Post on 20-May-2020
FOCUS
ESCOLA DE FOTOGRAFIA
RAMON DE LIMA QUERO
FOTOGRAFIA DE MODA: ASPECTOS SOCIAIS E
PROFISSIONAIS
SÃO PAULO – SP OUTUBRO/2016
RAMON DE LIMA QUERO
FOTOGRAFIA DE MODA: ASPECTOS SOCIAIS E
PROFISSIONAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito primordial para obtenção de certificado do curso de fotografia.
Orientador: Prof. Ênio Leite
SÃO PAULO– SP OUTUBRO/2016
RESUMO
Neste trabalho são apresentados informes sobre a fotografia de moda e seus aspectos sociais e
profissionais. Nele, serão abordados temas como as particularidades da fotografia de moda, a
imagem veiculada por revistas de moda como elemento de identidade de uma época ou grupo
social, o fotógrafo e sua participação determinante na moda, o mercado editorial, os diversos
segmentos de revistas e os grandes fotógrafos de sucesso no setor da moda. Ao final, é
descrito como a fotografia é o principal veículo de representação de moda, e como o fotógrafo
é o protagonista em uma rica produção fotográfica transmitindo emoção, estilo, identidade,
ideais e memórias através da imagem.
Palavras Chave: fotografia de moda, mercado editorial, produção fotográfica, aspectos
sociais.
ABSTRACT
This paper presents information on fashion photography and its social and professional
aspects. It will be addressing topics such as fashion photography particularities, the image
conveyed by fashion magazines as identity element of an era or social group, the
photographer and his decisive participation in fashion, the publishers, the various segments of
magazines and the great success of photographers in the fashion industry. In the end, it is
described that photography is the main vehicle of fashion representation, and how the
photographer is the leading figure in a rich photography production, passing emotion, style,
identity, ideas and memories through images.
Key-words: fashion photography, publishers, photography production, social aspects.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Richard Avedon ................................................................................................... 12
Figura 2 – Fotografia por Richard Avedon ........................................................................... 13
Figura 3 – Guy Bourdin ......................................................................................................... 14
Figura 4 – Fotografia por Guy Bourdin ................................................................................. 15
Figura 5 – Horst P. Horst ....................................................................................................... 16
Figura 6 – Fotografia por Horst P. Horst ............................................................................... 17
Figura 7 – Nick Knight .......................................................................................................... 18
Figura 8 – Fotografia por Nick Knight .................................................................................. 19
Figura 9 – Annie Leibovitz.................................................................................................... 20
Figura 10 – Fotografia por Annie Leibovitz.......................................................................... 21
Figura 11 – Steven Meisel ..................................................................................................... 22
Figura 12 – Fotografia por Steven Meisel ............................................................................. 23
Figura 13 – Martin Munkacsi ................................................................................................ 24
Figura 14 – Fotografia por Martin Munkacsi ........................................................................ 25
Figura 15 – Helmut Newton .................................................................................................. 26
Figura 16– Fotografia por Helmut Newton ........................................................................... 27
Figura 17– Irving Penn .......................................................................................................... 28
Figura 18 – Fotografia por Irving Penn ................................................................................. 29
Figura 19 – Herb Ritts ........................................................................................................... 30
Figura 20 – Fotografia por Herb Ritts ................................................................................... 31
Figura 21 – J.R. Duran........................................................................................................... 32
Figura 22– Fotografia por J.R. Duran.................................................................................... 33
Figura 23 – Luiz Tripolli ....................................................................................................... 34
Figura 24 – Fotografia por Luiz Tripolli ............................................................................... 35
Figura 25 – Miro de Souza .................................................................................................... 35
Figura 26 – Fotografia por Miro de Souza ............................................................................ 36
Figura 27– André Schiliró ..................................................................................................... 37
Figura 28– Fotografia por André Schiliró ............................................................................. 38
Figura 29 – Jacques Dequeker ............................................................................................... 38
Figura 30 – Fotografia por Jacques Dequeker ....................................................................... 39
Figura 31 – Bob Wolfenson................................................................................................... 40
Figura 32 – Fotografia por Bob Wolfenson........................................................................... 41
Figura 33 – Daniel Klajmic ................................................................................................... 42
Figura 34 – Fotografia por Daniel Klajmic ........................................................................... 43
Figura 35 – Gui Paganini ....................................................................................................... 44
Figura 36 – Fotografia por Gui Paganini ............................................................................... 45
Figura 37 – Capas Harper’s Bazaar: 1867 e 2015 ................................................................. 47
Figura 38 – Capas Vogue: 1893 e 2015 ............................................................................... 47
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 8
2 A FOTOGRAFIA DE MODA E OS ASPECTOS SOCIAIS......................................... 9
3 FOTOGRAFANDO MODA ........................................................................................... 10
3.1 Dez fotógrafos de moda de sucesso ............................................................................. 11
3.1.1 Richard Avedon (1923 - 2004) .......................................................................... 12
3.1.2 Guy Bourdin (1928 - 1991) ............................................................................... 14
3.1.3 Horst P. Horst (1906 - 1999) ............................................................................. 15
3.1.4 Nick Knight (1958)............................................................................................ 17
3.1.5 Annie Leibovitz (1949) ..................................................................................... 20
3.1.6 Steven Meisel (1954)......................................................................................... 21
3.1.7 Martin Munkacsi (1896-1963) .......................................................................... 23
3.1.8 Helmut Newton (1920 - 2004) .......................................................................... 26
3.1.9 Irving Penn (1917 - 2009) ................................................................................. 28
3.1.10 Herb Ritts (1952 - 2002).................................................................................. 29
3.2 Importantes fotógrafos de moda do Brasil................................................................... 32
3.2.1 J.R Duran ........................................................................................................... 32
3.2.2 Luiz Tripolli....................................................................................................... 34
3.2.3 Miro de Souza.................................................................................................... 35
3.2.4 André Schiliró ................................................................................................... 37
3.2.5 Jacques Dequeker .............................................................................................. 38
3.2.6 Bob Wolfenson .................................................................................................. 40
3.2.7 Daniel Klajmic................................................................................................... 42
3.2.8 Gui Paganini ...................................................................................................... 43
4 A MODA E O MERCADO EDITORIAL ..................................................................... 46
CONSIDERAÇÕES ............................................................................................................ 48
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 49
8
1 INTRODUÇÃO
Até o século XIX, a informação passa essencialmente pela escrita. O desenho,
relativamente leal à realidade, é comumente fantasia. A chegada da fotografia vai aluir estes
modos de atuar, visto que ela é de imediata considerada inteiramente objetiva e genuína
(AMAR, 2007, pg. 63).
Conforme Susan Sontag (2004, p. 13): “O resultado mais extraordinário da
atividade fotográfica é nos dar a sensação de que podemos reter o mundo inteiro em nossa
cabeça – como uma antologia de imagens”.
“Imagens constituem um guia para mudanças de ideias [...] e são ainda mais
importantes como evidência de padrões de beleza em mutação, ou da história da preocupação
com a aparência tanto dos homens quanto das mulheres” (BURKE, 2004, p. 11).
O modelo retratado na fotografia deixa de ser unicamente uma pessoa, um ser
humano. A captura do ser se dá em um movimento, num cenário, numa narrativa. O corpo
transfigura-se em momento, em situação, fundindo-se com o cenário e tornando-se parte da
concepção do significado da fotografia (BARTHES, 2009).
A fotografia, como instrumento da moda, determinou-se como seu veículo
fundamental de maneiras distintas: a fotografia de moda editorial, que compõe os editoriais
das revistas de moda; a fotografia publicitária, que circula em anúncios e catálogos de moda;
e a fotografia de cobertura dos desfiles. Nesses três meios os objetivos são diferentes, e por
isso as fotografias são pensadas de maneiras diversas (DE SOUZA E CUSTÓDIO, 2005).
Hipoteticamente, de acordo com Mabel Ferez (1999) e Concha Casajus Quiros
(1993), a fotografia de moda foi criada para divulgar e documentar o vestuário. As primeiras
representações imagéticas da moda mostravam, em detalhes, as roupas lançadas por estilistas
renomados, como Charles Frederick Worth, e serviam para divulgá-las tanto entre os
consumidores com poder aquisitivo suficiente para comprá-las, quanto entre os que, por não
poderem custear uma peça original, copiavam os modelos e encomendava-os a uma
costureira.
Ao decorrer do tempo á foto de moda deixou de focar única e exclusivamente na
roupa, para transparecer outras apropriações, outros discursos, mais coerentes com o próprio
ato de vestir. Acima da proposta de mostras as roupas e acessórios, paira o objetivo de
construir imagens. “Além disso, os anos de 1990 mudam o status de quem define e elabora a
9
imagem: o designer já não é a única estrela. Fotógrafos, stylists, top models, maquiadores,
cabeleireiros, diretores de arte, programadores visuais, web designers, ou seja, toda a equipe
que compõe a imagem é valorizada como nunca”. (MESQUITA, 2004, p. 90).
2 A FOTOGRAFIA DE MODA E OS ASPECTOS SOCIAIS
Por meio do estudo das imagens podemos chegar não só a conhecer visualidade de
uma época, como a desvendar as práticas culturais de um determinado grupo social.
“Ver como uma época se retrata ou retrata o passado, ou ver, na imagem, quais os
valores e os sentimentos que se busca transmitir, quais os sonhos e fantasias de um tempo
dado, ou quais os valores e as expectativas do social com relação aos atores” (PESAVENTO,
2004).
Vargas (2008) destaca que o olhar do fotógrafo, a concepção da modelo, a criação
de moda e os elementos constitutivos da imagem são todos componentes da identidade de
época que é veiculada pelas revistas de moda. Embora todos os artifícios empregados para
que uma fotografia de moda traga algo além da realidade, conseguimos identificar o que nela
provém da realidade, fazendo com que nos sirva assim como um documento.
As imagens podem recuperar um tempo histórico-social de um lugar e identificar
aspectos simbólicos e estéticos das representações sociais preocupando-se com o
“aprofundamento da compreensão” de grupos sociais, seus comportamentos, gostos, estilos de
vida, hábitos de consumo (GOLDENBERG, 1997).
Moda é expressão, é comunicação, é um fenômeno social; portanto, iremos pensar
moda como uma forma dos indivíduos em sociedade exibirem muito sobre si, sobre seu
grupo, sobre seu papel social, ou status sócio cultural e econômico dentro do seu grupo, ou
seja, entendemos moda não só como meio de produção, mas também como uma forma dos
indivíduos informarem uma série de questões relativas a si e ao grupo a que pertencem
(ALVES, 2010).
Lipovetsky (1989) exprime que o papel da moda, historicamente, sempre foi o de
delimitar a distinção entre as classes sociais. Na sociedade atual, a moda tornou-se não só uma
forma de diferenciação social, mas também passou a descrever emoções, traços de
personalidade e de caráter.
10
3 FOTOGRAFANDO MODA
Os primeiros profissionais a fotografar moda, ainda na concepção do retrato,
trabalhavam com fotos posadas. A fotografia era um subproduto que começava a ganhar
espaço em um mundo onde as ilustrações imperavam nas revistas especializadas de moda,
estas também um produto da modernidade, da passagem do século XIX para o XX (IARA,
2011).
Quando se trabalha com fotografia é necessário observar que se está diante de
uma prática mediada por um aparelho, ou seja, “trata-se de imagem produzida por aparelhos”
(FLUSSER, 1985, p. 10). A câmera e os equipamentos utilizados assumem relevância
considerável, não apenas por revelar os recursos técnicos acessíveis para o exercício da
linguagem em determinado período, mas ainda por ser um elemento agregado entre o
executor e seu objeto (SANDRI, 2007, p. 28).
O equipamento fotográfico é uma ferramenta que exige precisão e velocidade,
sendo que essas duas qualidades são características do manejo fino. O manejo fino é
executado com a ponta dos dedos, ou seja, os movimentos são realizados principalmente pelo
dedo indicador (disparo do obturador), ao passo que a palma da mão e o punho permanecem
relativamente estáticos (IIDA, 2005).
O progresso dos dispositivos fotográficos ocorreu de forma gradativa na história
da fotografia. Cada tipo de dispositivo fotográfico pode ser contextualizado em sua época e
cada qual pode gerar imagens com peculiaridades distintas, dependendo da intenção e cultura
de cada fotógrafo que faz uso do mesmo. Para a fotógrafa Dorothea Lange “a câmera é um
instrumento que ensina as pessoas a verem sem uma câmera” (DYER, 2008, p. 18).
Com o emprego de programas gráficos, toda a junção de materiais para a
construção de imagens passou a ser digital. A manipulação eletrônica não é uma novidade, já
que reitera em outra fase cultural e tecnológica o mesmo processo já vivido pelas artes
plásticas modernas. Contudo, ela possibilita a associação de elementos muito divergentes
visualmente, favorecendo o processo de perfilamento, alongamento, coloração e inserção de
uma figura dentro da outra, o que gera paisagens híbridas, que equivalem à outra imagem ou
sequência de imagens sem referência real. O digital, o virtual, a simulação das imagens, a
nova forma de criação nos leva gradativamente para o mundo da ficção, um mundo de
imaginação e fantasia que está redefinindo valores e conceitos relativos à imagem. Esse
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atributo é muito utilizado por David LaChapelle em suas produções para moda, pois ele
manipula as imagens fotográficas digitais ou digitalizadas e as compõem por meio do
computador com outro elemento, originando imagens que não constatam necessariamente
contraponto na realidade (IARA, 2011).
No plano da expressão é que observamos algumas características plástico-visuais,
que direcionam o sentido da leitura de uma imagem, que são: a iluminação do local, os
objetos, a disposição de tais objetos, o que está em evidência, o enquadramento etc. (COSTA;
CAMARGO, 2008, p. 90).
Segundo (SIEGEL, 2008, p.116) as expressões corporais e faciais do modelo não
devem parecer estranhas ao leitor, como uma foto em que o modelo foi fotografado no exato
momento em que piscava ou então aparece com alguma parte do corpo ausente na imagem.
Junto às expressões, deve-se pensar na produção de moda.
O fotógrafo normalmente não é senão o executante competente das ideias dos
criativos, enquanto na moda o estilo do fotógrafo é geralmente determinante, ainda que não
lhe permitida uma plena liberdade de ação (AMAR, 2007, pg. 121).
Diversos nomes fizeram e fazem parte da história da moda, com suas fotos
artísticas, marcantes, sensacionalistas, e conceituais, transformando o modo de pensar das
pessoas, em um olhar interpretativo e analítico possível de codificar as mensagens de desejo e
sonho ali inseridas. Nomes como: George Hoyningen-Huene, Horst P. Horst, Irving Penn,
Cecil Beaton, Guy Bordin, Peter Knapp, Erwin Blumenfeld, Ines Van Laamswerde e Vinoodh
Matadin, Bert Stern, David Bailey, Toni Frissell, Sarah Moon, Ellen Von Unwerth, Tyen,
Steven Meisel, Peter Lindbergh, Herb Ritts, Craig Mc Dean, entre outros (SEELING, 2000).
Mediante o ensaio que o fotógrafo pode expressar com mais intensidade sua visão
sobre certo tema, e é essencial que se sinta a singularidade que a presença do ponto de vista
do autor concede ao trabalho. Ao participar de um ensaio o autor se vê inserido em um
processo que exige muito mais que a captura de imagens. Exige uma reflexão sobre a conexão
entre estas imagens, sobre a edição que melhor pode expressar sua intenção no trabalho e
sobre a apresentação que seja mais efetiva para tocar o outro, seu apreciador (CUNHA 2009).
3.1 Dez fotógrafos de moda de sucesso
Richard Avedon, Guy Bourdin, Horst P. Horst, Nick Knight, Annie Leibovitz,
Steven Meisel, Martin Munkacsi, Helmut Newton, Irving Penn e Herb Ritts são fotógrafos
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que se destacaram e fizeram história na fotografia de moda, tiveram seus trabalhos divulgados
em grandes editoriais, campanhas publicitárias, álbuns e vídeos. São internacionalmente
reconhecidos por exprimirem um estilo exclusivo para fotografar.
3.1.1 Richard Avedon (1923 - 2004)
Richard Avedon foi o primeiro fotógrafo americano a voltar-se para fotografia de
moda em estreita colaboração com á Vogue e Harper Bazaar - um dos favoritos de Diana
Vreeland - antes de se mudar para o jornalismo e retratos artísticos. Ele revolucionou a
fotografia de moda do pós-guerra, enquanto ele estabeleceu a figura impactante de modelos,
com destaque para figuras como Dovima, Veruschka ou Stephanie Seymour - uma marca que
influenciou o filme Funny Face em 1956 e que contou com uma das suas modelos favoritas,
Audrey Hepburn (VAILLAT, n.d, tradução nossa).
Figura 1- Richard Avedon
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/27936460161801103/ Acesso em: 14. Out.2016
13
Figura 2- Audrey Hepburn, estampa da Haper’s Bazzar de Abril de 1956, por Richard Avedon
Disponível em: http://theredlist.com/wiki-2-24-525-529-view-the-one-profile-audrey-
hepburn.html/Acesso em: 08. Out.2016.
14
3.1.2 Guy Bourdin (1928 - 1991)
Guy Bourdin foi um fotógrafo francês que durante os anos 1950 iniciou sua
carreira na moda com atribuições para Vogue Paris. Ele prontamente mudou a identidade da
fotografia de moda com as imagens perfeitas, exóticas e surrealistas que ele criou, trazendo a
morte, violência e fetichismo nas páginas das revistas. Tendo sempre o desejo de se tornar
pintor, Guy Bourdin foi um dos primeiros a imaginar fotografias de moda que continham
narrativas fascinantes, efeitos dramáticos com intensa saturação de cor, hiper-realismo
(VAILLAT, n.d, tradução nossa).
Figura3- Guy Bourdin
Disponível em: https://uk.pinterest.com/pin/248401735670331682/ Acesso em: 14. Out. 2016.
15
Figura4-Guy Bourdin, Vogue Paris, 1975
Disponível em: http://theredlist.com/wiki-2-16-601-793-view-fashion-1-profile-bourdin.html/ Acesso em: 08.
Out.2016.
3.1.3 Horst P. Horst (1906 - 1999)
Horst P. Horst nasceu na Alemanha se mudou para Paris em 1930 para estudar
arquitetura ao lado de Le Corbusier. Tornou-se assistente do fotógrafo George Hoyningen-
Huene e se estabeleceu como um reconhecido fotógrafo pela Vogue. Fascinado pela escultura
grega antiga e design, Horst P. Horst retratava seus modelos como musas esculturais muitas
16
vezes emolduradas por arcos e pilares, ele criou composições atmosféricas e sofisticados
(VAILLAT, n.d, tradução nossa).
Figura 5- Horst P. Horst
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/3377768448218766/ Acesso em: 14. Out. 2016.
17
Figura 6- Horst P. Horst, Helen Bennett, Capa, 1936.
Disponível em: http://theredlist.com/wiki-2-16-601-793-view-fashion-1-profile-horst-p-horst.html/ Acesso em:
11 de out. 2016.
3.1.4 Nick Knight (1958)
Após ter estudado arte, Nick Knight lançou seu primeiro livro de fotografia, em
1985. Nos anos de 1990 tornou-se diretor de arte da revista I-D. O fotógrafo britânico tem
empurrado os limites da fotografia de moda através da instalação de moda para o futuro, ele
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zomba das tendências que replicam polaroids e fascínios retro. O trabalho de Knight tem
seduzido inúmeras marcas, tais como: Christian Dior, Alexander McQueen e Yohji
Yamamoto, também produziu capas de álbuns e vídeos com Björk, Massive Attack e Lady
Gaga (VAILLAT, n.d, tradução nossa).
Figura 7- Nick Knight
Disponível em: https://i-d.vice.com/en_gb/article/nick-knight-to-receive-isabella-blow-award-at-bfas/Acesso em:
14. Out. 2016.
19
Figura 8- Nick Knight, Lady Gaga, Vanity Fair, 2010
Disponível em: http://theredlist.com/wiki-2-16-601-793-view-fashion-1-profile-knight-nick.html/ Acesso em: 11
de out. 2016.
20
3.1.5 Annie Leibovitz (1949)
Com apenas 21 anos, Annie Leibovitz foi contratada pela revista Rolling Stones e
logo se tornou a principal fotógrafa de ícones da música de 1970. Na época, ela desenvolveu
seu estilo de assinatura: retratos impactantes em tons vívidos ou negros e brancos poderosos,
com poses incomuns. A imagem mais representativa desse período é a sua representação de
Yoko Ono e John Lennon em sua cama: ela, inteiramente vestida e ele nu em uma posição
fetal, abraçando sua amada, uma combinação que sugere intimidade e extravagância. Em
1983, a fotógrafa americana deixa a Rolling Stones e se junta á Vanity Fair, onde ela capta
celebridades e socialites de Hollywood em decorações sofisticadas, tais como a série da
Disney com personalidades como Beyonce encarnando Alice no país das maravilhas ou
Scarlett Johansson como Cinderela (VAILLAT, n.d, tradução nossa).
Figura- 9 Annie Leibovitz
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/516295544762462549/Acesso em: 15. Out.2016.
21
Figura 10- Annie Leibovitz, Yoko Ono & John Lennon, 1980.
Disponível em: http://theredlist.com/wiki-2-16-860-898-34-264095-view-stars-3-profile-leibovitz-annie-2.html/
Acesso em: 11 de out. 2016.
3.1.6 Steven Meisel (1954)
Steven Meisel é um dos mais aclamados fotógrafos de moda da atualidade. O
nova-iorquino é formado em ilustração e teve seus trabalhos publicados na Women’s Wear
Daily, antes de começar a fotografar de fato. O estilo de Meisel muda constantemente e é
difícil de categorizar, o fotógrafo diz que para continuar atual e entusiasmado tenta sempre
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novas abordagens. Em seus trabalhos é possível se notar referências vindas da arquitetura,
fotografia, pintura e também do cinema (HÜSCH, 2015, tradução nossa).
Figura 11- Steven Meisel
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/120823202477635570/ Acesso em: 15. Out. 2016.
23
Figura 12 - Campanha de Outono/Inverno 2008 da Alberta Ferretti, por Steven Meisel
Disponível em: http://www.fotografia-dg.com/3-profissionais-em-destaque-na-fotografia-de-moda/ Acesso em:
11 de out. de 2016.
3.1.7 Martin Munkacsi (1896-1963)
O húngaro Martin Munkacsi foi um dos mais famosos fotógrafos do mundo. Suas
fotografias dinâmicas de esportes, artistas, política e vida de rua na Alemanha e na Hungria
desde o final dos anos 1920 e 1930, foram tiradas em um estilo novo, roda livre que capturou
a velocidade e movimento da era moderna. Muitas dessas primeiras fotografias foram
publicadas em revistas semanais. Em 1933, Munkacsi direcionou o estilo enérgico para a
fotografia de moda, fazendo imagens de modelos na praia. Essas fotos revolucionaram a
fotografia de moda com sua informalidade e vitalidade. Logo depois, recebeu oferta de
24
contrato por Carmel Snow, editor da Harpers Bazaar, e ele partiu para Nova York, onde ele
fez sua fama e fortuna (SQUIERS E PHILLIPS, 2007, tradução nossa).
Figura 13- Martin Munkacsi
Disponível em: http://foto.espm.br/index.php/sem-categoria/pense-enquanto-fotografa-martin-
munkacsi/ Acesso em: 15. Out. 2016.
25
Figura14- Lucile Brokaw, Piping Rock Beach, Long Island, Harper's Bazaar, 1933 por Martin Munkacsi
Disponível em: http://www.howardgreenberg.com/exhibitions/martin-munkacsi-vitality/ Acesso em: 11 de out.
2016.
26
3.1.8 Helmut Newton (1920 - 2004)
Nascido em Berlim, Helmut Newton tornou-se o fotógrafo assistente em meados
da década de 1930 e estabeleceu-se em Singapura em 1938, onde ele tentou se tornar um
fotojornalista. No entanto, absurdamente, o fotógrafo alemão era tão meticuloso na sua
preparação que muitas vezes ele perdeu os momentos que ele precisava para capturar. Desta
forma, ele seguiu para a fotografia de moda, assim como seu mentor Yva. Ansioso para
enfatizar os conceitos de poder, luxo e dinheiro em suas imagens, Helmut Newton escolheu
uma estética chocante, bem-humorada e erótica. As mulheres dominaram seu mundo com as
suas pernas, peitos e bundas em destaque junto a objetos de fetiche. No entanto, neste mundo
influenciado por sexo e escândalo, o museu Jeu de Paume recusou o legado do artista que foi
considerado demasiado obsceno (VAILLAT, n.d, tradução nossa).
Figura 15- Helmut Newton
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/55239532901691103/ Acesso em: 15. Out. 2016.
27
Figura 16- Helmut Newton: Modelo: Winnie Hollmann, França, Vogue, 1976. Fotografado em Paris.
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/427349452114736458/ Acesso em: 15. Out. 2016.
28
3.1.9 Irving Penn (1917 - 2009)
Nascido em Nova York, Irving Penn trabalha no mundo da publicidade quando
ele decide, em 1942 ir para o México para dedicar-se à pintura. Voltando a New York um ano
depois, ele colabora com Alexander Liberman na Vogue. A maior parte do trabalho do
fotógrafo americano reside em contraste: é inventivo apesar de sua aparente simplicidade,
bonito mesmo quando representa o feio e digno quando retrata indivíduos modestos. Nas
imagens de preto e branco, enfatizou franqueza e se recusou luzes artificiais. Suas fotografias
exibiam composições elaboradas, os negros profundos, os tons brilhantes e as linhas
pitorescas (VAILLAT, n.d, tradução nossa).
Figura 17- Irving Penn
Disponível em: https://www.dodho.com/irving-penn-a-master-of-portraiture/ Acesso em: 15. Out. 2016.
29
Figura 18 – Fotografado por Irving Penn. Vogue, Setembro 1964.
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/152911349822180839/ Acesso em: 11 de out. 2016.
3.1.10 Herb Ritts (1952 - 2002)
Herb Ritts tornou-se um famoso fotógrafo quase por acidente. Durante um passeio
no deserto com seu amigo Richard Gere, ele casualmente capturou o ator trocando pneus em
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uma garagem, com uma camisa suada e um cigarro nos lábios: a fotografia, assim, apareceu
em várias revistas (VAILLAT, n.d, tradução nossa). Começou sua carreira fotográfica no final
dos anos 70 e ganhou uma reputação como um mestre da arte e da fotografia comercial. Além
de produzir retratos e editoriais para Vogue, Vanity Fair, Entrevista, e Rolling Stone, Ritts
também criou campanhas publicitárias de sucesso para a Calvin Klein, Chanel, Donna Karan,
Gap, Gianfranco Ferré, Gianni Versace, Giorgio Armani, Levi, Pirelli, Polo Ralph Lauren e
Valentino, entre outros. Começando em 1988, ele dirigiu vários vídeos e comerciais influentes
e premiados música. Sua fotografia de arte tem sido objecto de exposições em todo o mundo,
com obras que residem em várias coleções públicas e privadas significativas (HRF, 2016,
tradução nossa).
Figura19- Herb Ritts
Disponível em: http://www.olacocorderosa.com/2013/02/fotografo-do-dia-herb-ritts.html Acesso
em: 15. Out. 2016.
31
Figura 20- Versace Dress, Back View, El Mirage, 1990, Herb Ritts. Gift of the Herb Ritts Foundation. © Herb
Ritts Foundation.
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/447826756669802372/ Acesso em: 15. Out. 2016.
32
3.2 Importantes fotógrafos de moda do Brasil
Entre os fotógrafos que mais se destacam na fotografia de moda no Brasil estão: J.
R. Duran, Luiz Tripolli, Miro de Souza, André Schiliró, Jacques Dequeker, Bob Wolfenson,
Daniel Klajmic e Gui Paganini.
3.2.1 J.R Duran
J.R. Duran, nascido na Espanha e radicado no Brasil tem seus trabalhos em
revistas de moda como Vogue e Elle Brasil desde 1970. Seu estúdio está localizado na cidade
de São Paulo, e hoje é um dos nomes mais conhecidos no setor de fotografia no Brasil e
também no mundo da moda (EQUIPE ONDM, 2016).
Figura 21- J.R. Duran
Disponível em: http://www.ondm.com.br/single-post/2016/08/19/Os-8-fot%C3%B3grafos-mais-importantes-no-
mundo-da-moda /Acesso em: 16. Out. 2016.
33
Figura 22 - Marina Dociatti por J.R Duran para Vogue Brasil Março 2013
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/547961479646255303/ Acesso em: 16. Out.2016.
34
3.2.2 Luiz Tripolli
Fotógrafo e diretor de fotografia, reconhecido por fotografar a nudez da mulher
brasileira, seus trabalhos ilustraram as capas das revistas Fairplay, Homem e Playboy. Tripolli
foi um dos precursores da fotografia de moda no Brasil (EQUIPE ONDM, 2016).
Figura 23 – Luiz Tripolli
Disponível em: http://www.ondm.com.br/single-post/2016/08/19/Os-8-fot%C3%B3grafos-mais-
importantes-no-mundo-da-moda/ Acesso em: 16. Out. 2016.
35
Figura 24- Primavera Verão 2012, Lino Villaventura, fotografado por Tripolli
Disponível em: http://linovillaventura.com.br/?page_id=1089 /Acesso em: 16. Out. 2016.
3.2.3 Miro de Souza
Iniciou sua carreira como estagiário de fotografia na agência Estrada Propaganda,
onde se consagrou trabalhando para as revistas de moda mais importantes da europa. Miro se
tornou muito influente na fotografia de moda e publicidade brasileira (EQUIPE ONDM,
2016).
Figura 25- Miro de Souza
Disponível em: http://www.ondm.com.br/single-post/2016/08/19/Os-8-fot%C3%B3grafos-mais-
importantes-no-mundo-da-moda /Acesso em: 16. Out. 2016.
36
Figura 26 - Fernanda Torres, em ensaio para a revista Vogue, por Miro de Souza
Disponível em: http://photos.com.br/miro-mito/ Acesso em: 16 de Out, 2016.
37
3.2.4 André Schiliró
Iniciou sua carreira como assistente de fotografia no estúdio Abril. Entre seus
trabalhos mais ilustres estão editoriais, capas e campanhas publicitárias para as revistas
Vogue, Mag, Nova e Marie Claire brasileira (EQUIPE ONDM, 2016).
Figura 27- André Schiliró
Disponível em: http://www.ondm.com.br/single-post/2016/08/19/Os-8-fot%C3%B3grafos-mais-
importantes-no-mundo-da-moda /Acesso em: 16. Out. 2016.
38
Figura 28- Anne Schoenberger, Campanha Dibikini 2013, por André Schiliró
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/211880357448032301/ Acesso em: 16. Out. 2016.
3.2.5 Jacques Dequeker
Era professor de boxe quando se apaixonou pela fotografia, hoje ele se considera
um fotógrafo experimental e é um dos profissionais mais solicitados da moda brasileira. Seu
primeiro trabalho solo foi para a edição nacional da revista Vogue (EQUIPE ONDM, 2016).
Figura 29 - Jacques Dequeker
Disponível em: http://www.ondm.com.br/single-post/2016/08/19/Os-8-fot%C3%B3grafos-mais-importantes-no-
mundo-da-moda /Acesso em: 16. Out. 2016.
39
Figura 30- Vogue Brasil abril de 2014 (Foto: Jacques Dequeker)
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/575405289863315062/ Acesso em: 16 de Out. 2016.
40
3.2.6 Bob Wolfenson
Deu início a sua carreira aos 16 anos na Editora Abril como assistente de
fotografia. Realizou vários trabalhos para Playboy e outros editoriais de moda. Hoje em dia é
considerado um dos maiores fotógrafos da américa latina, Bob é coeditor de sua própria
revista a S/N e também é curador do movimento HotSpot (EQUIPE ONDM, 2016).
Figura 31 - Bob Wolfenson
Disponível em: http://www.ondm.com.br/single-post/2016/08/19/Os-8-fot%C3%B3grafos-mais-importantes-no-
mundo-da-moda /Acesso em: 16 de Out. 2016.
41
Figura 32- Fernanda Young fotografada por Bob Wolfenson pra exposição "Call me
Frida"2013.
Disponível em: http://www.lilianpacce.com.br/e-mais/16-vezes-que-frida-kah lo-in fluenciou-a-
moda/ Acesso em: 16 Out. 2016.
42
3.2.7 Daniel Klajmic
Seu trabalho figurou em publicações internacionais e com apenas 23 anos de
idade fotografou a campanha mundial da Max Factor (EQUIPE ONDM, 2016).
Figura 33- Daniel Klajmic
Disponível em: http://www.ondm.com.br/single-post/2016/08/19/Os-8-fot% C3% B3grafos-mais-
importantes-no-mundo-da-moda /Acesso em 16. Out. 2016.
43
Figura 34 - Quadros de Moda por Daniel Klajmic
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/24418022959452218/ Acesso em: 16. Out. 2016
3.2.8 Gui Paganini
Gui Paganini é fotógrafo de moda há quase 20 anos e já fotografou as principais
personalidades do país. Seu primeiro grande trabalho foi para a revista Moda Brasil, ainda na
década de 1980, mas Gui fez para várias outras, como Elle e Vogue, além de campanhas
44
publicitárias para C&A, Vide Bula, Puket, Santista, Colcci e Rosa Chá (EQUIPE ONDM,
2016).
Figura 35- Gui Paganini
Disponível em: http://lulacerda.ig.com.br/revista-elle-comemora-os-50-anos-de-gui-paganini/ Acesso em: 16.
Out. 2016.
45
Figura 36 - Heather Marks, Via Uno, Campanha Iverno 2012, por Gui Paguanini
Disponível em: http://glamconcept.blogspot.com.br/2012/05/campanha-via-uno-inverno-2012.html /Acesso em:
16. Out. 2016.
46
4 A MODA E O MERCADO EDITORIAL
Moda é uma instituição essencialmente estruturada pelo efêmero e pela fantasia
estética. É esse efeito passageiro, de modificações constantes, caráter comunicador e
necessidades frívolas que definem a moda como evidência temporal (LIPOVETSKY, 1989).
A moda era retratada em revistas específicas, até início do século XX, por
ilustrações realizadas por desenhistas preocupados com a representação perfeita do código
indumentário da época. A revista Vogue, constituída em 1892, foi pioneira no uso da
fotografia de moda (DE SOUZA E CUSTÓDIO, 2005).
Segundo Souza (2005), existe diversos segmentos de revistas a fim de atender às
necessidades exclusivas dos leitores-alvo. Enquanto umas tratam especificamente de moda,
outras concentram seu conteúdo na publicidade. Torna-se explícito, com essa explicação, que
os fotógrafos de moda constituem o estilo pessoal ao conceito particular de cada revista.
O mercado editorial na área da moda é muito amplo, de modo que a fotografia
pode ser vista em milhares de revistas em todo o mundo. Entre as mais concorridas, cinco
merecem destaque neste trabalho: Claudia, Nova, Elle, Marie Claire e Vogue. Resultado de
análises, algumas premissas são apresentadas: Claudia e Nova são publicações mais didáticas,
com características de prestação de serviços; Elle, Marie Claire e Vogue estão mais inclinadas
a provocar nas leitoras indagações e atitudes. A leitora de Claudia é prioritariamente a mulher
casada, com menos de 40 anos, que assume as tarefas de casa e do trabalho. É geralmente
representada como uma mulher bem disposta, jovial e bonita, acessível a todas as exigências
do lar (DE SOUZA E CUSTÓDIO, 2005).
Em um cenário como da mídia contemporânea, em que estratégias de marketing
editorial adotam entretenimento como um dos recursos para atração de leitores, a fotografia
de celebridades é, todavia, abundante (BAEZA, 2003).
Ainda que o cenário da fotografia seja de fato um lugar real, não construído ou
elaborado por intermédio de objetos cenográficos, mesmo assim a fotografia de moda não
procura representar de fato o mundo real. Diferentemente, por exemplo, da jornalística, pois
não demanda representar um momento certo, exato. Retrata, de fato, uma narrativa, uma
história que, empresta do mundo real, um significado, uma representação (BARTHES, 2009).
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Figura 37- Capas Harper’s Bazaar: 1867 e 2015
Disponível em: http://www.audaces.com/br/criacao/falando-de-criacao/2016/02/11/conheca-a-
historia-das-revistas-de-moda-no-mundo /Acesso em: 16. Out. 2016.
Figura 38 - Capas Vogue: 1893 e 2015
Disponível em: http://www.audaces.com/br/criacao/falando-de-criacao/2016/02/11/conheca-a-historia-
das-revistas-de-moda-no-mundo /Acesso em: 16. Out. 2016.
48
CONSIDERAÇÕES
A fotografia, veículo central de representação da moda, firma-se definitivamente
como aquele que materializa a ficção gerada para personalizar as marcas. Cria outras
realidades que se personalizam na marca, convertendo-se em realidade e propaganda (DE
SOUZA E CUSTÓDIO, 2005).
Nos dias de hoje, o consumidor paga as emoções que a roupa traz embutida e
essas emoções são desenvolvidas pelo marketing. A fotografia – um dos instrumentos do
marketing, através de suas funções de informar e comunicar – é indispensável para o sucesso
de uma marca (DE SOUZA E CUSTÓDIO, 2005).
A fotografia de moda não tem compromisso com a realidade. Além do seu ponto
principal, que é expor um modelo de vestimenta, propagar um produto do segmento de moda,
ela tem o objetivo de fabricar sonhos. A imagem fotográfica gera uma lembrança coletiva e
pode revelar traços da identidade de uma determinada época. Uma imagem de moda traduz a
memória de um estilo, mulher e imagem que não existem mais, mas, em um caminho
contrário ao da própria moda, que é efêmera, carrega a marca da permanência (VARGAS,
2008).
É possível imaginar em um futuro não muito distante em que uma “piscadela”
(GEERTZ, 1989) será suficiente para uma fotografia ser realizada (FRANDOLOSO, 2016).
Entretanto a piscadela seria similar ao clique, e simplificar a fotografia apenas ao aperto de
um botão seria o mesmo que reduzir o fotógrafo a um indivíduo que não reflete, que não
decide, que não opina, enfim, que não comunica (FRANDOLOSO,2016).
O ato de fotografar propõe ao fotógrafo uma secessão de decisões que impulsiona
todas as esferas da subjetividade. O fotógrafo é o personagem principal que reflete, sente, se
sensibiliza, interpreta e toma partido (FRANDOLOSO, 2016).
Se anteriormente o que observávamos na rica produção fotográfica era o olho,
olhar técnico, o que determina hoje no século XXI é a visibilidade. Logo, pertencer ao mundo
do espetáculo, é decisivo para reconhecer a propensão cultural desses atos. E é na fotografia
que obtemos a oportunidade de concepção da imagem, do ideal, ou de um personagem de uma
sociedade em um dado momento (KOSSOY, 2007, p.58).
49
REFERÊNCIAS
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