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FABRICAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO COM RESÍDUOS DE
BORRACHA DE PNEUS.
MANUFACTURE OF CONCRETE BLOCKS WITH TIRE RUBBER
RESIDUES.
César Fabiano FIORITI 1, Jorge Luís AKASAKI 2
1 Mestre em Engenharia de Estruturas, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira,
Universidade Estadual Paulista – UNESP, Ilha Solteira - S.P,
e-mail: cffioriti@hotmail.com
2 Professor Doutor, Depto de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia de Ilha
Solteira, Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Ilha Solteira
Alameda Bahia, 550 – Centro – 15385-000 – Ilha Solteira – SP – Fone: (18) 3743-1213
e-mail: akasaki@dec.feis.unesp.br
RESUMO
Este trabalho desenvolve um estudo para a produção de blocos de concreto sem função
estrutural com adição de resíduos de borracha na composição do concreto, sendo os
resíduos provenientes da indústria de recauchutagem de pneus. O objetivo é analisar os
blocos quanto à característica mecânica de resistência à compressão simples e
capacidade de absorção de água, para fins de estudos preliminares onde a intenção
futura será obter um material alternativo para a construção civil, contribuindo dessa
maneira para a conservação das fontes naturais de materiais convencionalmente
utilizados e a proteção ambiental.
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Os resíduos de pneus podem ser definidos como resíduos sólidos particularmente
intratáveis, já que sua decomposição é lenta e pode durar até 240 anos. Embora existam
oportunidades para reciclagem dos resíduos de pneus, o mercado está longe de
consegui-lo visto à enorme quantidade de resíduos que é acumulada, e a recauchutagem
que no Brasil segundo estimativas atinge 70% da frota de transporte de carga de
passageiros, é outra fonte que contribui para o acúmulo desse tipo de material altamente
poluidor. Assim sendo, como será mostrado ao longo do artigo, os resíduos da
recauchutagem podem vir a se tornar uma alternativa na composição de materiais e
componentes da construção civil.
PALAVRAS CHAVE: Resíduos de Borracha de Pneus; Blocos de Concreto; Material
Alternativo; Proteção Ambiental.
ABSTRACT
This work develops a study for the production of non-structural blocks of concrete with
addition of rubber residues proceeding from the industry of tires’ retreading. The
objective is to analyze the simple compressive strength and water absorption capacity of
the blocks, for preliminary studies and the future intention is to get an alternative
material for the civil construction, contributing for the conservation of natural materials
sources that are conventionally used and the environmental protection.
Tire residues can be defined as a solid waste that have difficult treatment, since its
decomposition is slow and can last up to 240 years. Although there are chances for
recycling the tire residues, the market is far from this objective because of the enormous
amount of residues that is accumulated, and the retreading that in Brazil reaches
approximately 70% of load and passengers transport’s fleet, is another source that
contributes for the accumulation of this type of highly polluting material. Thus, as it will
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be shown along the paper, the residues of tire’s retreading can become an alternative in
the composition of materials and components of civil construction.
KEY WORDS: Tire Rubber Residues; Bolcks of Concrete; Alternative Material;
Environmental Protection.
1. INTRODUÇÃO
A alvenaria pode basear-se em blocos fabricados industrialmente, sendo estes
submetidos a um rigoroso controle de qualidade por meio de ensaios normalizados. Os
blocos de concreto são elementos prismáticos para alvenaria sem função estrutural e
com função estrutural, conforme mostra a figura 1, sendo constituídos basicamente de
cimento, agregado miúdo e água, conformada através de vibração e prensagem.
Figura 1 – Bloco sem função estrutural e bloco estrutural.
Os precursores dos blocos de concreto que conhecemos hoje talvez sejam os que J.
Bresser produziu na Virgínia – USA, em 1904. A tentativa de se mecanizar um processo
de moldagem de vários blocos numa mesma fôrma, mesmo que manualmente, ganhava
corpo. O início do século XX abria a corrida para a fabricação de máquinas cada vez
melhores.
O desafio era – e ainda é – combinar as duas energias responsáveis pela excelência dos
blocos pré-moldados de hoje. As energias de vibração e compactação da mistura
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precisam atuar devidamente ajustadas e harmonizadas. Só assim se conseguem
resistência, homogeneidade, aparência e economia com os blocos de concreto.
As máquinas produtoras de blocos de concreto são chamadas de vibro-prensas. Isto
devido ao tipo de mecanismo que é empregado para se fazer com que o material de
dosagem penetre e preencha as fôrmas acopladas nas vibro-prensas. Vale ainda ressaltar
que, quando temos as vibro-prensas operando com a alimentação das fôrmas controlada,
elas podem ter suas propriedades físicas otimizadas, devido à estreita relação que este
parâmetro possui com o grau de compactação a que os blocos são submetidos.
De acordo com Holanda (2000), o mecanismo de vibração das vibro-prensas é um dos
principais responsáveis pela qualidade dos componentes que são moldados. Esta
vibração governa as operações de moldagem e colabora diretamente para a prensagem
dos blocos. De modo geral, a melhor vibração é aquela que permite obter, num tempo
mínimo, blocos de qualidade homogênea em todos os pontos da fôrma, provocando
assim uma ótima compactação. Os seguintes parâmetros caracterizam a vibração:
direção, fôrma, freqüência, amplitude, velocidade, aceleração e duração.
Com relação ao paradigma ecológico atual, hoje em dia a natureza é vista como tendo
grande valor e estabelecem-se limites para a poluição gerada no processo de produção.
A preservação ambiental é vista, principalmente, como a proteção do meio ambiente
(flora e fauna) natural. O desenvolvimento ainda é visto em grande medida como algo
contraditório à preservação ambiental (Liddle, 1994).
A indústria da construção civil, segundo estimativas, é responsável por 15 a 50% do
consumo dos recursos naturais extraídos do planeta. Contudo, a utilização de resíduos
como matéria prima na construção civil pode vir a reduzir a quantidade de recursos
naturais retirados do meio ambiente. Isto porque os resíduos não reciclados são
depositados em aterros sanitários e estes ocupam espaços cada vez mais valorizados,
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especialmente aqueles próximos aos grandes centros urbanos. Aterros sanitários
concentram resíduos, muitos deles nocivos, e significam risco de acidentes ambientais,
mesmo que tomadas todas as medidas de técnicas de segurança.
As recentes técnicas do concreto adicionado de resíduos se deram no início de 1960,
quando uma grande variedade de resíduos e de materiais foi introduzida no mercado, o
que acontece até nossos dias, à medida que são realizadas novas aplicações. Conforme
Tezuka (1999), os pioneiros em estudos sistemáticos dirigidos para as possíveis
aplicações e utilização comercial do concreto acrescentado de resíduos foram os
Estados Unidos, a partir de 1971, seguidos pelo Reino Unido e Japão.
Os resíduos poderão se tornar um grande auxiliador na produção de materiais
alternativos de menor custo, substituindo em grande parte os agregados naturais
empregados em concretos, argamassas, blocos, bases para pavimentação, etc.
Em geral os resíduos podem, em uma primeira avaliação, serem classificados como:
● Perigosos, em diferentes graus;
● Não perigosos.
A NBR 10004 – Resíduos Sólidos, define como perigoso um resíduo que possua
propriedades que o torne perigoso ou capaz de causar um efeito danoso à saúde humana
ou ao meio ambiente. Em termos genéricos, a classificação objetiva é feita em função
da: toxicidade; flamabilidade; corrosividade; reatividade; patogenidade e radioatividade.
Paralelo ao desenvolvimento do concreto contendo resíduos, sabe-se que mundialmente
o número de veículos aumenta todos os anos. Esse aumento gera, entre outras coisas,
subprodutos da utilização desses veículos como, por exemplo: os resíduos de borracha
vulcanizada.
Contudo, devido ao processo de recauchutagem, as bandas de rodagem dos pneus
tornam-se resíduos. Desta maneira, conclui-se que a recauchutagem de pneus, que no
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Brasil atinge 70% da frota de transporte de carga de passageiros, é uma fonte que
contribui em grande número para o acúmulo desse tipo de resíduo. A figura 2 mostra as
partes que compõem um pneu na qual os resíduos de borracha vulcanizada são obtidos.
Figura 2 – Partes componentes do pneu. (http://www.rodasepneus.com.br).
Frente a isso, com a introdução dos resíduos de borracha na composição do concreto
dos blocos destinados a alvenaria, será avaliada o comportamento das fôrmas de aço
para uso estrutural e vedação na produção dos mesmos. Será possível assim, comparar a
viabilidade do seu uso como material em substituição aos materiais convencionais
utilizados na indústria da construção civil.
2. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Primeiramente foram realizadas a análise granulométrica e a determinação das massas
específicas dos materiais envolvidos no trabalho (areia, pedrisco e os resíduos de
borracha).
A seguir foi dado um tratamento especial aos resíduos de borracha, passando o material
por um processo de seleção e classificação por peneiramento, onde impurezas como fios
de nylon e fios de aço foram retirados desse resíduo. Com a separação dos resíduos de
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borracha, se definiu a fração utilizável. A fração escolhida foi os resíduos que passaram
na peneira número 20 de abertura (0,8 mm) da ABNT, que representam em média 37%
do volume total do material. Todo esse processo resultou numa nova fração de material
mais uniforme, com predominância de resíduos no tamanho máximo de 3 mm (figura
3).
Figura 3 – Resíduos de borracha depois de passados na peneira número 20.
Foram fabricados blocos de concreto com largura nominal de 15 cm, nas seguintes
dimensões: 14 cm de largura x 19 cm de altura x 39 cm de comprimento, de acordo com
a NBR – 7173 da ABNT. Cinco diferentes dosagens de concreto acrescidas de resíduos
de borracha foram executadas. A fabricação dos blocos de concreto se realizou em uma
máquina vibro-prensa semi-automática (figura 4), estes moldados na Fábrica de pré-
moldados Concretic de Nipoã – Artefatos de Cimento Ltda.
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Figura 4 – Moldagem dos blocos na vibro-prensa semi-automática.
Nesse estudo o método de cura empregado foi à cura natural, que se realizou no pátio da
Fábrica de pré-moldados. O período de cura dos blocos permaneceu por sete dias, como
condição de se obter a resistência mínima estabelecida pela norma NBR – 7173 da
ABNT. O ciclo de cura natural consistiu na cura em condições ambiente, com a
manutenção da umidade do estoque de blocos constante por meio de aspersão de água.
Aos 28 dias de idade foram ensaiados 30 corpos-de-prova, sendo 6 para cada dosagem
de concreto. Todo o processo do ensaio para determinação da resistência à compressão
foi baseado no método descrito na norma NBR – 7184 (Blocos Vazados de Concreto
Simples para Alvenaria – Determinação da Resistência à Compressão) da ABNT.
Lembrando que a norma determina que a regularização das faces dos blocos de
concreto, seja feita com um material que ofereça resistência no mínimo igual ao do
bloco a ser ensaiado. Entretanto, neste trabalho foi adotado o método de regularização
das faces dos blocos, já testado pelo Laboratório de Engenharia Civil da Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira, e pelo Laboratório Central de Engenharia Civil da
Companhia Energética de São Paulo situada em Ilha Solteira, com a apresentação de
resultados bastante satisfatórios. Tal método consistiu em substituir o capeamento
tradicional que é realizado com enxofre ou gesso, por várias chapas de papelão
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superpostas nas duas faces onde foram aplicados os carregamentos. A figura 5 ilustra o
bloco na prensa universal para ensaios, onde pode ser observada a presença dos pratos
de aço usados como apoio, e também, a utilização das folhas de papelão que serviram
como capeamento dos blocos.
Figura 5 – Bloco na prensa universal para ensaios.
Com relação ao ensaio para determinação da absorção de água, este seguiu as
prescrições da norma NBR – 12118 da ABNT. Para o ensaio em questão foram
utilizados 15 corpos-de-prova, sendo 3 para cada dosagem de concreto.
3. RESULTADOS OBTIDOS
Os resultados obtidos nos ensaios realizados com os blocos de concreto serão
apresentados conforme descritos anteriormente.
A figura 6 apresenta as curvas granulométricas dos materiais usados na fabricação dos
blocos, e a tabela 1 fornece os resultados dos ensaios de granulometria seguido da
massa específica dos materiais.
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As tabelas de número 2 a 6, se referem às dosagens de concreto dos blocos e as médias
aritméticas dos resultados obtidos com os blocos nos ensaios de resistência à
compressão e absorção de água.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0246810
Peneiras
P o r c e
n t a g e m P
a s s a n d o
EspecificaçãoSuperior
EspecificaçãoInferior
Areia
Resíduos
Pedrisco
Figura 6 – Curvas granulométricas dos materiais.
Tabela 1 – Ensaios de granulometria e massa específica dos materiais.
Material DiâmetroMáximo (mm)
Módulo deFinura
MassaEspecíficaAbsoluta(g/cm3)
MassaEspecíficaAparente(g/cm3)
Resíduos 4,76 2,07 1,09 0,27Areia 2,38 2,04 2,62 1,48
Pedrisco 6,3 5,29 2,57 1,37
Tabela 2 – Dosagem experimental “A” – Resultados dos ensaios.
Dosagem dos Materiais em VolumeCimento % Areia % Pedrisco % Resíduos % Água %
10,30 37,88 30,96 15,00 5,86Resistência à Compressão (MPa) Absorção de Água (%)
1,61 8,59
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Tabela 3– Dosagem experimental “B” – Resultados dos ensaios.
Dosagem dos Materiais em VolumeCimento % Areia % Pedrisco % Resíduos % Água %
10,38 44,56 24,20 15,00 5,86
Resistência à Compressão (MPa) Absorção de Água (%)2,59 7,11
Tabela 4 – Dosagem experimental “C” – Resultados dos ensaios.
Dosagem dos Materiais em VolumeCimento % Areia % Pedrisco % Resíduos % Água %
10,22 41,13 22,88 20,00 5,77
Resistência à Compressão (MPa) Absorção de Água (%)2,17 8,60
Tabela 5 – Dosagem experimental “D” – Resultados dos ensaios.
Dosagem dos Materiais em Volume
Cimento % Areia % Pedrisco % Resíduos % Água %
10,22 41,13 22,88 20,00 5,77
Resistência à Compressão (MPa) Absorção de Água (%)2,57 7,87
Tabela 6 – Dosagem experimental “E” – Resultados dos ensaios.
Dosagem dos Materiais em VolumeCimento % Areia % Pedrisco % Resíduos % Água %
9,81 42,12 17,53 25,00 5,54
Resistência à Compressão (MPa) Absorção de Água (%)1,33 10,38
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Comparando-se os resultados das tabelas 2 e 3 onde se mantém constante a
porcentagem (%) de cimento, resíduos e água, observa-se que a variação na quantidade
de areia e pedrisco altera substancialmente os resultados de resistência à compressão e
absorção de água.
Analisando as tabelas 3, 4 e 6 verifica-se que o aumento da quantidade de resíduo de
15% para 25% diminui os resultados de resistência à compressão e aumenta a absorção
de água. Esse fato foi ocasionado pela homogeneização dos materiais envolvidos, ou
seja, o cimento + agregados + resíduos não obtiveram as quantidades necessárias para
que o compósito final apresentasse o menor número de vazios possível, deixando assim
de proporcionar uma compactação ótima do concreto dos blocos.
Comparando as tabelas 4 e 5 que apresentam a mesma dosagem e resultados diferentes
dos ensaios, isto se justifica pelo fato de ter sido usado fôrmas diferentes para a
fabricação dos blocos (figura 1). Os blocos da dosagem C e D foram executados
respectivamente em fôrmas de blocos sem função estrutural e fôrmas de bloco
estrutural.
4. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão para os blocos acrescidos
de 15% de resíduos de borracha executados nas fôrmas de bloco sem função estrutural
(vedação) e 20% de resíduos para os blocos executados nas fôrmas de bloco estrutural
obedeceram a resistência mínima de 2,5 MPa exigida pela NBR – 7184.
Neste trabalho os blocos apresentaram bons resultados quanto aos ensaios de absorção
de água, em todas as dosagens segundo a NBR – 12118, que é de no máximo 10%.
Os resultados obtidos usando-se na vibro-prensa semi-automática a fôrma de aço para
uso estrutural, que difere da fôrma de aço para vedação na largura das paredes
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longitudinais e transversais, ou seja, na fôrma para vedação a largura das paredes é de
2,0 cm contra 2,5 cm de largura das paredes da fôrma estrutural. Mas, a justificativa
quanto à utilização da fôrma de aço para uso estrutural se deve ao fato, de que na região
metropolitana de São Paulo, ultimamente só se utiliza esse tipo de fôrma na fabricação
tanto dos blocos estruturais como para vedação. Sendo que a diferença de moldagem
entre os dois tipos de blocos está basicamente na dosagem dos materiais, isto é, há uma
redução na quantidade de cimento utilizado nos compósitos de concreto. Neste trabalho
verifica-se que com a mesma quantidade de cimento consegue-se aumentar a quantidade
de resíduos de 15% para 20% mantendo-se a resistência à compressão dos blocos.
A utilização dos blocos de vedação moldados na fôrma estrutural não ocasionaria
qualquer interferência na elevação das paredes de uma construção. Podendo até ser mais
eficiente, pois possibilitaria uma economia no consumo de argamassa de assentamento,
pois a fôrma estrutural é vazada ao contrário da fôrma de vedação que possui fundo.
Tomando por base essas considerações, o uso dos resíduos de pneus na fabricação de
blocos de concreto pode ainda apresentar algumas vantagens, tais como:
• Reduzir um resíduo que se encontra na natureza causando problemas de saúde e
degradação ambiental;
• Otimizar a vida útil dos aterros sanitários, já que a degradação dos resíduos de
borracha pode durar até 240 anos;
• Reduzir o consumo das fontes naturais de agregados normalmente empregados em
artefatos de cimento;
• Reduzir a emissão atmosférica de alguns poluentes;
• Reduzir os riscos à saúde pública;
• Reduzir a sobrecarga em edificações, pelo fato da borracha possuir uma densidade
baixa.
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Pelas suas características aqui relatadas, o emprego desse tipo de resíduo pode
perfeitamente contribuir para que esse material deixe de ser um problema ambiental e
de saúde pública, e passe a ser uma fonte de material alternativo a ser empregado com
sucesso na construção civil.
5. AGRADECIMENTOS
• Araçá – Recuperadora de Pneus Ltda
• Fábrica de pré-moldados Concretic de Nipoã – Artefatos de Cimento Ltda
• Holcim do Brasil
• Laboratório Central de Engenharia Civil da CESP de Ilha Solteira
6. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7173: Blocos
Vazados de Concreto Simples para Alvenaria sem Função Estrutural. Rio de Janeiro,
1982.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7184: Blocos
Vazados de Concreto Simples para Alvenaria – Determinação da Resistência à
Compressão. Rio de Janeiro, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos
Sólidos. Rio de Janeiro, 1987.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12118: Blocos
Vazados de Concreto Simples para Alvenaria – Determinação da Absorção de Água, do
Teor de Umidade e da Área Líquida. Rio de Janeiro, 1991.
Fioriti, C. F. Avaliação de compósitos de concreto com resíduos de borracha na
produção de blocos para alvenaria. Ilha Solteira 2002. 134 p. Dissertação (Mestrado).
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista - UNESP.
Holanda, O. G. J., Blocos de Concreto Para Alvenaria Estrutural. In: Congresso
Brasileiro do Concreto, 42, 2000, Fortaleza, CE. Anais ... Fortaleza: Instituto Brasileiro
do Concreto, 2000. (CD-ROM).
Liddle, B. T. Construction for Sustainability and the Sustainability of the
Construction Industry. In: CIB TG 16 Sustainable Construction. Proceedings. Tampa,
Florida, p.47-56, 1994.
TEZUKA, Y. Concreto Armado com Fibras. Associação Brasileira de Cimento
Portland, 28 p., 1999.