Post on 16-Jan-2016
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INGRID MARINHO
LUCAS ADRIANO
PEDRO ELIAS
RUDYSON SANTOS
TAINÁ RIBEIRO
THAIS EDUARDA
YAN BARBOSA
A CIVILIZAÇÃO GREGA
TRABALHO APRESENTADO A DISCIPLINA DE “HISTÓRIA” MINISTRADA PELA PROFESSORA CLEU, COMO REQUISITO PARCIAL DE APROVAÇÃO
MANAUS
2015
INTRODUÇÃO
Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever o mundo grego e áreas
próximas (tais como Chipre,Anatólia, sul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além
de assentamentos gregos no litoral de outros países, como o Egito). Tradicionalmente, a
Grécia Antiga abrange desde 1 100 a.C. (período posterior à invasão dórica) até à
dominação romana em 146 a.C., contudo deve-se lembrar que a história da
Grécia inicia-se desde operíodo paleolítico, perpassando a Idade do Bronze com as
civilizações Cicládica (3000-2 000 a.C.), minoica(3000-1 400 a.C.) e micênica (1600-
1 200 a.C.); alguns autores utilizam de outro período, o período pré-homérico (2000-
1 200 a.C.), para incorporar mais um trecho histórico a Grécia Antiga.
Os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade,
nunca tendo chamado a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas
essas palavras são latinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos. O país homônimo
hoje existente (ver República Helênica) descende desta, embora, como já dito acima, o
termo Grécia Antiga abrange demais locais.
DA ORIGEM AO PERÍODO HOMÉRICO
Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península Balcânica em
diversas ondas, no início do milênio II a.C.: aqueus, jônicos, eólios e dóricos.2 As
populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização
de clãs fundamentava-se, na crença de que descendiam do herói Heleno, filho
de Deucalião e Pirra.
Período pré-homérico
Civilização Minoica
A Civilização Minoica surgiu durante a Idade do Bronze Grega em Creta e
floresceu de aproximadamente doséculo XXX ao XV a.C. O termo "minoico" foi
cunhado por Arthur Evans, seu redescobridor, e deriva do nome do rei mítico
"Minos". Arthur Evans e Nicolaos Platon, importantes arqueólogos minoicos,
desenvolveram dois tipos de periodização para a civilização. Evans baseou-se nos
estilos de cerâmica produzidos criando assim três períodos, o Minoano Antigo, o Médio
e o Recente. Platon baseou-se no desenvolvimento dos palácios minoicos o que gerou os
períodos pré-palaciano, protopalaciano, neopalaciano e pós-palaciano.
Como resultado do comércio com o Egeu e Mediterrâneo, no Minoano Antigo,
os minoicos viveram uma transição de uma economia agrícola para adentrar noutras
economias, o resultado do comércio marítimo com outras regiões
do Egeu e Mediterrâneo Ocidental. Com a utilização de metais, houve o aumento das
transações com os países produtores: os minoicos
procuravam cobre do Chipre, ouro do Egito, prata e obsidiana das Cíclades. Os portos
estavam crescendo tornando-se grandes centros sob influência do aumento das
atividades comerciais com a Ásia Menor, sendo que a parte oriental da ilha mostra a
preponderância do período. Centros na parte oriental (Vasilicí eMália) começam a
notabilizar-se e sua influência irradia-se ao longo da ilha dando origem a novos centros;
aldeias e pequenas cidades tornaram-se abundantes e as fazendas isoladas são raras.
No final do milênio III a.C., várias localidades na ilha desenvolveram-se em
centros de comércio e trabalho manual, devido à introdução do torno na cerâmica e na
metalurgia de bronze, a qual se acrescenta um aumento da população (densamente
povoada), especialmente no centro-oeste. Além disso, o estanho dapenínsula
Ibérica e Gália, assim como o comércio com a Sicília e mar Adriático começaram a
frear o comércio oriental. No âmbito da agricultura , é conhecido através das escavações
que quase todas as espécies conhecidas de cereais e leguminosas são cultivados e todos
os produtos agrícolas ainda hoje conhecidos como o vinho e uvas, óleo e azeitonas, já
ocorriam nessa época. O uso da tração animal na agricultura é introduzida.
Em torno de 2 000 a.C. foram construídos os primeiros palácios minoicos
(Cnossos, Mália e Festo), sendo estes a principal mudança do minoano médio. Como
resultado, houve a centralização do poder em alguns centros, o que impulsionou o
desenvolvimento econômico e social. Estes centros foram erigidos nas planícies mais
férteis da ilha, permitindo que seus proprietários acumulassem riquezas, especialmente
agrícolas, como evidenciados pelos grandes armazéns para produtos agrícolas
encontrados nos palácios. O sistema social era provavelmente teocrático, sendo o rei de
cada palácio o chefe supremo oficial e religioso. A realização de trabalhos importantes
são indícios de que os minoicos tinham uma divisão bem sucedida do trabalho, e tinham
uma grande quantidade deles. Um sistema burocrático e a necessidade de melhor
controle de entrada e saída de mercadorias, além de uma possível economia baseada em
um sistema escravista, formaram as bases sólidas para esta civilização.
Com o tempo, o poder dos centros orientais começa a eclipsar, sendo estes
substituídos pelo ascendente poderio dos centros interioranos e ocidentais. Isto ocorreu,
principalmente, por distúrbios políticos na Ásia (invasão cassita na Babilônia, expansão
hititae invasão hicsa no Egito) que enfraqueceram o mercado oriental, motivando um
maior contato com a Grécia continental e as Cíclades.
No final do período MMII (1750 - 1 700 a.C.), houve uma grande perturbação
em Creta, provavelmente um terremoto, ou possivelmente uma invasão da Anatólia. A
teoria do terremoto é sustentada pela descoberta do Anemospília pelo arqueólogo
Sakelarakis, no qual foram encontrados os corpos de três pessoas (uma delas vítima de
um sacrifício humano) que foram surpreendidas pelo desabamento do templo. Outra
teoria é que havia um conflito dentro de Creta, e Cnossos saiu vitorioso. Os palácios
de Cnossos, Festo, Mália e Cato Zacro foram destruídos. Mas, com o início do período
neopalaciano, a população voltou a crescer, os palácios foram reconstruídos em larga
escala33 (no entanto, menores que os anteriores) e novos assentamentos foram
construídos por toda a ilha, especialmente grandes propriedades rurais.
Este período (séculos XVII e XVI a.C., MM III/neopalaciano) representa o
apogeu da Civilização Minoica. Os centros administrativos controlavam extensos
territórios, fruto da melhoria e desenvolvimento das comunicações terrestres e
marítimas, mediante a construção de estradas e portos, e de navios mercantes que
navegavam com produções artísticas e agrícolas, que eram trocadas por matérias-
primas. Entre 1700 e 1 450 a.C., a monarquia de Cnossos deteve a supremacia da ilha.
Essa monarquia, apoiada, pela elite mercantil surgida em decorrência do intenso
comércio, criou um império comercial marítimo, atalassocracia. Após cerca de 1 700
a.C., a cultura material do continente grego alcançou um novo nível, devido a influência
minoica. Importações de cerâmicas do Egito, Síria, Biblos e Ugarit demonstram
ligações entre Creta e esses países. Os hieróglifos egípcios serviram de modelo para
a escrita pictográfica minoica, a partir da qual os famosos sistemas de escrita Linear
A e B mais tarde desenvolveram-se.
A erupção do vulcão Tera (atual Santorini) foi implacável para o rumo de
Creta. A erupção foi datada como tendo ocorrido entre 1639 e 1 616 a.C., por meio
de datação por radiocarbono; em 1 628 a.C. por dendrocronologia; e entre 1530 -1 500
a.C. pela arqueologia. O leste da ilha foi alcançado por nuvens e chuva de cinzas que
possivelmente alastraram gases nocivos que intoxicaram muitos seres vivos, além de
terem causado mudanças climáticas e tsunamis, o que possivelmente fez com que Creta
se tornasse polo de refugiados provenientes das Cíclades, o que minou, juntamente com
os cataclismos naturais prévios, a estabilidade da ilha. Além disso, a destruição do
assentamento minoico em Tera (conhecido como Acrotíri) poderia ter impactado,
mesmo que indiretamente, o comércio minoico com o norte. Em torno de 1 550 a.C.,
um novo abalo sísmico consecutivo às catástrofes do Santorini, destruiu outra vez os
palácios minoicos, no entanto, estes foram novamente reconstruídos e foram feitos
ainda maiores do que os anteriores.
Em torno de 1 450 a.C., a Civilização Minoica experimentou uma reviravolta,
devido a uma catástrofe natural, possivelmente um terremoto. Outra erupção do vulcão
Tera tem sido associada a esta queda, mas a datação e implicações permanecem
controversas. Vários palácios importantes em locais como Mália, Tílissos, Festo, Hagia
Triada bem como os alojamentos de Cnossos foram destruídos. Durante o MRIIIB a
ilha foi invadida pelos aqueus daCivilização Micênica. Os sítios dos palácios minoicos
foram ocupados pelos micênicos em torno de 1 420 a.C. (1 375 a.C. de acordo com
outras fontes ).
Civilização Micênica
Os minoicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos micênicos, que
adoptam aspectos da cultura minoica. O nome "micênico" foi criado por Heinrich
Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste
do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades
além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os micênicos se chamariam a si próprios
aqueus. De acordo com vários historiadores, os micênios eram chamados
de Ahhiyawa pelos hititas. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1 200 a.C.
Os micênicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo
vários reinos micénicos. À semelhança dos minoicos, o centro político encontrava-se no
palácio, cujas paredes também estavam decoradas com afrescos.
Para além de praticarem o comércio, os micênicos eram amantes da guerra e da
caça. Por volta de 1 400 a.C. os micênicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura
minoica.
Por volta de 1 250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria
relacionado com a decadência do reino hitita no Oriente Próximo, que teria provocado a
queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas [carece de
fontes]. É provável que a destruição da cidade de Troia, facto que se teria verificado entre
1230 e 1 180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na Ilíada,
escrita séculos depois.
Período Homérico
Dá-se o nome de período homérico ao período que se seguiu ao fim da
Civilização Micênica e que se situa entre 1100 e 800 a.C. Durante este período perdeu-
se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objectos
de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A
designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência
civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.
Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição
populacional, não sendo conhecidas as razões exactas que o possam explicar. Para além
disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se
fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.
A PINTURA GREGA EM CERÂMICA
A maior parte dos relictos pictóricos que sobrevivem da Grécia Antiga se
encontra na vasta produção de vasos para uso decorativo ou utilitário. Mas é importante
lembrar que a partir do período clássico a pintura sobre cerâmica passou a constituir
uma esfera especial, com técnicas e estética diferenciadas, basicamente de caráter
gráfico e não propriamente pictórico, muito diversa da pintura mural ou de painéis
cênicos. Mesmo assim é uma arte que merece atenção pela riqueza de soluções
plásticas, pela sua beleza e grande efeito decorativo, e pela enorme quantidade de peças
que sobreviveram até os dias de hoje, possibilitando pelo menos sobre esta modalidade
de pintura formarmos um panorama bastante detalhado sobre suas origens, evolução e
influência sobre outras culturas.
Os gregos em geral faziam vasos com propósitos simplesmente utilitários.
As ânforas panatenaicas, usadas como troféus nos jogos eram exceções a essa regra. No
helenismo, porém, a cerâmica puramente decorativa foi mais largamente cultivada. A
maioria dos ceramistas e pintores são geralmente identificados por seu estilo (Pintor de
Berlim, etc..), visto que poucas obras eram assinadas pelos autores.
A história da pintura dos vasos gregos pode ser dividida estilisticamente em:
Estilo Protogeométrico – de aproximadamente 1 050 a.C.;
Estilo Geométrico – de aproximadamente 900 a.C.;
Estilo Arcaico – de aproximadamente 750 a.C.;
Pinturas negras – do aproximadamente entre (700–600 a.C.);
Pinturas vermelhas – de aproximadamente 530 a.C..
Durante os períodos Protogeométrico e Geométrico a cerâmica grega foi decorada
com projetos abstratos. Exemplos de obras deste período podem ser encontradas no sítio
arqueológico de Lefcandi e no cemitério de Dípilo, em Atenas. Em períodos posteriores,
com a mudança estética os temas mudaram, passando a ser figuras humanas. A batalha e
cenas de caçada também eram populares. Em períodos posteriores, temas eróticos, tanto
homossexual quanto heterossexual, tornaram-se comum.
Como na escultura, no Período Arcaico a pintura grega lembrava a egípcia, com
todos os símbolos e detalhes usados de forma a simplificar o desenho, como os pés
sempre de lado (são mais difíceis de serem desenhados vistos de frente) e os rostos de
perfil com o olho virado para a frente (os olhos também eram complicados de se
desenhar de perfil), além da firmeza e do equilíbrio comum a esta.
As pinturas representavam o cotidiano das pessoas e cenas mitológicas,
como deuses e semideuses. A pintura grega de vasos basicamente conta histórias.
Muitos vasos trazem episódios das aventuras contadas por Homero na Ilíada e
na Odisseia.
A FORMAÇÃO DA PÓLIS GREGA E A INVENÇÃO DA
DEMOCRACIA
AS COMUNIDADES GENTÍLICAS
O genos constituía a primitiva unidade econômica, social política e religiosa dos
gregos. Todo o grupo vivia sob a autoridade do pater (patriarca) que, ao morrer, era
sucedido pelo primogênito, e assim sucessivamente. Era um grupo consangüíneo e a
solidariedade entre seus membros era muito grande. Os casamentos eram feitos dentro
do clã.
Os bens de produção (terras, sementes, instrumentos) e o trabalho eram
coletivos. Sendo assim, a produção era distribuída igualmente entre todos os membros
da comunidade.
Socialmente, predominava a igualdade, pois não havia diferenças econômicas.
Só existiam as diferenças tradicionais, pois os parentes se hierarquizavam em função de
sua proximidade para com o pater.
O poder político do pater advinha de ser ele o responsável pelo culto dos
antepassados (antigos paires) que ele realizava todos os dias, antes das refeições
comuns. Distribuía justiça costumeira (as leis eram orais) e comandava o exército do
genos.
Nos fins do Período Homérico, essas comunidades começaram a se transformar.
A população cresceu, mas a produção agrícola não acompanhava o mesmo ritmo.
Faltavam terras férteis e as técnicas de produção eram rudimentares. Em vista disso,
houve a desintegração das comunidades gentílicas: seus membros, liderados pelo pater
de sua submissão, resolveram partilhar as terras coletivas. Os paires favoreceram seus
parentes mais próximos, que passaram a ser chamados eupátridas (bem- nascidos),
permitindo-lhes ficar com as melhores terras. Os parentes mais afastados herdaram as
terras menos férteis da periferia, sendo chamados georgoi (agricultores). Muitos outros,
porém, ficaram sem terras, o que lhes valeu o nome de thetas (marginais).
Os eupátridas herdaram a tradição dos paires, monopolizando o poder político e
constituindo uma aristocracia de base fundiária. Esses aristocratas se agrupavam em
fratrias. Um grupo de fratrias, por sua vez, formava uma tribo.
A reunião de várias tribos deu origem a pequenos Estados locais, as poleis
(cidades-Estado). Por volta dessa época, surgiram na Grécia cerca de 160 cidades
independentes umas das outras. Cada uma delas se caracterizava por um templo
construído em sua parte mais alta: a Acrópole.
Primitivamente, as poleis eram governadas por um Basileus (rei), cujo poder era
limitado pelos eupátridas. Em geral, quando os reis tentaram assumir um controle maior
sobre o poder, foram depostos e substituídos por arcontes (magistrados indicados pelo
Conselho dos Ai-istocratas e renovados anualmente).
A COMUNIDADE DE CIDADÃOS: A PÓLIS
Era o modelo das antigas cidades gregas, desde o período arcaico até o
período clássico, vindo a perder importância durante o domínio grego. Devido às suas
características, o termo pode ser usado como sinonimo de cidade-Estado. As poleis,
definindo um modo de vida urbano que seria a base da civilização ocidental, mostraram-
se um elemento fundamental na constituição da cultura grega, a ponto de se dizer que o
homem é um "animal político".
Essa comunidade organizada, é formada pelos cidadãos, isto é, pelos homens
nascidos no solo da Cidade, livres e "iguais" (vale lembrar que nenhum individuo da
pólis é exatamente "igual" ao outro, por que eles tem diferentes aspirações tanto para si
quanto para a cidade, o que muitas vezes levou a conflitos separatistas ou mesmo
emigração para fundação de novas cidades-estados fora dos limites das anteriores).
A CRISE SOCIAL NA PÓLIS
A repartição desigual de terras gerou uma vasta classe de empobrecidos que,
necessitando de empréstimos tomados aos mais ricos para sobreviver, passaram a sofrer
a escravidão. E a necessidade de fugir da escravização levou os mais pobres a ocuparem
novas áreas ao longo do mediterrâneo (sul da Itália e Sicília, às margens do mar Negro).
Tal expansão colonizadora incentivou as atividades comerciais propiciando o
surgimento de uma nova aristocracia – gregos enriquecidos pelo comércio. Com isto, a
antiga aristocracia se vê diante de um problema: além das pressões populares para deter
a pauperização, a pressão dessa nova aristocracia para participar das decisões políticas
das pólis.
Atenas, Esparta, Mégara, Corinto, Argos e Mileto foram as principais cidades-
estados gregas. As duas primeiras ficaram célebres por suas profundas diferenças. O
caso de Esparta, com seu militarismo, foi atípico e representou uma exceção entre as
pólis gregas, cuja evolução geral assemelhou-se mais ao desenvolvimento de Atenas.
AS REFORMAS SOCIAIS
No final do Período Arcaico, em pleno regime aristocrático (onde era os
“melhores” detêm o poder), Atenas estava em crescente expansão política e social. Por
um lado, a aristocracia “reinava” e por outro a população reivindicavam seus direitos
perante a pólis. A população da Ática crescia demasiadamente por fatores políticos e
econômicos, mas ainda eram os eupátridas que detinham o maior número de terras.
Os camponeses pobres ainda lutavam por seus direitos a terra, o que gerou uma
crise agrária que agravaria um conflito entre este grupo social e os aristocratas.
Com esse crescimento demográfico em Atenas, medidas importantes foram
tomadas: fora necessário que fossem colonizadas novas áreas fora de Atenas,
principalmente pelo Mediterrâneo, para que essas áreas pudessem comportar os “novos
habitantes” e, de certa forma, intensificar o comércio com a pólis de origem. Platão,
(Leis, 735e-736a) via nos homens desprovidos de recursos um perigo, já que
ambicionavam os bens dos ricos, e na colonização uma expulsão benigna, para que a
pólis deles se desembaraçasse.
A esse conjunto de transformações e reformas políticas e sociais, daremos o
nome de Stásis.
Nestas expedições, houve algumas conseqüências que, por sua vez, modificaram
o cenário econômico e político de Atenas. O comércio entre essas novas colônias e a
pólis de origem foi a cada dia se intensificando mais. Começava-se então uma expansão
da economia mercantil por estas áreas. Diante de tal situação, novos portos e mercados
foram abertos para que se aproximassem ainda mais o comércio entre tais regiões. Com
isso, foi implantado um sistema monetário, que visava, por exemplo, facilitar o
pagamento de impostos e multas exigidos pelas cidades-estados. Segundo o historiador
Ciro Flamarion Cardoso (1993, p.24) o surgimento da moeda (inventada no Reino da
Lídia, no século VII a.C.) deve-se a fatores extra-econômicos, como por exemplo:
proclamar a soberania das póleis, facilitar o pagamento de impostos e multas exigidos
pelas cidades-estado, financiar tropas mercenárias, etc.
Os novos comerciantes, que foram juntamente com essas expedições para fora
da Ática, acumularam fortunas e se tornaram novos ricos, se juntando à velha
aristocracia. Novos padrões de riquezas foram formados: o mobiliário, que veio a se
juntar ao padrão imobiliário.
Cardoso acredita que o principal objetivo dos gregos com essas expedições feitas
pelo Mediterrâneo foi o de buscarem novas terras cultiváveis, visando assim uma
multiplicação e fortificação da pólis de origem. Nesse processo de colonização, o
número chegaria a aproximadamente 1500 a 2000 colônias. Houve, ainda assim,
algumas colônias que fundaram novas colônias.
Com todas essas mudanças em Atenas, a população continuava insatisfeita. Os
pobres queriam a abolição da escravidão e servidão por dívidas. Os enriquecidos não
pertencentes à aristocracia queriam a fixação das leis por escrito e de certos direitos
políticos.
Na medida em que os problemas das classes populares e inferiores não eram
solucionados com tais reformas, abriam-se possibilidades para que outros regimes
políticos fossem implantados para tentar resolver tais interesses da população
Durante o Período Arcaico, em Atenas, os legisladores e os tiranos foram
governantes de suma importância para a implantação da democracia ateniense. Foram
eles os principais responsáveis pelas novas reformas políticas que abrangeram todas as
classes sociais, desde a classe dominante (Eupátridas; Aristocratas) até as classes
populares, deixando essa última com maiores “concessões” perante a pólis ateniense.
Os legisladores não se limitaram a fixar somente por escrito o direito
aristocrático. Eles agiram também como mediadores das facções em conflito. Eram
vitalícios, mas em certos casos tinham tempo limitado no poder. Gozavam de poderes
extensos, tanto legislativos como executivos.
Em 621 a.C., Drácon, um legislador que compunha o Areópago (Conselho
Aristocrático; Magistrados), introduziu reformas políticas bastante rigorosas para a
época. Ele foi o responsável pela criação das leis escritas de domínio público, e não
mais segundo às arbitrariedades dos aristocratas através da oralidade. Drácon também
foi o responsável pela admissão de todos os hoplítas – inclusive os de origem não nobre
– à cidadania. Eles poderiam eleger os arcontes, mas não poderiam compor o Areópago.
Ainda assim, Drácon manteve os privilégios da aristocracia. Os escravos e os
camponeses pobres não foram favorecidos, permanecendo assim a escravidão por
dívidas. Estes camponeses pobres, ao se endividarem com os ricos, tornavam-se clientes
e arrendatários dos mesmos, pagando certa quantia da colheita (entre um sexto e cinco
sextos) como aluguel da terra que haviam perdido. Permanecendo esta dívida, estes
camponeses podiam, com sua família, serem vendidos como escravos para fora da Ática
(já que em Atenas os escravos eram exclusivamente estrangeiros), ou nesta trabalhar
como servos de seus credores.
ATENAS: O SURGIMENTO DA DEMOCRACIA
A Atenas Antiga alcançou seu auge durante o período clássico da Grécia
Antiga (508-322 a.C.) quando era o principal centro urbano da importante pólis (cidade-
Estado) de mesmo nome, localizado em Ática, na Grécia. A cidade tem sido
continuamente habitada há cerca de 4000 anos e tornou-se a principal cidade grega da
época, sendo a líder da Liga de Delos durante a Guerra do Peloponeso contra Esparta e
a Liga do Peloponeso.
A democracia ateniense foi criada em 508 a.C. por Clístenes após
a tirania do Iságoras. Este sistema de governopermaneceu notavelmente estável e,
apesar de algumas breves interrupções, permaneceu funcionando por 180 anos, até 322
a.C. (após a Guerra Lamiaca). O auge da hegemonia ateniense foi alcançado entre as
décadas de 440 e 430 aC, conhecido como o "Século de Péricles".
No período clássico, Atenas era um centro artístico, estudantil e filosófico, sendo
a sede da Academia de Platão e do Liceu de Aristóteles. Atenas também foi o berço
de Sócrates, Péricles, Sófocles e muitos outros proeminentes filósofos, escritores e
políticos do mundo antigo. A cidade é amplamente considerada como o berço
da civilização ocidental e da democracia, em grande parte devido ao impacto de suas
realizações culturais e políticas na Europadurante os século IV e V a.C.
Após o fim do período clássico, a cidade foi dominada por povos estrangeiros e
entrou em declínio durante a Idade Média. Durante o domínio do Império
Bizantino Atenas se recuperou e a cidade foi relativamente próspera durante o período
das Cruzadas (séculos XII e XIII), beneficiando o comércio italiano. Após um período
de declínio acentuado sob o domínio do Império Otomano, Atenas ressurgiu no século
XIX como a capital do novo Estado grego independente.
Na política, através das reformas constitucionais de Efialtes e Péricles, Atenas
atingiu o auge de sua democracia: Governo do povo pelo povo, cargos públicos
acessíveis a todos os cidadãos e remuneração dos cidadãos que exercessem cargos
públicos para que mesmo os mais pobres pudessem suportar o ônus desses cargos.
Foram criados em 501 a.C 10 novos cargos de estratego e a escolha dos arcontes passou
a ser mediante sorteio a partir de 487 a.C. A partir de 458-457 a.C. o arcontado foi
aberto a todos os cidadãos, e não apenas aos mais ricos.
Entretanto, o imperialismo ateniense ofendeu o sentimento grego de
independência das cidades estado e ameaçou a hegemonia comercial de Corinto. Esta
cidade comercial por excelência viu seus interesses ameaçados quando Atenas assumiu
o controle deMégara e ocupou Náupactos, no Golfo de Corinto em 459 a.C. e no mesmo
ano a guerra entre as duas cidades havia eclodido.Égina e Esparta se juntaram também a
esta guerra contra Atenas. Apesar de conseguir a capitulação de Égina em 457-456 a.C.
e conquistar a Beócia em 457 a.C., Atenas sofreu reveses em várias frentes. A decisão
de atacar os persas no Egito levando a destruição de um flotilha de socorro em 454 a.C.
e a derrota para os beócios em Coroneia no ano de 447 a.C. deixaram Atenas em uma
posição frágil. Por isso, em 446 a.C. Atenas concluiu um tratado de paz por 30 anos
(chamado de "Paz de Trinta Anos") com Esparta pondo fim a primeira Guerra do
Peloponeso.
ESPARTA: A PÓLIS OLIGÁQUICA
Esparta foi uma proeminente pólis (cidade-Estado) da Grécia Antiga, situada nas
margens do rio Eurotas, na Lacônia, sudeste do Peloponeso. Ela surgiu como uma
entidade política em torno do século 10 aC, quando os invasores dórios subjugaram a
população local. Por volta de 650 aC, a cidade passou a se tornar o poder terrestre
militar dominante na Grécia Antiga.
Dada a sua preeminência militar, Esparta era reconhecida como a líder de todas
as forças gregas combinadas durante as Guerras Greco-Persas. Entre 431 e 404 aC, a
cidade foi o principal inimigo de Atenas durante a Guerra do Peloponeso, conflito do
qual Esparta saiu vitoriosa junto com sua Liga do Peloponeso, embora por um grande
custo. A derrota de Esparta por Tebas na Batalha de Leuctra em 371 a.C. acabou com o
papel proeminente de Esparta na região e iniciou o período da hegemonia tebana. No
entanto, ela manteve a sua independência política até a conquista romana da Grécia em
146 a,C. Em seguida, a cidade passou por um longo período de declínio, especialmente
durante a Idade Média, quando muitos espartanos mudaram-se para viver em Mystras.
A Esparta Moderna é a capital da unidade regional da Lacônia,
na Grécia contemporânea, e um centro para produtos comofrutas cítricas e azeitonas.
A cidade era única na Grécia Antiga por conta de seu sistema social
e constituição, que eram completamente focados no treinamento militar de excelência.
Seus habitantes eram classificados como esparciatas (cidadãos espartanos, que gozavam
de plenos direitos), periecos (libertos) e hilotas (servos estatais, população local não-
espartana escravizada). Os esparciatas realizavam o agōgē, um rigoroso regime de
treinamento e educação, sendo que as falanges espartanas eram amplamente
consideradas entre as melhores no campo de batalha. As mulheres espartanas tinham
consideravelmente mais direitos e igualdade em relação aos homens do que em outras
partes domundo clássico.
Esparta foi objeto de fascínio em sua própria época, assim como
no Ocidente após o Renascimento da cultura clássica. Este amor ou admiração de
Esparta é conhecido como laconismo ou laconofilia. No seu auge, por volta de 500 aC,
o tamanho da cidade teria sido de cerca de 20 mil a 35 mil habitantes livres, além dos
inúmeros periecos e hilotas ("moradores ao redor"). Entre 40 mil e 50 mil habitantes
seria uma das maiores cidades-Estado gregas; no entanto, de acordo com Tucídides, a
população de Atenas em 431 aC era de 360-610 mil habitantes, o que torna improvável
que Atenas fosse menor do que Esparta durante o século 5 a.C.
O UNIVERSO CULTURAL DA PÓLIS
OS JOGOS OLÍMPICOS
Os Jogos Olímpicos da Antiguidade eram
um festival religioso e atlético da Grécia Antiga, que se realizava de quatro em quatro
anos no santuário de Olímpia, em honra de Zeus. A data tradicional atribuída à primeira
edição dos Jogos Olímpicos é 776 a.C..
Os Jogos Olímpicos eram os mais importantes jogos pan-helénicos, tendo sido
proibidos pelo imperador cristão Teodósio Iem 393, por serem uma manifestação de
rituais do paganismo.
Uma importante fonte sobre os jogos é Pausânias (século II d.C.), autor do
livro Descrição da Grécia, um guia da Grécia baseado nas suas viagens pelo território.
Outra importante fonte é um tratado sobre a ginástica de Filóstrato de Lemnos(século II-
III d.C).
A escultura e a cerâmica gregas representaram não só os atletas como a própria
prática desportiva. No que diz respeito à escultura, que tinha no bronze e no mármore os
materiais predilectos, muitos trabalhos sobreviveram apenas como cópias da era
romana. De algumas estátuas ficou apenas a base, onde se encontram gravadas
inscrições relativas ao atleta, fornecedoras de informação. Por último, as moedas
cunhadas em determinadas pólis retratam determinada modalidade desportiva na qual a
cidade se destacou.
PENSAMENTO FILOSÓFICO
Uma religião, se encarada de um modo ligeiro e superficial, não pode perdurar,
especialmente quando não tem um sacerdócio para fomentar as suas formas e para
preencher, de temor e de respeito, os corações dos devotos.
A religião do Olimpo não prometia a salvação, nem saciava a sede espiritual dos
seus crentes; portanto, estava fadada a perecer.
Um milênio depois do seu início, ela já havia quase desaparecido e os gregos
estavam sem uma religião nacional, pois os deuses do Olimpo haviam perdido o poder
sobre as suas melhores mentes.
Essa era a situação quando, durante o sexto século antes de Cristo, o Oriente e o
Levante tiveram um renascimento de consciência espiritual e um novo despertar para o
reconhecimento do monoteísmo.
Contudo, o Ocidente não partilhou desse novo desenvolvimento; nem a Europa,
nem o norte da África participaram de um modo importante desse renascimento
religioso.
Os gregos, porém, se empenharam em um avanço intelectual magnífico.
Eles haviam começado a controlar o medo e não mais buscavam a religião como
um antídoto para ele, mas ainda não haviam percebido que a verdadeira religião cura a
fome da alma, cura a inquietação espiritual e o desespero moral.
Eles buscavam o consolo da alma no pensar em profundidade — por meio da
filosofia e da metafísica.
Da contemplação de si e da preservação de si — a salvação —, eles se voltaram
para a compreensão e o entendimento de si próprios.
Por meio do pensamento rigoroso, os gregos tentaram alcançar uma consciência
de segurança que serviria como substituta da crença na sobrevivência, mas fracassaram
completamente.
Apenas os mais inteligentes, entre os das classes mais elevadas dos povos
helênicos, puderam compreender esse novo ensinamento; as fileiras da massa, progênie
escrava de gerações anteriores, não tinham capacidade para receber esse novo substituto
para a religião.
Os filósofos desdenhavam todas as formas de adoração, não obstante
praticamente todos eles haverem se agarrado, de um modo pouco claro, ao
embasamento passado da crença na doutrina de Salém, da “Inteligência do universo”, da
“idéia de Deus” e da “Grande Fonte”.
Visto que os filósofos gregos deram reconhecimento ao divino e ao suprafinito,
eles estavam sendo francamente monoteístas; e quase não deram reconhecimento
nenhum a toda a galáxia olimpiana de deuses e de deusas.
Os poetas gregos do quinto e do sexto séculos, notadamente Píndaro, intentaram
reformar a religião grega.
EDUCAÇÃO GREGA
As meninas não recebiam qualquer educação formal, mas aprendiam os ofícios
domésticos e os trabalhos manuais com as mães. Principal objetivo da educação grega
era preparar o menino para ser um bom cidadão. Os gregos antigos não contavam com
uma educação técnica para preparar os estudantes para uma profissão ou negócio.
Em Esparta a educação era organizada em modos militares e dava-se ênfase à
educação física. Os meninos viviam em casernas dos 7 anos 30 anos e sua educação
incluía intermináveis exercícios de ginástica e atletismo. Os professores surravam os
alunos, as vezes, seriamente, a fim de reforçar a disciplina. Os espartanos alcançavam a
maturidade em ótimas condições físicas mas em geral eram ignorantes; somente alguns
sabiam ler e escrever.
A educação em Atenas contrastava acentuadamente com àquela que era adotada
em Esparta. Eles acreditavam que sua cidade-estado tornar-se-ia a mais forte se cada
menino desenvolvesse integralmente as suas melhores aptidões individuais. O governo
não controlava os alunos e as escolas. Um garoto ateniense entrava na escola aos 6 anos
e ficava confiado a um pedagogo. Ele estudava aritmética, literatura, música escrita e
educação física; além disso decorava muitos poemas e aprendia a tomar parte nos
cortejos públicos e religiosos. Os meninos tinham feriados apenas nos dias de festas
religiosas. O governo recrutava para treinamento militar durante 24 meses, todos os
jovens quando atingiam a idade de 18 anos.
TEATRO GREGO
O teatro na Grécia antiga teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da
vegetação, da fertilidade e do vinho, cujos rituais tinham um caráter orgiástico. Durante
as celebrações, que duravam seis dias, em honra ao deus, em meio a procissões e com o
auxílio de fantasias e máscaras, eram entoados cantos líricos, os ditirambos, que mais
tarde evoluíram para a forma de representação plenamente cênica como a que hoje
conhecemos através de peças consagradas.
Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C., sendo cultivado em especial
em Atenas, que neste período também conheceu seu esplendor, mas espalhou-se por
toda a área de influência grega, desde a Ásia Menor até a Magna Grécia e o norte
da África. Sua tradição foi depois herdada pelos romanos, que a levaram até as suas
mais distantes províncias, e é uma referência fundamental na cultura do ocidente até os
dias de hoje.
Com o passar do tempo, as procissões dionisíacas foram ficando mais
elaboradas, e surgiram os "diretores de coro", os organizadores das procissões, já que
elas podiam reunir nas cidades até vinte mil pessoas. O primeiro diretor de coro
e dramaturgo foi Téspis, convidado pelo tirano Pisístrato para dirigir a procissão
deAtenas e vencedor do primeiro concurso dramático registrado. Téspis parece ter sido
um elo importante na evolução final do ditirambo cantado em direção ao texto recitado
e dialogado, criando a figura do "respondedor ao coro" (hypócrites) e a do personagem
individualizado, o ator, em contraste ao coro, anônimo e coletivo. Com estas inovações,
é considerado o pai da tragédia, mas possivelmente não tenha sido de fato o primeiro a
usar diálogos. Sólon parece ter escrito poemas com esta característica, e os rapsodos que
recitavam Homero também faziam uso da prosa dialogada. Também parece ter
introduzido um segundo personagem, além do protagonista, representando dois papéis
na mesma peça através do uso de uma máscara com uma face na frente e outra na nuca.
As máscaras tinham uma outra função, eminentemente prática, por possibilitarem às
pessoas acompanhar a ação cénica pelas expressões que mostravam, quando a voz do
ator não conseguia alcançar toda a plateia.
MATEMÁTICA GREGA
A matemática grega clássica ou matemática da Grécia Antiga é o nome dado
à matemática escrita em grego dentre ~600 a.C. (época em que viveu Tales de Mileto)
até o fechamento da Academia de Platão em 529 d.C.
Egípcios, babilônicos e chineses, muito antes do século VI a.C., já eram já capazes de
efetuar cálculos e medidas de ordem prática com grande precisão. Foram os gregos, no
entanto, que introduziram o método axiomático: as rigorosas provas dedutivas e o
encadeamento sistemático de teoremas demonstrativos que tornaram a Matemática uma
ciência.
A palavra "matemática”, que é de origem grega, englobava o que hoje se chama
de aritmética, geometria,astronomia e mecânica. Mas os pitagóricos a dividiam em:
aritmética, geometria, astronomia, e música. Na concepção deAristóteles, apenas a
aritmética e a geometria, as duas áreas teóricas que mais atraíram os gregos antigos,
eram consideradas ciências puramente matemáticas.
A CRISE DAS PÓLIS E A CONQUISTA MACEDÔNICA
GUERRAS MÉDICAS
As Guerras Médicas ocorreram entre os povos gregos
(aqueus, jônios, dórios e eólios) e os medo-persas, pela disputa sobre a Jônia na Ásia
Menor, quando as colônias gregas da região, principalmente Mileto, tentaram livrar-se
do domínio persa.
Esta região da Jônia era colonizada pela Grécia, mas durante a expansão persa
em direção ao Ocidente, este poderoso império conquistou estas diversas colónias
gregas da Ásia Menor, entre elas Mileto. As colônias lideradas por Mileto e contando
com a ajuda de Atenas, tentaram sem sucesso libertar-se do domínio persa, promovendo
uma revolta.
Estas revoltas levaram o imperador persa Dario I a lançar seu poderoso exército
sobre a Grécia continental, dando início às Guerras Médicas. O que estava em jogo era
o controle do comércio marítimo na região.
Após a derrota da Lídia frente aos persas (em 546 a.C., provavelmente), as
cidades gregas daJônia passaram ao domínio persa. Em 499 a.C., com o apoio de
Atenas e Erétria revoltaram-se, mas foram vencidas entre 497 e 494 a.C.. Em 490
a.C., Dario I (522/486 a.C.) decidiu enviar àGrécia continental uma expedição punitiva.
Erétria foi arrasada e saqueada, mas os atenienses e platenses, chefiados
por Milcíades (550/489 a.C.), conseguiram rechaçar os persas na planície de Maratona.
Xerxes I (486/465 a.C.), filho de Dario, comandou dez anos depois (480 a.C.)
uma invasão à Grécia em grande escala. Algumas cidades gregas, lideradas por Atenas
e Esparta, formaram uma coalização para enfrentar o invasor. Outras, como Tebas,
submeteram-se aos persas.
Inicialmente, os persas venceram os gregos no desfiladeiro das Termópilas e em
Artemision; a seguir, invadiram e saquearam Atenas. A frota ateniense, porém,
comandada por Temístocles (524 a.C./459 a.C.), conseguiu destruir a frota persa
em Salamina e mudou o rumo da guerra. Meses depois, comandada pelo espartano
Pausânias (510/467 a.C.), o exército da coalização grega venceu o exército persa
em Plateia e pôs fim à invasão.
A GUERRA DO PELOPONESO
A guerra do Peloponeso foi um conflito armado entre Atenas (centro político e
civilizacional do mundo ocidental no século V a.C.) e Esparta (cidade-Estado de
tradição militarista e costumes austeros), de 431 a404 a.C. Sua história foi
detalhadamente registrada por Tucídides e Xenofonte. De acordo com Tucídides, a
razão fundamental da guerra foi o crescimento do poder ateniense e o temor que tal
despertava entre os espartanos. A cidade de Corinto foi especialmente atuante,
pressionando Esparta a fim de que esta declarasse guerra contra Atenas.
O declínio de Atenas marcou a ascensão de Esparta e desfez a única via possível
para a unificação política do mundo grego, bastante afetada pela devolução
aosPersas das cidades da Ásia Menor em troca do seu ouro. A substituição do império
ateniense, baseado no projeto de Delos, por um sistema militarista, como o de Esparta,
causou alguns desgastes do mundo helênico (a ruína econômica de várias cidades
outrora consideradas poderosas, devido aos gastos exorbitantes com a guerra e disputas
internas entre as principais cidades-Estado), porém manteve a independência do modelo
espartano. Tempos depois, se aproveitando dessa situação, o rei macedônico, Filipe II,
promoveu a organização de um grande exército que conquistou os territórios gregos ao
longo do século IV a.C.
O IMPÉRIO MACEDÔNICO
O Império Macedônico promoveu a integração do Ocidente grego com o Oriente
persa.
A Macedônia era um reino situado ao norte da Grécia. A população da
Macedônia era formada por agricultores a pastores que eram governados pelos grandes
proprietários de terra e de escravos.A História do Império Macedônico inicia-se com
Filipe II em 359 a.C.. Após tornasse Rei, Filipe distribuiu as terras pertencentes a
aristocracia para os camponeses.Foi criado um governo centralizado forte militarmente
e capaz de competir de igual para igual contra os povos da Grécia que os tachavam de
Bárbaros.
Aproveitando-se do caos em que estava as cidades estados gregas em
decorrencia da Guerra da Peloponeso, Filipe II conquistou toda a Grécia. Em 338 a.C os
macedônicos derrotaram os gregos na Batalha de Queronéia. Com isso a Macedônia
passou a exercer a tutela sobre o Mundo Grego.
Filipe II morreu assassinado dois anos depois. Em seu lugar assumiria o Império
o seu filho, Alexandre Magno. As cidades gregas não aceitaram o jovem rei como
soberano, rebelaram-se achando o momento ideal para se libertarem do domínio
macedônico. Alexandre mostrou ser um hábil governante e conseguiu sufocar as
rebeliões liderada pela Cidade de Tebas.
Contornado a situação na Grécia, o Império Macedônico voltou as suas atenções
para o Oriente, onde a muito tempo os persas buscavam destruir a Civilização Grega.
A Macedônia iniciaria uma guerra contra o Império Persa, na época governado por
Dario III. Quando iniciado as lutas, as Falanges Macedônicas mostraram-se superiores
as tropas do Exército Persa.
Com a morte de Dario III, Alexandre tornou-se o senhor do Oriente, dono do
maior Império da historia até então formado. O Império Macedônico ia da cidade de
Pela na Macedônia até aos arredores da Índia. O gigantesco Império formado por
Alexandre, o Grande, seria desfeito após a sua morte em 323 a.C.
Os principais generais macedônicos dividiram o império, formando reinos particulares
na Ásia, no Egito e na Pérsia. Inicia-se assim o Período Helenístico, onde a cultura
grega fundiu-se com os costumes dos povos do Oriente.
CONCLUSÃO
A Grécia fez importantes contribuições ao campo da arte, da literatura e da
filosofia: seus escultores e arquitetos, poetas e dramaturgos, filósofos e legisladores
lançaram as bases longínquas de toda a cultura ocidental; suas colônias estenderam-se
até o mar Negro, norte da África e sul da Itália e França, mas a constante rivalidade,
sobretudo entre Esparta e Atenas, acabou enfraquecendo a civilização grega permitindo
a sua conquista por Filipe da Macedônia em 338 a.C.
REFERÊNCIAS
pt.wikipedia.org/wiki/Grécia_Antiga
www.suapesquisa.com/grecia
www.brasilescola.com/historiag/grecia-antiga.htm