Post on 12-Jun-2015
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Evolução da saúde em Portugal
Rede Nacional de Saúde
• Num passado ainda recente a doença era
frequentemente definida como "ausência de
saúde", sendo a saúde definida como "ausência de
doença" - definições que não eram esclarecedoras.
• Definições mais flexíveis quer de saúde quer de
doença consideram múltiplos aspetos causais da
doença e da manutenção da saúde, tais como
fatores psicológicos, sociais e biológicos.
O que é Saúde e Doença?
A fonte inspiradora da ciência médica ocidental
localiza-se na tradição hipocrática, um sistema de
pensamento e prática médicas que floresceu na Grécia
Antiga, cerca de 400 anos A.C.
A Grécia Antiga constitui um período marcante pois
está ligada a propostas de libertação da medicina das
suas influências mágico-religiosas, estabelecendo, pois,
uma rutura em relação à medicina da Mesopotâmia e
do Egipto.
Período pré-cartesiano
A fonte inspiradora da ciência médica ocidental localiza-se na
tradição hipocrática onde Hipócrates defendia um conjunto de
princípios teóricos e metodológicos que lhe granjearam a
classificação de "pai da medicina".
Defendeu que as doenças não são causadas por demónios ou
por deuses, mas por causas naturais.
Propôs que os procedimentos terapêuticos se baseassem numa
base racional, com o objetivo de corrigir os efeitos nocivos das
forças naturais.
Período pré-cartesiano
Mente sã em corpo são
A saúde significava:
Até à criação das misericórdias (a primeira
será a de Lisboa, em 1498) continuarão a
coexistir diversos tipos de estabelecimentos
assistenciais em Portugal.
Vamos encontrar na Idade Média quatro tipos
de estabelecimentos, que chegaram ao
Ocidente cristianizado por via da influência
bizantina, do monaquismo e das Cruzadas.
Estabelecimentos assistenciais em Portugal
Albergarias
Criadas originalmente para assistência aos peregrinos e
demais viajantes, mas servindo também de albergue para
doentes e mendigos, eram sustentadas sobretudo pelas
ordens religiosas e militares, sendo algumas dotadas de
pequenas enfermarias;
Desenvolveram-se com as peregrinações a Santiago de
Compostela; muitas delas limitavam-se a oferecer uma
simples refeição e uma enxerga aos viandantes;
Em algumas terras, eram conhecidas como a "casa dos
passantes“.
Tipos de estabelecimentos assistenciais
Hospitais (ou Espritais)
"Feitos e ordenados principalmente para a cura
e gasalhado dos pobres e enfermos";
No Séc. XII, o seu número era inferior ao das
albergarias.
Tipos de estabelecimentos assistenciais
Gafarias
Destinadas ao internamento dos gafos ou
leprosos, são também designadas por
leprosarias (e, mais tarde, lazaretos, termo que
deriva do facto de a lepra ser então igualmente
conhecida como o mal de S. Lázaro)
Tipos de estabelecimentos assistenciais
Mercearias
Destinadas originalmente às pessoas da
nobreza empobrecida ou envergonhada; em
geral, funcionavam junto a capelas.
Tipos de estabelecimentos assistenciais
Hospícios
Até 1498, ano da fundação da Misericórdia de
Lisboa, não aparecem referências muito
explícitas em relação à existência de
estabelecimentos especificamente
vocacionados para a assistência a prestar às
crianças órfãs ou abandonadas;
Tipos de estabelecimentos assistenciais
Hospícios
Em todo o caso, em 1321, Santa Isabel, mulher de
D. Dinis, havia já fundado o ”Hospital de Meninos
de Santarém”, um dos mais antigos recolhimentos
de crianças, órfãos e enjeitados.
NOTA: Enjeitados - Rejeitados, desprezados,
abandonados, largados. Filhos de pais incógnitos.
Tipos de estabelecimentos assistenciais
Hospital (com Albergaria) São Nicolau
Fundado junto ao Mosteiro de Sta. Cruz (cuja
origem remonta a 1130). Primeira escola
médica, a cargo dos Cónegos Regrantes de
Santa Cruz (ou frades crúzios). A albergaria
era administrada por uma confraria laica.
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Hospital Mont’Arroio
Fundado pelos Cónegos Regrantes de Sta.
Cruz, no princípio da nacionalidade (século
XII), e também ligado ao respetivo mosteiro.
Ficava paredes-meias com o de S. Nicolau (que
tinha maior capacidade).
Hospital (com albergaria) Santa Luzia
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Hospital (com albergaria) Santa Maria da Graça
Localizava-se na atual Rua de Sofia.
Hospital Santa Maria de São Bartolomeu
Quatro camas. O compromisso da confraria
data de 1343. Situava-se junto à primitiva
igreja de S. Bartolomeu, de estilo românico, na
atual Praça Velha ou do Comércio.
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Hospital Santa Elisabete
Localizava-se no Rossio, junto ao Mosteiro de
Sta. Clara. Este convento, originalmente
destinado a senhoras pobres, irá ser
restaurado pela mulher de D. Dinis, Isabel de
Aragão – Rainha Santa Isabel (em 1311). O
hospital tinha 30 camas, destinadas a ambos os
sexos.
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Hospital São Lourenço
Situava-se nas proximidades da Capela do
Arnado (demolida na primeira metade do Séc.
XX).
Hospital (com albergaria) São Marcos
Cinco quartos, cada um com uma cama. Ficava
nas proximidades do Colégio dos Órfãos,
pertencente à Santa Casa da Misericórdia.
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Albergaria Santa Maria
Hospital São Gião
Localizava-se perto do Hospital de S.
Bartolomeu, na Rua de S. Gião ou do Hospital,
numa zona onde havia casas "onde se alojam os
escolares de medicina".
Hospital (com albergaria) Mercê
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Hospital (com albergaria) Santa Maria Vera Cruz
Localizado nas proximidades da Igreja de S.
João dos Crúzios (atual Café Santa Cruz).
Hospital (com albergaria) São Cristóvão
Localizado junto da Igreja de S. Cristóvão
(atual Teatro Sousa Bastos, próximo da
Universidade), de estilo romano bizantino. Foi
demolido no princípio do Séc. XX.
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Gafaria São Lázaro
Situada fora de portas, o Hospital Real ou Gafaria
de S. Lázaro, era um dos vários estabelecimentos
existentes na região para isolamento dos gafos.
Nota: Gafos - Que ou quem tem gafa ou lepra.
Os primeiros estabelecimentos assistenciais em Coimbra
Quem foi Francisco Gentil?
Francisco Soares Branco Gentil nasceu em Alcácer do
Sal, a 27 de Fevereiro de 1878;
Cursou na Escola Médico – Cirúrgica, atualmente a
Faculdade de Medicina;
Percorreu todos os escalões da carreira: interno,
cirurgião do Hospital de S. José, Chefe de Serviço de
Urgência, Diretor da Maternidade de Santa Bárbara,
Assistente da secção cirúrgica dos Hospitais Civis e
Professor Cirurgião no Hospital de Santa Marta;
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Quem foi Francisco Gentil?
Foi um forte impulsionador da valorização da enfermagem, com
a criação da Escola Técnica de Enfermeiras, hoje Escola
Superior de Enfermagem Francisco Gentil, que desde o inicio da
sua atividade, em 1940, pugnou pela qualidade e exigência;
Mas, apesar de toda a sua intensa e variada atividade, é à luta
contra o cancro que Francisco Gentil fica intemporalmente
associado, como médico, como gestor e como influente
estratega. O seu nome ficará para sempre ligado à obra
extraordinária que ergueu no Instituto Português de Oncologia .
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Quem foi Francisco Gentil?
Graças à atividade do Prof. Francisco Gentil, é publicado o
Decreto nº 9333, por si elaborado, que criava o Instituto
Português para o Estudo do Cancro, hoje Instituto Português
de Oncologia;
Em reconhecimento da sua atuação, a Universidade de
Coimbra concede ao Prof. Francisco Gentil, em 1948, o grau
de Doutor Honoris Causa;
Em 1961 sofre um AVC que o obriga a cessar funções no
Instituto e acaba por falecer a 13 de Outubro de 1964,
deixando um legado que perdura até aos dias de hoje.
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Criado a 29 de Dezembro de 1923 com a
designação de Instituto Português para o Estudo
do Cancro, através do decreto nº 9333;
Até 1987 ficou sob a tutela do Ministério da
Instrução Pública, passando nessa altura para a
dependência do Ministério da Saúde;
Tinha, nesta época, sede provisória no Hospital
de Santa Marta, em Lisboa.
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Em 1927, é inaugurado o primeiro pavilhão do IPO,
designado Pavilhão A (atual Laboratório de Medicina
Nuclear), que se localizava na Palhavã, Lisboa;
Em 1929 foi inaugurado o Pavilhão B, que se
destinava a consultas das especialidades
de dermatologia e urologia ;
Em 1933 o Pavilhão C, com quatro pisos, entra em
funcionamento;
O Pavilhão Central / Bloco Hospitalar foi inaugurado
em 1948.
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Em 1930 o Instituto Português para o Estudo
do Cancro passa a designar-se Instituto
Português de Oncologia;
A 5 de Outubro de 1931 foi feito Grande-
Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da
Espada ( Ordem honorífica portuguesa que é
concedida por mérito literário,
científico e artístico).
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Instituto Português de Oncologia de Coimbra
Inaugurado em 1962, foi impulsionado pelo Professor
Doutor Luís Raposo;
Em 1977, o IPO de Coimbra autonomizou-se
relativamente ao de Lisboa;
apresenta atualmente uma área de internamento,
central de consultas, hospital de dia, radioterapia,
estrutura hoteleira, serviço de medicina nuclear, serviço
de imunohemoterapia, unidade de cirurgia, entre
outros.
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Instituto Português de Oncologia de Coimbra
Em dezembro de 2005, o Instituto Português
de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil é
notificado da decisão do comité da acreditação
do Health Quality Service (HQS) de que o
IPOCFG, E.P.E. tinha atingido a acreditação
total.
Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil
Fábio Simões
Mariana Carnin
Trabalho realizado por: