Post on 24-Jul-2015
description
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA CIDADE – UNIVERCIDADECURSO DE DIREITO
ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE
HERBERT SANTOS DE SOUZA
ALEXANDRE FURTADO
RIO DE JANEIROJUNHO/2012
HERBERT SANTOS DE SOUZAALEXANDRE FURTADO
ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE
Relatório de pesquisa de Psicologia Jurídica.
Orientador Específico: Prof.ª Bianca Christiane Leme da Silva de Aguiar.
RIO DE JANEIROJUNHO/2012
FICHA DE APROVAÇÃO
Esta pesquisa foi avaliada e aprovada por:
Acadêmico Acadêmico
Professor Orientador Específico
Rio de Janeiro,_____ de _________________de 201____.
RESUMO
Santos de Souza, Herbert. Estruturas da personalidade;
Furtado, Alexandre. Estruturas da personalidade;
Prof.ª Orientadora Específica: Bianca Christiane Leme da Silva de Aguiar.;
Rio de Janeiro: Univercidade, 2012, Pesquisa de Psicologia Jurídica.
A pesquisa visa a compreensão das estruturas da personalidade tanto no seu conceito
como especificamente no que se pode dividir como: Estrutura da personalidade neurótica,
Estrutura da personalidade perversa e Estrutura da personalidade psicótica. Tendo suas
características comportamentais e psicossomáticas identificadas por meio dos devidos
apontamentos realizados através do estudo dos sintomas bem como seus devidos tipos.
FICHA DE APROVAÇÃO.....................................................................................3
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................6
1.1 ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE........................................................................6
1.1.1 Id....................................................................................................................................6
1.1.2 Ego.................................................................................................................................6
1.1.3 Superego........................................................................................................................7
1.2 PROCESSOS DA PERSONALIDADE...........................................................................8
1.3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO...................................................................8
1.4 PSICOPATOLOGIA E MODIFICAÇÃO COMPORTAMENTAL..................................9
2 NEUROSE.............................................................................................................................10
2.1 TIPOS DE NEUROSES..................................................................................................11
3 PERVERSÃO.........................................................................................................................16
3.1 ESTRUTURA PSÍQUICA E COMPORTALMENTAL.................................................17
3.2 CARACTERÍSTICAS COMPORTALMENTAIS..........................................................17
3.3 CARACTERÍSTICAS PSICOSSOMÁTICAS..............................................................18
4 PSICOSE................................................................................................................................20
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................23
6
REFERÊNCIAS........................................................................................................................24
7
1 INTRODUÇÃO
1.1 ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE
A expressão "estruturas da personalidade" refere-se àquelas características estáveis da
personalidade. As diferentes teorias da personalidade se diferenciam quanto às estruturas
consideradas como base para o estudo. As observações de Freud revelaram uma série
interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro. Eram proibições
sociais que bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações frequentemente
chocavam-se uns com os outros. Ele tentou ordenar este caos aparente propondo três
componentes básicos estruturais da psique: o Id, o Ego e o Superego.
1.1.1 Id
O Id contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento e está presente na
constituição, acima de tudo os instintos que se originam da organização somática e encontram
expressão psíquica sob formas que nos são desconhecidas. O Id é a estrutura da personalidade
original, básica e central do ser humano, exposta tanto às exigências somáticas do corpo às
exigências do ego e do superego. As leis lógicas do pensamento não se aplicam ao Id, havendo
assim, impulsos contrários lado a lado, sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o
outro. O Id seria o reservatório de energia de toda a personalidade.
O Id pode ser associado a um cavalo cuja força é total, mas que depende do cavaleiro para usar
de modo adequado essa força. Os conteúdos do Id são quase todos inconscientes, eles incluem
configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi
considerado inaceitável pela consciência. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da
consciência mas localizado na área do Id, será capaz de influenciar toda vida mental de uma
pessoa.
1.1.2 Ego
8
O Ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. O Ego se
desenvolve a partir do Id, à medida que a pessoa vai tomando consciência de sua própria
identidade, vai aprendendo a aplacar as constantes exigências do Id. Como a casca de uma
árvore, o Ego protege o Id, mas extrai dele a energia suficiente para suas realizações. Ele tem a
tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade.
Uma das características principais do Ego é estabelecer a conexão entre a percepção sensorial e
a ação muscular, ou seja, comandar o movimento voluntário. Ele tem a tarefa de
autopreservação. Com referência aos acontecimentos externos, o Ego desempenha sua função
dando conta dos estímulos externos, armazenando experiências sobre eles na memória,
evitando o excesso de estímulos internos (mediante a fuga), lidando com estímulos moderados
(através da adaptação) e aprendendo, através da atividade, a produzir modificações
convenientes no mundo externo em seu próprio benefício.
Com referência aos acontecimentos internos, ou seja, em relação ao Id, o Ego desempenha a
missão de obter controle sobre as exigências dos instintos, decidindo se elas devem ou não ser
satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou
suprimindo inteiramente essas excitações. O Ego considera as tensões produzidas pelos
estímulos, coordena e conduz estas tensões adequadamente. A elevação dessas tensões é, em
geral, sentida como desprazer e o sua redução como prazer. O ego se esforça pelo prazer e
busca evitar o desprazer. Assim sendo, o ego é originalmente criado pelo Id na tentativa de
melhor enfrentar as necessidades de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, para fazer
isto, o Ego tem de controlar ou regular os impulsos do Id, de modo que a pessoa possa buscar
soluções mais adequadas, ainda que menos imediatas e mais realistas.
1.1.3 Superego
9
Esta última estrutura da personalidade se desenvolve a partir do Ego. O Superego atua como
um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do Ego, é o depósito dos códigos morais,
modelos de conduta e dos parâmetros que constituem as inibições da personalidade. Freud
descreve três funções do Superego: consciência, auto-observação e formação de ideais.
Enquanto consciência pessoal, o Superego age tanto para restringir, proibir ou julgar a
atividade consciente, porém, ele também pode agir inconscientemente. As restrições
inconscientes são indiretas e podem aparecer sob a forma de compulsões ou proibições.
O Superego tem a capacidade de avaliar as atividades da pessoa, ou seja, da auto-observação,
independentemente das pulsões do Id para tensão-redução e independentemente do Ego, que
também está envolvido na satisfação das necessidades. A formação de ideais do Superego está
ligada a seu próprio desenvolvimento. O Superego de uma criança é, com efeito, construído
segundo o modelo não de seus pais, mas do Superego de seus pais; os conteúdos que ele
encerra são os mesmos e torna-se veículo da tradição e de todos os duradouros julgamentos de
valores que dessa forma se transmitiram de geração em geração.
1.2 PROCESSOS DA PERSONALIDADE
As diversas teorias da personalidade diferenciam-se também quanto à maneira como explicam
a dinâmica da personalidade, ou seja, a motivação e outros aspectos que levam à ação
observável. Algumas teorias, ditas hedonistas, afirmam que o comportamento humano tem dois
objetivos principais: a busca de prazer e evitar sensações desagradáveis. Assim as necessidades
humanas surgem de um aumento da pressão interna (desagradável) que exige uma solução (ver
pulsões) ou ainda da busca de um estado de maior prazer, por exemplo, de fama, dinheiro,
poder, reconhecimento, etc. Outras teorias, pelo contrário, partem do princípio de que o ser
humano busca, sobretudo sua auto-realização, ou seja, seu desenvolvimento pleno enquanto
pessoa. Segundo tais teóricos, o desenvolvimento de si mesmo possui um valor tão importante
para o ser humano, que ele estaria disposto aceitar um aumento de tensão e estresse para atingi-
lo. Outras teorias dão ainda maior ênfase aos processos cognitivos, ao esforço do indivíduo de
compreender a si mesmo e ao mundo que o cerca. Para tais autores o maior esforço do ser
humano não está tanto direcionado ao hedonismo ou à auto-realização, mas à busca de
consistência interna e compreensão do mundo. Isso significa aqui, que o ser humano está
empenhado a construir (cognitivamente) uma autoimagem e uma imagem do mundo que o
cerca consistentes, mesmo que à custa de dores e desprazeres.
10
No correr do desenvolvimento da psicologia da personalidade a pesquisa deu ênfase maior ora
a um tipo de motivação ora a outro. No entanto a pesquisa recente parece apontar para um
quadro mais complexo, em que os diferentes tipos de motivação desempenham um papel de
importância variada, mas sempre em interação.
1.3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
As diferentes teorias da personalidade se diferenciam também, quanto à maneira com que
explicam crescimento e desenvolvimento e ao valor que dão aos diferentes fatores que
desempenham um papel nesse processo: Fatores genéticos e biológicos; Fatores psicológicos -
a história pessoal do indivíduo, experiências de vida etc.; E fatores ambientais - cultura, classe
social, família, contato com coetâneos, etc.
1.4 PSICOPATOLOGIA E MODIFICAÇÃO COMPORTAMENTAL
As primeiras teorias da personalidade surgiram em um contexto clínico e com um fim muito
prático: oferecer um fundamento teórico para os transtornos mentais e seu tratamento. As
teorias posteriores, mesmo não tendo se originado em um contexto clínico, oferecem também
novas possibilidades para a psicoterapia. A capacidade de determinada teoria de guiar e
enriquecer a prática terapêutica é um dos principais elementos para uma avaliação da
relevância dessa teoria.
As teorias da personalidade refletem a própria complexidade do ser humano e, oferecem,
assim, sempre uma imagem parcial. Dessa forma, mais importante do que a pergunta "quais
teorias são corretas e quais são falsas?" é a questão "Quão útil é esta teoria para o
desenvolvimento do meu saber, para responder às questões postas pela ciência e pelas
exigências práticas". A história da psicologia e de outras ciências oferece numerosos exemplos
de como mesmo teorias em determinados aspectos erradas podem ter uma importância prática:
apesar dos problemas, tais teorias podem oferecer uma orientação tanto para a pesquisa futura
quanto para a prática.
11
2 NEUROSE
A palavra "neurótico", da maneira como costuma ser usada hoje, tem sentido impróprio.
Poucos conhecem o significado deste termo que usam com tanta frequência. Muitas vezes, a
palavra "neurose" é utilizada como sinônimo de "loucura". Isso não é verdade. A neurose é
uma doença causada por motivos inconscientes. Trata-se de uma reação exagerada da mente e
do sistema nervoso em relação a “experiências desagradáveis". Isto leva o indivíduo neurótico
a adotar uma série de comportamentos para evitar essas situações mesmo que para isto
prejudiquem seriamente sua liberdade de ação e a sua qualidade de vida.
O neurótico tem consciência do seu problema e muitas vezes até se surpreende com seu próprio
comportamento, porém, é típico sentir-se impotente em modificá-lo. Além disso, não apresenta
nenhum comprometimento em a sua inteligência e contato com a realidade. Seus sentimentos
também são normais.
Ele não apresenta nenhum comprometimento no contato com a realidade externa nem
se encontra lesada a sua racionalidade e intelectualidade. A neurose é essencialmente uma
reação exagerada da mente e do sistema nervoso em relação a uma experiência vivida,
podemos dizer que é uma maneira da pessoa Ser e de reagir à vida. A pessoa ‘’é’’ neurótica e
não ‘’está’’ neurótica, controlada ou em crise. Há uma grande dificuldade em resolver os
conflitos atuais e adicionam-se as experiências infantis conflituosas. É uma doença emocional,
afetiva e da personalidade. Normalmente crônico ou recorrente e pode levar a um grau de
incapacidade social e/ou profissional. Caracteriza principalmente por ansiedade que é
experimentada ou manifestada de modo direto ou modificado através de mecanismos de
defesa, assim pode manifestar-se como um sintoma, uma obsessão, compulsão, fobia ou
disfunção sexual. As neuroses interferem e estão presentes nos problemas de aprendizagem, no
desenvolvimento da personalidade, nos conflitos familiares e crises conjugais. O neurótico
reage à vida através de reações vivenciais não “normais”, isto quer dizer que, as reações são
desproporcionais, seja pelo facto de serem duradouras ou existirem mesmo sem haver uma
causa vivencial. Por exemplo, um receio intenso de andar de avião porque pode cair, pode ser
sequestrado, etc. A forma exagerada de reagir leva o neurótico a adoptar uma serie de
comportamentos, p. ex. evita lugares, desenvolve certos rituais, etc., tudo isto para evitar e
aliviar a ansiedade e/ou angustia. O neurótico tem plena consciência do seu problema, muitas
vezes até surpreende-se com o seu comportamento, mas sente-se completamente impotente
para alterar ou modificar a forma de lidar consigo, isto devido às causas permanecerem no
inconsciente. Por ex. enquanto uma pessoa não neurótica (ex. psicopata) reagiria sem qualquer
12
constrangimento ou ansiedade fase a um compromisso social, neurótico normalmente reage
com muita ansiedade (desproporcional), mais do que a maioria das pessoas em situação
idêntica. Face a um compromisso desses já começa a sofrer (ansiedade) uma semana antes do
evento (muito duradouro) ou mesmo fica ansioso só de imaginar que terá um compromisso
social (sem causa aparente). Por ex. num determinado ambiente, elevador, autocarro, avião,
meio de uma multidão, o neurótico pode sentir-se muito mal, pensando que poderá acontecer
alguma coisa de mal (desproporcional) ou começa a sentir-se mal só em pensar que terá de
passar por essa situação (sem causa aparente). Esta e outras situações conduzem a uma
vivência de impotência e geram logo no inicio o medo, esse temor existe em todos os estados
neuróticos. Este medo pode ser substituído pelo desespero (fuga) ou resignação.
2.1 TIPOS DE NEUROSES
Existem diversos tipos de neuroses, e a sua classificação difere de autor para autor. Porém, de
modo geral, podemos afirmar que os tipos principais de neurose são.
1. Neurose Obsessivo-Compulsiva: é associada a pensamentos persistentes e incontroláveis
que levam a repetir determinados comportamentos específicos (como lavar as mãos centenas
de vezes em um mesmo dia).
2. Neurose Depressiva: sentimento extremo de tristeza causado por algum acontecimento, mas
que não diminui com o tempo.
3. Neurose Hipocondríaca: preocupação permanente com doenças imagináveis e sintomas
corporais.
4. Neurose Fóbica: É caracterizada por um medo excessivo e evitamento, a todo o custo, de
determinado objeto ou situação. Como todas as situações, reais ou não, que conduzem a uma
situação de impotência, conduz necessariamente ao medo e este só pode existir quando se luta
por uma vitória e é provável uma derrota. No neurótico fóbico desaparece esta perspectiva de
vitória, o medo é substituído pelo desespero (fuga) ou resignação. A vida passa a ser uma
sobrevivência infernal. Isto porque por instinto de autoconservação o neurótico defende-se com
todas as suas forças, conservando, ao menos, a aparência do seu valor próprio, mesmo quando
duvida ou nega profundamente tal valor através de racionalizações. Na neurose fóbica, a
ansiedade é uma constante vivência diária agravando-se seriamente quando surgem os ataques
de pânico cujos sintomas mais comuns são: palpitações rápidas ou violentas; dores no peito;
vertigens; enjoo; náuseas ou problemas de estômago; dificuldades respiratórias (sensação de
13
asfixia); sudação das mãos e transpiração; terror (sentir que algo terrível vai acontecer e q não
pode ser evitado); medo de perder o controle ou de fazer algo que cause vergonha; medo de
morrer ou enlouquecer. Depois do primeiro ataque de pânico permanece uma continua
preocupação de que a qualquer momento possa novamente surgir, p. ex. se o ataque acontecer
quando vai a conduzir, dentro de um avião, a fazer compras num local cheio de gente ou num
cinema, os medos irracionais surgem e passa a fazer sentido evitar a todo o custo essas mesmas
situações. Surge o medo de ter medo, o evitar sentir novamente o medo, o que, com o tempo, a
necessidade de evitar estas situações e o grau de ansiedade devido ao medo pode incapacitar
seriamente a vida diária. Pouco a pouco a vida torna-se mais restrita, pois evitam situações
diárias normais, e pode até acabar por não sair de casa ou somente o fazer quando
acompanhado por alguém que sente muita confiança. Quando o ataque acontece, normalmente
o neurótico não faz ideia do que se está a passar e recorrer às urgências é sempre uma das
saídas, o que por vezes não conduz a melhor recordação pois os exames exaustivos acabam por
eliminar e existência de causas físicas, o que conduz a sentir-se mais perdido, impotente e
indefeso perante os seus ataques incompreensíveis. O que o neurótico precisa é dar coerência e
ter conhecimento ao seu mal, pois é por isso que permanece tão ansioso e assustado. Mas o
problema não é detectado devido a estar mascarado por sintomas físicos e estes passarem a ser
o centro das atenções e preocupações para ambos, medico e paciente, quando na verdade são
manifestações de conflitos emocionais inconscientes, os quais o neurótico não consegue
compreender e organizar. Normalmente a combinação de vários tratamentos é necessária,
psicoterapia e medicação, dependendo do grau de ansiedade em que se encontra.
5. Neurose Ansiosa:
A neurose mais comum nesta fase evolutiva da humanidade é sem duvida a ansiosa. Como
referi anteriormente, a ansiedade e medo são originários da mesma fonte psíquica, mas a
característica mais acentuada desta neurose é a vontade que a pessoa sente para que as
situações ou acontecimentos em que se envolve acabem rapidamente, que se concluam as
coisas pendentes e isto acontece precisamente devido ao sentimento inconsciente de medo que
sempre acompanha, do pressentimento que algo de ruim possa acontecer, de que algo vai correr
mal e assim, apressando e concluindo rapidamente alivia a sensação constante de perigo.
Sintomas como a inquietação motora, sensações de angustia (aperto no peito/garganta),
sudorese, taquicardia, mal estar generalizado. Há uma constante inquietação que pode levar a
roer as unhas, puxar o cabelo (as pontas), mexer em algo, permanecer balançando as pernas
e/ou braços, falar constantemente com muita dificuldade para escutar o outro ou o
compreender. Também os vícios como, fumar (nicotina tem ação ansiolítica e até
14
antidepressiva), comer excessivamente (açúcar é um poderoso calmante), o álcool (efeito
ansiolítico). O neurótico procura involuntariamente várias saídas para aliviar o sintoma, por
vezes através de vias mais perigosas como as drogas (p. ex. cocaína, ópio e morfina). É muito
difícil lidar diariamente com a sensação de ansiedade e na maior parte das vezes o neurótico
não identifica que se trata de ansiedade, de um medo que não consegue dar uma razão lógica
para o seu mal estar, “medo de quê?”; “mas não há razão para me sentir assim?”. É uma
característica típica procurar uma solução rápida para acabar com a desagradável sensação e
assim, as drogas ou outros métodos ineficazes (a longo prazo) trazem alivio imediato à
persistente ansiedade. O problema é que tudo permanece igual no dia a dia, não existem muitas
vezes razões visíveis para tão intensa ansiedade pois a percepção de qualquer conflito
psicológico está inconsciente e muitas vezes, devido a este mal estar, tudo acaba virando
motivo para conflitos p. ex. brigas com o cônjuge, com os filhos, arranjar problemas onde não
existem. Hoje é comum a todos nós que “mente acelerada é mente desequilibrada”, mas a
nossa vida atual exige e estimula em demasia a nossa mente, sempre exigindo elaborações e
raciocínios rápidos, não permitindo que os nossos recalcamentos possam ficar “escondidos e
adormecidos”. P. ex. conflitos inconscientes são diariamente cativados com as inúmeras
noticias e desafios que acabam tocando profundamente as nossas mais tenras lembranças que
não foram organizadas e elaboradas. Quanto mais equilibrada e organizada estiver a mente,
maior sensação de calma, paz e tranquilidade e estes sentimentos pouco acompanham, por
vezes, uma inteira vida. A ansiedade pode monopolizar as atividades psíquicas e comprometer
seriamente a nossa vida, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade. Na
verdade a vida é sempre vivida pela metade, sem uma entrega verdadeira às emoções e
sensações que tanto nos permitem valer a pena esta caminhada tão limitada no tempo.
6. Neurose Histérica:
Divide-se em Tipo Dissociativa: perturbações da consciência, como lapsos de memória,
sonambulismo e, em casos muito raros, personalidades múltiplas. E Tipo Conversão: sintomas
físicos sem explicação médica.
Uma das neuroses mais conhecidas, durante séculos foi atribuída uma manifestação de
fraqueza na mulher. Era um verdadeiro insulto rotular um homem de histérico visto ser o
sinónimo de “fragilidade”, o que levou ao homem esconder seus sintomas, hoje mascarados p.
ex. por, preocupações hipocondríacas, medos de ataques cardíacos, palpitações, dores diversas,
vertigens, etc. E, tal como na mulher, há também uma especial preocupação pela aparência, um
cuidado em relação aos gestos, ao modo de falar, comportamento, penteado, etc. um desejo de
agradar a todos domina a vida e é inconsciente. Contudo são mais bem definidos nas mulheres
15
possuindo o seu carácter 3 aspectos fundamentais: sugestionabilidade, mitomania e alterações
sexuais. Mas vamos aos sintomas: caracterizada por um comportamento colorido, dramático e
extrovertido que normalmente se apresenta como exuberante. Frequentemente animados e
dramáticos, tendem a chamar a atenção para si e podem de inicio, encantar as pessoas com
quem se relacionam pelo seu entusiasmo, aparente franqueza ou capacidade de sedução, mas,
tais qualidades acabam se dissipando, pois continuamente exigem o papel do “dono da festa” e
manifestam evidentes traços de vaidade, egocentrismo, exibicionismo e dramatização. Nesta
tentativa de representar um papel que lhes é negado pela vida ou por suas próprias limitações
pessoais, o problema é que o histérico também faz teatro para si, tal como para os outros (sua
grande plateia). Pode haver fases em que já não sabem onde termina a realidade e começa a
fantasia e passam a acreditar nos seus próprios mitos e encenações. Também devido a esta
excepcional teatralização podem dissimular o papel de “coitadinho”, p. ex. sempre a queixar-se
da incompreensão dos outros, mas jamais tentam compreendê-los ou entender que os outros
não tem obrigação de lhes dar permanente atenção e compreensão. Normalmente glorificam a
doença, as queixas somáticas e atribuem todos os eventuais fracassos ou limitações a eventuais
transtornos orgânicos que os impedem da sua sempre presente boa vontade. Ex. de
manifestações funcionais de aparência orgânica são, paralisias, perturbações sensoriais, crises
nervosas, sono, etc. e outros distúrbios típicos como a mitomania (mentir), onirismo, amnésia,
tiques, etc. As opiniões e sentimentos são facilmente influenciados pelos outros e por
tendências do momento. Tal como nas neuroses descritas anteriormente, é causada por
conflitos psicológicos inconscientes e assim, embora teatralizado seja realmente sentido e
vivido pelo histérico. O histérico é exagerado “por natureza” nos pensamentos, sentimentos,
apresentam acessos de mau humor, lágrimas e acusações sempre que percebe não estar no
centro das atenções ou quando não recebe elogios e aprovações. Sexualmente, a histeria,
determina um comportamento sedutor, provocante, com tendência a erotizar as relações não
sexuais do dia a dia. Como nas outras neuroses, apresenta uma personalidade imatura, mais
evidente na histeria pela sua infantilidade evidente.
Há presença de uma personalidade imatura, mais evidente na histeria pela sua manifesta
infantilidade. Uma característica evidente na sua personalidade é a sua constante inquietação, o
que torna o aqui e o agora sempre tedioso. Aprenderam no berço a chorar alto para satisfazer
rapidamente os seus desejos (o de comer), aprendizagem que conduz a que caminhem pela vida
fora “chorando alto” sob as mais diversas formas de comportamento para conquistarem aquilo
que mais desejam. Tal como algumas crianças, que estão sempre insatisfeitas, que desejam
compulsivamente alguma coisa e a intolerância que sentem face à frustração desse querer não
16
realizado, provoca uma enorme carga emocional. Assim, sentem uma grande dificuldade em
protelar o prazer, dificuldade em ser expectantes face a um querer, dificuldade em abnegar hoje
em benefício da segurança do amanhã. As sensações impressionam muito os histéricos, muito
mais do que a reflexão ou o sentimento e assim, o mundo objetal exerce um enorme fascínio,
podem desenvolver tempestades emocionais diante das frustrações na relação com o mundo,
como se, o seu querer-isso ou querer-aquilo não pudesse ser contestado ou contrariado. Mas,
como referi, devido à sua personalidade imatura, essa paixão pelas coisas do mundo costuma
ser fugaz, apesar de ser sentido profundamente, e assim, passam de desejo em desejo,
apaixonando-se sempre por outras coisas. Normalmente extrovertidos, demonstram
exuberantemente suas emoções e teatralizam os seus sentimentos, nunca sabemos exatamente
quais os seus sentimentos mais íntimos, embora facilmente conheçamos as suas emoções
imediatas. A sua avidez pelo lugar principal, leva a que, num relacionamento entre duas
pessoas imaturas seja habitualmente muito conflituoso. Outra característica da histeria é a sua
sensibilidade intensa aos estímulos que os rodeiam e que provocam uma enorme ansiedade.
Esta intensidade faz com que, muitas vezes, não consigam decifrar ou elaborar o que está
acontecendo, o que faz aumentar a sua ansiedade a níveis muito altos, tencionando ou
perturbando funcionalmente a operação de órgãos que estejam relacionados com o SNC, e só
quando a tensão ou ansiedade baixa é que o sintoma desaparece. A histeria pode ser dividida
em 2 manifestações. Na histeria dissociativa, o estímulo é sentido de forma tão intensa que
quebra a funcionalidade da própria mente, descoordenando-a e levando o histérico a atos
dissociados da realidade por mais ou menos tempo. Um ex. engraçado de reação associativa é a
quando aparece uma barata ou rato e num descontrole total sobe para a cadeira e grita
desesperadamente (não quer dizer que a pessoa é histérica, pode ter uma traço histérico na sua
personalidade). A barata é sentida como um estímulo intensíssimo, assustador, além de
extremamente nojento e asqueroso, e imediatamente surge a dissociação. Um monte de atitudes
desconexas, que não resolvem a situação, mas que não tem controle. Às vezes estas
dissociações são tão fortes que a pessoa entra em estados transitórios de loucura e por vezes
desmaiam. Na histeria conversiva, há um estímulo inconsciente, uma ansiedade que não
consegue emergir para o consciente por mecanismos repressivos da mente, mas que contêm
uma energia que precisa manifestar-se e que acaba eclodindo através de um sintoma físico que
mantêm uma relação simbólica com o conflito. P. ex. há uma raiva em relação ao pai, a
educação reprimida (não pode sentir raiva pelo pai) impede manifestar essa raiva, adicionando
a culpa por esse sentir que não deve mostrar, (mas está lá) e a raiva vai aumentando. Embora
sem consciência deseje dar um soco ao pai, subitamente surge o sintoma histérico, uma
paralisia no braço, que vai impedir concretizar o desejo proibido inconsciente. A Conversiva
17
pode manifestar-se em qualquer parte do corpo (cegueira, surdez, afonia, anestesias, dores de
cabeça ou qualquer outro sintoma que não encontre razões orgânicas). Finalmente, a atitude
histérica é inversamente proporcional ao bem estar emocional e tranquilidade, o ditado
segundo o qual, "quem está bem consigo não incomoda aos demais" e assim a pessoa que
teatraliza exageradamente não está bem consigo própria, não se sente tranquila, está em
desequilíbrio emocional. Também é verdade, um conhecido ditado diz que “nos frustramos na
proporção exata daquilo que queremos”, sugerindo assim, haver maior probabilidade de nos
frustrarmos diante da atitude de querermos muitas coisas.
3 PERVERSÃO
Do latim perversione, corresponde o ato ou efeito de perverter, tornar-se perverso, corromper,
desmoralizar, depravar, alterar. É um termo usado para designar o desvio, por parte de um
indivíduo ou grupo, de qualquer dos comportamentos humanos considerados normais e/ou
ortodoxos para um determinado grupo social. Os conceitos de normalidade e anormalidade, no
entanto, variam no tempo e no espaço, em função de várias circunstâncias.
A perversão distingue-se da neurose e da psicose como modo de funcionamento e organização
defensiva do aparelho psíquico. O termo é também freqüentemente utilizado com o sentido
específico de perversão sexual, ou desvio sexual.
Caracteriza-se por uma acentuada debilidade dos sentimentos sociais que pode resultar da
ignorância das normas éticas habituais, das exageradas tendências instintivas antissociais, da
incapacidade de compreensão das obrigações morais.
Historicamente, perversões de conceitos morais foram atribuídas a perturbações de ordem
psíquica, que dariam origem a tendências afetivas e morais contrárias às do ambiente social do
pervertido. No código penal brasileiro até a lei 7.015/2009 alguns comportamentos
considerados como perversão juridicamente eram classificadas como "Atentado ao pudor" e
"Atentado violento ao pudor" quando alguns “tipos penais" foram modificados. A pedofilia no
Brasil, por ex., atualmente enquadra-se no estupro de vulnerável. Observa-se a relação entre os
costumes, a organização social e o comportamento individual; identifica-se modernamente,
através da psiquiatria transcultural, uma via de mão dupla entre o evidente papel da cultura na
construção da personalidade e da psicopatologia, como da patologia dos líderes na gênese de
fenômenos coletivos, como a via de regra do estupro de familiares dos inimigos ou impulsos e
personalidades sádicas selecionadas para tortura militar.
18
Numa perspectiva sócio-histórica e clínica a perversão poder-se-ia constituir em uma única
anomalia psíquica do indivíduo, ou fazer-se acompanhar por déficit intelectual, de instabilidade
emocional, de doença mental intercorrente, etc. O comportamento do pervertido seria, então,
determinado pelo seu nível intelectual: enquanto as perversões dos com o "nível intelectual
inferior" seriam impulsivas, brutais, practicadas sem rebuço, as dos "indivíduos de bom nível
intelectual" seriam quase sempre astuciosas, dissimuladas, encobertas. Entre os atos mais
frequentemente apontados como perversões, por se desviarem de forma mais grave do
comportamento tido como normal do ponto de vista social, são atos tidos como desvios
sexuais: sadismo, masoquismo, pedofilia, exibicionismo, voyeurismo, etc. Sabe-se que a
masturbação também já foi considerada uma modalidade de perversão sexual no passado. Na
medicina moderna quando o comportamento individual de excitação sexual somente se dá em
resposta a objetos ou situações diferentes das tidas como normais, e quando esse
comportamento interfere na capacidade do indivíduo de ter relações sexuais e/ou afetivas tidas
como normais, dá-se o nome a essa disfunção de parafilia.
3.1 ESTRUTURA PSÍQUICA E COMPORTALMENTAL
Na Psicanálise, perverso é toda pessoa que possui um modo de funcionamento psíquico
baseado numa estrutura perversa. Podemos distinguir três momentos essenciais dessa
teorização. O primeiro modelo baseia-se no axioma: "a neurose é o negativo da perversão". O
segundo momento relaciona-se com a teoria do complexo de Édipo, núcleo das neuroses e
também das perversões. Já o terceiro, define a recusa da castração como mecanismo essencial
da perversão. Uma interpretação psicanalítica de determinado padrão comportamental,
considerado ou não como crime, leva em consideração esse referencial freudiano, de suas
contribuições, não necessariamente autoexcludentes.
3.2 CARACTERÍSTICAS COMPORTALMENTAIS
Sedução: Ao contrário da histérica que seduz por impulso, por uma necessidade inconsciente,
o perverso seduz com intenção de manipular e controlar as pessoas ao seu redor. Através da
incitação sexual, do choro, ou da sedução de ordem financeira, entre outras, o perverso usa
suas vítimas no seu leque de relacionamentos. O perverso sempre tira proveito da sedução.
Vampirismo: Os perversos sugam recursos e energias de outras pessoas para se manter
existindo. É muito comum que um perverso, em vida adulta produtiva, continue recebendo
19
rendimento de pais e parentes. Um perverso também pode tirar sua fonte de rendimento
aplicando golpes no Governo (aposentadoria, por exemplo), ou criando situações onde possam
receber indenizações de outras pessoas ou empresas. É comum, em mulheres, ficarem grávidas
para só viverem de pensão. Os perversos são pouco afeitos ao trabalho próprio como meio de
própria subsistência.
Escolha narcísica de objeto: Um perverso procura estabelecer relações mais intimas com
aqueles que se assemelham com ele ou por quem ele tem inveja (ou seja, quer ser como). Sua
escolha homossexual de objeto o leva a ter amor somente por si mesmo. Quase nunca leva em
consideração os sentimentos e necessidades do outro. A escolha sexual, apesar de ser narcísica,
não está limitada ao homossexualismo. Há perversos que mantém relações sexualmente
heterossexuais mas, psiquicamente, homossexuais. A opção homossexual também não se
restringe a estrutura perversa podendo também aparecer nas psicoses.
Mentira: O perverso é um mentiroso patológico. Ele saber mentir muito bem e sabe convencer
as pessoas de que está certo. Utiliza de retórica sofística, demagogia e apelo emocional na
mentira com o intuito de conseguir o que quer. Nas neuroses histéricas e na personalidade
borderline também existe o fator mentira. A diferença é que o perverso a utiliza para tirar
benefícios, lucrar e pode usar este recurso mesmo que isso traga prejuízo para outras pessoas.
A teatralidade e a falta de constrangimento são marcas bem características.
Problemas com a autoridade/moral/lei: um dos sintomas que se propagam após a castração
dos desejos por parte da autoridade (pai), o perverso sente um imenso prazer em desafiar regras
morais e legais. Ele se sente desconfortável quando está sob a autoridade de um chefe,
parceiro, juiz, policial ou de qualquer outra função normativa. Quando são obrigados a aceitar
uma ordem fazem o serviço mal feito ou sabotam o trabalho. Os perversos possuem um sistema
de moral e de justiça muito peculiar baseado em sua centralidade narcisista.
3.3 CARACTERÍSTICAS PSICOSSOMÁTICAS
Muitos estudos com pacientes perversos revelaram alguns sintomas recorrentes de saúde. Estes
problemas não se restringiam somente a DSTs, conscientemente atribuído à promiscuidade
sexual e inconscientemente relacionado com a negação de gerar ou dar uma vida para outra
pessoa. Problemas relativos ao aparelho procriador são constantemente relatados por estes
pacientes:
Nos homens: Alguns homens de estrutura perversa apresentam constantes feridas no pênis.
Também apresentam uma contagem baixa de esperma desde a adolescência. Geralmente
20
apresentam desajustes hormonais que comprometem o crescimento de pelôs em muitas partes
do corpo como no toráx, sobrancelha, costas e genitais.
Nas mulheres: Algumas mulheres de estrutura perversa relatam pequenas feridas ou manchas
nos lábios genitais e vulvas. Desde a adolescência possuem problemas com o útero que
comprometem seriamente a capacidade reprodutiva. São comuns problemas hormonais que
atrapalhem a ovulação e a possibilidade do surgimento de cistos. Os desajustes somáticos do
aparelho reprodutor produzidos pela perversão podem, entre outras coisas, comprometer a
saúde de um possível feto gerado.
21
4 PSICOSE
A psicose é chamada de “loucura”, acontece quando se perde ou diminui o contato com a
realidade, ou seja, os conteúdos da mente prevalecem sobre a capacidade de incorporar a
realidade. As principais características de uma pessoa psicótica são as alterações de
pensamento, chamados delírios, (cria novas realidades p. ex. dizer que é Napoleão ou mesmo
Deus), de percepção, as alucinações auditivas e visuais, (ouve ou vê coisas que não existem),
afetivas, uma ansiedade exagerada, embotamento afetivo, etc. e manias. A psicose é sempre
muito impressionante, pois normalmente é difícil compreender o que está acontecendo porque
o comportamento da pessoa não tem uma lógica, mas nem sempre isto é sinal de gravidade.
Quando se conhece bem a mente da pessoa todas as suas atitudes podem ser compreendidas,
existe sempre uma lógica intrínseca. Evidentemente não existem apenas casos graves de
psicose, todos nós temos núcleos psicóticos, são as nossas cismas, nossas manias, paranoias. Se
elas atrapalham a nossa vida de maneira importante, prejudicando o nosso rendimento
profissional e a nossa capacidade de nos relacionarmos, recebe socialmente o rótulo de
“louco”! Merecemos e devemo-nos cuidar de nós. Se não atrapalham nossa vida de forma
efetiva, classificamo-nos como neuróticos ou apenas de “esquisitos”. Se ficarmos preocupados
a verdade é que a “loucura” tem tratamento.
O psicótico pode encontrar-se ora em estado de depressão, ora em estado de extrema euforia e
agitação. Em dado momento age de um modo e em outro se comporta de maneira totalmente
diferente. Houve uma desestruturação da sua personalidade. O dado clínico para se aferir à
psicose é a alteração dos juízos da realidade. O psicótico passa a perceber a realidade de
maneira diferente. Por isso, faz afirmações e tem percepções não apoiadas nem justificadas
pelos dados e situações reais. Nas psicoses, além da alteração do comportamento, são comuns
alucinações (ouvir vozes, ter visões e delírios). Pode ser possuído por intensas fantasias de
grandeza ou perseguição. Pode sentir-se vítima de uma conspiração assim como se julgar
milionário, um ser divino, etc. As psicoses se manifestam como:
a) Esquizofrenia - apatia emocional, carência de ambições, desorganização geral da
personalidade, perda de interesse pela vida nas realizações pessoais e sociais. Pensamento
desorganizado, afeto superficial e inapropriado, riso insólito, bobice, infantilidade,
hipocondria, delírios e alucinações transitórias.
b) Maníaco-depressiva – caracteriza-se por perturbações psíquicas duradouras e intensas,
decorrentes de uma perda ou de situações externas traumáticas. O estado maníaco pode ser leve
22
ou agudo. É assinalado por atividade e excitamento. Os maníacos são cheios de energia,
inquietos, barulhentos, falam alto e têm ideias bizarras, uma após outra. O estado depressivo,
ao contrário, caracteriza-se por inatividade e desalento. Seus sintomas são: pesar, tristeza,
desânimo, falta de ação, crises de choro, perda de interesse pelo trabalho, por amigos e família,
bem como por suas distrações habituais. Torna-se lento na fala, não dorme bem à noite, perde o
apetite, pode ficar um tanto irritado e muito preocupado.
c) Paranoia – caracteriza-se, sobretudo por ilusões fixas. É um sistema delirante. As ilusões de
perseguição e de grandeza são mais duradouras do que na esquizofrenia paranoide. Os
ressentimentos são profundos. É agressivo, egocêntrico e destruidor. Acredita que os fins
justificam os meios e é incapaz de solicitar carinho. Não confia em ninguém. Na paranoia há
um delírio duradouro e inabalável, mas apesar dos delírios há uma curiosa manutenção da
clareza e da ordem do pensamento, da vontade e da ação, o que quer dizer que, normalmente, o
paranoico está adaptado à realidade do dia a dia. Ao contrário da esquizofrenia onde as ideias
delirantes são muito desconexas, na paranoia as ideias unem-se num determinado contexto
lógico para formar um sistema delirante global, rigidamente estruturado e organizado.
Normalmente o funcionamento social do paranoico não está prejudicado apesar da existência
do delírio. O paranoico parece “normal” em suas relações e trabalho, mas pode acontecer haver
isolamento social. Na esquizofrenia só raramente é que não há um acentuado
comprometimento social. Ex. de alguns delírios na paranoia:
1. Erotomaniaco - Acontece quando acredita ser amado por pessoas do sexo oposto que
ocupam posição de superioridade (ídolos, artistas, autoridades, etc.) embora também possa
surgir em relação a uma pessoa qualquer e desconhecida.
2. Grandeza - Quando está convencido, pelo seu delírio, que possui algum grau de parentesco
ou ligação com personalidades importantes ou que possui um grande e irreconhecível talento
especial, alguma descoberta importante ou algum dom magistral. Outras vezes acha-se
possuidor de grande fortuna.
3. Ciúme - É o paranoico que está convicto, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade da
mulher ou namorada. Através de pequenas coisas do dia a dia, como roupas desarranjadas ou
manchas nos lençóis, números desconhecidos de telefones etc. são utilizados para justificar o
delírio. O paranoico pode tomar medidas extremas para evitar que o companheiro proporcione
a infidelidade imaginada, p. ex., exigindo uma permanência no lar de forma tirana ou não
permitindo que saia sozinha.
23
4. Persecutório - É o mais comum entre eles e costuma envolver a crença de estar sendo
vítima de conspiração, traição, espionagem, perseguição, envenenamento ou intoxicação com
drogas ou estar a ser alvo de comentários maliciosos.
5. Somático - Que se caracterizam por varias formas de delírios somáticos, os mais comuns p.
ex. a convicção de que emite odores fétidos da sua pele, boca, reto ou vagina, de que está
infestada por insetos a pele ou dentro dela, parasitas internos, deformações de certas partes do
corpo ou órgãos que não funcionam.
Em geral o paranoico fica centrado no pensamento. São pessoas sempre em alerta e assim, pela
necessidade de observar as pessoas à sua volta e prevenirem-se de seus ataques presumidos,
aprendem a conhecê-las com grande precisão. Conhecem também seu ambiente com detalhes.
Normalmente fala-se na "grande inteligência" do paranoico. Eles podem ter um agudo senso de
observação e captar informações importantes do ambiente, mas não fazem dela um uso
coerente. Toda observação é usada para dar sentido aos seus delírios, ou seja, alimentar a
própria doença. Dessa forma, seu conhecimento cai no vazio, é inútil porque não se articula
com outras instâncias mentais. Vive só o momento atual, aquele que os ameaça e assim, não
conseguem estabelecer ligações entre o passado e o presente, entre causa e efeito. A
necessidade obsessiva de controlar o ambiente atual faz com que fiquem impedidos de articular
diferentes períodos da experiência. Em geral todos esses esforços e os aperfeiçoamentos das
habilidades de reconhecimento e previsão do ambiente acabam por tornarem-se inúteis porque
não tem utilidade prática. Não podemos esquecer que, em geral, na família do psicótico,
constitui-se ela mesma, de um padrão psicótico do qual o paciente é sempre o representante
identificado.
d) Psicose alcoólica – é habitualmente marcada por violenta intranquilidade, acompanhada de
alucinações de uma natureza aterradora.
e) Arteriosclerose Cerebral – evolui de um modo semelhante à demência senil. O
endurecimento dos vasos cerebrais dá lugar a transtornos de irrigação sanguínea, as quais são
causa de que partes isoladas do cérebro estejam mal abastecidas de sangue. Os sintomas são
formigamento nos braços e pernas, paralisias mais ou menos acentuadas, zumbidos no ouvido,
transtorno de visão, perturbações da linguagem em forma de lentidão ou dificuldade da fala.
24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nesta pesquisa pudemos entender como funciona a estrutura da personalidade no que
diz respeito à neurose, perversão e a psicose. A quem atinge, como atinge e o porquê.
O estudo fez uma abrangência significativa para que com detalhes pudesse nos trazer um pouco
deste enorme universo que é a estrutura de uma personalidade humana.
Aqui, de forma alguma se exauriu a matéria hora abordada e sim adentrou superficialmente os
estudos realizados por Freud e tantos outros psicólogos e docentes que ao longo dos anos vêm
trabalhando em prol de melhor compreender os problemas pelos quais as mentes dos homens e
mulheres enfrentam desde seu nascimento até a sua fase adulta superando ou não o que o tema
dispõe.
25
REFERÊNCIAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_personalidadehttp://www.monicacamacho.com/blog/blog.php?bid=64http://pt.wikipedia.org/wiki/Pervers%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_psicanal%C3%ADticahttp://www.monicacamacho.com/blog/blog.php?bid=65&print=1http://www.cerebromente.org.br/n10/doencas/psicoses.htmlhttp://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?189