ESTADO DE FERTILIDADE DOS SOLOS E DE … · modo, o estado de fertilidade dos solos. A intensidade...

Post on 30-Jul-2018

215 views 1 download

Transcript of ESTADO DE FERTILIDADE DOS SOLOS E DE … · modo, o estado de fertilidade dos solos. A intensidade...

Workshop Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

ESTADO DE FERTILIDADE DOS SOLOS E

DE NUTRIÇÃO DE OLIVAIS DA BEIRA INTERIOR E DO ALENTEJO

Mª Encarnação Marcelo & Pedro Jordão

encarnacao.marcelo@iniav.pt

UEIS - Sistemas Agrários e Florestais e Sanidade Vegetal Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva (LQARS)

PRODER - Projeto nº 020315015205

Objetivos

Caracterizar o estado de fertilidade dos solos de olivais

localizados na Beira Interior (cv. Galega Vulgar) e no Alentejo

(cvs. Galega Vulgar, Cobrançosa, Arbequina e outras),

submetidos a diferentes intensidades culturais;

Avaliar o estado de nutrição desses olivais.

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

REGIÃO e CULTIVARES

Beira Interior - Galega Vulgar (13 olivais)

Alentejo - Galega Vulgar, Cobrançosa, Cordovil de Serpa, Picual, Blanqueta, Verdeal Alentejana, Carrasquenha, Azeiteira e Arbequina (74 olivais)

INTENSIDADE CULTURAL

Tradicional – Sequeiro com ≤200 árv./ha

Intensivo – Regadio com >200 árv./ha e ≤1000 árv./ha

Superintensivo – Regadio com >1000 árv./ha

Tradicional adensado ou regado – sequeiro ou regadio com densidade de plantação variável

Olivais acompanhados

Características dos olivais

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

* 1 a 3 anos; ** 1 ano

Beira Interior / REMDA-Olival Alentejo / REMDA-Olival Alentejo / GTO

Nº Cultivares Idade

(anos)

Produção

média*

(kg/ha)

Nº Cultivares Idade

(anos)

Produção

média*

(kg/ha)

Nº Cultivares

Idade

média

(anos)

Produção

média**

(kg/ha)

Tradicional 3 Galega V. 40 a

+200 3.389 8

Galega V.

Blanqueta

Cordovil S.

40 a

+100 1.185 11

Galega V.

Cordovil S.

Verdeal A.

Cobrançosa

Carrasquenha

Azeiteira

Blanqueta

75 1.200

Intensivo 5 Galega V. 3 a 12 2.246 10

Cobrançosa

Picual

Cordovil S.

Galega V.

Arbequina

4 a 13 4.920 32

Cobrançosa

Picual

Cordovil S.

Arbequina

Galega V.

Azeiteira

Blanqueta

9 5.600

Super-

intensivo - - - - 3 Arbequina 2 a 6 9.254 7

Arbequina

Cobrançosa 6 9.100

Tradicional adensado ou regado

5 Galega V. 30 a

+100 4.408 3

Galega V.

Blanqueta

40 a

+100 1.727 - - - -

Total 13 24 50

Observações

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Marcação de unidades de amostragem (GTO – 2009; REMDA-Olival – 2010)

Colheita de amostras para análise (entre 2009 e 2012)

Terras (0-20 cm, 20-50 cm e, nos olivais regados, também 0-30 cm e 30-60 cm)

Folhas (anualmente, na época de endurecimento do caroço)

Águas de rega

Controlo da produção de azeitona por parcela

Preenchimento de inquéritos (características das parcelas, práticas culturais efetuadas, etc.)

Textura

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Beira Interior (n=13)

Alentejo (n=74)

85

15

0

77

23

0 0

20

40

60

80

100

Grosseira Média Fina

% d

e a

mo

str

as

Classes de textura

0-0,2 m 0,2-0,5 m

23 32

45

12

35

53

0

20

40

60

80

100

Grosseira Média Fina

% d

e a

mo

str

as

Classes de textura

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Resultados / Análise das terras

Matéria orgânica

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

0

23 31

46

8

62

31

0 0

20

40

60

80

100

M.Baixo Baixo Médio Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

8

62

30

0

51 47

1 0 0

20

40

60

80

100

M.Baixo Baixo Médio Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Beira Interior (n=13)

Alentejo (n=74)

Resultados / Análise das terras

pH(H2O)

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

85

15

0

77

23

0 0

20

40

60

80

100

Ácido e P.Ácido Neutro P.Alcalino

% d

e a

mo

str

as

Classes de pH(H2O)

0-0,2 m 0,2-0,5 m

19 28

53

23 22

55

0

20

40

60

80

100

Ácido e P.Ácido Neutro P.Alcalino

% d

e a

mo

str

as

Classes de pH(H2O)

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Beira Interior (n=13)

Alentejo (n=74)

Resultados / Análise das terras

Capacidade de Troca Catiónica

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

100

0 0

92

8 0

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

30 42

28 22

50

28

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Alentejo (n=74)

Beira Interior (n=13)

Resultados / Análise das terras

Fósforo extraível

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

15 8

77

38

15

46

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

16

32

51 55

20 24

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Beira Interior (n=13)

Alentejo (n=74)

Resultados / Análise das terras

Potássio extraível

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

0 8

92

0

23

77

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

0 5

95

4

16

80

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Beira Interior (n=13)

Alentejo (n=74)

Resultados / Análise das terras

Magnésio extraível

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

8

31

62

15

38 46

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

1 4

95

3 7

91

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Alentejo (n=74)

Beira Interior (n=13)

Resultados / Análise das terras

Boro extraível

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

92

8 0

100

0 0 0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

72

27

1

92

8 0

0

20

40

60

80

100

M.Baixo e Baixo Médio Alto e M.Alto

% d

e a

mo

str

as

Classes de fertilidade

0-0,2 m 0,2-0,5 m

Beira Interior (n=13)

Alentejo (n=74)

Resultados / Análise das terras

Fertilidade dos solos

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Os solos do ALENTEJO com olival apresentam dominantemente:

textura média e fina teores baixos de matéria orgânica valores de pH(H2O) entre 7,6 e 8,5 e capacidade de troca catiónica variável teores baixos a altos de fósforo extraível teores altos de potássio e magnésio extraíveis teores baixos de boro extraível

Os solos da BEIRA INTERIOR com olival apresentam maioritariamente:

textura grosseira teores baixos a altos de matéria orgânica reação ácida (pH(H2O) entre 4,6 e 6,5) e baixa capacidade de troca catiónica teores altos de fósforo e potássio extraíveis, sobretudo na camada superficial teores baixos de boro extraível

Azoto (N)

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

12%

66%

22%

Intensivo (n=58)

Insuficiente Suficiente Elevado

24%

47%

29%

Superintensivo (n=17)

37%

63%

0%

Tradicional (n=30)

0%

33%

67%

Tradicional (n=9)

Beira Interior

Alentejo

14%

57%

29%

Tradicional adensado ou regado (n=14)

18%

64%

18%

Intensivo (n=11)

Resultados / Análise foliar

Fósforo (P)

0%

100%

0%

Superintensivo (n=17)

9%

88%

3%

Intensivo (n=58)

Insuficiente Suficiente Elevado

34% 63%

3%

Tradicional (n=30)

0%

56% 44%

Tradicional (n=9)

0%

45% 55%

Intensivo (n=11)

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Beira Interior

Alentejo

0%

50% 50%

Tradicional adensado ou regado (n=14)

Resultados / Análise foliar

Potássio (K)

43%

47%

10%

Tradicional (n=30)

0%

82%

18%

Intensivo (n=11)

0%

67%

33%

Tradicional (n=9)

38%

57%

5%

Intensivo (n=58)

Insuficiente Suficiente Elevado

35% 53%

12%

Superintensivo (n=17)

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Beira Interior

Alentejo

0%

64%

36%

Tradicional adensado ou regado (n=14)

Resultados / Análise foliar

Cálcio (Ca)

18%

73%

9%

Intensivo (n=11)

33%

67%

0%

Tradicional (n=9)

3%

90%

7%

Intensivo (n=58)

Insuficiente Suficiente Elevado

6%

59%

35%

Superintensivo (n=17)

7%

90%

3%

Tradicional (n=30)

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Beira Interior

Alentejo

29%

71%

0%

Tradicional adensado ou regado (n=14)

Resultados / Análise foliar

Magnésio (Mg)

7%

93%

0%

Tradicional (n=30)

6%

88%

6%

Superintensivo (n=17)

0%

90%

10%

Intensivo (n=58)

Insuficiente Suficiente Elevado

0%

89%

11%

Tradicional (n=9)

36%

64%

0%

Intensivo (n=11)

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Beira Interior

Alentejo

43%

50%

7%

Tradicional adensado ou regado (n=14)

Resultados / Análise foliar

Boro (B)

27% 64%

9%

Intensivo (n=11)

11%

89%

0%

Tradicional (n=9)

24% 76%

0%

Superintensivo (n=17)

43% 57%

0%

Intensivo (n=58)

Insuficiente Suficiente Elevado

63%

37%

0%

Tradicional (n=30)

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Beira Interior

Alentejo

0%

86%

14%

Tradicional adensado ou regado (n=14)

Resultados / Análise foliar

Nutrição dos olivais

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Na Beira Interior e no Alentejo observou-se uma elevada proporção de olivais desequilibrados, quer por insuficiência, quer por excesso de alguns nutrientes;

Em grande parte dos olivais do Alentejo (cerca de 90%) os teores foliares de magnésio apresentam-se suficientes, o mesmo acontecendo com os teores de fósforo nos olivais intensivos e superintensivos (100%) e com os teores de cálcio nos olivais tradicionais e intensivos;

Na Beira Interior os olivais tradicionais e tradicionais com adensamento ou rega encontram-se mais equilibrados em boro do que os restantes.

Conclusões

Boas práticas agroambientais na fileira do azeite Beja, 14 outubro 2014

Os solos da Beira Interior e do Alentejo apresentam características físico-químicas distintas.

O estado de nutrição dos olivais destas regiões reflete, de algum modo, o estado de fertilidade dos solos.

A intensidade cultural e as práticas a ela associadas (rega, fertilização, etc.) também afetam o estado nutricional dos olivais.

Só o conhecimento de cada olival e os resultados das análises periódicas de amostras de terra e de folhas permitem fundamentar as fertilizações a efetuar.

Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-157 Oeiras, Portugal Tel: (+ 351) 21 440 35 00 - Fax: (+ 351) 21 440 36 66 www.iniav.pt

Obrigada pela vossa atenção