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EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS NOS PERIÓDICOS OITOCENTISTAS: RECORTES
DA EXPEDIÇÃO DE LOUIS AGASSIZ AO BRASIL (1865 – 1866)
ANDERSON PEREIRA ANTUNES1
RESUMO
Quando veio ao Brasil pela primeira vez, em 1865, Louis Agassiz (1807-1873) já gozava de
amplo reconhecimento internacional. Dentre os méritos que justificavam sua reputação,
podemos citar alguns breves exemplos, como a descrição dos peixes coletados durante a
expedição de Spix e Martius, seus estudos ao lado de Georges Cuvier e Alexander von
Humboldt, em Paris, e a fundação do Museu de Zoologia Comparada, na Universidade de
Harvard. Logo, quando planejou sua vinda ao país, não foi difícil reunir uma vasta rede de
apoiadores, que incluía financiadores, naturalistas, autoridades norte-americanas e brasileiras,
além de caçadores, escravos e habitantes locais. Além de sua reputação como naturalista, de
seu ferrenho combate às teorias evolucionistas de Darwin que estavam sendo discutidas à
época, e da grande mobilização de colaboradores, outro importante fator contribuiu para gerar
interesse por sua passagem pelo país: a amizade pessoal que mantinha com o imperador
brasileiro D. Pedro II. O resultado desta relação foi um intenso interesse do monarca pelos
andamentos da expedição, assim como sua intervenção direta, sempre que possível, como na
comissão do engenheiro Major João Martins da Silva Coutinho para atuar como guia nas
regiões norte e nordeste do país. Como resultado, a Expedição Thayer, nome que recebeu
graças ao financiamento recebido pelo banqueiro Nathaniel Thayer Jr., recebeu grande
destaque na mídia brasileira. Atualmente, com o grande volume de periódicos digitalizados e
disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional, é possível ter acesso às
diversas notícias que eram publicadas sobre a expedição em jornais e revistas da época. Por
onde aportava, se houvesse uma publicação local, era quase certo que Agassiz e sua comitiva
ganhariam, ao menos, uma breve nota. No entanto, em muitos dos casos, é possível encontrar
não apenas informações sobre sua chegada e partida, mas registros de sua participação em
eventos, informações sobre o andamento de suas pesquisas, sobre a presença e atuação de
seus auxiliares locais, sobre suas relações com o governo, suas palestras públicas sobre
ciência, e até mesmo colunas e charges que nos permitem observar parte da percepção e
recepção do público em relação aos viajantes estrangeiros e seus interesses. O objetivo desta
pesquisa é analisar de que forma as notícias sobre a passagem de Agassiz pelo Brasil,
publicadas nos periódicos, podem ser utilizadas como fontes de informação sobre a
expedição, seus objetivos e resultados, uma vez que nos permitem acesso a um ponto de vista
diferente daquele do próprio naturalista, que é geralmente o narrador de sua própria história,
quando publica seus livros e diários de viagem. Desta forma, será possível também colaborar
com a crescente historiografia sobre o papel da imprensa na divulgação da atividade científica
presente no Brasil do século XIX.
INTRODUÇÃO
1 Doutorando em História das Ciências e da Saúde, Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz. Bolsista
Capes.
Embora a censura e o grande índice de analfabetismo no país representassem grandes
obstáculos para a publicação e divulgação de periódicos, o século XIX viu efervescer a
quantidade de jornais e revistas impressas no Brasil. Particularmente após a vinda da Família
Real portuguesa e a abertura dos portos às nações amigas, em 1808, e a criação da Imprensa
Régia, em 1810, diversas mudanças começaram a operar abrindo novas possibilidades para o
país. Dentre elas, destacamos o surgimento de um grande número de periódicos, dedicados a
assuntos tão variados como a literatura, a política, as artes e as ciências, além de um número
considerável de revistas ilustradas e de periódicos multitemáticos.
A partir dessas publicações, podemos observar como se articulava a elite intelectual
brasileira do Oitocentos. A despeito de uma historiografia que, por muito tempo, considerou a
inexistência de atividades científicas no país antes da instalação das universidades no início
do século XX (Azevedo, 1994), podemos apontar para a profusão de publicações no período
anterior como evidência da atividade intelectual promovida por um grupo de letrados
brasileiros. Como aponta Figueirôa (1998), a historiografia das ciências brasileiras, a partir da
década de 1970 começa a atentar para a possibilidade de diferentes espaços institucionais,
ampliando a concepção tradicional do que constitui um espaço institucional, para incluir
locais como museus e jardins botânicos, aglomerações como sociedades e academias, e
também periódicos, jornais e revistas. Segundo Lopes (1999):
Se neste processo os elementos mais visíveis são as chamadas instituições
científicas, no entanto ele não se restringe a análises funcionais destas
últimas. As quais aliás, são aqui compreendidas de forma ampla, englobando
não só institutos de pesquisa, mas o conjunto de todas as possibilidades de
realização e divulgação de investigações científicas. O que quer dizer que
um museu, uma revista, uma expedição de exploração, são igualmente
espaços institucionais, embora apresentem características diversas e
específicas. (LOPES, 1999, p. 217).
Estas publicações começam a ser compreendidas como exemplos daquilo que Crane
(1972) denominou colégios invisíveis e inseridas no contexto das estratégias de legitimação e
institucionalização de grupos de cientistas. Do mesmo modo que os novos horizontes
conceituais, a ampliação da consideração sobre quais fontes possuíam relevância para os
estudos históricos também permitiu que atas, memorandos e artigos em periódicos ganhassem
um novo estatuto, passando a constituir documentos para a história das ciências (Dantes,
2001; Ferraz; Afonso-Goldfarb; Waisse, 2013).
Partindo destes pressupostos, diversos pesquisadores já realizaram importantes
contribuições para a história das ciências a partir da investigação das publicações periódicas
da comunidade científica brasileira (Pinheiro, 2009; Kury, 2007; de Luca, 2006; Vergara,
2003; Figueirôa, 1992, dentre outros). Pinheiro (2009) ressalta, especialmente, que a grande
quantidade de periódicos indica um campo fértil para novas pesquisas e análises. Segundo a
autora, independentemente das filiações e posições tomadas pela intelectualidade brasileira,
um aspecto em comum pode ser apontado:
Com um ponto todos concordavam, publicar era preciso, e foram feitos
grandes esforços para viabilizar a existência de revistas que trouxessem em
suas páginas a produção científica dos naturalistas da corte do século XIX.
(Pinheiro, 2009, p. 194).
Adicionamos, ainda, que os periódicos brasileiros Oitocentistas constituem uma rica
fonte documental para a análise das expedições naturalistas de viajantes estrangeiros, uma vez
que corriqueiramente continham informações sobre o aporte de navios e a presença de
europeus em solo brasileiro. Com a seguinte pesquisa, propomos utilizar de alguns dos
periódicos disponibilizados de forma digital pela Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca
Nacional para investigar a repercussão e a percepção de parte do público letrado sobre uma
das principais expedições que visitou o Brasil no século XIX, a Expedição Thayer liderada
pelo naturalista Louis Agassiz.
A EXPEDIÇÃO THAYER (1865 – 1866)
Sinto que preciso de novas cenas para me dar nova vida. Mas para onde ir e
o que fazer? Talvez eu tenha escrito, no ano passado, sobre os vários sinais
de gentileza que recebi do Imperador do Brasil e você se lembrará que,
quando fiz meu debut como autor, minha atenção estava voltada para a
História Natural daquele país. [...] Sendo assim, eu já havia me decidido
quando, de forma totalmente inesperada, e como consumação de todos os
meus desejos, minha viagem de prazer foi transformada em uma importante
expedição científica para o benefício do Museu [de Zoologia Comparada],
pela intervenção de um de nossos amigos, o Sr. Nathaniel Thayer2.
Foram com estas palavras, endereçadas a sua mãe na Suíça, que Agassiz compartilhou
com a família sobre suas intenções de vir ao Brasil em uma expedição científica. Embora
estivesse inicialmente planejando uma excursão que o permitisse algum tempo de repouso da
rotina de trabalho que mantinha na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a oferta de
financiamento oferecida por Nathaniel Thayer Jr. (1808 – 1883) não poderia ser
desconsiderada facilmente. Além de banqueiro e filantropo, Thayer era um reconhecido
2 AGASSIZ, Louis. Carta à Rose Mayor Agassiz. Cambridge: 22 de Março de 1865. p. 1, tradução livre. Louis
Agassiz Correspondence and Other Papers, 1821 – 1877; Series I, MS Am 1419. Houghton Library, Harvard
University. Disponível em: < http://pds.lib.harvard.edu/pds/view/12379926?n=640> Acesso em: 5 ago. 2016.
mecenas da universidade onde Agassiz lecionava, celebrado por ser um dos “mais generosos
cidadãos de Boston”3. Em relação a expedição, a generosidade de Thayer garantiu ao
naturalista e a sua esposa passagens gratuitas e dinheiro suficiente para custear toda a sua
permanência em terras brasileiras. Ademais, também foram garantidos os recursos necessários
para o transporte das coleções para o Museu de Zoologia Comparada, e os custos de viagem
de mais seis auxiliares escolhidos entre a equipe que trabalhava no Museu de Zoologia
Comparada.
Para compor sua equipe, foram selecionados funcionários oriundos de diferentes
seções do museu, de forma a montar uma equipe diversificada e qualificada para a
investigação da Natureza brasileira. Foram recrutados o geólogo Charles Frederick Hartt
(1840 – 1878), o ornitólogo Joel Asaph Allen (1838 – 1921), o conquiologista John Gould
Anthony (1804 – 1877), o paleontólogo Orestes St. John, o artista Jacques Burkhardt (1818 –
1897), e o preparador de espécimes George Sceva. Para incrementar sua equipe, Agassiz
divulgou pela universidade que estaria disposto a levar alguns estudantes, desde que
pudessem arcar com os seus próprios custos de viagem. A oportunidade de colaborar com o
ilustre Professor Agassiz e de partir em uma viagem de exploração com destino ao Brasil –
experiência que tinha paralelos com a exploração do Oeste americano, no qual a viagem podia
ser compreendida como uma forma simbólica de rito de passagem para a masculinidade4 –,
chamou a atenção de muitos voluntários. A equipe foi acrescida, então, de Newton Dexter,
William James (1842 – 1910), Edward Copeland, Thomas Ward (1884 – 1940), Walter
Hunnewell (1844 – 1921), e do filho do próprio Nathaniel Thayer Jr., Stephen V. R. Thayer
(1847 – 1871).
Quem também se juntou ao grupo, marcando a única presença feminina na equipe, foi
a esposa de Agassiz, Elizabeth Cabot Agassiz (1822 – 1907). Segundo Lindsay5, em uma
3 FISKE, John; WILSON, James Grant. (eds.) Appleton’s Cyclopedia of American Biography. vol. 6, 1889. p.
73, tradução livre. Disponível em:
<https://archive.org/details/AppletonsCyclopediaOfAmericanBiographyVol.6>. Acesso em: 5 ago. 2016. 4 BENNETT, Elizabeth T. Silver and gold: Victorian masculinities of the nineteenth-century American west.
2012. 104 f. Monografia (Bacharelado em Antropologia) – Division of Social Sciences, New College of Florida,
Florida, 2012. Disponível em: <
http://www.academia.edu/2200656/Silver_and_Gold_Victorian_Masculinities_of_the_Nineteenth-
Century_American_West> Acesso em: 5 ago. 2016. 5 LINDSAY, Debra. Intimate inmates: wives, households and science in nineteenth-century America. Isis, vol.
89, nº 4, Dezembro 1998. p. 632, tradução livre. Disponível em: <
http://www.jstor.org/discover/10.2307/236736?uid=3737664&uid=2&uid=4&sid=21104543303421> Acesso
em: 6 ago. 2016.
época onde a educação formal em ciências ainda era constantemente negada ao público
feminino, acompanhar a vida e o trabalho de seus maridos, pais ou filhos cientistas era uma
forma alternativa para que as mulheres adquirissem instrução científica. Este certamente foi o
caso de Elizabeth, que acompanhou de perto as pesquisas de seu marido. Com a viagem ao
Brasil, não foi diferente. Elizabeth não apenas esteve ao lado de Agassiz, como se encarregou
da redação diária do relato de viagem.
Finalizadas as preparações para a viagem, o grupo deixou os Estados Unidos em abril
de 1865, a bordo do vapor Colorado com rumo ao Rio de Janeiro. Sua missão pode ser
resumida em dois objetivos principais: estudar a glaciação no Hemisfério Sul, em uma
tentativa de comprovar a existência de uma era glacial global recente; e coletar animais,
especialmente peixes amazônicos, muitos dos quais já eram conhecidos por Agassiz desde a
sua publicação da descrição dos espécimes coletados durante a viagem de Carl Friedrich
Philipp von Martius (1794 – 1868) e Johann Baptiste von Spix (1781 – 1826)6. É preciso
apontar, também, que embora não tenham sido os objetivos primários da viagem, Agassiz
também se dedicou ao estudo da miscigenação no país, à análise da viabilidade do envio de
escravos libertados dos Estados Unidos para a Amazônia, além de ter exercido pressão junto
ao Imperador brasileiro para a abertura da navegação do Amazonas para o comércio
internacional7. Observamos, portanto, que mesmo se tratando de expedições com objetivos
científicos, muitas destas jornadas empreendidas por naturalistas Oitocentistas também se
encontravam carregadas das questões políticas, econômicas e sociais de suas épocas.
Ao todo, os viajantes passaram pouco mais de um ano no Brasil, dividindo-se em
equipes menores e percorrendo diversas regiões do país. O grupo liderado por Agassiz contou,
ainda, com a participação de alguns colaboradores brasileiros, como o oficial da Companhia
de Navegação do Amazonas, Talisman Figueiredo de Vasconcelos e o engenheiro militar
Major João Martins da Silva Coutinho (1830 – 1889), indicado pelo Imperador para atuar
como guia aos viajantes devido ao seu vasto conhecimento dos territórios do norte e nordeste
brasileiro.
6 A obra foi publicada em dois volumes (1829 e 1831) sob o título Selecta genera et species piscium. 7 Cf. HAAG, Carlos. O dia em que o Brasil disse não aos Estados Unidos. Revista Pesquisa FAPESP, nº 156,
fevereiro 2009, p. 81. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2009/02/80-
85_156.pdf> Acesso em: 6 ago. 2016.; MACHADO, Maria Helena P. T. Brazil through the eyes of William
James: letters, diaries, and drawings, 1865-1866. Cambridge: Harvard University Press, 2006.
É importante destacar a importância das contribuições recebidas a partir dos habitantes
locais para a Expedição Thayer. Ao longo da viagem, Agassiz recebeu auxílios tanto de
importantes figuras locais, como o próprio Imperador Dom Pedro II (1825 – 1891), quanto de
escravos, indígenas e outros moradores das cidades visitadas. Durante a pesquisa realizada em
meu mestrado em História das Ciências e da Saúde, na Casa de Oswaldo Cruz, Fundação
Oswaldo Cruz8, foi possível identificar a partir do exame do livro de viagem publicado por
Agassiz e sua esposa um total de 168 auxiliares mencionados, a maioria nominalmente. O
contato com figuras políticas, como o Imperador e diferentes presidentes de províncias, se
mostrou essencial para que Agassiz pudesse ampliar sua rede de contatos pelas regiões. O
contato com moradores significava a possibilidade de receber informações sobre locais de
coleta, sobre a fauna e flora local, apresentações a outros possíveis auxiliares, além de auxílio
na coleta de espécimes e na logística envolvida com a manutenção e o deslocamento da
expedição. Sendo assim, é possível afirmar que:
Dentre os principais auxílios conquistados por Agassiz está o apoio do
governo brasileiro, principalmente por meio de sua amizade com Pedro II.
Esta, figurou-se como condição essencial para o suporte dado a ele por
importantes figuras políticas, e facilitou, também, o trânsito dos viajantes por
todo o país. O auxílio das populações locais – não só indígenas, mas também
brasileiros e estrangeiros que já habitavam no país – também foi muito
importante para a coleta de espécimes e de informações, e o próprio Agassiz
reconheceu o valor destas colaborações em diversas passagens de seu relato.
A cooperação da população, no entanto, particularmente no caso dos
indígenas, só foi possível a partir da atuação de intermediários. Muitos dos
governantes locais interviram em favor de Agassiz, o que certamente
favoreceu a articulação dos moradores pelas cidades em que passavam, onde
eram frequentemente recebidos com coleções. (ANTUNES, 2015, p. 123).
Aliada à celebridade que Agassiz já possuía, o profundo envolvimento dos viajantes
com a população local, incluindo eminentes figuras políticas foi um dos fatores que atraiu a
atenção da mídia impressa brasileira para a expedição. A seguir, veremos alguns exemplos de
notícias veiculadas em alguns dos principais periódicos da época sobre Agassiz e sua
expedição pelo Brasil.
A EXPEDIÇÃO THAYER EM PERIÓDICOS BRASILEIROS
8 ANTUNES, Anderson Pereira. A rede dos invisíveis: uma análise dos auxiliares na expedição de Louis Agassiz
ao Brasil (1865-1866). 2015. 155 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde). Casa de
Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, 2015. [Orientadores: Luisa Medeiros Massarani e Ildeu de Castro
Moreira]. Disponível em:
<http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/dissertacoes/dissertacao_anderson_antunes.pdf>. Acesso em: 8 ago.
2016.
Para esta pesquisa, utilizamos o acervo de periódicos digitalizados e disponibilizados
gratuitamente pela Biblioteca Nacional através de sua Hemeroteca Digital9, plataforma que,
desde o seu lançamento, continua a ser constantemente atualizada e já conta com mais de um
milhão e meio de documentos disponibilizados para consulta. Apesar da grande quantidade de
documentos, este vasto acervo representa, ainda, apenas uma parcela da totalidade de
periódicos sob a guarda da instituição o que, por sua vez, também representa apenas uma
parcela da totalidade de periódicos sob circulação no país em épocas passadas.
Ainda assim, definindo como critério de busca apenas o nome Agassiz, e marcando o
período a ser pesquisado para o intervalo entre os anos de 1860 e 1869, é possível encontrar
um total de 467 ocorrências em 50 periódicos diferentes, publicados em diversas regiões do
país. Se formos adiante, definindo o intervalo de tempo para os anos de 1870 e 1879, que
abrangem o período imediatamente posterior à expedição e à publicação do livro de viagem
de Agassiz, assim como sua morte em 1873, encontramos um total de 604 ocorrências, em 50
periódicos diferentes, para o termo Agassiz. Defronte tão vasto material, foram selecionados
aqueles periódicos de maior circulação e tiragem, onde encontramos maiores números de
ocorrências, para uma análise mais aprofundada, uma vez que a análise da totalidade de
ocorrências ainda não pode ser concluída até o momento.
Dentre o conteúdo investigado, foi possível observar que Agassiz aparece sendo
mencionado em uma grande variedade de artigos que vão desde breves notas sobre sua
chegada pelos diferentes portos em que passou, até extensos relatórios sobre suas
investigações científicas, passando também por transcrições de correspondências, notas sobre
seu contato com moradores ilustres e também charges humorísticas sobre o naturalista e sua
expedição.
Também são evidentes algumas das contribuições recebidas por Agassiz durante sua
viagem, o que fazem destes periódicos uma excelente fonte de informações sobre os
benefícios recebidos pelo naturalista a partir de sua rede de contatos no país. Em uma nota
publicada na seção Notícias Diversas do Correio Mercantil em 21 de setembro de 1865,
encontramos o comunicado de que o Ministério da Agricultura havia enviado uma remessa de
seis mil reis “marcada para o auxílio do naturalista Agassiz”10. Podemos apontar que, além do
9 http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/ 10 Notícias diversas. Correio mercantil. Rio de Janeiro, p. 2, 21 set. 1865. Disponível em:
<http://memoria.bn.br/DocReader/cache/5544203264124/I0025281-
2Alt=001776Lar=001350LargOri=007069AltOri=009301.JPG>. Acesso em: 10 ago. 2016.
apoio financeiro recebido de Nathaniel Thayer, a expedição também recebeu diversos auxílios
do governo brasileiro. Segundo o próprio naturalista:
Para concluir, eu afirmaria que esta Expedição Brasileira, servida e mantida
pela generosidade de indivíduos, foi tratada como uma empreitada nacional e
recebida com uma hospitalidade nacional. Desde o momento de nosso
desembarque no Rio de Janeiro, o governo me ofereceu todas as facilidades
para a minha empreitada.11
Em correspondência enviada ao seu amigo Charles Sumner (1811 – 1874), senador de
Massachusetts, datada de 26 de dezembro de 1865, Agassiz novamente expressou gratidão
pelos auxílios recebidos diretamente do governo imperial:
A gentil recepção que recebi das mãos do Imperador quando cheguei ao Rio
foi seguida por toda a atenção possível e por sinais de boa vontade
direcionados a mim, pessoalmente, mas geralmente ofertados de maneira a
mostrar que uma expressão de cordialidade direcionada aos Estados Unidos
também estava presente em meio ao sentimento de amizade com que tudo
foi feito para facilitar minhas pesquisas.12
Corroborando com o mesmo sentimento, Elizabeth Agassiz registrou a seguinte
passagem no livro de viagem do casal, após o encontro de Agassiz com o Imperador no
Observatório Real, onde assistiram juntos a um eclipse:
O interesse cordial demonstrado pelo Imperador por todos os objetivos da
presente expedição é bastante encorajador para o Sr. Agassiz. Um espírito
tão liberal encabeçando o governo tornará sua tarefa comparativamente fácil.
Ele também encontrou diversas pessoas oficiais para tratar de negócios
relacionados aos seus esquemas científicos. Em todos os lugares ele recebe
as mais acaloradas expressões de simpatia e tem a garantia de que a
administração o agraciará de todas as maneiras que puder para cumprir com
seus planos.13
A amizade com o Imperador e o interesse de Pedro II pela expedição garantiram a
Agassiz e sua equipe o apoio e a amizade de diversos deputados, senadores e presidentes de
província pelo país. Podemos apontar, por exemplo, o contato entre os viajantes e Mariano
Procópio Ferreira Lage (1821 – 1872), que à época encabeçava a Companhia União e
Indústria, responsável por projetar e construir uma estrada conectando as cidades de
Petrópolis, no Rio de Janeiro e Juiz de Fora, em Minas Gerais. Pouco após a chegada da
11 MUSEUM OF COMPARATIVE ZOOLOGY. Annual report of the trustees of the Museum of Comparative
Zoology, at Harvard College, in Cambridge, together with the report of the director, 1866. Boston: Wright &
Potter, 1867. p. 15, tradução livre. 12 AGASSIZ, Louis. Carta à Charles Sumner. Rio Negro: 26 de Dezembro de 1865. p. 1, tradução livre. Louis
Agassiz Correspondence and Other Papers, 1821 – 1877; Series I, MS Am 1419. Houghton Library, Harvard
University. Disponível em: < http://pds.lib.harvard.edu/pds/view/12379926?n=650> Acesso em: 14 nov. 2014. 13 AGASSIZ, Louis; AGASSIZ, Elizabeth Cary. A Journey in Brazil. Boston: Ticknor and Fields, 1868.
Disponível em: <https://archive.org/details/journeyinbrazil00agasiala>. Acesso em: 5 ago. 2016. p. 52, tradução
livre.
expedição ao país, Agassiz e sua esposa foram convidados para atravessar a estrada até Juiz
de Fora, onde Ferreira Lage os esperava. O Correio Mercantil de 30 de junho de 1865
registrou a excursão com a seguinte nota:
No Juiz de Fora, o Sr. Comendador Ferreira Lage e sua família esperavam
não só o Sr. Agassiz e sua senhora, como alguns amigos, que desta cidade
deverão acompanhar tão respeitáveis hóspedes; [...] Não há estrangeiro,
sobretudo se é instruído, que chegando ao Brasil não deseja ver os pássaros e
animais americanos. Para satisfazer essa curiosidade tão legítima de seu
hóspede, o Sr. Comendador Ferreira Lage reuniu em sua fazenda diversos
caçadores, e assim proporcionou ao Sr. Agassiz a oportunidade de conhecer
algumas aves e quadrúpedes que apreciou devidamente.14
Com este exemplo podemos observar como se dava a expansão de uma rede de
auxiliares durante uma expedição naturalística. O contato, principalmente com autoridades
locais ou indivíduos ilustres, com conhecimento da região e de seus habitantes e com
prestígio que lhes garantia a concessão de favores, criava pontes que favoreciam os viajantes
em seus objetivos de coleta de espécimes e de informações. Na literatura acadêmica de língua
inglesa, encontramos os indivíduos que realizam esse tipo de papel denominados como go-
betweens15. Subrahmanyam16 define o go-between como um intermediário, isto é, alguém que
media uma interação quando barreiras culturais ou linguísticas, por exemplo, criam obstáculos
que tornariam aquela interação impossível sem a presença de um mediador. Podemos
observar, portanto, que os laços que uniam Agassiz e o Imperador Pedro II funcionaram para
que o monarca atuasse como intermediário da relação entre os viajantes e oficiais do governo
brasileiro. Estes, por sua vez, devido ao contato que tinham com os habitantes das regiões
onde governavam, podiam interceder em nome dos viajantes com a população local criando,
assim, relações que não teriam sido possíveis sem a sua atuação.
Embora raros, os periódicos também nos apresentam alguns relatos destes
colaboradores locais. Ao longo de diversas edições do Correio Mercantil, o Major João
Martins da Silva Coutinho, um dos principais colaboradores brasileiros, segundo o próprio
14 Notícias diversas. Correio mercantil. Rio de Janeiro, p. 2, 30 jun. 1865. Disponível em: <
http://memoria.bn.br/DocReader/cache/5387803888906/I0024956-
2Alt=001771Lar=001350LargOri=007141AltOri=009368.JPG>. Acesso em: 10 ago. 2016. 15 SCHAFFER, Simon; ROBERTS, Lissa; RAJ, Kapil; DELBOURGO, James (eds.). The brokered world. Go-
Betweens and Global Intelligence, 1770-1820. USA: Science History Publications, 2009. 16 SUBRAHMANYAM, Sanjay. Between a rock and a hard place. Some afterthoughts. In: SCHAFFER;
ROBERTS; RAJ; DELBOURGO (ed.) The brokered world. Estados Unidos: Science History Publications,
2009. p. 429-440.
Agassiz17, publicou trechos de seu diário de viagem com a expedição estrangeira. Em seus
textos18, podemos encontrar o seu ponto de vista sobre a expedição, suas contribuições e
indícios de seu relacionamento com os estrangeiros. É preciso salientar que os relatos
publicados em periódicos naturalmente contém os trechos mais elogiosos sobre a atuação de
Agassiz e sua equipe no Brasil. Da mesma forma como os livros de viagem estavam marcados
pelo olhar do estrangeiro sobre terras e povos por ele desconhecidos, nas publicações
periódicas também encontramos manifestos os olhares de seus autores e os objetivos que
tinham com cada publicação. Não podemos esquecer que indivíduos como o Major Coutinho
faziam parte de redes científicas e sociais regidas por regras de sociabilidade e cordialidade
próprias. Somado ao grande renome de Agassiz como um naturalista de mérito internacional,
não é incomum encontrarmos artigos que lhe fazem extensos elogios e descrevem suas
qualidades. Em um exemplar do Correio Mercantil, publicado em 18 de dezembro de 1865,
encontramos um extenso relato sobre as atividades de Agassiz na região amazônica, onde o
autor destaca:
O resultado é prodigioso. Mas também cumpre confessar que eu nunca vi um
homem trabalhar como trabalha o professor Agassiz. Ele não perde tempo,
pode-se afirmar que não faz outra coisa. Seja qual for o grau de calor, a
ocasião, por mais miserável que seja o lugar, e até por pior que seja a sua
cama ou a sua mesa. De nada se queixa e está sempre contente.19
Em uma publicação posterior, Charles Frederick Hartt, que serviu como geólogo da
expedição, escreveu no Diário de Belém a seguinte nota sobre Agassiz:
Tem ele feito um serviço importantíssimo ao Brasil: as suas publicações e
lições públicas tem chamado mais do que nunca a atenção do mundo para
este país; e a sua viagem, com um simples fim científico, há de ter, entre
17 Cf. AGASSIZ, Louis; AGASSIZ, Elizabeth Cary. A Journey in Brazil. Boston: Ticknor and Fields, 1868.
Disponível em: <https://archive.org/details/journeyinbrazil00agasiala> Acesso em: 5 ago. 2016.; ANTUNES,
Anderson Pereira. A rede dos invisíveis: uma análise dos auxiliares na expedição de Louis Agassiz ao Brasil
(1865-1866). 2015. 155 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde). Casa de Oswaldo Cruz,
Fundação Oswaldo Cruz, 2015. [Orientadores: Luisa Medeiros Massarani e Ildeu de Castro Moreira]. Disponível
em: <http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/dissertacoes/dissertacao_anderson_antunes.pdf>. Acesso em: 8
ago. 2016. 18 Os relatórios do Major Coutinho, na íntegra, estão atualmente sob a guarda do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Cf. SILVEIRA, Helena Andrade da (coord.). Inventário analítico do arquivo João Martins da Silva Coutinho.
Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi; IBM Indústria, Máquina e Serviços Ltda, 1984. 19 Transcripção. Diário de Belém. Belém, p. 2, 14 mar. 1871. Disponível em: <
http://memoria.bn.br/DocReader/cache/47230007912409/I0002132-
2Alt=002196Lar=001430LargOri=004704AltOri=007224.JPG>. Acesso em: 10 ago. 2016.
outros resultados, a vantagem prática de estreitar as relações entre as duas
grandes nações americanas – o Brasil e os Estados Unidos.20
No entanto, nem mesmo a boa acolhida que parece ter recebido, pelo menos entre boa
parcela da elite letrada e científica do país, livraram Agassiz do bom humor das charges das
revistas ilustradas, que proliferaram no Brasil no século XIX. Parece ter sido tema comum de
zombaria o hábito naturalista de coletar peixes para estuda-los cientificamente, ao invés de
utilizá-los como alimento. Em um dos números da Semana Illustrada, um dos principais
periódicos ilustrados do país, encontramos a seguinte charge (Imagem 1), onde o texto diz:
GASTRONOMO. Que homem feliz este Sr. Agassiz! Descobriu mais de
1.000 qualidades novas de peixes. Que quitutes não terá saboreado!
NATURALISTA. Queira perdoar; ele não pesca para comer, vai toda a
pescaria para dentro da aguardente, a fim de ser conservada.
GASTRONOMO. É nisto que consiste a ciência? Ora bolas, estragar duas
coisas boas, e acabar por fazer do Coutinho bagre! Esta cá me fica.21
Outra charge com a mesma temática pode ser encontrada publicada no Bazar Volante,
no mesmo ano. Nela, o humorístico se refere a Agassiz como “H. X.” e, colocando o
naturalista como um chefe de cozinha empunhando uma frigideira com peixes em frente ao
fogão, assinala na legenda (Imagem 2): “Meus senhores, a ceia hoje é uma caldeirada de
bagres de primeira qualidade, pescados todos no Amazonas.”22
Logo abaixo, na mesma página, o periódico apresenta outra charge em que Agassiz é
citado, desta vez em relação ao Major Coutinho. Criticando, talvez, uma possível exploração
ou uma apropriação das contribuições do engenheiro, a imagem (Imagem 3) apresenta duas
figuras de terno em pleno diálogo, dizendo:
- Não foste a conversação última do Agassiz? O homem é o diabo. Não
sabes, citou o Coitinho.
- Pois o Coitinho deve-lhe alguma coisa?23
Corroborando do mesmo sentimento, uma charge publicada na Semana Illustrada em 7
de janeiro de 1866 (Imagem 4) apresenta o rosto do Major Coutinho no corpo de um peixe
20 Interior. Correio Mercantil. Rio de Janeiro, p. 1, 18 dez. 1865. Disponível em: <
http://memoria.bn.br/DocReader/cache/5387803888906/I0024956-
2Alt=001771Lar=001350LargOri=007141AltOri=009368.JPG>. Acesso em: 10 ago. 2016. 21 Semana Illustrada. Rio de Janeiro, p. 4, sexto ano, nº 270, 11 fev. 1866. Disponível em:
<http://memoria.bn.br/DocReader/cache/4510607893793/I0002176-
2Alt=001880Lar=001430LargOri=002377AltOri=003126.JPG>. Acesso em: 13 ago. 2016. 22 Bazar Volante. Rio de Janeiro, p. 4, ano 3, nº 35, 1866. Disponível em: <
http://memoria.bn.br/DocReader/cache/251107929758/I0000670-
2Alt=002025Lar=001430LargOri=004339AltOri=006143.JPG>. Acesso em: 13 ago. 2016. 23 Idem.
(talvez preparado por Agassiz, como sugeriu a charge do Bazar Volante), com a seguinte
legenda: “O peixe Coutinho. Espécie nova, descoberta no Amazonas pelo professor Agassiz,
já escamado, temperado e assado.”24
Imagem 1
24 Semana Illustrada. Rio de Janeiro, p. 5, sexto ano, nº 265. Disponível em: <
http://memoria.bn.br/DocReader/cache/1778908993581/I0002137-
2Alt=001916Lar=001430LargOri=002332AltOri=003126.JPG>. Acesso em: 13 ago. 2016.
Imagem 2
Imagem 3
Imagem 4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora este trabalho represente apenas um pontapé inicial na pesquisa sobre a
repercussão e a percepção pública sobre a expedição de Agassiz, e muitas das notícias
publicadas em periódicos brasileiros disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca
Nacional ainda precisem ser analisadas futuramente, os exemplos acima observados nos
permitem realizar algumas considerações.
Notamos, por exemplo, que houve grande interesse, ao menos pelos editores e
representantes da elite letrada do país que comandavam os periódicos, pela expedição de
Agassiz e seus resultados. Em diversos jornais, é possível encontrar relatos extensos sobre as
observações realizadas pelo naturalista e sua equipe, tanto sobre temas científicos quanto por
assuntos de interesse político e econômico como a navegação do Amazonas e seus afluentes.
É interessante, inclusive, notar como algumas figuras de destaque se apropriavam das
observações de Agassiz quando estavam de acordo com os seus próprios objetivos. Caso
notório foi o de Tavares Bastos (1839 – 1875) que incorporou o discurso de Agassiz sobre a
navegabilidade do Amazonas em sua própria defesa da abertura do rio.
Ademais, os periódicos nos permitem confirmar a hipótese de que a Expedição Thayer
contou com grande apoio em meio a sociedade brasileira, o que fica evidente pelas notícias
que associam o governo imperial com a expedição, nas notas sobre festividades oficiais das
quais Agassiz participou e na considerável quantidade de adjetivos elogiosos que permeiam a
vasta maioria das notas sobre Agassiz. Ainda assim, principalmente através do humor e das
críticas aparentes nas charges, podemos notar que haviam, também, olhares mais críticos em
relação aos objetivos do naturalista no país e suas práticas científicas.
Particularmente no estudo da rede de auxiliares de Agassiz no Brasil, realizado
durante meu mestrado, os periódicos foram uma fonte extremamente rica para subsidiar o
mapeamento das relações entre Agassiz e algumas figuras eminentes, que ganhavam destaque
nos jornais. Foram excelentes fontes, também, para facilitar a identificação e fornecer
informações sobre alguns dos indivíduos envolvidos com Agassiz, como o naturalista francês
estabelecido no Rio de Janeiro, Jean-Baptiste Dieudonné Bourget, que anunciava os serviços
prestados em sua loja de História Natural na Rua do Ouvidor em jornais como o Diário do
Rio de Janeiro25. Assim, embora neste momento nossa análise tenha se limitado a algumas
notícias destacadas sobre a Expedição Thayer, ficam evidentes as possibilidades de estudo
ainda a serem exploradas no uso dos periódicos como fontes para a história das ciências,
inclusive para o estudo das redes de colaboradores envolvidos com as expedições naturalistas
que visitaram o país durante o século XIX.
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