Post on 16-Apr-2015
FACULDADE PITÁGORAS
Curso de PsicologiaApresentação de Projeto de Pesquisa
DEPENDÊNCIA QUÍMICA:
AS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS DE REABILITAÇÃO
Cleiton Jhonata Santos Severiano,Ivone Imidio Barcelos,José Gomes Morais,Neide Silva Guedes Folly,Uliane Ribeiro de Pinho Morais
INTRODUÇÃOPROBLEMA DE PESQUISA:
Quais os benefícios das Comunidades Terapêuticas de Reabilitação para os dependentes químicos?
OBJETIVOS DO TRABALHOOBJETIVO GERAL:
Identificar os benefícios das Comunidades Terapêuticas de Reabilitação para dependentes químicos, principalmente no âmbito psíquico.
OBJETIVOS DO TRABALHOOBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Verificar se as Comunidades Terapêuticas geram impacto sobre a recuperação e reintegração dos drogadictos na sociedade.
Revisar as bibliografias existentes sobre o tema. Identificar as dificuldades dos adictos durante o
período de internação nas comunidades. Apontar as metodologias utilizadas pelas
Comunidades Terapêuticas. Avaliar a importância da família no tratamento. Sugerir melhorias a partir dos dados coletados.
JUSTIFICATIVA No âmbito pessoal
No âmbito social
No âmbito científico
HIPÓTESES O papel fundamental das Comunidades
Terapêuticas de Recuperação esta centrada em resgatar no drogadicto comportamentos e atitudes socialmente aceitáveis e valorizados promovendo uma compreensão a respeito do abuso de substância química;
Favorecer reinserção social e reconstrução da cidadania melhorando as relações do dependente com a família, trabalho e sociedade através da continuidade do vínculo terapêutico.
DELIMITAÇÃO
Um estudo sobre as Comunidades Terapêuticas para os dependentes químicos. Os dados serão levantados a partir de uma pesquisa com internos, da Fazenda Água Viva, no município de Ipatinga - MG.
REFERENCIAL TEÓRICO Conceito de Drogadicção: Para Theophilo o termo
drogadicto é usado por alguns autores, pois toxicômano, que seria o usuário de tóxico + mania, em psiquiatria mania é uma síndrome mental, enquanto que "drogadicto é mais elucidativo e define quem passa a viver em função do tóxico, condição de escravo (dependente)".
Formas de Tratamentos da Dependência Química: Segundo Bucher (1992), as formas de tratamento podem ser classificadas como psiquiátrica, comportamental e o psicodinâmico ou relacional. Além dessas três, formas novas ou experimentais originaram um quarto modelo, o eclético ou alternativo.
REFERENCIAL TEÓRICO As Comunidades Terapêuticas: Segundo De
Leon (1995), as comunidades terapêuticas diferenciam-se de outras modalidades de tratamento, pois possuem uma sua visão global de tratamento centrado no problema do vício às drogas, na pessoa, na reabilitação e num modo adequado de vida e o principal terapeuta é a comunidade.
A Dependência Química e a Família: Stempliuk e Bursztein (1999) enfatizam a dependência de
drogas como sintoma de uma família disfuncional: Se pudermos entender que o uso da droga já indica uma dinâmica
familiar comprometida, estaremos ampliando nossa concepção e expandindo a compreensão do fenômeno para o fato de que não estamos abordando apenas um indivíduo que se droga e sim uma família que forma um sistema no qual a dependência química de um dos seus membros é um dos fatores. (p.158)
METODOLOGIATIPO DE PESQUISA Quanto ao método: qualitativa Quanto aos objetivos: exploratória e descritiva Quanto aos procedimentos : pesquisa bibliográfica,
documental e estudo de campo.POPULAÇÃO E AMOSTRA Amostra aleatória de 14 pacientes internados para
tratamento na Comunidade Terapêutica Fazenda Água Viva, Ipatinga – MG.
INSTRUMENTOS Entrevista semi-estruturada e Questionário.
METODOLOGIAPROCEDIMENTOS Contato com a comunidade, Assinaturas do termos de consentimento e carta de autorização Entrevista com os internos
TRATAMENTO DE DADOS Os dados foram analisados através da comparação dos conteúdos
obtidos e informações colhidas das respostas aos questionários foram tabulados no programa Sphinx.
CUIDADOS ÉTICOS Resolução 016/2000 do CRP; Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ; Carta de autorização e aceite da diretoria da Comunidade
Terapêutica
ANÁLISE DE DADOS Dados demográficos: foram avaliados a faixa
etária, escolaridade, estado civil, religião, situação profissional e moradia
Gráfico 1 - Distribuição por Faixa Etária.
Gráfico 5 - Distribuição por Situação Profissional.
Situação Profissional
37%
21%14%
14%
7% 7%
0%
0%
0%
Desempregado
Autônomo
Aposentado ou afastado por álcool/ drogasEmpregado com registro
Empregado sem registro
Aposentado ou afastado pordoençaBicos
Aposentada por tempo de serviçoou idadeOutros
Gráfico 1 - Idade
14%
29%
21%
29%
7%
17 a 23
23 a 29
29 a 35
35 a 41
41 a 47
ANÁLISE DE DADOS Questões referentes ao uso de drogas
19%17% 17% 17%
10%
7% 7%
3%
2%0%
0%
5%
10%
15%
20%
Tipos de Drogas Utilizadas*
Cocaína Crack Maconha Álcool Solventes
Anfetaminas Ecstasy Outras LSD Heroína
Gráfico 7 - Distribuição por Tipos de Drogas Utilizadas.
ANÁLISE DE DADOS Iniciativa para Tratamento
30%
27%
19%
8%8% 4%
4%0%
0%Própria
Pais
Companheiro(a)
Amigos
Filhos
Outros parentes
Médico
Empresa
Outros
Gráfico 9 - Distribuição de Iniciativa para Tratamento.
Tratamento Anterior
25%
20%
15%
15%
10%
5%5%5%
Comunidades Terapêuticas
Psicoterapia
Não houve
Ambulatorial
A.A. ou N.A
Internação clínica
Internação psiquiátrica
Alternativos Gráfico 10 - Distribuição por Tratamento Anterior.
Tempo de Internação
14%7%
14%
51%
7% 7% Menos de 1 semana
De 2 a 4 semanas
De 1 a 2 meses
De 2 a 6 meses
De 6 meses a 1 ano
Mais de 1 ano
Gráfico 11 - Distribuição por Tempo de Internação.
ANÁLISE DE DADOS
“Não. Procurei novamente porque os resultados foram positivos até certo ponto. O fato de retornar é a confiança da comunidade e me sinto bem neste ambiente da fazenda.”
“Segunda vez, porque a primeira vez que passei aqui, eu consegui ficar 9 anos sem as drogas. Éum tratamento natural, onde a gente passa por um período de desintoxicação.”
“Sim”.
“Sim”.
“Sim, porque a fazenda mantém os pacientes em internação e os outros eram tratamento domiciliar”.
“Não. Porque busco uma nova vida, convívio com a família e a sociedade.”
“Sim”.
“Sim”.
“Sim”.
“Sim”.
“Não. Por causa dos conselhos de várias pessoas, e eu vi que muitos se recuperaram, deu certo pra muita gente.”
“Essa é a primeira”.
“Não. Por ser mais específica e dar condição de se reeducar e libertar-se das drogas.”
“Sim”.
Essa é sua primeira internação em uma comunidade terapêutica? Em caso negativo, por que procurou este tipo de tratamento novamente?
Internos
“Não. Procurei novamente porque os resultados foram positivos até certo ponto. O fato de retornar é a confiança da comunidade e me sinto bem neste ambiente da fazenda.”
“Segunda vez, porque a primeira vez que passei aqui, eu consegui ficar 9 anos sem as drogas. Éum tratamento natural, onde a gente passa por um período de desintoxicação.”
“Sim”.
“Sim”.
“Sim, porque a fazenda mantém os pacientes em internação e os outros eram tratamento domiciliar”.
“Não. Porque busco uma nova vida, convívio com a família e a sociedade.”
“Sim”.
“Sim”.
“Sim”.
“Sim”.
“Não. Por causa dos conselhos de várias pessoas, e eu vi que muitos se recuperaram, deu certo pra muita gente.”
“Essa é a primeira”.
“Não. Por ser mais específica e dar condição de se reeducar e libertar-se das drogas.”
“Sim”.
Essa é sua primeira internação em uma comunidade terapêutica? Em caso negativo, por que procurou este tipo de tratamento novamente?
Internos
ANÁLISE DE DADOS
“Diversos benefícios. Restituindo a saúde física, a desintoxicação, a saúde mental. No plano espiritual a aprendizagem, a reflexão e a auto-avaliação.”
“Hoje eu posso dizer que sou um novo homem, estou alimentando bem, dormindo bem, adquirindo novamente a disciplina de vida que havia perdido”.
“Agora estou vivendo uma vida normal, noção de regras”.
“Bastante serviço, isso me ajuda, pois gosto de trabalhar. A capela, 90 % do tratamento está lá. Os conselhos, passei a conhecer a bíblia.”
“Por enquanto não tive benefícios”.
“Reaproximação com a família”.
“A disciplina do metabolismo, conscientização, manutenção de área espiritual”.
“Resgate da cultura, educação, bem estar, minha saúde física, saúde psicológica, tranqüilidade espiritual, auto-estima”.
“Trabalho, comida boa, os coordenadores são bons”.
“Sentimento positivo, libertação do álcool”.
“Convívio com a família melhorou, estou recebendo apoio”.
“Bem star, senso de organização, disciplina e horários”.
“Reeducação, organização do dia-a-dia”.
“Devolver a auto-estima, a paz, o retorno à tranqüilidade, renascimento”.
Os benefícios que a comunidade terapêutica está proporcionando aos internosInternos
“Diversos benefícios. Restituindo a saúde física, a desintoxicação, a saúde mental. No plano espiritual a aprendizagem, a reflexão e a auto-avaliação.”
“Hoje eu posso dizer que sou um novo homem, estou alimentando bem, dormindo bem, adquirindo novamente a disciplina de vida que havia perdido”.
“Agora estou vivendo uma vida normal, noção de regras”.
“Bastante serviço, isso me ajuda, pois gosto de trabalhar. A capela, 90 % do tratamento está lá. Os conselhos, passei a conhecer a bíblia.”
“Por enquanto não tive benefícios”.
“Reaproximação com a família”.
“A disciplina do metabolismo, conscientização, manutenção de área espiritual”.
“Resgate da cultura, educação, bem estar, minha saúde física, saúde psicológica, tranqüilidade espiritual, auto-estima”.
“Trabalho, comida boa, os coordenadores são bons”.
“Sentimento positivo, libertação do álcool”.
“Convívio com a família melhorou, estou recebendo apoio”.
“Bem star, senso de organização, disciplina e horários”.
“Reeducação, organização do dia-a-dia”.
“Devolver a auto-estima, a paz, o retorno à tranqüilidade, renascimento”.
Os benefícios que a comunidade terapêutica está proporcionando aos internosInternos
DISCUSSÃO E RESULTADOS Através das analise percebe-se que a eficiência das CT’s,
de acordo com os dados da FEBRACT, em termos estatísticos em nível mundial, 30% a 35% das pessoas que freqüentaram CT’s deixaram definitivamente de consumir drogas (Serrat, 2002).
Na comunidade pesquisada dos 1.233 drogadictios admitidos 47,3% desistiram do tratamento, 34,2% foram reintegrados à sociedade tratamento, 14,8% foram excluídos por mau comportamento 3,7% estão em tratamento.
Os dados comprovam as estatísticas mundiais levantadas pela FEBRACT. O número parece ser pequeno, mas se tratando de dependência química o resultado é animador.
DISCUSSÃO E RESULTADOS É importante deixar claro que não há cura para
dependência química, Detoni afirma que “a dependência química é incurável, ela pode ser controlada, estacionada, mas jamais curada” (2006,p105).
As informações colhidas confirmam a hipótese dessa pesquisa, realmente as Comunidades Terapêuticas estão centradas em restaurar o comportamento e as atitudes do dependente, favorecerem reinserção social e reconstrução da cidadania, essas atitude causa impactos nas relações do dependente com a família, trabalho, sociedade.
Poulopoulos diz que as CT’s querem dar ao indivíduo o direito à reabilitação, em oposição às idéias de marginalização dadas aqueles que consomem drogas ilícitas. (Poulopoulos apud Sabino, 2005, p.172).
CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho levantou algumas questões,
dentro do campo das toxicomanias, focalizando o âmbito do tratamento.
Percebe-se que a poucas pesquisas que abordam a eficácia do tratamento e comunidades terapêuticas e a maioria das literaturas encontradas são da década de 80 e 90.
Para o desenvolvimento deste estudo foi feito uma pesquisa de campo em comunidade terapêutica, objetivando responder ao problema de pesquisa, a hipótese e aos objetivos preestabelecidos pelos pesquisadores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode–se concluir que as Comunidades Terapêuticas são grupos
de pessoas com objetivo comum, com forte motivação para provocar mudanças, elas reproduzem o modelo de família e sociedade com organização, regras, valores, divisão de trabalho e administração de autoridade. Este tipo de tratamento apresenta índice significativos na recuperação do dependente químico, a estatística obtida na comunidade pesquisa é coerente com os índices mundiais de eficácia no tratamento em Comunidades Terapêuticas
Sugerimos para a complementação desta pesquisa, outra que forneça dados estatísticos da quantidade de sucessos nos tratamentos em Comunidades Terapêuticas. Essas pesquisas poderão ser com maior número de participantes e abrangendo os outros modelos de tratamento, fazendo assim uma analise comparativa.
BIBLIOGRAFIA ACKERMAN, N. W. Diagnóstico e tratamento das relações
familiares. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. p.36. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução
da Diretoria Colegiada, maio 2001 (nº101) Disponível em: http://www.anvisa.gov.br . Acessado em 20 set. 2007.
APA, AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION – Work Group On Substance Abuse Disorders. Practice guideline for treatment of patients with substance use disorders: alcohol, cocaine, opiods. Ed.Suplement to American Journal of Psychiatry, 1995.
BALLONE, GJ. Dependência Química. Disponível em: http://sites.uol.com.br/gballone/psicossomatica/drogas.html. Acesso em: 28 ago.2007.
BUCHER, Richerd. Drogas e drogadição no Brasil. Porto Alegre: Artes Médicas; 1992.
"A idéia que eu jamais deixei de desenvolver é que, ao fim das contas, cada um é sempre responsável por aquilo que foi feito dele - mesmo se ele não puder fazer mais que assumir essa responsabilidade. Eu acho que um homem pode sempre fazer alguma coisa daquilo que fizeram dele. É a definição que eu daria, hoje em dia, de liberdade: este pequeno movimento que faz de um ser social totalmente condicionado, uma pessoa que não reproduz mais a totalidade daquilo que recebeu em seu condicionamento; o que faz de Genet um poeta, por exemplo, enquanto ele tinha sido, rigorosamente condicionado para ser um ladrão?" (SARTRE, 1972: 101-2).