Post on 03-Jan-2019
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha para Catálogo
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Titulo: O Papel do Pedagogo na
Contribuição da Formação de Docente na
Perspectiva da Mediação Dialética
Autor
Ana Maria Trevizan
Escola de Atuação
Colégio Estadual Malba Tahan – Ensino
Médio
Município da Escola
Altônia – Paraná
Núcleo Regional de Educação
Umuarama – Paraná
Orientador
Profª Drª Regina Maria Zanatta
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual de Maringá – UEM
Disciplina/Área (entrada no PDE)
Pedagogia
Produção Didático-pedagógica
Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes
disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o professor
PDE desenvolveu o trabalho: professores,
alunos e comunidade...)
Alunos de Formação de Docentes
Localização
(identificar nome e endereço da escola de
implementação
Colégio Estadual Malba Tahan – Ensino
Médio, Rua Olavo Bilac, 560
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e
metodologia utilizada. A informação
deverá conter no máximo 1300
caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial
ou Times New Roman, tamanho 12 e
espaçamento simples)
Este caderno pedagógico é um material
composto por 6 (seis) Unidades
Pedagógicas, contendo textos abordando
fundamentação teórica e respectivas
sugestões de atividades a serem
desenvolvidas, destinando-se aos Alunos
de Formação de Docentes que anseiam por
uma reflexão e mudança e suas práticas no
âmbito do processo educacional.
Considerando que a formação de docente é
de suma importância, reconhece-se que
compreender a concepção teórica que
poderá adotar para subsidiar o seu trabalho
prático, que deverá se efetuar no âmbito
escolar, também é deveras importante.
Portanto, o trabalho que se realizará com
os alunos do Ensino Médio (Curso de
Magistério) será para dotá-los de subsídios
teórico que o auxiliarão na tarefa docente.
O Objetivo deste trabalho é proporcionar
fundamentação teórica crítica e reflexiva
aos alunos de Formação de Docente, para
que possam reconhecer o seu papel diante
das transformações que se operam na
sociedade. E, ao mesmo tempo, identificar
o Papel do professor formado na Escola de
Magistério e do Pedagogo no contexto
Paranaense de acordo com a Lei nº
103/2004.
A metodologia utilizada consiste em
pesquisas bibliográficas, livros, artigos
científicos, leitura de Legislação, textos
para compreender a temática em uma
perspectiva transformadora e a os
fundamentos da Pedagogia Histórico
Crítica para a formação dos profissionais
da educação (Magistério e Superior).
1. Apresentação/Plano norteador
Tema: O papel do pedagogo na organização e mediação do trabalho pedagógico
da escola pública.
Justificativa
Atualmente a legislação exige para a atuação do professor na Educação Infantil e nas
séries iniciais do ensino fundamental, além do magistério, uma formação superior. Os
alunos dos cursos de formação de docentes (magistério), futuros professores, irão
para o mercado de trabalho competindo com professores mais qualificados. Isto
ocasiona certa defasagem entre os professores que adquiriram formação superior e os
que adquiriram a formação de magistério (Ensino Médio).
Nesse cenário, o magistério, que era o formador do professor para atuar de 1ª a 4ª
série, vai perdendo espaço para a valorização do ensino superior que prepara o
docente para exercer o trabalho profissional de professor das séries iniciais do Ensino
Fundamental, de 1ª a 4ª séries, e para o trabalho de profissionais da Educação Infantil.
Diante desta constatação compreende-se que o Magistério (Ensino Médio) não mais
logra vantagens em concurso público para preencher vagas de professor para o
Ensino Fundamental e tampouco para a Educação Infantil. Neste caso o profissional
valorizado é o que tem formação em cursos superiores de Pedagogia, seja no modelo
presencial, seja no modelo à distância.
Assim, o pedagogo, neste cenário, tem seu espaço modificado e sua atuação
profissional expandida. Ao contrário de outras áreas que perderam seu espaço ou se
limitaram pela especialização, o pedagogo alarga seu raio de atuação.
Ainda, considerando a formação docente, é de importância reconhecer a concepção
teórica que poderá subsidiar o trabalho prático efetuado no âmbito escolar.
Público alvo
O presente trabalho destina-se a Alunos de Formação de Docente (Magistério) do
Colégio Estadual Malba Tahan- Ensino Médio, Altônia – Paraná, para refletir,
reconhecer e compreender a concepção teórica que poderá adotar para subsidiar o seu
trabalho prático, que deverá se efetuar no âmbito escolar.
OBJETIVO GERAL
Compreender a importância dos fundamentos da Pedagogia Histórico-Crítica para a
formação de professores da educação (Magistério e Superior)
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar o Papel do professor formado na Escola de Magistério e do
Professor Pedagogo no Contexto Paranaense de acordo com a Lei nº
103/2004;
Desenvolver estudos referentes a formação de docente tendo em vista
uma prática educativa que lhe dê possibilidades de maior compreensão
da realidade atual.
Estudar textos em grupo, para aquisição de conhecimentos sobre a
formação de docente.
2 Procedimentos
A implementação dos objetivos contidos neste Projeto de Intervenção
pedagógica realizar-se-á no Colégio Estadual Malba Tahan- Ensino Médio-Altônia/PR,
no 2º semestre de 2011, com Alunos da Formação de Docente, por meio das seguintes
ações:
Estudo individualizado orientado: Com referências específicas à
formação docente que possibilite embasamento teórico.
Minicurso: Parte teórica para explicitação do projeto e seu
desenvolvimento.
Grupos de estudos: Serão marcados encontros de quatro horas conforme
horário dos participantes. O enfoque será sobre textos escolhidos
acompanhados de questões para reflexão sobre o trabalho pedagógico
voltado para uma sociedade democrática.
Material de apoio: serão utilizados textos, livros, atividades, projetor
multimídia, TV, filme e pendrive.
Seminário: perguntas para discussão sobre os planos de trabalho docente
e a contribuição para práticas de apropriação de conhecimentos
sistematizados.
Auto-avaliação: Ao final do projeto será realizada uma auto-avaliação,
para verificar se esta intervenção pedagógica trouxe resultados positivos
aos participantes.
UNIDADE I
REFLETIR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL NA
ESCOLA
1.1. Antiga Lenda Egípcia do Peixinho Vermelho
No centro de formoso jardim, havia um grande lago, adornado de ladrilhos azuis-
turquesa. Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através
de grade muito estreita. Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes a se
refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas tocas, frescas e sombrias.
Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de Rei, e ali viviam
plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça. Junto deles, porém, havia um peixinho
vermelho menosprezado de todos. Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se
nos nichos barrentos. Os outros, vorazes e gordalhudos arrebatavam para si todas as formas
larvárias e ocupavam displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso. O peixinho
vermelho que nadasse e sofresse.
Por isso mesmo era visto em correria constante, perseguido pela canícula ou
atormentado de fome. Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não
dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse. Fez o
inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos
nele existentes e sabia com precisão, onde se reuniria a maior massa de lama por ocasião de
aguaceiros. Depois de muito tempo, à custa de longas procuras, encontrou a grade do
escoadouro. À frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo: – "Não
será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?" Optou pela mudança.
Apesar de magérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias
escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima. Pronunciando
votos renovadores, avançou otimista pelo rego d'água, encantado com as novas paisagens,
ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu embriagado de esperança... Em breve,
alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos. Encontrou peixes de muitas famílias
diferentes que com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percalços da marcha e
descortinando-lhes mais fácil roteiro. Embevecido, contemplou nas margens homens e
animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredos. Habituado com
pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e agilidade naturais.
Conseguiu desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo. De
início, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda
água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o
espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam
a primeira refeição diária. Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos peixes, rogando
proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi
ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes
marinhas. O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu
a evitar os perigos e tentações. Plenamente transformado sem suas concepções do mundo,
passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos,
estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de
muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia
maravilhosamente feliz. Vivia, agora, sorridente e calmo, no palácio de coral que elegera, com
centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo laborioso,
veio, a saber, que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia
de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam
a correr para o oceano. O peixinho pensou, pensou... E sentindo imensa compaixão daqueles
com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles.
Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? Não seria nobre ampará-los, prestando-
lhes o tempo valiosas informações? Não hesitou. Fortalecido pela generosidade de irmãos
benfeitores que com ele viviam no palácio de coral, empreendeu cumprida viagem de volta.
Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos
que o conduziram ao primitivo lar. Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e
serviço a que se devotava, varou a grade e procurou ansiosamente os velhos companheiros.
Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supõe que o seu regresso causasse surpresa e
entusiasmo gerais. Certo, a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou
que ninguém se mexia.
Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, nos repimpados mesmos ninhos
lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saíam apenas para disputar larvas, moscas
ou minhocas desprezíveis. Gritou que voltara a casa, mas não houve quem lhe prestasse
atenção, porquanto ninguém, ali havia dado pela ausência dele. Ridicularizado, procurou então
o Rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura. O soberano, algo
entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse.
O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu com ênfase que havia outro mundo
líquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma insignificância que podia desaparecer de
momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra
experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres
diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente.
Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do
peixe-coelho e do galo-do-mar.
Contou que vira o céu repleto de astros sublimes e que descobrira árvores gigantescas,
barcos imensos, cidades costeiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e
ofereceu-se para conduzí-los ao palácio do coral, onde viveriam todos, prósperos e tranqüilos.
Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém tinha igualmente seu preço.
Deveriam todos emagrecer convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e
tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário
à aventurosa jornada. Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram-lhe a preleção.
Ninguém acreditou nele. Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram solenes, que o
peixinho vermelho delirava que outra vida além do poço era francamente impossível, que
aquela história de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente e alguns
chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos peixes, que trazia os olhos voltados
para eles unicamente.
O soberano da comunidade para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia
dele até a grade de escoamento e, tentando de longe, a travessia, exclamou borbulhante: –
"Não vês que não cabe aqui nem uma só das minhas barbatanas? Grande tolo! Vai-te daqui!
Não nos perturbe o bem-estar... Nosso lago é o centro do universo... Ninguém possui vida igual
à nossa!..." Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-
se, em definitivo, no palácio de coral, aguardando o tempo. Depois de alguns anos,
apareceu pavorosa e devastadora seca. As águas desceram de nível. E o poço onde viviam os
peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a aparecer,
atolada na lama...
http://www.portal- p.com.br/bibliotecavirtual/culturaorganizacional/0113.htm
acesso em 20/04/2010 Autoria Anônima
Para refletir e discutir:
A lenda do peixinho vermelho e a cultura organizacional na escola, em relação
ao ambiente escolar, são:
O grande lago: A organização;
A comunidade de peixes: A cultura da organização;
O rei de guelras enormes: O poder da organização;
O peixinho vermelho: O agente de Mudanças;
O oceano: O universo de inserção das organizações;
A grade de escoadouro: Os obstáculos para a mudança;
A baleia: O perigo da precipitação;
A seca: O destino das organizações estanques.
1.2 – Atividade Pedagógica
Os participantes deverão fazer um paralelo entre a lenda do peixinho
vermelho e a cultura organizacional na escola, identificando e comentando
as partes sinalizadas.
UNIDADE II
2. O PEDAGOGO NO CONTEXTO PARANAENSE
2.1. Atuais exigências para o pedagogo na Escola Pública do Paraná
No Estado do Paraná, de acordo com a Lei Complementar nº. 103/2004
observa-se a junção das funções de Orientador educacional e do Supervisor escolar.
Entretanto, é importante lembrar que o cotidiano de muitas escolas foi marcado pela
presença desses dois profissionais que dividiam o trabalho. Nesse atendimento
estavam envolvidas ações como supervisionar, acolher, orientar, mas também vigiar,
cobrar, punir, ameaçar. Dessa forma cada profissional cumpria suas funções, tarefas e
atividades separadamente. O ambiente e as ações desses profissionais eram
fragmentados dificultando uma visão de conjunto da escola.
Historicamente o pedagogo é visto como controlador do processo escolar e
essa herança foi substituída pela atuação de um multitarefa, um “faz tudo”. E nesta
imposição do fazer tudo, fica para segundo plano a organização do trabalho
pedagógico, que é a principal ação que envolve a aprendizagem do aluno. É neste
contexto de melhoria da qualidade de ensino, que no Estado do Paraná, acontece
mudanças na nomenclatura e no papel do pedagogo nos espaços escolares,
buscando atender aos anseios de educadores e pesquisadores da área, no sentido de
valorizar o pedagogo escolar e reduzir a fragmentação do trabalho pedagógico na
escola.
Art. 33. Os cargos de Professor e Especialista de Educação,
que compõem o Quadro Próprio do Magistério da Rede Estadual de
Educação Básica do Paraná, ficam transformados em cargos de
Professor, sendo que os ocupantes dos referidos cargos ficam
enquadrados no presente Plano de Carreira do Professor,
obedecidos os critérios estabelecidos nesta Lei.
Art. 39. Ficam considerados em extinção, permanecendo
com as mesmas nomenclaturas, os cargos de Orientador
Educacional, Supervisor Educacional, Administrador Escolar na
medida em que vagarem, assegurando-se tratamento igual ao que é
oferecido na carreira, para aquele que se encontra em exercício
(PARANÁ, 2004).
Assim, nas Escolas Públicas do Paraná, ocorre a junção de atribuições e
funções que cabiam ao orientador educacional, assistência e auxílio ao aluno no
processo de aprendizagem e, por outro lado, ao supervisor escolar, assessoria ao
trabalho do professor para acompanhá-lo nas atividades de planejamento, docência e
avaliação, fornecendo-lhes subsídios para atualização e aperfeiçoamento constante.
Existem escolas em que a coordenação restringe-se à disciplina em que o
coordenador é especialista; em outros, a coordenação se faz em relação a todas as
disciplinas. Outra atribuição que cabe ao coordenador pedagógico é o relacionamento
com os pais e a comunidade, especialmente no que se refere ao funcionamento
pedagógico curricular e didático da escola, e a comunicação e interpretação da
avaliação dos alunos (LIBÂNEO, 2004, p. 130).
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED no Edital n°. 10/2007,
que se refere às normas relativas à realização do Concurso Público para o provimento
de vagas no cargo de Professor Pedagogo, do Quadro Próprio do Magistério, atuação
nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, descreve os objetivos, as
funções e atividades para o este cargo, nos Estabelecimentos de Ensino da Educação
Básica da Rede Estadual do Paraná:
Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação
do projeto político e do Plano de Ação da Escola; coordenar a
construção coletiva e a efetivação da Proposta Curricular da
Escola, a partir das Políticas Educacionais da SEED/PR e das
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais; promover e
coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para
reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho
pedagógico e da elaboração de propostas de intervenção na
realidade da escola; participar e intervir, junto à Direção, da
organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de
realizar a função e a especificidade da educação escolar;
sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que
levem à efetivação do processo ensino e aprendizagem, de
modo a garantir o atendimento às necessidades do educando;
participar da elaboração do projeto de formação continuada de
todos os profissionais da escola e promover ações para a sua
efetivação, tendo como finalidade a realização e o
aprimoramento do trabalho pedagógico escolar; analisar as
propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na
escola, observando a legislação educacional em vigor e o
Estatuto da Criança e do Adolescente, como fundamentos da
prática educativa; coordenar a organização do espaço-tempo
escolar a partir do Projeto Político- Pedagógico e da Proposta
Pedagógica Curricular da Escola, intervindo na elaboração do
calendário letivo, na formação de turmas, na definição e
distribuição do horário semanal das aulas e disciplinas, da
hora atividade, no preenchimento do Livro de Registro de
Classe, de acordo com as Instruções Normativas da SEED e
em outras atividades que interferem diretamente na realização
do trabalho pedagógico; coordenar junto à direção, o processo
de distribuição de aulas e disciplinas a partir de critérios legais,
pedagógicos e didáticos e da Proposta Pedagógica Curricular
da Escola; organizar e acompanhar a avaliação do trabalho
pedagógico escolar pela comunidade interna e Externa;
apresentar propostas alternativas, sugestões e/ou críticas que
promovam o desenvolvimento e aprimoramento do trabalho
pedagógico escolar, conforme o Projeto Político Pedagógico, a
Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de Ação da Escola e
as Políticas Educacionais da SEED; coordenar a elaboração
de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais,
equipamentos e/ou livros de uso didático pedagógico, a partir
da Proposta Curricular e do Projeto Político Pedagógico da
Escola; participar da organização pedagógica da biblioteca,
assim como o processo de aquisição de livros e periódicos;
orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho
Docente junto ao coletivo de professores da escola; subsidiar
o aprimoramento teórico metodológico do coletivo de
professores da escola, promovendo estudos sistemáticos,
troca de experiência, debates e oficinas pedagógicas;
organizar a hora atividade do coletivo de professores da
escola, de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja
utilizado em função do processo pedagógico desenvolvido em
sala de aula; atuar, junto ao coletivo de professores, na
elaboração de propostas de recuperação de estudos a partir
das necessidades de aprendizagem identificadas em sala de
aula, de modo a garantir as condições básicas para efetivação
do processo de socialização e apropriação do conhecimento
científico; organizar a realização, dos Conselhos de Classe, de
forma a garantir um processo coletivo de formulação do
trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e em sala de
aula, além de coordenar a elaboração de propostas de
intervenção decorrentes desse processo, informar ao coletivo
da comunidade escolar os dados do aproveitamento escolar;
coordenar o processo coletivo da elaboração e aprimoramento
do Regimento Escolar, garantindo a participação democrática
de toda a comunidade escolar; orientar a comunidade escolar
na proposição e construção de um processo pedagógico numa
perspectiva transformadora, ampliar os espaços de
Participação, de democratização das relações de acesso ao
saber da comunidade escolar; participar do Conselho Escolar,
subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e
reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho
pedagógico escolar; propiciar o desenvolvimento da
representatividade dos alunos e sua participação nos diversos
momentos e órgãos colegiados da escola; Promover a
construção de estratégias pedagógicas de superação de todas
as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de
ampliação do compromisso ético-político com todas as
categorias e classes sociais (SEED, 2007, p. 2-3).
O Professor Pedagogo tem enfrentado vários desafios, assumido vários papéis,
desviando-se muitas vezes do trabalho de acompanhar a efetivação do Projeto Político
Pedagógico e do Plano de Ação da Escola, em vista disto, vê-se a necessidade de
uma mudança na prática do pedagogo, que permita orientar a comunidade escolar
dentro de uma perspectiva transformadora.
E ainda percebe-se que o essencial para desempenhar o verdadeiro papel do
Professor Pedagogo, é o compromisso por uma Educação de qualidade, e para que
isso aconteça é necessário que a organização didático-pedagógica e a estrutura
administrativa da escola, estejam de acordo com princípios e procedimentos
democráticos. Exercer a função de Professor Pedagogo não é fácil, existe um padrão
tradicional de condutas que interfere no desempenho destas funções. Sabe-se que
para que alguma mudança ocorra é necessário que se estimule o diálogo, o
esclarecimento e a postura do Professor Pedagogo em relação à comunidade escolar.
Neste sentido, é primordial a realização de reflexões sobre a atuação do
professor e do pedagogo. Para tanto o Professor Pedagogo necessita de apropriação
dos instrumentos culturais, do saber teórico de cultura e de sua especialidade para
realizar de forma clara uma interpretação social da sua profissão, do papel que ocupa
na sociedade e na escola. Como Gaultier (2006, p.21) aponta que “falar de exercício,
de trabalho e de reflexão sobre a própria ação é colocar em evidência a necessidade
de praticar certas habilidades e de refletir sobre sua própria ação”.
Compreende-se que a construção de uma sociedade mais justa, igualitária
está diretamente atrelada ao tipo de educação transmitida pela escola. É nesse
ambiente educacional que o trabalho do Professor Pedagogo pode contribuir de forma
efetiva desde que, o mesmo tenha bem claro qual a função social da escola nesse
modelo de sociedade em que se vive. A partir desse entendimento as ações e
encaminhamentos relativos aos conhecimentos científicos, às metodologias, à
avaliação mudam por completo, e quem vai articular todas as ações e toda essa práxis
senão o próprio pedagogo? Para isso, a formação continuada, a leitura, a formação de
grupos de estudos, o amplo diálogo com os profissionais da educação, entre outras
ações são indispensáveis para dar conta de contribuir de maneira positiva nesse
processo, e para isso devemos não só dominar as teorias e práticas, mas colaborar na
transformação da realidade, promover ações integradas com profissionais de
diferentes áreas, assim como com as pessoas da comunidade, terem capacidade de
assumir compromissos políticos para articular estratégias pedagógicas escolares e
não escolares, uma vez que a Educação não pode ser percebida como um fenômeno
isolado, desvinculado de outras prioridades sociais, mas como uma das expressões
mais relevantes do desejo coletivo da sociedade que se quer. O Professor Pedagogo
deve estar articulado a todas estas necessidades para que a escola seja um lugar de
apropriação crítica, criativa e sistematizada.
O Professor Pedagogo, em sua função, deverá apropriar-se das tendências
pedagógicas ao buscar soluções para os problemas encontrados em sua ação
cotidiana e refletir sobre a prática pedagógica a partir desta apropriação.
As tendências pedagógicas são referências norteadoras para a prática
educativa e por sua vez sofrem influências dos movimentos sócio-políticos e
filosóficos.
A Pedagogia Histórico-Crítica está presente na Escola Pública desde 1990,
quando foi construído o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná (1990,
p.15), que apresenta as bases epistemológicas desta concepção. Para esta
compreensão pedagógica cabe à escola dosar e sequenciar o saber sistematizado, o
conhecimento científico, tendo em vista o processo de sua transmissão-assimilação.
Isto implica dosá-lo de modo que o aluno passe do seu não domínio para o domínio
elaborado. A mediação da escola visa à passagem do saber difuso, parcial,
desarticulado para o mais organicamente articulado ao final da escolarização do aluno,
favorecendo, desta forma, a compreensão das relações sociais nas quais está inserido
e instrumentalizando-o, ainda que parcialmente, para nela atuar. O acesso à cultura
erudita possibilita a apropriação de novas formas através das quais se podem
expressar os próprios conteúdos do saber popular. Cabe, pois, não perder de vista o
caráter derivado da cultura erudita por referência à cultura popular cuja primazia não é
destroná-la. Importa tornar a escola concreta, como local de apropriação do
conhecimento científico, por parte de todos que dela participam.
Saviani (2005, p. 141) explica o significado da Pedagogia Histórico-Crítica:
Trata-se de uma dialética histórica expressa no materialismo
histórico, que é justamente a concepção que procura compreender e
explicar o todo desse processo, abrangendo desde a forma como
são produzidas as relações sociais e as condições de existência até
a inserção da educação nesse processo.
O autor relaciona a Pedagogia Histórico-Crítica e a realidade escolar. Afirma
que é possível realizar a tarefa a que se propõe esta pedagogia em relação à
educação escolar implicando em:
a) identificar as formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber
objetivo, produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e
compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendências atuais da
transformação;
b) converter o saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável
pelos alunos no espaço e tempo escolares;
c) prover de meios necessários para que os alunos assimilem o saber objetivo
e apreendam o processo de sua produção assim como as tendências de sua
transformação (1991, p.9).
O autor destaca a educação como mediação no interior da prática social:
A prática é o ponto de partida e o ponto de chegada. Essa mediação
explicita-se por meio daqueles três momentos: problematização,
instrumentação e catarse. Assinalo também que isto corresponde, no
processo pedagógico, ao movimento que se dá, no processo do
conhecimento, em que se passa da síncrese à síntese pela
mediação da análise, ou dizendo de outro modo, passa-se do
empírico ao concreto pela mediação do abstrato.
Se a educação é mediação no seio da prática social global, e se a
humanidade se desenvolve historicamente, isto significa que uma
determinada geração herda da anterior um modo de produção com
os respectivos meios de produção e relações de produção. E a nova
geração, por sua vez, impõe-se a tarefa de desenvolver e
transformar as relações herdadas das gerações anteriores (...) cabe
possibilitar que as novas gerações incorporem os elementos
herdados de modo que se tornem agentes ativos no processo de
desenvolvimento e transformação das relações sociais (SAVIANI,
2005, p.143).
Atualmente, no Paraná, tenta-se organizar a função do Professor Pedagogo
que em âmbito nacional está atrelada aos PCNs e aos quatro pilares da educação. É
nesse contexto que a SEED oportuniza a formação continuada desse profissional, pois
há uma política paranaense visando melhoria na educação, colocando o pedagogo
como mediador do processo ensino-aprendizagem.
É preciso que se analise a prática do pedagogo em seu dia-a-dia no sentido do
alcance das metas sobre o cotidiano escolar, pois, segundo Penin (apud
FERNANDES, 2004, p.112),
[...] o conhecimento do cotidiano escolar é necessário por duas
razões. Primeiro, porque, sendo conhecido, é possível conquistá-lo e
planejar ações que permitam transformá-lo, assim como lutar por
mudanças institucionais no sentido desejado [...] Segundo, porque o
cotidiano, sendo conhecido, pode fornecer informações a gestões
institucionais democráticas que queiram tomar medidas adequadas
para facilitar o trabalho ao nível cotidiano das escolas e melhorar a
qualidade do ensino aí realizado.
Não se pode esquecer que esse conjunto de ações está pautado pela
tendência pedagógica que norteia o trabalho escolar. Assim pode-se concluir que o
Professor Pedagogo atua sobre “Ação Pedagógica” em: Currículo=Didática=Avaliação.
Deve-se lembrar também que o Pedagogo aponta para o coletivo da escola e tem no
professor seu principal foco. Segundo Medina (1997, p.32), é o trabalho do professor
que dá sentido ao trabalho do pedagogo, pois a partir da realidade e das dificuldades
pedagógicas do professor será construída a ação conjunta, voltada para o trabalho em
sala de aula.
2.2 - Atividade Pedagógica
Celso Vasconcellos (2002, p.86-87), apresenta o que o professor pedagogo não faz.
[...] não é fiscal do professor; não é quem entrega os professores para a direção ou mantenedora (dedo duro), não é pombocorreio ( que leva recado da direção para os professores e viceversa), não é coringa/tarefeiro/quebragalho/salvavidas (ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social,etc. não é tapa buraco ( que fica “toureando” os alunos em sala de aula no caso de falta de professor), não é burocrata ( que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos, estatísticas sem sentido, mandando um monte de
papéis para os professores preencherem – escola de “papel”),não é gabinete ( que está longe da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não é dicário ( que tem dicas e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é generalista ( que entende quase nada de quase tudo).
Descreva como o professor pedagogo pode desempenhar seu papel no desenvolvimento da escola e da prática pedagógica do professor em sala de aula. Socializar com os demais participantes.
Referências Bibliográficas
PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Documento Síntese. Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, 2007.
______.SEED Edital n°. 10/2007, das normas relativas à realização do Concurso
Público para o provimento de vagas no cargo de Professor Pedagogo. Lei
complementar nº. 103/2004 –PR.
UNIDADE III
3. PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
3.1 – Por uma nova ação do trabalho Pedagógico escolar
A educação tem suas origens na humanização do homem, processo pelo qual
o homem produz a sua existência no tempo, agindo sobre a natureza e construindo o
mundo histórico, o mundo da cultura, o mundo humano.
Com a prática de muitos educadores a Pedagogia Histórico-Crítica nasceu das
necessidades postas, pois as pedagogias tradicionais, nova e tecnicista não
apresentavam características historicizadoras; faltava-lhes a consciência dos
condicionantes histórico sociais da educação (SAVIANI, 2007). É neste contexto que
Saviani desenvolveu a Pedagogia Histórico-Crítica, que se empenha na defesa da
especificidade da escola, objetivando resgatar a importância da escola e reorganizar o
processo educativo, enfatizando o problema do saber sistematizado, a partir do qual
se define a especificidade do saber escolar.
O método de ensino visa estimular a atividade e a iniciativa do professor;
favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar
o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levar em conta os interesses dos
alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, sem perder de
vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para
efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.
Os cinco passos, de acordo com Saviani (2007), para o desenvolvimento do
método são os seguintes:
Primeiro passo: (Prática Social), é o ponto de partida; este é comum ao professor e
alunos, porém seus posicionamentos são diferenciados, pois são agentes sociais
diferentes.
Segundo passo: (Problematização), é a identificação dos principais problemas postos
pela prática social.
Terceiro passo: (Instrumentalização), trata-se de apropriar-se dos instrumentos
teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na
prática social.
Quarto passo: (Catarse), momento de expressão elaborada da nova forma de
entendimento da prática social a que o aluno ascendeu.
Quinto passo: (Prática Social) essa elevação dos alunos ao nível do professor é
essencial para se compreender a especificidade da relação pedagógica, manifesta-se
nos alunos a capacidade de expressarem uma compreensão da prática em termos tão
elaborados quanto era a do professor no ponto de partida.
Na Pedagogia Histórico-Crítica, a escola tem como papel a difusão de
conteúdos, e como métodos a experiência do aluno confrontada com o saber
sistematizado, a relação professor-aluno é pautada pelo papel do aluno como
participador, e do professor como mediador entre o saber e o aluno, a aprendizagem é
baseada nas estruturas já existentes nos alunos.
Essa teoria tem sua manifestação em Makarenko, B. Charlot, Suchodolski,
Manacorda, G. Snyders e Saviani.
É no contexto dessa teoria, que a ação do Pedagogo se volta para a esfera
pedagógica, na busca de parcerias políticas com professores, cuja ênfase encontra-se
na mediação para definir criticamente os conteúdos significativos para a
aprendizagem.
Deve-se lembrar também que a ação do pedagogo está centrada no coletivo da
escola, mas é no professor seu principal foco, pois é o trabalho do professor que dá
sentido ao trabalho do pedagogo, pois a partir da realidade e das dificuldades
pedagógicas do professor em sala é que será construída a ação conjunta, (Práticas
Pedagógicas), voltada para o ensino-aprendizagem, promovendo atividades variadas,
debates etc.. Estas ações estimulam a criatividade, mantêm um ambiente de ânimo e
interesse pelo aprender.
3.2 - Atividade Pedagógica
Reclamações comuns entre professores: alunos desatentos, desinteressados, agitados, rebeldes, descompromissados..., em sua opinião explique se estes comportamentos podem estar relacionados com a falta de planos de aulas mais adequados, metodologias diversificadas, emoção no ensinar?
Em sua opinião, o sucesso no processo da Mediação Pedagógica com os professores, pode contribuir para a melhoria da aprendizagem?
Você concorda com esta afirmativa? Justifique. O professor como “autoridade” do conhecimento específico e o Pedagogo como “especialista” em estratégias metodológicas podem unir conhecimentos para melhorar a aprendizagem do aluno.
O professor como “autor” de sua aula, deve cuidar-se para não se limitar ao quadro e giz. Comente
Produzir um texto (uma lauda) com a reflexão das questões acima.
Elabore, sugerindo, um Plano de Ação semanal ou mensal abordando a
intervenção do Professor Pedagogo.
Referências Bibliográficas
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 8ª ed. Campinas,
SP: Autores Associados, 2003.
______. Escola e democracia. Ed. Campinas: Autores Associados, 2007.
SILVA, Aida Maria Monteiro ET al. XIII ENDIPE, p. 161-184. SP: Autores Associados,
2003.
UNIDADE IV
4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA CONCEPÇÃO DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA
4.1 - Metodologias da Mediação dialética
O Plano de aula na Mediação Dialética possibilita aos professores a
organização dos conteúdos de ensino, tendo em vista a aprendizagem significativa
objetivando uma prática educativa que transforma.
É um norte para o ensino aprendizagem, quando articula o método, a
metodologia e a lógica, pois esses elementos estão no centro do processo educativo.
Mediação dialética é uma proposição de aula interessante. A aula como práxis
que expressa a relação de tensão entre a teoria e a prática, e o ensino como
potencializador da aprendizagem do aluno.
Compreende o conteúdo de ensino como objeto de aula e a organização
metodológica do conteúdo de ensino como movimento dialético da aula.
Movimento da aula: resgatando/sistematizando/ problematizando/ Produzindo.
O conteúdo de Ensino como ponto de partida, segundo Arnoni (2003):
A Metodologia da Mediação dialética representa um processo que
viabiliza o ensino e a aprendizagem do trabalho educativo. A questão
problematizadora estimula o aluno a responder ao questionamento,
utilizando seus saberes disponíveis. A produção, da mesma forma
que no Resgatando, pode ser expressa em diferentes formas
(oralidade, desenho, mímica etc.), representando o ponto de chegada
que se torna, imediatamente, um novo ponto de partida.
Segundo o autor, esta metodologia, didaticamente, está composta por quatro etapas
interligadas e interdependentes, cujo limite entre elas não é claramente de marcado.
São elas:
1ª etapa - Resgatando e registrando: ponto de partida do trabalho educativo. É
quando o professor deve de alguma forma, fazer com que o seu aluno demonstre a
sua visão (saber imediato ou cotidiano) sobre o objeto de estudo (saber mediato ou
científico). Resgatar o conhecimento do aluno é uma tarefa difícil, no entanto, é de
extrema importância. Ao conhecer o saber do aluno, o professor possui possíveis
hipóteses para planejar as problematizações para a aula. O aluno pode expressar o
seu conhecimento de várias formas, entre as quais, a oralidade, o desenho, o recorte,
a dramatização, a mímica, a poesia, a música, a colagem, o relato, o texto escrito.
2ª etapa - Problematizando: gerar contradição entre o saber cotidiano do aluno e o
saber científico pretendido. A questão problematizadora estimula o aluno a responder
ao questionamento, utilizando seus saberes disponíveis. No entanto, como esses
saberes não são suficientes para a elaboração de uma resposta coerente, o aluno é
estimulado a buscar novas investigações, articulações e aprendizagens para que ele
consiga elaborar o seu novo saber;
3ª etapa – Sistematizando: discutir a questão problematizadora e examinar o saber
imediato e científico a ela pertinente, propiciando elaboração de síntese pelos alunos,
o que caracteriza a aprendizagem;
4ª etapa – Produzindo: expressar a síntese elaborada sobre o conteúdo de ensino
desenvolvido por intermédio da Metodologia da Mediação dialética. A produção, da
mesma forma que no Resgatando, pode ser expressa em diferentes formas (oralidade,
desenho, mímica etc.), representando o ponto de chegada que se torna,
imediatamente, um novo ponto de partida.
De um modo geral, a síntese cognitiva expressa “o aprendido”, e a proposta
metodológica, “o processo da aprendizagem”.
Resgatar é o meio pelo qual, o professor busca um mesmo ponto de partida
para o processo de ensino, comum a ele e ao aluno, utilizando diferentes linguagens:
oralidade, dramatização, poesia, música, desenho, colagem, recorte, relato, mímica,
texto escrito, filme, vídeos etc. Nesse momento, o professor apresenta aos alunos uma
série de atividades que envolvem o conteúdo trabalhado, e o aluno, ao desenvolve-
las, apresenta suas idéias iniciais sobre o referido conteúdo. Essa produção, ainda
que de forma confusa, representa a objetivação do saber subjetivo do aluno. (saber
imediato).
Para o professor o registro dos alunos possibilita a problematização, que é a
contradição entre as representações iniciais dos alunos e o conteúdo de ensino na
“metodologia da mediação dialética”.
Sistematizar é o momento da aula em que se desenvolve a situação de
ensino que oportuniza ao aluno compreender as relações do sentido entre os
aspectos do seu saber imediato e elementos do saber mediato (científico) que se
objetiva alcançar, por intermédio do diálogo, é o momento do aluno superar o
conhecimento imediato no mediato, é quando o mesmo elabora uma síntese cognitiva.
Produzindo é o momento em que o aluno elabora o conhecimento científico
(imediato ao mediato) é a produção do conhecimento “aprendido”.
Nesta perspectiva, as teorias pedagógicas que admitem a necessidade da
tensão entre o professor e o aluno, afirmando que a tensão é propiciada pela diferença
entre o conhecimento do professor, que está fundamentado na ciência e o do aluno
que tem por base as experiências do cotidiano, estão equivocadas quanto à natureza
da relação.
Finalizando, a compreensão da teoria pedagógica desde uma perspectiva
ontológica (natureza do ser), transforma a relação pedagógica que deixa de ser
centrada no Conhecimento para centrar-se no Ser, o Ser Social. O transformar da
relação pedagógica implica a mudança radical das relações na sala de aula que,
deixam de ser centradas no professor, como quer a pedagogia tradicional, ou no aluno
como propõe as pedagogias novas.
Estas relações passam a expressar a tensão entre o professor (plano do mediato) e o
aluno (plano do imediato), em relação ao mediato organizado pelo professor.
4.2 – Atividade Pedagógica
Elaborar um Plano de aula de acordo com o formulário apresentado.
PLANO DE AULA – METODOLOGIA DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA
SUGESTÃO
A – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor (a):
Escola:
Nível de Ensino:
Série:
Duração:
B – DADOS PEDAGÓGICOS
Curso:
Disciplina:
Conteúdo:
1. Objetivos: Por que ensinar?
2. Tópicos do conteúdo de ensino
O que ensinar?
3. Metodologia de Ensino (procedimentos) Como ensinar?
4.1 Resgatando:
4.2 Problematizando (atividades sobre o conteúdo da disciplina):
4.3 Sistematizando (atividades sobre o conteúdo da disciplina):
4.4 Produzindo (atividades sobre o conteúdo da disciplina):
5 Recursos Pedagógicos: Ex.
Vídeo-clip. TV pendrive. Quadro de giz, giz. Textos diversos. Caderno, caneta, lápis, borracha.
Quais materiais?
6 Avaliação:
Como foi a aula?
(Processo de
ensino e processo
de aprendizagem)
7 Referências bibliográficas consultadas:
Local: Data Assinatura
Referências:
ARNONI, M.E.B. Trabalho educativo e mediação dialética: fundamento teórico-
filosófico e sua implicação metodológica para a prática. In: Seminário Internacional
de Educação: Teorias e políticas, 2003, UNINOVE, São Paulo, SP. CD-ROM,
Seminário Internacional de Educação.
http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2004/artigos/eixo10/metodologiadamediacaodialet
ica.pdf acesso 14/11/2010
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica – 4 ed. Ver.
e ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
OLIVEIRA, Edilson Moreira de; ALMEIDA, José Luiz Vieira de; ARNONI, Maria Eliza
Brefere. Mediação dialética na educação escolar: teoria e prática. SP: Edições
Loyola, 2007.
PIMENTA, Selma Garrido. O pedagogo na escola pública. 2. ed. São Paulo:
_____. Selma Garrido, Práxis- ou indissociabilidade entre teoria e prática e a
atividade docente. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
UNIDADE V
5 – A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A
PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PEDAGOGO NA ESCOLA
“A valorização dos Profissionais da Educação do Estado do Paraná constitui um dos
princípios básicos estabelecidos por esta Secretaria. Dentre as inúmeras ações
desencadeadas para que esta valorização se efetive, são ofertados eventos de formação
continuada aos profissionais da educação, considerando o contido na LDB 9394/96, em seus
artigos 67, 80 e 87, bem como na Lei Nacional nº 10172/2001 – Plano Nacional de Educação e
Plano Estadual de Educação.”
“A Coordenação de Formação Continuada, instituída pela Resolução 1467/04, viabiliza a
realização de eventos direcionados a uma rede de 65.000 profissionais do sistema público
educacional. Professores, pedagogos, diretores, secretários, merendeiras, inspetores,
bibliotecários e auxiliares de serviços gerais são os profissionais que compõem o nosso público
alvo. Também são ofertados eventos para representantes da comunidade escolar, APMF
(Associação de Pais, Mestres e Funcionários) e Grêmio Estudantil”.
http://www.diaadia.pr.gov.br/cfc/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=4A
cesso em 24/04/2010 às 02h04min.
Atualmente, a SEED tem se preocupado com a formação continuada do
professor. O processo de aprendizagem que é constante sempre está se manifestando
como uma necessidade. O conhecimento como agente transformador da sociedade
exige a atualização do professor articulando o conhecimento com a atual conjuntura
sociopolítica, na qual seus alunos estão inseridos.
A formação continuada hoje, se vê aquela que é realizada fora do ambiente da
escola, mas o que se caracteriza uma escola voltada para a busca de qualidade de
ensino, é quando a mesma, objetiva, em seu Projeto Político Pedagógico, a formação
continuada dos professores, pedagogos e dos demais membros da comunidade
escolar, e que ainda proporcione condições para que essa formação se concretize,
sempre articulando a teoria e prática em sala de aula.
À escola cabe ensinar, isto é, garantir a aprendizagem de certos conteúdos que
são necessários para a vida em sociedade, e ainda, sua função social é ser
modificada para atender a necessidade dos alunos, por isso, o professor pedagogo
deve trabalhar em cima de idéias de transformação.
5.1- REFLEXÃO
Como estabelecer o perfil do pedagogo no contexto de uma nova organização pedagógica curricular, se o mesmo tem sido formado com ranços da própria história de sua função e identidade e das diversas políticas educacionais impostas?
De que forma o professor – pedagogo pode contribuir com os professores a aproximarem a teoria e a prática, diminuindo a distância entre, o pensar e o fazer a prática pedagógica no interior da sala de aula da Escola?
5.3 - Atividades em grupos:
Sistematização das questões em grupo e socialização das idéias principais.
Referências:
http://www.diaadia.pr.gov.br/cfc/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=4Acesso
em 24/04/2010 às 02h04min.
UNIDADE VI
6. - AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO INDIVIDUAL
O processo de avaliação, neste momento, não exclui, não pune e nem serve
como “medida de conhecimento”. No entanto tem como foco, a produção, ora
desencadeada na reflexão dialogada durante o curso.
A produção deverá ser norteada por meio das seguintes palavras:
Professor Pedagogo; Formação Continuada; Mediação Dialética e Práticas
Pedagógica
6.1 Produção Individual:
Produção de um texto comentando sobre os conhecimentos adquiridos durante
o processo de intervenção pedagógica.
6.2 - Referências Bibliográficas
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Ministério da
Disponível em: <http://www.mec.gov.br> . (Acesso em 16/07/10.)
_____. Educação. MEC Parecer nº 5/2005 de 13/12/2005.
GASPARIN, João Luiz- Uma didática para a pedagogia histórico-crítica - 4 ed.
Ver. e ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
GEORGEN, Pedro; SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: a experiência
internacional sob o olhar brasileiro. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
PARANÁ. Casa Civil. Lei nº 15075 – 04/05/2006: publicada no Diário Oficial nº 7219
de 05/05/2006. Disponível em: <http://www.dioe.pr.gov.br>. (Acesso em 12/10/2009.)
______. Secretária de Estado da Educação. Documento Síntese. Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, 2007.
______. Secretária de Estado da Educação – SEED. Edital nº. 10/2007 – GS/SEED.
Disponível em: <http://www.seed.pr.gov.br> . (Acesso em 12/10/2009.)
VEIGA, I. P. A.; et alli. Licenciatura em Pedagogia - realidades, incertezas, utopias.
Campinas, São Paulo: Papirus, 1997.