizada na região e a que
apresenta menos custos por não necessitar de empa, pode ser muito prejudicial para o
17
rendimento da vinha uma vez que em árvores com escoriose, os gomos da base
podem não abrolhar e, a acontecer em talões, a produção fica logo comprometida.
A Primavera chuvosa que se fez sentir esta ano criou condições favoráveis ao
desenvolvimento desta doença, no entanto, não se considera que esta doença tenha
progredido muito devido à sensibilidade cada vez maior dos agricultores relativamente
a ela. Insistiu-se novamente nas medidas profilácticas na altura da poda de forma a
evitar a sua propagação e, tratamentos químicos preventivos no estado D – E – Saída
das folhas – folhas livres.
Informaram-se os agricultores das medidas profilácticas a implementar contra
esta doença em 24 de Janeiro onde se chamava a atenção para:
a) podar as videiras mais infectadas no fim, deixando nestas mais dois gomos
para o caso dos da base não rebentarem,
b) queimar a lenha da poda,
c) não enxertar com garfos infectados,
d) desinfectar com lixívia o material de poda depois de podar videiras
infectadas para videiras sãs.
Na luta química preventiva, aconselhou-se tratar a 22 de Março dando à
escolha duas estratégias:
a) duas intervenções com produtos não sistémicos (enxofre, folpete,
mancozebe, metirame, propinebe), sendo uma no estado D (saída das folhas) e outra
no estado E (folhas livres), ou
b) uma só intervenção com um produto sistémico (azoxistrobina, famoxadona +
fosetil de alumínio, folpete + fosetil de alumínio, mancozebe + fosetil de alumínio) no
estado E (folhas livres).
18
2.4.2- POMÓIDEAS
PRAGAS
BICHADO (Laysperesia pomonella)
Esta praga continua a ser muito importante, mas desde que tratada na altura
oportuna não causa grandes prejuízos. Nos últimos anos o bichado tem mantido voos
ininterruptos durante toda a campanha e este ano não foi excepção (Fig. 9).
O voo iniciou-se a 16 de Abril em todos os postos biológicos e a 24 de Abril
foram detectados os primeiros adultos no insectário, no entanto, a baixa quantidade
de lagartas que foi possível reunir podem justificar este atraso. Esta situação tem-se
verificado nos últimos dois anos. Os casais que se colocaram em mangas de postura na
semana de 26 a 31 de Abril morreram possivelmente devido ao frio que se fazia sentir
ao final do dia e durante a noite, por essa altura, e que também foi responsável por
uma diminuição do voo a 2 de Maio.
Foi emitido um aviso a 4 de Maio referindo que estava a decorrer a primeira
geração da praga e para tratarem com um produto larvicida que combatesse em
simultâneo a cochonilha S. José. Este pico está mais ou menos bem definido e
compreendido entre 8 e 15 de Maio.
19
Durante os meses de Maio e Junho o voo permaneceu abaixo das 6 capturas
semanais à excepção do posto das Cortes (Leiria) onde habitualmente ele é mais forte
e onde se faz com mais assiduidade a observação aos 1000 frutos. A 26 de Maio foi
emitido outra circular de aviso. O voo continuava baixo mas o número de frutos
bichados que até ao dia 13 era de 0% em todos os postos aumentou e embora não se
tenha atingido o Nível Económico de Ataque para esta fase (0,5 a 1%) as temperaturas
estavam muito favoráveis para o acasalamento e posturas tendo-se aconselhado a
aplicação de um produto de acção ovicida-larvicida ou daí a mais 3 a 4 dias um
produto larvicida.
A 17 de Julho a recomendação na circular do aviso era de que o voo
permanecia em níveis baixos, à excepção do posto das Cortes, mas era contínuo. Os
ventos sentidos nessa altura poderiam estar a dificultar o voo mas as temperaturas
crepusculares eram muito favoráveis às posturas e assim se iriam manter o resto da
semana pelo que se recomendou a observação dos 1000 frutos dando preferência aos
que se encontrassem encostados devendo tratar se detectassem entre 5 a 10 frutos
bichados. Esta recomendação foi reforçada em 31 de Julho.
No início de Agosto o nível de capturas de adultos subiu no posto de Porto de
Mós mantendo-se em níveis mais ou menos moderados nas Cortes. Pela observação
dos 1000 frutos só se atingiu o NEA por esta altura nas Cortes pelo que se aconselhou
um tratamento a 14 de Agosto se atingissem o NEA.
Por enquanto não se observa muita quebra de eficácia dos insecticidas
utilizados no seu combate.
LAGARTA MINEIRA (Phyllonorycter blancardella)
Confirma-se que desde que os pesticidas utilizados no combate a outras pragas
sejam oportunos, pouco agressivos para a fauna auxiliar e se rodem as famílias
químicas dos produtos, esta praga é perfeitamente controlável com poucos ou
nenhum tratamento.
Este ano e pela primeira vez, a lagarta manteve-se em níveis pouco
preocupantes e só se deu uma indicação durante a campanha para não tratarem. As
capturas nos postos de observação existiam (Fig. 10) mas em níveis que gradualmente
20
têm vindo a descer de ano para ano tendo-se constatado que nos postos Cortes e
Porto Mós o voo desceu em determinadas alturas para metade.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
22-Mar
03-Abr
17-Abr
02-Mai
15-Mai
29-Mai
12-Jun
26-Jun
10-Jul
24-Jul
07-Ago
21-Ago
04-Set
18-Set
02-Out
16-Out
30-Out
N.º
de
cap
tura
s
P. Mós
Conqueiros
Cortes
Figura 10- Capturas de lagarta mineira pontuada em postos biológicos da região de Leiria em 2007.
MOSCA DA FRUTA (Ceratitis capitata)
O ataque desta importante praga não decorreu tão gravoso como no início se
chegou a prever. O voo teve início a 17 de Julho, um mês mais cedo comparativamente
a 2006, ficando acertado uma vez que no ano passado as capturas tiveram início um
mês mais tarde. O ataque verificado em prunóideas foi forte tanto nos pessegueiros
como em ameixeiras no entanto, pela observação da curva de voo nos nossos postos
(Fig. 11), em maçãs, à excepção do posto dos Conqueiros, ela foi significativamente
mais baixa comparativamente a 2006 apesar do voo ter-se iniciado mais cedo.
É característico nesta praga ela intensificar-se a partir de meados de Setembro,
altura em que a maioria das variedades de maçã na região estão a entrar na maturação
ou já se encontram maduras e ficam mais susceptíveis. Este ano essa tendência
manifestou-se a partir de meados do mês de Agosto mas com altos e baixos, à
excepção dos Conqueiros onde nitidamente as capturas aumentaram. Mesmo assim
em finais de Outubro e comparativamente a 2006, a intensidade de voo da mosca foi
mais baixa em todos os postos. Uma das razões para esta situação prende-se com o
facto desta praga ser bastante temida na região e estando ainda bem presente os
prejuízos sofridos em 2004 e 2005. Os agricultores estão muito sensibilizados e iniciam
21
os tratamentos com alguma precocidade chegando a fazer 3 a 4 tratamentos. Os
nossos postos situando-se em propriedades privadas reflectem esta situação.
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17-Jul
24-Jul
31-Jul
7-Ago
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21-Ago
28-Ago
4-Set 11-Set
18-Set
25-Set
2-Out
9-Out
16-Out
23-Out
30-Out
6-Nov
Cortes
P. Mós
Conqueiros
N.º
capt
uras
Figura 11- Capturas de mosca da fruta em postos biológicos da região de Leiria em 2007.
Aconselhou-se um primeiro tratamento em 31 de Julho para as variedades mais
precoces de macieira quando já se havia detectado a presença da praga nesta cultura
e se referia que os ataques em prunóideas tinham sido gravosos.
A 14 de Agosto recomendámos um tratamento total uma vez que praticamente
todas as variedades mais predominantes na região tinham entrado na maturação.
Aconselhava-se a tratar se observassem 2 a 3 frutos picados em 150 observados.
A 10 de Setembro indicou-se novo tratamento, desta vez para as variedades
mais tardias, recomendando novamente a observação de 150 frutos. Já se tinham
observados frutos picados nas variedades da região sendo que em 17 de Setembro,
altura da colheita nos Conqueiros chegou-se a encontrar cerca de 15 frutos picados
por caixa, o que equivale sensivelmente a 15% de ataque o que é bastante elevado.
Nas Cortes e em Porto Mós o ataque da mosca cifrou-se em níveis mais reduzidos
rondando os 5% e os 3%, respectivamente.
Em todos os avisos emitidos se chamou a atenção para o cumprimento para
com os Intervalos de Segurança dos produtos uma vez que o ataque da mosca
acontece junto à colheita.
22
COCHONILHA S. JOSÉ (Quadraspidiotus perniciosus)
Continua a ser uma praga interdita na comercialização da fruta e como tal de
tratamento obrigatório nos pomares onde está instalada. Com a saída do mercado do
metidatião, uma das substâncias activas que melhor a combate, poderá haver nova
dispersão e agravamento do ataque deste inimigo.
A cochonilha apresenta-se muito localizada quer na região, quer mesmo dentro
dos pomares, obrigando o agricultor a fazer observações de forma a ficar a conhecer e
a marcar as árvores contaminadas.
A 6 de Março, perto do início da rebentação, altura em que as formas
hibernantes estão mais sensíveis, deu-se a indicação para ser feito um tratamento
dirigido ao tronco e pernadas com óleo de verão a 4%.
Nesta Estação de Avisos o acompanhamento desta praga passa pela observação
das eclosões das jovens larvas conjuntamente com a temperatura média acumulada
acima dos 7,3ºC, a partir de 1 de Janeiro. A curva de voo dos adultos machos nunca se
conseguiu traçar por a armadilha sexual com feromona, por razões que
desconhecemos, não os capturar.
Colocaram-se as cintas armadilhas brancas à volta dos troncos no princípio de
Abril e apanharam-se as primeiras larvas no posto das Cortes seguido do de Porto Mós
respectivamente a 27 e 2 de Abril. A temperatura acumulada para essa altura era de
521,8ºC e 606,5ºC em duas EMAs localizadas em Leiria e Porto Mós, respectivamente,
situando-se o primeiro valor dentro do intervalo de valores estudado (500-525º) e o
segundo acima. A emergência deu-se logo de início com intensidade pelo que foi
emitido uma circular de aviso a 4 de Maio a referir a saída das larvas móveis e a
aconselhar a molhar bem os troncos. Em 2006 a saída das larvas deu-se aos 409º o que
nos levou a sugerir um estudo mais pormenorizado desta metodologia
A 13 de Junho verificou-se uma saída extemporânea de larvas, no posto das
Cortes que levou à emissão de novo aviso a 18 de Junho aconselhando a tratarem caso
observassem, com a ajuda de uma lupa de bolso, larvas móveis amarelas a passear
pelos troncos das árvores.
23
A eclosão da segunda geração deu-se em meados de Julho mas foi muito fraca,
como vem sendo habitual. A temperatura acumulada rondava nessa altura os 1170ºC
em Leiria e os 1357ºC em Porto Mós, valores respectivamente abaixo e acima do
estudado -1270ºC- mas que não fogem muito daquele valor.
Todos os tratamentos são apenas dirigidos aos pomares onde se verifique a
presença da praga.
AFÍDEOS (Aphis spp.; Dysaphis plantaginea)
Dos vários piolhos que atacam as pomóideas o mais preocupante é sem dúvida
o cinzento devido à deformação que provoca nos raminhos terminais e que acaba por
os proteger dos tratamentos. A sua presença nos nossos postos de observação não
tem alcançado níveis preocupantes, no entanto, todos os anos fazemos referência a
este afídeo. A 11 de Abril a circular de aviso aconselhava à observação de 100 gomos
ou inflorescências e a tratar se 1% estivessem infestados. No piolho verde o NEA é de
15%.
Em Maio detectámos grandes infestações de afídeo verde ultrapassando o NEA
em todos os nossos postos de observação. Esta praga aprecia órgãos verdes e tenros e
a chuva ocorrida na Primavera favoreceu este desenvolvimento. A 21 de Maio a
circular de aviso aconselhava a observarem 100 rebentos e a tratar caso 15%
estivessem infestados. Nova chamada de atenção a 5 de Junho foi feita por se ter
continuado a observar ataques intensos desta praga. O tempo continuava chuvoso e
os pomares verdejantes.
ÁCAROS (Panonychus ulmi Koch)
Como vem sendo hábito, demos uma primeira indicação de tratamento a 6 de
Março dirigido às formas hibernantes de insectos e ácaros, numa altura em que o
abrolhamento estava próximo do início. As eclosões nas tabuinhas tiveram início na
segunda semana de Março mas com baixa intensidade e no campo em finais de Abril
foram detectadas algumas ninfas embora em níveis muito baixos. O pico das eclosões
24
ocorreu na segunda semana de Maio, embora no campo não se tenha verificado este
facto, no entanto, como o seu controlo deve ser feito logo de início, aconselhou-se, a 4
de Maio, e apesar do tempo com chuva não ir muito favorável, a fazerem observações
a 100 folhas do terço inferior dos ramos e a tratar só se 50 a 75% das folhas estivessem
ocupadas, em macieira, e 40% na pereira. A 7 de Maio observou-se um ligeiro
aumento das populações no pomar das Cortes e a 14 nos Conqueiros. Apesar dos
pomares estarem verdejantes, a chuva não favorece o desenvolvimento desta praga
exercendo antes um efeito de lavagem
Só se voltou a referir esta praga a 31 de Julho recomendando vigilância através
da observação de 100 folhas e a tratar se observassem, com a ajuda de uma lupa de
bolso, 50 a 75 folhas ocupadas com formas móveis. Detectamos a sua presença nos
nossos pomares embora em níveis baixos. O tempo durante a campanha não lhe foi
favorável e os níveis populacionais nunca atingiram o NEA nos nossos postos de
observação. A aplicação de produtos à base de abamectina também têm contribuído
para manter a praga em níveis aceitáveis.
A 7 de Agosto voltou-se novamente a constatar um ligeiro aumento
populacional no posto das Cortes (Leiria) e a 14 nos Conqueiros. Neste mesmo dia foi
emitida uma circular referindo a baixa pressão desta praga mas para não descurarem
as observações a efectuar.
Este terá sido o ano onde esta praga causou menos problemas. Normalmente
os anos secos são mais favoráveis.
2.4.2-2- DOENÇAS
PEDRADOS (Venturia spp.)
Em 2007, o tempo durante a Primavera e na campanha, decorreu chuvoso o
que aliado ao inoculo deixado em 2006 criou condições óptimas para o
desenvolvimento desta doença.
No final da campanha os prejuízos não foram muito elevados porque os
agricultores estão já muito sensibilizados para esta doença e normalmente não
descuram os tratamentos. Apesar das oscilações de temperatura ocorridas no
25
vingamento não se verificou uma baixa na produção porque a monda dos frutos incidiu
em frutos atacados com pedrado e os restantes compensaram no aumento de calibre.
As folhas de macieira com peritecas foram colhidas e colocadas no chão no final
de Outono de 2006 para se acompanhar a evolução do fungo em condições naturais. A
maturação das peritecas principiou na segunda semana de Março, mas só no início de
Abril foi generalizada a toda a região.
Na figura 12 apresenta-se um diagrama temporal com a sequência dos vários
períodos de infecção e os sms e avisos emitidos ao longo do ano à excepção do
primeiro e último aviso. Foram identificados 9 períodos de infecção de pedrado
(segmentos de recta) e calculados os respectivos períodos de incubação e
aparecimento de manchas. Os círculos ovais representam os dias em que ocorreram as
infecções.
O primeiro tratamento foi aconselhado no estado C3-D em 22 de Março para as
pereiras e variedades de macieira mais precoces. É um tratamento que habitualmente
se aconselha como forma de prevenção da doença.
A 1 e 2 de Abril ocorreram as primeiras chuvas contaminadoras. Pela curva de
Mills., a infecção era média e foi enviada uma mensagem em sms para fazerem um
tratamento curativo. A 3 de Abril o aviso referia que, quem não tivesse tratado para
aguardar por novas orientações, que foram dadas no aviso de 11 de Abril
aconselhando a protegerem os pomares até ao dia 17, altura prevista para o
aparecimento das manchas.
1 ABR 15 ABR 1 MAI 15 MAI 1 JUN 15 JUN 1 JUL 15 JUL 1 AGO
SMS
20 ABR 28 ABR
SMS
9ABR 24ABR 27MAI 4 JUN
SMS SMS SMS SMS SMS
1ABR 17ABR 1 MAI 10 MAI 20MAI 27MAI 14JUN 23JUN 2JUL 9JUL 16JUL 22JUL
AVISO
17 JUL
AVISO
31 JUL
AVISO
26 ABR
AVISO
3 ABR
AVISO
11 ABR
AVISO
18 JUN
AVISO
5 JUN
AVISO
21 MAI
AVISO
4 MAI
AVISO
3 JUL
Figura 12- Períodos de infecção de pedrado ocorridos em 2007.
26
O período de infecção de 9 a 24 de Abril ficou coberto de várias formas: pelo
sms no início da infecção, ainda por quem tratou no sms anterior e, agora dependendo
do tempo de actuação do produto utilizado, por quem tratou juntou ao dia 17 de Abril.
A 20 de Abril novas infecções ocorreram, novamente intercaladas no período
da infecção anterior. Foi enviado outro sms para quem tivesse os pomares a
descoberto. Este tratamento também iria cobrir as infecções que ocorreram de 9 a 24
de Abril. O aviso de 26 aconselhava a tratarem de imediato se ainda o não tivessem
feito através de mensagem de telemóvel.
As chuvas de 30 de Abril e 1 de Maio provocaram infecções graves. O sms saiu a
2 de Abril para tratarem de imediato com produto de acção curativa. A 4 de Maio o
aviso fazia referência para tratarem até ao dia 10 se o não tivessem feito através de
sms e os pomares se encontrassem a descoberto.
As primeiras manchas foram detectadas nas Cortes (Leiria) a 30 de � ulho com
alguns dias de infecção.
As infecções de 20 e 27 de Maio ficaram protegidas através do aviso de 21 onde
se aconselhava a manterem o pomar protegido. Foi no fim deste mês que os ataques
de pedrado se generalizaram em toda a região.
O mês de Junho foi instável, tal como no ano passado. O aviso de dia 5 fazia
menção ao tempo instável que se previa para os próximos dias aconselhando a
manterem os pomares protegidos preventivamente. A 14 de Junho as infecções que
ocorreram justificaram a emissão de um sms nesse próprio dia. Previa-se que as
manchas ocorressem no dia 23 pelo que a 18 de Maio se fazia referência a tratarem o
quanto antes com um produto de contacto se se confirmasse melhoria do tempo.
Em � ulho havia pomares com fortes ataques de pedrado. O sms emitido a 2 de
Julho e o aviso a 3 era para tratarem os pomares que apresentassem manchas activas
a fim de evitar desfoleações e comprometer a maturação dos frutos.
Para finalizar os períodos de infecção assinalados, a chuva que ocorreu a 15 e
16 de Julho obrigou ao envio de mais um sms a 16 para um tratamento curativo e a
circular a 17 de Julho mencionava a tratarem até ao dia 22 com um produto de
contacto caso o não tenham feito através de mensagem de telemóvel.
O aviso de 31 de Julho mencionava a ocorrência de manchas esporuladas e
apenas esses pomares deveriam continuar a ser protegidos com produto de contacto.
27
Finalmente, a 30 de Outubro, aconselhava-se nos pomares que tivessem sido
fortemente atacados por esta doença, a fazerem um tratamento à base de ureia a 5%
molhando bem as folhas da árvore e do chão.
As infecções de pedrado ocorreram de forma quase contínua sobrepondo-se
em algumas alturas. Esta doença manteve-se activa na cultura até bastante tarde e
causou prejuízos sérios nos pomares que não foram tratados nas fases de infecção e
com os produtos adequados, realçando a importância dos tratamentos terem de ser
oportunos. Quem seguiu as nossas indicações os estragos causados pelo pedrado não
foram significativos.
CANCRO (Nectria galigena)
Nos anos chuvosos e nas variedades mais susceptíveis sabe-se que esta doença
se desenvolve mais activamente.
Como não existem produtos que combatam esta doença, o modo de actuação
passa pela aplicação de medidas profilácticas que controlem a sua dispersão.
Foi dada uma primeira indicação para limpeza de feridas e aplicação de cobres
a 24 de Janeiro de forma a impedir a entrada dos esporos. A 6 de Março, como o ano
estava a decorrer muito chuvoso, reforçou-se a indicação do tratamento com cobre
antes do abrolhamento.
Em 30 de Outubro chamava-se à atenção para limparem e desinfectarem bem
as feridas existentes bem como novas provocadas pela poda. As feridas causadas pela
queda das folhas também são uma porta de entrada a este agente e que este
tratamento também vai proteger.
28
2.4.3- OLIVEIRA
2.4.3.1- PRAGAS
TRAÇA DA OLIVEIRA (Prays oleae)
Esta praga tem 3 gerações distintas e o seu desenvolvimento está
estreitamente ligado à fenologia da cultura.
As larvas da geração filófaga começaram a aparecer em meados de Fevereiro,
altura em que terminam a fase mineira e começam a roer as folhas e os rebentos dos
ramos jovens para completarem o seu desenvolvimento. Este ano verificou-se uma
actividade superior ao que é habitual nesta fase. Na observação de 100 raminhos, o
número de galerias observadas atingiu um máximo em meados de Março, no entanto,
o tratamento a esta geração só se justifica em olivais novos por poder comprometer a
sua formação.
A primeira geração, a antófaga, decorreu entre fins de Março e finais de Maio
(Fig. 13) e foi um pouco mais intensa do que no ano anterior. Os adultos da geração
anterior fazem as posturas nos botões florais e as lagartas alimentam-se das peças
florais tecendo de seguida uma teia à sua volta para puparem. A oliveira floresceu
muito e apesar das condições de instabilidade que se verificaram na altura da floração
e que prejudicaram o vingamento em alguns olivais não se justificou a emissão de um
aviso até porque não se atingiu o NEA. Esta geração funciona como uma monda
natural dos frutos.
A segunda geração, a carpófaga, ataca os frutinhos provocando a sua queda
quer à entrada como à saída das larvas. Este tratamento deve posicionar-se logo a
seguir ao pico de voo antes da lenhificação do caroço. A indicação de tratamento deu-
se logo a seguir ao pico do voo, a 26 de Junho, tendo este sido mais fraco do que em
2006.
Tem-se verificado que os ataques de traça não causam prejuízos de maior na
região e os tratamentos só pontualmente se justificam, no entanto, dada a
complexidade das observações a efectuar, não é possível ao agricultor acompanhar a
praga sozinho pelo que, na dúvida, trata.
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Figura 13- Capturas de traça de oliveira em postos biológicos da região da Leiria em 2007.
MOSCA DA AZEITONA (Dacus oleae)
A mosca continua a ser a praga chave dos olivais da região. A curva de voo
deste ano (Fig. 14), comparativamente a 2006, revela um índice de capturas de adultos
nas armadilhas inferior, no entanto, registaram-se um maior número de azeitonas
picadas possivelmente devido ao facto de não se terem atingido os picos de calor
observados no ano anterior e que foram responsáveis pela elevada mortalidade de
ovos e larvas.
Nos nossos postos de observação o voo registou vários picos mas não chegou
às 70 capturas/semana, ao passo que em 2006 ultrapassaram-se as 200/semana no
posto das Alcanadas (Batalha).
Em fins de Julho o voo já era significativo em alguns dos nossos postos de
captura e a quantidade de ovos e larvas viáveis era já muito superior ao tolerado nas
Alcanadas, em Pombal e Alvaiázere, pelo que enviamos um sms a 27 de Julho para a
realização de um primeiro tratamento. Durante o mês de Agosto e Setembro fomos
observando que os olivais tratados apresentavam azeitonas picadas mas sem
evolução, ao passo que nos olivais não tratados a azeitona encontrava-se muito picada
com ovos e larvas vivas. Esta situação levou a que as recomendações de 14 Agosto e
10 de Setembro se dirigissem aos olivais que se encontrassem a descoberto.
30
Em finais de Setembro verificou-se um elevado número de larvas já muito
desenvolvidas e de pupas o que indiciava um novo ciclo de ataque razão pela qual
aconselhámos uma intervenção no dia 27. Atendendo a que nas observações
realizadas em Outubro a praga permaneceu controlada e o voo também começou a
diminuir, mesmo nas zonas onde a colheita é mais tardia, atendendo, também, ao
estar a aproximar-se a colheita e aos cuidados a ter com o intervalo de segurança dos
produtos, principalmente à base de dimetoato que é o mais usado, e finalmente, ao
facto da azeitona começar a ser colhida nos finais de Outubro na zona de Leiria e Porto
de Mós, não se considerou necessária a realização de mais nenhuma intervenção.
O panorama desta praga não foge ao observado em anos anteriores. Quem
trata tem azeitona de boa qualidade e azeite de baixa acidez, quem não trata tem
muita queda de fruto e azeite de péssima qualidade.
0
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Alcanadas
P.Mós
Pombal
Alvaiàzere
Figura 14 - Capturas da mosca da oliveira em postos biológicos da região de Leiria em 2007.
CARUNCHO (Phloeotribus scarabaeoides Bernard)
Não foi um ano onde os ataques desta praga se tivessem observado de uma
forma especial como em anos anteriores. Os agricultores começam a ter a noção
correcta de que deixar a lenha da poda no olival é fomentar o desenvolvimento desta
praga.
31
Não existem produtos químicos homologados para o combate do caruncho,
passando o seu controlo pela aplicação de medidas culturais. Nesse sentido foi
aconselhado um tratamento a 6 de Março para retirarem e queimarem a lenha da
poda deixando alguma como isco até se observar o serrim, sinal da sua actividade,
queimando de seguida antes dos adultos saírem para atacar a rebentação nova na
axila dos ramos, comprometendo a formação a produção, principalmente em árvores
jovens.
COCHONILHAS
As cochonilhas que se acompanharam com mais atenção no olival são o
algodão e a cochonilha negra. Ambas devem ser combatidas respectivamente antes da
formação do algodão e da carapaça que as protege contra os tratamentos impedindo
que os produtos as atinjam directamente.
O algodão tem cerca de uma a três gerações por ano e inicia a sua actividade
em fins de Fevereiro início de Abril. A 3 de Abril deu-se indicação para tratarem caso
observassem mais de 25% de inflorescências atacadas em 120 observadas
pulverizando em alta pressão sobre as colónias com produtos à base de dimetoato. A 4
de Maio reforçou-se esta indicação.
O tratamento da cochonilha H, que habitualmente apresenta uma geração/ano,
passa pela detecção da saída das larvas e deve incidir quando se atinge o pico da sua
saída para abranger um maior número de larvas. Quando estas se fixam e começam a
ganhar a carapaça ficam imunes aos tratamentos. São marcados alguns ramos com
fêmeas adultas para facilitar a detecção daquele momento. Este ano o aviso saiu a 18
de Junho, cerca de 2 semanas mais cedo que o do ano anterior tendo-se aconselhado a
observarem as pequenas larvas junto às fêmeas adultas. Esta eclosão poderá demorar
cerca de 3 semanas, portanto, em olivais muito atacados poderá justificar um segundo
tratamento.
Os ataques desta praga são pontuais e controláveis, apesar dela se encontrar
em progressão nesta região. O ferrujão que ela provoca, devido à formação de
fumagina, é responsável por uma diminuição da produção por interferir com a
fotossintese dificultando que a seiva elaborada chegue a todos os órgãos da árvore.
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2.4.3.2- DOENÇAS
GAFA (Gloeosporium spp)
O ano de 2007 a partir de Agosto tornou-se seco, não facilitando o
estabelecimento desta doença que necessita de água da chuva para dissolver a massa
gelatinosa que envolve os esporos deixando-os livres para efectuarem as
contaminações. O ano foi de pouca gafa que se traduziu na boa qualidade de azeite na
região, contrariamente ao que aconteceu em 2006, onde a queda de chuva de forma
contínua provocou graves ataques em zonas do país onde habitualmente ela não é
problema.
Como o ataque em 2006 foi intenso e esta doença permanece nas árvores e
nos frutos caídos, de um ano para o outro, aconselhámos a realização de um
tratamento a 10 de Setembro mas só quando ocorressem as primeiras chuvas de
Outono, com um produto à base de cobre.
A 27 de Setembro, quando a azeitona começava a mudar de cor nos olivais
mais precoces tornando-se mais susceptível aos ataques desta doença, tornou-se
novamente a recomendar um tratamento preventivo à base de cobre aconselhando os
agricultores a permanecerem atentos às previsões do tempo e intervirem antes das
chuvas. A 30 de Outubro, apesar de não encontrarmos gafa em condições naturais,
isto é, no campo, ela desenvolvia-se em estufa em frutos humedecidos a partir do
inóculo deixado do ano anterior, pelo que se fez uma última recomendação aqui já
para os olivais de colheita mais tardia.
OLHO DE PAVÃO (Spiloceae oleagineae)
Esta doença desenvolve-se melhor com a Primavera e Outono chuvosos. A
Primavera foi chuvosa mas o Outono foi seco equilibrando a incidência desta doença.
Alguma desfoleação observada no início vegetativo, bem como contaminações que
permaneceram latentes durante o Verão, não se manifestaram de forma intensa no
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final do ciclo da cultura. Por outro lado, a variedade galega apresenta-se muito
resistente.
Foi aconselhado um tratamento a 6 de Março com produtos à base de cobre ou
zirame e reforçado a 3 de Abril devido ao tempo muito propício ao desenvolvimento
desta doença. A variedade cobrançosa está muito difundida pela região e é muito
susceptível aos ataques deste fungo.
No Outono, as recomendações dadas para a gafa referiam esta doença, uma
vez que a base dos produtos é praticamente a mesma aconselhando-se a aplicação de
uma formulação de cobre que combatesse as duas doenças. Os avisos coincidem com
os emitidos para a gafa: 10 e 27 de Setembro e 30 de Outubro.
CERCOSPORIOSE (Cercospora cladosporioides)
É normalmente no Outono que esta doença ganha expressão ficando a página
inferior das folhas enegrecidas e a página superior amarelecida ocorrendo depois a
desfoleação. Este ano devido à Primavera chuvosa começaram a verificar-se fortes
ataques de cercospora no cedo. A recomendação para o olho de Pavão de 3 de Abril
fazia referência a esta doença.
No Outono a recomendação de 30 de Outubro para a gafa fazia também
referência a esta doença. Não se fazem tratamentos exclusivos para a cercospora uma
vez que os produtos que combatem a gafa a controlam. Considera-se importante a sua
referência para a sua correcta identificação. A variedade galega é susceptível a esta
doença principalmente em zonas húmidas como é o caso dos olivais da região de
Ansião.
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2.5 – Balanço fitossanitário
Quadros resumo dos tratamentos
Nos quadros n.º 1, 2 e 3 estão indicadas as datas em que foram emitidos avisos
com referência, respectivamente, aos inimigos da vinha, pomóideas e olival,
abrangendo todas as estratégias de luta. Estão definidos o número de tratamentos
para cada inimigo. Os tratamentos condicionados estão identificados por um asterisco
(*) e M.P. significa medidas profilácticas.
Quadro 1- Quadro resumo das datas dos avisos referentes à vinha na campanha de 2007.
Data/
inimigo
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez N.º de
trat.
Míldio 11*
26
4
21
5*
18
3
17
6+2*
Escoriose M.P.
24
22* M.P. +
1*
Botrytis 21* 26 31 14* 2+2*
Oídio
3
26
21 5, 18
26
3*
17*
6+2*
Traça 18 14 10* 2+1*
Coch.
Algodão
24* 6* 18* 3*
*-Tratamento condicionado
M.P. –Medidas Profilácticas
Quadro 2 - Quadro resumo das datas dos avisos referentes às pomóideas em 2007.
Data/
Inimigo
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez N.º de
trat.
Cancro 24 6* 30 2+1*
Pedrado 22* 3, 11
26
4, 21 5, 18 3, 17
31*
30*
Aranhiço
vermelho
INV
(6)
4* 5* 31* 14* 1 (INV)+4*
Piolhos INV
(6)
11* 21* 5* 1+3*
Coch. S. INV 4* 18* 17* 1+3*
VINHA
Pomóideas
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José (6)
Bichado 4 26 17*
31*
14* 2+3*
Lagarta
Mineira
0
Mosca da
Fruta
31* 14* 10* 3*
Antónomos 0
* -Tratamento condicionado
INV. -Inverno
Quadro 3- Quadro resumo das datas dos avisos referente ao olival em 2007.
Data/
Inimigo
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez N.º de
trat.
Cercospori-
ose
3 30 2
Gafa 10
27
30 3
Olho de pavão 6 3 10
27
30 4+1*
Mosca 31
14 10
27
3+1*
Traça 26 1
Caruncho MP
(6)
MP
Coch. negra 18 1
Coch. Algodão 3* 4 1+1*
M.P.- Medidas Profilácticas
3- OUTRAS ACTIVIDADES
3.1- Condicionamento da vinha
Em 2007 continuámos a assegurar o serviço do condicionamento do plantio da
vinha na região de Leiria. Assim que se soube que iria ser subsidiado o arranque
definitivo da vinha, começou a haver uma afluência enorme de viticultores ao serviço a
fim de saberem se podiam beneficiar da mesma. Até ao fim do ano a medida ainda não
tinha saído, mas a afluência continua a ser muito grande.
Oliveira
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3.2- Controlo de condicionalidade
Em Outubro de 2007 a equipa da Estação de Aviso Agrícolas de Leiria foi
convocada para prestar ajuda nos Controlos de Condicionalidade Ambiental,
directivas: lamas e produtos fitofarmacêuticos. Foram feitos 40 controlos nos
concelhos de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Leiria, Montemor-o-Velho, Penela, Porto de
Mós e Soure.
Este serviço ocupou a equipa dos avisos até 31 de Dezembro impedindo-a de
finalizar de forma atempada o relatórios de actividade dos avisos bem como os dos
ensaios da medida 8 acção 8.2 do Programa AGRO (mosca da fruta, mosca da azeitona,
olho de pavão, cochonilha S. José e traça da oliveira).
3.3 - Concurso “A melhor vinha – 2007”
À semelhança do concurso decorrido em 2006, o Plano de Acção para a
Vitivinicultura da Alta Estremadura para a fruticultura promoveu novamente esta
iniciativa abrangendo os concelhos de: Leiria, Batalha e Porto Mós, que teve como
objectivo a melhoria das práticas culturais conducentes ao aumento da qualidade das
uvas produzidas na área dos concelhos da Alta Estremadura. Pretendia-se premiar as
explorações vitícolas que pela sua apresentação e gestão técnica ao longo do ciclo
vegetativo da videira fossem uma referência na região e promover um aspecto
pedagógico através do intercâmbio de conhecimentos entre técnicos e participantes.
As parcelas de vinha a concurso teriam que estar legalizadas, ter mínimo de 4
anos, uma área mínima de 0,5 ha, estarem aramadas e possuírem castas autorizadas
para Vinho Regional Estremadura e/ou VQPRD Encostas de Aire. Das 8 parcelas
inscritas, 7 cumpriam estes requisitos mínimos.
Os critérios de avaliação exigidos prendiam-se com a condução e qualidade do
maneio do coberto vegetal, a cargo da Comissão Vitivinícola Regional da Estremadura
(CVRE) e da Estação Vitivinícola da Bairrada, e com o aspecto fitossanitário, a cargo da
Estação de Avisos de Leiria. Estas três entidades completam o júri técnico.
Esta Estação de Avisos realizou com os outros membros do júri técnico, 2 visitas
às vinhas a concurso: em Julho e em Setembro onde foi avaliado a incidência de traça,
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a podridão, míldio, oídio, cochonilha e escoriose e atribuída uma classificação final
para cada vinha.
3.4- Acções de sensibilização / Divulgação das metodologias utilizadas
nos avisos
A Estação de Avisos de Leiria interviu em diversas acções de
sensibilização/divulgação que visaram o esclarecimento de algumas metodologias
aplicadas por esta Estação de Avisos:
- 3.º Encontro da Estação de Avisos de Leiria – 14 de Março – St. Antão - Batalha
- Pragas e doenças da vinha -18 de Maio – Estabelecimento Prisional de Leiria
- Pragas e doenças do olival – 21 de Novembro- Santiago da Guarda
- Importância da prevenção no contolo do olho de pavão e da gafa – 12 de Dezembro –
Viseu
3.5 – Ensaios inseridos na candidatura da ex-DRABL ao Programa Agro
No âmbito da candidatura da ex- DRABL à acção 8.2 – Medida 8 do Programa
AGRO que visou a Modernização e Reforço da Capacidade do Serviço Nacional dos
Avisos Agrícolas, a Estação de Avisos de Leiria participou em vários ensaios
respeitantes às seguintes culturas e inimigos:
OLIVAL – Tentativa de Validação de um modelo de somatório das temperaturas
aplicado à traça da oliveira.
- Validação e simplificação das metodologias de previsão relativamente ao olho
de pavão.
- Estudo do método de captura em massa, como método biotécnico alternativo
ao controlo da mosca da azeitona.
POMÓIDEAS – Validação da metodologia de previsão da cochonilha de S. José
pelo somatório de temperaturas existentes, e a sua adaptação à região.
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- Estudo comparativo de dois métodos de captura em massa com recurso a
garrafas de polietileno e copos tephry no controlo da mosca da fruta.
Estes trabalhos foram fruto de relatórios à parte.
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