“Genética Quantitativa,

Post on 01-Oct-2021

5 views 0 download

Transcript of “Genética Quantitativa,

“Genética Quantitativa,

Arquitetura Genética e

Evolução Morfológica”

Nilsson-Ehle (1909)

E. M. East (1916)

Efeitos genéticos e

não genéticos em

caracteres

quantitativos

Expressos em termos de

variância genética e não

genética

Sir Ronald Aylmer Fisher

(1890-1962)

Sem variação

ambiental

COM variação

ambiental

O que acontece

quando a variação

ambiental é ainda

maior que nestes

gráficos?

Mensagem: Em geral

não conseguimos seguir

os efeitos individuais

dos genes.

Você consegue ver isto

na figura abaixo com 3

loci?

Analogia Náutica

• Profundidade rasa

• Ancôra no fundo

• Posição relativa

fixa (ou com pouca

variação em relação

a terra)

Genética Mendeliana

• 1 ou poucos loci

• Genética

mendeliana

• Identifica os efeitos

de loci especificos e

de alelos em uma

escala conveniente

Genética Quantitativa

• Muitos loci

• Genética

Quantitativa

• Identifica os efeitos

de multiplos loci em uma

escala relativa a média

Analogia Náutica

• Profundidade

oceânica (alto mar)

• Ancôra flutuante

(sea anchor)

• Posição relativa

as ondas e ao vento

Média fenotípica e variância de um

caráter fenotípico

IS-PM

N of cases 52

Mean 5.626

Variance 0.072

5.0 5.5 6.0 6.5

IS-PM

0

5

10

15

Co

un

t

0.0

0.1

0.2

Pro

po

rtion

pe

r Ba

r

NA

NSL

PMIS

NSL

NA

PM

IS

TS

ISPM

MT

PNS

APET

ZYGO

TSP

EAM

NA

NSL

FM

ZS

NA

NSL

PMIS

NSL

NA

PM

IS

TS

ISPM

MT

PNS

APET

ZYGO

TSP

EAM

NA

NSL

FM

ZS

Média e variância de uma distribuição

Valor fenotípico = valor genotípico + desvio ambiental

P = G + E

Valores genotípicos

São as médias dos valores fenotípicos de cada

classe genotípica:

Por exemplo, se uma amostra populacional foi

separada em três classes genotípicas, AA, Aa e aa, As

médias dos valores fenotípicos de cada genótipo são

os seu valores genotípicos (mm em vermelho):

AA Aa aa

33,7 21,5 17,4

Desvio Ambiental

É a variação em torno das médias dos valores

fenotípicos de cada classe genotípica:

Por exemplo, se uma amostra populacional foi

separada em três classes genotípicas, AA, Aa e aa, As

médias dos valores fenotípicos de cada genótipo são

os seu valores genotípicos (mm em vermelho) mas

existe variação em torno desta média (em verde):

AA Aa aa

28,3 - 33,7 – 39,02 18,06 - 21,5 - 24,94 14,61 - 21,5 - 20,18

Valor fenotípico = valor genotípico + desvio ambiental

P = G + E

Teoria completa e suficiente sobre a herança baseada

apenas nestes valores?

Organismos de reprodução sexuada

passam adiante seus genes e não seus

genótipos!

Valor fenotípico = valor genotípico + desvio ambiental

P = G + E

Organismos de reprodução sexuada passam

adiante seus genes e não seus genótipos!

Vamos juntar a informação sobre os valores dos

fenótipos + herança mendeliana + grau de

parentesco (genealógico)

Logo, para deduzir as propriedades de uma

população em conjunto com a sua estrutura

familiar nós temos que lidar com a transmissão

do “valor” dos pais para os filhos e isto não

pode ser feito por meio dos valores genotípicos

apenas, porque os pais passam adiante apenas

seus genes e não seus genótipos intactos para a

próxima geração, genótipos sendo criados

novamente em cada geração pela fusão de

gametas.

Precisamos de uma medida de “valor” que se

refere aos genes e não aos genótipos

Efeito médio de um alelo em particular é o

desvio médio em relação a média da população

daqueles indivíduos que recebem este alelo de

um dos pais com o outro alelo vindo ao acaso

da população.

Colocando isto de outra forma:

Pegue um número de gametas todos carregando o

alelo A1, una estes gametas com outros gametas

vindo ao acaso da população; a média dos

genótipos assim produzidos desvia da média

populacional por uma quantidade que é o efeito

médio do gene A1.

Qual a importância disto?

É um conceito que permite fazer a ligação entre a

genética Mendeliana Clássica (na qual a segregação

de genes individuais pode ser seguida através das

gerações) com a genética quantitativa (aonde isto

não é possivel), permitindo atribuir ao indivíduo

uma medida de valor que pode ser mensurada... Este

“valor” é chamado de valor de acasalamento

NOTE-SE: Efeito médio de uma alelo é um

conceito dual: individual e populacional (“tomado

ao acaso”)

É o efeito médio dos genes dos pais que irá

determinar o valor genotípico (fenotípico) médio da

sua prole.

O valor de um indivíduo, avaliado pelo valor médio

da sua prole é chamado Valor de Acasalamento.

Portanto ao contrário do efeito médio de uma alelo

(que em geral não é medido), o Valor de

Acasalamento pode ser medido:

Valor de Acasalamento

“Se um indivíduo é acasalado com um número de

outros indivíduos tomados ao acaso da população,

então seu valor de acasalamento é duas vezes o

desvio médio da prole em relação á média da

população”

O valor é multiplicado por 2 por que cada indivíduo

parental contribui com metade dos genes da prole

(outra metade vindo da população ao acaso)

Valor de Acasalamento - Base da semelhança por

parentesco

Efeito aditivo

AA Aa aa

O valor genotípico do heterozigoto é a média dos valores

genotípicos dos homozigotos. Cada alelo “a” adiciona um

valor constante, daí o nome.

Efeito de dominância

AA

Aa

aa

O valor genotípico do heterozigoto é igual ao valor

genotípico de um dos homozigotos. O alelo “A” domina

sobre o alelo “a”, bastando haver um único “A” para a

manifestação do fenótipo.

Efeito parcialmente dominante

AA Aa aa

O valor genotípico do heterozigoto está entre a média dos

valores genotípicos dos homozigotos e o valor de um deles.

Média(Aa, aa)

Efeitos dominantes e aditivos

(ignorando-se efeitos ambientais )

Tamanho do corpo, em cm.

Loco com

efeito de

dominância

Loco com efeito aditivo

A1A1 A1A2 A2A2

B1B1 5 6 7

B1B2 6 7 8

B2B2 6 7 8

Aditivo – efeitos dos alelos

Dominância – interação entre alelos

Epistático – interação entre genes

Variância fenotípica = Variância genética + Variância ambiental

Vp = Vg + Ve

Vg = Va (aditiva) + Vd (dominância) + Vi (epistática)

Vp = Va + Vd + Vi + Ve

Tipos de variância

Variância fenotípica: é a variância total da população. Inclui efeitos genéticos e não

genéticos.

Variância genética: é a variância que é devida as diferenças genéticas existente

entre os indivíduos da população. Exclui a variação causada por fatores ambientais.

Variância Aditiva = parte da variância

genética que é devida aos efeitos

individuais dos alelos – Variância dos

valores de acasalamento

Variância de Dominância - surge da

interação entre alelos de um locus

(interação entre alelos de um mesmo locus)

Variância Epistática - surge da interação

entre loci (interação entre alelos de

diferentes loci)

h2 = Va/Vp = b = COVxy / S2x

(VARIÂNCIA DOS PAIS S2x)

Onde x são as médias dos pais e y dos filhos

Precisamos de uma medida de “valor” que se

refere aos genes e não aos genótipos

Efeito médio de um alelo em particular é o

desvio médio em relação a média da população

daqueles indivíduos que recebem este alelo de

um dos pais com o outro alelo vindo ao acaso

da população.

*** Métodos especiais para o estudo da genética de um caráter

contínuo

Distribuição fenotípica + Genealogia (parentesco) = Análise genética

Variância fenotípica = Variância genética + Variância ambiental

Vp = Vg + Ve

A equação de resposta a Seleção Direcional

R = h2 S

h2 = 1

h2 = 0

VA/VP = 1

VA/VP = 0

Karl Sax – 1923 Genetics –

3 “marcadores fenotípicos”, 1 caráter continuo = peso do grão

QTL = “Quantitative Trait Loci”

Une a Genética quantitativa com a biologia

molecular na busca da identificação dos genes

responsáveis pela variação fenotípica

Métodos para mapear QTL’s

- Desenho experimental para estimar efeitos e posição de mapa de QTL’s

são extensões dos métodos utilizados para mapear “genes maiores” ( =

3 x ou mais desvios padrões) ou “mendelianos” --------BASEADOS NO

DESEQUILÍBRIO DE LIGAÇÃO

- Desequilíbrio entre alelos em locus ou loci “marcadores” e alelos no

“gene(s) quantitativo” ligado a este marcadores.

- Precisamos então:

1) Um mapa de ligação dos loci marcadores polimórficos que cubra o

genoma totalmente

2) Variação para o caráter contínuo dentro e entre populações ou linhagens

Escolha dos marcadores:

1) Altamente polimórficos (indivíduos diferentes provavelmente carregam

alelos diferentes naquele locus)

2) Abundantes (assim cobrindo completamente o genoma)

3) Neutros (tanto sem efeito em relação ao caráter quantitativo quanto a

aptidão)

4) co-dominantes (todos os genótipos podem ser identificados)

Até recentemente marcadores fenotípicos (como em Sax 1923) ou proteínas

----Mas não são exatamente “bons” marcadores

A partir da década de 80....

RFLP’s, VNTR, Mini-satélites, micro-satélites, RAPD, etc

Princípio

Indentificamos os QTL’s por ligação aos loci marcadores:

indivíduos são genotipados para os loci marcadores e

medidas são tomadas para o(s) caracteres fenotípicos de

interesse

- Se existe diferença no fenótipo médio entre as classes

genotípicas dos marcadores, então pode-se inferir a

presença de um QTL’s ligado ao marcador. Marcadores

podem ser considerados individualmente ou em conjunto

Cruzamento entre linhagens (populações) que diferem para o caráter em questão

ou populações segregantes

Aqui começa a entrar o poder da Estatística junto com um modelo genético. Se

fôssemos fazer uma comparação independente para cada marcador teríamos que

fazer duas considerações:

1. Em uma série de comparações independentes, é esperado que algumas delas (em

5% dos casos para ser mais exato) sejam significativas por acaso. Sabendo disso,

corremos o risco de não podermos detectar um QTL que exista realmente pois

apenas poderíamos considerar efeitos muito mais fortes que aqueles detectados pelo

nível de 5%, padrão em experimentos biológicos, para evitar conclusões espúrias.

2. Os desvios ao acaso que existem em qualquer experimento ocorrem em ambos os

sentidos.

Para evitar esses problemas, é importante que utilizemos

informações de todos os marcadores em conjunto.

Felizmente temos um meio para isso que é o método de máxima

verossimilhança. É possível entendê-lo intuitivamente.

Imaginemos um número infinito de pontos dispostos sobre uma

linha (uma premissa bastante razoável pois os genes estão

arranjados linearmente sobre o cromossomo). Cada ponto terá uma

determinada distância de cada um dos marcadores. Quanto maior

for a distância, menor a probabilidade de que o marcador esteja

detectando os efeitos daquele ponto.

Admitimos isso pois a probabilidade de recombinação aumenta com

a distância. Calculamos então, para cada um dos pontos

imaginários, os efeitos detectados por cada um dos marcadores

multiplicados por uma função que é inversamente proporcional à

distância entre o ponto e o marcador. Colocando isso em um gráfico

teremos algo do tipo:

Prof. Sergio Matioli

http://www.ib.usp.br/evolucao/QTL/metodos.html

Efeito aditivo

AA Aa aa

O valor genotípico do heterozigoto é a média dos valores

genotípicos dos homozigotos. Cada alelo “a” adiciona um

valor constante, daí o nome.

Efeito de dominância

AA

Aa

aa

O valor genotípico do heterozigoto é igual ao valor

genotípico de um dos homozigotos. O alelo “A” domina

sobre o alelo “a”, bastando haver um único “A” para a

manifestação do fenótipo.

Efeito parcialmente dominante

AA Aa aa

O valor genotípico do heterozigoto está entre a média dos

valores genotípicos dos homozigotos e o valor de um deles.

Média(Aa, aa)

Poucos ou muitos genes? Qual a intensidade dos efeitos???

São todos aditivos? Têm dominância? Completa ou parcial?

Fruit Weight QTL map in Combined experiment

http://zamir.sgn.cornell.edu/

Fruit Length QTL map in Akko - 2002 - Wet experiment

We report a bovine linkage map constructed with 1236 polymorphic DNA markers and 14 erythrocyte antigens and serum proteins. The 2990-cM map consists of a sex-specific, X chromosome linkage group and 29 sex-averaged, autosomal linkage groups with an average interval size of 2.5 cM.

Large Female and Small Male

MacArthur, 1939

•Selected for DecreasedBody Weight at 60 days

•Cross of 7 Inbred Strains•8 inbred parents (black & tan used

twice)•Transferred to Jackson Labs

in 1940s

SM/J

Goodale, 1930

•Selected for IncreasedBody Weight at 60 days

•Albinos from commercial breeder

•5 ♂ and 11 ♀ parents•Transferred to Jackson Labs in 1948

LG/J

Outro complicador na herança e

evolução de caracteres quantitativos

Pleiotropia = efeito de um loco

sobre mais de um caráter

Têm pleiotropia?????

Busca de genes candidatos

Arquitetura genética complexa

Vários genes, a maioria de pequeno efeito (menos ou até 1 desvio padrão)

Muita pleiotropia

Diversos graus de aditividade e dominância

Muita epistasia

Problemas e perspectivas

QTL’s são uma subestimativa (2 QTL’s próximos contam como 1; + x – cancelam

o efeito)

Limite de resolução = 20 cM (ou 20.000.000 bp em humanos ou 40.000.000 em

camundongos ou 10.000.000 em Drosophila)

QTL identificado é um segmento do cromossomo (pode conter vários loci) –

mapeamento fino chega-se à 3 cM

Genes candidatos e clonagem de posição

Módulos

Mapa Genotípico-Fenotípico

Evolução da modularidade – Note que o conceito de

módulos se aplica a vários níveis na hierarquia

biológica (do molecular ao organismal)

Como pode a aquitetura genética evoluir?

Epistasia modificando pleiotropia...

Espistasia – quando a expressão de um gene (e sua

manifestação fenotípica) depende de um outro gene

que não é um dos seus alelos. Ou seja, a expressão

de um locus depende da variação em outro locus (ou

loci)

Pleiotropia – Quando um gene (locus) afeta mais de

um caráter ao mesmo tempo

Large Female and Small Male

50 55 60 65 70

LONGBONE

9.0

9.5

10.0

10.5

11.0

NE

UR

WD

SU

P

SSLLLLSS

Chr 2.2 / 3.1 genotype

R = 0.257; 6 % of all

variation in braincase width

explained by “body size”

R = 0.711; 50.5% of all

variation in braincase width

explained by “body size”

C

Equality of variances tests between the two genotypes on

Longbone non-significant and for NeurWdSup barely – P =

0.047

h2 = 0.794; P < 0.00001

-30 -20 -10 0 10 20 30

Mid-parent weight

-20

-10

0

10

20

Off

sp

rin

g h

eig

ht

Genetic Correlation

Genetic Correlation

• phenotypic correlation = genetic + environmental

correlation

• rP = rA + rD + rE

• rP = hxhyrA + exeyrE

Evolução Darwiniana

Δz = Gβ

EVOLUÇÃO = VARIAÇÃO * SELEÇÃO

HERDADA

SelecionadoNão Selecionado

XB

SX

YB

YASY

Seleção aparente em Y com seleção direta no caráter correlacionado X

XA

Selecionado

X’B

βX

Y’BY’AβY = 0

X’A

Seleção direta em X Independente da Seleção direta no

Caráter Correlacionado Y

Não Selecionado

X

Y

-

+

} Isoclinas de aptidão

Direção da

seleção - β

Δz - Direção da evolução

G

• Resposta evolutiva à seleção (Δz ) desvia da direção da

seleção (β ) por causa do padrão da matriz de variância/covariância

genetica (G = faz o papel da h2 na equação univariada R= h2S, e

portanto e devido primordialmente aos efeitos dos alelos em todos os

genes individuais afetando os caracteres em questão)

Δz = Gβ

NA

NSL

PMIS

NSL

NA

PM

IS

TS

ISPM

MT

PNS

APET

ZYGO

TSP

EAM

NA

NSL

FM

ZS

NA

NSL

PMIS

NSL

NA

PM

IS

TS

ISPM

MT

PNS

APET

ZYGO

TSP

EAM

NA

NSL

FM

ZS

Average IS_PM IS_NSL NSL_NA

8.887 IS_PM 0.399 0.489 -0.103

24.803 IS_NSL 0.623 4.058 -0.336

17.68 NSL_NA -0.147 -1.53 5.112

1.00 0.00 0.00 -0.58

0.00 1.00 0.00 0.58

0.00 0.00 1.00 -0.58

Δz1Δ z 2 Δ z 3 Δ z 4

0.40 0.62 -0.15 0.51

0.62 4.06 -1.53 1.82

-0.15 -1.53 5.11 1.98

Averages after selection

9.29 9.51 8.74 9.39

25.43 28.86 23.27 26.62

17.53 16.15 22.79 19.66

ISP

MIS

NS

L

ISPM

NS

LN

A

ISNSL NSLNA

Plano de

melhor ajusteCorrelação

entre x e y Gradiente de

seleção

(vetor)

+ (inclinação) -

Resposta

Removem

a

correlação

para estes

graficos