Post on 04-Jul-2015
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Fundamentos da Linguística para a formação
do profissional da informação
Noções basilares da ciência linguística
Universidade de Brasília
Faculdade de Ciência da Informação
Biblioteconomia
Análise da Informação
1
Introdução
A Ciência da Informação preocupa-se com os
aspectos da geração, comunicação e uso da
informação.
Linguística: Ciência que estuda a linguagem enquanto
sistema de comunicação e autoexpressão.
2
Organização do conhecimento
“Entendemos a organização do conhecimento como
processo de modelagem que visa construir
representações do conhecimento e que tem por base a
análise do conceito e de suas características para o
estabelecimento da posição que cada conceito ocupa
num determinado domínio, bem como suas relações
com os demais conceitos que compõe um sistema
conceitual.” (BRÄSCHER; CAFÉ, 2008)
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SOC: Sistemas de Organização do conhecimento.
Funções: Padronização terminológica
Relação entre conceitos
Uma descrição necessita de uma linguagem.
5
Svenonios (2000)Linguagens que descrevem a informação eLinguagens que descrevem o documento (suporte físico)
Ambas possuem:Vocabulário;Semântica;
Relacional;Referencial;Categorial;
Sintaxe;Pragmática.
6
A descrição física utiliza elementos identificados de
forma mais objetiva no documento como autor, título,
editor, data de publicação, entre outros.
A descrição de conteúdo é subjetiva e menos
suscetível a regras pré-definidas, diferente da descrição
física.
7
Os Elementos da Comunicação – Exemplo
Emissor: José Saramago (autor);
Receptor: leitor;
Contexto: variável;
Mensagem: estória do livro (conteúdo);
Canal: livro;
Código: língua portuguesa.
10
Os Elementos da Comunicação - Funções da linguagem
Para cada elemento da comunicação uma função da linguagem está associada.
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Elementos da Comunicação Funções da linguagem
Emissor Função Emotiva
Receptor Função Conativa
Contexto Função Referencial
Mensagem Função Poética
Canal Função Fática
Código Função Metalinguística
A Língua: sistema de signos
O que é signo?
Para Charles Pierce, pai da semiótica, é algo que está
por outra coisa a alguém, ou seja, qualquer coisa que
representa alguma coisa a alguém e compreende o
signo como ente triádico.
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Objeto
Representame
m
Interpretante
Para Ferdinand de Saussure, trata-se de uma unidade de
duas faces:
O significado = conceito
O Significante = “sequência de sons ou letras” que
constituem o aspecto material do signo e que evocam o
primeiro [o significado] na mente do falante.
𝑺𝒊𝒈𝒏𝒐 =𝑺𝒆
𝑺𝒐
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Mesa significante
Objeto constituído por uma superfície plana sustentada
por um ou mais pés. Significado
Mesa de um pé só; mesa redonda;
mesa baixa; etc Referentes
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Sistema Linguístico
Subsistema Fonológico
Unidades Elementares:
fonemas
SubsistemaMorfológico
Unidades Elementares:
morfemas
SubsistemaSintático
Unidades Elementares:
sintagmas
SubsistemaSemântico
Unidades Elementares:
semas
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Livro de Medicina Palavra (signo)
[Livro[de Medicina]SPrep]SN Locução
Fonemas: /l i v r u d i m e d i s i n a/
Não são considerados signos, embora apresentem
significante, não possuem um significado individualmente.
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Dois conceitos importantes...
19
Ruído: todo fenômeno que é produzido numa
comunicação e não pertence à mensagem in-
tencionalmente emitida, podendo comprome-
ter sua eficácia tais como defeitos do canal ou
de intromissões externas;
Língua: sistema que empregamos para trocar
mensagens nos diversos contextos de intera-
ção social.
Códigos
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um código é um sistema de sig-
nificados comum aos membros
de uma cultura ou subcultura.
Consiste tanto em signos (por
exemplo, sinais físicos que repre-
sentam algo diferente deles mes-
mos), como em regras ou con-
venções que determinam como e
em que contextos estes signos
são usados e como podem ser
combinados de maneira a formar
mensagens mais complexas
(FISKE, 1997 apud
BRÄSCHER; MELO, 2011 p.
30).
Códigos – Exemplo
21
Gramática da Língua
Portuguesa
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg
Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn
Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu
Vv Ww Xx Yy Zz
Códigos
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Como afirma Epstein (1988), “na
linguagem escrita, os sinais distinguidos
entre si são as letras (representações dos
fonemas), e a sua combinatória,
delimitada por certas regras, resulta nas
palavras. A combinatória destas, limitada
pela gramática, pela lógica e pela própria
semântica, estabelece as frases e os
textos” (p.17).
Códigos
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letras letras palavras
letras letras palavras
frasesTEXTOS
L
I
N
G
U
A
G
E
M
E
S
C
R
I
T
A
Códigos
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A ideia de código, sugere Eco (1988:245), importa
uma ambiguidade:
Como trasferência de informação entre
dois pólos [p. ex., emissor e receptor] e
como transformação de um sistema em
outro [a passagem de uma Língua Natural
(LN) a uma Linguagem Documentária (LD),
ou entre elementos do mesmo sistema – os
sons da língua falada nas letras da língua
escrita].
Códigos – Classificação
25
025.4.036(042.3) I61p
Título: 6th International Online Information Meeting
025.4 – Classificação e Indexação
025.4.036 – Busca e recuperação com auxílio de computador
(042.3) – Conferência (indica a forma em que se encontra o documento
I61p
A primeira letra do título, sem contar os artigos.
O número da tabela de Cutter.
Primeira letra de proceedings (Anais).
A Variabilidade da Língua: Sincronia X Diacronia
Ponto de vista sincrônico Ponto de vista diacrônico
26
Região (variantes geográficas
ou dialetos);
Classe socioeconômica
(variantes sociais ou
socioletos);
Certas profissões (jargão,
língua de especialidade ou
tecnoletos).
Contraste de obras de épocas
distintas.
A Variabilidade da Língua – Vídeo
27
http://www.youtube.com/watch?v=VCJEE43Dzkc
A Variabilidade da Língua
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A linguagem (...) não é algo homogêneo,
como não são idênticos os públicos da
informação. Existem vários níveis de
linguagem que se distinguem pelas
comunidades de uso. (LARA, 2007 p. 149
apud BRÄSCHER; MELO, 2011 p. 38)
Sistema Semiótico (SS)
30
Um sistema semiótico nada mais é que um
sistema se signos. [...] Por isso, sob a
denominação de sistemas semióticos, encontram-
se sistemas de signos de espécies diferentes,
tais como os sistemas de imagens, gestos,
vestuários, ritos etc.
Linguagem Documentária (LD)
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Para Tálamo (1997), linguagem
documentária (LD) é uma
linguagem construída, oposta à
natural, que tem como objetivo
específico tratar a informação
para fins de recuperação.
Tradução Intersemiótica
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TEXTO
ORIGINAL
SS1
Documento
obtido por
condensação
SS1’
Documento
obtido por
intermediação
de códigos
comutadores
SS2
AD
Síntese
&
Paráfrase
Transcodificação869.0(81)
M528m
4. ed.
Língua Natural X Linguagem Artificial
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Língua Natural Linguagem Artificial
gramática modelável no tempo
e no espaço
gramática rigorosamente
definida, inalterável no tempo
palavras são polissêmicas
(podem comportar vários
sentidos)
termos são monossêmicos
(univocidade)
irregularidade e variação regularidade e constância
função básica: expressão e
comunicação
função básica: representação
Linguagem Documentária – Funções
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Padronizar a representação do conteúdo dos
documentos ao adotar termos preferidos que façam
coincidir a linguagem dos indexadores, dos autores
e dos usuários;
Fornecer elementos para que o indexador selecione
os termos mais adequados para representar os
assuntos dos documentos;
Auxiliar o usuário a elaborar sua estratégia de busca
por meio da navegação na estrutura conceitual de
seu domínio.
Linguagem Documentária – Fases para elaboração
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HIPÓTESES SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
ISOLAMENTO TERMINOLÓGICO
ELABORAÇÃO DE DEFINIÇÕES
Não devem ser circulares
Devem se referir à essência
Enfoque “intensional”
ESTABELECIMENTO DE PARÂMETROS DE RELACIONAMENTO: REDE DE RELAÇÕES
ENTRE AS UNIDADES DA LINGUAGEM
Isso porque “uma lis-
ta de palavras cuja or-
ganização se resume
à ordenação alfabé-
tica de seus elemen-
tos nada representa
porque nada significa
(Tálamo 1997:6)
Relação: vínculo entre dois termos que se requerem mutuamente