Eventos de massa | Febre Amarela

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Ludmila Ferraz de SantanaREFERÊNCIA DO PROGRAMA DE VIGILÂNCIA DA FEBRE AMARELA

CFRB/DVA/SVEAST/Sub.VPS/SES-MG

SECRETARIA DE ESTADO DE SAUDE DE MINAS GERAIS

COORDENAÇÃO DE FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL/SVEAST/Sub.VPS/SES-MG

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA

Maio, 2013

Impacto para a Saúde Pública

� Acomete cerca de 200.000 pessoas no mundo a cada ano(OMS)

� Enfermidade grave, letalidade elevada (~ 50%)

� Alto potencial epidêmico

� Alto potencial de disseminação (transmissão vetorial)

� Custo econômico (hospitalizações - UTI)

� Impacto econômico (turismo, comércio, relaçõesinternacionais)

� Ansiedade pública elevada (emsituações de surtos)

� Eventos adversos graves relacionados à vacina.

� Manter zero a incidência de febre amarela urbana;

� Reduzir a incidência de febre amarela silvestre;

� Detectar precoce e oportunamente a circulação viral;

� Conhecer o estado imunológico para estimar a

população sob risco do adoecer;

� Conhecer o comportamento epidemiológico da febre

amarela.

Objetivos:

Silv

estr

eMacacos

Ha. janthinomysSa.chloropterus

Macacos

Ha. janthinomysSa.chloropterus

(Infecção acidental)

Homem

Homem

Aedesaegypti

Aedesaegypti

Urb

ano ausente

desde 1942

CICLOS

COMPONENTES DA VIGILÂNCIA DA FEBRE AMARELA

Vigilância de casos humanos

Vigilância de coberturas vacinais

Vigilância de epizootias em primatas não humanos

Vigilância entomológica

Informação – Educação - Comunicação

Vigilância da Febre Amarela em humanos

Suspeito –

� Investigação epidemiológica

� Identificação do paciente

� Coleta de dados clínicos e epidemiológicos

Para identificação da área de deslocamento –

� Deslocamento no período de 15 dias antes do início dos

sintomas

� Notícias de morte de macacos

Durante Emergências em Saúde Pública de

Importância Nacional (ESPIN)

� Busca ativa de casos humanos

� Definição mais sensível

� Inquérito sorológico

Caso suspeito -

� Paciente com febre aguda (de até sete dias), de início

súbito, com icterícia, procedente de área de risco para

febre amarela ou de locais com ocorrência de

epizootias em primatas não humanos ou isolamento de

vírus em vetores, nos últimos 15 dias, sem

comprovação de ser vacinado contra febre amarela

(apresentação do cartão de vacina)

Ficha de Investigação de Febre Amarela

SINAN

Da Notificação:

Todo caso humano suspeito deve ser notificado àSES/MGimediatamente, pela via mais rápida;

Assim como toda e qualquer mortandade demacacos (epizootia) referida pela comunidade e/ouprofissionais de saúde

Causas da sub-notificação:

• Ocorrência em áreas distantes dos serviços de saúde;

• Desconhecimento por parte dos profissionais de saúde com

baixo índice de suspeição;

• Quadro clínico compatível com outras doenças endêmicas;

• Dificuldade de acesso ao diagnóstico laboratorial específico;

• Carência de informações sobre a doença e pouca divulgação

junto a comunidade;

Condutas de investigação:� Notificação imediata:

Coordenação de Vigilância Ambiental/SESMG por telefone (31)

3916-0382 ou e-mail:zoonoses@saude.mg.gov.br

CIEVS – por telefone (31) 9744-6983 (31)3235-5975 ou e-mail:

notifica.se@saude.mg.gov.br

� Iniciar investigação (FIE SINAN) / coleta dados básicos para conhecimento

do caso;

� Atendimento por profissional médico que após suspeição deverá solicitar

exame de sangue para confirmação laboratorial;

� Envio do material para o LACEN;

� Manutenção da 2ª via da FIE na Unidade para acompanhamento docaso e

complementação posterior de dados;

� Possíveis deslocamentos nos últimos 15 dias – localidades emunicípios

visitados (LPI);

� Levantar antecedentes de vacina dos casos suspeitos e cobertura

vacinal nos últimos 10 anos nos municípios dos casos suspeitos e

circunvizinhos;

� Verificar se há referências recentes de mortandade de macacos e,

se porventura outros casos ou óbitos suspeitos de FA foram

atendidos nas Unidades de Saúde;

� Realizar vacinação de bloqueio dos não imunes nos LPI’s;

� Coletar espécimes do vetor silvestre no LPI para identificação e

isolamento viral;

� Se houver relatos de epizootia na área, coletar fragmentos de

vísceras dos macacos mortos e encaminhar ao laboratório;

� Realizar busca ativa de casos suspeitos no LPI;

� Presença deaedes aegypti : iniciar medidas de controle com

vistas a reduzir os índices de infestação a níveis menores de

5%;

� Agilizar a confirmação do caso;

� Se negativos, concluir pelo descarte, encerrar o caso e

interromper as ações de vacinação de bloqueio,

disponibilizando nas atividades de rotina;

� Óbito: obrigatória a coleta de vísceras (fígado, baço,

linfonodos);

� Avaliar a necessidade de vacinação de bloqueio seletiva nos

locais onde o paciente esteve no período de viremia;

� Desenvolver ações de informação, educação e comunicação

permeando atividades de controle;

� Diante de um caso confirmado emque a investigação

epidemiológica concluiu ser de transmissão urbana, está

caracterizada uma grave situação de emergência

(reurbanização da febre amarela);

Fatores de risco para o aparecimento de epidemias:

Em relação à FAU:

o Alta infestação (acima de 5%) poraedes aegypti;

o Presença de uma quantidade suficiente de pessoas susceptíveis;

o Proximidade de umfoco enzoótico (ativo)

o Melhoria dos meios de transporte (infectados) para áreas coma

presença deaedes aegypti

Em relação à FAS:o Deslocamento de pessoas susceptíveis para área endêmica de

FAS;

o Abundância de vetores relacionada a fatores meteorológicos;

o Baixa cobertura vacinal da população residente nas áreas

endêmicas;

o Presença de primatas (amplificadores);

o Mortandade de primatas sem causa definida

Diagnóstico Laboratorial� Sorologia:

Mac-ELISA (detecção de IgM por captura, fase aguda)

Inibição da hemaglutinação

Fixação de complemento

Imunofluorescência indireta

Neutralização

� Isolamento do vírus amarílico (sangue, soro, tecido)

� RT-PCR (sangue, soro e tecido)

� Anátomo patológico: histologia e imuno-histoquímica

Vigilância de Epizootias

Objetivos

Geral –

• Prevenir casos humanos de FA

Específicos –

• Reduzir a ocorrência de febre amarela silvestre

• Identificar de modo precoce a circulação do vírus da febre

amarela em seu ciclo enzoótico (transmissão entre primatas e

vetores)

Vigilância de epizootias

Definição de caso

1. Caso suspeito –

Primata não humano de qualquer espécie, encontrado morto

(incluindo ossadas) ou doente, em qualquer local do território

nacional

2. Caso confirmado –

Caso suspeito com resultado laboratorial conclusivo

Caso suspeito com evidência de circulação de vírus da febre

amarela

Formulário de informação – padronização:

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_vig_epizootias2006.pdf

Sistema informatizado

Informação disponível

Caracteriza ocorrências

Permite análise rotineira

ConsideraConsideraConsideraConsidera----se primata não humano se primata não humano se primata não humano se primata não humano doente...doente...doente...doente...

� Comportamento anormal

� Movimenta-se lentamente

� Não demonstra instinto de fuga

� Segregado do grupo

� Perda de apetite

� Baixo peso (magro)

� Desnutrição

� Desidratação

� Lesões cutâneas

� Secreções nasais, oculares

� Diarréia

(mico, soim -Callithrix spp.)

(guariba, bugio- Alouatta spp.)

HOSPEDEIROS – AMPLIFICADORES - DISSEMINADORES

(macaco prego –Cebus sp.)

Portaria Nº. 104, de 25 de Janeiro de 2011Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o

disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de

doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o

território nacional e estabelecer fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições

aos profissionais e serviços de saúde.

ANEXO I – Lista de notificação compulsória – LNC

14. Febre Amarela

ANEXO II

Lista de notificação compulsória imediata – LNCI

I. Caso suspeito ou confirmado de:

7. Febre Amarela

III. Doença, morte ou evidência de animais com agente etiológico que podem acarretar a ocorrência de doenças em humanos, destaca-se:

1. Primatas não humanos 4. Morcegos2. Eqüinos 5. Canídeos3. Aves 6. Roedores silvestres

Substituiu a Portaria ministerial Nº. 2472 de 31 de Agosto de 2010...

Foco da vigilância:

� Proteção ambiental

� Conservação animal

� Produtores rurais

� Agricultores

� Zoológicos

� Parques

� Instituições de ensino e pesquisa

� População

Fonte importante de informação

Notificação e investigação oportunas:

em até 24 horas

Orientações básicas para investigação:

� Verificar no local rumor de morte de PNH

� Extensão da área afetada com registro fotográfico

� Consultar a população local: presença de PNH’s e mosquitos na mata

� Histórico vacinal dos moradores e busca ativa de suspeitos de FA

� Obter informações sobre ocorrência anterior e atual de primatas (vivos oumortos) e data do início das mortes

� Completar a ficha de notificação de epizootia (campo observações,relatório adicional)

� Marcar a localização geográfica: GPS, pontos de referência a partir doponto central do município

� Coletar amostras de primatas, avaliar indicação da coleta de vetores

� Encaminhamento das amostras para laboratório de referência

� Avaliação em conjunto quanto a necessidade de ações adicionais deintensificação da vigilância, vacinação, comunicação e controle vetorial.

Investigação entomológica

de eventos relacionados à

Febre Amarela

Objetivo:

� Detectar evidência de circulação viral paraconfirmação de casos humanos eepizootias em PNH’s por vínculoepidemiológico;

Vigilância de coberturas vacinais

• Criada em 1937• Último caso de FAU (Brasil) em 1942

De 1999 a 2009 – 104.368.773 pessoas vacinadas

Para áreas com circulação viral conhecidas:� Manutenção de altas taxas de cobertura vacinal� Recomendação oportuna de vacinação do viajante� Intensificação da vacinação durante as ESPIN

Fonte: BRASIL, 2008

Fonte: BRASIL, 2012

ACRV 2012

Cobertura vacinal acumulada para FA, Brasil, 2002-2012*

ACRV 2009

Fonte: BRASIL, 2012

Situação epidemiológica da febre amarela no Brasil e em Minas Gerais

Fonte: BRASIL, 2012

Epizootias Notificadas, Brasil, 2000-2010

Fonte: BRASIL, 2010

Mapa de distribuição dos casos humanos confirmados de febreamarela silvestre, mortes de primatas não humanos (PNH) eepizootias por febre amarela, por município de provávelinfecção. São Paulo, outubro/2008 a setembro/2009.

Mapa de distribuição dos casos humanos confirmadosde febre amarela silvestre, mortes de primatas nãohumanos (PNH) e epizootias por febre amarela, pormunicípio de provável infecção. Rio Grande do Sul,outubro/2008 a setembro/2009.

51 casos humanos / 21 óbitos (letalidade 41%)

1602 mortes de macacos

174 epizootias confirmadas

28 casos humanos / 11 óbitos (letalidade 39%)

79 mortes de macacos

2 FA em macacos

FA em mosquito

SP RSFonte: SVS/MS Fonte: SVS/MS

Registros de FAS ainda...

� São Paulo (fev.2008): 145 mortes de primatas (44 +) / semcasos humanos

� São Paulo (março 2008): 2 casos humanos

� Paraná (2008): 2 casos em humanos e registro de morte demacacos a 70 km da ACRV

� Goiás (2008): 16 casos humanos, circulação viral em PNH evetor silvestre

� Minas Gerais (2008 e 2009): municípios de Unaí e Ubá,respectivamente

� Pará e Mato Grosso do Sul (2010): 2 casos humanos

� 2011 – 2 casos confirmados – Amazônia brasileira

� 2012 e 2013*: sem casos humanos confirmados

Casos de febre amarela silvestre, MG, por município e

GRS, 1989-2009Cura Óbito

1989 5 2 71994 2 1 32000 0 2 22001 16 16 322002 4 2 62003 37 21 582008 1 0 12009 1 0 1Total 66 44 110

Fonte: GVA/SE/SES-MG

Ano

Evolução

Total

Número de Casos Confirmados e Óbitos por Febre Amarela no Estado de Minas Gerais nos

anos de 1989 a 2009

Fonte: DVA/SVEAST/Sub.VPS/SES-MG

Áreas de ocorrência de epizootias, MG, 2008

Fonte: DVA/SVEAST/Sub.VPS/SES-MG

164 epizootias de PNH’s

7 primatas positivos

Perspectivas para Vigilância da Febre Amarela no Brasil:

� Ocorrência de surtos de FAS em áreas populosas� Vigilância em humanos, PNH’s e vetores� Altas taxas de coberturas vacinais� Trabalho em conjunto dos três níveis de gestão� Detecção precoce da circulação viral� Vigilância de casos humanos� Resposta do serviço� Vacinação oportuna de viajantes� Integração com outros setores

OBRIGADA!

ludmila.santana@saude.mg.gov.br

zoonoses@saude.mg.gov.br