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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: O ENSINO DE NUTRIÇÃO NO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Autor REGINALDO RODRIGUES DA COSTA.
Disciplina/Área (ingresso no PDE) CIÊNCIAS.
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
COLÉGIO ESTADUAL DEZENOVE DE DEZEMBRO.
Município da escola CURITIBA.
Núcleo Regional de Educação CURITIBA.
Professor Orientador CARLOS EDUARDO DA ROCHA GARCIA.
Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
MATEMÁTICA, PORTUGUÊS E ARTES.
Resumo
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Este material apresenta atividades sobre a nutrição organizada em quatro unidades didáticas. A importância deste trabalho reside no fato de apresentar aos professore de ciências uma abordagem sobre o tema de forma diversificada e que pretende estabelecer uma unidade entre os conteúdos com a realidade dos alunos. Os temas contemplados neste material se referem aos Nutrientes, Composição dos Alimentos, Sistema Digestório e Alimentos e Alimentação Saudável. São apresentadas atividades práticas sobre os nutrientes, alimentos e o processo da digestão. Ao final do material são apresentados outros recursos como textos, roteiros de atividades e sugestão de atividades.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Ensino de nutrição, digestão, alimentação saudável, ensino de ciências.
Formato do Material Didático UNIDADES DIDÁTICAS.
Público Alvo
(indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...).
ALUNOS E PROFESSORES DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS.
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APRESENTAÇÃO O material apresentado a seguir traz uma organização didática relacionada com o
tema Nutrição. As atividades e orientações metodológicas são destinadas aos professores
de Ciências e para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental.
O material didático é constituído por quatro unidades:
A Unidade 1 tem como tema os nutrientes e apresenta sugestões de atividades
sobre as características e funções dos nutrientes desenvolvidas no organismo
humano.
A Unidade 2 aborda o tema Composição dos Alimentos e atividades experimentais
que objetivam a identificação dos nutrientes em alimentos de origem vegetal e
industrializados.
A Unidade 3 foco o estudo sobre o Sistema Digestório, seus órgãos e funções e
também os processos digestivos e ação enzimática.
E por fim a Unidade 4 aborda o tema Alimentos e Nutrição Saudável que traz
atividades investigativas sobre a conservação de alimentos e higiene alimentar.
A intenção deste material é tratar metodologicamente o tema nutrição de forma
diversificada, ou seja, com estratégias didáticas diferenciadas promovendo a unidade
entre os conhecimentos científicos e a realidade do aluno. Outro aspecto é o fato de
promover situações de ensino que possibilitem a integração das áreas de Português com
a produção textual e leitura de textos científicos, de matemática como ferramenta para a
exposição e apresentação de informações por meio de gráficos, tabelas e cálculos e,
também em Artes com a elaboração de modelos didáticos, cartazes e material visual
necessário para os seminários e feiras.
As atividades experimentais são descritas de forma simples e com material de fácil
acesso e com possibilidade de serem desenvolvidos em sala de aula. Ao final do material
são apresentados em forma de Anexos os textos necessários para o desenvolvimento das
atividades.
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MATERIAL DIDÁTICO
UNIDADE DIDÁTICA 1
Tema: NUTRIENTES
Objetivos
o Geral: Reconhecer os nutrientes e suas funções no organismo humano.
o Específicos: Realizar um levantamento do nível de conhecimento dos alunos
sobre os nutrientes. Conhecer os nutrientes e suas funções no organismo
humano.
Conteúdos
o Estruturantes: sistemas biológicos e matéria.
o Básicos: alimentos e composição da matéria.
Metodologia
o Aula expositiva e dialogada sobre os nutrientes.
o Dinâmica de grupo (Grupo de verbalização e Grupo de Observação –
GVGO) para realizar o levantamento das concepções dos alunos a respeito
dos nutrientes (APÊNCIDE A).
o Pesquisa bibliográfica sobre os nutrientes e suas funções no organismo
humano.
o Elaboração de material informativo sobre os nutrientes.
o Apresentação das informações obtidas pela pesquisa sobre os nutrientes.
Recursos
o Laboratório de informática
o Livros e revistas
o Papel sulfite
o Cartolina
o Impressora
o Texto síntese (ANEXO A)
Tempo: 6 aulas.
Descrição da Atividade
o O professor iniciará a aula com questões relacionadas com nutrientes. A
partir disso, será desenvolvida a dinâmica de grupos de verbalização e
observação. Os alunos deverão apresentar suas concepções sobre
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nutrientes, enquanto outro grupo anotará as informações. Após algum
tempo, troca-se de posição e o grupo de observação fará correções ou
acrescentará mais informações sobre os nutrientes.
o Ao final da dinâmica solicitar a elaboração de um texto que apresente o que
foi apropriado pelo aluno.
o O professor apresentará um texto síntese que responda as questões
apresentadas e que servirá para o aluno refletir sobre seus conhecimentos.
o Constituir equipes e distribuir os temas: Água e Sais Minerais, Vitaminas,
Lipídios, Proteínas e Carboidratos.
o Orientar que a atividade consiste em pesquisar em livros, em revistas ou na
internet informação sobre o tema da equipe. Será solicitado que o grupo
identifique a função do nutriente no organismo, os alimentos que são fontes
e, também os efeitos da carência desses nutrientes no organismo humano.
o A partir da pesquisa os alunos deverão elaborar um cartaz sobre o nutriente
pesquisado e um folder contendo as informações de forma resumida.
o Os grupos deverão apresentar, inicialmente, seus trabalhos na sala de aula
para os colegas de classe, e posteriormente será organizada uma feira para
apresentação dos trabalhos.
Avaliação
A avaliação da aprendizagem utilizará como instrumento: a reflexão dos alunos sobre
suas concepções dos nutrientes; a pesquisa bibliográfica sobre nutrientes, a elaboração
do cartaz e do folder e apresentação oral na feira.
Referências
AFFONSO, Dalva Mariana. Uso de um objeto de aprendizagem no ensino de
ciências tomando-se como referência a teoria sócio-construtivista de Vygotsky.
Dissertação de Mestrado – Universidade do Estado de São Paulo, 2008.
BORDENAVE, Juan Díaz. PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-
aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1999.
LUCA, Anelise Grunfeld de. Santos, Sandra Aparecida dos. Dialogando ciência entre
sabores, odores e aromas: contextualizando alimentos química e biologicamente.
São Paulo: Editora Livraria da Física, 2010.
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UNIDADE DIDÁTICA 2
Tema: COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS
Objetivos
o Geral: Identificar a composição nutricional de alimentos.
o Específicos: Apontar os nutrientes contidos nos alimentos. Identificar
experimentalmente a presença de nutrientes em alimentos. Apresentar à
comunidade escolar alimentos e sua composição nutricional.
Conteúdos
o Estruturantes: Sistemas biológicos e matéria.
o Básicos: Alimentos, composição da matéria e constituição dos organismos
vivos.
Metodologia
o Estudo de caso sobre alimentos e sua composição nutricional: realizar o
levantamento de alguns alimentos e seus nutrientes e as substâncias
importantes para a saúde.
o Aula experimental sobre a presença e identificação de nutrientes em
alimentos: lipídios, carboidratos, proteínas, vitaminas e sais minerais.
o Exposição dos trabalhos sobre alimentos e sua composição.
Recursos
o Livros, revistas e internet.
o Papel sulfite, cartolina, impressora, figuras de alimentos, pincel atômico.
o Materiais de laboratório: estante com tubos de ensaio, conta-gotas,
béqueres, espátulas, microscópio, lâmina e lamínula, pinças, lamparina,
algodão, placa de petri, bastão de vidro, proveta graduada, funil e filtro de
café.
o Alimentos: toucinho, óleos vegetais, frutas, biscoitos, leite, clara de ovo,
amido de milho, gelatina incolor, abacaxi, limão, mamão.
o Reagentes: éter etílico, iodo, glicofita, hidróxido de sódio, sulfato de cobre,
comprimido efervescente de vitamina C 1g, iodeto de potássio, sal comum,
água sanitária.
Tempo: 8 aulas
Descrição da Atividade
o Nesta unidade inicialmente pretende-se que os alunos escolham alimentos
vegetais (fruta, verduras, legumes) e pesquisem sobre a composição
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nutricional que este apresenta.
o As aulas experimentais objetivam identificar a presença de nutrientes nos
alimentos, dessa forma, serão realizadas as práticas relacionadas a seguir
(LUCA e SANTOS, 2010, p. 88-124):
Verificação de presença de lipídios nos alimentos.
Observação de gorduras nas membranas celulares.
Verificação do grau de insaturação de diversos tipos de óleos.
Identificação da quantidade de glicose nos alimentos por glicofita.
Identificação de amido nos alimentos pela ação do iodo.
Observação de partículas de amido em alimentos por meio do
microscópio.
Identificação da proteína pelo teste do biureto.
Identificação de vitamina C em alimentos.
Identificação de sais minerais.
o A partir das pesquisas realizadas e das atividades experimentais sobre a
identificação e presença de nutrientes nos alimentos os alunos farão uma
apresentação dos seus estudos para a comunidade escolar.
o Aplicação da atividade utilizando Mapa Conceitual, denominada Atividade de
Livre Associação.
Avaliação
A avaliação será constituída a partir do trabalho escrito sobre os alimentos e sua
constituição, dos relatórios das aulas experimentais e também do material elaborado para
a exposição dos trabalhos e também da apresentação oral.
Referências
LUCA, Anelise Grunfeld de. Santos, Sandra Aparecida dos. Dialogando ciência entre
sabores, odores e aromas: contextualizando alimentos química e biologicamente.
São Paulo: Editora Livraria da Física, 2010, p. 87-124.
OLIVEIRA, Maria de Fátima Alves. Construindo conhecimento sobre nutrientes no
ensino fundamental: elaboração e avaliação de atividades investigativas e sua
influência nos hábitos alimentares dos alunos do Rio de Janeiro (Brasil). Tese de
Doutorado – Instituto Oswaldo Cruz, 2008.
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UNIDADE DIDÁTICA 3
Tema: SISTEMA DIGESTÓRIO
Objetivos
o Geral: reconhecer os órgãos que compõem o sistema digestório e suas
respectivas funções no processo de digestão.
o Específicos: conhecer as concepções dos alunos sobre a constituição do
sistema digestório. Identificar os órgãos que compõem o sistema digestório.
Apontar as funções dos órgãos do sistema digestório. Conhecer as enzimas
e sua atuação na digestão. Apontar os processos e ações enzimáticas
durante a digestão.
Conteúdos
o Conteúdo estruturante: Sistemas biológicos, matéria e energia.
o Conteúdo básico: Sistema digestório, processos enzimáticos e produção de
energia.
Metodologia
o Estudo dirigido sobre vitaminas, sais minerais e proteínas.
o Dinâmica de grupo sobre a constituição do sistema digestório.
o Aula expositiva e dialogada.
o Visita ao Museu e Laboratório de Anatomia.
o Construção de um modelo do Sistema Digestório.
o Aula experimental sobre os processos digestivos e enzimáticos.
o Elaboração de esquema sobre o processo da digestão.
o Elaboração de mapa conceitual.
Recursos
o Papel sulfite, cartolina, massa de modela, modelos didáticos do sistema
digestório, meia, bolinha de plástico.
o Material de laboratório: béqueres, palito de madeira, ossos de galinha, placa
de petri, copinhos de plástico,
o Alimentos: amido, sala, açúcar, limão, óleo de cozinha.
o Reagentes: água, comprimido de antiácido, ácido acético ou clorídrico,
detergente.
Tempo: 8 aulas
Descrição da Atividade
o Iniciaremos a aula solicitando que cada aluno faça um desenho do sistema
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digestório da forma que acredita como ele seja constituído. E que explique
como se dá a digestão e a excreção dos resíduos.
o Atividade com Objeto de Aprendizagem disponível no site do MEC, sobre a
digestão, nutrientes e sistema digestório.
o Após entregaremos um desenho anatômico do sistema digestório e
solicitaremos a comparação com a produção do aluno. E pedir para que
aponte por escrito os equívocos e os acertos.
o Aula expositiva sobre a composição do sistema digestório, órgãos e
funções. Realização de atividade por escrito sobre os conteúdos
desenvolvidos.
o Será realizada uma visita orientação ao Museu de Anatomia e ao
Laboratório de Anatomia, com roteiro estabelecido. Após a visita será
solicitado um relatório.
o Em sala de aula com um modelo anatômico os alunos deverão construir um
modelo semelhante utilizando massa de modelar. Identificando os órgãos.
o Serão realizadas aulas experimentais sobre o processo de insalivação, da
mastigação, percepção dos sabores, peristaltismo, comprovação da acides
do suco gástrico e a degradação de gorduras. Essas atividades foram
adaptadas a partir do trabalho de Forgiarini (2010):
1ª O começo da digestão e a ação da saliva:
Material utilizado: dois tubos de ensaio; vidro conta-gotas; dois copos de café;
tintura de iodo; saliva; água e amido.
Metodologia: Colocar água em um dos copos com o amido homogeneizados e, em
seguida, transferida para os tubos de ensaio 1 e 2. Num outro copo, foi recolhida
saliva de um aluno voluntário e colocada no tubo de ensaio, a qual foi deixada
descansar por 30 minutos. Após este tempo, foi adicionada uma gota de tintura de
iodo.
2ª A importância de mastigar bem:
Material utilizado: dois copos de água e dois comprimidos efervescentes.
Metodologia: triturar um dos comprimidos, enquanto o outro permaneceu intacto.
Dois copos transparentes, contendo o mesmo volume de água, foram dispostos
lado a lado. Simultaneamente, adicionar o comprimido triturado e o inteiro a cada
um dos copos.
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3ª A percepção dos sabores:
Material utilizado: quatro conta-gotas com suco de limão, água com açúcar, água
com sal e chá de carqueja, respectivamente.
Metodologia: explicar o porquê de nosso paladar sentir vários sabores e foi
explicado que a língua tem sensores capazes de diferenciar os mais diversos tipos
de sabor.
4ª O movimento da digestão:
Material utilizado: uma meia de lycra fina, bola de isopor e biscoito. Metodologia:
explicar que, após a ingestão dos alimentos, o bolo alimentar é encaminhado para o
esôfago e, por meio de movimentos involuntários, chamados de movimentos
peristálticos, o bolo alimentar é conduzido até o estômago.
5ª A acidez do suco gástrico:
Material utilizado: um copo plástico de café, leite, vinagre ou suco de limão.
Metodologia: adicionar o leite ao copo e em seguida o vinagre.
6ª O detergente da digestão:
Material utilizado: dois copos com água, óleo de fritura, detergente. Metodologia:
colocar o óleo nos dois copos com água e, em um deles, acrescentou-se o
detergente. Após, agitar o copo.
7ª A quebra das proteínas:
Material utilizado: clara de ovo cozida, quatro tubos de ensaio, água, suco de limão,
suco de mamão, suco de abacaxi e algodão.
Metodologia: aos tubos de ensaios numerados. Adicionar, respectivamente, água,
suco de mamão, suco de limão e o suco de abacaxi. Um pedaço da clara de ovo
cozida deve ser adicionado a cada um dos tubos, deixar em repouso, tampados
com algodão, por 72 horas.
8ª A absorção de água pelo corpo:
Material utilizado: um copo com água e uma esponja ou pedaço de algodão.
Metodologia: colocar a esponja no copo com água, e ela absorveu a água.
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o Estudos Dirigidos (OLIVEIRA, 2008, p. 148-162):
Estudo dirigido sobre os nutrientes, utilizando as orientações contidas
na tese de Oliveira (2008).
o Após as aulas sobre a digestão será elaborado em conjunto com os alunos
uma mapa conceitual que possa representar de forma lógica e coerente o
processo da digestão.
Avaliação
A avaliação das atividades desta unidade ocorrerá pela observância da realização e
participação nas atividades sobre a constituição do sistema digestório na visão do aluno e
da comparação entre o modelo anatômico, das atividades sobre o sistema digestório e
seus componentes, da elaboração do relatório da visita ao Museu e Laboratório de
Anatomia, da elaboração do modelo anatômico do sistema digestório e da realização e
relato das aulas experimentais sobre os processos da digestão e também a elaboração do
mapa conceitual sobre a digestão. E também de avaliação escrita sobre o sistema
digestório e o processo de digestão.
Referências
AFFONSO, Dalva Mariana. Uso de um objeto de aprendizagem no ensino de ciências
tomando-se como referência a teoria sócio-construtivista de Vygotsky. Dissertação
de Mestrado – Universidade do Estado de São Paulo, 2008.
FORGIARINI, Ana Maria Cera. Construção do conhecimento a partir das concepções
espontâneas apresentado por alunos do ensino fundamental sobre o tema digestão.
Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de Santa Maria, 2010.
LUCA, Anelise Grunfeld de. Santos, Sandra Aparecida dos. Dialogando ciência entre
sabores, odores e aromas: contextualizando alimentos química e biologicamente. São
Paulo: Editora Livraria da Física, 2010, p. 166-182.
OLIVEIRA, Maria de Fátima Alves. Construindo conhecimento sobre nutrientes no
ensino fundamental: elaboração e avaliação de atividades investigativas e sua influência
nos hábitos alimentares dos alunos do Rio de Janeiro (Brasil). Tese de Doutorado –
Instituto Oswaldo Cruz, 2008.
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UNIDADE DIDÁTICA 4
Tema: ALIMENTOS E NUTRIÇÃO SAUDÁVEL
Objetivos
o Geral: Identificar as condições e formas adequadas para promover uma
alimentação e nutrição saudável.
o Específicos: Identificar os conhecimentos detidos pelos alunos sobre
“alimentação saudável”. Conhecer os hábitos saudáveis de alimentação.
Conhecer as formas de conservação de alimentos. Identificar os aditivos
químicos alimentares e suas funções. Conhecer os possíveis efeitos dos
aditivos químicos no organismo. Conhecer as formas adequadas de higiene
alimentar.
Conteúdos
o Conteúdo estruturante: sistemas biológicos e matéria.
o Conteúdo básico: alimentação saudável, conservação de alimentos,
produção industrial de alimentos.
Metodologia
o Relato dos hábitos alimentares durante o período de um dia.
o Aula expositiva sobre alimentação saudável.
o Pesquisa sobre a pirâmide alimentar.
o Atividade de comparação da composição dos alimentos.
o Aula expositiva sobre a conservação de alimentos.
o Palestras com profissionais da Vigilância Sanitária Municipal
o Pesquisa sobre os aditivos químicos no site da ANVISA.
o Atividade sobre alimento industrializado.
o Análise de filmes de propaganda sobre alimentos.
o Leitura e elaboração de texto no ensino de Ciências.
Recursos
o Papel, sulfite, fichas de trabalho, internet, cartolina, DVD, embalagens de
alimentos, Legislação da ANVISA, Documentos da Vigilância Sanitária
Municipal e modelo da pirâmide alimentar.
Tempo: 8 aulas
Descrição da Atividade
o Solicitar aos alunos que façam um relato dos hábitos alimentares durante
um dia todo. Apontar formas inadequadas de alimentação tanto pela
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ingestão como pela conservação.
o Aula expositiva sobre alimentação saudável. Pesquisa sobre a composição
da pirâmide alimentar. Atividades sobre formas de nutrição saudável.
o Analisar a dieta com a composição da pirâmide alimentar.
o Aula expositiva sobre a conservação de alimentos. Palestras com
profissionais da Vigilância Sanitária Municipal sobre as formas ideais de
conservação de alimentos.
o Pesquisa na internet sobre os aditivos químicos no site da ANVISA.
o Elaborar um trabalho de pesquisa sobre os aditivos, suas funções,
quantidade permitida e possíveis efeitos no organismo humano.
o Cada aluno deverá escolher um alimento industrializado e fazer uma análise
das informações contidas na tabela nutricional da embalagem. Apontar os
aditivos químicos contidos nesse alimento.
o Elaborar um cartaz com as informações constituídas sobre o alimento
investigado e higiene alimentar e expor para a comunidade escolar.
o Em grupos, os alunos deverão escolher um filme de propaganda de um
alimento e fazer sua análise, destacando as informações expressas e o
poder da mídia sobre o consumidor.
o Será solicitado aos alunos que elaborem um texto sobre os conceitos e
conhecimentos apropriados sobre nutrição saudável.
Avaliação
A avaliação da unidade 4 consistirá na observância da participação e interação nas
atividades como: o registro da dieta e ingestão diária de cada aluno, da realização de
atividades sobre alimentação saudável, da construção de um modelo que representa a
pirâmide alimentar, da atividade de comparação da dieta individual com a pirâmide
alimentar, do relatório da palestra com Técnicos da Vigilância Sanitária, da pesquisa
realizada sobre os aditivos químicos, do trabalho de análise de um alimento
industrializado, da elaboração do cartaz e apresentação oral do trabalho para a
comunidade escolar, da elaboração do texto reflexivo sobre os conteúdos apropriados e
também pela avaliação individual e escrita sobre os conteúdos abordados.
Referências
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/legis/especifica/aditivos.htm
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ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Na UNIDADE 1, inicialmente, intenciona-se partir dos conhecimentos prévios dos
alunos sobre nutrientes, mas ao mesmo tempo, disponibilizar conhecimentos científicos
sobre o tema abordado. É importante também o professor estimular os alunos com
questões sobre os conteúdos durante o processo de pesquisa e também orientar como
tratar essas informações tornando-as conhecimentos de fácil entendimento, não é uma
mera cópia e cola da internet, mas é uma atividade que deve ter orientação e clareza do
que se quer do aluno. Então é preciso que ao realizar este tipo de atividade o professor
tenha referências de sites, caso os alunos não consigam acessar o obter as informações.
Um roteiro de pesquisa é sempre bem vindo, pois, norteia o aluno, e também há de se
considerar que alguns possam obter ou acessar informações que você, professor, não
tenha pensado.
O professor poderá consultar trabalhos como teses e dissertações que abordam o
ensino de digestão no ensino fundamental, algumas delas contribuíram para a
composição dessa unidade didática.
A UNIDADE 2 a ênfase é na realização e execução de atividades experimentais
para identificação e reconhecimento dos nutrientes. Mesmo que seja indicado material de
laboratório o espaço para a realização das atividades pode ser a própria sala de aula.
Mas, o cuidado é necessário, pois algumas substâncias podem ser perigosas, mas uma
boa orientação sobre o comportamento e as atitudes nesse tipo de aula é oportuna, mas
nada como a “redescoberta”, pois queremos alunos autônomos e participativos, de forma
ativa nas atividades práticas Durante as atividades de experimentação é oportuno solicitar
aos alunos que façam o registro por meio de textos e desenhos dos fenômenos
observados, uma vez que este tipo de atividade vem contribuir para o desenvolvimento de
uma postura que aproxime da ciência e do rigor.
A UNIDADE 3 apresenta atividades relacionadas com sistema digestório, mas é
preciso considerar inicialmente que conhecimentos prévios os alunos apresentam, como
por exemplo, o desenho do sistema digestório. As atividades incluem também visitas, que
devem ser orientadas e que tenham objetivos relacionados com a aprendizagem dos
conteúdos do sistema digestório, dessa forma é importante que o professor elabore um
roteiro do que podem ser observado nessas visitas, bem como, possíveis questões feitas
durante essa atividade. O professor deve também estabelecer um roteiro de relatório que
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possa ser feito pelos alunos e assim constituir-se num instrumento de avaliação. Há ainda
a sugestão de atividades experimentais, consideradas clássicas, mas que numa
abordagem de questionamento o professor poderá incentivar e motivar o aluno a realizar
o experimento e estabelecer suas próprias explicações. Nesta unidade orientamos a
elaboração de um mapa conceitual sobre a temática desenvolvida para tanto indicamos a
leitura do texto “Construindo mapas conceituais” de Romero Tavares.
Na UNIDADE 4, o foco está voltado para as condições necessárias para uma
alimentação saudável, seja na quantidade ingerida observando os nutrientes, ou nos
aspectos relacionados com a conservação de alimentos. O estudo para pirâmide
alimentar tem como objetivo mostrar as proporções que devem ser ingeridas de cada
nutriente. Antes de apresentar o que é correto na ingestão de alimentos o professor
precisa considerar os hábitos dos alunos e partir deles apresentar uma dieta adequada
solicitando uma reflexão sobre seus hábitos alimentares diários.
Outro aspecto que deve ser considerado é as formas de conservação dos alimentos
ingeridos no dia a dia pelos alunos, é preciso identificar formas inadequadas que não
favorecer o estado de saúde, pelo contrário podem até comprometer a saúde do
indivíduo. Dessa forma, podemos solicitar aos alunos que identifiquem as formas de
conservação dos alunos vendidos no entorno da escola. Contribuindo para isso, a
palestra com os Técnicos da Vigilância Sanitária Municipal será de grande valia, até
mesmo no que se refere a participação dos alunos, pois, o professor diante das
informações trazidas pelos alunos poderá em conjunto com eles elaborar um roteiro de
entrevista que será desenvolvido pelos alunos.
Em todas as unidades propomos uma atividade em que o aluno mostre para a
escola o que produziu. Isto é para valorizar o que conseguiu trazer para a sala de aula
sobre os conteúdos abordados e sua apropriação a partir das aulas desenvolvidas. É
importante considerar essas atividades como instrumentos de avaliação, pois assim, o
aluno perceber que a sua produção é parte integrante do processo de avaliação. Mas
também é um indicador, para o professor, da organização do seu trabalho pedagógico.
Para tanto, será orientado e solicitado a produção de um Caderno de
Experimentos. Neste caderno os alunos farão suas anotações sobre os conteúdos
abordados, o encaminhamento dado durante as aulas, suas dúvidas e também seus
conceitos, ou seja, se configurará num espaço destinado à construção de conhecimento e
de registro durante o processo de ensino dos temas relacionados com a nutrição.
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Em relação ao processo de avaliação e constituição de elementos que possam
evidenciar a aprendizagem do aluno será utilizado o Diário de Bordo (APÊNDICE B), para
acompanhar as ações e atividades desenvolvidas pelos alunos ao longo da execução e
desenvolvimento da intervenção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFFONSO, Dalva Mariana. Uso de um objeto de aprendizagem no ensino de ciências tomando-se como referência a teoria sócio-construtivista de Vygotsky. Dissertação de Mestrado – Universidade do Estado de São Paulo, 2008. BORDENAVE, Juan Díaz. PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1999. FORGIARINI, Ana Maria Cera. Construção do conhecimento a partir das concepções espontâneas apresentado por alunos do ensino fundamental sobre o tema digestão. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de Santa Maria, 2010. FRANCO, Guilherme. Tabela de composição química dos alimentos. São Paulo: Editora Atheneu, 2008. LUCA, Anelise Grunfeld de. Santos, Sandra Aparecida dos. Dialogando ciência entre sabores, odores e aromas: contextualizando alimentos química e biologicamente. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2010, p. 166-182. OLIVEIRA, Maria de Fátima Alves. Construindo conhecimento sobre nutrientes no ensino fundamental: elaboração e avaliação de atividades investigativas e sua influência nos hábitos alimentares dos alunos do Rio de Janeiro (Brasil). Tese de Doutorado – Instituto Oswaldo Cruz, 2008. TAVARES, Romero. Construindo mapas conceituais. Ciência e Cognição, Rio de Janeiro, v. 12, p.72-85, dez. 2007. TERRA, Newton Luiz. A nutrição e as doenças geriátricas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2011.
SITES
http://www.projetofundao.ufrj.br/biologia/images/materiais/digestao_x_nutricao_como_pod
emos_defini-las_e_dife.pdf
http://www.cdcc.usp.br/maomassa/materialApoio/livros/livro05/livroDocumentos/livromm_I
V.pdf
http://www.cdcc.usp.br/maomassa/materialApoio/livros/livro05/livroDocumentos/livromm_I.
http://www.cdcc.usp.br/exper/fundamental/roteiros/apdige1.pdf
16
http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/resolucoes-sms-secretaria-municipal-da-saude/296
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/legis/especifica/aditivos.htm
http://www.slideshare.net/dejairmonacelli/aula-sistema-digestivo-e-nutrio
http://www2.fc.unesp.br/BibliotecaVirtual/ArquivosPDF/DIS_MEST/DIS_MEST20080529_
AFFONSO%20DALVA%20MARIANA.pdf
http://w3.ufsm.br/ppgecqv/Docs/Dissertacoes/Ana_Forgiarini.pdf
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/FAEC84VJZV/1/disserta__o_m
ariana_de_carvalho_capistrano_cunha.pdf
http://www.cienciamao.usp.br/tudo/index.php?midia=lab
http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v12/m347187.pdf
http://www.if.ufrgs.br/ienci/?go=home
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APÊNDICE A – Questionário Aluno
1- Em relação à disciplina de Ciências:
a. O que se aprende nesta disciplina?
b. Do que foi ensinado nesta disciplina nos anos anteriores, o que você considera
mais atraente?
c. Qual conteúdo foi mais difícil? Por quê?
d. Que tipo de aula de ciências você considera mais interessante?
e. Que recursos você acredita que poderiam ser utilizados nas aulas de Ciências?
Como seria essa utilização?
2- Sobre a nutrição responda:
a. O que você entende por nutrientes?
b. Quais são os melhores para o corpo humano e o que eles fazem?
c. Você sabe como o organismo usa esses nutrientes?
d. Você poderia dar um exemplo de:
i. Carboidratos:
ii. Lipídios:
iii. Proteínas:
e. Que alimentos são ricos em:
i. Vitamina A:
ii. Vitamina do complexo B:
iii. Vitamina C:
iv. Vitamina D:
v. Vitamina E:
vi. Sais de Cálcio:
vii. Sais de Sódio:
viii. Sais de Potássio:
ix. Ferro:
f. Que órgãos fazem parte ou participam da digestão?
g. O que você sabe sobre o processo de digestão?
h. Em que órgãos ocorrem o processo da digestão em relação:
i. Trituração do alimento:
ii. Absorção de água:
iii. Absorção de nutrientes como carboidratos, lipídios e proteínas.
iv. A ação de enzimas digestivas.
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i. O que são enzimas
j. Dê exemplo de três enzimas quanto:
i. Nome:
ii. A sua produção:
iii. Em que substância ele atua:
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APÊNDICE B – Roteiro de Diário de Bordo
Identificação da aula:
1- Data:
2- Objetivos:
3- Conteúdos:
4- Recursos:
5- Atividades:
Sobre o aluno:
1- O que ele sabe?
2- O que ele quer saber?
3- Que interesses são despertados em relação ao conteúdo e à aula?
4- Que comportamentos são observados durante:
a. A aula:
b. A realização de atividades individuais:
c. A realização de atividades coletivas ou grupais:
d. Durante as atividades de avaliação:
e. A busca de informações:
5- Como se dá a interação entre alunos durante as aulas?
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ANEXO A
AFFONSO, Dalva Mariana. Uso de um objeto de aprendizagem no ensino de ciências
tomando-se como referência a teoria sócio-construtivista de Vygotsky. Dissertação
de Mestrado – Universidade do Estado de São Paulo, 2008, p. 103-114.
TEXTO INTRODUTÓRIO
A alimentação é uma necessidade básica dos animais, desde os invertebrados até
os vertebrados mais complexos como nós seres humanos. Os alimentos como são
ingeridos não estão no formato de que o corpo necessita para aproveitá-los. Por isso,
devem ser transformados quimicamente em nutrientes para serem absorvidos pelo
sangue e pela linfa, sendo levados às células pela circulação sanguínea e linfática,
respectivamente.
A espécie humana tem uma nutrição heterotrófica, ou seja, alimenta-se de outros
seres vivos, e é onívora (do latim: omnis, tudo, e voros, comer), portanto sua alimentação
constitui-se tanto de produtos de origem animal como de origem vegetal.
A dieta é a composição dos tipos e quantidades de alimentos que ingerimos, e
estes precisam conter carboidratos, lipídeos (gorduras), proteínas, sais minerais,
vitaminas e água. Obtemos nossos alimentos de várias maneiras: da pesca, colheita de
vegetais (frutas e verduras), do leite, do mel, das carnes entre outros. Todos esses
alimentos são trazidos da zona rural até nós por meio aéreo, rodoviário ou ferroviário.
Essas substâncias são chamadas genericamente de nutrientes. Os nutrientes são
as fontes de energia e matéria prima para o funcionamento das células e,
consequentemente, para a manutenção da vida. Porém, para os nutrientes chegarem às
nossas células, eles passam por diversas transformações. Os processos que trituram e
transformam quimicamente os alimentos em nutrientes é a digestão. Os órgãos que são
responsáveis por esse processo fazem parte do Sistema Digestório.
CARBOIDRATOS:
Os carboidratos (açúcares, massas e cereais) são um grupo de elementos
orgânicos, compostos por carbono, hidrogênio e oxigênio. Os grupos de alimentos que
fornecem quantidades apreciáveis de carboidratos são: grãos, frutas, vegetais, leite e
doces concentrados. Desses os grãos fornecem a maior fração de carboidratos na dieta
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humana. Açúcar refinado, xaropes e amido de milho são carboidratos puros.
Doces como mel, geleias e melados apresentam quase que só carboidratos, são
denominados de “calorias vazias”, por contribuírem apenas com calorias na dieta do
homem. A ingestão excessiva dessas calorias tende a reduzir a ingestão de alimentos
protetores da saúde por levarem à falta de apetite.
Os grãos incluem muitas formas, como farinha, pastas, pães, bolos e outros. A
preponderância dos grãos pode ser influenciada por padrões étnicos e desenvolvimento
agrícola. Por exemplo, nos EUA o trigo é o cereal mais popular, fornecendo
aproximadamente 25% das kilocalorias consumidas, enquanto que no Oriente o arroz
pode prover nada menos que, 70% do total. A maior parte dos alimentos com carboidratos
contém mais de um nutriente. Os grãos integrais como trigo, milho, arroz, cevada, aveia,
centeio, trigo mouro e painço contêm amido, além de quantidades variáveis de proteínas,
minerais e vitaminas.
Os carboidratos são indispensáveis como fontes de energia, que os tecidos
requerem para utilizar em todas as condições fisiológicas, como combustível para a
atividade muscular, especialmente o músculo cardíaco. O sistema nervoso central utiliza
exclusivamente glicose como combustível. Por isso, os tecidos necessitam de um
suprimento diário e constante de carboidratos na forma de glicose. Os carboidratos têm
uma ação economizadora de proteínas. Se a dieta contiver uma quantidade insuficiente
de carboidratos, o corpo converterá proteína em glicose para suprir a energia
(glicogênese). A necessidade energética precede todas as demais necessidades.
PROTEÍNAS:
A palavra proteína é de origem grega e significa de “primeira importância”. Foi a
primeira substância reconhecida como parte vital dos tecidos vivos. Quase tudo que
ocorre nas células envolve uma ou mais proteínas. Elas fornecem a estrutura da célula,
catalisam as reações celulares e executam miríades de outras tarefas. O papel central
das proteínas é evidenciado na informação genética. Para cada proteína existe um
segmento de DNA (um gene) que guarda a informação, especificando sua sequencia de
aminoácidos. Em uma célula típica, existem milhares de tipos de proteínas, cada uma
delas codificada por um gene, e cada uma responsável por uma função específica. As
proteínas estão entre as macromoléculas biológicas mais abundantes e também são
extremamente versáteis em suas funções.
A estrutura das proteínas pode ser comparada a de um trem. As proteínas são
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formadas de vários tipos de aminoácidos, assim como um trem é formado por vagões.
Apesar das diferenças, todos os aminoácidos, como os vagões, possuem ligações
idênticas.
Fontes animais, como leite, ovos, queijo, carnes em geral fornecem proteínas de
alto valor biológico. Há uma grande variação no valor biológico, por exemplo, legumes
contêm mais aminoácidos que frutas e vegetais. Os legumes são considerados alimentos
pobres em proteína. Porém, a semente da soja que está entre as principais colheitas
sagradas da China é rica em proteína (40% mais que os legumes), gordura e outros
nutrientes. O prato de arroz e feijão, popular na América Latina, fornece proteínas de alta
qualidade. O arroz é pobre em lisina e isoleucina, mas o feijão é rico nestes aminoácidos.
Quando o uso de uma proteína é restrito, uma mistura de carboidratos com uma pequena
quantidade de proteínas completas suprirá os aminoácidos essenciais. São exemplos
dessa suplementação os cereais com leite, macarrão com queijo, feijão com molho de
carne ou peixe. Aproximadamente de 15 a 20% do corpo humano é proteína, e elas
existem de várias formas. Cerca de 1/3 dos músculos é formado por proteína assim, como
1/5 das cartilagens ósseas. Além de estarem presentes em todas as células, também são
um componente essencial de enzimas, hormônios e secreções.
Entre tantas funções das proteínas, estão: reparação das proteínas tissulares
corpóreas gastas resultantes do contínuo desgaste natural que ocorre no corpo;
construção de novos tecidos; fonte de calor e energia; manutenção das relações
osmóticas normais (albumina) entre os vários fluídos do corpo; transporte de outras
substâncias, como a albumina que transporta ácidos graxos livres, a transferritina, que
transporta ferro. Elas são importantes constituintes do sangue, como a hemoglobina que é
a proteína do sangue. A hemoglobina transporta O2 - do pulmão para os tecidos e leva
CO2 de volta aos pulmões.
Os anticorpos também são proteínas, e que são uma a de nossas defesas contra
doenças. Devem ser ressaltadas as funções especiais de alguns aminoácidos, como o
triptofano que é um precursor da serotonina, um vasoconstritor; a metionina, doador de
grupos metila para a síntese de componentes como a colina e a creatina; glicina, mais
simples e onipresente de todos, combina-se com substâncias tóxicas e as converte em
formas inócuas, também é utilizada na síntese de porfirina do núcleo da hemoglobina e é
constituinte do ácido glicocólico (ácido biliar); histidina, essencial para a síntese de
histamina, um vasodilatador; glutamina e aspargina formadas a partir de ácido glutâmico e
aspártico, respectivamente, são reservatórios de grupamentos amina no corpo.
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Enzimas
Proteínas que participam das reações biológicas aumentando sua velocidade. As
enzimas são responsáveis pela transformação química, ou fragmentação de outros
componentes químicos.
LIPÍDEOS:
Biologicamente os lipídeos constituem um grupo de compostos que são
quimicamente diferentes entre si, porém com uma característica comum que é a
insolubilidade em água. Em muitos organismos, óleos e gorduras são as formas principais
de armazenamento de energia, enquanto que os fosfolipídeos e os esteróides
representam a metade da massa das membranas biológicas. Outros lipídeos
desempenham importantes papéis como cofatores enzimáticos, transportadores de
elétrons, pigmentos que absorvem radiação, agentes emulsificantes, hormônios e
mensageiros intracelulares.
As gorduras são compostas dos mesmos elementos que encontramos nos
carboidratos: carbono, oxigênio e hidrogênio. Entretanto, os lipídeos apresentam em sua
composição maior número de carbonos e menor de oxigênio comparado aos carboidratos.
Devido ao fato de os lipídeos diferirem quimicamente, eles são classificados como
lipídeos simples e compostos. Os primeiros são definidos quimicamente de ésteres de
ácidos graxos e álcool, incluem as gorduras animal e vegetal e, as vitaminas A e D. Os
lipídeos compostos são definidos como ésteres de ácidos de graxos, contendo álcool e
um ácido graxo. Eles incluem os fosfolipídeos e os esteróis, como o colesterol.
Como os lipídeos são insolúveis em água, eles circulam pela corrente sanguínea –
colesterol, fosfolipídeos e triglicerídeos – ligados a proteínas específicas, as lipoproteínas.
Elas solubilizam os lipídeos no plasma e os transportam para fora dele.
As gorduras presentes nos alimentos são triacliglicerol (TG), colesterol e
fosfolipídeos. Poucos alimentos são compostos exclusivamente de gordura. Normalmente
elas são combinadas com outros nutrientes – proteínas, vitaminas lipossolúveis,
carboidratos. As gorduras são divididas em dois grupos: gordura vegetal e gordura animal.
A animal é encontrada nas carnes, peixes, aves, leite e seus derivados. Do grupo de
alimentos vegetais fazem parte as margarinas, grãos e óleos vegetais (milho, algodão) e
frutas (abacate e azeitonas).
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Um dos ésteres mais conhecido, o colesterol, existe em grande quantidade na
gema do ovo, no fígado, no rim, no pâncreas ou timo de vitela, no cérebro e nas ovas de
peixes (caviar). Em menor quantidade ele é encontrado na gordura da carne, no leite
integral, cremes, sorvetes, queijos amarelos (cheddar, provolone entre outros) e manteiga.
Deve ser ressaltado que a quantidade sintetizada e metabolizada pelo organismo,
diariamente, é bem menor que a consumida, da qual apenas 50% é absorvida.
A função primária das gorduras é de uma fonte de energia concentrada. A principal
fonte são os ácidos graxos. A gordura, como tecido adiposo, é a maior fonte de energia
estocada no corpo.
O tecido adiposo auxilia a manter os órgãos e nervos do corpo em posição e
protegê-los contra lesões traumáticas e choques. A camada subcutânea isola o corpo
para manter a temperatura corpórea constante. As gorduras auxiliam no transporte e na
absorção de vitaminas lipossolúveis. Diminuem a secreção gástrica no estômago,
retardando o seu esvaziamento e proporcionando uma sensação de saciedade após as
refeições. Sabores e aromas das gorduras que caracterizam certos alimentos são fatores
determinantes para as pessoas gostarem desses alimentos na dieta.
Ácidos graxos essenciais.
Ácidos linoléico, linolênico e araquidônico são os ácidos graxos essenciais
poliinsaturados, porém para o homem os dois últimos são essenciais. O ácido aracdônico
pode ser sintetizado do ácido linoléico que provém da piroxidina ou vitamina B6.
Desempenham papéis importantes no transporte das gorduras e na manutenção da
função e integridade das membranas celulares. Também aparentam regular o
metabolismo do colesterol, especialmente transportar, transformar em metabólitos e
excretar.
Fosofolipídeos.
Todos os lipídeos que contêm fósforo, depois dos triacilgliceróis são os maiores
componentes lipídicos do corpo. Apresentam afinidade como substâncias lipossolúveis e
hidrossolúveis. Devido a essa propriedade estão ligados a proteínas das membranas
celulares, facilitando a passagem de gorduras para dentro e fora das células. Sua função
é manter a integridade estrutural das células.
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Colesterol.
Intermediário-chave na biossíntese de vários outros ésteres de importância,
incluindo os ácidos biliares, hormônios adrenocorticais, estrógenos, andrógenos e a
progesterona.
TUBO DIGESTÓRIO
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestório é a boca. Aí se encontram
os dentes e a língua, que iniciam o processo da digestão, por meio da mastigação. Os
dentes trituram os alimentos, e logo ao entrar na cavidade bucal a comida mistura-se à
saliva, iniciando a digestão química dos carboidratos (açúcares, amidos). Através da
amilase salivar, enzima contida na saliva, há a quebra das moléculas de carboidratos em
moléculas menores, conhecidas como glicose (açúcar). A saliva, também, facilita a ação
das outras enzimas ao longo do tubo digestório.
O que é a saliva e de onde vem?
A saliva é produzida por seis glândulas salivares: duas sob a língua, duas na
mandíbula e duas sob as orelhas. A presença de alimento na boca, assim como sua visão
e cheiro, estimula as glândulas salivares a secretarem saliva, que contém a enzima
amilase salivar (ptialina, nome antigo), além de sais e outras substâncias.
A amilase salivar fragmenta os carboidratos nos açúcares que os compõem. Além
disso, ao umedecer o alimento, a saliva facilita o ato de engolir (deglutir). E, também
ajuda a sentir mais o sabor dos alimentos. Detectando as substâncias químicas que ficam
flutuando na língua, a saliva facilita a passagem dessas substâncias pelos botões
gustativos. A saliva também ajuda a manter a boca limpa e protegida contra infecções
devido às suas enzimas que matam os germes.
O tubo digestório é, portanto, por onde passa o alimento. Ele é composto por: boca,
faringe, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Além desses órgãos,
também existem os órgãos anexos: glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar,
que juntamente com o estômago e o intestino delgado produzem os sucos digestórios,
que atuam na digestão.
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Mastigação
A primeira etapa da digestão é a mastigação, a digestão mecânica, que ocorre
quando a comida é colocada dentro da boca. A boca é composta por: lábios, bochecha,
gengiva, palatos mole e duro, úvula, língua, frênulo e dentes. A língua movimenta o
alimento, que, misturado à saliva, é empurrado em direção à garganta, para que seja
engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células
sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo, azedo ou ácido, salgado e
doce. De sua combinação, resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos
quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea.
Deglutição
A deglutição tem por função conduzir o alimento ou a saliva da boca para o
estômago, passando pela faringe e esôfago. É uma função inata do indivíduo, e desde
muito cedo, o bebê aprende a coordená-la com a respiração, uma vez que o ar e o
alimento dividem o mesmo espaço de passagem (faringe), não podendo ocorrer ao
mesmo tempo. A deglutição se dá em três fases sucessivas:
Fase oral: estágio preparatório, o qual "após a mastigação eficiente”, o bolo
alimentar é deslocado para a parte de trás da língua. Os lábios se aproximam
passivamente e os músculos da face ao redor da boca estabilizam a mandíbula.
Logo após, sua parte anterior pressiona contra o palato duro, enquanto sua base
se deprime (abaixa).
Fase faringolaríngea: trata-se de um estágio involuntário. Na passagem do bolo
alimentar da cavidade bucal para faringe, esta é alongada ao mesmo tempo em
que há a parada respiratória. Na faringe, o bolo alimentar está num local comum
para a respiração e a deglutição, mas o trânsito pela faringe é muito rápido e
acompanhado pelo fechamento das vias respiratórias, o que orienta o trajeto do
bolo para o esôfago.
Fase esofágica: quando o bolo alimentar passa pelo esôfago, na altura da
clavícula, voltando à laringe à sua posição original, abre-se a glote, a língua retorna
à sua posição de repouso, a mandíbula volta à sua posição postural e reinicia-se a
respiração normal.
O bolo alimentar deglutido é impulsionado por “ondas” de contração da parede
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esofágica, chegando ao estômago em até dez segundos. Essas ondas são chamadas de
movimentos peristálticos ou peristaltismo, e são responsáveis pelo deslocamento do bolo
alimentar do esôfago até o ânus. As ondas peristálticas são contínuas por todo o tubo
digestório, ou seja, a partir do momento em que se inicia,terminará somente no final do
aparelho digestório.
Esôfago
A principal função do esôfago é a de conduzir o alimento da faringe para o estômago. É
através dos movimentos peristálticos que o alimento é deslocado até o estômago.
Estômago
Este órgão possui três funções motoras:
1) armazenamento de grandes quantidades de alimento até o que o duodeno
possa processá-lo. O alimento pode permanecer no estômago por quatro horas ou
mais;
2) mistura desse alimento com as secreções gástricas. Na parede estomacal
localizam-se as glândulas estomacais. Nessas glândulas há células que secretam o
suco gástrico, uma solução aquosa rica em ácido clorídrico e em enzimas que
atuam na digestão das proteínas. A pepsina é a principal enzima ativa do suco
gástrico, mas ela só atua na presença do ácido clorídrico. Esse ácido torna o
conteúdo estomacal fortemente ácido, contribuindo para matar os
microorganismos, amolecer os alimentos e favorecer a ação da pepsina.
3) lenta passagem do alimento do estômago para o intestino delgado para que
esse realize adequadamente a digestão e a absorção. À medida que a digestão
estomacal ocorre, o alimento transforma-se numa massa acidificada e semilíquida
denominada quimo.
O estômago é uma área de pouca absorção, apenas algumas substâncias podem ser
absorvidas, como o álcool e alguns medicamentos.
Intestino Delgado
O intestino delgado é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. A digestão do
quimo que chega do estômago ocorre predominantemente no duodeno. Nessa porção do
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intestino delgado há a produção de uma secreção denominada de Suco Entérico, que
contém enzimas digestivas que digerem substâncias alimentares específicas. Tais
enzimas são:
1) Peptidases: várias dessas enzimas digerem as proteínas, que iniciaram sua
digestão no estômago, decompondo-as em aminoácidos para que possam ser
absorvidos;
2) Quatro enzimas para a decomposição de dissacarídeos em glicose: sacarase,
maltase, isomaltase e lactase;
3) Lípase intestinal que decompõe as gorduras. Além do suco entérico, o pâncreas
secreta uma solução rica em enzimas digestivas. O suco pancreático, como é
conhecido, contém enzimas para digerir todos os três tipos principais de alimentos:
proteínas (tripsina e quimiotripsina), carboidratos (amilase pancreática) e gorduras
(lípase pancreática). Também contém grande quantidade de bicarbonato de sódio
que neutraliza a acidez do quimo que passa do estômago para o duodeno.
Após sofrer a ação das enzimas dos sucos entérico e pancreático e dos ácidos
biliares, o quimo transforma-se em um líquido esbranquiçado, conhecido como quilo.
A secreção da bile também ocorre no duodeno. Uma das muitas funções do fígado
é a de produzir a bile, que é armazenada na vesícula biliar. A bile tem duas importantes
funções:
1. Digestão e absorção das gorduras. Na bile não há enzimas digestivas, mas os
ácidos biliares presentes nessa secreção fazem: - emulsionam as grandes
partículas de gordura do alimento, isto é, quebram-nas transformando essas
partículas em moléculas microscópicas que podem ser atacadas pela lípase
secretada no suco pancreático. Além disso, ajudam a transportar os produtos finais
da digestão da gordura até as células intestinais e auxiliá-las a absorvê-los.
2. A bile serve como meio de excreção de várias substâncias indesejáveis
presentes no sangue, principalmente a bilirrubina – produto final da destruição da
hemoglobina – e o excesso de colesterol que “sai” do fígado.
Intestino grosso
Dividido em quatro partes: ceco (cecum), cólon, reto e ânus. É o local de absorção
de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Os restos de uma refeição
chegam ao intestino grosso (após nove horas de sua ingestão) e permanecem ali por até
três dias. Nesse período há intensa proliferação de bactérias na massa de resíduos, água
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e sais minerais são absorvidos. Assim, os resíduos solidificam-se e transformam-se nas
fezes. A presença de fezes no reto (geralmente fica vazio) estimula as terminações
nervosas dessa região, provocando o relaxamento da musculatura lisa do ânus. A
contração da musculatura abdominal permite a expulsão das fezes. A defecação é o
último processo da digestão.
ABSORÇÃO DE NUTRIENTES
A absorção dos nutrientes ocorre no intestino delgado. As moléculas de glicose e
aminoácidos são suficientemente pequenas para atravessar a membrana das células
intestinais passando dali para o sangue que circula nos capilares sanguíneos intestinais.
Estes capilares reúnem-se e formam a veia porta-hepática, que conduz os nutrientes
absorvidos ao fígado. No fígado há a remoção de bactérias e outras partículas que
possam ter entrado no sangue proveniente do tubo digestório, evitando que agentes
prejudiciais tenham acesso direto ao restante do corpo. Por fim, o fluxo sanguíneo
abandona o fígado através das veias hepáticas que desembocam na veia cava inferior.
Esta, por sua vez, conduz o sangue ao átrio direito do coração.
Desse átrio o sangue passa para o ventrículo direito, sendo bombeado para a
artéria pulmonar. A artéria pulmonar divide-se em duas, uma para cada pulmão. Nos
pulmões o sangue é oxigenado e retorna ao coração pelas veias pulmonares que
desembocam no átrio esquerdo. Dali o sangue passa para o ventrículo esquerdo que o
bombeia para a artéria aorta. Quando o sangue entra na artéria aorta, ele está oxigenado
e rico em nutrientes, pois este sangue é aquele que passou pelos intestinos e recebeu os
nutrientes absorvidos pelo trato gastrintestinal. A artéria aorta se divide em vários ramos e
levará esse sangue para todos os sistemas do corpo.
Os lipídeos, após serem digeridos, transformam-se em glicerol e ácidos graxos,
que são moléculas muito menores, para serem absorvidas pelas células intestinais e
passarem para a linfa nos vasos linfáticos intestinais. Esta flui para cima, chegando ao
coração através da circulação linfática, e depois são distribuídos às células do corpo.