Formação do Plantel Reprodutor · Obedecem princípios semelhantes as criações comerciais, ......

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Formação do Plantel Reprodutor Disciplina: Criação e Exploração de Aves

Prof. Msc. Alício José Corbucci Moreira

Objetivos

Conhecer, compreender e executar as técnicas aplicadas nos programas de seleção do plantel reprodutor de aves e suas particularidades.

Introdução Os programas de melhoramento genético

iniciaram nas primeiras décadas do século XX.

Início da aplicação dos conceitos de estatística.

Avanços e estudos dos conceitos de genética quantitativa, endogamia (consanguinidade), cruzamentos e formação de híbridos.

Até 1940 a produção de ovos era “carro chefe” da atividade.

A sexagem pela cloaca quase não era difundida => atrasos na produção => linhagens puras mantidas por longos períodos até ocorrer dimorfismo sexual, etc.

Segunda guerra mundial (1945) => marco na transformação da cadeia avícola.

Introdução

Fonte: Imagens de domínio público

Surgimento dos Programas de Melhoramento Genético e Seleção

Fonte: Imagens de domínio público

Definição

Melhoramento genético => é o resultado de um processo de direção dos acasalamentos efetuados na raça ou linha pura para a obtenção de ganho genético e fenotípico, em características de interesse da zootecnia.

Programa de Melhoramento

As aves pelos motivos já relacionados sofreram um processo de melhoramento e seleção intenso.

Diferente de outras espécies, os programas de melhoramento e seleção de aves se baseiam em acasalamentos para produção de híbridos altamente produtivos.

Surgimento do termo linhagem comercial.

O cruzamento entre as raças puras constitui o caminho para alcançar os objetivos e não o “produto final”.

Programa de Seleção e Cruzamentos

Identificação dos acasalamentos mais desejáveis dentro da raça ou linha.

Listar separadamente os machos e fêmeas.

Ordenar o valor genético da característica de interesse zootécnico.

Valor genético de cada indivíduo => depende da dominância exercida pelo gene.

O ganho genético depende: parte aditiva (grandemente decorrente da seleção), que passa de geração para geração e uma parte não aditiva (decorrente do vigor híbrido do cruzamento).

Ambiente não favorável = ganho genético embora presente, pode não se traduzir em ganho fenotípico.

O ganho genético pode ser ampliado conforme os seguintes fatores:

a. Tamanho da população;

b. Intervalo entre gerações;

c. Controle da consanguinidade;

d. Herdabilidade da característica;

e. Correlações genéticas com as demais características;

f. Número de características selecionadas ao mesmo tempo.

Programa de Seleção e Cruzamentos

Conceitos Aplicados ao Melhoramento e Seleção

Heterose (vigor híbrido): Efeito benéfico => combinação de linhagens distintas => formação de híbridos

Complementaridade: Quando uma linhagem supre a deficiência de outra.

Especificidade: privilegiar as características importantes => desempenho superior => depende do número de características sob seleção.

Segurança genética: somente híbridos são comercializados => proteção das linhagens puras.

Estrutura do Programa de Melhoramento Genético

Fonte: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/frango_de_corte/arvore/CONT000fc66uyih02wx5eo0a2ndxyampko73.html.

Pirâmide de produção Apresenta três etapas complementares: 1. Topo => elite, responsáveis pelo

melhoramento genético das linhas puras, via seleção intensiva das características economicamente importantes;

2. Parte central => os rebanhos multiplicadores, responsáveis pela produção de matrizes macho e fêmea;

3. Base da pirâmide => rebanhos comerciais, que são os indivíduos destinados ao abate ou à produção de ovos.

Estrutura do Programa de Melhoramento Genético

Estrutura do Programa de Melhoramento Genético

Fonte: Silva , 2014.

Principais Características Selecionadas

Linha Macho Linha Fêmea

Índice de crescimento Produção de ovos

Conversão alimentar Fertilidade e eclodibilidade

Conformação e rendimento Qualidade do ovo

Capacidade de acasalar Índice de crescimento

Fertilidade Conversão alimentar

Produção de ovos, eclodibilidade

Conformação

Adaptação ao manejo Adaptação ao manejo

Fonte: Silva , 2014.

Características de Algumas Linhagens

Indicador/linhagem “Industrial”

“Carijó” “Pescoço pelado” “Índio”

Finalidade Corte e Postura

Corte e Postura Corte Corte

Produção de carne Alta Média Média Média

Conversão alimentar

Excelente Ruim Média Ruim

Produção de ovos

Excelente Boa/Regular Boa/Regular Boa/Regular

Precocidade Excelente Regular Regular Regular

Rusticidade Baixa Boa Boa Excelente

Fonte: Imagens de domínio público

Características Importantes do Híbrido (Corte)

1. Habilidade Materna: Capacidade de produção de pintainhos em quantidade e com qualidade.

2. Ganho de Peso: Capacidade de acumular massa em curtos períodos.

3. Eficiência alimentar: Capacidade de converter o alimento consumido em massa.

4. Viabilidade: Percentual de animais que contribuem efetivamente em musculo (carne).

Vários fatores influem no processo de viabilidade: a) Mortalidade; b) Refugagem; c) Condenações; d) Rendimento (carcaça e cortes); e) Sexagem.

Desempenho Esperado

híbridos de frangos de corte

Abate aos 42 dias de idade com 2,400 kg.

Conversão alimentar de 1,7.

Rendimento de carcaça de 73% e rendimento de carne no peito de 22%.

Pequenas variações entre os lotes.

híbridos comerciais de postura

Apresentam produção de 330 ovos até 80 semanas de idade.

Idade a 50% produção= 140 a 150 dias.

Peso médio do ovo de 60 a 65 g.

Baixo consumo e alta produção.

93 a 96% pico de produção.

Fonte: Imagens de domínio público

Desafios dos Programas de Melhoramento e Seleção

A avicultura brasileira, apesar da alta produtividade ainda é dependente de material genético desenvolvido em outros países.

O processo de seleção genética tem evoluído procurando melhorar características complexas como eficiência alimentar, resistência óssea, resistência ao calor, flexibilidade fisiológica e imunológica.

Fonte: Imagens de domínio público

Manejo de Matrizes e linhas Superiores

Considerações Gerais Assim como em outras espécies, as aves do sexo masculino e

feminino contribuem com 50% de bagagem genética cada.

Geralmente em um programa de melhoramento e seleção de aves os machos constituem aproximadamente 10 a 15% de todo o plantel => importância do macho.

Relação macho/fêmea fundamental.

Os ovos devem ser recolhidos todos e incubados o mais rápido possível, sendo que sua taxa de eclosão diminui com o tempo de espera para chocar (máximo de 7 a 10 dias em condições controladas).

Fase de Cria e Recria

Criados sobre o piso com cama, sistema de aquecimento, arraçoamento (comedouros, bebedouros), ventilação, etc.

Obedecem princípios semelhantes as criações comerciais, porém com algumas diferenças de manejo e bioseguridade.

Através do acompanhamento dos lotes ocorre a seleção dos animais mais uniformes, com bom aprumos, ganho de peso e demais características desejáveis.

Fonte: Imagem de domínio público

Fase de Cria e Recria

Manejo: Arraçoamento

É comum a utilização de comedouros tipo calha e sistemas automatizados.

Desafio => alimentação de machos e fêmeas no mesmo ambiente durante período reprodutivo.

Machos => tendência a ganho de peso excessivo.

Selecionar machos + pesados e controlar ganho de peso.

Utilização de comedouro em diferentes alturas para machos e fêmeas.

Fonte: Imagem de domínio público

Machos e fêmeas criados separadamente até 18 semana de idade.

A ração deve ser fornecida o mais rápido possível => até 3 minutos => consumo homogêneo do lote.

Existem vários métodos de arraçoamento (seguir manual da linhagem), o ideal é alimentar diariamente.

Métodos alternativos de arraçoamento podem ser utilizados para restringir consumo. Exemplos:

Dia sim dia não.

Quatro por três;

Cinco por dois;

Seis por um.

Manejo: Arraçoamento

Manejo: Fase Reprodutiva

Com 18 a 20 semanas as fêmeas estão prontas para introdução no processo reprodutivo.

Fornecer espaço adequado de comedouros e bebedouros (bebedouros 50 a 60 aves e comedouro 15 cm p/ ave).

É importante transferir os machos 5 dias antes das fêmeas.

Spiking: processo de introdução de aves + jovens (aproveitar machos pesados) com intuito de melhorar a fertilidade aproximadamente na 45ª semama.

Machos => utilização => até 70 semanas.

Os machos não devem pesar mais de 5,5 kg. Quando os machos ficam pesados demais, sua forma torna-se mais achatada, desequilibrada

Manejo: Fase Reprodutiva

Fonte: Cobb- Vantress, 2013.

Uniformidade dos lotes

Sistema de avaliação por amostragem, em que deve-se obter 80% uniformidade.

Fatores que afetam a uniformidade:

Qualidade do pintainho.

Aquecimento.

Densidade populacional.

Restrição alimentar.

Pesagem do alimento.

Arraçoamento.

Densidade da ração.

Fonte: Imagem de domínio público

Preparar e fornecer ninhos para postura em quantidade suficientes (4 aves/ninho).

Ninhos devem ser escurecidos.

Podem ser forrados ou não, dotados de sistema de escoamento e recolhimento automático.

Os ovos, quando a coleta for manual deve ocorrer 3 a 5 vezes por período (manhã/tarde).

Ovos sujos trincados e/ou defeituosos devem ser descartados.

Manejo: Ninhos

Ninhos Automáticos e Manuais

Fonte: Imagens de domínio público

Coleta e Manejo dos Ovos

Os ovos impróprios devem ser descartados (trincados, sujos, etc.).

Nunca misturar ovos do piso com ovos dos ninhos.

Lavar bem as mãos antes da coleta. A temperatura de 23,3°C considerado como

ponto zero fisiológico. Temperatura da sala de ovos = 18 a 20°C e UR =

70%. Para armazenamento superior a sete dias manter

abaixo de 15° C => redução considerável de eclosão.

Manejo: Iluminação

Nunca reduzir a iluminação nos períodos produtivos.

Fornecer mínimo de 14 horas de iluminação.

A intensidade luminosa deve ser de 22 lúmens.

Períodos de aumento gradativo da luz a partir da 22ª semana são positivos no desempenho dos animais.

Fonte: Imagem de domínio público

Bioseguridade

Fonte: www.higieneanimal.ufc.br

Bioseguridade

Fonte: Imagens de domínio público

Obrigado pela atenção!

e-mail: aliciojcm@gmail.com

Referências BIOSEGURIDADE ANIMAL. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal. Disponível em: www.higieneanimal.ufc.br .

Acesso em: 12/10/2015.

COBB – VANTRESS. Guia de manejo de matrizes, 2013. Disponível em: http://cobb-vantress.com/languages/guidefiles/083d90c9-a39f-4f6b-a6b0-396a1f84e203_pt.pdf. Acesso em: 05/10/2015.

FIGUEIREDO, E. A. P. Raças/linhas genéticas. Agência Embrapa de Informação Tecnológica – AGEITEC. Disponível em:

http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/frango_de_corte/arvore/CONT000fzh0oawf02wx5ok0cpoo6aby0siwl.html. Acesso em: 20/07/2015.

FIGUEIREDO, E. A. P.; SCHMIDT, G. S.; LEDUR, M. C.; ÁVILA, V. S. Raças e linhagens de galinhas para criações comerciais e alternativas no Brasil. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA. Comunicado Técnico, Concordia- SC, 2003. Disponível em: www.agencia.cnptia.embrapa.br/.../racas_linhagens_para_criacoes_come.... Acesso em: 21/07/2015.

LOPES, J. C. O. Avicultura. Floriano, PI: EDUFPI; UFRN, 2011. Disponível em: http://200.17.98.44/pronatec/wp-

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AGEITEC. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/frango_de_corte/arvore/CONT000g0gyjqot02wx5ok026zxpgegv9oxm.html. Acesso em: 20/07/2015.

SILVA, E. P. Manejo de matrizes parte I. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária – UNESP. Jaboticabal –SP, 2014. Disponível em: www.fcav.unesp.br/Home/.../silva-ep-2014-matriz-parte-i-fcav-unesp.pd.... Acesso em: 19/07/2015.