Post on 09-Nov-2018
Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica
Professor PDE/2012
Título Alfabetização Cartográfica - Símbolos que ajudam
a observar, ler, compreender e demonstrar o
espaço em vivemos.
Autor Algacir Roberto Nedochetko
Escola de Atuação Colégio Estadual Barão do Cerro Azul Ensino
Fundamental, Médio, Normal e Profissional
Município da escola Cruz Machado
Núcleo Regional de Educação União da Vitória
Orientador Luís Antônio Mello
Instituição de Ensino Superior Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras
de União da Vitória - Pr
Área de conhecimento Geografia
Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
Público Alvo Público objeto da intervenção: 1ª ao 4ª ano de
Formação de Docentes
Localização Colégio Estadual Barão do Cerro Azul Ensino
Fundamental, Médio, Normal e Profissional
Av. Interventor Manoel Ribas, 238
Cruz Machado – Pr
CEP: 84620-000
Apresentação A presente proposta tem como objeto de estudo a
Alfabetização Cartográfica – utilizando os
elementos materiais e imateriais para proporcionar
o entendimento do espaço em que o aluno está
inserido. Parte-se da proposição que é necessário
que os alunos das séries iniciais entrem em contato
com a Alfabetização Cartográfica para apropriar-se
da leitura e obterem entendimento do espaço
geográfico que pode ser próximo ou distante do
seu lugar de vivência, tão importante quanto o
Letramento e o conhecimento dos números, com
suas especificidades. Esta produção será
desenvolvida com alunos das séries de Formação
de Docentes, em forma de oficinas. Ao aplicar
essas atividades da Unidade didática objetivamos a
compreensão de conceitos básicos da Cartografia,
“na perspectiva de utilizar estratégias diversificadas
ao abordar conteúdos, exercitando o pensamento,
dialogando e ampliando conhecimentos já
adquiridos e construindo, assim, novas situações
de aprendizagem.” (Castellar), pois o professor só
é capaz de ensinar aquilo que sabe.
Apresentação
Esta proposta sobre Alfabetização Cartográfica será desenvolvida com
os estudantes da Formação de Docentes da 1ª a 4ª série, no Colégio Estadual
Barão do Cerro Azul, do Município de Cruz Machado – PR.
As atividades estão previstas para serem realizadas no 1º Semestre do
ano letivo de 2013, com a finalidade de contribuir com o aprendizado dos
conteúdos que envolvem a Alfabetização Cartográfica, sendo que estes estão
abordados nas Diretrizes Curriculares de Geografia da Secretaria de estado de
Educação do Estado do Paraná (SEED), além de servirem de subsídio para as
aulas de estágio dos estudantes da 4ª série de Formação de Docentes, que
poderão utilizar estas atividades com seus alunos.
O material confeccionado abrange os temas relacionados à
Alfabetização Cartográfica, através de atividades práticas, que serão
transmitidas através de oficinas, procurando desta forma, facilitar a
compreensão dos assuntos e o entendimento do espaço geográfico nos quais
os estudantes estão inseridos.
Será realizada uma interação entre o conhecimento cognitivo dos
estudantes e o conhecimento científico que irão adquirir no Colégio, para que
possam realizar leituras significativas do espaço geográfico através do uso dos
mapas.
O material didático deverá despertar no aluno o interesse em aprender
através da confecção de mapas sobre a sua realidade, fazer leituras
significativas desta, podendo propor mudanças relacionadas às questões
socioeconômicas e ambientas, pois na proposta curricular do Colégio um dos
objetivos é formar um cidadão crítico em relação a sua realidade, tomando
como base as informações e significados que os conteúdos lhe apresentam.
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO
DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA SOB FORMA DE UNIDADE
DIDÁTICA.
Oficina de Alfabetização Cartográfica
Introdução
Para iniciar esta oficina o professor deverá apresentar conteúdos
relacionados à Geografia e à Cartografia, elaborado em um software de
apresentações ou material impresso. Por exemplo:
Slide 1
Geografia Cartografia
Conceito de geografia
Conceito de cartografia
Slide 2
Geografia e Cartografia
Conceito explicação de sensoriamento remoto
Imagem relacionada ao funcionamento do sensoriamento remoto
Slide 3
Geografia e Cartografia
Imagem de satélite
Imagem de satélite
Outros Slides com:
Geografia e Cartografia
Conceito de satélite
Conceito de GPS
Conceito de fotografia aérea
Conceito de aviação, navegação
Cartas náuticas, astrolábios, bússola e mapas.
Para finalizar elaborar uma lista com os usos diários de mapas, como:
na agricultura,
na previsão do tempo,
na construção de rodovias,
na aviação,
no planejamento ambiental,
em vários sistemas de orientação que usamos no dia-a-dia
Imagem de um satélite
Imagem de um GPS
Fotos aéreas
Fotos de aviões e navios
Inserir imagens referentes a esses itens.
Mostrar imagens em relação ao uso desse material, lembrar que em jornais, reportagens de televisão e revistas, se utilizam de mapas para melhorar a compreensão do assunto. Se possível trazer esse tipo de informações.
Utilização da geografia no nosso dia a dia
Após esta rápida apresentação, conversar com os alunos a respeito do
uso da geografia no dia a dia deles, como a geografia está presente na vida
deles, se achar necessário pode-se fazer duplas e organizar uma lista com
essas informações.
Devemos resgatar junto aos alunos os seguintes conceitos:
Alfabetização = ação de ensinar/aprender a ler e a escrever (SOARES,
1998).
Letramento = estado ou condição de quem não apenas sabe ler e
escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita
(SOARES,1998).
Numeralização – “Envolve a capacidade de fazer uso de habilidades
matemáticas de modo a atender às demandas concretas da matemática
em sua vida cotidiana”, além de “de apreciar e de compreender as
informações que são apresentadas em termos matemáticos”
(MARCONCIN, p. 34)
Alfabetização cartográfica – “Deve ser entendida através da noção do
espaço que o aluno constrói, ou seja, para que o aluno possa dar
significados aos significantes deve viver o papel de codificador antes de
ser decodificador, considerando os aspectos da função simbólica, o
conhecimento da utilização do símbolo e vivenciar ou abstrair o espaço
a ser representado” (SILVA, 2010, p.92).
Para complementar a ideia veja o que escreve Castellar (2003):
a leitura e a escrita que criança faz da paisagem estão sem dúvida carregadas de fatores culturais, psicológicos e ideológicos. Por isso, entendemos que ler e escrever sobre o lugar de vivência é mais que uma técnica de leitura; é, sim, compreender as relações existentes entreos fenômenos que estão sendo analisados. (p. 4)
Promover a reflexão dos alunos com a seguinte pergunta: qual a
importância da Alfabetização Cartográfica para alunos de séries iniciais?
Espera-se que alguns alunos opinem sobre o assunto, sendo que seria
interessante anotar estas colocações. Em seguida, complementar este assunto
com a colocação de Kaercher:
Geografia é um ramo do conhecimento que, tal qual a
matemática, a língua materna, a história, etc., tem uma
linguagem específica, própria e como tal é necessário
‘alfabetizar o aluno em geografia’ para que ele não só se
aproprie do vocabulário desta área de conhecimento, mas,
sobretudo, se capacite para a ‘leitura-entendimento do espaço
geográfico’ próximo ou distante. (KAERCHER, 2003, p.12)
O mesmo autor retrata que “no ensino fundamental, é necessário que
partamos das paisagens visíveis e não de conceitos (isto cabe mais ao ensino
médio). Ou seja, os conceitos não devem anteceder aos conteúdos.”, mas de
que forma proceder para ensinar esses conceitos? Com práticas que permitam
ao aluno criar seus conceitos sobre os conteúdos e após comparar com
conceitos já formulados. Vejamos a seguir algumas possibilidades para isso
acontecer.
As distorções em mapas
Na confecção de mapas podem ocorrer distorções durante a sua
confecção, pois ao representar um espaço da superfície do globo terrestre, que
é uma esfera, para uma imagem em forma de um plano (por exemplo, no
papel), há possibilidade de distorções de áreas que estão em latitudes maiores
(CASTROGIOVANNI, 2003, p.41) e para Lívia de Oliveira, “Haverá sempre
uma distorção no mapa, pois é impossível mostrar ou desenrolar uma
superfície esférica em uma superfície plana;...” (in ALMEIDA, p. 23) por que
seria impossível mostrar ao mesmo tempo distância, direção, forma e área,
sem que haja algum tipo de distorção. Verifique no mapa:
Chamar a atenção para regiões mais ao norte e ao sul, próximas aos
polos. Comparar a área da Groenlândia ou da Antártida e a do Brasil.
Dessa forma, a seguir a atividade poderá auxiliar os alunos a tirar
algumas dúvidas em relação a essas distorções.
Uma laranja representando o mundo
Nesta atividade podemos observar as distorções que acontecem ao
fazer a representação de uma forma esférica em um espaço plano.
1. Pegue uma laranja e com uma caneta trace uma linha dividindo a laranja
em duas partes (ao meio), como se fosse a linha do Equador.
2. Utilizando novamente a caneta trace linhas contrárias a anterior, três ou
quatro vezes, como se fossem meridianos.
3. Com o auxílio de um estilete ou um faca corte a casca nas linhas que
formam os meridianos.
4. Descascar a laranja e colocar em ordem, conforme for retirando a casca.
5. Pegar um pedaço de vidro um pouco maior que a casca e colocar sobre
a casca. (opcional)
6. Desenhar no vidro os contornos da casca utilizando caneta para
transparência para retroprojetor. (opcional)
7. Verificar como ficou a linha que representava o Equador e as regiões
mais afastadas dela.
8. Podemos comparar então o porquê das distorções que acontecem com
mapas que contem a superfície terrestre (plana).
Explicar que ao preencher os espaços vazios que se formaram em áreas
ao norte e ao sul, essas áreas sofreram alterações no seu tamanho tomando
proporções não condizentes com a realidade. Levar para os alunos imagens
como se o globo terrestre tivesse sido descascado. Pode ser encontrado
usando um software de localizar imagens na internet, digitando ‘mapa mundi
para colorir’.
Mapas mentais
Agora que vimos que alguns mapas podem apresentar alguma
incoerência durante a sua confecção, vamos trabalhar de forma simples a ideia
de mapas mentais para tanto usaremos uma folha de sulfite conforme figura a
seguir.
Desenhando Mapas Mentais:
Mapa do Brasil Mapa do Paraná
Mapa de Município Mapa proximidades do Colégio
Nesta atividade, os alunos devem perceber que podem representar os
diferentes espaços, usando o conhecimento que eles possuem. Lembrar que
nesta atividade não estamos verificando o certo e o errado, mas sim a sua
percepção sobre o espaço.
Após o término dessa tarefa, pedir para alguns alunos que façam suas
considerações sobre os mapas que produziram e comparem com mapas de
colegas, lembrando que cada um produziu conforme suas ideias estavam
organizadas. Perceber também que mapas que estão mais próximos do nosso
dia a dia podem apresentar mais detalhes. Ao usarmos os mapas mentais
devemos ter claro conforme escreve Salete Kozer que “os mapas mentais são
desenhos concebidos a partir das observações sensíveis, da experiência
humana no lugar e não se baseiam em informações precisas e rigorosamente
estabelecidas”.
Para encerrar esta atividade, mostrar mapas dos locais sugeridos para
que os alunos comparem com os seus. Em seguida, apresentar uma forma
bastante interessante de demonstrar um lugar que é o croqui, muito utilizado
por pessoas que querem representar um espaço sem se ater a muitos detalhes
ou convenções.
Imagens de um objeto
Como são organizadas as imagens que são representadas nos mapas?
Qual o tipo de visão que temos delas? Para responder a estas perguntas
vamos trabalhar agora com fotografias que podem ser tiradas previamente ou
durante a aula, depende da disponibilidade de uma máquina de fotografar. Aqui
mostraremos algumas imagens para exemplificar.
Visão Vertical Visão Horizontal
Visão Oblíqua
Pedir aos alunos que fotografem um objeto em sala de aula, por
exemplo,uma carteira ou cadeira sob diversos ângulos. Depois discutir com os
alunos: visão oblíqua, visão horizontal e visão vertical ,respondendo:
Que diferenças encontramos nas imagens?
Os mapas são desenhados com que tipo de imagem?
Que são imagens bidimensionais e tridimensionais?
Ao usarmos essas imagens podemos perceber que os mapas são
desenhados num olhar vertical que facilita a localização de objetos projetados
neste no espaço, normalmente nós estamos familiarizados mais com visão
horizontal e oblíqua.
Localização - ponto, linha e área
A localização pode ser entendida como um ponto exato onde ocorre um
fenômeno, ou seja, um rio, uma cidade, uma cordilheira. Pode ser identificada
através das coordenadas geográficas (meridianos e paralelos)
Vamos realizar uma atividade prática para entender conceitos de
localização no espaço geográfico.
Distribuir papel vegetal (1/2 folha)
Pedir aos estudantes que marquem um ponto em qualquer local do
papel, de preferência numa área central.
Perguntar, o que significa este ponto? Esperar por algumas respostas
dos alunos.
Mostrar alguns significados como : em língua portuguesa o ponto é sinal
gráfico que finaliza uma ideia, ou em matemática o encontro de
coordenadas matemáticas num gráfico tipo (x,y), ou outra explicação,
mas nós queremos é ponto na disciplina de geografia, como obter uma
explicação aceitável ou correta?
Distribuir uma folha com um desenho de um mapa (mapa do Paraná) e
colocá-lo debaixo do papel vegetal.
Mostrar que este pode ser movido para outros lugares, que pode fazer
parte de qualquer lugar do mapa.
Pedir para estudantes preencherem com pontos os limites do mapa no
papel vegetal.
Após eles verificarem que os pontos constituíram uma linha, preencher o
espaço interno do mapa com ponto de outra cor.
Agora os alunos podem conceituar ponto, linha e espaço, conforme eles
compreenderam, para finalizar.
Para complementar comentamos que:
Para determinar um local podemos utilizar as seguintes informações,
referenciadas por Martinelli (2003):
Ponto – item principal da localização, exemplo: uma cidade no mapa.
Linhas – para indicar comprimento e trajeto, exemplo uma rodovia, um
rio, uma fronteira.
Áreas – quando necessitamos determinar uma extensão, exemplo um
espaço, um país, uma quadra, um município.
Complementando temos segundo Almeida (2010):
A localização geográfica se constrói à medida que o aluno seja
capaz de fazer relações de vizinhança, separação, ordem,
envolvimento e a continuidade, entre os elementos a serem
localizados, sem que eles dominem essas relações espaciais
torna-se difícil realizar um estudo geográfico de áreas isoladas,
descontextualizadas. (p. 33).
Aprofundando os conhecimentos podemos fazer algumas considerações sobre:
Coordenadas geográficas;
Latitude e longitude;
Paralelos e meridianos;
Direções norte/sul, leste/oeste;
Localizações de locais na superfície terrestre;
Uso do GPS;
A tecnologia e equipamentos utilizados no nosso dia a dia: telefonia,
imagens de tv, satélites,...
Orientação e percepção de distância
O que é a orientação? Procurar o melhor caminho? Encontrar a direção
que devemos seguir? Entender o perto e o longe? Esquerda e direita?
Fazer algumas perguntas para a turma de alunos sobre orientação, pedir
que anotem suas respostas. Podem ser elaboradas mais perguntas ou até os
alunos elaborarem perguntas para que seus colegas respondam.
Qual objeto está a sua direita?
Qual objeto está a sua frente?
O que está mais próximo de você? A janela ou a porta?
Usando os pontos cardeais responda:
◦ Em qual direção fica a lousa (quadro) em relação a você?
◦ A sua resposta corresponde aos pontos cardeais na realidade?
◦ Como podemos demonstrar os pontos cardeais?
Para ilustrar a aula sobre direção passar um pequeno trecho do filme
“Perfume de mulher” com Al Pacino, onde a personagem principal está
dirigindo uma Ferrari, mas como ele tem um problema de visão pede a seu
amigo o acompanhe nesta aventura, em certo momento ele pede ao amigo que
diga em que momento ele pode mudar de direção em uma esquina. Para
baixar do youtube use o endereço
http://www.youtube.com/watch?v=Itr0jcR0S4s acesso em 26 de novembro de
2012 ou digite o nome do filme e Ferrari.
Pode-se perceber através deste trecho de filme que o senso de direção
é muito importante para nós.
Orientar-se é...? Segundo Anselmo Lazaro Branco:
Localizar-se, estabelecer caminhos e orientar-se para seguir a
direção certa: isso sempre acompanhou a história do homem
na Terra. O que mudou, ao longo do tempo, foram os recursos
(equipamentos, instrumentos), as características do espaço
geográfico e, por consequência, os referenciais para
localização e para orientação.
Hoje existem muitos aparelhos que nos permitem encontrar direções ou
formas de nos direcionarmos, podemos explicar e demonstrar o uso de alguns
deles.
Bússola
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/285bussola2.jpg
Rosa dos ventos
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/1185rosadosventos.jpg
Orientação pelo sol
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/984orientacaopelosol.jpg
Os pontos cardeais
Demonstrando como desenhar os pontos cardeais num folha de papel
sulfite:
Desenho na folha uma letra L maiúscula (Grande).
No traço menor da letra escreva leste.
No traço maior escreva norte.
Prolongue o traço ao contrário do leste e escreva oeste.
Faça o mesmo com o norte e escreva sul.
A utilização da linguagem audiovisual (Música Aquarela)
O clipe, a letra e a música “Aquarela” de Toquinho possuem vários
elementos que podem ajudar a ilustrar alguns conceitos da geografia. Distribuir
a letra da música para os alunos, assistir ao clipe e em grupos apontar
elementos da geografia que são demonstrados na música, comentar no grupo
a letra e as imagens do clipe, depois de alguns minutos reunir os grupos para
relacionar com quais elementos que os grupos se identificaram. Fazer uma lista
e verificar se todos sabem os termos que a música apresenta. Exemplo direção
– norte/sul ou a localização das cidades ou oceanos (mares)...
Trabalhando com a escala
Procurando entender como um espaço muitas vezes maior que uma
folha de papel pode ser nela representado, cabe agora entender o que é
escala.
Escala é a relação existente entre as dimensões da área da superfície
terrestre e a sua representação numa superfície plana menor, como uma folha
de papel (IBGE), mas esta explicação já é suficiente? Acho que não, vamos à
prática.
Utilize uma folha de sulfite quadriculada da seguinte forma
Escala
Este retângulo é para fazer as cópias, observe junto com os alunos as
linhas do desenho do cartograma, explicando a função das linhas verticais
(meridianos) e horizontais (paralelos), para que em outro momento possa
facilitar o entendimento de Coordenadas Geográficas.
Numere os retângulos da folha.
Trace o contorno de sua mão sobre o papel quadriculado (sulfite).
Agora desenho sua mão reduzindo do tamanho normal para um novo
tamanho.
Qual será a escala do novo desenho?
Utilizar o barbante para medir a sala e os objetos internos como
carteiras, cadeiras, quadro, janela, porta,...
Utilizar o desenho da folha.
Explicar para os alunos que normalmente encontramos nos mapas dois
tipo de escala:
Escala numérica (aritmética) pode ser representada por uma fração
ordinária ou sob a forma de uma razão. Ex : 1:500.000
Escala gráfica é representada por uma linha reta dividida em partes
iguais.
Exemplo:
Aproveitando o momento do trabalho com escalas, peça aos alunos para
desenharem numa folha branca qualquer objeto da sala de aula (porta, cadeira,
carteira, ventilador, janela, entre outros...).
Pegue um barbante na largura do objeto real representado pelo aluno
(por exemplo, a porta da sala de aula). Mostre aos alunos que é a largura real
do objeto, em seguida dobre esse barbante, contando junto com os alunos
cada dobra, até que fique da largura do desenho desse objeto na folha.
Desta maneira, temos uma proporção entre o desenho e o objeto real,
através das dobras do barbante. Registre no caderno essa proporcionalidade.
Por exemplo: dobrou-se uma vez a escala é E=1/2, duas vezes a escala é
E=1/4, para se certificar disso ao dobrar o barbante não o corte, após dobrar as
vezes necessárias para ficar do tamanho do desenho, conte o número de
barbantes dobrados, assim proceda com os outros alunos até que cada um
encontre sua escala do seu desenho. Compare as escalas diferentes conforme
os tamanhos representados, dos que fizeram o desenho do mesmo objeto.
Continuando, faça vários desenhos com a turma, desenhe a sala de aula
e com o barbante registre os dados, para saber a proporcionalidade do
desenho e da realidade.
Outra possibilidade é usar um barbante pra medir a sala de aula na parte
mais comprida, cortar o barbante e dobrá-lo até que caiba na folha de papel
(sulfite), as outras medidas devem seguir esta escala, caso você tenha dobrado
quatro vezes a escala é E=1/16.
Fazer com os alunos alguns exercícios de transformações de escala e
medidas com auxílio de uma régua medidas de retas ou entre dois pontos ou
um barbante para medidas de curvas como fronteira, estradas ou rios.
A informática e a geografia
Levar os alunos até o laboratório de informática, acessar o Google Earth,
encontrar uma imagem que seja de conhecimento de todos os alunos, por
exemplo, a imagem do colégio em que estudam (se estiver disponível). Salvar
a imagem e imprimir uma cópia para cada grupo de alunos. Antes de entregar
a cópia ao grupo marcar um lugar de referência que será diferente dos demais
grupos. Caso não tenha acesso à internet na escola, o professor deverá trazer
as imagens e os locais de referência impressos.
Solicitar aos grupos que encontrem as direções a partir do ponto de
referência indicado no mapa. Para isso o grupo deve se dirigir até o ponto
marcado no mapa.
Os locais citados a seguir foram a partir de uma imagem da Praça
Coronel Amazonas quase no centro da cidade de União da Vitória – Pr,
servindo como ponto de referência para informar os locais, portanto, se usar
outra imagem serão necessários novos pontos para encontrar as direções.
Lembrar aos alunos que deverão utilizar a rosa dos ventos ou uma
bússola para ajudar a identificar as direções.
a) Porta entrada principal da
FAFIUV
b) Porta entrada Secretaria
c) Catedral
d) Colégio Serapião
e) Dal’Bo Pizzaria
f) Banco do Brasil de União da
Vitória
g) Estádio Municipal Antiocho
Pereira
h) Ponte Machado da Costa (Ferro)
i) Ponte da Av. Manoel Ribas
j) Igreja São Basílio Magno
(Ucraniana)
k) Porto União/SC
l) Estado de São Paulo
m) Oceano Atlântico
n) Ciudad Del Este (Paraguai)
o) Curitiba
p) Brasília
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/1185rosadosventos.jpg
Em caso de dúvida passar para o próximo ponto.
Discussão após o retorno dos grupos.
Quais foram as dificuldades?
Que pontos não foram possíveis direcionar?
Era mais fácil identificar os pontos próximos ou distantes e, por quê?
Fonte: upload.wikimedia.org
Encerrando esta oficina vamos nos utilizar das palavras de
CASTROGIOVANNI (1998):
O mapa é muito mais que caminhos entrelaçados. Ele é um
signo repleto de signos. É um mundo mágico de informações,
oferecendo a chance de viajarmos através de todo um ideário
significativo. Ele é a própria realidade que se apresenta
moldada de fortunas muitas vezes singulares, com grandes
segredos a serem desvendados. O desafio é descobrir,
diagnosticar e aventurar-se em hipóteses que revelam tais
segredos. A escola, com urgência, deve oferecer tais desafios.
(p.47).
Trabalho final – agora é a sua vez
Como forma de avaliação do aprendizado dos alunos pedir para que
eles elaborem uma planta (Mapa) da proximidades de sua casa. Para isso cada
aluno deverá sair a campo atrás de informações referentes a este ambiente,
buscar na internet através de um software (exemplo Google Earth) que localize
a área próxima de sua casa que poderá ser impressa (poderá ser entregue
junto com sua produção). Lógico que essa imagem servirá apenas de apoio
para a elaboração de seu mapa e não o seu trabalho.
Para elaborar seu mapa, o estudante poderá começar elaborando um
croqui das proximidades de sua casa, é um esboço (poderá ser entregue junto
com sua produção), após este momento é hora de elaborar seu mapa
utilizando as informações recebidas durante o curso, ou seja, nome do mapa,
legenda, localização, orientação, escala, etc., além de relatarem, por escrito,
toda a experiência durante a elaboração da atividade, este relato deverá ser
entregue junto com a planta (mapa)
O desenho será elaborado em uma folha de papel sulfite ou papel
vegetal, que deverá ser entregue ao professor da disciplina de geografia. Com
os trabalhos em mãos o professor da disciplina poderá (se possível) fazer uma
mesa redonda com os alunos para que relatem para o grupo como foi o
aprendizado durante a confecção da planta (mapa), esses serão entregues
para mim e após verificá-los serão expostos em um mural na escola para que
outros alunos apreciem o trabalho.
Como foi dito durante a oficina: só é possível ensinar aquilo que
sabemos. Portanto, durante a elaboração dessa atividade o estudante terá a
oportunidade de por em prática seu conhecimento e perceber onde ele
encontra ainda dificuldades.
Para finalizar esta oficina ficam as palavras de Castellar (2003, p. 15):
Para que o professor possa repensar sua prática e fazer mudanças concretas é preciso descobrir outros padrões deaprendizagem a partir de umarede de significados. O que nos coloca a tarefa de desenvolver atividades em salade aula, interagindo o conhecimento do professor e o do aluno. No entanto, não háfórmulas prontas e acabadas, existem sim, possibilidades de ter êxitos saindo doimobilismo e atuando na perspectiva de utilizar estratégias diversificadas aoabordar
conteúdos, exercitando o pensamento, dialogando e ampliando conhecimentos já adquiridos e construindo, assim, novas situações de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
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