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ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA FERTILIDADE DO SOLO NA
NUTRIÇÃO DAS PLANTAS SOB A ÓTICA INVESTIGATIVA PARA
ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Autor: Henry Gasparotto Pedroso1
Orientador: Ana Lúcia Crisóstimo2.
Resumo: Este estudo se justifica, na importância de se promover junto a estudantes do ensino fundamental, uma prática metodológica para a disciplina de Ciências, onde os conteúdos ensinados estejam em sinergia com as demandas sociais e interligados pelas suas relações conceituais, de forma a tornar o processo de ensino aprendizagem significativo. Ressalta-se também, o propósito de desencadear nos estudantes um processo de enculturação científica ao apresentar o conteúdo específico fertilidade do solo e nutrição vegetal sob uma ótica investigativa. A metodologia utilizada foi qualitativa e pautou-se no estudo investigativo por parte dos estudantes do sétimo ano do ensino fundamental, do processo de nutrição mineral das plantas, a partir do plantio de mudas de morangueiro espécie Fragaria ananassa, cultivar “Camarosa”, com diferentes tipos de adubação de solo. Os resultados visaram demonstrar de forma comparativa, a influência deste fenômeno biológico sobre o desenvolvimento vegetativo, a produtividade e a qualidade dos frutos produzidos, aproximando desta forma, os alunos, dos métodos experimentais, adotados pela ciência.
Palavras-chave: enculturação científica. fertilidade do solo. estudo investigativo.
nutrição vegetal. morangueiro.
Introdução:
A Disciplina de Ciências abrange um vasto conjunto de saberes, cuja
aspiração é proporcionar aos estudantes a possibilidade de interpretar, compreender
e decifrar os fenômenos naturais, estabelecendo relações mais próximas com o
conhecimento científico, de forma que o aprendizado escolar seja potencialmente
significativo.
A complexidade de um ensino de Ciências significativo, requer por parte da
escola, uma abordagem de conteúdos contextualizada em relação às realidades
locais e regionais que permeiam a cultura do aluno, dando ênfase a relevância dos
saberes escolares e das descobertas científicas para a compreensão dos aspectos
evolutivos de uma sociedade em função da dinâmica da produção da ciência.
Neste contexto, incluso no conteúdo estruturante “Sistemas Biológicos” para o
sétimo ano do ensino fundamental da disciplina de Ciências, aborda-se noções de
morfologia e fisiologia dos sistemas que compõem os seres vivos pertencentes ao
Reino Planthae, numa escala que perpassa desde as estruturas celulares e suas 1 Professor de Ciências e Biologia da Secretaria do Estado e Educação. 2 Professora Doutorado Departamento de Biologia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná – UNICENTRO. Orientadora PDE Unicentro.
respectivas funções, até se chegar ao funcionamento dos sistemas orgânicos,
dentre os quais se podem citar, os processos responsáveis pela nutrição das plantas
que, ao interagirem com o ambiente, mantém o equilíbrio fisiológico necessário à
manutenção da vida.
O que se percebe na prática, é uma notória dificuldade nos educandos em
estabelecer relações entre os elementos conceituais componentes deste conteúdo
estruturante entre si e mesmo com o seu cotidiano, tornando-se o assunto sem
sentido e significado prático, contribuindo para um modelo de ensino
descontextualizado, desfragmentado e distante da perspectiva da dinâmica da
produção científica de conhecimento.
Procurando contribuir para a prática de um ensino de Ciências dentro de um
viés investigativo, contextualizado e desfragmentado no que diz respeito aos
saberes sócio científicos, é que a presente pesquisa tem por escopo trazer a luz
uma discussão sobre resultados de aprendizagem obtidos, a partir do estudo
comparativo da influência da fertilidade do solo no desenvolvimento vegetativo, de
produtividade e de qualidade de frutos produzidos por mudas de morangueiro,
plantadas com diferentes tipos de adubação de solo, junto a estudantes do sétimo
ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Cristo Rei, município de
Guarapuava, no período de fevereiro a agosto de 2017.
Revisão de Literatura e Metodologia Adotada
Enquanto a Ciência e a Tecnologia sofrem constantes transformações em
função das necessidades políticas, culturais e econômicas de uma sociedade num
determinado momento, o ensino de Ciências em nossas escolas é tratado como
atividade de rotina e memorização, não havendo relações integradoras conceituais,
interdisciplinares e contextuais dos conteúdos escolares, inibindo a produção do
conhecimento científico, a sistematização de ideias e análise crítica dos alunos nas
possíveis interpretações de fenômenos naturais.
Referendando esta concepção, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
para o ensino de Ciências no Estado do Paraná em consonância com a visão dos
autores Santos, Stange e Trevas (2005), destacam que:
Existe uma necessidade de abordagem integradora no ensino de Ciências para superar a construção fragmentada de um mesmo conceito, estabelecendo relações proximais entre os saberes científicos abordados nos diferentes conteúdos estruturantes consolidando o saber pelo aluno3.
Barchelard (1996, p. 14), nos diz que para o espírito cientifico, todo
conhecimento é a resposta a uma pergunta. Se não há pergunta, não pode haver
conhecimento científico. Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído.
O estudante desenvolve aprendizado significativo quando está em contato
com conteúdos com os quais atribui sentido e significado prático estabelecendo
relações entre os saberes que já possui e aqueles que lhes serão apresentados nos
bancos escolares na forma de conhecimento formal.
Portanto, a aproximação entre o que o estudante já sabe e consegue
efetivamente fazer ou resolver, aliado ao acolhimento de certas aquisições
científicas será fator preponderante para o desenvolvimento de suas estruturas
cognitivas.
O início do processo de enculturação científica acontece, quando os alunos têm contato e conhecimento de habilidades legitimamente associados ao trabalho do cientista, e que o ambiente escolar deve dar condições para que essas habilidades apareçam (SASSEIRON, 2008, p. 337).
Neste sentido, faz-se relevante expandir os encaminhamentos metodológicos
utilizados na abordagem dos conteúdos escolares, de forma que haja maior
consistência no processo de ensino aprendizagem na disciplina de Ciências para o
Ensino Fundamental, superando uma visão descontextualizada e fragmentada dos
saberes científicos ensinados na escola, associados ao modelo produzido e utilizado
pela ciência a partir da investigação dos fenômenos naturais.
Procurando proporcionar condições para acentuar este processo de
enculturação cientifica pelos estudantes, realizou-se com alunos do sétimo ano do
ensino fundamental do Colégio Estadual Cristo Rei, NRE Guarapuava, estudo
investigativo sobre fertilidade do solo e nutrição vegetal na cultura do morangueiro, a
partir da elaboração de um caderno temático contendo informações sobre
3 Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental, Paraná, Governo do Estado. Secretaria do
Estado da Educação. Superintendência da Educação. Ctba: SEED-PR. 2008. p. 64.
características taxonômicas, anatômicas, fisiológicas, nutricionais, nutracêuticas,
além de exercícios de fixação e aulas práticas sobre morfofisiologia vegetal,
acompanhados de roteiro investigativo, a fim de promover estudo experimental
sobre o desenvolvimento vegetativo, produtividade e qualidade de frutos de
morangueiro plantados em diferentes tipos de adubação de solo.
A fim de consolidar o desenvolvimento do projeto, com consequente
elaboração e aplicação do material didático pedagógico referente ao estudo da
fertilidade do solo e nutrição vegetal, utilizou-se, como estratégia de pesquisa, a
modalidade qualitativa, onde segundo Tozoni-Reis (2010), os elementos
compreendidos como válidos pautar-se-ão tão somente na compreensão e
interpretação de determinados comportamentos e expectativas da população em
relação a critérios como autonomia para a pesquisa e disposição para trabalho em
equipe, análise crítica, interpretativa e conclusiva sob os conteúdos, hipóteses e
resultados alcançados, além de habilidade de argumentação, contextualização e
ampliação de relações conceituais entre os saberes sócio científicos abordados.
Análise e Discussão dos Resultados Obtidos
Os estudos experimentais sobre a influência da fertilidade do solo na nutrição
vegetal a partir do plantio de mudas de morangueiro com diferentes tipos de
substrato, a fim de promover a contextualização e a desfragmentação dos saberes
científicos, bem como a aproximação dos estudantes do ensino fundamental dos
métodos investigativos adotados pela ciência, pautou-se na seguinte organização:
1ª Etapa: contextualização dos saberes sócio científicos através da exposição
das vantagens do consumo de morango.
A estratégia adotada para abordar a importância do consumo do morango na
alimentação humana, foi através de uma aula expositiva sobre aspectos nutricionais
e nutracêuticos desta infrutescência, bem como seus benefícios para a saúde
humana, a fim de provocar nos alunos o interesse pelo estudo da cultura do
morangueiro.
Antes de iniciar esta atividade com alunos do grupo teste, os participantes
fizeram a ingestão de morango “in natura” e também na forma de bebida láctea. Na
sequência, foram inquiridos a responder se costumavam ingerir o fruto do
morangueiro, o qual sinalizaram positivamente, porém, não com tanta frequência.
Em seguida, perguntou-se aos estudantes se sabiam de algum benefício para
a saúde que o consumo de morangos poderia proporcionar. As respostas giraram
em torno de “rico em vitaminas e sais minerais”.
Então lhes foi apresentado uma tabela com valores nutricionais do morango,
onde puderam enriquecer seus conhecimentos científicos sobre nutrição humana, ao
diferenciar compostos inorgânicos como água e sais minerais de compostos
orgânicos, como proteínas, vitaminas, carboidratos, fibras, lipídios, e, até mesmo, o
significado do valor calórico presente na polpa do fruto.
Procurando ampliar as relações conceituais dos estudantes, indagou-se sobre
o nome de qual substância seria responsável pela cor vermelha do fruto, o qual, foi
constatado desconhecimento por todos. Então, mencionou-se a substância
antocianina, um pigmento liberado após a fecundação, que será responsável por
alterações na fisiologia do fruto, como a retenção de água e o acúmulo de
fotoassimilados (açúcares), responsáveis pelo sabor adocicado do fruto maduro.
Introduziu-se então neste momento, visando provocar nos estudantes um
processo de enculturação cientifica, os termos “alimento bioativo”, “alimento
funcional” e “nutracêutico”, como características nutricionais e terapêuticas do fruto
do morangueiro. Comentou-se também com os alunos, dentro desta óptica,
possíveis vantagens que o consumo deste fruto poderá trazer à saúde humana ao
prevenir doenças, ampliando também o vocabulário cientifico e contextualizando o
assunto ao seu cotidiano.
Um fator relevante que despontou durante a aula, foi a possibilidade de se
estabelecer interdisciplinaridade com conteúdos estruturantes e básicos da
disciplina de Ciências trabalhados pelos professores, inclusive em outras seriações,
como, por exemplo, a morfologia e fisiologia dos seres vivos - conteúdo estruturante
Sistemas Biológicos - ao se abordar aspectos da nutrição humana, vinculados com o
consumo do morango tais como: composição dos alimentos, importância do
consumo de vitaminas e sais minerais na alimentação humana, valor calórico dos
alimentos, alimentação saudável, aproveitamento dos nutrientes dos alimentos pelo
organismo e prevenção de doenças.
Outra questão relevante, foi a relação interdisciplinar e contextual
estabelecida com a disciplina de Matemática, uma vez que os estudantes
precisaram aplicar seus conhecimentos sobre conversão de unidades como, por
exemplo, transformação de miligramas em gramas, a fim de realizar exercícios
propostos na atividade.
Destaca-se que na aplicação do pré-teste, os alunos mencionaram que o
consumo de morango poderia fornecer as pessoas algumas vitaminas e nutrientes
minerais, mas nada específico. Na aplicação do pós-teste, pode-se perceber que as
citações foram basicamente as mesmas, com o diferencial que, em ambos os
grupos, citou-se por muitas vezes a possibilidade do consumo do morango poder
agir como um preventivo do câncer. Alunos do grupo teste, mencionaram que o
morango pode ser considerado um alimento bioativo e preventivo do câncer, cuja
profilaxia poderia estar relacionada a uma substância denominada antocianina,
caracterizando neste aspecto, a ampliação dos saberes sócio científicos pelos
estudantes a respeito da nutrição humana, bem como das vantagens do consumo
de morango para a saúde.
2ª Etapa: Problematização da possibilidade de potencializar o desenvolvimento
vegetativo, a produtividade e qualidade dos frutos do morangueiro.
A estratégia metodológica utilizada para se cumprir esta etapa do processo de
implementação, deu-se a partir da divisão das atividades em duas fases: aula
expositiva sobre as características gerais dos vegetais associada a resolução de
exercícios para fortalecimento do aprendizado, e aula prática sobre morfologia e
fisiologia vegetal, a partir do estudo de mudas de morangueiro (ANEXO 1).
Deve-se enfatizar que a todo instante procurou-se, a partir dos conhecimentos
prévios dos estudantes e dos adquiridos durante as aulas através da contribuição do
professor sobre nutrição vegetal, fertilidade do solo e a influência das condições
climáticas sobre o desenvolvimento das plantas, instigá-los, sobre a possibilidade de
potencializar o desenvolvimento vegetativo, a produtividade e a qualidade dos frutos
do morangueiro, estimulando-os desta forma, a despertar o interesse pelo estudo
das características gerais das plantas a partir da problematização.
Na primeira fase desta atividade, realizou-se a coleta antecipada de pelo
menos um representante dos grupos vegetais atuais (Briófitas, Pteridófitas,
Gimnospermas e Angiospermas), visando-se, contextualizar junto aos alunos, o
tema abordado.
Evidentemente, focou-se mais no grupo das Angiospermas (Antóphytas),
onde procurou-se evidenciar as vantagens evolutivas deste grupo, como a presença
da semente recoberta pelo fruto, e as flores como agente atrativo para animais
polinizadores, ampliando-se desta forma, relações conceituais.
Durante a aula, procurou-se evocar informações sobre o histórico do
morangueiro, mencionando sua origem e as distintas utilizações desta planta em
diferentes épocas, explorando o aspecto sócio histórico.
Com o intuito de tornar o aprendizado mais consistente, pode-se levar para a
sala de aula ou o laboratório exemplares de morangueiros para que os estudantes
acompanhem o conteúdo da aula, relacionando as informações com o exemplar da
planta.
Destaca-se aqui também, a relevância do aspecto da enculturação científica,
onde os alunos poderão ampliar seu vocabulário ao conhecer nomes específicos de
estruturas anatômicas do morangueiro como, por exemplo, sistema radicular,
estolhos, flores pentâmeras, androceu, gineceu, receptáculo floral entre outros.
Deve-se também, fazer um esclarecimento a turma sobre o processo
fisiológico de formação da semente e do fruto a partir do desenvolvimento do óvulo e
do ovário da flor após a fecundação, buscando-se aqui a ampliação das relações
conceituais entre conteúdos, contribuindo para a desfragmentação dos saberes
específicos.
Relevante também, foi trabalhar a questão cujo resultado no pré-teste dos
estudantes apontou desconhecimento sobre o nome da estrutura com a aparência
de pequenos pontos escuros presentes na superfície externa da polpa do morango.
Na aplicação do pré-teste, nenhum aluno demostrou conhecimento que esta
estrutura denominada aquênio, correspondia ao fruto seco do morangueiro. Já na
aplicação do pós-teste, pode-se perceber que 100% dos alunos do grupo teste
demostraram conhecimento sobre o assunto. Mesmo os que não participaram do
projeto de implementação, 73% dos que se submeteram a avaliação do pós-teste,
passaram a demonstrar conhecimento sobre o tema, presumindo-se que ouve troca
de informações entre os grupos avaliados. Neste sentido, caberá ao professor,
aproveitar a oportunidade e esclarecê-los a respeito da definição botânica de “fruto
verdadeiro” e pseudofruto, condição esta última, do morango.
No transcorrer da aula, utilizou-se de lupa (microscópio estereoscópico) para
demostrar aos alunos o aparelho reprodutor da planta, já os incentivando a conhecer
e manusear o equipamento dentro de uma perspectiva investigativa.
Já num segundo momento, com o intuito de propiciar aos estudantes um
conhecimento mais prático e concreto das estruturas anatômicas do aparelho
reprodutor do morangueiro, iniciou-se a aula através de uma retomada de conceitos
sobre morfologia vegetal, focando, principalmente na flor e na importância deste
órgão para a planta.
A turma foi dividida em grupos que, de posse de uma flor de morangueiro,
realizaram dissecação deste órgão reprodutivo, procurando reconhecer e identificar
os verticilos florais presentes.
A medida que os estudantes realizam a dissecação da flor, com a intenção de
facilitar o aprendizado, pode-se aproveitar a oportunidade e estabelecer uma
conexão entre os diversos conteúdos específicos trabalhados da disciplina de
Ciências, como, por exemplo, conteúdos relacionados a classificação taxonômica da
flor, que venham a contribuir para o enriquecimento do vocabulário científico e
desfragmentação dos saberes sócio científicos.
Na sequência, com a utilização de um microscópio estereoscópico, pode-se
enriquecer a aula através da exploração de estruturas mais detalhadas da flor como
o filete, a antera e a presença de resíduos de grão-de-pólen no estigma, além da
observação do estilete e do ovário, partes integrantes do gineceu. A observação do
óvulo torna-se inviável, devido ao tamanho reduzido do carpelo.
Um momento de significativo aprendizado que esta atividade permite, é a
comparação das estruturas relativas ao aparelho reprodutor feminino antes e após a
fecundação com as consequentes mudanças fisiológicas que o mecanismo da
fecundação desencadeia, estabelecendo relação conceitual com a anatomia e a
fisiologia vegetal, podendo-se comentar neste momento o papel na fisiologia da
planta de hormônios vegetais como as auxinas, responsáveis pela retenção de
líquidos e fotoassimilados no receptáculo floral, bem como a produção de compostos
orgânicos como a antocianina, responsável pela coloração vermelha do fruto.
Algo pertinente a se relatar no desenrolar da atividade, conjecturando-se
sobre a possibilidade da aplicação de novas propostas que envolvam mudanças
metodológicas, atitudinais e inovadoras no ensino de Ciências, é o fato dos alunos
sugerirem que ao invés de se desenhar as estruturas reprodutivas da planta nos
espaços destinados na atividade proposta, que estas fossem “fotomicrografadas”
com o auxílio de seus celulares conforme imagem do anexo 2 e, então, pudessem
ser identificadas, argumentando que, as imagens teriam uma “clareza” maior,
transcrevendo aqui, a fala dos próprios estudantes.
Após a realização das aulas teórico/práticas sobre morfofisiologia vegetal a
partir do estudo de mudas de morangueiro, poderá o professor na qualidade de
mediador, problematizar a seguinte questão: o que seria necessário para que mudas
de morangueiro aumentem seu desenvolvimento vegetativo, atividade fisiológica e
capacidade reprodutiva, ampliando sua produtividade e qualidade dos frutos? De
que forma podemos fazer isto?
Algumas hipóteses levantadas pelos estudantes participantes da pesquisa
foram: “através de um solo fértil com bastante nutrientes e água”; “uma boa
adubação”; “um bom solo, temperatura e cuidar bem para não pegar bicheiro”; “com
adubo e se regar diariamente”; “adubação e lugar protegido”; “é possível se for um
solo de boa qualidade, temperatura e um local que não seja seco”; “sim, depende do
lugar, temperatura e tipo de solo e um lugar que não seja muito seco”; “com
diferentes tipos de adubação de solo e temperatura adequada”; “adubação, água,
solo fértil e fotossíntese”; “adubo, sol, água, um solo fértil”.
Percebeu-se que a maioria ampla das respostas, reportou-se ao aspecto
nutrição mineral. Outros fatores foram levantados como, por exemplo, a temperatura,
presença de água, tipo de solo, necessidade de manejo contra doenças e pragas,
umidade, sol e a fotossíntese, como elementos também importantes para o
desenvolvimento vegetativo da planta e aumento da produtividade e qualidade dos
frutos, compreendendo-se aqui, que juntamente com as hipóteses levantadas para
buscar uma resposta a problemática imposta pelo professor, os estudantes
procuram justificá-las, buscando possíveis explicações em seus conhecimentos
prévios e também naqueles que vieram a apreender nas aulas teórico-práticas,
utilizando o poder da argumentação como um elemento catalisador de aprendizado.
3ª Etapa: Embasamento teórico-prático de forma a contribuir com a
fundamentação das hipóteses conjecturadas a respeito da problematização.
A fim de cumprir com esta etapa do projeto de implementação, realizou-se
com o grupo teste, aula expositiva sobre nutrição orgânica e mineral das
Angiospermas, a fim de promover a ampliação do aculturamento científico dos
estudantes, através da leitura de textos, exposição de conceitos e discussão do
grupo a respeito da influência destes mecanismos fisiológicos no desenvolvimento
vegetativo e na produtividade dos vegetais.
Nesta fase, é preponderante que o professor estabeleça relações conceituais
inerentes aos aspectos fisiológicos existentes entre a nutrição mineral e a nutrição
orgânica das plantas, fortalecendo, dessa forma, relações conceituais dos temas
abordados e, ainda, afim de aproximar o estudante da dinâmica de uma atividade
investigativa, instigue-os a expor seus pontos de vista, porém alicerçados nos
conhecimentos teórico-práticos que vieram a adquirir em encontros anteriores.
Necessita-se frisar a importância da fertilidade do solo através da nutrição
mineral como condição essencial para o desenvolvimento vegetativo da planta, com
consequente aumento da taxa fotossintética e produção de fotoassimilados que,
posteriormente, favorecerão a alta produtividade e a qualidade dos frutos
produzidos.
Respeitando aqui a idade cognitiva dos estudantes, deve-se aproveitar a
oportunidade para esclarecê-los sobre a relação fisiológica existente entre os
processos de fotossíntese e respiração celular, exortando-os da necessidade das
plantas estabelecerem reservas de fontes de energia em períodos em que a
fotossíntese não ocorre, como uma condição primordial para sua sobrevivência.
Deve-se destacar também, visando ampliar as relações conceituais de
conteúdos básicos, a influência de fatores climáticos que são importantes para a
fotossíntese, como a concentração de gás carbônico, a luminosidade e intensidade
de frequência luminosa, a temperatura e a abertura e fechamento estomático. Neste
ponto da aula, caso haja a possibilidade de observar com auxílio de microscópio
estômatos mesmo que de outras plantas, certamente reforçará a importância deste
órgão presente na folha, bem como sua influência nos processos de transpiração,
trocas gasosas e fotossíntese, asseverando mais ainda, o entrelaçamento de
relações conceituais e a desfragmentação dos saberes sócio científicos.
Se faz conveniente neste ponto também, relembrar conceitos e tipos de
adubação (mineral e orgânica), estabelecendo relação contextual com noções de
microbiologia de solo e as consequências que a atividade microbiana pode trazer
para as raízes das mudas. Destaca-se como ponto culminante desta atividade, a
indagação por parte de um aluno a respeito do porquê deve ocorrer o processo de
colocação de calcário no solo e se estes adubos poderiam “queimar” as mudas,
questionamento somente esclarecido pelo professor após o aluno trazer
apontamentos derivados de pesquisa o qual ficou incumbido de partilhar com o
grupo.
Por ocasião da aplicação do pré-teste, quando questionados sobre que outros
fatores além da adubação poderiam ser considerados importantes para o
desenvolvimento das plantas ampliando, inclusive, sua produtividade, as respostas
relacionadas a temática abordada constaram de: “necessidade de água e luz solar”,
“local adequado para o plantio”, “presença de vento”, “proteção contra excesso de
calor”, “água e frio”.
Já na aplicação do pós-teste, apareceram termos comuns aos dois grupos,
não fugindo as colocações do pré-teste, porém com argumentos mais elaboradas,
com ligeira tendência ao grupo teste como: “plantar em solo fértil, rico em nutrientes,
considerando as condições climáticas”, “temperatura favorável, iluminação e
fotossíntese”, evidenciando a percepção por parte dos alunos da correlação
existente entre a anatomia e fisiologia planta, assim como a influência de fatores
ambientais sobre o desenvolvimento vegetal, fortalecendo suas relações conceituais
com consequente contribuição para a desfragmentação dos saberes sócio
científicos.
4ª Etapa: Elaboração de planejamento e método experimental de plantio de
mudas de morangueiro com diferentes adubações de solo, a fim de comprovar
ou refutar as hipóteses.
A discussão sobre um método experimental capaz de comprovar ou refutar
hipóteses sobre a influência da fertilidade do solo na nutrição vegetal, materializou-
se a partir da possibilidade de realização do plantio de mudas de morangueiro,
cultivar Camarosa, espécie Fragaria ananassa, com diferentes tipos de adubação
de solo, a fim de que, durante um determinado período, fosse possível monitorar e
coletar dados referentes ao crescimento das mudas (estiolamento entrenodal4 e
diâmetro de coroa5), bem como, a produtividade e qualidade dos frutos produzidos
(ANEXO 6).
Interessante destacar junto aos educandos, que para a comprovação das
hipóteses levantadas sobre o processo que poderá conduzir a um aumento do
crescimento vegetativo das mudas e ampliação da produtividade e qualidade dos
frutos, faz-se necessário, a escolha de uma metodologia, pautada em experimentos,
observações, coleta e análise de dados e conclusão, que venham a confirmar ou
refutar as hipóteses por eles levantadas, estimulando-os a interessarem-se pela
pesquisa científica e fazendo-os compreender os métodos de análise qualitativa e
quantitativa utilizados pela ciência, a partir da análise de resultados colhidos em
área experimental.
Esta etapa do projeto de implementação é marcada como a fase em que os
estudantes têm a possibilidade de vivenciar na prática, o rigor exigido nos
procedimentos metodológicos que venham a respaldar ou refutar as hipóteses
levantadas sobre nutrição vegetal e fertilidade do solo na cultura do morangueiro,
devendo ficar evidente que o delineamento experimental é um local onde através de
uma experimentação, suas conjecturas sobre nutrição vegetal e fertilidade do solo
poderão ser testadas, mas que, disto dependerá o monitoramento praticamente
diário do experimento e a seriedade com que farão as aferições, através da coleta
de dados relativos ao desenvolvimento vegetativo, produtividade e qualidade dos
frutos das mudas de morangueiro plantadas no mesmo dia, no mesmo horário e
submetidas as mesmas condições climáticas de temperatura e luminosidade.
Reforçando ainda o fator método científico, importante salientar que
determinados procedimentos relativos ao experimento em si, caracterizam o rigor da
4 O Estiolamento Entredonal corresponde a distância em centímetros entre a coroa e o trifólio central do ramo mais alto produzido pela planta. 5 A coroa do morangueiro corresponde a parte do caule deste vegetal que emerge rente ao solo.
ciência, como, por exemplo, a necessidade de plantio de pelo menos 48 mudas (8
por tratamento de solo), dispostas em pelo menos 4 linhas de repetição, para haver
um maior intervalo de confiança com relação aos dados estatísticos; a necessidade
de se manter igual número de mudas sem nenhuma forma de adubação
(testemunha) para que, possa-se estabelecer um parâmetro comparativo com as
que estão recebendo o tratamento de solo; a importância da identificação rigorosa
de cada muda através do “plaqueamento”; a colocação da mesma quantidade de
solo nos vasos, respeitando a devida proporção solo/adubo; nos momentos de
manutenção, escalonamento de posição das mudas dentro do túnel, aplicação de
defensivo ou mesmo rega, utilizar sempre o mesmo padrão para que os resultados
apresentados durante o experimento possam ser interpretados em caráter de
casualidade.
Outro fator significativo desta etapa, é a possibilidade de os estudantes
entrarem em contato com alguns equipamentos laboratoriais como, por exemplo,
balança de precisão, confirme figura do anexo 4, que será utilizada para aferir a
massa de adubo químico que deverá ser lançada no solo, assim como a técnica de
dispersão dos grânulos no solo a fim de evitar a desidratação das mudas.
A elaboração junto aos alunos de um calendário de plantio, os estimulará a
perceber que qualquer atividade a ser implementada, exige um planejamento prévio
do que se deve fazer, com suas etapas bem discriminadas e divisão de tarefas,
estimulando a compreensão do método cientifico e a necessidade de se realizar um
trabalho em equipe (ANEXO 3).
Pode-se, através de uma conversa com o grupo, dividi-los em frentes de
trabalho como, por exemplo, equipes que farão manutenção, equipes que farão
coleta de dados, equipes que se responsabilizarão pelo plantio das mudas, equipes
de reparo do túnel, equipes que digitarão a coleta de campo para planilhas, entre
outras. Mas, deve-se proporcionar um rodízio de funções durante o protejo e
também se ter o cuidado para que todos passem pelas diversas funções. A divisão
de tarefas e socialização dos resultados, caracteriza igualmente a dinâmica do
método científico.
Etapa 5: Análise de resultados a partir da coleta de dados experimentais
correlatos ao desenvolvimento vegetativo, produtividade e qualidade dos
frutos de morangueiro produzidos a partir do plantio de mudas com diferentes
tipos de adubação de solo.
Nesta etapa do projeto de implementação, os alunos tiveram a oportunidade
de, a partir da área experimental construída, conforme figura do anexo 5, realizar
coleta de dados referente ao desenvolvimento vegetativo das mudas de
morangueiro (estiolamento entrenodal e espessura de coroa), produtividade e
qualidade de frutos produzidos (ANEXO 7).
A principal finalidade desta atividade foi fazê-los perceber o rigor que existe
por trás de um procedimento investigativo, onde o pesquisador, precisará coletar,
analisar e estabelecer conclusões a partir dos dados coletados a campo, porém,
fundamentado na literatura científica.
Durante uma das visitas a área experimental, houve indagação por parte de
um aluno, sobre o porquê da ausência de estolhos, fato já observado em outras
visitas, gerando debate entre os mesmos. Após os estudantes apresentarem suas
proposições sobre o ocorrido, foi-lhes esclarecido que o fenômeno se explica pela
influência das condições climáticas sobre as mudas, uma vez que o morangueiro
somente emite estolhos quando o número de horas de luz a que está exposto é
superior ao seu fotoperíodo6. Caso contrário, haverá florescimento, outra forma de
reprodução da planta. Este momento da aula caracterizou a conexão entre
conteúdos e conceitos que normalmente são trabalhados de forma fragmentada,
como a influência da temperatura e luminosidade na anatomia e fisiologia das
plantas.
Na aplicação do pré-teste ao serem questionados sobre que fatores poderiam
contribuir para o florescimento de mudas de morangueiro, 100% do grupo alegou
não saber.
No entanto, na aplicação do pós-teste, entre os alunos não participantes, um
não respondeu à questão e quatro erraram a resposta. Os demais, atribuíram a
carência de florescimento em algumas plantas a uma adubação deficiente de solo,
pouca iluminação, sanidade da planta, qualidade da semente, tempo de plantio e
clima.
6 Quantidade de horas de luz que a planta necessita receber para que ocorram mudanças na sua fisiologia relacionadas ao florescimento ou crescimento vegetativo.
Com relação aos participantes, um aluno não respondeu à questão e os
demais citaram carência nutricional, proveniente de uma não disponibilização de
macro e micronutrientes, além de fatores ambientais como o clima, a temperatura e
a luz solar, como elementos importantes para o florescimento de mudas de
morangueiro, fazendo aqui menção ao fotoperíodo da planta onde percebe-se que
as respostas tornaram-se mais objetivas.
Os próprios alunos sugeriram, que na ausência de estolhos emitidos, fossem
contados, computados e analisados o número de flores que cada muda emitiu,
sugestão esta, acatada pelo professor. Durante a contagem de flores, foi esclarecido
também que sua presença é um sinal fisiológico relacionado a influência da
temperatura ambiental e a ocorrência de dias mais curtos. Neste caso aqui, também
se estabelece conexão entre conteúdos, no que diz respeito a possibilidade de
articular temas específicos como clima, fisiologia, anatomia vegetal, reprodução,
épocas corretas de plantio.
Aproveitou-se a oportunidade, para discutir também, durante a coleta de
dados, sobre a presença de algumas mudas com tamanho reduzido, porte caído
(tombamento) ou manchas necróticas, ao qual foi elucidado que se tratava de
carência nutricional, fraqueza ou falta de energia, o que vem a possibilitar, inclusive
o aparecimento de doenças bacterianas, virais e fúngicas.
Finalizando a atividade, os alunos foram conduzidos ao laboratório de
informática, conforme figura do anexo 8, onde tiveram a oportunidade de planilhar
dados coletados e construir gráficos, os quais, posteriormente, fizeram a análise e
discussão dos resultados, chegando à conclusão de que o mesmo tratamento de
solo que apresentou maior presença de flores, também foi o mesmo que apresentou
maior desenvolvimento vegetativo (estiolamento entrenodal e espessura de coroa),
produtividade e qualidade dos frutos, estabelecendo assim, interação com a
dinâmica da investigação cientifica. Contou-se neste momento, com a parceria da
professora de Matemática da turma, que prestou auxílio na plotagem e interpretação
dos gráficos, estabelecendo-se relação interdisciplinar e contextualização de
conteúdos (ANEXOS 9,10 e 11).
Percebeu-se que os alunos desenvolveram a habilidade de discutir e
ponderar sobre a evolução das mudas ao longo dos meses, comparando gráficos e
buscando uma explicação sobre o porquê o tratamento surtiu maior efeito, aplicando
seus conhecimentos obtidos de forma contextualizada e integrada, dentro de uma
perspectiva investigativa.
Etapa 6: Considerações acerca dos resultados obtidos sobre estudo da
fertilidade do solo e nutrição vegetal na cultura do morangueiro.
Esta etapa que corresponde ao encerramento do projeto, materializou-se a
partir da elaboração junto aos estudantes de uma "mini produção literária", conforme
imagem contida no anexo 12, à respeito da interpretação dos resultados obtidos com
a experimentação, estimulando, desta forma, a autonomia para a busca do
conhecimento através de uma postura diferenciada, pautada na análise crítica,
argumentativa, interpretativa e conclusiva sob os conteúdos, hipóteses e resultados
alcançados, além de fortalecer a contextualização dos conteúdos, a ampliação de
relações conceituais, a desfragmentação dos saberes sócio científicos abordados, a
partir do incentivo a pesquisa e produção de conhecimento.
Destaca-se que a “mini produção literária”, já mencionada, confeccionada
pelos estudantes com a mediação do professor, é o resultado da interpretação de
dados coletados durante o período de implementação a partir de área experimental,
porém cruzados com a literatura científica, a fim de respaldar a hipótese de que a
adubação, somada a fatores climáticos e ambientais como luminosidade,
temperatura, umidade do ar e disponibilidade de água, são fatores essenciais para
que uma planta aumente seu desenvolvimento vegetativo, produtividade e qualidade
dos frutos produzidos.
Considerações Finais
O estudo da influência da fertilidade do solo na nutrição das plantas sob uma
ótica investigativa para estudantes do ensino fundamental, implementado no Colégio
Estadual Cristo Rei, teve como propósito, a reversão de pontos de fragilidade na
prática docente dos professores de Ciências, dentre os quais pode-se citar, o
afastamento dos saberes científicos ensinados na escola dos aspectos sociais dos
estudantes, bem como a fragmentação de conteúdos específicos e estruturantes
que norteiam o itinerário formativo da disciplina, trabalhados normalmente de forma
desconexa, sem o estabelecimento de um vínculo entre si. Somados a estes fatores,
pode-se ainda elencar um notório distanciamento do processo de pesquisa e
produção de conhecimento, tão valorizado pelo mundo moderno.
Após ampla leitura e reflexão sobre o ponto de vista de diversos autores que
versam sobre a prática do ensino de Ciências dentro de uma proposta investigativa
para o ensino fundamental, pode-se deduzir que, somente um encaminhamento
metodológico, poderia suprir de uma só vez as três fragilidades acima expostas: a
proposição junto aos estudantes de uma investigação cientifica aberta a partir de
uma problematização, cuja intenção era despertar nos envolvidos o desejo de
buscar respostas a partir da pesquisa e da experimentação.
A imprevisibilidade na investigação de um fenômeno natural, traz consigo a
curiosidade, o senso crítico, a autonomia, a superação, a capacidade de julgamento
e o poder de argumentação, reunidos ao desejo de aprender, uma vez que, somente
aquilo que possui sentido e significado prático é capaz de motivar a apreensão de
um novo conhecimento.
Durante o período de implementação deste projeto onde, a prática do ensino
de ciências foi direcionada dentro de uma perspectiva investigativa, várias
ferramentas metodológicas foram testadas e, certamente numerosos foram os
avanços obtidos pelos alunos que aceitaram o desafio de produzir ciência ao invés
de replicar apenas o que já existe.
Dentre alguns pode-se elencar, a possibilidade de atingir uma visão global e
sistêmica dos conteúdos específicos e estruturantes relacionados a anatomia e
fisiologia de plantas bem como a resposta destas aos fatores ambientais; o
desenvolvimento de habilidades relacionadas ao uso de equipamentos e
instrumentos laboratoriais tais como paquímetro, balança de precisão e
termohigrômetro; a aplicação de recursos tecnológicos como editores de planilhas e
fórmulas matemáticas a fim de compilar dados, construir gráficos e interpretá-los a
luz dos resultados. Não se podendo deixar de mencionar, a produção conjunta de
um texto conclusivo, onde todos puderam expressar e deixar registrado para a
comunidade escolar e para aqueles que possam se interessar pelo assunto nutrição
vegetal e fertilidade do solo, a sua contribuição.
O grande legado que este projeto de intervenção pedagógica, viabilizado pelo
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/PR), deixa ao Colégio Estadual
Cristo Rei, é a criação a partir dele, do Centro de Estudo e Pesquisa em Ciências
Naturais. Neste os alunos, de todas as séries e faixas etárias, que se interessam em
compreender as leis que regem o mundo físico através da compreensão dos
fenômenos naturais, passarão a se reunir a fim de praticar, produzir conhecimento e
vivenciar a Ciência.
Referências
BARCHELARD, G. A Formação do Espírito Científico: Contribuição para uma Psicanálise do Conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. BARCHELARD, G. Ensaios sobre o Conhecimento Aproximado. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004. Diretrizes Curriculares Estaduais para o Ensino de Ciências no Estado do Paraná, Curitiba, Pr., 15 mai. 2016. Disponível >http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteud0=1>. Acesso: 15 mai. 2016. SANTOS, S. A. dos; STANGE, C.E.B.; SANTOS, J. M.T. dos. Projeto IDEC: Uma Experiência Com Professores do Ensino fundamental – 5ª a 8ª séries. Guarapuava: UNICENTRO, 2005. SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Almejando a Alfabetização Científica no Ensino Fundamental: a Proposição e a Procura de Indicadores do Processo. Investigações em Ensino de Ciências. UFRS v. 13, 2008. TOZONI-REIS, M. F. Metodologia da Pesquisa. 2ª ed. – Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2010.
Anexos
Anexo 1: Grupos de alunos do grupo teste em aula de laboratório reconhecendo as
principais características anatômico fisiológicas de vegetais do grupo das
Angiospermas (Anthópytas) a partir do estudo de mudas de morangueiro. (FOTO 1).
Anexo 2: Grupo teste de alunos em aula no laboratório de Ciências, observando ao
microscópio óptico estômatos, estruturas presentes nas folhas das plantas de extrema
importância para o processo de nutrição orgânica destes seres vivos. (FOTO 2).
Anexo 3: Alunos do grupo teste em fase de construção de planejamento e fase de
plantio de mudas de morangueiro. (FOTO 3).
Anexo 4: Alunos do grupo teste aferindo a massa de adubo químico em balança de
precisão a fim de compreender os métodos analíticos utilizados na investigação
científica. (FOTO 4).
Anexo 5: construção de delineamento experimental com quatro repetições e
distribuições de mudas de forma casual a fim de referendar os dados estatísticos.
(FOTO 5).
Anexo 6: alunos do grupo teste em área experimental coletando dados relativos a estiolamento entrenodal e espessura de coroa de mudas de morangueiro. (FOTO 6). Anexo 7: aluno do grupo teste realizando em área experimental coleta de dados referente a produtividade e qualidade de frutos de morangueiro, produzidos a partir de diferentes adubações de solo. (FOTO 7). Anexo 8: alunos do grupo-teste utilizando-se de editor de planilhas para plotarem em gráficos os dados relativos ao desenvolvimento vegetativo, produtividade e qualidade de frutos produzidos. (FOTO 8). Anexo 9: gráficos relativos ao crescimento vegetativo das mudas de morangueiro. (FOTO 9). Anexo 10: gráficos relativos a produtividade de frutos de morangueiro no geral e por tratamento de solo. (FOTO 10).
Anexo 11: gráficos relativos a aferição de massa de poupa de morango no geral e por tratamento de solo. (FOTO 11). Anexo 12: mini-produção literária referente a interpretação dos resultados obtidos da experimentação sobre fertilidade do solo e nutrição vegetal na cultura do morangueiro confeccionada pelo grupo teste com a mediação do professor. (FOTO 12). Foto 1: alunos reconhecendo estruturas anatômico fisiológicas de Angiospermas.
Fonte: o autor, 2017. Foto 2: grupo de alunos observando estômatos ao microscópio.
Fonte: o autor, 2017.
Foto 3: grupo de alunos organizando cronograma e calendário de plantio.
Fonte: o autor, 2017. Foto 4: alunos aferindo massa de adubo químico em balança de precisão.
Fonte: o autor, 2017.
Foto 5: delineamento experimental construído em área do Colégio Estadual Cristo Rei.
Fonte: o autor, 2017. Foto 6: alunos coletando dados relativos ao desenvolvimento vegetativo de mudas de morangueiro.
Fonte: o autor, 2017.
Foto 7: aluno coletando dados relativos a produtividade e qualidade de frutos de morangueiro.
Fonte: o autor, 2017. Foto 8: alunos tabulando dados em editor de planilhas com auxílio da professora de Matemática.
Fonte: o autor, 2017.
Foto 9: gráficos relativos ao desenvolvimento vegetativo de mudas de morangueiro.
Fonte: o autor, 2017. Foto 10: gráficos relativos a produtividade e qualidade de frutos de morangueiro.
Fonte: o autor, 2017.
Foto 11: gráficos relativos a pesagem e massa média de morangos produzidos.
Fonte: o autor, 2017. Foto 12: laudo interpretativo dos resultados da experimentação.
Fonte: o autor, 2017.