Post on 31-Aug-2020
GIRA MUNDO FINLÂNDIA
RELATÓRIO FINAL
REVERSO
(Projeto de combate ao bullying baseado no programa finlandês VERSO)
ID-POWER GROUP:
Andréa Giovana Lucena Dantas
Cléber Tourinho de Santana
José Leonardo Nogueira de Souto
Karoline Cavalcante Miranda
Regina Cláudia Custódio de Lima
Relatório apresentado como
parte das exigências do Edital nº
003/2017 de Concessão de
quotas de bolsa do Programa
Gira Mundo Finlândia
(HAMK).
Orientadores:
Finlândia: Brasil:
Profa. Dra. Essi Ryymin
Profa. Dra. Irma Kunnari
Profa. Marja Laurikainen
Prof. Dr. Alexandre Fonseca D´Andrea
Prof. Dr. Francisco Petrônio Alencar de Medeiros
Profa. Dra. Jamylle Rebouças Ouverney-King
João Pessoa, PB
Agosto / 2018
RESUMO
O Reverso é um projeto de combate ao bullying escolar baseado no programa VERSO, já em
execução há mais de uma década no sistema educacional finlandês. Trata-se de uma abordagem
totalmente centrada no aluno, que visa promover a mediação de conflitos surgidos entre o corpo
discente da escola, a partir da intermediação dos próprios alunos. Estabeleceu-se um plano de
seis passos para a implementação do programa na rede pública de ensino da Paraíba: (I)
Engajamento da comunidade escolar; (II) sensibilização e engajamento dos estudantes ao
projeto; (III) seleção de alunos para o papel dos conciliadores; (IV) formação dos
conciliadores; (V) atuação dos conciliadores; (VI) avaliação e ajustes. Esse plano de
implementação foi testado, no período de fevereiro a agosto de 2018, em 4 escolas da rede
estadual paraibana, todas na cidade de João Pessoa. Foram encontrados desafios de várias
ordens: (a) necessidade de esclarecimento e delimitação do escopo do programa (diferença
entre conflito X delito); (b) Infraestrutura inadequada; (c) falta de apoio da comunidade
acadêmica; (d) falta de engajamento do corpo discente etc. Os desafios foram sendo
enfrentados com criatividade, seguindo o princípio de que “menos é mais” na educação e de
que pequenas ações causam mudanças ao longo do tempo. O processo possibilitou várias
aprendizagens, dentre elas, as mais significativas foram: (1) o bullying é um problema
complexo que precisa ser encarado pela escola de maneira concreta e sistemática; (2) uma vez
sensibilizados, os alunos têm muito interesse em ter essa questão tratada na escola, porque
todos têm, de uma maneira ou de outra, experiência com o bullying; (3) os desafios para a
implementação deste programa devem ser enfrentados com resiliência e paciência, baseados
no princípio de que “menos é mais” e na confiança no processo; (4) devido à sua importância,
acreditamos melhor ainda se fosse transformada em política pública, incluída no plano de
governo para a área da educação.
ABSTRACT
Reverso is a project for the combat of school bullying, based on the VERSO program, that has
been running for more than a decade in the Finnish Educational System. It is a completely
student-centered approach which seeks to promote the mediation of conflicts arising between
the student body of the school, from the intermediation of the students themselves. It has
established a six-step plan for the implementation of the program in the Public Education
Network of Paraiba: (I) engagement of the school community; (II) awareness raising and
engagement of students to the project; (III) selection of pupils for the role of conciliators; (IV)
training of conciliators; (V) performance of the conciliators; (VI) evaluation and adjustments.
This implementation plan was tested in the period between February and August 2018 in 4
schools of the state network, all in João Pessoa city. We have faced challenges of different
kinds; (a) need to clarify and restrict the scope of the program (difference between bullying X
delinquency); (b) inadequate infrastructure; (c) Lack of support from the academic community;
(d) Lack of involvement of the student body; etc. The challenges were dealt with creativity,
following the principle of "less is more" in education and the trust that small actions cause
changes over time. The process allowed several learning, among them, the most significant
were: (1) Bullying is a complex problem that needs to be faced by schools in a concrete and
systematic manner; (2) Once sensitized, pupils are very interested in having this issue treated
at school, because they all have, in one way or the other, have had experiences with bullying;
(3) The challenges of the implementation of this program should be faced with resilience and
patience, based on the principle that "less is more" and trust in the process; (4) Due to its
importance, we believe it would be even better that this program were transformed into public
policy and included in the government plan for the area of education.
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3
2. METODOLOGIA ........................................................................................................ 5
3. DESAFIOS E SOLUÇÕES ENCONTRADAS NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
3.1 Delimitação do escopo do projeto ................................................................... 6
3.2 Desafios relativos à infraestrutura das escolas ................................................ 6
3.3 Desafios relativos à falta de apoio da gestão escolar ....................................... 7
3.4 Desafios relativos à falta de participação de professores e alunos .................. 8
4. RESULTADOS OBSERVADOS .................................................................................. 10
5. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 12
6. ANEXOS
Anexo 1: Planejamento para a implementação do projeto reverso nas escolas ..... 13
Anexo 2: Chamada para o filme Bang – bang: Você morreu ................................ 14
Anexo 3: QRcode de acesso ao padlet - mural virtual - para falar acerca de
bullying ................................................................... ..................................................
15
Anexo 4: Questionário sobre os tipos de bullying mais frequentes no ambiente
escolar ........................................................................................................................
16
Anexo 5: Roteiro para discussão após apresentação do filme Bang- bang: Você
morreu! ......................................................................................................................
17
Anexo 6: Edital Logomarca ................................................................................... 18
Anexo 7: Etapas do treinamento ............................................................................ 19
Anexo 8: Carteira do mediador .............................................................................. 21
Anexo 9: Certificado do curso de capacitação para conciliadores ........................ 22
Anexo 10: Fotos de diferentes etapas da aplicação do projeto nas escolas .......... 24
3
INTRODUÇÃO
O Reverso é um projeto de combate ao bullying escolar baseado no programa VERSO,
já em execução há mais de uma década no sistema educacional finlandês. Trata-se de uma
abordagem totalmente centrada no aluno, que visa promover a mediação de conflitos surgidos
entre o corpo discente da escola, a partir da intermediação dos próprios alunos. Para tanto, os
estudantes mais velhos são treinados para seguirem alguns princípios e procedimentos de modo
a poderem atuar como “Conciliadores” e intermediar a solução de conflitos entre os colegas
mais jovens.
Decidimos pela implementação deste projeto nas escola estaduais da Paraíba a partir da
visível necessidade de se discutir um tipo de violência que ainda é vista como mera brincadeira:
o bullying – entendido como qualquer situação na qual um aluno, ou um grupo de alunos,
provoca, de forma intencional e repetidamente, danos físicos (lesões) ou psicológicos (dor,
mágoa, angústia, tristeza) a outro aluno. As atitudes agressivas se apresentam de diversas
formas: colocar apelidos, humilhar, discriminar, bater, roubar, aterrorizar, excluir socialmente,
divulgar comentários maldosos, entre outras tantas formas, incluindo casos de ciberbullying
(BEAUDOIN; TAYLOR, 2006).
Segundo o Ministério da Educação (MEC), os temas transversais devem ser inseridos
pelas diferentes disciplinas já existentes para a compreensão e construção da realidade social e
dos direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva. O bullying está,
portanto, entre as questões importantes, urgentes e presentes no cotidiano que devem ser
discutidas na escola por qualquer professor, em qualquer disciplina no eixo da Ética.
Independentemente do tipo de bullying, há sempre que se observar a existência de
determinados papéis desempenhados pelos envolvidos: o autor, o alvo e as testemunhas,
responsáveis, muitas vezes, por aplaudir ou servir apenas de expectadores passivos. O
pesquisador Ristum (2010), em estudo realizado em escolas da Bahia, ressalta que há uma
mobilidade entre esses papéis: um estudante pode ser alvo em determinada situação e autor em
outra; as testemunhas podem ser futuros alvos ou também autores de bullying.
Algumas formas de bullying são tão frequentes que acabam se banalizando, sendo
consideradas expressões normais de relacionamento entre os estudantes. Ristum (2010, p. 110)
adverte para o fato de que “[...] é comum encontrarmos professores e pais que consideram
muitos dos comportamentos de bullying como parte da fase de desenvolvimento da criança ou
do adolescente”. Infelizmente, às vezes, as agressões são também cometidas por funcionários
4
e até por professores, que não compreendem a gravidade das feridas que se abrem no coração
daqueles que são vítimas. Certamente, é esta uma das dificuldades para o enfrentamento dessa
violência disfarçada de brincadeira.
Alunos que são alvos de bullying tendem a ter problemas de autoestima e sentem-se
inseguros para interagir com os colegas ou participar mais ativamente das aulas, gerando queda
no rendimento escolar. Muitos desenvolvem depressão, procuram desculpas para não ir à
escola como forma de evitar o sofrimento, e outros chegam a desistir do ano letivo. Alguns
sofrem de transtornos como automutilação e, nos piores casos, chegam ao suicídio. Os casos
dessa consequência têm aumentado drasticamente a cada ano.
O baixo rendimento escolar afeta não apenas as vítimas, mas também os agressores, que
se distanciam dos objetivos da escola, chegando à “supervalorização da violência como forma
de obter poder” (RISTUM, 2010, p. 111).
O bullying escolar é um tipo de violência presente nas escolas da maioria das nações do
mundo e, em cada uma delas, estratégias de combate ao problema são organizadas conforme a
realidade cultural e social de cada região. No Brasil, segundo Ristum (2010), as formas de
bullying são semelhantes às encontradas em outros países.
Na Finlândia, chamou-nos a atenção um programa governamental chamado VERSO (que
significa “broto”, em finlandês), que procura treinar os alunos como intermediadores de
conflitos na escola como prática de cidadania e civilidade. Trata-se, portanto, de uma estratégia
que pretende reforçar a autonomia e protagonismo dos estudantes, habilidades desejadas para
o Século XXI (DEMO, 2012).
Na adaptação para uso na realidade das escolas do estado da Paraíba, decidimos dar ao
projeto o nome de REVERSO, mantendo uma clara referência ao programa finlandês
(VERSO), mas ampliando sua significação em face de todas as conotações que esta palavra
ganha em português: avesso, conversão, mudança, tudo que esperamos fazer no cotidiano
escolar em relação ao bullying.
Este projeto foi desenvolvido durante o ano letivo de 2018 em quatro escolas da rede
estadual de ensino da Paraíba, a saber: Monsenhor Pedro Anísio Bezerra Dantas (Bairros dos
Ipês); Professor Paulo Freire (João Paulo II); Lyceu Paraibano (Centro); e Francisca Ascenção
Cunha (Bancários). Nosso propósito foi o de que todos os alunos participassem de alguma
maneira das ações relacionadas ao projeto, inserindo-os na maior parte das ações.
5
2 - METODOLOGIA
O projeto teve como objetivo geral reduzir os casos de bullying e desenvolver atitudes
protagonistas que envolvessem valores como respeito às diferenças e solidariedade entre todos.
Buscou-se assim trazer ao ambiente escolar as discussões sobre diversidade e direitos humanos,
bem como debater sobre as principais causas de bullying, buscando desenvolver ações
educativas contra essa forma de violência na unidade escolar, além de construir coletivamente
regras de convivência para o desenvolvimento de uma cultura de paz e respeito que se estenda
para fora dos muros da escola.
No início do ano letivo, estabelecemos um programa de seis etapas para a implementação
do projeto de combate ao bullying nas escolas, conforme exposto a seguir:
PROGRAMA PARA O ESTABELECIMENTO DO REVERSO NAS ESCOLAS:
I) Engajamento da comunidade escolar:
1. Reuniões e conversas com professores e gestores.
2. Reunião com pais e responsáveis pelos alunos.
II) Engajamento dos estudantes no projeto:
1. Preparação: Apresentação e debate sobre o filme “Bang-Bang: você está morto” (Guy
Ferland, 2002);
2. Pesquisa: tipos de Bullying testemunhados ou sofridos na escola: conversas com estudantes,
caixa para relatos anônimos; mural digital (Padlet) etc.;
3. Campanha Antibullying: pôsteres, poemas, desenhos, infográficos, performances, paródias,
etc.
III) Seleção dos alunos voluntários para o papel dos conciliadores:
1. Com a participação de toda a comunidade escolar: gestores, professores e estudantes.
IV) Formação de Conciliadores
1. Oficina:
1. Preparação: Consequências do bullying na identidade de quem o sofre;
2. Conteúdo: construção de conceitos relacionados à conciliação (confiança, liderança,
conflito, não julgamento, intermediação etc.);
3. Papel do conciliador: esclarecimentos para os treinandos sobre o papel e a postura de
um mediador de conflito;
4. Procedimentos da conciliação: Formação das etapas e procedimentos da conciliação de
conflitos.
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V) O desempenho dos conciliadores
Sob a supervisão de professores responsáveis pelo projeto REVERSO nas escolas.
VI) Análise dos dados recolhidos durante os procedimentos de intermediação
3 - DESAFIOS E SOLUÇÕES ENCONTRADAS NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
3.1. Delimitação do escopo do projeto
Sendo a sociedade brasileira tão complexa em sua constituição, o primeiro desafio que
nos surgiu na implementação do projeto foi a necessidade de definir o escopo de sua atuação,
considerando questões de cunho cultural e até mesmo legal implícitas no processo.
Por exemplo, na pesquisa realizada entre os estudantes sobre os tipos de bullying vividos
na escola, um dos mais comuns foi o “furto”. No intuito de deixar claro o escopo da atuação
dos mediadores, e pensando na segurança e integridade de todos os envolvidos, o treinamento
incluiu o debate e esclarecimentos sobre a diferença entre “conflito” e “delito”, para que não
restasse dúvida sobre quais tipos de questões poderiam ser mediados pelos estudantes ou o que
caberia às instâncias superiores da estrutura escolar. O Reverso pretende ser um espaço de
mobilização e protagonismo juvenil, por isso, qualquer evento conflituoso que extrapole a
possibilidade de atuação dos jovens requer a intervenção dos adultos.
Num levantamento sobre as disparidades a serem levadas em consideração, os tópicos
que mais chamaram a atenção estavam relacionados ao respeito à hierarquia, à possibilidade
da prática de pequenos delitos ou mesmo de agressões físicas, eventos que extrapolam o escopo
do programa.
3.2. Desafios relativos à infraestrutura das escolas
Como as escolas nas quais as atividades foram desenvolvidas têm contextos gerais e
demandas diferentes, procuramos nos adequar realizando atividades com o que era possível ser
feito em cada unidade educacional. Algumas delas passaram por reformas no meio do processo
de aplicação, outras não contam com internet, com tempo disponível no horário para alguma
atividade diferenciada e interdisciplinar, entre outros entraves. Sendo assim, para solucionar
ou minimizar impactos nesse sentido, procuramos avaliar formas de trabalho levando em
consideração o contexto particular de cada local, adaptando-nos da melhor forma possível e
nos concentrando naquilo que era estritamente possível de ser feito.
7
Ao aplicarmos o princípio de que menos é mais, mantivemos em mente que pequenas
ações causam mudanças ao longo do tempo, e assim conseguimos nos concentrar em soluções
e superar as dificuldades, buscando solucionar limitações, adaptando-nos da melhor forma
possível às circunstâncias, sempre tendo em mente a ideia de simplificar, mas com objetividade
e qualidade metodológica.
Dentre soluções encontradas, citamos abaixo algumas, e sua contribuição:
Em algumas das escolas, vídeos foram apresentados, seguidos da confecção de cartazes;
em outras, que não possuíam sala de vídeo ou internet, tivemos a oportunidade de promover
discussões sobre o tema junto com dinâmica e trabalho com paródia. Outras estratégias
utilizadas foram:
Padlet: Recurso virtual para denúncia, ao qual o(a) aluno(a) pode ter acesso de qualquer
lugar e a qualquer hora, por ser um instrumento de denúncia online.
Caixinha de denúncia: Permite que escolas que não contam com a internet possam
receber as denúncias (ou desabafos) por escrito dos alunos, que o fazem identificando-se ou
anonimamente.
Redes sociais: Foram utilizadas para expor trabalhos e discussões feitos na comunidade
escolar, tanto para fazer com que o tema ultrapasse os muros da escola como também para
servir de expositor virtual de cartazes, em casos de escolas em contexto de reforma e que não
podiam contar com o espaço físico.
Parcerias: A parceria com outros professores foi importante para o desenvolvimento de
atividades relacionadas ao REVERSO em contextos onde não havia tempo para que uma
atividade interdisciplinar acontecesse.
Espaço para conciliação: A conciliação pôde ser realizada na hora do intervalo ou em
algum período de aula, tendo o professor autorizado a saída do estudante.
3.3. Desafios relativos à falta de apoio da gestão escolar
Em algumas unidades de ensino, um dos principais obstáculos teve a ver com reduzida
adesão da gestão da escola em relação ao projeto a ser aplicado, seja pela grande quantidade
de outras atividades a serem realizadas concomitantemente, e que já estavam previstas
previamente no calendário escolar ou eram projetos de outros professores, seja pela dificuldade
em compreender como aplicável a proposta no contexto de escolas da rede pública.
Em que pese a anuência das gestões para que os professores do Reverso realizassem suas
atividades com toda a autonomia, houve evidente lacuna quanto a um posicionamento mais
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ativo e efetivo para mobilização dos demais professores, disponibilidade de espaço para
discussão do projeto e tempo maior nas reuniões de planejamento para apresentação da
proposta e facilidade para acesso a recursos audiovisuais ou materiais. Por exemplo, nem todos
os professores anuíram em ceder seus horários para que fosse possível assistir ao filme de
maneira integral, algo que seria facilitado se a gestão abraçasse com mais força o projeto e
organizasse sessões coordenadas para os alunos.
Assim, em algumas escolas, especialmente as que não eram Escolas Cidadãs Integrais,
foi necessário um esforço pessoal do professor para enfrentamento a esses entraves, dentre
eles: abordagem pessoal a colegas docentes que se dispusessem a auxiliar o projeto;
fracionamento das ações (assistência ao filme, debates e atividades escritas e artísticas) para
que se adequassem ao horário dos professores pesquisadores; adaptação de material de trabalho
e de atividades para o contexto de cada escola, entre outros.
Dessa forma, vê-se a necessidade de que este projeto, que se liga aos ideais da Cultura
da Paz, faça parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas da rede estadual, e que
esteja devidamente previsto no calendário anual de atividades. Dessa forma, será possível um
trabalho integrado com os demais professores, mediado pela gestão de cada unidade, com
resultados plenos para os objetivos propostos.
3.4. Desafios relativos à falta de participação de professores e alunos
Era necessário buscar engajar os pais e outros participantes da comunidade escolar, como
os docentes e gestores. Por isso, no início de março de 2018 apresentamos alguns slides sobre
o Projeto REVERSO com os principais conceitos que ele aborda: o que é conflito, liderança,
confiança, intermediação. Nessa ocasião, pedimos sugestões da equipe pedagógica sobre
situações que se encaixassem no formulário de pesquisa sobre tipos de bullying. Também
solicitamos aos professores que procurassem identificar os alunos que percebessem que teriam
o perfil de conciliador que pudessem participar do treinamento para exercer essa tarefa.
Na reunião com pais e responsáveis o objetivo também foi de sensibilizar e atrair
parceiros e/ou colaboradores para o projeto. Antes de expormos a nossa proposta, apresentamos
a temática do bullying por meio de uma pequena dinâmica que utiliza uma maçã, além de slides
sobre a formação de cristais de água em ambientes com agressões verbais. Tais atividades
tinham como objetivo a sensibilização para as consequências do bullying na identidade daquele
que o sofre.
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Após os trabalhos envolvendo discussões, produção de cartazes e atividades com canais
de denúncias e desabafos (padlet e caixa), a atividade da maçã foi realizada com os alunos do
Ensino Médio. Em seguida, iniciamos o treinamento dos alunos voluntários em formato de
oficina com as seguintes etapas:
1ª) Dinâmicas para construir junto aos alunos os conceitos de confiança, liderança,
conflito, não julgamento, intermediação, esclarecimentos para os alunos até onde vai a
tarefa do mediador e qual deve ser sua postura;
2ª) Dramatização de situações de bullying, do papel do conciliador e da metodologia
específica do REVERSO para a mediação de alunos em conflito. Também apresentamos
os materiais que seriam utilizados pelos estudantes moderadores: carteirinha e contrato
de acompanhamento dos casos;
3ª) Simulação de situações de conciliação entre os voluntários.
Com relação ao treinamento dos Conciliadores, pretendemos seguir aqui a experiência
finlandesa, em que a primeira geração é treinada diretamente pelos professores envolvidos no
programa (Abordagem Integrativa) e, a partir da segunda geração, deixa-se a tarefa de
treinamento já em mãos dos estudantes que tiveram experiência de mediação no ano anterior,
cabendo aos professores apenas o apoio e orientação aos novos alunos-formadores. Trata-se de
uma abordagem centrada no estudante e de um trabalho colaborativo.
Os mediadores foram treinados para seguir algumas regras e princípios de conciliação:
- Obrigação de confidencialidade (o que se discute e decide entre os conflitantes não será
difundido nem com outros adultos (pais) nem com outros colegas);
- Imparcialidade (o intermediador não expressará opiniões, nem tomará partido por
nenhuma parte);
- Estabelecimento de soluções por conflitantes (a solução para o conflito deve ser
encontrada e discutida pelos próprios conflitantes);
- Não penalidades (não será aplicada nenhuma penalidade a qualquer estudante envolvido
no conflito, prevalece o acordado entre as partes);
- Voluntariedade (a participação no programa tem que ser inteiramente voluntária, tanto
de parte dos conciliadores quanto de parte de alunos em conflito);
- Trabalho colaborativo (a intermediação de conflitos jamais deve ser feita
individualmente, sempre colaborativamente entre pelo menos dois alunos);
Os mediadores, no processo de mediação, devem seguir os seguintes passos no momento
da intermediação de conflitos.
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1. Saudação: Cumprimentar, perguntar aos conflitantes se desejam estar ali e procurar,
juntos, uma solução para o problema. Explicar o funcionamento do processo de conciliação.
2. Relato: Perguntar: “O que aconteceu?”. Instruir os conflitantes a falar alternadamente.
3. Procura de Soluções: Perguntar às partes por suas próprias soluções. Perguntar: “Como
você acha que essa situação pode se solucionar?” e “Você pode prometer que a questão não
acontecerá de novo?”
4. Acordo e Assinatura: Escrever as soluções acordadas entre as partes. Perguntar a cada
parte: “O que está escrito neste contrato?”. Pedir que cada parte assine o contrato.
5. Após a conciliação: Felicitar as partes. Arquivar a ocorrência. Retomar a negociação
uma semana depois para ver se já se solucionou o problema. Em caso de o conflito continuar,
buscar o estabelecimento de um novo acordo assinado entre as partes.
Após passarem por todo esse processo de treinamentos, os estudantes voluntários
receberam carteirinhas de conciliadores e um certificado. A partir desse momento, eles
encontram-se aptos a iniciar as ações como conciliadores de conflitos.
4 – RESULTADOS OBSERVADOS
A avaliação dos resultados do projeto se fez de forma ampla. Buscamos perceber as
mudanças ocorridas no cotidiano escolar, a partir de todo o trabalho que realizamos de
conscientização e estratégias de prevenção e de conciliação para mediação de conflitos.
Tais mudanças não são de fácil percepção, uma vez que estamos trabalhando com
mudanças de postura, de hábitos e formas de pensar sobre si mesmo e em relação ao outro.
Mudanças na forma de pensar são muito difíceis de se alcançar, pois dependem de um trabalho
persistente, prolongado e contínuo.
O resultado mais visível está relacionado às competências relacionais e emocionais: os
estudantes estão mais disponíveis à interação e comunicação tanto com seus pares quanto com
os professores.
Percebemos mudanças em muitos alunos em relação à capacidade de lidar positivamente
com desafios, com dificuldades, com os próprios sentimentos e com os sentimentos dos outros,
quando eles tentam colocar-se no lugar da outra pessoa.
Sobretudo, o processo nos possibilitou aprendizagem de várias ordens:
(1) O bullying é um problema complexo que precisa ser encarado pela escola de maneira
concreta e sistemática, para dirimir suas graves consequências na autoestima e no
aproveitamento escolar de alunos e alunas;
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(2) Uma vez sensibilizados, os alunos apresentam muito interesse em ver essa questão
tratada na escola, porque todos têm, de uma maneira ou de outra, experiência com o bullying;
(3) Os casos de violência ocorridos no ambiente escolar transcendem ao que se pode
compreender como bullying. Em nossa pesquisa sobre tipos de bullying observados ou sofridos
na escola, os estudantes fizeram referência, por exemplo, a casos de furto ou de agressões
físicas. Isso nos dá um diagnóstico do desejo de encontrar soluções para situações em que se
sentem inseguros. No entanto, nos vimos na necessidade de esclarecer a diferença entre
bullying X delito, delimitando o escopo de atuação do Reverso, e definindo aquilo que compete
a instâncias superiores na organização escolar. Não se pode perder de vista que o Reverso tem
como objetivo último oferecer ao alunado uma instância mais de aprendizagem de habilidades
de socialização que, possivelmente, não lhes são oferecidas pelas disciplinas do currículo
comum. Não é parte do programa, portanto, colocar os voluntários conciliadores em situações
de estresse psicológico ou de risco de sofrerem represálias de parte de pessoas envolvidas em
atos delituosos.
(4) Os desafios para a implementação deste programa devem ser enfrentados com
resiliência e paciência, baseados nos princípios de que “menos é mais”, na perspectivia de
ações graduais, porém persistentes - “little by little” - e na confiança no processo.
(5) A implementação desse programa lida com questões muito sutis da vida escolar e
deve levar em consideração os tempos necessários para a assimilação da ideia por cada um dos
grupos da comunidade acadêmica.
(6) Como consequência do item anterior, em escolas maiores e mais complexas o tempo
de implementação do programa será, invariavelmente, mais extenso.
(7) O programa de combate ao bullying deve ser incluído no PPP das escolas, fazendo
parte do calendário permanente de ações pedagógicas transdisciplinares em todas as unidades
de ensino, a fim de garantir a participação de gestores e professores e permitir sua continuidade.
(8) Devido à sua importância, acreditamos que a melhor maneira para garantir a
continuidade do programa é que ele seja transformado em política pública, incluída no plano
de governo para a área da educação.
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5 – REFERÊNCIAS
BANG-BANG, você morreu. Título original: Bang Bang You're dead. Direção: Guy Ferland.
Produção: Deboragh Gabler e Paul Hellerman. Roteiro: William Mastrosimone. Elenco: Ben
Foster, Tom Cavanagh e outros. Gênero: Drama. Estados Unidos: Paramount, 2002. 87 min.,
son., color. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KrSpOSrs97w>. Acesso
em: 12 jan. 2018.
BEAUDOIN, M. N.; TAYLOR, M. Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura
na escola. Tradução: Sandra Regina Netz. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997.
DEMO, Pedro. Habilidades e Competências: No Século XXI. 3. ed. Porto Alegre:
Mediação, 2012.
EXTRAORDINÁRIO. Título original: Wonder. Direção: Stephen Chbosky. Produção:
Michael Beugg, Dan Clarke, Jeffrey Harlacker et alii. Roteiro: Stephen Chbosky, Steve
Conrad, Jack Thorne. Baseado no livro escrito por R.J. Palacio. Elenco: Jacob Tremblay,
Julia Roberts, Sonia Braga, Owen Wilson e outros. Trilha sonora: Marcelo Zarvos. Gênero:
Drama. Estados Unidos: Lionsgate, Mandeville Films, Participant Media, Walden Media.
Distribuição: Paris Filmes, 2017. 01 DVD. 113 min., son., color.
FINNISH FORUM FOR MEDIATION (SSF). VERSO-programme. Helsinki: Suomen
sovittelufoorumi, 2017. Disponível em: <http://www.ssf-
ffm.com/vertaissovittelu/index.php?id=IN%20ENGLIS>. Acesso em: 03 dez. 2017.
KIVA INTERNATIONAL. KiVa Anti-Bullying Program. Homepage. Turku: Ministry of
Education and Culture of Finland; University of Turku, 2017. Disponível em:
<http://www.kivaprogram.net>. Acesso em: 03 dez. 2017.
RISTUM, Marilena. Bullying escolar. In: ASSIS, Simone Gonçalves de (Org.). Impactos da
violência na escola: um diálogo com professores. Rio de Janeiro: Ministério da Educação;
FIOCRUZ, 2010.
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ANEXO 1:
PLANEJAMENTO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO REVERSO NAS ESCOLAS
PLANEJAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO REVERSO
I. PASSOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO REVERSO NAS ESCOLAS
1°) Engajamento de professores e gestores ao projeto:
- Reunião com a equipe pedagógica para apresentar o projeto:
Obs. É importante buscar enraizar o projeto em nosso contexto sociocultural, sem colocar
ênfase nas condições de funcionamento do projeto original finlandês, para evitar rejeições à
ideia (“isso não é possível de ser aplicado aqui”).
- O objetivo dessa reunião é informar, convencer os pares (professores e gestores) a apoiar o
projeto. Não é necessário que todos se engajem, mas quanto mais, melhor.
- Falar sobre o filme que será apresentado para as turmas e sobre a necessidade de debate com
cada turma separadamente; cada professor pode ficar responsável pela discussão em uma
turma. Se possível, assistir ao filme apenas com os professores e abrir também para uma
discussão, a fim de colher outras sugestões de intervenção ou de questionamentos sobre cenas
do filme.
- Apresentação em slides a respeito do que é o Reverso e dos principais conceitos que ele
aborda: o que é conflito, liderança, confiança, intermediação;
- Apresentação dos materiais que serão utilizados pelos alunos moderadores: carteirinha e
contrato de acompanhamento dos casos. Solicitar sugestões de alterações nesses materiais;
- Solicitar aos professores sugestões de situações que se encaixem no formulário de pesquisa
sobre situações de bullying;
- Pedir aos professores que, durante os próximos eventos, observem quais alunos eles percebem
que têm o perfil de líder pacificador para participar do treinamento.
2°) Engajamento de estudantes ao projeto:
- Apresentação do filme Bang-bang: você morreu (Guy Ferland, 2002), para as turmas e
debate com os alunos sobre o tema.
Algumas perguntas podem ser feitas durante a discussão com os alunos:
a) Qual era problema enfrentado pelo personagem principal do filme?
b) Que tipos de bullying ocorriam na escola?
c) Quem eram as vítimas e os agressores (características)?
d) Qual a relação entre a peça de teatro e o que os jovens viviam na escola?
e) Que cena mais os impressionou ou emocionou?
- Pesquisa: um formulário bem simples, sem necessidade de identificação, em que os alunos
deverão marcar com X os tipos de bullying que já presenciaram dentro da escola. Também
haverá um espaço para que o estudante, se quiser, possa fazer um relato por escrito.
- Iniciar uma campanha antibullying com uma data de culminância para apresentação de
poemas, cordéis, cartazes com frases, desenhos, informações, infográficos, gráficos com os
resultados da pesquisa, esquetes, paródias, etc. Cada turma pode ter um professor responsável
pela apresentação. No dia da culminância, pode-se apresentar o grupo de conciliadores já
treinados.
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3º) Seleção de alunos para o papel de conciliadores
- Com a ajuda de todos os agentes da comunidade escolar: gestores, professores e estudantes.
4º) Treinamento dos conciliadores
Os alunos selecionados para o papel de conciliadores receberão treinamento em uma oficina
básica que prevê:
- sensibilização para as consequências do bullying na identidade daquele que o sofre;
- dinâmicas para construir junto aos alunos os conceitos de confiança, liderança, conflito, não
julgamento, intermediação.
- esclarecimento para os alunos sobre até onde vai a tarefa do mediador e qual deve ser sua
postura.
5º) Atuação dos Conciliadores
6º) Análise dos dados coletados durante os procedimentos de intermediação
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ANEXO 2:
CHAMADA PARA O FILME BANG – BANG: VOCÊ MORREU!
Projeto de combate ao bullying na escola
Apresenta:
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ANEXO 3:
QRCODE DE ACESSO AO PADLET - MURAL VIRTUAL - PARA FALAR ACERCA DE BULLYING
Um mural para compartilhar experiências, desabafos, sugestões, opiniões etc.
BULLYING NA ESCOLA
https://pt-br.padlet.com/reginaclaudialima/2k4jeljp6pdh
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ANEXO 4:
QUESTIONÁRIO SOBRE OS TIPOS DE BULLYING MAIS FREQUENTES NO AMBIENTE ESCOLAR
QUESTIONÁRIO
Esta ação é parte do projeto de combate ao bullying REVERSO
Objetivo: Levar os alunos a fazer uma reflexão sobre as formas de bullying mais presentes na
escola.
1. Você sabe o que é bullying? ( ) sim não ( )
2. Quais formas de bullying você já fez ou presenciou?
( ) corriqueiramente, usar palavrões para xingar um (a) colega;
( ) sempre chamar um (a) colega por um apelido ofensivo;
( ) sempre empurrar, bater, beliscar um (a) colega;
( ) sempre esconder, roubar ou destruir o material de um (a) colega;
( ) sempre ofender um (a) colega por causa do cabelo ou da cor da pele;
( ) usar palavras ofensivas para se referir ao peso ou à roupa de um (a) colega;
( ) não deixar um (a) colega fazer parte do seu grupo;
( ) deixar um (a) colega falando sozinho, fingindo que ele (ela) não existe;
( ) difamar: juntar-se com um grupo para “falar mal” de um (a) colega;
( ) chantagear ou intimidar um (a) colega;
( ) abusar sexualmente: passar a mão, beijar ou abraçar à força;
( ) Ciberbullying: bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas: celulares,
filmadoras, internet etc.
( ) outro tipo: ________________________________________
Descreva uma situação que você viu ou que tenha passado com você envolvendo bullying:
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ANEXO 5:
ROTEIRO PARA DISCUSSÃO APÓS APRESENTAÇÃO DO FILME “BANG- BANG: VOCÊ MORREU
Projeto de combate ao bullying na escola
Turma: _____ Professor(a)______________________________ Data: ______________
Após assistir ao filme Bang Bang – você morreu!, coloque os alunos em círculo e apresente as
perguntas a seguir, além de outras que julgar relevantes, e leve os alunos ao debate. Registre
os principais pontos da discussão sobre cada tópico.
a) “Jovens podem ser mais cruéis que todos. Naturalmente cruéis.” As palavras de Trevor
Adams, que já foi um estudante exemplar, refletem suas experiências no colégio. Vocês
concordam com essa frase. Relatem as experiências de vocês.
b) Como a escola de Travor reagiu à ameaça que ele fez de explodir o time? Foi a melhor forma
de reação, ou seja, resolveu a causa da ameaça? Que outras medidas poderiam ter sido tomadas
pela escola?
c) Como a escola de Travor passou a tratar os casos de bullying? De modo geral, os professores
e coordenadores ficam sabendo dos casos de bullying?
d) Em uma conversa com a nova amiga, Travor diz: “Você já esteve deprimida, mas deprimida
de verdade? Não deprimida como “meu cachorro morreu”, mas ao ponto que não importa se
você está vivo ou morto?” Alguém aqui já se sentiu assim e quer compartilhar conosco?
e) Como o professor, Sr. Duncan, ajudou a discutir o assunto entre seus alunos? Que outras
estratégias vocês sugerem que sejam feitas para ajudar a discutir e a combater o bullying na
escola?
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ANEXO 6:
EDITAL LOGOMARCA
Edital do Concurso para escolha da logomarca do programa de combate ao bullying
REVERSO é um projeto de combate ao bullying nas escolas da Paraíba.
Queremos uma identidade visual e você pode desenhá-la!
O CONCURSO DE DESENHOS para escolha da identidade visual (logomarca) do
REVERSO – programa de combate ao bullying - tem como objetivo selecionar e premiar o
desenho que representará o projeto, estimulando a criatividade dos participantes.
A identidade visual selecionada será utilizada nos documentos, mídias, portais,
materiais gráficos de divulgação do projeto.
O concurso se destina a estudantes do Ensino Fundamental, Médio e do Ensino
Profissionalizante das escolas públicas estaduais da Paraíba.
As inscrições são gratuitas e estarão abertas do dia 16 de abril ao dia 4 de maio de
2018.
Para se inscrever, os participantes devem produzir o desenho a mão, em folha de ofício
A4 com seus dados de identificação no verso (nome, série, escola) e entregar aos responsáveis
pelo programa REVERSO de sua escola
Cada estudante só poderá participar com um (1) desenho.
A previsão de divulgação do resultado é dia 16 de maio de 2018. A premiação ocorrerá
na escola do estudante cujo desenho foi escolhido.
Os critérios para o julgamento dos desenhos são: criatividade, aplicabilidade,
originalidade, comunicabilidade e qualidade.
O estudante vencedor será premiado com uma das opções a seguir:
OU
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ANEXO 7:
ETAPAS DO TREINAMENTO
PROJETO REVERSO: TREINAMENTO PARA CONCILIADORES
Formação desenvolvida em um minicurso, com direito a certificação.
CONTEÚDO:
• Sensibilização: (1) Entender a dor de quem passa pelo bullying. (2) Sair da atitude:
“Não liga não! É só você não ligar que eles param.” Ou “Faz a mesma coisa com ele!”
• Treinamento: (1) Como lidar com a atitude dos alunos envolvidos em conflitos.
(2) Postura e atitude do conciliador. (3) Treinamento dos passos a serem seguidos no
momento da conciliação.
METODOLOGIA:
Construção colaborativa de conceitos;
Dramatização;
Dinâmicas;
Exposição;
TEMPO: 3 seções de 90min.
TREINAMENTO PRIMEIRO ENCONTRO:
(1) SENSIBILIZAÇÃO:
1.1. Dinâmica das maçãs. Atuando
1.2. Apresentação dos slides dos cristais de água
(2) DISCUSSÃO:
2.1. APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO DAS CONSEQUÊNCIAS DO
BULLYING
Em grupos, elaborar um resumo dos pontos que perceberam mais importantes ou mais
marcantes.
2.2. DISCUSSÃO: O QUE PODE SER FEITO NA ESCOLA PARA RESOLVER
QUESTÕES DE BULLYING
Dinâmica: cartões coloridos para turnos de fala.
TREINAMENTO SEGUNDO ENCONTRO
Dinâmica: O que é conciliação?
Primeiro momento (5 minutos): individualmente, cada um escreve o que entende por
conciliação. Depois (outros 5 minutos): uma dupla junta suas ideias sobre o que é conciliação.
Depois em grupos de 4 e, finalmente, o grupo todo.
Um exemplo de conciliação: estudantes divididos em grupos. Em um grupo um membro
assume o papel de vítima e no outro, um membro assume o papel de agressor. Os demais
ajudam a formular a argumentação de cada um.
O professor atua como conciliador.
Na sequência, solicitamos que os alunos descrevam como se deu o processo de conciliação em
suas diferentes etapas.
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TREINAMENTO TERCEIRO ENCONTRO
Treinamento das etapas de conciliação do Programa REVERSO.
• Leitura de todos os passos.
• Debate e esclarecimentos de cada passo.
• Treinamento de cada passo, a partir de dramatização de situações de conciliação.
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ANEXO 8:
PROJETO REVERSO – CARTEIRA DO MEDIADOR
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ANEXO 9:
PROJETO REVERSO – CERTIFICADO DO CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA CONCILIADORES
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ANEXO 10:
FOTOS DE DIFERENTES ETAPAS DA APLICAÇÕES DO PROJETO NAS ESCOLAS
Apresentação do filme “Bang-bang: você morreu!” na escola Professor Paulo Freire.
Caixinha e Padlet como recursos para comentários e denúncias sobre bullying no ambiente escolar.
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Treinamento de conciliadores e confecção de cartazes com frases de repreensão do bullying e encorajamento às denúncias após discussão sobre o tema na escola estadual Francisca Ascenção
Cunha.
Sensibilização dos professores no Liceu Paraibano e de pais e responsáveis na Escola Pedro Anísio Bezerra Dantas.
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Entrega de carteirinhas e certificados aos conciliadores voluntários na escola Pedro Anísio Bezerra Dantas.
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