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GÉRSON LIMOEIRO ALVES
FITOBENTOS ASSOCIADOS A BANCOS DE RODOLITOS DO
LITORAL NORTE DA BAHIA:
ASPECTOS TAXONÔMICOS E ECOLÓGICOS
FEIRA DE SANTANA – BA
2012
GÉRSON LIMOEIRO ALVES
FITOBENTOS ASSOCIADOS A BANCOS DE RODOLITOS DO
LITORAL NORTE DA BAHIA:
ASPECTOS TAXONÔMICOS E ECOLÓGICOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Botânica da Universidade Estadual
de Feira de Santana, como parte dos requisitos para
a obtenção do título de Mestre em Botânica.
ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ MARCOS DE CASTRO NUNES
CO-ORIENTADORA: PROF. DRA. MARLENE CAMPOS PESO DE AGUIAR
FEIRA DE SANTANA – BA
2012
UEFS
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. José Marcos de Castro Nunes
(Universidade do Estado da Bahia / Universidade Federal da Bahia)
Orientador e Presidente da Banca
Prof. Dr. Augusto Minervino-Netto
(Universidade Federal da Bahia)
Prof. Dr. Paulo Antunes Horta
(Universidade Federal de Santa Catarina)
FEIRA DE SANTANA – BA
2012
“Assim que você escreve alguma coisa ela se
torna fixa. Vira dogma. As pessoas passam a discutir
a respeito, ficam autoritárias, referem-se aos textos,
produzem manuscritos, discutem mais e logo estão
matando umas as outras.”
Merlin sobre o porquê de os druidas não terem
permissão para escrever. Bernard Cornwell – O Rei
do Inverno.
AGRADECIMENTOS
Eis então que concluo mais uma pequena fase do meu ciclo de vida, e
que fase!! Me aprofunfei ainda mais em caminhos nunca dantes mapeados e
águas nunca antes navegadas, por isso nada mais justo do que iniciar
agradecendo àqueles que permitiram que essa trilha fosse mais amena. Meu
muito obrigado ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) pelo suporte
financeiro através da concessão da bolsa, a UEFS e ao seu Programa de Pós-
Graduação em Botânica, ao Laboratório de Algas Marinhas (LAMAR) do
Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia por disponibilizar
equipamento físico e didático para a realização das atividades, à Fiocruz pelo
auxilio e disponibilização do material de Microscopia Eletrônica e a CETREL
empresa ambiental S.A. por ter fornecido todo o material biológico para a
realização desse trabalho.
Agora vamos falar daqueles que permitiram que eu chegasse até aqui.
Ao Professor Dr. José Marcos de Castro Nunes, pela orientação, apoio,
incentivo, auxílio, conselhos e presteza.
Aos meus pais, Maristela e Moises, pelo apoio, pelo suporte, pela
paciência, pelo investimento, e principalmente por acreditarem que “esse
menino que fica o dia todo na frente do computador e passa a madrugada
acordado com a luz acesa e a televisão ligada” não estava brincando, e sim
trabalhando!
Agradeço a Gabriela, Vanessa, Dans e Geovanna (ainda prefiro
Gyowanna), por me proporcionarem momentos de descanso, estresse,
alegria e agonia.
Á minha vó Neném (in memorian) por ter acreditado que “esse menino
ainda vai pra frente”.
Á Nevinha (in memorian) por ter me mostrado um nível de
cumplicidade, companheirismo e afetividade que eu duvido que possa
encontrar em outro ser vivo qualquer (sinto muito sua falta!).
Á todos aqueles que conheci na e apartir da UNEB – André , Ecristio,
Claudia, Gisele, Igor, Jéssica, Joctã, Leilane, Letícia, Lílian, Márcio, Matheus
(in memorian), Rosa(s), Yuka, Yumi, o pessoal da toca dos gatos, da
residência universitária, e muitos outros.
Aos pequenos Cael e Dandara “Sé ono waíse ília” (que seja feliz).
As pessoas que conheci devido a UEFS (aqui falar nomes é arriscado,
são tantas pessoas e a memória está tão cansada), sendo assim, agradeço e
ofereço esse trabalho ao pessoal de biologia, letras, história, pedagogia,
farmácia, engenharia civil, filosofia, geografia.
Ao povo Lafiquiano, Aigara, Carlos, Daniela, Ivania, Wellington, Janete,
aprendi muito com vocês! OBRIGADO por tudo!!
Ao povo Lamariense, Carol, Cristina, Iara, Priscila, Taiara, Patricia, é um
enorme prazer conviver com todas vocês.
Aos mulekes roots, Bojão e Elkiaer, a Neilton muleque bandido e ao
muleque mais brando do mundo todo, Dlonga. Rapaz... sem vocês esse
trabalho não saia não! Ou talvez saísse, mas é um risco que eu não quero
correr.
Ao pessoal da Pós graduação de Botânica, a Adriana e Gardênia pela
ajuda e paciência, aos membros do colegiado, aos discentes e aos demais
docentes, foi um prazer compartilhar esse caminho com vocês.
Aline, Ana Paula(s), Pétala, Pataro, Vanessa, Mudley, Zezé, Fábio,
Eloina, Louise, sempre teremos Serra Bonita com um suco ruim da poha
(rsrsrs).
Ao pessoal da Pós graduação em Zoologia, Recursos Genéticos,
Biotecnologia e Modelagem Ambiental.
Mônica, Albatroz, Flaviane, Geane, Gabriela; vocês não foram
esquecidos!
Ao pessoal da graduação em biologia, principalmente a aqueles que
me auxiliaram durante o curso da disciplina de docência.
Adelina, Geraldo, Ternurinha, Jamilly, Bia, Udirley, pelos incríveis e
inesquecíveis momentos de alegria, diversão e lazer!! Aaaaaaaaa, festa de
final de ano linda!!!
Alana, Katinha, Ionara, Ingryd, Geraldo e Neilton, muito obrigado por
serem pessoas tão maravilhosas! Quem é ponte, é ponte... e não há ponte
mais solidas que vocês. Quantas histórias, quantas resenhas...
A Bárbara Paula, doce destruidora de aquários, que me ajudou de
maneiras e em momentos que ela nunca se dará conta, muito obrigado
Barbilinda, tivemos uma trajetória bonita.
Aos muitos parceiros, que me ajudam e tornam o meu caminhar mais
leve, agradeço a tod@s.
Adelina, Bárbara, Beatriz, Isana, Patricia(s), Priscila, Regiane, Taiara,
Vanessa(s)... meus amores, paixões, paixonites, casos e flertes.
E por último, mas nem por isso menos importante, agradeço a Deus,
Jah, Jeová, aos Orixás, ao Acaso, aos Espíritos de luz, ou seja lá qual for o
nome/forma dessa energia superior que me permitiu chegar até aqui.
UMA COISA QUE APRENDI COM TETRIS É
QUE OS FRACASSOS SE ACUMULAM E O
SUCESSO DESAPARECE. Autoria Anônima
RESUMO
Os bancos de rodolitos são uma das mais importantes comunidades
bentônicas na plataforma continental brasileira, principalmente devido a sua
capacidade de promover alterações estruturais no ambiente, transformando fundos
homogêneos e de sedimentos inconsolidados, em substratos duros e heterogêneos,
ampliando a disponibilidade de nichos e possibilitando o aumento da diversidade de
espécies associadas. O presente trabalho objetivou caracterizar a composição
florística e a estrutura da comunidade fitobentônica associada a bancos de rodolitos,
em uma área do litoral norte da Bahia. Para a análise da estrutura da comunidade
fitobetônica, foi analisado o número total de táxons identificados, a biomassa seca
(g/m²) e composição sedimentológica dos pontos de coleta, além de análises
estatísticas dos resultados obtidos em cada ponto coletado. A composição da flora
fitobentonica da área estudada foi predominantemente tropical, sendo coletados e
identificados um total de 66 táxons infragenéricos de algas marinhas associadas aos
rodolitos, 17 táxons pertenceram à Divisão Chlorophyta, 14 à Divisão
Heterokontophyta e 35 à Divisão Rhodophyta. As ordens Bryopsiales (Chlorophyta),
Dictyotales (Heterokontophyta) e Ceramiales (Rhodophyta), as mais representativas
dentro de suas respectivas divisões. Foram identificadas 4 (quatro) formas de
crescimento das algas calcárias não geniculadas: verrucosa (warty), grumosa
(lumpy), incrustante (encrusting) e fruticosa (fruticose), e 4 (quatro) tipos de
morfologias dos rodolitos: esférica, cilíndrica, laminar e discóide. Lithothamnion
brasiliense Foslie e L. superpositum Foslie foram identificadas como as principais
espécies formadoras do banco de rodolito. A composição do sedimentológica do
fundo oceânico foi classificada como areno-cascalhoso biodetrico durante a estação
seca, e cascalho-arenoso biodetríco durante a estação chuvosa. Observaram-se
também diferenças nos valores de biomassa entre as estações seca e chuvosa,
sendo que a estação seca possuiu uma maior concentração de biomassa do que a
observada na estação chuvosa. Os resultados obtidos pelos valores do índice de
diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade de Pielou (J) corroboraram a distinção
observada entre a estação seca e a estação chuvosa, evidenciando assim a
existência de um padrão de sazonalidade no local.
Palavras chave: Infralitoral, Macroalgas, Rodolitos, Brasil.
ABSTRACT
Rhodolith beds are one of the most important benthic communities in the
Brazilian continental shelf, mainly which provides a three-dimensional structure that
transforms homogeneous backgrounds and unconsolidated sediments on hard
substrates and heterogeneous, thus expanding the available niches and allowing an
increase of diversity of associated species. This study aimed to characterize the
floristic composition and community structure of phytobenthic associated to rhodoliths
beds in an area of the northern coast of Bahia. Analysis of the phytobenthic
community structure consisted of total number of taxa identified, dry biomass (g / m²)
and sedimentological composition of collection points, and statistical analysis of
results collected at each point. Composition of the phytobenthic flora of the study
area was predominantly tropical, being collected and identified 66 taxa of algae
associated with rodolith, 17 Chlorophyta, 14 Heterokontophyta-class Phaeophyceae
and 35 Rhodophyta. Bryopsiales (Chlorophyta), Dictyotales (Heterokontophyta) and
Ceramiales (Rhodophyta) were the most representative orders. Four forms of growth
of non-geniculate coralline algae were identified: warty, lumpy, encrusting and
fruticose, and four types of rodoliths morphologies: spherical, cylindrical, laminar and
discoid. Lithothamnion brasiliense Foslie and L. superpositum Foslie were identified
as the main species forming the rhodoliths beds. The composition of the
sedimentology was classified as sandy-gravelly biodetrical during the dry season,
and gravel-sandy biodetrical during the rainy season. There were also differences in
biomass values between the dry and rainy seasons, and the dry season possessed a
higher biomass concentration than that observed in the rainy season. The results
obtained for the values of Shannon diversity index (H ') and Pielou's evenness (J)
corroborated the distinction observed between the dry and rainy season, thus
revealing the existence of a pattern of seasonality in place.
Key-words: Infralittoral, Macroalgae, Rhodolith, Brazil.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO............................................................................................ Pág. 17
1.1. Estudos ficológicos no infralitoral do Brasil................................. Pág. 19
1.2. Estudos ficológicos no infralitoral da Bahia................................. Pág. 23
1.3. Os bancos do rodolitos................................................................ Pág. 24
2. OBJETIVOS.............................................................................................. Pág. 26
2.1. Objetivo geral............................................................................... Pág. 26
2.2. Objetivos específicos................................................................... Pág. 26
3. ÁREA DE ESTUDO..................................................................................... Pág. 27
4. MATERIAL E MÉTODO............................................................................... Pág. 32
4.1. Amostragem................................................................................ Pág. 32
4.1.1. Coleta do material biológico........................................... Pág. 32
4.1.2. Coleta do material sedimentológico do fundo oceânico Pág.36
4.2. Análise do material biológico....................................................... Pág. 36
4.2.1. Análise da flora associada............................................. Pág. 36
4.2.2. Análise das coralináceas que formam o banco de
rodolitos......................................................................... Pág.37
4.2.3. Formas de crescimento dos rodolitos............................ Pág. 38
4.2.4. Dimensões e volume médio dos rodolitos..................... Pág. 40
4.2.5. Parâmetros ecológicos da comunidade fitobentônica... Pág. 42
4.2.6. Análise do material sedimentológico............................. Pág.43
5. RESULTADOS ......................................................................................... Pág. 45
5.1. Flora associada........................................................................... Pág. 45
5.1.1. Sinopse dos táxons infragenéricos encontrados........... Pág. 45
5.1.1.1. Divisão Chlorophyta...................................... Pág.50
5.1.1.2. Divisão Heterokontophyta - classe
Phaeophyceae.............................................. Pág. 68
5.1.1.3. Divisão Rhodophyta...................................... Pág. 83
5.1.1.4 Comentários adicionais............................. Pág. 121
5.2. Coralináceas que formam o banco de rodolitos......................... Pág. 123
5.2.1. Identificação dos rodolitos............................................. Pág. 123
5.2.1.1. Sinópse dos táxons encontrados.................. Pág. 124
5.2.2. Forma de crescimento dos rodolitos.............................. Pág. 129
5.2.3. Morfologia dos rodolitos................................................. Pág. 129
5.2.4. Dimensões dos rodolitos................................................ Pág.134
5.2.5. Biovolume dos rodolitos................................................. Pág. 136
5.3. Parâmetros qualitativos da comunidade fitobentônica................ Pág. 137
5.3.1. Biomassa seca.............................................................. Pág.137
5.3.2. Número de táxon por subárea amostral........................ Pág. 141
5.3.3. Índice de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade
de pielou (J)................................................................... Pág. 145
5.3.4. Similaridade de Bray Curtis........................................... Pág.146
5.3.5. Sedimentologia.............................................................. Pág. 148
6. DISCUSSÃO.............................................................................................. Pág. 152
7. CONCLUSÕES.......................................................................................... Pág. 156
8. REFERÊNCIAS.......................................................................................... Pág.158
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Mapa esquemático dos estados litorâneos do Brasil
agrupados em suas respectivas zonas litorâneas................ Pág. 18
Figura 2. Representação gráfica da pluviosidade média por trimeste nos
na região do Litoral Norte da Bahia.................................................... Pág. 29
Figura 3. Mapa geológico simplificado mostrando as diferentes
localizações dos setores fisiográficos................................... Pág. 30
Figura 4. Mapa de localização dos pontos de amostragens das
áreas de influência no entorno do emissário submarino da
CETREL com indicação da batimetria do local..................... Pág. 34
Figura 5. Materiais e metodologia utilizados no processo de coleta e
triagem do material biológico................................................ Pág. 35
Figura 6. Diferentes formas de crescimento encontradas nos
rodolitos da área estudada................................................... Pág. 39
Figura 7. Mensuração das dimensões dos rodolitos............................ Pág. 40
Figura 8. Medição do biovolume dos rodolitos..................................... Pág.40
Figura 9. Forma dos rodolitos encontrados na área de estudo........... Pág. 41
Figura 10. Mapa com as subáreas da área estudada............................ Pág. 42
Figura 11. Hábito geral do gênero Caulerpa ......................................... Pág. 65
Figura 12. Hábito geral dos gêneros Avrainvillea, Halimeda e
Udotea.................................................................................. Pág. 66
Figura 13. Hábito geral dos gêneros Dasycladus, Neomeris,
Cladophora e Chamaedoris.................................................. Pág. 67
Figura 14. Hábito geral dos gêneros Canistrocarpus, Dictyopteris e
Dictyota................................................................................. Pág. 81
Figura 15. Hábito geral dos gêneros Padina, Chnoospora,
Colpomenia e Rosenvingea.................................................. Pág. 82
Figura 16. Hábito geral dos gêneros Amphiroa, Jania, Tricleocarpa e
Dotyophycus......................................................................... Pág. 118
Figura 17. Hábito geral dos gêneros Dictyurus, Heterosiphonia, Pág. 119
Claudea, Amansia, Bryothamnion, Digenea, Heterodasya e
Vidalia...................................................................................
Figura 18. Hábito geral dos gêneros Spyridia, Haloplegma, Hypnea,
Cryptonemia e Botryocladia.................................................. Pág. 120
Figura 19. Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos
táxons das ordens pertecentes à Divisão Chlorophyta......... Pág. 121
Figura 20. Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos
táxons das ordens pertecentes à Divisão
Heterokonthophyta................................................................ Pág. 122
Figura 21. Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos
táxons das ordens pertecentes à Divisão Rhodophyta......... Pág.123
Figura 22. Lithothamnion brasiliense. ................................................... Pág. 126
Figura 23. Lithothamnion superpositum................................................. Pág. 128
Figura 24. Representação gráfica da porcentagem de ocorrência das
formas de crescimento dos rodolitos.................................... Pág.129
Figura 25. Representação gráfica da porcentagem de ocorrência das
morfologias dos rodolitos durante o período do estudo........ Pág. 130
Figura 26. Representação gráfica das formas de crescimento dos
rodolitos encontrados nos pontos de coleta durante a
estação seca......................................................................... Pág.131
Figura 27. Representação gráfica da ocorrência das diferentes
formas de crescimento dos rodolitos nos pontos de coleta,
durante a estação seca......................................................... Pág. 132
Figura 28. Representação gráfica das formas de crescimento dos
rodolitos encontrados nos pontos de coleta durante a
estação chuvosa................................................................... Pág. 133
Figura 29. Representação gráfica da ocorrência das diferentes
formas de crescimento dos rodolitos nos pontos de coleta,
durante a estação chuvosa................................................... Pág.134
Figura 30. Representação gráfica da dimensão média dos rodolitos
encontrados em cada ponto de coleta, durante a estação
seca e a estação chuvosa.................................................... Pág. 135
Figura 31. Representação gráfica da dimensão média dos rodolitos
encontrados em cada ponto de coleta durante o período
de estudo..............................................................................
Pág. 135
Figura 32. Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²)
encontrada na área de coleta............................................... Pág. 137
Figura 33. Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²)
encontrada por divisão taxonômica durante as estações de
coleta.................................................................................... Pág. 138
Figura 34. Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²)
encontrada por subárea amostral......................................... Pág. 138
Figura 35. Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²) de
cada divisão taxonômica por subárea amostral.................... Pág.139
Figura 36. Representação gráfica do número total de táxons de cada
divisão taxonômica em cada período de coleta.................... Pág.144
Figura 37. Representação gráfica do número total de ocorrência por
divisão taxonômica em cada subárea amostral.................... Pág.144
Figura 38. Representação gráfica do número total de ocorrências de
espécies em cada estação de coleta....................................
Pág. 145
Figura 39. Dendrograma gerado a partir da análise dos dados de
similaridade........................................................................... Pág. 147
Figura 40. Representação gráfica da composição granulométrica da
área estudada....................................................................... Pág. 148
Figura 41. Representação gráfica da composição granulométrica de
cada ponto de coleta durante a estação seca...................... Pág. 149
Figura 42. Representação gráfica da composição granulométrica de
cada ponto de coleta durante a estação chuvosa................ Pág. 149
Figura 43. Representação gráfica da composição sedimentológica da
fração lama........................................................................ Pág. 150
Figura 44. Representação gráfica da composição sedimentológica da
fração areia ............................................................................. Pág. 150
Figura 45. Representação gráfica da composição sedimentológica da
fração cascalho................................................................... Pág. 151
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Trabalhos realizados na região infralitorânea do Brasil
através da utilização do mergulho autônomo como técnica de
amostragem.............................................................................. Pág. 21
Tabela 2 Coordenadas geográficas das estações de amostragem
adotada para os ciclos anuais de monitoramento na área de
influência dos emissários submarinos da CETREL.................. Pág. 33
Tabela 3 Volumes mínimos e máximos aferidos dos rodolitos
encontrados na área de estudo durante a estação chuvosa e
seca........................................................................................... Pág. 136
Tabela 4 Biomassa das espécies encontradas na área estudada........... Pág. 140
Tabela 5 Taxons encontrados na área de estudo nas três subáreas de
amostragens, tanto na estação seca quanto na chuvosa.........
Pág. 142
Tabela 6 Valores do índice de diversidade de Shannon (H’) e
equitabilidade de Pielou (J) segundo os valores de biomassa. Pág. 146
Tabela 7 Percentual de similaridade entre as subáreas na estação
seca e na estaçã chuvosa. ....................................................... Pág. 146
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
17
1. INTRODUÇÃO
O termo fitobentos é uma denominação genérica dada às macroalgas que
possuem hábitos bentônicos. A diversificação de formas das macroalgas
compreende indivíduos que possuem principalmente organização multicelular, de
tamanho diminuto, com poucos centímetros, a até indivíduos com comprimento
maior que 90m, que podem formar estruturas semelhantes a “florestas” submarinas.
Tal denominação agrupa os membros das três grandes divisões de algas:
Chlorophyta, Heterokontophyta, representada pela classe Phaeophyceae e
Rhodophyta (Soares-Gomes et al. 2002).
Segundo informações do “site” Flora do Brasil (http://floradobrasil.jbrj.gov.br),
existem 666 táxons referidos para o Brasil, sendo que destas 170 pertencem
espécies à divisão Chlorophyta, 402 à divisão Rhodophyta e 94 à divisão
Heterokontophyta – classe Phaeophyceae.
Oliveira-Filho (1977) baseando-se na flora marinha brasileira destacou os
aspectos mais marcantes da costa brasileira que delimitam zonas ou regiões
fitogeográficas, separando dessa forma a costa do Brasil em quatro regiões bem
características: zona Norte ou Equatorial, que se inicia na costa do Amapá até a
costa do Piauí, e apresenta uma baixa diversidade devido à descarga de diversos
rios, incluindo o Amazonas; zona Ocidental ou Leste-Nordeste, que se inicia na
costa do Ceará e se estende até o sul do Espírito Santo, sendo aquela que abriga a
flora marinha mais abundante e diversificada, em grande parte devido às suas águas
límpidas, quentes e de elevada salinidade, além da grande quantidade de substratos
rochosos e de formações recifais; a Zona sudeste, delimitada entre o litoral do Rio
de Janeiro e de São Paulo, com uma flora marinha bem desenvolvida e uniforme,
com exceção da flora diferenciada da região de Cabo Frio, e a Zona Sul,
compreendida entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, onde ocorre um
empobrecimento da flora marinha (Figura 1 A). Horta et al. (2001) ao realizarem um
estudo sobre a distribuição e a origem das macroalgas que compõem a ficoflora
marinha do Brasil, propuseram uma redelimitação das zonas fitogeográficas
brasileira, agrupando às zonas Norte e Tropical sensu Oliveira-Filho (1977), em uma
zona única, denominada Zona tropical, e as Zonas Sul e Sudeste sensu Oliveira-
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
18
Figura 1: Mapa esquemático dos estados litorâneos do Brasil agrupados em suas
respectivas zonas litorâneas. (A) Regiões fitogeográficas segundo Oliveira-Filho (1977); (B)
Regiões fitogeográficas segundo Horta et al. (2001)
Filho (1977) corresponderiam a Zona temperada quente; entre estas duas zonas
fitogeográficas há uma Zona de transição, que corresponde ao litoral do estado do
Espírito Santo, uma vez que este litoral apresenta características particulares (Figura
1 B).
O estado da Bahia apresenta a maior extensão litorânea, e ainda assim, o seu
litoral ainda carece de estudos detalhados sobre a estrutura e composição de sua
flora ficológica, sobretudo no infralitoral, situação esta que pode ser agravada devido
aos diversos problemas que podem ser encontrados, como a exploração turística
descontrolada, a pesca predatória, o derramamento de petróleo proveniente de
embarcações ou refinarias, a contaminação por metais pesados (Cd, Cu, Pb e Zn), a
extração de organismos recifais para utilização industrial (obtenção de cal) e
comercial (coleções e ornamentação de aquários), a instalação de projetos
industriais, a construção de emissários submarinos, além do processo de aceleração
da urbanização e especulação imobiliária (Leão, 1996; Amado-Filho et al., 2001;
Oliveira, 2002). Nunes (2005 a) referiu para o litoral da Bahia cerca de 70% das mais
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
19
de 300 espécies de rodofíceas listadas para todo o litoral nordestino, o que
demonstra a grande diversidade de algas que pode ser encontrada no litoral baiano.
1.1. ESTUDOS FICOLÓGICOS NO INFRALITORAL DO BRASIL
Os primeiros estudos ficológicos do infralitoral brasileiro ocorreram a partir de
material coletado através de dragagens realizadas pelos navios Hassler, nas regiões
de Cabo Frio – Rio de Janeiro e de Abrolhos – Bahia, e Albatross na região de
Pernambuco, no ano de 1872. Os dados gerados a partir dessas coletas resultaram
nos trabalhos publicados por Taylor (1930), Howe & Taylor (1931) e Taylor (1931).
A partir da década de 50, os estudos ficológicos ganharam uma nova
abordagem devido aos trabalhos realizados por Aylthon Brandão Joly e seus
colaboradores.
Parte da região do infralitoral da costa do Brasil já foi estudada por meio de
dragagens como é o caso do Amapá (Kempf, 1970); Maranhão (Joly et al., 1976);
Piauí (Joly & Sazima, 1971a); Ceará (Joly & Sazima, 1971b; Joly et al., 1976); Rio
Grande do Norte (Pereira et al., 1981; Joly & Semir 1973; Joly et al 1974; Cocentino
et al. 2006); Paraíba (Joly & Sazima, 1971a; Pereira, 1983); Pernambuco (Joly &
Oliveira Filho, 1968; Pereira, 1974; Joly et al., 1976; Pereira, 1977; Joly et al., 1978;
Ugadim & Pereira, 1978); Sergipe (Kempf, 1970); Bahia (Joly et al., 1976, Teixeira et
al., 1985, Nunes et al. 2005; Nunes & Paula, 2006; Yoneshigue-Valentin et al. 2006;
Nunes, 2007, Nunes & Guimarães, 2009; Nunes & Guimarães, 2010); cadeia de
Vitória Trindade (Joly 1951; Joly & Oliveira Filho, 1968); São Paulo (Joly, 1965); Rio
de Janeiro (Joly & Oliveira Filho, 1967; Oliveira Filho & Quége, 1978; Joly et al.,
1978; Teixeira et al., 1985; Yoneshigue, 1985; Yoneshigue-Valentin et al., 1995;
Bravin et al., 1999; Yoneshigue-Valentin & Gestinari, 2000; Yoneshigue-Valentin et
al., 2003, Yoneshigue-Valentin et al. 2006, Brasileiro et al., 2009). Para áreas mais
extensas da costa há os trabalhos realizados por Joly & Yoneshigue-Braga (1966);
Oliveira Filho & Furtado (1978); Cordeiro-Marino & Guimarães (1981), Guimarães et
al. (1981), Ugadim et al. (1986), Bandeira-Pedrosa et al. (2004) e Yoneshigue-
Valentin et al. (2006).
O mergulho autônomo é outra técnica de amostragem de materiais
provenientes da região infralitorânea. Uma das grandes vantagens dessa
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
20
metodologia de amostragem é sua melhor adequação a lugares de fundo
consolidados e com relevos irregulares, sendo também uma boa alternativa para a
busca de espécies frágeis e efêmeras (Horta, 2000). A utilização do mergulho
autônomo se iniciou com Berchez & Oliveira em 1986, contudo, apenas após o ano
2000 houve um aumento no número de trabalhos que se utilizam dessa metodologia
de coleta (Tabela 1).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
21
Autor/Ano Título do trabalho Tipo de ambiente Estados
Berchez & Oliveira (1986) Uma espécie de Botryocladia (Rhodophyta, Rhodimeniales) no litoral do Estado de São Paulo Infralitoral SP
Eston et al. (1986)Vertical distribution of benthic marine organisms on rocky coasts of the Fernando de Noronha
Archipelago (Brazil). Mesolitoral/ Infralitoral PE
Quége (1988) Laminaria (Phaeophyta) no Brasil - uma perspectiva econômica. Mesolitoral/ Infralitoral ES
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Tabela 1 – Trabalhos realizados na região infralitorânea do Brasil através da utilização do mergulho autônomo
como técnica de amostragem.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
22
Tabela 1 – Continuação.
Pereira (2007)Caracterização fisionômica da comunidade marinha bentônica de substrato consolidado do
infralitoral no costão oeste da enseada das Palmas, ilha Anchieta, Ubatuba - SP, BrasilMesolitoral/ Infralitoral SP
Surati & Guimarães (2007)Nitophyllum adhaerens (Ceramiales, Delesseriaceae), uma nova ocorrência para o litoral
brasileiroInfralitoral ES
Brayner et al. (2008)Taxonomia e distribuição do gênero Caulerpa Lamouroux (Bryopsidales - Chlorophyta) na costa
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composição química e flora associada.Infralitoral - Banco de rodolitos ES
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Fernando de Noronha, Pernambuco – Brasil, com ênfase nas Calcárias IncrustantesInfralitoral PE
Machado et al. (2011)Flora ficológica da região sublitorânea rasa de costões rochosos do Núcleo Picinguaba, Parque
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Pinto (2011)Aspectos morfoanatômicos, reprodutivos e moleculares do gênero Lithophyllum
(Lithophylloideae, Corallinales, Rhodophyta) para o sul do BrasilInfralitoral - Banco de rodolitos PR, SC, RS
Autor/Ano Título do trabalho Tipo de ambiente Estados
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
23
‘
1.2. ESTUDOS FICOLÓGICOS NO INFRALITORAL DA BAHIA
Os estudos ficológicos que levam em consideração o infralitoral da Bahia
ganharam grande enfoque a partir do ano 2000. Figueiredo & Steneck (2002)
realizaram um estudo florístico e ecológico das algas calcárias incrustantes
encontradas na região de Abrolhos. Costa Jr. et al. (2002) analizaram a distribuição
espacial e sazonal das algas em recifes de corais do litoral sul da Bahia. Barreto et
al. (2004) referiram cinco novas ocorrências para o estado da Bahia, três novas
ocorrências para a região nordeste brasileira e uma nova citação para o litoral do
Brasil, através do estudo das algas marinhas bentônicas que se desenvolvem em
formações recifais entre as profundidades de 0,5 e 5 m da baía de Todos os Santos.
Nunes et al. (2005) através de estudos no meso e no infralitoral, em profundidade de
até 50 m, referiu pela primeira vez para o litoral baiano, dez táxons de algas
marinhas bentônicas.
Nunes & Paula (2006) estudaram o gênero Dictyopteris J.V.Lamour. no litoral
da Bahia, referindo seis espécies, sendo uma delas uma nova referência para o
Estado. Figueiredo et.al. (2007) realizaram uma análise da importância dos bancos
de rodolitos de Abrolhos como substratos vivos para a infauna associada. Nunes
(2007) através de estudos no meso e no infralitoral desenvolveu estudos com duas
espécies de Rhodymenia Grev. que ocorrem no litoral baiano. Alves (2008) realizou
um estudo morfo-taxonômico das Cladophorophyceae (Chlorophyta) que ocorrem no
litoral da Bahia, analizando no total 46 táxons, distribuídos em duas ordens
(Cladophorales e Siphonocladales), cinco famílias (Anadyomenaceae, Boodleaceae,
Cladophoraceae, Siphonocladaceae e Valoniaceae) e 13 gêneros. Marins et al.
(2008) realizaram um estudo sobre as algas bentônicas da região do infralitoral da
baia de Todos os Santos, e ao amostrarem materiais de profundidades que variavam
entre 1-3 m, identificaram 142 táxons, sendo 31 Chlorophyta, 27 Heterokontophyta -
classe Phaeophyceae, 83 Rhodophyta, e uma fanerógama marinha. Nunes &
Guimarães (2008) ao realizarem estudos no meso e no infralitoral baiano, referiram
pela primeira vez sete novos táxons de rodofíceas marinhas bentônicas para o litoral
brasileiro (Acrochaetium corymbiferum (Thur. in Le Jolis) Batters, A. liagorae
Børgesen, Aglaothamnion herveyi (M. Howe) Aponte, D.L. Ballant. & J.N. Norris,
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
24
Crouanophycus latiaxis (L.A. Abbott) Athanas., Grallatoria reptans M. Howe e
Gelidiella sanctarum Feldmann & Hamel.) sendo que uma delas é uma nova
ocorrência para o Oceano Atlântico (Gelidiopsis repens (Kütz.) Weber Bosse). Farias
et al. (2009) realizou um trabalho de análise dos aspectos taxonômicos de
Lithothamnion superpositum Foslie e Mesophyllum engelhartii (Foslie) Adey
(Corallinales; Rhodophyta) do Brasil. Nunes & Guimarães (2009) registraram pela
primeira vez as fases sexuadas de Spermothamnion nonatoi A.B. Joly.
Bahia (2010) estudou a estrutura e a composição de um banco de rodolitos ao
longo de um gradiente de profundidade entre 5-25 m na região de Salvador. Nunes
& Guimarães (2010) realizaram um estudo morfo-taxonômico da espécie Scinaia
halliae (Setchell) Huisman no litoral da Bahia e do Espírito Santo. Nunes et al.,
(2011) referiram pela primeira vez Dotyophycus pacificum I. A. Abbott para o oceano
Atlântico
1.3. OS BANCOS DO RODOLITOS
A Ordem Corallinales, Divisão Rhodophyta, agrupa algumas algas que
possuem a capacidade de depositar carbonato de cálcio e magnésio, sob a forma de
cristais de calcita, em suas paredes celulares. Essas algas são popularmente
conhecidas como algas calcárias, algas coralíneas ou coralináceas, podem ser
encontradas na maioria dos ambientes marinhos, figurando entre os mais
abundantes organismos bentônicos que vivem na zona fótica da água (Steneck,
1986; Bailey & Chapman, 1998).
Morfologicamente, as algas calcárias podem ser dividas em geniculadas ou
articuladas - caso apresentem no talo regiões calcificadas (intergenículos) alternadas
com regiões não calcificadas (genículos) - e não geniculadas ou incrustantes - caso
o seu talo se apresente totalmente calcificado (Joly, 1967; Woelkerling, 1988; Farr et
al. 2009). As formas não geniculadas podem ser referidas como coralináceas
incrustantes, litotâmnios e/ou melobesoídeas, e podem se desenvolver de forma fixa
(aderida do substrato) – algas calcárias incrustantes - ou livre (desprendida do
substrato) - rodolitos, nódulos e/ou maërl - (Woelkerling, 1988). As comunidades
marinhas bentônicas que possuem a predominância de rodolitos são conhecidas
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
25
como bancos de rodolitos, bancos de algas calcárias ou bancos de maërl (Harvey et
al., 2005).
Os bancos de rodolitos são uma das mais importantes comunidades
bentônicas na plataforma continental brasileira (Gherardi, 2004; Amado Filho et al.,
2007). Parte da importância destas estruturas está na capacidade de promover
alterações estruturais no ambiente, uma vez que através da forma de crescimento
das algas que os compõem, eles proporcionam uma estrutura tridimensional que
transforma fundos homogêneos e de sedimentos inconsolidados, em substratos
duros e heterogêneos, o que amplia a disponibilidade de nichos e leva ao aumento
da diversidade de espécies associadas, uma vez que há uma maior disponibilidade
de refúgios e de outros recursos que reduzem as perdas derivadas da competição,
predação e de eventos de perturbações físicas (Barreto, 1999; Steller et al., 2003;
Lavrado, 2006; Farr et al. 2009). O processo de formação de um banco de rodolito
pode ser dado a partir da fragmentação de rodolitos maiores, onde cada fragmento
passa a se desenvolver de forma independente; desprendimento de algas calcárias
incrustantes, que continuam o seu desenvolvimento fora do substrato de origem;
crescimento dos esporos das algas em materiais como fragmentos de rochas, grãos
de areia, fragmentos de exoesqueleto de animais, entre outros (Scofin et al. 1985;
Piller & Rasser, 1996; Foster, 2001; Steller et al. 2007)
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
26
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Caracterizar a composição florística e a estrutura da comunidade
fitobentônica associada a bancos de rodolitos, em uma área do litoral norte da
Bahia.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer e identificar a composição das populações da flora acompanhante
(Fitobentos) associadas aos bancos de rodolitos da área estudada.
Identificar composição das populações de algas coralináceas não articuladas
construtoras dos bancos de rodolitos do infralitoral baiano entre as profundidades de
21 a 28m, em uma área do litoral norte da Bahia.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
27
3. ÁREA DE ESTUDO
O estado da Bahia situa-se na região Nordeste do Brasil, tem como limite
norte, a barra do Rio Real no município de Jandaíra e, como limite sul, a barra do
Riacho Doce no município de Mucuri. A região litorânea da Bahia possui uma
extensão de 1.103 km, apresenta um clima que varia de úmido a subúmido, com
cerca de 200 dias de sol/ano e precipitação média anual de 1500 mm, apresentando
um período seco entre os meses de setembro e fevereiro, e um período chuvoso
entre março e agosto (Figura 2); as temperaturas máximas são por volta de 33ºC, as
médias de 25ºC e as mínimas de 14ºC; a temperatura da água do mar varia entre
máximas de 27ºC e mínimas de 20ºC (Maida & Ferreira, 1997; Mafalda Jr et al.,
2004).
Bittencourt et al. (2000), subdividiram o litoral baiano em cinco setores,
baseando-se na sua fisiografia (Figura 3):
Setor I – Setor quase que completamente estreito, que se estende desde a
divisa do estado com Sergipe até a praia de Itapoã. Boa parte deste estreitamento é
caracterizada pela presença de depósitos de formação de barreiras próximos à
costa;
Setor II – Setor que se estende de Itapuã até a entrada da Baía de Todos os
Santos. Esse setor se diferencia do setor I por causa de sua evolução durante o Pré-
Cambriano e o Quaternário;
Setor III – Setor compreendido pela Baía de Todos os Santos é composto
também por algumas outras baías e enseadas, e se estende até Itacaré;
Setor IV – Limitado pelas localidades de Itacaré e Ilhéus, assemelha-se em
alguns aspectos ao setor II;
Setor V –Setor que é compreendido entre o município de Ilhéus até o limite
sul da Bahia e se caracteriza pela presença de formações de barreiras que, em
alguns locais chegam à costa, formando falésias;
O litoral norte da Bahia situado no Setor I apresenta ventos que variam
geralmente entre 1 m/s e 10 m/s, temperatura e salinidade das águas superficiais
variando respectivamente, entre 25°C - 26°C e 34 – 37UPS (Unidade Padrão de
Salinidade) (Domingues, 2003). O sistema de circulação de ventos da área de
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
28
estudo apresenta um ciclo sazonal que altera tanto o posicionamento quanto a
intensidade do centro de alta pressão na superfície da região, havendo assim um
predomínio de ventos de NE durante a estação seca e de ventos de E e SW durante
a estação chuvosa (Peixoto & Oort, 1992).
O padrão oceanográfico local é basicamente determinado pela massa de
Água Tropical (AT) e que possui características oligotróficas devido ao escasso teor
em nutrientes, no entanto, o aumento da descarga hidrica, verificada em períodos de
elevada pluviosidade, permite a formação de uma massa de água Costeira (Garfield
1990, Paredes 1991, Mafalda Jr. et al. 2004, Camargo et al. 2009).
Estudos sobre a hidrodinâmica na Baía de Todos os Santos (BTS) e seus
arredores evidenciaram um padrão de circulação gerado principalmente pelos
ventos, e com variação sazonal das propriedades físicas da água, sendo que
durante a estação seca a água se apresenta com temperatura e salinidade maiores
das encontradas durante a estação chuvosa. Há também uma reversão no sentido
da corrente entre os dois períodos, sendo o fluxo residual primariamente em sentido
SW durante a estação seca e NE durante a estação chuvosa (Cirano & Lessa 2007).
As correntes de SW apresentam velocidade média anual na superfície de 0,3
m/s, e em torno de 0,2 m/s em profundidades de 20 metros, enquanto que as
correntes de NE apresentam velocidade média na superfície em torno de 0,3 m/s
decaindo para 0,2 m/s em profundidades de 20 metros. Estas correntes são
impulsionadas pelos ventos dominantes na área oriundos dos quadrantes NE, E e
SE (Mafalda Jr. 2000).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
29
0
100
200
300
400
500
600
1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4°
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Pluviosidade média do trimestre (mm)
Figura 2: Representação gráfica da pluviosidade média por trimeste nos entre os anos de 1998 e 2010, na região do Litoral Norte da
Bahia. Fonte dos dados Agência Nacional de Águas – ANA. (www.ana.gov.br)
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
30
O local onde se desenvolveu o estudo está localizado em uma área sob a
influência do emissário submarino da CETREL/SA – Empresa de Proteção
Ambiental. A empresa de tratamento de efluentes CETREL/SA opera a maior
estação de tratamento de efluentes do país, processando os variados resíduos do
Pólo Industrial de Camaçari, que reúne indústrias petroquímicas e químicas,
automobilísticas, de metalurgia, celulose e cervejarias. O seu sistema de tratamento
de efluentes utiliza a tecnologia de Lodos Ativados, processo biológico pelo qual
uma colônia de microorganismos, em contato com o oxigênio, consome os poluentes
orgânicos. Depois de removida a carga poluidora dos efluentes tratados na ETE,
Estação de Tratamento de Efluentes, eles são transportados para o mar, através do
Figura 3: Mapa geológico simplificado mostrando as diferentes localizações dos setores
fisiográficos. Fonte: Bittencourt et al. 2000.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
31
Sistema de Disposição Oceânica – SDO que está localizado nas proximidades da
praia de Arembepe, e é composto pelo emissário terrestre, com 11 km de
tubulações, e pelo emissário submarino, com 4,8 km de extensão, chegando a uma
profundidade média de 25 m, sendo que nos últimos 500 m do emissário submarino,
a tubulação possui difusores que promovem uma diluição mínima dos efluentes da
ordem de 1:400, o que assegura uma redução significativa do impacto ambiental ao
ecossistema marinho da região (Cetrel, 2008).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
32
4. MATERIAL E MÉTODO
4.1. AMOSTRAGEM
O material foi coletado durante as campanhas oceanográfica do ano de 2011,
sendo que uma ocorreu durante a estação seca (fevereiro) e a outra durante estação
chuvosa (agosto).
4.1.1. COLETA DO MATERIAL BIOLÓGICO
O material foi coletado em 10 pontos de coletas, compreendidos entre as
Latitudes 12ºS 44’ 13”; 12ºS 47' 58" e Longitudes 38º W 05' 12"; 38º W 08' 36",
(Tabela 2 e Figura 4). A coleta do material foi realizada através de dragagens
qualitativas (draga Holme) e quantitativas (draga Petersen) (Figura 5), sendo que em
cada ponto de coleta foram realizados:
Dois arrastos utilizando a draga Holme, sendo cada arrasto com um
minuto de duração;
Oito lançamentos utilizando a draga Petersen, que possui uma área de
0,08m2, perfazendo 0,64m2 de área total amostrada por ponto de coleta;
Depois de coletado, o material foi acondicionado em sacos de ráfia que foram
transferidos para tanques que continham água do mar e oxigenadores. O material
algáceo então foi triado utilizando-se três peneiras, separando as macroalgas
(Figura 5). Após a separação, o material foi acondicionado em sacos plásticos, e
contendo solução de formalina a 4% diluída em água do mar.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
33
Tabela 2 - Coordenadas geográficas das estações de amostragem adotada para os
ciclos anuais de monitoramento na área de influência dos emissários submarinos da
CETREL.
Estação de
amostragem
Coordenadas Geográficas Profundidade Estimada
(m) Latitude (S) Longitude (W)
#A4 12° 44' 13" 38° 05' 12" 23
#C3 12° 45' 26" 38° 07' 12" 22
#C4 12° 45' 50" 38° 06' 34" 22
#C5 12° 46' 17" 38° 05' 56" 27
#D3 12° 46' 14" 38° 07' 54" 21
#D4 12° 46' 41" 38° 07' 16" 25
#D5 12° 47' 05" 38° 06' 38" 26
#E3 12° 47' 05" 38° 08' 36" 23
#E4 12° 47' 32" 38° 07' 58" 26
#E5 12° 47' 58" 38° 07' 21" 28
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
34
Figura 4: Mapa de localização dos pontos de amostragens das áreas de influência no
entorno do emissário submarino da CETREL com indicação da batimetria do local e
sentido das correntes marinhas durante a estação chuvosa (setas azuis) e a estação
seca (setas laranjas).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
35
Figura 5: Materiais e metodologia utilizados no processo de coleta e triagem do material
biológico; (A) Draga Holme; (B) Draga Petersen; (C) Processo de separação da flora
fitobentônica acompanhante dos demais materiais.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
36
4.1.2. COLETA DO MATERIAL SEDIMENTOLÓGICO DO FUNDO OCEÂNICO
O material sedimentológico foi obtido por meio de um amostrador de fundo
oceânico em cada ponto de coleta, sendo posteriormente acondicionado em
vasilhames plásticos.
4.2. ANÁLISE DO MATERIAL BIOLÓGICO
A análise do material fitobentônico foi feita sob microscopia fotônica de rotina
(MF) com estereomicroscópio (marca Tecnival) e microscópio binocular (marca
Bioval), havendo distinção metodológica entre os fitobentos que se desenvolviam
associados aos bancos de rodolitos (flora associada) e as coralináceas que formam
o banco de rodolitos (banco de rodolitos).
4.2.1. ANÁLISE DA FLORA ASSOCIADA
As algas que se desenvolviam associadas aos rodolitos foram
cuidadosamente removidas e separadas para a identificação taxonômica, onde
foram observadas tanto características morfológicas quanto anatômicas. As
ferramentas utilizadas no processo de identificação foram chaves de identificação e
descrições de algas marinhas bentônicas disponíveis em levantamentos florísticos,
dissertações e teses além de trabalhos específicos.
Após o estudo os espécimes foram tombados nos Herbários da Universidade
Federal da Bahia (ALCB) do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia, e
duplicatas foram enviadas para o Herbário da Universidade Estadual de Feira de
Santana (HUEFS).
A disposição dos táxons seguiu a proposição de Wynne (2011).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
37
4.2.2. ANÁLISE DAS CORALINÁCEAS QUE FORMAM O BANCO DE RODOLITO:
A metodologia utilizada para a identificação foi adaptada da metodologia
proposta por Moura et al. (1997), que consiste nas seguintes etapas:
I. Descalcificação das amostras em ácido nítrico a 0,6Molar, até que não
haja mais vestígio de calcificação do material;
II. Desidratação do material, em uma série gradual etanólica (10, 20, 30,
40, 50, 60, 70, 80, 90 e 96%) em temperatura ambiente;
III. Infiltração e inclusão das amostras em metacrilato glicol -GMA- (marca
Leica®) com os seguintes passos:
pré-infiltração em solução de infiltração por período de 2 horas, na
geladeira;
infiltração em solução de infiltração pura por não menos de 12
horas, ou até o material afundar, na geladeira;
inclusão em fôrmas de polietileno, sendo definido nesse momento o
sentido do corte do material;
polimerização da resina em estufa a 40C por cerca de 2 horas.
IV. Secção do material em micrótomo rotatório utilizando navalha de aço
com fio C, com espessuras de 8-14m.
A identificação do material foi realizada com base em literatura especializada
(floras, monografias, artigos científicos), e foram observadas características
vegetativas (tamanho das células, presença de fusões celulares e/ou pits
connections, tipo de crescimento do talo) e reprodutivas (tamanho do conceptáculo,
tipo de abertura, presença ou ausência de tampão apical).
Para a aferição das medidas das estruturas analisadas, utilizou-se
microscópio óptico com uma ocular micrométrica.
Para a técnica de microscopia eletrônica de varredura seguiu-se a
metodologia apresentada em Horta (2002), descrita abaixo:
I. Lavagem do material fixado em água corrente para retirada do formol.
II. Secagem em estufa à 50 ºC por 24 h.
III. Fratura da alga calcária com alicate ou lâmina de aço de modo a se
obter secções transversais e superficiais do talo.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
38
IV. Posicionamento dos fragmentos com a orientação desejada em porta-
espécime de alumínio (stub) com fita adesiva dupla face de carbono.
V. Metalização com ouro do porta-espécime contendo as amostras, com
atmostera estabilizada em 50 mTor de Argônio (Denton Vacuum - Desk
IV).
VI. Observação em microscópio eletrônico de varredura (JEOL - JSM 6390
LV) utilizando uma aceleração de voltagem de 8 kV.
Os espécimes observados na microscopia óptica e eletrônica de varredura
foram identificados a partir de chaves e descrições de táxons disponíveis na
literatura (Horta, 2002; Harvey & Woelkerling, 2007; Farr, 2009; Horta et al. 2011).
Para as medições, a altura das células foi considerada como a distância entre as
conexões celulares primárias, enquanto o diâmetro a distância perpendicular das
mesmas. Para a aferição da altura dos conceptáculos, foi considerada a distância
entre o assoalho e o teto da câmara do conceptáculo; já o diâmetro, foi considerado
como a distância entre as paredes internas laterais da câmara do conceptáculo
(Chamberlain, 1983).
4.2.3. FORMAS DE CRESCIMENTO DOS RODOLITOS
A forma de crescimento das algas calcárias incrustantes da superfície dos
rodolitos foi determinada segundo o guia de Farr et al. (2009), e se baseou na forma
predominante das algas calcárias incrustantes da camada externa dos rodolitos
(discoide, incrustante, fruticosa, folhosa, laminar, grumosa, verrucosa) (Figura 6). As
formas de crescimento foram analisadas para cada estação de coleta bem como
para todo o período.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
39
Figura 6: Diferentes formas de crescimento encontradas nos rodolitos da área estudada.
(A) Incrustante (encrusting); (B) Verrucosa (warty); (C) Grumosa (lumpy); (D) Fruticosa
(fruticose). Escalas: 1cm
4.2.4. DIMENSÕES E VOLUME MÉDIO DOS RODOLITOS
Para a aferição das medidas foram escolhidos ao acaso 100 rodolitos por
ponto de coleta, sendo determinadas para cada rodolito as dimensões maior,
intermediária e menor com paquímetro manual (Figura 7). O volume médio do
rodolito foi obtido após a remoção dos organismos epibiontes que se desenvolviam
sobre a amostra do rodolito, determinando-se o valor através da observação do
volume de água deslocado quando o mesmo foi imerso em recipientes graduados
(Figura 8). Posteriormente as medidas foram organizadas em tabelas do software
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
40
Figura 8: Medição do biovolume dos rodolitos: (A) Provetas com volume conhecido
onde é aferido o volume inicial; (B) Provetas com o rodolito imerso, onde é aferido o
volume final.
Figura 7: Mensuração das dimensões dos rodolitos. (A) dimensão maior; (B) dimensão
intermediária; (C) dimensão menor.
Microsoft Excel ©, as quais foram transferidas para o programa Tri-plot v 1.3 de
Graham & Midgley (2000), que qualifica as formas dos rodolitos entre as formas
esférica, discóide, laminar ou cilíndrica (Figura 9) a partir da fórmula: (S²/LI)1/3, onde
S equivale ao menor diâmetro do rodolito, I é referente à medida intermediária e L à
superfície maior (Bosence & Pedley, 1982; Perry, 2005).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
41
Figura 9: Forma dos rodolitos encontrados na área de estudo. (A) esférica; (B) discóide;
(C) laminar; (D) cilíndrica. Escalas: 1cm.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
42
Figura 10: Mapa com as subáreas da área estudada: (sb1) Subárea 1 – pontos
localizados logo após a desembocadura do emissário. (sb2) Subárea 2 – pontos
localizados logo antes da desembocadura do emissário. (sb3) Subárea 3 – pontos
localizados antes da desembocadura do emissário. Setas azuis, sentido das correntes
marinhas durante a estação chuvosa; setas laranja, sentido das correntes marinhas
durante a estação seca.
4.2.5. PARÂMETROS ECOLÓGICOS DA COMUNIDADE FITOBENTÔNICA
Para a análise dos parâmetros ecológicos da comunidade fitobentônica
encontrada no local, a área estudada foi subdividida em três subáreas amostrais
(sb1, sb2, sb3), nas quais os pontos de coleta foram agrupados de acordo com a
sua localização em relação a desembocadura do emissário submarino da
CETREL/SA (Figura 10). Uma vez que o ponto A4 possui uma localização única, o
mesmo foi excluído dessas análises a fim de padronizar o tamanho das amostras
obtidas em cada subárea analisada.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
43
Os parâmetros da comunidade fitobentônica avaliados em cada subárea por
cada período de coleta foram:
Biomassa seca (g/m²).
Número total de táxons.
Equitabilidade de Pielou (J)
Índice de diversidade de Shannon (H’)
Indice de similaridade de Bray-Curtis
Para a mensuração da biomassa seca as populações de cada táxon foram
separadas por pontos de coleta dentro de suas respectivas subáreas amostrais,
quando então procedeu a mensuração da biomassa fresca por meio de balança de
precisão (0,001 g). Posteriormente, para mensuração da biomassa seca de cada
táxon, as populações foram secas em estufa à 60ºC por 48h ou até atingirem massa
constante. Para os espécimes que não atingiram a massa mínima de 0,001 g foi
atribuído o valor arbitrário de 0,001 g a fim de garantir a sua representatividade no
local amostrado. Apenas os táxons coletados por meio da draga Petersen
(dragagem quantitativa) tiveram sua biomassa aferida
Para a análise do número total de táxons, foram consideradas apenas as
ocorrências dos táxons dentro das subáreas amostrais, sendo considerado presente
o táxon que ocorreu em pelo menos um dos pontos de coleta dentro da sua
respectiva subárea amostral.
O grau de confiança para todos os testes de significância foi estipulado em
95% (p = 0,05), sendo o índice de diversidade de Shannon (H’) e de equitabilidade
de Pielou (J) calculados pelo programa PAST v 2.11, e o índice de similaridade de
Bray-Curtis, bem como o dendrograma gerado, obtidos por meio do programa
PRIMER 6 v 6.1.13.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
44
4.2.6. ANÁLISE DO MATERIAL SEDIMENTOLÓGICO
Em laboratório, as amostras foram lavadas em peneira com espaçamento de
malha de 4 phi (0,062 mm) para eliminação de sais, e a fração granulométrica
tamanho lama (< 0,062 mm), quando presente, foi recuperada e pesada.
As amostras foram secas em estufa, peneiradas mecanicamente em peneiras
com espaçamento de malha de 1 phi (1phi= -logd 2 onde d=diâmetro da malha em
mm) (escala de Wentworth, 1922), e cada fração granulométrica foi pesada em
balança analítica.
Os teores dos principais tipos texturais (cascalho, areia e lama), foram
calculados a partir do processo de penairamento mecânico, e a composição do
sedimento foi determinada a partir da identificação de cerca de 100 grãos,
escolhidos ao acaso, das frações granulométricas maiores que 3,0 phi (0,125 mm),
perfazendo um total de cerca de 600 grãos por amostra.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
45
5. RESULTADOS
5.1. FLORA ASSOCIADA
Durante o período de estudo, foram coletados e identificados um total de 66
táxons infragenéricos de algas marinhas associadas aos rodolitos, sendo que destes
17 pertencem à Divisão Chlorophyta, 14 à Divisão Heterokontophyta e 35 à Divisão
Rhodophyta.
5.1.1. SINOPSE DOS TÁXONS INFRAGENÉRICOS ENCONTRADOS
Chlorophyta
Bryopsidophyceae
Bryopsiales
Caulerpaceae
Caulerpa cupressoides var. lycopodium Weber Bosse
C. mexicana Sond. ex Kuntz.
C. prolifera (Forssk.) J.V. Lamour.
C. pusilla (Kutzing) J. Agardh
C. sertularioides (S.G. Gmel.) Howe
C. verticillata J. Agardh
Dichotomosiphonaceae
Avrainvillea nigricans Decne.
Halimedaceae
Halimeda cuneata K. Hering
H. discoidea Decne.
H. gracilis Harv. ex. J. Agardh
Udoteaceae
Udotea cyathiformis Decne.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
46
U. dixonii D.S. Littler & Littler
U. flabellum (J.Ellis & Solander) Lamour.
Dasycladophyceae
Dasycladales
Dasycladaceae
Dasycladus vermicularis (Scop.) Krasser
Neomeris annulata Dickie
Siphonocladophyceae
Cladophorales
Cladophoraceae
Cladophora ordinata (Borgesen) C. Hoek
Siphonocladales
Siphonocladaceae
Chamaedoris peniculum (J.Ellis & Solander) Kuntz.
Heterokontophyta
Phaeophyceae
Dictyotales
Dictyotaceae
Canistrocarpus cervicornis (Kutz.) De Paula & De Clerck
Dictyopteris delicatula J.V.Lamour.
D. jolyana E.C.Oliveira & R.P. Furtado
D. justii J.V.Lamour.
D. polypodioides (DC. in Lam. & DC.) J.V.Lamour.
Dictyota mertensii (Martius) Kutz.
Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex E.C. Oliveira
Padina boergesenii Allender & Kraft
P. gymnospora (Kutz.) Sond.
P. sanctae-crucis Borgesen
Ectocarpales
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
47
Acinetosporaceae
Hincksia onslowensis (Amsler & Kapraum) P.C.Silva in P.C.Silva et
al.
Scytosiphonaceae
Chnoospora minima (K. Hering) Papenf.
Colpomenia sinuosa (Roth) Derbes & Solier
Rosenvingea orientalis (J. Agardh) Borgesen
Rhodophyta
Florideophyceae
Corallinales
Corallinaceae
Amphiroa rigida J.V.Lamour.
Jania adhaerens J.V.Lamour.
J. cubensis Mont. ex. Kutz
J. subulata (J.Ellis & Solander) Sond
Nemaliales
Galaxauraceae
Tricleocarpa fragilis (L.) Huisman & R.A. Towns
Liagoraceae
Dotyophycus pacificum I.A. Abbott
Ceramiales
Ceramiaceae
Ceramium codii (H.Richards) Mas.
C. luetzelburgii O.C. Schmidt
Dasyaceae
Dictyurus occidentalis J.Agardh
Heterosiphonia gibbesii (Harv.) Falkenb
Delesseriaceae
Claudea elegans J.V.Lamour.
Rhodomelaceae
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
48
Amansia multifida J.V. Lamour.
Bryothamnion seaforthii (Turner) Kutz.
Digenea simplex (Wulfen) C. Agardh.
Heterodasya mucronata (Harv.) M.J. Wynne
Neosiphonia ferulacea (Suhr ex. J. Agardh) S.M. Guimarães & M.T.
Fujii.
Osmundea lata (M. Howe & W.R. Taylor) Yonesh., M.T. Fujii &
Gurgel
Polysiphonia subtilissima Mont.
Vidalia obtusiloba (C.Agardh) J. Agardh
Wrightiella tumanowiczii (Gatty ex. Harv.) F. Schmitz
Sarcomeniaceae
Cottoniella filamentosa (M. Howe) Borgesen
Spyridiaceae
Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook
Wrangeliaceae
Griffithsia globulifera Harv. ex. Kutz.
Haloplegma duperreyi Mont.
Lejolisia mediterranea Bornet
Gigartinales
Cystocloniaceae
Hypnea spinella (C.Agardh) Kutz
Solieriaceae
Agardhiella ramosissima (Harv.) Kylin
A. subulata (C.Agardh) Kraft & M.J. Wynne
Gracilariales
Gracilariaceae
Gracilaria cuneata Areshoug
Halymeniales
Halymeniaceae
Cryptonemia crenulata (J.Agardh) J. Agardh
C. seminervis (C.Agardh) J. Agardh
Halymenia elongata C. Agardh
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
49
H. floresii (Clemente) C. Agardh
Rhodymeniales
Faucheaceae
Leptofauchea brasiliensis A.B. Joly
Rhodymeniaceae
Botryocladia occidentalis (Borgesen) Kylin
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
50
5.1.1.1. DIVISÃO CHLOROPHYTA
Chave artificial dicotômica para a identificação dos gêneros da Divisão Chlorophyta
1A Talo inteiramente ou parcialmente calcificado......... .............................2
1B Talo não calcificado................................................. ...........................5
2A Talo segmentado, parcialmente calcificado............. ............Halimeda Pág. 56
2B Talo não segmentado, inteiramente calcificado...... ..........................3
3A Talo filamentoso....................................................... ......Chamaedoris Pág. 63
3B Talo cenocítico......................................................... ...........................4
4A Talo em forma de leque ou funil............................... .................Udotea Pág. 59
4B Talo cilíndrico........................................................... ..............Neomeris Pág. 62
5A Talo com estolão e trabéculas presentes................ ...............Caulerpa Pág. 51
5B Talo sem estolão e sem trabéculas.......................... ...........................6
6A Ramificação verticilata, dicotômica,
pseudodicotômica a irregular.................................
...........................7
6B Ramificação ausente................................................ ..........Avrainvillea Pág. 55
7A Ramificação verticilata............................................. ...........Dasycladus Pág. 61
7B Ramificação dicotômica, pseudodicotomica a
irregular....................................................................
..........Cladophora Pág. 63
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
51
Caulerpa J.V. Lamour., 1809: 332.
Talo cenocítico, com porção ereta e prostrada, fixo ao substrato através da
porção estolonífera prostrada, conspícua ou não, com ramos rizoidais descendentes
desenvolvidos na porção ventral dos estolões. Trabéculas presentes, ramos
assimiladores eretos de formato variado desenvolvendo-se opostamente aos
filamentos rizoidais.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Caulerpa
1A Plantas com ramos assimiladores simples................................ .......................2
1B Plantas com ramos assimiladores ramificados.......................... .......................4
2A Ramos assimiladores em forma de lâminas inteiras ou de
margem lisa..............................................................................
........C. prolifera
2B Ramos assimiladores em forma de pínulas.............................. .......................3
3A Pínulas levemente recurvadas, constritas na base e de ápices
pontiagudos..............................................................................
.....C. mexicana
3B Pínulas filiformes, levemente recurvadas, sem constricção na
base...........................................................................................
C.sertularioides
4A Ramos assimiladores mamiliformis.......................................... C. cupressoides
4B Ramos assimiladores compostos por eixos principais
cilíndricos...................................................................................
.......................5
5A Râmulos com marcada constricção na base das dicotomias e
estolão recoberto por rizóides...................................................
...........C. pusilla
5B Râmulos sem constricção na base das dicotomias e estolão
glabro.........................................................................................
.....C. verticillata
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
52
Caulerpa cupressoides var. lycopodium Webber Bosse. Transactions of the
Linnean Society of London, Second Series, Zoology 12: 381-383. 1909
Localidade tipo: “mari Brasiliae et Indiae Occidentalis”.
Figuras: 11 A; Ilustrações adicionais vide Barata (2008).
Talo cenocítico, com estolão cilíndrico, glabro, ramificado, e com rizóides
ramificados. Ramos assimiladores cilíndricos, ramificados, completamente lisos
próximo da região basal e recobertos de râmulos mamiliformes próximo da região
apical. Râmulos basais com ápice mucronado e dispostos de maneira esparsa, e
râmulos medianos e apicais curvados em direção ao eixo principal.
Comentários: Espécie encontrada em apenas 1 (um) ponto de coleta (A4)
durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, BA, AB, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Barata (2008)
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100372).
Caulerpa mexicana Sond. ex Kütz. Species algarum. pp. [i]-vi, [1]-922. 1849.
Localidade tipo: Costa Atlântica do México
Figuras: 11 B; Ilustrações adicionais vide Barata (2008).
Talo cenocítico, com estolão cilíndrico, glabro, as vezes ramificado, e com
rizóides ramificados. Ramos assimiladores não ramificados, lanceolados, de base
levemente pedunculada. Ramos dividido em pínulas dispostas disticamente ao longo
de uma “nervura central”. Pínulas levemente recurvadas, com base constrita e ápice
ponteagudo.
Comentários: Espécie encontrada em 4 (quatro) diferentes pontos de coleta,
ponto D3 (subárea sub2) durante a estação seca, e pontos A4; C4 (subárea sub1) e
E4 (subárea sub3) durante a estação chuvosa.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, BA, ES, RJ.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
53
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (2001); Paula
et al. (2003); Figueiredo (2005); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Barata (2008);
Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D3, Cetrel 02.11
(ALCB 100430); estação A4, Cetrel 08.11 (ALCB 100524); estação C4, Cetrel 08.11
(ALCB 100524); estação E4, Cetrel 08.11 (ALCB 100557).
Caulerpa prolifera (Forssk.) J.V. Lamour. Nouveau Bulletin des Sciences, par
la Société Philomathique de Paris 1: 330-333. 1809.
Localidade tipo: Egito
Figuras: 11 C; Ilustrações adicionais vide Barata (2008).
Talo cenocítico, com estolão cilíndrico, glabro, ramificado, e com rizóides não
ramificados. Ramos assimiladores não ramificados, achatados, pedunculados, com
expansões laminares semelhantes a folhas de formato lanceolado, com margens
lisas e ápice arredondados.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
ponto C4 (subárea sub1) e ponto D3 (subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: PI, CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, RJ, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999); Paula
et al. (2003); Figueiredo (2005); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Barata (2008);
Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100400); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100431).
Caulerpa pusilla (Kütz.) J. Agardh. Afdelningen for Mathematik och
Naturvetenskap 9(8): 1-71. 1873.
Localidade tipo: Brasil
Figuras: 11 D; Ilustrações adicionais vide Barata (2008).
Talo cenocítico, com estolão cilíndrico, totalmente recoberto por rizóides
ramificados. Ramos assimiladores constituídos por eixos principais cilíndricos,
ramificados, com verticilos de râmulos na porção apical. Râmulos compostos por 1-4
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
54
verticilos, constrictos na base das dicotomias e com ápices bimucronados
divergentes.
Comentários: Espécie encontrada no ponto C4 (subárea sub1) durante a
estação seca.
Distribuição: FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Yoneshigue-Valentin et al.
(2006); Barata (2008); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100401).
Caulerpa sertularioides (S.G. Gmel.) M. Howe. Bulletin of the Torrey
Botanical Club 32: 563-586. 1905.
Localidade tipo: “in corallis americanis”.
Figuras: 11 E; Ilustrações adicionais vide Barata (2008).
Talo cenocítico, com estolão cilíndrico, glabro, com rizóides ramificados.
Ramos assimiladores simples, plumosos, constituídos por eixos principais cilíndricos,
divididos em pínulas cilíndricas e curvadas em direção ao ápice. Râmulos dispostos
de forma dística a oposta, de ápice afilado e mucronado, conferindo à fronde um
aspecto truncado.
Comentários: Espécie encontrada em apenas um ponto de coleta (E3),
durante a estação seca.
Distribuição: MA, PI, CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, SP, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999);
Figueiredo (2005); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Barata (2008); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100476).
Caulerpa verticillata J. Agardh. Vetenskaps-Adademiens Förhandlingar,
Stockholm 4: 5-17. 1847.
Localidade tipo: Não especificada (West Indies)
Figuras: 11 F; Ilustrações adicionais vide Barata (2008).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
55
Talo cenocítico, com estolão cilíndrico, glabro, com rizóides ramificados.
Ramos assimiladores constituídos por eixos principais cilíndricos, ramificados, com
2-3 tufos de râmulos verticilados na porção apical. Tufos constituídos por 3 (três)
verticilos, formados por 4 (quatro) râmulos laterais, sem constrição na base das
dicotomias.
Comentários: Espécie encontrada no ponto D4 (subárea sub2) durante a
estação seca.
Distribuição: RN, FN, PB, PE, BA, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Costa Jr. et al. (2002);
Figueiredo (2005); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Barata (2008); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D4, Cetrel 02.11
(ALCB 100445).
Avrainvillea Decne., 1842: 108.
Talo filamentoso, ereto, com uma ou várias frondes partindo do estipe, fixo ao
substrato por meio de um apressório constituído por filamentos rizoidais ou por um
sistema prostrado rizomatoso. Frondes achatadas, expandidas, com formato de
cunha a orbicular, inteiras ou fendidas, com textura macia e aveludada, sifões
ramificados dicotomicamente, cilíndricos a moniliformes, com ou sem constrições
regulares e de ápices arredondados, pontiagudos, clavados ou em forma de gancho.
Avrainvillea nigricans Decne. Annales des Sciences Naturelles, Botanique,
Seconde Série 18: 96-128. 1842.
Localidade tipo: West Indies
Figuras: 12 A; Ilustrações adicionais vide Santana (2005).
Talo filamentoso, com estipe cilíndrico raramente ramificado, com sifões
corticais profundamentes moniliformes e sifões medulares levemente moniliformes.
Ramos, 2-4, de ápices arredondados, com lâminas livremente entralaçadas,
zonação inconspícua, margens levemente arredondadas ou rasgadas, região cortical
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
56
formada por sifões moniliformes, 20 - 30 μm de diâmetro e região medular formada
por sifões moniliformes, 27 - 44 μm de diâmetro.
Comentários: Espécie encontrada no ponto A4 durante a estação seca.
Distribuição: PE, BA, ES, TR, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Santana (2005);
Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100371).
Halimeda J.V. Lamour. 1812: 186.
Talo cenocítico, ereto ou prostrado, articulado, alternando segmentos não
calcificados com segmentos calcificados, fixo ao substrato por meio de um
pedúnculo basal, ramificado em um ou em vários planos, de formato e tamanho
variáveis. Região cortical composta por utrículos originados a partir dos ramos
laterais dos sifões medulares.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Halimeda
1A Segmentos do talo de formato discóide a reniforme..................... .H. discoidea
1B Segmentos do talo de formato cuneado a reniformes e
raramente dicóide..........................................................................
...................2
2A Talo levemente calcificado, com segmentos cuneados e
raramente dicóide..........................................................................
....H. cuneata
2B Talo fortemente calcificado, com segmentos subcuneados a
reniformes ou subcilíndricos..........................................................
....H. gracilis.
Halimeda cuneata K. Hering. Flora 29(14): 209-215. 1846.
Localidade tipo: África do Sul
Figuras: 12 B; ilustações adicionais vide Bandeira-Pedrosa (2001).
Talo cenocítico, fixo ao substrato por meio de um pedúnculo basal, ramificado
dicotomicamente, às vezes tricotomicamente e eventualmete irregularmente.
Segmentos do talo levemente calcificados, de formato cuneado e raramente
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
57
discóide. Região cortical formada por 3 (três) camadas de utrículos com 25-60 μm
de diâmetro e 80-132 μm de comprimento e região medular constituída por
filamentos densamente entrelaçados, ramificados, fusionados em grupos de 2-3.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
pontos C4 e C5 (subárea sub1) durante a estação chuvosa.
Distribuição: RN, PB, BA, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Bandeira-Pedrosa (2001); Santana (2005);
Amorim et al. (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 08.11
(ALCB 100526); estação C5, Cetrel 08.11 (ALCB 100537).
Halimeda discoidea Decne. Annales des Sciences Naturelles, Botanique,
Seconde Série 18: 96-128. 1842.
Localidade tipo: “Kamtschatka”
Figuras: 12 C; ilustrações adicionais vide Bandeira-Pedrosa (2001)
Talo cenocítico, fixo ao substrato por meio de um pedúnculo basal, ramificado
dicotomicamente à tricotomicamente. Segmentos do talo calcificados, de formato
discóide a reniforme, e de superfície lisa. Região cortical formada por 2-3 camadas
de utrículos com 30-70 μm de diâmetro e 78-86 μm de comprimento, com utrículos
secundários inflados e subglobosos. Região medular constituída por filamentos
entrelaçados, ramificados, fusionados em grupos de 2-3.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
ponto E5 (subárea sub3) durante a estação seca, e ponto C3 (subárea sub1)
durante a estação chuvosa.
Distribuição: CE, FN, PE, BA, ES, TR, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999);
Bandeira-Pedrosa (2001); Nunes et al. (2001); Costa Jr. et al. (2002); Figueredo
(2005); Santana (2005); Yoneshigue-Valentin et al. (2006).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E5, Cetrel 02.11
(ALCB 100503); estação C3, Cetrel 08.11 (ALCB 100519).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
58
Halimeda gracilis Harv. ex. J. Agardh. Acta Universitatis Lundensis 23(2): 1-
174. 1887.
Localidade tipo: Sri Lanka
Figuras: 12 D; ilustrações adicionais vide Bandeira-Pedrosa (2001)
Talo cenocítico, fixo ao substrato por meio de um pedúnculo basal, ramificado
dicotomicamente à tricotomicamente. Segmentos subcuneado a reniformes ou
subcilíndricos e raramente discóides, fortemente calcificados, achatados, de margem
inteira, ondulada ou levemente lobada. Região cortical formada por 2 (duas)
camadas de utrículos com 44-55 μm de diâmetro e 67-92 μm de comprimento e
região medular constituída por filamentos entrelaçados, ramificados, fusionados em
grupos de 2-3.
Comentários: Espécie encontrada em 19 pontos de coleta, pontos A4; C3,
C4, C5 (subárea sub1); D3, D4, D5 (subárea sub2); E3, E4, E5 (subárea sub3),
durante a estação seca, e pontos A4; C3, C4, C5 (subárea sub1); D3, D4 (subárea
sub2); E3, E4, E5 (subárea sub3), durante a estação chuvosa.
Distribuição: CE, PB, PE, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Santana (2005); Yoneshigue-Valentin et al.
(2006).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100374); estação C3, Cetrel 02.11 (ALCB 100388); estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100399); estação C5, Cetrel 02.11 (ALCB 100415); estação D3, Cetrel 02.11
(ALCB 100429); estação D4, Cetrel 02.11 (ALCB 100444); estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100451); estação E3, Cetrel 02.11 (ALCB 100475); estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100489); estação E5, Cetrel 02.11 (ALCB 100502); estação A4, Cetrel 08.11
(ALCB 100513); estação C3, Cetrel 08.11 (ALCB 100520); estação C4, Cetrel 08.11
(ALCB 100528); estação C5, Cetrel 08.11 (ALCB 100539); estação D3, Cetrel 08.11
(ALCB 100547); estação D4, Cetrel 08.11 (ALCB 100552); estação E3, Cetrel 08.11
(ALCB 100555); estação E4, Cetrel 08.11 (ALCB 100559); estação E5, Cetrel 08.11
(ALCB 100566).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
59
Udotea Lamour. 1812: 186.
Talo ereto, cenocítico, diferenciado em um estipe e um flabelo calcificado em
forma de leque ou de funil, fixo ao substrato por meio de um apressório rizoidal.
Estipe originado a partir do apressório rizoidal e possui região cortical nítida. Porção
flabelar plana ou afunilada, inteira ou bifurcada, constituída por filamentos
compostos de sifões com ramificação dicotômica,
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Udotea
1A Lâmina em forma de taça, levemente zonada e
ecorticada........................................................................
..........U. cyathiformis
1B Lâmina inteira, em forma de leque, com zonação
distinta............................................................................
...............................2
2A Sifões medulares, cilíndricos, com 30-40µm de
diâmetro..........................................................................
..............U. flabellum
2B Sifões medulares cilíndricos, com 20-30 μm de
diâmetro..........................................................................
..................U. dixonii
Udotea cyathiformis Decne. Annales des Sciences Naturelles, Botanique,
Seconde Série 18: 96-128. 1842
Localidade tipo: Iles dês Saintes, Guadeloupe, Lesser Antilles
Figuras: 12 E; ilustrações adicionais vide Santana (2005).
Talo cenocítico, com estipe cilíndrico, não ramificado. Região medular do
estipe constituída por sifões medulares 60-90 μm de diâmetro, apêndices laterais
repetidamente ramificados formando um córtex, com ápices dilatados ou achatados.
Lâmina em forma de taça, levemente zonada, de constituição fibrosa, ecorticada, e
com região medular constituída por sifões paralelos a entrelaçados, medindo 35 – 68
μm de diâmetro, e sem apêndices laterais.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
pontos C3 (subárea sub1) e E4 (subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: PB, PE, BA, AB, ES, TR.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
60
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Figueiredo (2005); Santana
(2005); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C3, Cetrel 02.11
(ALCB 100390); estação E4, Cetrel 02.11 (ALCB 100490).
Udotea dixonii D.S. Littler & Littler. Phycologia 29(2): 206-252. 1990.
Localidade tipo: Belize
Figuras: 12 F; ilustrações adicionais vide Santana (2005).
Talo cenocítico, com estipe cilíndrico, não ramificado. Lâmina em forma de
leque, lobada, corticada e com zonação distinta. Região medular constituída por
sifões cilíndricos, densamente revestidos com 2 (duas) fileiras verticais de apênides
laterais, levemente moniliformes, medindo 20-30 μm de diâmetro, e região cortical
formada pela comunicação dos apêncies sifonais adjacentes.
Comentários: Espécie encontrada em 5 (cinco) diferentes pontos de coleta,
ponto A4; C4, C5 (subárea sub1); D5 (subárea sub2) e E4 (subárea sub3) durante a
estação chuvosa.
Citação para o litoral da Bahia: Santana (2005).
Distribuição: RN, BA, ES.
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 08.11
(ALCB 100512); estação C4, Cetrel 08.11 (ALCB 100527); estação C5, Cetrel 08.11
(ALCB 100538); estação D5, Cetrel 08.11 (ALCB 100554); estação E4, Cetrel 08.11
(ALCB 100558).
Udotea flabellum (J.Ellis & Solander) Lamour. Bulletin of the Torrey Botanical
Club 31: 91-100. 1904.
Localidade tipo: West Indies
Figuras: 12 G; ilustrações adicionais vide Santana (2005).
Talo cenocítico, com estipe cilíndrico, não ramificado, com sifões medulares
ramificados dicotomicamente, 20-60 μm de diâmetro, com ápices truncados,
formado uma camada cortical. Lâmina inteira, em forma de leque, com zonação
distinta, corticada e com zonação distinta. Região medular constituída por sifões
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
61
cilíndricos, ramificados dicotomicamente, medindo 30-40 μm de diâmetro, e região
cortical formada pela comunicação dos apêncies sifonais adjacentes.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
ponto C5 (subárea sub1) e ponto D3 (subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, BA, ES, TR.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Costa Jr. et al. (2002);
Paula et al. (2003); Figueiredo (2005); Santana (2005); Yoneshigue-Valentin et al.
(2006); Amorim et al. (2008); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C5, Cetrel 08.11
(ALCB 100417); estação D3, Cetrel 08.11 (ALCB 100432).
Dasycladus C. Agardh., 1828: 15
Talo ereto, constituído de um eixo unicelular longo, do qual partem ramos
laterais curtos, com disposição verticilada, fixo ao substrato por rizoides basais.
Ramos laterais com ramificação di-tricotômica, terminando em células filiformes ou
espiniformes.
Dasycladus vermicularis (Scop.) Krasser. Annalen des Kaiserlich-
Königlichen Naturhistorischen Hofmuseums 13: 443-472. 1898.
Localidade tipo: Não identificada
Figuras: 13 A; ilustrações adicionais vide Taylor (1960).
Talo com estile curto, liso, fixo ao substrato por meio de um apressoide
discóide, ramificado. Eixo principal verticilado, espiralado, com 10-15 ramos por
verticilo e com porção terminal com 3-4 râmulos, cada um com 3 (três) espinhos
terminais. Espinhos apicais ocasionalmente terminando em pêlos ramificados
dicotomicamente.
Comentários: Espécie encontrada em 4 (quatro) diferentes pontos de coleta,
pontos C3, C5 (subárea sub1); E3 (subárea sub3) durante a estação seca, e ponto
C4 (subárea sub1) durante a estação chuvosa.
Distribuição: PB, PE, BA, ES, TR, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Figueiredo (2005).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
62
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C3, Cetrel 02.11
(ALCB 100389); estação C5, Cetrel 02.11 (ALCB 100416); estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100474); estação C4, Cetrel 08.11 (ALCB 100529).
Neomeris J.V. Lamour 1816: 241
Talo cenocítico, ereto ou arqueado, calcificado, constituído por um eixo
central do qual partem verticilos de ramos de primeira e segunda ordem, fixo ao
substrato por meio de expansões rizoidais basais. Ramos unido pela porção
superior, formando um córtex monostromático. Tufo de filamentos no ápice do talo
livre entre si, não calcificados.
Neomeris annulata Dickie. Journal of the Linnean Society of London, Botany
14: 190-202. 1874.
Localidade tipo: Mauritius
Figuras: 13 B; ilustrações adicionais vide Valet (1969).
Talo cenocítico, ereto ou arqueado, calcificado, com constricções anelares por
todo o talo, fixo ao substrato por meio de um apressório discóide basal. Eixo central
400-640 μm de diâmetro, com células superficiais 80-135 μm de diâmetro, e tufos
apicais filamentosos decíduos.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E3
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, TR.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Costa Jr. et al. (2002);
Figueiredo (2005); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100477).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
63
Cladophora Kützing 1843: 262
Talo filamentoso, ereto ou prostrado, unisseriado, crescendo em tufos ou
isolado, fixo ao substrato por células rizoidais ou apressório discóide, com
ramificação dicotômica, pseudodicotômica ou irregular e crescimento apical e/ou
intercalar.
Cladophora ordinata (Borgesen) C. Hoek. Tweede Reeks 78: 1-236. 1982
Localidade tipo: India
Figuras: 13 C. ilustrações adicionais vide Alves (2008)
Talo filamentoso, unisseriado, de aparência pinada, fixo ao substrato por meio
de filamentos rizoidais originados na região proximal de células basais. Ramificação
oposta em apenas um plano, células do eixo principal 300-1300 μm de comprimento
e 151-258 μm de diâmetro e célula apical com 90-200 μm de comprimento e 45-91
μm de diâmetro.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto C4
(subárea sub1) durante a estação chuvosa.
Distribuição: CE, RN, PB, BA, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes et al. (2005); Yoneshigue-Valentin et
al. (2006); Alves (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 08.11
(ALCB 100525).
Chamaedoris Montagne 1842: 261
Talo filamentoso, ereto, composto de capítulos estipitados, fixo ao substrato
por rizóides ramificados, levemente calcificados, anelados, com ou sem pequenas
células sobrepostas na extremidade distal. Capítulo multicelular, não calcificado,
auriculado, globoso, subgloboso ou oblongo, composto de filamentos de células
filiformes com ramificação unilateral a irregular, dicotômica a subdicotômica. Capítulo
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
64
originado diretamente da extremidade distal e/ou de células sobrepostas na
extremidade distal do estipe.
Chamaedoris peniculum (J.Ellis & Solander) Kuntz. Revisio generum
plantarum. Part 3 (3). pp. 1-576. 1898
Localidade do lectotipo: American seas, particularly near the Bahama Island
Figuras: 13 D. ilustrações adicionais vide Alves (2008)
Talo filamentoso, levemente calcificado, formado por um sifão anelado, fixo ao
substrato por meio de rizóides ramificados. Filamentos ramificados dicotomicamente,
partindo da região apical, formando um capítulo multicelular não calcificado.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
pontos A4 e D5 (subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: FN, RN, PB, PE, BA, AB, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Yoneshigue-Valentin et al.
(2006); Alves (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100373); estação D5, Cetrel 02.11 (ALCB 100452).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
65
Figura 11: Hábito geral do gênero Caulerpa: (A) Caulerpa cupressoides var.
lycopodium; (B) C. mexicana; (C) C. prolifera; (D) C. pussila; (E) C. sertularioides; (F) C.
verticilata. Escalas: A-D: 1 cm; E: 0,25cm; F: 0,5 cm.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
66
Figura 12: Hábito geral dos gêneros Avrainvillea, Halimeda e Udotea: (A)
Avrainvillea nigricans; (B) Halimeda cuneata; (C) H. discoidea; (D) H. gracilis; (E) Udotea
cyathiformis; (F) U. dixonii; (G) U. flabellum. Escalas: (A; E - G) 1 cm; (B-D) 0,5 cm
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
67
Figura 13: Hábito geral dos gêneros Dasycladus, Neomeris, Cladophora e
Chamaedoris: (A) Dasycladus vermicularis; (B) Neomeris annulata; (C)
Cladophora ordinata; (D) Chamaedoris peniculum. Escalas: 0,5 cm
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
68
5.1.1.2. DIVISÃO HETEROKONTOPHYTA - CLASSE PHAEOPHYCEAE
Chave artificial dicotômica para a identificação dos gêneros Divisão
Heterokontophyta – Classe Phaeophyceae
1A Talo filamentoso......................................................... ............Hinckia Pág. 77
1B Talo parenquimatoso................................................. ......................2
2A Talo em forma de fita ou leque................................... .....................3
2B Talo cilíndrico, tubular ou globoso.............................. .....................7
3A Talo em forma de fita.................................................. ......................4
3B Talo em forma de leque.............................................. ......................6
4A Nervura central presente............................................ ....Dictyopteris Pág. 70
4B Nervura central ausente............................................. ......................5
5A Região cortical e medular composta por 1(uma)
camada de células cada uma....................................
Canistrocarpus Pág. 69
5B Região cortical composta por 1(uma) camada de
células e região medular composta por 2(duas)
camadas de células....................................................
...........Dictyota
Pág. 73
6A Margem enrolada........................................................ .............Padina Pág. 75
6B Margem não enrolada.............................................. .......Lobophora Pág. 74
7A Talo globoso............................................................... .....Colpomenia Pág. 78
7B Talo cilíndrico ou tubular............................................. ......................8
8A Talo oco, tubular......................................................... ...Rosenvingea Pág. 79
8B Talo maciço, cilíndrico ou achatado........................... ....Chnoospora Pág. 78
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
69
Canistrocarpus De Paula & De Clerck, 2006: 1285.
Talo ereto ou prostrado, parenquimatoso, em forma de fita, sem nervura
central, com margens lisas, fixo ao substrato por rizóides basais, com ramificação
dicotômica, anisotômica, subdicotômica ou alterna. Região cortical e medular
monostromática. Esporângios globóides, isolados ou em soros, sobre uma célula
peduncular, circundados por uma coroa de células corticais mais altas que as
demais, alongados, espalhados em ambas as superfícies do talo.
Canistrocarpus cervicornis (Kutz.) De Paula & De Clerck Journal of
Phycology 42: 1271-1288. 2006.
Localidade tipo: Key West - USA
Figuras: 14 A; ilustrações adicionais Nunes (1999) como (Dictyota cervicornis
f cervicornis)
Talo em forma de fita, fixo ao substrato por meio de rizóides basais,
ramificado dicotomicamente à pseudodicotomicamente. Ramos com ápice afilado,
arredondado ou cilíndrico, recurvados e/ou espiralados, com região cortical formada
por 1 (uma) camada de células quadráticas e pigmentadas, 10-19 μm de altura e 7-
16 μm de diâmetro, e região medular composta de (1) uma camada de células
quadráticas e incolores, 30-110 μm de altura e 25-110 μm de diâmetro.
Comentários: Espécie encontrada em 4 (quatro) diferentes pontos de coleta,
ponto A4; C3, C5 (subárea sub 1); E3 (subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: MA, CE, RN FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR, RJ, SP, PR, SC,
RS.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Nunes &
Paula (2001); Costa Jr. et al. (2002); Nunes & Paula (2002); Paula et al. (2003);
Figueiredo (2005); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Paula (2007); Santos (2010);
Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100375); estação C3, Cetrel 02.11 (ALCB 100391); estação C5, Cetrel 02.11
(ALCB 100419); estação E3, Cetrel 02.11 (ALCB 100479).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
70
Dictyopteris J.V. Lamour., 1809: 332.
Talo ereto, parenquimatoso, em forma de fita, com uma nervura central,
podendo ou não apresentar nervuras secundárias, fixo ao substrato por filamentos
rizoidais, multicelulares e unisseriados, com ramificação dicotômica. Talo
apresentando duas ou mais camadas de células medulares, excetuando-se as
regiões das nervuras, onde este número aumenta, e córtex formado por uma
camada de células.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Dictyopteris
1A Plantas com nervura central evidente e saliente.................. ..........................2
1B Planta com nervura central pouco evidente e não
saliente..................................................................................
.........................3
2A Lâmina com 2 camadas de células medulares.................... ................D. justii
2B Lâmina com 4-7 camadas de células medulares................. ............D. jolyana
3A Ramos com nervura secundárias percorrendo a margem
da fita....................................................................................
.......D. delicatura
3B Ramos sem nervura secundárias......................................... .D. polypodioides
Dictyopteris delicatula J.V.Lamour. Nouveau Bulletin des Sciences, par la
Société Philomathique de Paris 1: 330-333. 1809.
Localidade tipo: West Indies
Figuras: 14 B; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo em forma de fita, decubente, formando tufos aderidos ao substrato por
meio de filamentos rizoidais, com ramificação pseudodicotômica à dicotômica ou
irregular. Lâmina do talo de margem lisa, com porções apicais retorcidas e com
nervura central e secundária presente, nervuras centrais constituídas por 7-8
camadas de células e nervuras secundárias com 4-5 camadas celulares. Região
cortical da lâmina do talo constituída por 1 (uma) camada de células, e região
medular constituída por 2 (duas) camadas de células.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
71
Comentários: Espécie encontrada em 6 (seis) diferentes pontos de coleta,
ponto C4 (subárea sub1) durante a estação seca, e pontos A4; C4, C5 (subárea
sub1) D3 (subárea sub2) e E4 (subárea sub3) durante a estação chuvosa.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR, RJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Nunes et al.
(1999); Costa Jr. et al. (2002); Nunes & Paula (2002); Paula et al. (2003); Figueiredo
(2005); Nunes & Paula (2006); Santos (2010); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100402); estação A4, Cetrel 08.11 (ALCB 100514); estação C4, Cetrel 08.11
(ALCB 100530); estação C5, Cetrel 08.11 (ALCB 100540); estação D3, Cetrel 08.11
(ALCB 100548); estação E4, Cetrel 08.11 (ALCB 100560).
Dictyopteris jolyana E.C.Oliveira & R.P. Furtado Nova Hedwigia 29: 759-
763. 1978.
Localidade tipo: Brasil
Figuras: 14 C; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo em forma de fita, ereto, aderido ao substrato por meio de filamentos
rizoidais, com ramificação pseudodicotômica. Lâmina do talo com nervura central
evidente, composta por 7-17 camadas de células, sendo a região mais interna
diferenciada por apresentar um contorno de células meristemáticas. Região cortical
da lâmina constituída por 1 (uma) camada de células, e região medular constituída
por 1-5 camadas de células.
Comentários: Espécie encontrada em 6 (seis) diferentes pontos de coleta,
ponto A4; C4, C5 (subárea sub1); D3 (subárea sub2) e E4 (subárea sub3) durante a
estação seca, e pontos C5 (subárea sub1) durante a estação chuvosa.
Distribuição: RN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Figueiredo (2005); Nunes et al. (2005);
Nunes & Paula (2006); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100376); estação C4, Cetrel 02.11 (ALCB 100405); estação C5, Cetrel 02.11
(ALCB 100420); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100434); estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100492); estação C5, Cetrel 08.11 (ALCB 100541).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
72
Dictyopteris justii J.V.Lamour. Nouveau Bulletin des Sciences, par la Société
Philomathique de Paris 1: 330-333. 1809
Localidade tipo: Antilles
Figuras: 14 D; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo com eixos cilindricos, ereto, formando tufos aderidos ao substrato por
meio de filamentos rizoidais, com ramificação dicotômica. Lâmina do talo com
nervura central presente, nervuras centrais constituídas por 10-12 camadas de
células. Região cortical da lâmina do talo constituída por 1 (uma) camada de células
e região medular composta por 2-4 camadas de células.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E5
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: RN, PB, PE, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Nunes &
Paula (2002); Paula et al. (2003); Figueiredo (2005); Nunes & Paula (2006);
Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Brasil, Bahia, Camaçari, estação E5,
Cetrel 02.11 (ALCB 100506).
Dictyopteris polypodioides (DC. in Lam. & DC.) J.V.Lamour. Nouveau
Bulletin des Sciences, par la Société Philomathique de Paris 1: 330-333. 1809.
Localidade tipo: Não identificada
Figuras: 14 E; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo com eixos cilindricos, ereto, formando tufos aderidos ao substrato por
meio de filamentos rizoidais, com ramificação dicotômica a pseudoalterna. Lâmina
do talo com nervura central presente, nervuras centrais constituídas por 6-9
camadas de células. Região medular do talo composta por 2 (duas) camadas de
células. Porção basal do talo desnudado, onde persiste apenas a nervura central.
Comentários: Espécie encontrada em 4 (quatro) diferentes pontos de coleta,
ponto C4 (subárea sub1); D3, D5 (subárea sub2) durante a estação seca, e ponto
C3 (subárea sub1) durante a estação chuvosa.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
73
Distribuição: RN, PB, PE, BA, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Nunes &
Paula (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100403); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100433); estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100454); estação C3, Cetrel 08.11 (ALCB 100521).
Dictyota J.V. Lamour., 1809: 38.
Talo ereto ou prostrado, parenquimatoso, em forma de fita estreita, sem
nervura central, com margens lisas ou denteadas, podendo apresentar iridescência,
fixa ao substrato por rizóides basais, com ramificação dicotômica, anisotômica,
subdicotômica ou alterna. Região cortical formada por 2 (duas) camadas de células,
e região medular apresentando 1 (uma) camada de células.
Dictyota mertensii (Martius) Kutz. Tabulae phycologicae; oder, Abbildungen
der Tange. Vol. 9 pp. i-vii, 1-42. 1859.
Localidade tipo: Brasil
Figuras: 14 F; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo laminar, aderido ao substrato por meio de rizóides basais, com
ramificação alterna, e iridescência. Proliferações restritas a região basal do talo,
ápice dos ramos arredondados ou agudos e tufos de pêlos esparsos em ambas as
faces. Região cortical formado por 2 (duas) camadas de células e região medular
constituída por 1 (uma) camada de células.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Nunes &
Paula (2001); Nunes et al. (2001); Costa Jr. et al. (2002); Nunes & Paula (2002);
Paula et al. (2003); Figueiredo (2005); Paula (2007); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100457).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
74
Lobophora J. Agardh, 1894: 21
Talo ereto ou prostrado, parenquimatoso, expandido em forma de leque,
lobado ou irregularmente ramificado, com margens apicais não enroladas. Região
cortical constituída por 1-várias camadas de células.
Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex E.C. Oliveira. Algas
marinhas bentônicas do Brasil. pp. [i-iv], [1]-407. 1977.
Localidade tipo: West Indies
Figuras: 14 G; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo foliáceo, achatado, decubente, por vezes prostrado, aderido ao substrato
atravéz de apressório rizoidal. Fronde com formato arredondado, inteiro ou fendido,
ramificado irregularmente, de consistência rígida, com tufos de pelos em linhas
concêntricas. Lâminas do talo com bordas arredondadas, região cortical compostas
por 1 (uma) camadas celulares, e regão medular constituída 5 - 7 camada de células
medulares.
Comentários: Espécie encontrada em 10 (dez) diferente pontos de coleta,
ponto C4, C5 (subárea sub1); D5 (subárea sub2); E3, E4, E5 (subárea sub3) durante
a estação seca, e pontos C3, C4, C5 (subárea sub1) e E4 (subárea sub3) durante a
estação chuvosa.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR, RJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Costa Jr. et
al. (2002); Nunes & Paula (2002); Paula et al. (2003); Figueiredo (2005);
Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100404); estação C5, Cetrel 02.11 (ALCB 100418); estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100453); estação E3, Cetrel 02.11 (ALCB 100478); estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100491); estação E5, Cetrel 02.11 (ALCB 100504); estação C3, Cetrel 08.11
(ALCB 100522); estação C4, Cetrel 02.11 (ALCB 100531); estação C5, Cetrel 08.11
(ALCB 100542); estação E4, Cetrel 08.11 (ALCB 100561).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
75
Padina Adanson, 1763: 13, 586.
Talo ereto ou prostrado, parenquimatoso, expandido em forma de leque,
inteiro ou fendido longitudinalmente, levemente calcificado, com margens apicais
distintamente enroladas. Talo constituído por duas a seis camadas de células de
espessura, variando do ápice à base, ou entre as diferentes espécies.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Padina
1A Talo com 6 camadas de céulas de espessura na regão
basal........................................................................................
...P. gymnospora
1B Talo com 2-3 camadas de células de espessura na região
basal........................................................................................
..........................2
2A Plantas com 2 camadas de células entre o ápice e a
base.........................................................................................
P. sanctae crucis
2B Plantas com 3 camadas de célula entre o ápice e a
base.........................................................................................
....P. boergesenii
Padina boergesenii Allender & Kraft. Brunonia 6: 73-130. 1983.
Localidade tipo: U.S. Virgin Islands
Figuras: 15 A; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo laminar, ereto, em forma de leque, aderido ao substrato através de
apressório rizoidal. Fronde com calcificação acentuada, com bordos enrolados e
tufos de pêlos dispostos em linhas concêntricas. Lâmina composta por 3 (três)
camadas de células, da base ao ápice.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
ponto D3 e D5 (subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: AL, BA.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1999); Nunes et al. (1999); Nunes &
Paula (2000); Nunes & Paula (2002); Silva (2010); Santos (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D3, Cetrel 02.11
(ALCB 100435); estação D5, Cetrel 02.11 (ALCB 100459).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
76
Padina gymnospora (Kutz.) Sond. Abhandlungen aus dem Gebiete der
Naturwissenschaften herausgegeben von dem Naturwissenschaftlichen Verein in
Hamburg 5(2): 33-74. 1871.
Localidade tipo: St Thomas, Virgin Islands
Figuras: 15 B; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo laminar, ereto, em forma de leque, inteiro ou partido, aderido ao
substrato através de apressório rizoidal. Fronde levemente calcificada, com bordos
enrolados e tufos de pêlos dispostos em linhas concêntricas. Lâmina composta por 3
(três) camadas de células na região apical, 4-6 camadas na região mediana e 6
(seis) camadas na região basal.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (duas) diferente pontos de coleta,
ponto C3 (subárea sub1) e D3 (subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: MA, CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR, RJ, SP, SC, PR,
RS.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a), Nunes (1999); Nunes et al.
(1999); Nunes & Paula (2000); Nunes et al. (2001); Costa Jr. et al. (2002); Nunes &
Paula (2002); Paula et al. (2003); Figueiredo (2005); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C3, Cetrel 02.11
(ALCB 100394); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100436).
Padina sanctae-crucis Borgesen Dansk Botanisk Arkiv 2(2): 68. 1914
Localidade tipo: Virgin Islands
Figuras: 15 C-D; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo laminar, ereto, em forma de leque, inteiro ou partido, aderido ao
substrato através de apressório rizoidal. Fronde levemente calcificado, com bordos
enrolados e tufos de pêlos dispostos em linhas concêntricas. Lâmina composta por 2
(duas) camadas de células desde a região basal até a região apical.
Comentários: Espécie encontrada em 6 (seis) diferentes pontos de coleta,
ponto A4; C3, C5 (subárea sub1); D3 (subárea sub2); E3, E4 (subárea sub3) durante
a estação seca.
Distribuição: CE, RN, PE, BA, ES, SC.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
77
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a), Nunes (1999); Nunes &
Paula (2000); Nunes & Paula (2002); Paula et al. (2003); Figueiredo (2005); Santos
(2010); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100377); estação C3, Cetrel 02.11 (ALCB 100395); estação C5, Cetrel 02.11
(ALCB 100422); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100437); estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100481); estação E4, Cetrel 02.11 (ALCB 100495).
Hincksia J.E. Gray, 1864: 12
Talo ereto, filamentoso, unisseriado, crescendo em tufos, fixo ao substrato por
células rizoidais, com ramificação irregular. Crescimento tricotálico com zonas de
crescimento distribuídas irregularmente, ramos de ultima ordem quase sempre
terminando em pseudopêlos longos e finos.
Hincksia onslowensis (Amsler & Kapraum) P.C.Silva in P.C.Silva et al.
Smithsonian Contributions to Marine Sciences 27: [i-ii] iii-iv, 1-179. 1987.
Localidade tipo: Carolina do Norte, EUA
Figuras: vide Cassano & Valentin (2001)
Talo filamentoso, formando tufos pouco densos, fixo ao substrato por meio de
um estolão com finos filamentos rizoidais, ramificação esparsa, irregulare e
perpendicular ao eixo central. Filamentos constiuídos por células com 20-50 μm de
diâmetro.
Comentários: Espécie encontrada em 6 (seis) diferentes pontos de coleta,
ponto C3, C4, C5 (subárea sub1); D5 (subárea sub2); E4, E5 (subárea sub3) durante
a estação seca.
Distribuição: BA, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Cassano & Valentin (2001)
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C3, Cetrel 02.11
(ALCB 100393); estação C4, Cetrel 02.11 (ALCB 100406); estação C5, Cetrel 02.11
(ALCB 100421); estação D5, Cetrel 02.11 (ALCB 100458); estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100494); estação E5, Cetrel 02.11 (ALCB 100507).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
78
Chnoospora J. Agardh, 1847: 7
Talo ereto, parenquimatoso, crescendo em tufos, fixo ao substrato por meio
de um apressório discóide, com ramificação dicotômica. Região medular constituída
de células incolores e região cortical de células ricas em cloroplastos. Depressões
do talo com tufos de pêlos pluricelulares unisseriados.
Chnoospora minima (K. Hering) Papenf. Journal of South African Botany 22:
65-77. 1956.
Localidade tipo: África do Sul
Figuras: 15 G; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo ereto, formando tufos cilíndricos, comprimidos ou achatados, fixo ao
substrato por meio de um apressório discóide basal, ramificado dicotomicamente,
polidicotomicamente ou irregularmente. Região cortical do talo formado por 2-3
camadas de células e região medular com várias camadas de células.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E3
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: CE, BA, ES, RJ, SP, PR, SC, RS.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Nunes et al.
(1999); Nunes et al. (2001); Nunes & Paula (2002); Nunes & Paula (2004);
Figueiredo (2005)
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100480).
Colpomenia Derbér & Solier., 1851: 95
Talo com aspecto globoso, inteiro, oco, em forma de vesículas que crescem
isoladas ou em grupos. Células corticais pequenas e com cloroplastos, células
medulares grandes e incolores.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
79
Colpomenia sinuosa (Roth) Derbes & Solier. Algues. In: Supplément au
catalogue des plantes qui croissant naturellement aux environs de Marseille. pp. 93-
121. 1851.
Localidade tipo: "Inter Algas e mari Atlantico prope Gades" (Espanha)
Figuras: 15 H; ilustrações adicionais Nunes (1999).
Talo globoso, oco, lobado ou irregularmente expandido e de aspecto
cerebóide. Região cortical do talo composta por 1-2 camadas de células e região
medular constituída de 3-4 camadas de células. Pêlos pluricelulares dispostos em
tufos esparsos.
Comentários: Espécie encontrada em 4 (quatro) diferentes pontos de coleta,
ponto C3 (subárea sub1); D5 (subárea sub2); E4, E5 (subárea sub3) durante a
estação seca.
Distribuição: CE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, TR, RJ, SP, PR, SC, RS.
Citação para o litoral da Bahia: Joly et al. (1969); Martins et al. (1991);
Nunes (1998 a); Nunes (1999); Costa Jr. et al. (2002); Nunes & Paula (2002); Paula
et al. (2003); Nunes & Paula (2004); Figueiredo (2005); Santos (2010); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C3, Cetrel 02.11
(ALCB 100392); estação D5, Cetrel 02.11 (ALCB 100456); estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100493); estação E5, Cetrel 02.11 (ALCB 100505).
Rosenvingea Borgesen, 1914: 22
Talo ereto, parenquimatoso, fixo ao substrato por meio de um apressório
discóide basal, com ramos cilíndricos ou comprimidos e ramificação alterna a
subdicotômica. Região cortical com células pequenas e com cloroplastos, e região
medular com células grandes e incolores. Pêlos simples ou em soros localizados
irregularmente na superfície da fronde.
Rosenvingea orientalis (J. Agardh) Borgesen. Dansk Botanisk Arkiv 2(2): 68.
1914
Localidade tipo: Hab. in mari Indico ad Manillam (Filipinas)
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
80
Figuras: 15 I; ilustrações adicionais Nunes (1999) como (Rosenvingea
sanctae-crucis)
Talo parenquimatoso, cilíndrico, tubular, oco, com estipe curto, fixo ao
substrato por meio de um apressório discóide, com ramificação dicotômica irregular,
atenuada em direção aos ápices. Região cortical formada por 2 (duas) camadas de
células pequenas, e região medular constituída por 1 camada de células grandes.
Comentários: Espécie encontrada em 6 (seis) diferentes pontos de coleta,
ponto A4; C4, C5 (subárea sub1); D3, D5 (subárea sub2) durante a estação seca, e
ponto D3 (subárea sub2) durante a estação chuvosa.
Distribuição: AL, BA, ES, TJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1999); Nunes &
Paula (2002); Nunes & Paula (2004); Figueiredo (2005); Yoneshigue-Valentin et al.
(2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100378); estação C4, Cetrel 02.11 (ALCB 100407); estação C5, Cetrel 02.11
(ALCB 100423); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100438); estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100455); estação D3, Cetrel 08.11 (ALCB 100549).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
81
Figura 14: Hábito geral dos gêneros Canistrocarpus, Dictyopteris e Dictyota: (A)
Canistrocarpus cervicornis; (B) Dictyopteris delicatula;(C) D. Jolyana; (D) D. justii; (E) D.
polypodioides; (F) Dictyota mertensii; (G) Lobophora variegata. Escalas: 1 cm.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
82
Figura 15. Hábito geral dos gêneros Padina, Chnoospora, Colpomenia e
Rosenvingea: (A) Padina boergesenii; (B) Detalhe das camadas de células de P.
boergesenii; (C) P. gymnospora; (D) Detalhe das camadas de células de P.
gymnospora; (E) P. sanctae-crucis; (F) Detalhe das camadas de células de P. sanctae-
crucis; (G) Chnoospora minima; (H) Colpomenia sinuosa; (I) Rosenvingea orientalis.
Escalas: 1 cm
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
83
5.1.1.3. DIVISÃO RHODOPHYTA
Chave artificial dicotômica para a identificação dos gêneros da Divisão Rhodophyta
1A Talo inteiramente ou parcialmente calcificado....... .....................2
1B Talo não calcificado............................................... .....................5
2A Talo alternando regiões calcificadas
(intergenículos) e não calcificadas (genículos).....
.....................3
2B Talo inteiramente calcificado................................. ..Dotyophycus Pág. 90
3A Ramos com depressão apical............................... ...Tricleocarpa Pág. 89
3B Ramos sem depressão apical................................ ......................4
4A Células dos filamentos contíguos unidas por pits
secundárias...........................................................
........Amphiroa Pág. 86
4B Células dos filamentos contíguos unidas por
células de fusão.....................................................
...............Jania Pág. 87
5A Talo diferenciado em porção prostrada e porção
ereta......................................................................
......................6
5B Talo ereto a decubente, sem diferenciação de
uma região prostrada.............................................
......................7
6A Fixação ao substrato por meio de rizóides
multicelulares.........................................................
.....Ceramium Pág. 91
6B Fixação ao substrato por meio de rizóides
unicelulares com discos apicais.............................
...........Lejolisia Pág. 107
7A Talo polissifônico.................................................... ......................8
7B Talo não polissifônico............................................. ....................20
8A Nervura central presente........................................ ....................9
8B Nervura central ausente......................................... ..................10
9A Talo com 5 (cinco) células pericentrais, sendo a
região alar originada a partir de 4 (quatro) destas
células....................................................................
........Amansia
Pág. 96
9B Talo com 6-8 células pericentrais, região alar
originada de fileiras de células medulares e
corticais..................................................................
...........Vidalia
Pág. 102
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
84
10A Talo corticado......................................................... ..................11
10B Talo ecorticado ou apenas com corticação
rizoidal....................................................................
..................19
11A Talo com porção ereta e porção decubente......... .....Cottoniella Pág. 104
11B Talo inteiramente ereto.......................................... ..................12
12A Ramos cilíndricos estéreis que auxiliam na
fixação presente.....................................................
.....Wrightiella Pág. 103
12B Ramos cilíndricos que auxiliam na fixação
ausente..................................................................
..................13
13A Ramificação, radial................................................. ..................14
13B Ramificação distica, alterna dística dicotômica,
irregularmente dicotômica ou irregular...................
..................15
14A Sistema de pseudoramos laterais presente........... .......Dictyurus Pág. 93
14B Sistema de pseudoramos laterais inexistente........ .Heterodasya Pág. 98
15A Ramificação dicotômica, irregularmente
dicotômica ou irregular...........................................
..................16
15B Ramificação dística, alterna dística ou tristica...... ..................18
16A Células axiais dos filamentos centrais
perceptíveis ao longo do talo.................................
.........Hypnea Pág. 108
16B Células axiais dos filamentos centrais
imperceptíveis........................................................
..................16
17A Ramos laterais com estrutura polissifônica na
base e monossifônica no ápice..............................
Heterosiphonia Pág. 84
17B Ramos laterais com estrutura polissifônica da
base ao ápice.........................................................
..........Digenea Pág. 98
18A Talo com 6-9 células pericentrais......................... ..Bryothamnion Pág. 97
18B Talo com 2 (duas) células pericentrais............... ......Osmundea Pág. 100
19A Células rizoidais com conexão aberta.................. ...Polysiphonia Pág. 101
19B Células rizoidais com conexão fechada................ ....Neosiphonia Pág. 99
20A Nervura central presente....................................... ...Cryptonemia Pág. 112
20B Nervura central ausente........................................ ....................21
21A Talo pseudoparenquimatoso.................................. ....................22
21B Talo filamentoso..................................................... ....................23
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
85
22A Eixo principal cilíndrico, ramificado em râmulos
em forma de vesícula.............................................
....Botryocladia Pág. 116
22B Eixo principal cilíndrico a achatado, diferenciação
entre eixo principal e râmulos ausente, ou se
presente nunca em forma de vesículas.................
........Gracilaria
Pág. 111
23A Talo laminar........................................................... .......Halymenia Pág. 113
23B Talo cilíndrico a achatado...................................... ....................24
24A Ramificação unilateral, restrita ao ápice do talo... ..........Claudea Pág. 95
24B Ramificação alterna, dicotômica, subdicotômica,
irregular ou radial..................................................
....................25
25A Talo totalmente corticado...................................... ....................26
25B Talo ecorticado ou com corticação restrita............ ....................27
26A Região cortical composta por 1-3 camadas de
células pigmentadas e 2-4 camadas de células
maiores, globosas e ligeiramente alongadas........
......Agardhiella
Pág. 109
26B Região cortical formada apenas por 1-2 camadas
de células pigmentadas........................................
..Leptofauchea Pág. 115
27A Restrita aos nós dos ramos de última ordem......... ...........Spyridia Pág. 105
27B Corticação ausente ou restrita as partes próximas
a base do talo.......................................................
....................28
28A Filamentos monossifônicos unidos de forma a
apresentarem uma organização de rede
tridimensional........................................................
.....Haloplegma
Pág. 106
28B Talo formado com filamentos constituídos por
células grandes, esféricas a cilíndricas.................
.........Griffithsia Pág. 106
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
86
Amphiroa J.V. Lamour., 1812: 186.
Talo ereto ou decumbente, filamentoso, articulado alternando porções não
calcificadas (genículo) com porções calcificadas (intergenículo), fixo ao substrato por
meio de um apressório discóide basal, ramificado dicotômicamente,
tricotômicamente ou policotômicamente. Intergenículos cilíndricos a compressos,
constituídos região cortical pigmentada e região medular não pigmentadas. Região
medular arranjadas em fileiras transversais, com uma a duas fileiras de células
curtas alternadas com uma ou várias fileiras de células longas. Células dos
filamentos contíguos unidos por conexões celulares secundárias,
Amphiroa rigida J.V.Lamour. Hist. polyp. coll. p. 297, 1816
Localidade tipo: Mar Mediterrâneo
Figuras: 16 A; ilustrações adicionais vide Moura (2000).
Talo filamentoso, ereto, formando emaranhados frouxos a densos, fixo ao
substrato por meio de disco de fixação crostoso, ramificado irregularmente ou
dicotomicamente. Ramificações geralmente originadas a partir da bifurcação do
próprio intergenículo. Intergenículo cilíndrico, subcilíndrico ou achatado, região
cortical com 6-10 fileiras de células pequenas, em ângulo reto à medula. Região
medular composta por 2 (duas) fileiras de células longas alternadas com 1 (uma)
fileira de células curtas.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN. FN, PB, AL, BA, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Moura (2000); Nunes (2005
a); Lyra et al. (2007); Marins et al. (2008); Alves (2009); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100460).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
87
Jania J.V. Lamour., 1812: 186
Talo ereto ou decumbente, filamentoso, articulado alternando porções não
calcificadas (genículo) com porções calcificadas (intergenículo), fixo ao substrato por
meio de um disco de fixação diminuto, ramificado dicotômicamente, irregularmente
ou de forma pinada. Intergenículos cilíndricos a compressos, com região cortical
pigmentada, região medular não pigmentada, com 1-20 (-40) fileiras de células
curtas. Células dos filamentos contíguos unidos por células de fusão.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Jania
1A Talo com ramificação dicotômica ou irregular, com
intergenículos cilíndricos.............................................................
...J. adhaerens
1B Talo com ramificação dicotômica e pinada, com disposição
verticilata ou não, e intergenículos cilíndricos a levemente
espatulados ou achatados...........................................................
.....................2
2A Ramificação dicotômica, pinada e com disposição verticilata,
intergenículo cilíndrico a levemente espatulado, às vezes
alargados na porção apical.........................................................
.....J. cubensis
2B Ramificação dicotômica no eixo principal e pinada nos ramos
laterais, intergenículo cilíndrico a achatado, com ápice
truncado.......................................................................................
......J. subulata
Jania adhaerens J.V.Lamour. Histoire des polypiers coralligènes flexibles,
vulgairement nommés zoophytes. pp. [i]-lxxxiv, chart, [1]-560. 1816.
Localidade tipo: Mar Mediterrâneo
Figuras: 16 B; ilustrações adicionais vide Moura (2000).
Talo filamentoso, ereto, formando emaranhados densos, fixo ao substrato por
meio de disco de fixação diminuto, ramificado dicotomicamente ou irregularmente.
Intergenículo cilíndrico a cilíndrico alongado, região cortical delgada, 1-2 fileiras de
células pequenas, quadráticas a alongadas, recorberta externamente por células
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
88
epiteliais alongadas e cutícula delgada. Região medular composta por 4-6 fileiras de
células longas.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E3,
durante a estação seca.
Distribuição: MA, PI, CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR, RJ, SP, PR,
SC, RS.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1998 b); Nunes et
al. (1999); Moura (2000); Nunes et al. (2001); Lucio & Nunes (2002); Figueiredo
(2005); Nunes (2005 a); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Lyra et al. (2007); Marins
et al. (2008); Santos (2010); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100486).
Jania cubensis Mont. ex. Kutz. Species algarum. pp. [i]-vi, [1]-922. 1849.
Localidade tipo: Cuba
Figuras: 16 C; ilustrações adicionais vide Moura (2000) como Haliptilon
cubense.
Talo filamentoso, ereto, formando emaranhados densos a esparsos, fixo ao
substrato por meio de disco de fixação diminuto, com ramificação dicotômica, pinada
e não raro com disposição verticilata. Intergenículo cilíndrico a levemente
espatulado, às vezes alargados na porção apical devido à saída de ramos
adventiceos do ápice, com região cortical composta por 1-2 fileiras de células
pequenas, retangulares a quadráticas, dispostas obliquamente em relação a medula.
Região medular composta por 4-6 fileiras de células alongadas.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) pontos de coleta, ponto A4
durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR, RJ, SP, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Moura (2000); Nunes (2005 a); Yoneshigue-
Valentin et al. (2006); Marins et al. (2008); Santos (2010); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100384).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
89
Jania subulata (J.Ellis & Solander) Sond. Algae L. Agardh. In: Plantae
Preissianae sive enumeratio plantarum quas in Australasia occidentali et meridionali-
occidentali annis 1838-1841 collegit Ludovicus Preiss. (Lehmann, C. Eds) Vol. 2, pp.
148-160. 1846.
Localidade tipo: West Indies
Figuras: 16 D; ilustrações adicionais vide Moura (2000) como Haliptilon
subulatum.
Talo filamentoso, ereto, formando emaranhados densos, fixo ao substrato por
meio de disco de fixação diminuto, com ramificação dicotômica no eixo principal e
pinada nos ramos laterais. Intergenículo achatados a cilíndrico, com ápice truncado,
com região cortical composta por 1-2 fileiras de células pequenas, retangulares a
quadráticas, dispostas obliquamente em relação a medula. Região medular
composta por 4-5 fileiras de células alongadas.
Comentários: Espécie encontrada em 3 (três) diferente pontos de coleta,
ponto C4 (subárea sub1) durante a estação seca; e pontos A4 e C4 (subárea sub1)
durante a estação chuvosa.
Distribuição: MA, PI, CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, TR, RJ, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1998 b); Nunes et
al. (1999); Moura (2000); Nunes et al. (2001); Costa Jr. et al. (2002); Lucio & Nunes
(2002); Nunes (2005
a); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Lyra et al. (2007); Marins et al. (2008);
Santos (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100413); estação A4, Cetrel 08.11 (ALCB 100517); estação C4, Cetrel 08.11
(ALCB 100536).
Tricleocarpa Huisman & Borowitzka, 1990: 164
Talo ereto, achatado ou cilíndrico, calcificado, fixo ao substrato por meio de
um disco de fixação. Região cortical do talo constituída por células unidas
firmemente formando uma nítida epiderme, e região medular constituída por
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
90
filamentos delgados, a partir dos quais se origina a região cortical. Pericarpo de
filamentos estéreis que se desenvolvem a partir da célula basal do ramo carpogonial,
filamentos estereis ou paráfises, projetadas na cavidade do pericarpo, ausência de
fusões laterais entre as células corticais no gametófito e tetrasporofitos
heteromórficos.
Tricleocarpa fragilis (L.) Huisman & R.A. Towns. Journal of the Linnean
Society of London, Botany 113: 95-101. 1993.
Localidade tipo: “Oceano Americano” (Jamaica)
Figuras: 16 E; ilustrações adicionais vide Huisman & Borowitzka (1990) como
Tricleocarpa oblongata.
Talo filamentoso, ereto, calcificado, fixo ao substrato por meio de um disco de
fixação, ramificado sub-dicotômicamente. Eixos cilíndricos com região cortical
externa composta por 3-4 camadas de células, região cortical interna composta por
2-3 camadas de células.
Comentários: Espécie encontrada em 1(um) ponto de coleta, ponto E3
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: CE, FN, BA, AB, ES, TR, RJ, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Costa Jr. et al. (2002); Figueiredo (2005);
Nunes (2005 a); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Lyra et al. (2007); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100488).
Dotyophycus I.A. Abbott, 1976: 125
Talo filamentoso, ereto, calcificado, ramificado subdicotomicamente e com
eixos cilíndricos a comprimidos. Filamentos corticais ou assimilatorios com células
delgadas e alongadas nas regiões jovens, obovadas e clavadas nas regiões mais
antigas, filamentos medulares delgados, aumentando de diâmetro nas partes mais
antigas do talo.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
91
Dotyophycus pacificum I.A. Abbott. Phycologia 15: 125-132. 1976.
Localidade tipo: Hawaiian Islands
Figuras: 16 F; Ilustrações adicionais vide Nunes (2011).
Talo filamentoso, ereto, levemente calcificado no ápice e fortemente
calcificado na base, fixo ao substrato por meio de filamentos rizoidais que se
originam a partir do interior das células corticais, ramificado dicotomicamente ou
subdicotomicamente. Filamentos corticais com células cilíndricas na porção mais
interna e infladas na porção mais externa, filamentos medulares com calcificação em
torno do núcleo medular evidente, 12-25 µm diametro nas porções mais antigas e 9-
17 µm diametro nas porções mais novas.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E4
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: BA.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a); Nunes (2005 b); Nunes
(2011).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100498).
Ceramium Roth, 1797: 146.
Talo geralmente com uma porção prostrada e uma ereta, filamentoso,
unisseriado, fixo ao substrato por rizóides multicelulares originados a partir de uma
célula periaxial ou outra célula cortical, de onde partem ramos eretos, pouco ou
muito ramificados, com ramificação alterna, subdicotômica, unilateral ou irregular.
Talo com corticação de origem nodal, podendo ser restrita à região dos nós,
cobrindo parcialmente as células axiais. Pêlos hialinos, células glandulares e
espinhos presentes ou ausentes.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
92
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Ceramium
1A Células pericentrais de formato triangular, cada uma delas
com 2 (duas) células acrópetas filhas.........................................
...........C. codii
1B Células pericentrais com formato rombóide, cada uma delas
com 2 (duas) células acrópetas e 2 (duas) células basípetas....
C. luetzelburgii
Ceramium codii (H.Richards) Mas. Bulletin de la Société de l'Histoire
naturelle de l'Afrique du Nord 29: 317-331. 1938.
Localidade tipo: Bermuda
Figuras: vide Nunes et al. (2008).
Talo filamentoso, predominantemente prostrado, fixo ao substrato por meio de
rizóides unicelulares. Região prostrada ramificada irregularmente com eixos
unilaterais que partem a partir das células pericentrais. Região ereta apresentando
ápice reto; nó com 22-40 μm de diâmetro e 8-24 μm de altura; célula axial com 11-22
μm de diâmetro e 11-46 μm de comprimento. Desenvolvimento nodal através de 4
(quatro) células pericentrais, de formato triangular, que se dividem em 2 (duas)
células acrópetas filhas. Nó formado por 2 (duas) camadas de células.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: RN, FN, PE, ES, RJ, SP, PR.
Citação para o litoral da Bahia: Marins et al. (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100462).
Ceramium luetzelburgii O.C. Schmidt. Hedwigia 65: 85-100. 1924.
Localidade tipo: Brasil
Figuras: vide Nunes et al. (2008).
Talo filamentoso, predominantemente prostrado, fixo ao substrato por meio de
rizóides unicelulares. Região prostrada ramificada irregularmente com eixos
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
93
unilaterais partindo das células pericentrais; nó com 38-48 μm de diâmetro e 14-25
μm de altura; célula axial com 13-26 μm de diâmetro e 21-32 μm de comprimento.
Região ereta com ramificação irregular a unilateral, apresentando ápice reto.
Desenvolvimento nodal através de 4-5 células pericentrais com formato rombóide,
cada uma delas com 2 (duas) células acrópetas e 2 (duas) células basípetas. Nó
formado po 4-5 camadas de células.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, BA, ES, RJ, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Marins et al. (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100463).
Dictyurus Bory de Saint-Vincent in Bélanger & Bory, 1834: 170
Talo ereto, com eixo decubente, ramificado radialmente, com porções
superiores semelhantes a folhas plumosas. Eixos de crescimento indeterminado,
ligeiramente comprimidos, com estrutura polissifônica com 4 (quatro) células
pericentrais, corticado, produzindo sistemas de ramos pseudolaterais em todos os
segmentos. Ramos pseudolaterais constituído por células pigmentadas, com
estrutura polisifônica na região basal e mediana do talo, e monosifônica na região
apical, desenvolvendo-se de forma interligada, formando uma estrutura semelhante
a redes.
Dictyurus occidentalis J.Agardh. Vetenskaps-Adademiens Förhandlingar,
Stockholm 4: 5-17. 1847.
Localidade tipo: México
Figuras: 17 A; Ilustrações adicionais vide Joly et. al. (1965).
Talo ereto, cilíndrico, com vários eixos de crescimento indeterminado, fixo ao
substrato por meio de um apressório rizoidal. Eixos axiais densamente corticados,
ramificados irregularmente e radialmente na porção basal do talo, e sem ramificação
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
94
na porção distal. Ramos de segunda ordem ecorticados, formando uma rede
tridimensional de filamentos, dispostos de maneira a formar uma estrutura
prismática, simetricamente disposta ao redor do eixo axial, apenas na porção distal
do talo.
Comentários: Espécie encontrada em 4 (quatro) diferentes pontos de coleta,
ponto C4 (subárea sub1); D3, D5 (subárea sub2); durante a estação seca, e pontos
C5 (subárea sub1) durante a estação chuvosa.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Figueiredo (2005); Nunes
(2005 a); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100409); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100439); estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100467); estação C5, Cetrel 08.11 (ALCB 100544).
Heterosiphonia Mont., 1842: 4
Talo ereto ou parciamente prostrado, ramificado alternadamente,
subdicotomicamente ou irregularmente, de aparência plumosa. Eixos de crescimento
inderteminado achatados, com estrutura polissifônica, e produzindo alternadamente
sistemas de ramos pseudolaterais em intervalos de 2-9 segmentos. Ramos
pseudolaterais pigmentados, com estrutura monosifônica, exceto no segmento basal
que apresenta estrutura polisifônica. Eixos maduros com ou sem corticação rizoidal.
Heterosiphonia gibbesii (Harv.) Falkenb. Fauna und Flora des Golfes von
Neapel, Monographie 26. pp. i-xvi, 1-754. 1901.
Localidade tipo: Não identificada
Figuras: 17 B; ilustrações adicionais vide Cordeiro-Marino (1978).
Talo ereto, arbustivo, fixo ao substrato a partir de um apressório rizoidal, com
ramificações alternas a irregulares, apenas em um plano de divisão. Ramos de
crescimento indeterminado, polissifônicos, com corticação expessa na base e
delgada em direção aos ápices. Ramos de crescimento determinado com
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
95
ramificações pseudodicotômicas, monossifônicos próximo aos ápices e
polissifônicos nas bases.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferente pontos de coleta,
ponto C5 (subárea sub1); D3 (subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, PB, PE, BA, AB, ES, RJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes et al. (1999); Nunes et al. (2001);
Nunes (2005 a); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C5, Cetrel 02.11
(ALCB 100426); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100441).
Claudea J.V.Lamour. 1813: 121
Talo ereto, curvo, com diâmetro reduzindo gradualmente em direção ao ápice,
fixo ao substrato a partir de um apressório rizoidal. Porção ereta desprovida de
ramos laterais, e porção curva com fronde unilateral, uniformemente distribuido em
um plano, colocada quase em angulo reto sobre o eixo principal. Fronde formada por
eixos de segunda e terceira ordem, organizada de maneira a formar uma estrutura
semelhante a uma rede.
Claudea elegans J.V.Lamour. Annales du Muséum d'Histoire Naturelle, Paris
20: 21-47, 115-139, 267-293. 1813
Localidade tipo: "Nouv. Holl."
Figuras: 16 C; ilustrações adicionais Joly et al. (1978)
Talo ereto fixo ao substrato a partir de um apressório rizoidal, com eixos que
formam fronde unilateral de margem denteada em forma de rede. Eixos axiais
cilíndricos, densamente corticados e com ramificação ausente ou quando presente
irregular e em todos os planos de divisão. Ramos de primeira ordem corticados, com
várias séries de células, e com ramificações que originam uma rede monostromática.
Ramos de segunda ordem com eixos ecorticados e unisseriados.
Comentários: Espécie encontrada em 5 (cinco) diferentes pontos de coleta,
ponto A4; C4 (subárea sub1); D4 (subárea sub2); E4, E5 (subárea sub3) durante a
estação seca.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
96
Distribuição: PE, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100380); estação C4, Cetrel 02.11 (ALCB 100408); estação D4, Cetrel 02.11
(ALCB 100446); estação E4, Cetrel 02.11 (ALCB 100497); estação E5, Cetrel 02.11
(ALCB 100508).
Amansia J.V. Lamour., 1809: 332.
Talo ereto, filamentoso, polissifônico, em forma de fita, com nervura central
evidente ou pouco distinta, fixo ao substrato por um apressório discóide ou por um
sistema rizomatoso basal. Internamente talo formado por 5 (cinco) células
pericentrais, sendo que 4 (quatro) das pericentrais são responsáveis pela formação
das “alas” ou “asas” de cada lado da nervura. Alas laterais não corticadas, com
margem regularmente ou irregularmente denteadas.
Amansia multifida J.V. Lamour. Nouveau Bulletin des Sciences, par la
Société Philomathique de Paris 1: 330-333. 1809
Localidade tipo: República Dominicana
Figuras: 17 D; ilustrações adicionais Pereira (1977).
Talo ereto, achatado na proção media e apical, e cilíndrico na porção basal,
fixo ao substrato por meio de um apressório diminuto, com nervura mediana
presente e ramificação alterna. Ramos curtos, com ápice enrolado e bordas
denteadas, e estrutura polissifônica com 6 (seis) células pericentrais. Ramos laterais
apresentando 5-6 celulas pericentrais e 2 (duas) camadas de células grandes, sem
corticação na porção alar.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E4
(subárea sub3); durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (2001); Lucio &
Nunes (2002); Nunes (2005 a); Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Lazaro (2007);
Lyra et al. (2007).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
97
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100496).
Bryothamnion Kütz. 1843: 433.
Talo ereto, filamentoso, polissifônico, com ramos recobertos por râmulos,
dística ou tristicamente dispostos, simples ou bi/tri/polifurcados, fixos ao substrato
por meio de um apressório fibroso. Eixo principal cilíndrico, triangular ou achatado,
formado por 6-9 células pericentrais, obscurecidas pela formação de uma medula
pseudoparenquimatosa e da corticação.
Bryothamnion seaforthii (Turner) Kutz. Phycologia generalis: 433. 1843
Localidade tipo: Barbados
Figuras: 17 E; ilustrações adicionais Joly (1965).
Talo ereto fixo ao substrato por meio de um apressorio discóide basal,
ramificado, recobertos por ramos de crescimento determinado, de disposição dística.
Eixos principais cilíndricos na região basal e achatados na região média e apical,
com estrutura polisifônica, 9 (nove) células pericentrais, e de corticação
pseudoparenquimatosa. Células com paredes espessadas, especialmente as mais
internas e as corticais externas.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
ponto D5 (subárea sub2) durante a estação seca, e ponto C4 (subárea sub1)
durante a estação chuvosa.
Distribuição: MA, CE, RN, FN, PB, PE, BA, AB, ES, RJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999); Nunes
et al. (2001); Lucio & Nunes (2002); Nunes (2005 a); Lazaro (2007); Lyra et al.
(2007); Marins et al. (2008); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100461); estação C4, Cetrel 08.11 (ALCB 100532).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
98
Digenea C.Agardh, 1822: 388
Talo ereto, com estrutura polissifônica, com poucos ramos inderteminados no
eixo principal, recobertos por ramos laterais curtos de crescimento determinado. Talo
corticado ou ecorticado, ramificado ou não, com células pericentrais muitas vezes
obscurecidos pelo córtex do eixo primário.
Digenea simplex (Wulfen) C. Agardh. Species algarum, v. 1: 389. 1822.
Localidade tipo: Mar Adriático, Itália
Figuras: 17 F; ilustrações adicionais Pereira (1977).
Talo ereto, crescendo em tufos, fixo ao substrato por meio de um apresório
discóide, ramificado irregularmente. Eixos principais cilíndricos, revestidos por
râmulos curtos, filiformes e não ramificados, presentes apenas nas porções
superiores. Porções mais velhas do talo com córtex e com estrutura polissifônica
com 8 (oito) células pericentrais evidente, porções mais novas ecorticada.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, ES, TR.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999); Nunes
et al. (2001); Costa Jr. et al. (2002); Lucio & Nunes (2002); Nunes (2005 a); Lyra et
al. (2007); Lazaro (2007); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100468).
Heterodasya Joly & Oliveira 1966: 118.
Talo ereto, cilíndrico a achatado, formando tufos isolados, aderido ao
substrato através de apressório discóide, ramificado irregularmente, com disposição
radiada dos ramos. Organização uniaxial 4-5 células pericentrais nos eixos
principais. Eixos principais com râmulos ramificados de estrutura monossifônica.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
99
Heterodasya mucronata (Harv.) M.J. Wynne. Nova Hedwigia 129: 1-152.
2005.
Localidade tipo: Não identificada
Figuras: 17 G; ilustrações adicionais Schneide & Searles (1991) como
Micropeuce mucronata.
Talo cilindrico, aderido ao substrato através de apressório discóide. Eixos de
crescimento indeterminado corticados, com ramificações irregulares, alternas,
dispostas radialmente, mais concentradas nos ápices. Ramos de crescimento
determinado ecorticados desde a base, ramificados pseudodicotomicamente e
apresentando ápices em forma de acúleos.
Comentários: Espécie encontrada em 7 (sete) diferentes pontos de coleta,
ponto C4, C5 (subárea sub1); D4, D5 (subárea sub2); E4 (subárea sub3) durante a
estação seca, e ponto C5 (subárea sub1); E4 (subárea sub3) durante a estação
chuvosa.
Distribuição: BA, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100412); estação C5, Cetrel 02.11 (ALCB 100425); estação D4, Cetrel 02.11
(ALCB 100448); estação D5, Cetrel 02.11 (ALCB 100469); estação E4, Cetrel 02.11
(ALCB 100500); estação C5, Cetrel 08.11 (ALCB 100546); estação E4, Cetrel 08.11
(ALCB 100563).
Neosiphonia Kim & Lee, 1999: 272.
Talo ereto ou decumbente, com estrutura polissifônica, fixo ao substrato por
disco basal ou por um sistema basal prostrado, com ramos organizados radialmente,
ramificação subdicotômica, a irregular. Talo cilíndrico, formado por 4-9 células
pericentrais, ecorticadas ou com corticação rizoidal, rizóides unicelulares ou
multicelulares, com extremidades simples ou digitadas, sempre originados em
conexão fechada.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
100
Neosiphonia ferulacea (Suhr ex. J. Agardh) S.M. Guimarães & M.T. Fujii
Revista Brasileira de Botânica 27: 163-183. 2004.
Localidade tipo: Costa Atlântica do México
Figuras: vide Nunes (2005 a); Cordeiro-Marino (1978).
Talo com sistema basal prostrado reduzido, fixo por numerosos rizóides
proximais, a partir do qual se originam eixos eretos de crescimento inderteminados.
Eixos prostados ecorticados, com segmentos duas vezes mais largos que longos em
toda a extenção do eixo, com 4 (quatro) células pericentrais. Eixos eretos com
ramificação alterna, com segmentos duas vezes mais largos que longos, com
tricoblastos e cicatrizes dos tricoblastos raros. Ramos substituindo tricoblastos na
sequencia de desenvolvimento do ápice.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto A4
durante a estação seca.
Distribuição: MA, CE, RN, PB, PE, BA, ES, RJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (2005 a);
Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Marins et al. (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100385).
Osmundea Stackhouse 1809: 56, 79, 80
Talo ereto, plano a alongado, polissifônico, fixo ao substrato por meio de um
apressório basal, com ramificação dística a alterna distica. Talo composto por 2
(duas) células pericentrais, região cortical formada por células pequenas e alongada,
e região medular composta por células esféricas grandes.
Osmundea lata (M. Howe & W.R. Taylor) Yonesh., M.T. Fujii & Gurgel.
Phycologia 42: 301-307. 2003.
Localidade tipo: Brasil
Figuras: vide Nunes (2005 a); Yoneshigue-Valentin et al. (2003).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
101
Talo ereto, comprimido, exceto próximo a base, fixo ao substrato por meio de
um apressório basal, com ramificação dística a alterna dística, com últimos ramos
subcilíndricos. Região cortical com 2 (duas) camadas de células alongadas, e região
medular composta por células grandes e levemente comprimidas. Cada segmento
axial dá origem a 2 (duas) células pericentrais.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E4
(subárea sub3) durante a estação chuvosa.
Distribuição: BA, ES, RJ, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E4, Cetrel 08.11
(ALCB 100564).
Polysiphonia Greville, 1823: 309.
Talo ereto ou decubente, cilíndrico, polissifônico, fixo por rizóides formados
pelo prolongamento de uma célula pericentral ventral nos ramos decumbentes. Talo
ecorticado ou com corticação rizoidal, e com ramos organizados radialmente ou mais
raramente de maneira dorsiventral, sempre originados em conexão aberta.
Polysiphonia subtilissima Mont. Annales des Sciences Naturelles,
Botanique, Seconde Série 13: 193-207. 1840.
Localidade tipo: Guiana Francesa
Figuras: vide Nunes (2005 a); Guimarães et al. (2004).
Talo ereto, filamentoso, com sistema de fixação prostrado bem desenvolvido,
com rizóides uni ou multicelulares proximais em relação à origem ou no centro da
célula, sendo que os rizóides são prolongamentos das células pericentrais (conexão
aberta). Ramos ereto ecorticados, constituídos internamente por quatro células
pericentrais em toda sua extensão, diminuindo gradativamente de diâmetro em
direção ao ápice.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
102
Comentários: Espécie encontrada em 7 (sete) diferentes pontos de coleta,
ponto C3, C5 (subárea sub1); D3, D4, D5 (subárea sub2); E4, E5 (subárea sub3)
durante a estação seca.
Distribuição: MA, CE, RN, PE, SE, BA, ES, TR, RJ, SP, PR, SC, RS.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Lucio & Nunes (2002);
Nunes (2005 a); Lyra et al. (2007); Marins et al. (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C3, Cetrel 02.11
(ALCB 100397); estação C5, Cetrel 02.11 (ALCB 100427); estação D3, Cetrel 02.11
(ALCB 100442); estação D4, Cetrel 02.11 (ALCB 100449); estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100471); estação E4, Cetrel 02.11 (ALCB 100501); estação E5, Cetrel 02.11
(ALCB 100510).
Vidalia J.V.Lamour. ex J.Agard., 1863: 1117
Talo ereto a decubente, fixo ao substrato por meio de apressório basal ou
filamentos rizoidais. Margem do talo denteada a serrilhada, com ramificação
irregular, pinada a alterna. Região alar do talo corticada, com nervura central
presente, nervuras laterais presentes ou ausentes. Talo organizado
dorsoventralmente, com ápice dos ramos enrolados. Células pericentrais em número
de 5 (cinco).
Vidalia obtusiloba (C.Agardh) J. Agardh. Species genera et ordines algarum,
seu descriptiones succinctae specierum, generum et ordinum, quibus algarum
regnum constituitur. Volumen secundum: algas florideas complectens. Part 2, fasc. 3.
pp. 787-1138, 1158-1291. 1863.
Localidade tipo: Brasil.
Figuras: 17 H; ilustrações adicionais Pereira (1977).
Talo foliáceo, ereto, com lâminas achatadas, com nervura na porção basal,
aderido ao substrato através de apressório discóide. Frondes com ramificação
irregular, com ápices enrolados, margens serrilhadas e dentículos em disposição
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
103
alterna. Talo composto por 6-8 células pericentrais, e 7-9 camadas celulares, sendo
1 (uma) camada de células corticais diminutas e 5-7 camadas de células medulares.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
ponto A4 durante a estação seca, e ponto A4 durante a estação chuvosa.
Distribuição: MA, CE, RN, FN, PB, PE, AL, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999); Lucio &
Nunes (2002); Nunes (2005 a); Nunes (2005 b); Lazaro (2007); Lyra et al. (2007).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100387); estação A4, Cetrel 08.11 (ALCB 100510).
Wrightiella F.Schmitz, 1893: 221
Talo ereto fixo ao substrato por meio de filamentos rizoidais. Talo cilíndrico,
com estrutura polissifônica composta por 4 (quatro) células pericentrais, com córtex
denso na região basal, recoberto por ramos curtos espinescentes, ramificado
irregularmente e radialmente. Eixo axial com ramos espinescentes não ramificados,
dispostos espiraladamente e ocorrendo aos pares.
Wrightiella tumanowiczii (Gatty ex. Harv.) F. Schmitz. Berichte der deutsche
botanischen Gesellschaft 11: 212-232. 1893.
Localidade tipo: Não identificada
Figuras: 17 I, ilustrações adicionais Oliveira-Filho (1969).
Talo ereto, cilíndrico, recoberto por ramos curtos espinescentes, ramificado
irregularmente e radialmente. Porção basal formando expansões, e com ramos
cilíndricos, que aumentam os pontos de fixação ao substrato. Eixo axial com 4
(quadro) células pericentrais em toda a sua extensão, com corticação densa e ramos
espinescentes não ramificados, dispostos espiraladamente e ocorrendo aos pares.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2); durante a estação seca.
Distribuição: RN, BA, ES, RJ, AB.
Citação para o litoral da Bahia: Taylor (1931); Oliveira-Filho (1974); Nunes
(2005).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
104
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100473).
Cottoniella Borgesen, 1919: 221
Talo filamentoso, delicado, flácido, constituído por filamentos finos,
organizado em porção decubente e porção ereta, fixo ao substrato por meio de
rizóides. Porção rizomatosa, irregularmente bifurcada, com 4 (quatro) celulas
pericentrais, igualmente desenvolvidas, revestindo o eixo central. Filamentos eretos
cilíndricos ou ligeiramente achatados, com 4 (quatro) células pericentrais, sendo que
as 2 (duas) células laterais produzem cada qual 2 (duas) células corticais, ramificado
alternadamente a irregularmente e com râmulos filamentosos, unisseriados, não
ramificados, mais ou menos curvados, que nascem todos de um só lado.
Cottoniella filamentosa (M. Howe) Borgesen. Dansk Botanisk Arkiv 3: 369-
498. 1920.
Localidade tipo: Florida, E.U.A
Figuras: vide Bouzon (1989).
Talo filamentoso, apresentando eixo prostrado corticado e bem desenvolvido,
mas predominantemente ereto, fixo ao substrato através de rizóides multicelulares
com extremidades simples ou digitadas, formando hápteros. Ramos ereto
ecorticados, ramificação pseudodicotomica à irregular, portando 4 (quatro) células
pericentrais. Ramos de última ordem dispostos unilateralmente, ecorticados,
unisseriados e monossifônicos. Râmulos aumentam de comprimento gradativamente
quanto mais distante dos ápices.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: BA, AB, ES, SC, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (2005 a);
Yoneshigue-Valentin et al. (2006); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estaçãoD5, Cetrel 02.11
(ALCB 100464).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
105
Spyridia Harv. in Hook. 1833: 136.
Talo ereto, filamentoso, unisseriado, cilíndrico, densamente ramificado de
maneira alterna subdicotomica a irregular. Ramos de crescimento indeterminado,
apresentando corticação completa, de origem nodal, recobertos por râmulos de
crescimento determinado simples, de corticaçao restrita aos nós.
Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook. Cryptogamia. Vol. V, Part I.
Comprising the Mosses, Hepaticae, Lichens, Characeae and Algae. pp. 263-265,
265-266, 326-389, 389-405. 1833.
Localidade tipo: Mar Adriático
Figuras: 18 A; ilustrações adicionais Cordeiro-Marino (1978).
Talo filamentoso, ramificado irregularmente, recoberto por ramos de segunda
ordem não ramificados e dispostos radialmente. Ramos de crescimento
indeterminado apresentando corticação completa por células retangulares, 100 - 260
μm de diâmetro. Ramos de crescimento determinado com corticação restrita aos
nós, 35-38 μm de diâmetro e ápices em forma de acúleo não recurvado.
Comentários: Espécie encontrada em 10 (dez) diferente pontos de coleta,
ponto A4; C3, C4, C5 (subárea sub1); D3, D4, D5 (subárea sub2) durante a estação
seca, e ponto D3 (subárea sub2); E3, E4 (subárea sub3) durante a estação chuvosa.
Distribuição: MA, CE, RN, PB, PE, BA, AB, ES, RJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999); Nunes
et al. (2001); Figueiredo (2005); Nunes (2005 a); Marins et al. (2008); Santos (2010);
Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100386); estação C3, Cetrel 02.11 (ALCB 100398); estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100414); estação C5, Cetrel 02.11 (ALCB 100428); estação D3, Cetrel 02.11
(ALCB 100443); estação D4, Cetrel 02.11 (ALCB 100450); estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100472); estação D3, Cetrel 08.11 (ALCB 100551); estação E3, Cetrel 08.11
(ALCB 100556); estação E4, Cetrel 08.11 (ALCB 100565).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
106
Griffithsia C. Agardh, 1817: 28.
Talo ereto a decumbente, filamentoso, monossifônico, com filamentos
constituídos por células grandes, esféricas a cilíndricas, fixo ao substrato por rizóides
uni- ou multicelulares, ramificado subdicotomicamente ou tricotomicamente, às
vezes unilateralmente. Ramos adventício e anastomoses entre os ramos, presente
ou ausente e corticação do talo ausente ou restrita a região próxima à base do talo.
Griffithsia globulifera Harv. ex. Kutz. Abbildungen der Tange. Vol. 12 pp. i-iv,
1-30. 1862.
Localidade tipo: Nova York, E.U.A
Figuras: vide Schneider & Searles (1991).
Talo constituído por células esféricas na região apical e células alongadas na
região basal, com constrições regulares, aderido ao substrato através de rizóides
cilíndricos, com 60-650 μm de diâmetro, evidentes e desenvolvidos que se originam
em uma célula basal. Células com 2,0-3,0 μm de diâmetro e 300-800 μm de altura.
Célula apical pode apresentar uma grande diferança de tamanho em relação às
outras células.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E5
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: PE, BA.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E5, Cetrel 02.11
(ALCB 100509).
Haloplegma Mont., 1842: 258.
Talo achatado, robusto, filamentoso, monossifônico, em forma de fita e de
textura esponjosa, dividido em lobos de maneira irregular, alterna ou
subdicotomicamente. Filamentos monossifônicos, que se unem de forma a
apresentarem uma organização de rede tridimensional.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
107
Haloplegma duperreyi Mont. Botanique. Plantes cellulaires. In: Histoire
physique, politique et naturelles de l'île de Cuba. (Sagra, R. De La Eds) Vol. 11, pp. i-
x, 1-549. 1842.
Localidade tipo: West Indies
Figuras: 18 B; ilustrações adicionais Womersley (1998)
Talo achatado, fixo ao substrato por meio de um apressório discóide,
ramificado irregularmente, com ápices arredondados e bordas jovens denteadas.
Fronde formada por uma rede tridimendional de filamentos paralelos unisseriados,
pseudodicotomicamente ramificados, constituídos nas partes mais jovens por 7-8
células, e nas partes mais antigas não é possível observar o padrão de formação da
rede. Nas porções mais antigas do talo, observa-se a formação de camada cortical.
Comentários: Espécie encontrada em 11 diferentes pontos de coleta, ponto
A4; C4, C5 (subárea sub1); D3, (subárea sub2); E3, E4 (subárea sub3) durante a
estação seca, e ponto A4; C4, C5 (subárea sub1); D3 (subárea sub2); E4 (subárea
sub3) durante a estação chuvosa.
Distribuição: CE, RN, PB, PE, AL, BA, AB, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (2001); Nunes
(2005 a); Lyra et al. (2007); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100382); estação C4, Cetrel 02.11 (ALCB 100410); estação C5, Cetrel 02.11
(ALCB 100424); estação D3, Cetrel 02.11 (ALCB 100440); estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100484); estação E4, Cetrel 02.11 (ALCB 100499); estação A4, Cetrel 08.11
(ALCB 100516); estação C4, Cetrel 08.11 (ALCB 100535); estação C5, Cetrel 08.11
(ALCB 100545); estação D3, Cetrel 08.11 (ALCB 100550); estação E4, Cetrel 08.11
(ALCB 100562).
Lejolisia Bornet, 1859: 91
Talo prostado ou ereto, polissifônico, fixo ao substrato por rizóides
multicelulares com pequenos discos de fixação nas extremidades. Porção prostrada
ramificada ou simples, e porção ereta ecorticada. Estrutura polissifônica com 3 (três)
células pericentrais
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
108
Lejolisia mediterranea Bornet. Annales des Sciences Naturelles, Botanique,
Quatrième série 11: 88-92. 1859.
Localidade tipo: França
Figuras: vide Nunes (2005 a); Oliveira-Filho (1969).
Talo filamentoso, unisseriado, ecorticado, simples ou ramificado. Porção
prostrada fixa ao substrato por rizóides multicelulares com pequenos discos de
fixação nas extremidades, células com 40-90 μm comprimento X 16-22 μm diametro.
Porção ereta geralmente ramificada, em ângulo reto com o eixo prostrado, células
com 50-100 μm comp. x 8-15 μm diam.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: BA, ES.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100470).
Hypnea J.V. Lamour. 1813: 131.
Talo ereto, cilíndrico ou achatado, crescendo isolada ou emaranhada,
filamentoso ou pseudoparenquimatoso, com eixo central percurrente ou escurrente,
com ramificação radial e irregular. Filamento de células axiais perceptíveis ao longo
de todo o talo, região cortical formada por 1-3 camadas de células, pequenas e
pigmentadas e região medular composta por células grandes, arredondadas a ovais.
Hypnea spinella (C.Agardh) Kutz. Botanische Zeitung 5: 1-5, 22-25, 33-38,
52-55, 164-167, 177-180, 193-198, 219-223. 1847.
Localidade tipo: West Indies
Figuras: 18 C; ilustrações adicionais Schenkman (1986).
Talo ereto ou emaranhado, cilíndrico, fixo ao substrato por meio de apressório
discóide, ramificado em todas as direções, com râmulos em forma de espinho.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
109
Camada da região cortical com 1-2 camadas de células de espessura, com células
pigmentadas, e células da região medular irregulares, circundando um filamento
central de células com paredes espessadas..
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto A4
durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, PB, PE, BA, AB, ES, TR, RJ, SP, SC, RS.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (1998 b); Nunes et
al. (1999); Nunes et al. (2001); Lucio & Nunes (2002); Paula et al. (2003);Figueiredo
(2005); Nunes (2005 a); Lyra et al. (2007); Marins et al. (2008); Santos (2010); Silva
(2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100383).
Agardhiella Schmitz in Engler & Prantl, 1897: 371.
Talo ereto, filamentoso, cilíndrico a achatado, de organização multiaxial, fixas
ao substrato por meio de um apressório discóide ou de um sistema estolonífero,
conspícuo ou não, com ramificação radial ou em um único plano, com ou sem ramos
adventícios e proliferações. Região cortical composta por 1-3 camadas de células
pigmentadas e 2-4 camadas de células maiores, globosas e ligeiramente alongadas
em sentido radial, e região medular composta por filamentos de células alongadas e
muito delgadas, orientadas longitudinalmente e interconectadas por filamentos mais
curtos compostos po 1-3 células.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Agardhiella
1A Talo achatado com estipe cilindrico.......................................... .A. ramosissima
1B Talo cilíndrico a levemente achatado nas partes mais antigas. .......A. subulata
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
110
Agardhiella ramosissima (Harv.) Kylin. Acta Universitatis Lundensis 28(8): 1-
88. 1932.
Localidade tipo: Florida E.U.A
Figuras: vide Guimarães & Oliveira (1996);
Talo ereto, filamentoso, achatado, aderido ao substrato através de apressório
discóide basal, seguido de um estipe cilíndrico. Ramos densamente ramificados,
dística a irregularmente, e com ramos de última ordem cilíndricos à achatados.
Presença de células e filamentos conectivos formados a partir do eixo axial. Córtex
externo constituído por 1-2 camadas de células de formato irregular, geralmente
mais altas que largas e córtex mais interno composto por 2-3 camadas de células
elípticas, ovais ou de formato irregular,
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) E3 (subárea sub3) durante a
estação seca.
Distribuição: RN, PE, CE, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100482).
Agardhiella subulata (C.Agardh) Kraft & M.J. Wynne. Phycologia 18: 325-
329. 1979.
Localidade tipo: "In mari Canadensi" (Localidade incerta)
Figuras: vide Joly (1965).
Talo ereto, filamentoso, cilíndrico, aderido ao substrato a partir de um
apressório discóide ou em forma de domo. Ramos cilíndricos ou por vezes
ligeiramente achatados nas partes mais antigas, ramificados alterna à
irregularmente, córtex externo constituído por 1-2 camadas de células diminutas,
arredondadas a ligeiramente alongadas e córtex mais interno composto por 2-3
camadas de células arredondadas
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
111
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto A4
durante a estação seca.
Distribuição: MA, CE, RN, PB, PE, BA, ES, SP, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação A4, Cetrel 02.11
(ALCB 100379).
Gracilaria Greville, 1830: 121.
Talo ereto ou decumbente, pseudoparenquimatoso, uniaxial com célula apical
dificilmente discernível, cilíndrico, comprimido, achatado ou laminar, fixa ao substrato
por meio de apressórios discóides com diversos padrões de ramificação. Talo com
textura carnosa a cartilaginosa, firme ou mais ou menos rígida, constuído por células
corticais pequenas e células medulares grandes.
Gracilaria cuneata Areschoug Nova Acta Regiae Societatis Scientiarum
Upsaliensis, ser. 3 1: 329-372.
Localidade tipo: Não especificada
Figuras: vide Bellorín (2002).
Talo achatado, ramificado dicotomicamente, com margem ondulada. Região
cortical formada por 1 (uma) camada de celulas e região medular composta por 4-6
camadas de células pigmentadas
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D4
(subárea sub2) durante a estação seca. Espécie encontrada na forma de fragmento.
Distribuição: CE, RN, PB, PE, BA, ES.
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D4, Cetrel 02.11
(ALCB 100447).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
112
Cryptonemia J. Agardh. 1842: 100
Talo ereto, filamentoso, de organização multiaxial, com lâmina achatada
inteira ou ramificada dicotomicamente ou irregularmente, desenvolvendo-se a partir
de um estipe de tamanho variável. Talo com fronde de margem lisa ou denteada,
plana ou ondulada, com região corical compacta e região medular composta por
filamentos orientados no sentido periclinal.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Cryptonemia
1A Talo com bordas da lâmina crenadas e região cortical
composta por 2-3 camadas de células....................................
....C. crenulata
1B Talo com bordas da lâmina onduladas, e região cortical
composta por 1-2 camadas de células.....................................
.C. seminervis
Cryptonemia crenulata (J.Agardh) J. Agardh. Algas florideas complectens.
Vol. 2, Part 1. pp. [ii*-iii*], [i]-xii, [1]-336 + 337-351. 1851.
Localidade tipo: Brasil
Figuras: 18 D; ilustrações adicionais Pinheiro-Vieira (1976).
Talo em forma de fita, ramificado subdicotomicamente, com pedúnculo basal
mais ou menos cilíndrico, que se expande formando uma lâmina de bordos crenados
e ápice arredondados. Região cortical externa com 2-3 fileiras de células maiores,
arredondadas e incolores, e região medular com filamentos dispostos paralela ou
obliquamente à superfície do talo, apresentando células ganglionares de conteúdo
refrigente.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto D5
(subárea sub2) durante a estação seca.
Distribuição: MA, CE, RN, FN, PE, BA, ES, RJ, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Lucio & Nunes (2002);
Nunes (2005 a); Lyra et al. (2007); Marins et al. (2008); Silva (2010).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
113
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100465).
Cryptonemia seminervis (C.Agardh) J. Agardh. Fasculi qui exstant duo. pp.
1-6. 1846.
Localidade tipo: Espanha
Figuras: 18 E; ilustrações adicionais Guimarães (1990).
Talo em forma de fita, com nervura central apenas na parte proximal das
lâminas, ramificações originadas a partir das nervuras, podendo originar-se em uma
base comum, lâminas com bordos ondulados. Região cortical externa com 1-2
fileiras de células maiores e região subcortical com 2-3 camadas de células, região
medular filamentosa, constituída por células estreladas.
Comentários: Espécie encontrada em 5 (cinco) diferentes pontos de coleta,
ponto D5, (subárea sub2) durante a estação seca, e ponto A4; C4, C5 (subárea
sub1); D4 (subárea sub2) durante a estação chuvosa.
Distribuição: MA, CE, RN, PE, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999); Nunes
et al. (2001); Lucio & Nunes (2002); Nunes (2005 a); Yoneshigue-Valentin et al.
(2006); Lyra et al. (2007).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação D5, Cetrel 02.11
(ALCB 100466); estação A4, Cetrel 08.11 (ALCB 100515); estação C4, Cetrel 08.11
(ALCB 100534); estação C5, Cetrel 08.11 (ALCB 100543); estação D4, Cetrel 08.11
(ALCB 100553).
Halymenia C. Agardh, 1817: xix.
Talo ereto, filamentoso, com fronde foliácea, expandida, de formato orbicular
inteira ou fendida, ou ainda cilíndrica e ramificada, fortemente fixo ao substrato por
meio de um apressório discóde basal. Talo com região corical composta por células
arredondadas a isodiamétricas, diminuindo progressivamente de tamanho em
direção à cutícula e região medular constiuída por filamentos frouxamente dispostos,
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
114
predominantemente orientados no sentido anticlinal e com células de formato
estrelado, com algumas células com conteúdo refrativo.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero Halymenia
1A Ramos cilíndrico, composto por 1-3 camadas de células corticais
esféricas a ovais, 3-4 camadas de células medulares
irregulares.......................................................................................
..H. elongata
1B Ramos em forma de lâmina, composto por 2-3 camadas de
células corticais ovais a irregulares, região medular composta
por filamentos medulares cilíndricos, livremente organizados em
gel muscilaginoso...........................................................................
......H. floresii
Halymenia elongata C. Agardh. Species algarum rite cognitae, cum
synonymis, differentiis specificis et descriptionibus succinctis. Volumen primum pars
posterior. pp. [v-vi], 169-398. 1822.
Localidade tipo: Cadiz, Espanha
Figuras: vide Guimarães (1990) (como Halymenia sp.1).
Talo ereto, cilíndrico a achatado, fixo ao substrato por meio de um apressório
discóide, de onde partem diminutos rizóides, ramificado dicotômicamente em vários
graus. Ramo cilíndrico e resistente, composto por 1-3 camadas de células corticais
esféricas a ovais, 3-4 camadas de células medulares irregulares.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto C4
(subárea sub1) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, RJ, SP, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C4, Cetrel 02.11
(ALCB 100411).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
115
Halymenia floresii (Clemente) C. Agardh. Synopsis algarum Scandinaviae,
adjecta dispositione universali algarum. pp. [i]-xl, [1]-135. 1817.
Localidade tipo: Espanha
Figuras: vide Guimarães (1990).
Talo gelatinoso, achatado, fixo ao substrato por meio de um apressório
discóide de onde partem diminutos rizóides, com ramificação oposta a irregular.
Ramos em forma de lâmina, lisos, com ramificações numerosas, estreitas e
irregularmente opostas às margens. Região cortical com 2-3 camadas de células de
espessura, células superficiais de formato oval e células subsuperficiais de formato
irregular, região medular composta por filamentos medulares cilíndricos, livremente
organizados em gel muscilaginoso.
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E3
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: CE, RN, BA, AB, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes (2005 a).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100485).
Leptofauchea Kylin, 1931: 9
Talo ereto, com lamina achatada, ramificado dicotomicamente, de estrutura
multaxial, córtex com 1-2 camadas e com células pequenas e pigmentadas e região
medular composta por 1-4 camadas de células grandes a incolores.
Leptofauchea brasiliensis A.B. Joly. Boletim da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, Botânica 14: 3-199. 1957.
Localidade tipo: Brasil
Figuras: vide Nunes (2005 a); Joly (1957).
Talo achatado, fixas ao substrato a partir de um apressório discóide, seguido
por estipe cilíndrico, ramificado dicotomicamente, com ápices dicotômicos e de
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
116
terminações agudas ou arredondadas. Região cortical formada por 1-2 camadas de
células pigmentadas, e região medular composta por 1-2 camadas de células
incolores.
Comentários: Espécie encontrada em 2 (dois) diferentes pontos de coleta,
ponto E3 (subárea sub3) durante a estação seca, e ponto C3 (subárea sub1)
durante a estação chuvosa.
Distribuição: BA, AB, ES, RJ, SP, PR, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (2005 a); Silva (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100487); estação C3, Cetrel 08.11 (ALCB 100523).
Botryocladia (J. Agardh) Kylin, 1931: 17
Talo ereto, cilíndrico, fixo ao substrato por meio de um apressório discóide
basal, ramificado ou simples, portando uma ou várias vesículas terminais,
geralmente globosas, de contorno arredondado ou alongado, que apresentam
cavidade central preenchida por mucilagem. Região cortical com número variado de
camadas de células pigmentadas, sendo a camada cortical externa contínua ou
descontínua, com as células podendo apresentar configuração de rosetas, células
medulares margeiam a cavidade central e podem produzir pequenas células
glandulares de formato variado e internamente orientadas.
Botryocladia occidentalis (Borgesen) Kylin. Acta Universitatis Lundensis
27(11): 1-48. 1931.
Localidade tipo: Ilhas Virgens
Figuras: 18 F; Bandeira-Pedrosa (1989).
Talo pseudoparenquimatoso, com eixos principais e secundários cilíndricos,
densamente ramificados, com râmulos curtos, pedicelados, em forma de pequenas
vesículas ocas, infladas e cheias de mucilagem, de formato subsesférico a piriforme.
Vesículas com 1-2 fileiras de células grandes e incolores, e 2 (duas) fileiras de
células pequenas.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
117
Comentários: Espécie encontrada em 1 (um) ponto de coleta, ponto E3
(subárea sub3) durante a estação seca.
Distribuição: MA, CE, RN, FN, PE, BA, ES, RJ.
Citação para o litoral da Bahia: Nunes (1998 a); Nunes et al. (1999); Nunes
et al. (2001); Costa Jr. et al. (2002); Lucio & Nunes (2002); Figueiredo (2005);
Nunes (2005 a); Lyra et al. (2007); Marins et al. (2008).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100483).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
118
Figura 16: Hábito geral dos gêneros Amphiroa, Jania, Tricleocarpa e Dotyophycus:
(A) Amphiroa rigida; (B) Jania adhaerens; (C) J. cubensis; (D) J. subulata; (E)
Tricleocarpa fragilis; (F) Dothyophycus pacificum. Escalas: 1 cm
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
119
Figura 17: Hábito geral dos gêneros Dictyurus, Heterosiphonia, Claudea, Amansia,
Bryothamnion, Digenea, Heterodasya e Vidalia: (A) Dictyurus occidentalis; (B)
Heterosiphonia gibbesii; (C) Claudea elegans; (D) Amansia multifida; (E) Bryothamnion
seaforhii; (F) Digenea simplex; (G) Heterodasya mucronata; (H) Vidalia obtusiloba; (I)
Wrightiella tumanowiczii. Escalas: 1 cm.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
120
Figura 18: Hábito geral dos gêneros Spyridia, Haloplegma, Hypnea, Cryptonemia e
Botryocladia: (A) Spyridia filamentosa; (B) Haloplegma duperreyi; (C) Hypnea spinella;
(D) Cryptonemia crenulata; (E) C. seminervis; (F) Botryocladia occidentalis. Escalas: 0,5
cm.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
121
74%
5%
10%
11%
Bryopsiales Cladophorales Dasycladales Siphonocladales
5.1.1.4. COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Dentro da divisão Chlorophyta, a ordem Bryopsiales foi representada por 14
taxons, sendo que as ordens Siphonocladales, Dasycladales e Cladophorales foram
representadas, respectivamente, por 2, 2 e 1 táxons (Figura 19).
O táxon mais frequente desta divisão foi Halimeda gracilis (estação seca e
chuvosa), já os táxons menos freqüentes foram Caulerpa mexicana, C. pusilla, C.
sertularioides, Halimeda discoidea e Neomeris annulata (estação seca) e
Cladophora ordinata, Dasycladus vermicularis e Halimeda discoidea (estação
chuvosa).
Dentro da Divisão Heterokontophyta – Classe Phaeophyceae, foram
encontrados táxons pertencentes a 2 ordens, Ordem Ectocarpales, com 24% dos
representantes e Ordem Dictyotales com 76% dos representantes (Figura 20).
Figura 19: Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos táxons das ordens
pertecentes à Divisão Chlorophyta
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
122
76%
24%
Dictyotales Ectocarpales
Os táxons mais frequentes desta divisão foram Padina sanctae-crucis,
Lobophora variegata e Hincksia onslowensis (estação seca) e Dictyopteris delicatula
(estação chuvosa), já os táxons menos freqüentes foram Dictyopteris justii e
Chnoospora minima (estação seca) e Dictyopteris jolyana, Dictyopteris polypodioides
e Rosenvingea orientalis (estação chuvosa).
Dentre as 35 rodoficeas encontradas no local do estudo, 25 táxons pertecem
a ordem Ceramiales e 6 pertenciam à Ordem Corallinales, enquanto que as ordens
Gracilariales e Nemaliales foram as que apresentaram o menor número de
representantes (2 táxons) (Figura 21).
Os táxons mais frequentes desta divisão foram Spyridia filamentosa e
Polysiphonia subtilissima (estação seca) e Haloplegma duperreyi (estação chuvosa),
já os táxons menos frequentes foram Amansia multifida, Amphiroa rigida,
Bryothamnion seaforthii, Ceramium codii, C. luetzelburgii, Cottoniella filamentosa,
Cryptonemia crenulata, C. seminervis, Griffithsia globulifera, Halymenia elongata,
Figura 20: Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos táxons das ordens
pertecentes à Divisão Heterokonthophyta
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
123
51%
13%
8%
10%
10%
4%
4%
Ceramiales Corallinales Gigartinales Halymeniales
Rhodymeniales Nemaliales Gracilariales
Lejolisia mediterranea, Leptofauchea brasiliensis, Neosiphonia ferulacea,
Tricleocarpa fragilis, Wrightiella tumanowiczii (estação seca) e Bryothamnion
seaforthii, Dictyurus occidentalis, Leptofauchea brasiliensis, Osmundea lata, Vidalia
obtusiloba (estação chuvosa).
5.2. CORALINÁCEAS QUE FORMAM O BANCO DE RODOLITOS
5.2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS RODOLITOS
Durante o período de estudo, foram identificados 2 (dois) táxons de algas
marinhas cuja a forma de crescimento ocorre na forma de rodolito. Ambos os táxons
foram identificados como pertencentes ao gênero Lithothamnion.
Figura 21: Representação gráfica da porcentagem de ocorrência dos táxons das ordens
pertecentes à Divisão Rhodophyta
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
124
5.2.1.1. SINÓPSE DOS TÁXONS ENCONTRADOS
Rhodophyta
Florideophyceae
Corallinales
Hapalidiaceae
Lithothamnion brasiliense Foslie
L. superpositum Foslie
Lithothamnion Heydr.1897: 412
Talo monômero, com células dos filamentos contíguos unidos por fusões
celulares, formando nódulos protuberantes ou ainda crostas de superfície irregular,
com pequenas protuberâncias; Células epiteliais em forma de taça, conceptáculos
tetrasporangiais multiporados, sem tampões apicais, imersos ou elevados em
relação à superfície do talo.
Chave artificial dicotômica para a identificação das espécies do gênero
Lithothamnion
1A Conceptáculos tetra/bisporangial elevados em relação a
suprerficie do talo, canais dos poros com depressões ao
redor.........................................................................................
...L. superpositon
1B Conceptáculos tetra/bisporangial imersos ou levemente
elevado em relação a suprerficie do talo, canais dos poros
sem depressões ao redor........................................................
......L. brasiliense
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
125
Lithothamnion brasiliense Foslie. Norsk Vid. Selsk. Skr. 5: 4. 1900
Localidade tipo: não especificada
Figura: 22 A-F.
Talo pseudoparenquimatoso, monômero nas porções crostosas e radial e
monômera nas protuberâncias, com células do epitalo em forma de taça (flared), 5-
10 µm diâmetro e 3-5 µm comprimento; células do peritalo 6-12 µm diâmetro e 6-20
µm comprimento; células do hipotalo 6-12µm diâmetro e 9-22 µm comprimento; e
células dos filamentos contíguos unidos por fusões célulares. Conceptáculos
tetrasporangiais multiporados, imersos a levemente elevados em relação à
superfície do talo, com diâmetro externo de 400-700 µm; câmara com 300-500 µm
diâmetro e 126-155 µm comprimento; teto da câmara com 30-50 µm de espessura;
poros com 7-14 µm de largura.
Comentários: As características dos espécimes encontrados conferem com
as que foram apresentadas por Foslie (1929), Taylor (1960), Woelkerling (1993)
Horta (2000) e Bahia (2010).
Distribuição: BA, SP.
Citação para o litoral da Bahia: Bahia (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação E3, Cetrel 02.11
(ALCB 100567).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
126
Figura 22: Lithothamnion brasiliense. (A) aspecto geral; (B) células epiteliais em vista
superficial; (C) corte transversal do talo com vista a fusões celulares unindo filamentos
contíguos (setas); (D) conceptáculos multiporados; (E) câmara do conceptáculo; (F)
detalhe da câmara do conceptáculo, com vista interna dos poros (setas).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
127
Lithothamnion superpositum Foslie. K. Norske Vid. Selsk. Skr. 5: 8-9. 1900
Localidade África do Sul
Figura: 23 A-E.
Talo pseudoparenquimatoso, monômero nas porções crostosas e radial e
monômera nas protuberâncias, com células do epitalo em forma de taça (flared), 6-
10 µm diâmetro e 4-5 µm comprimento; células do peritalo 4-10 µm diâmetro e 7-20
µm comprimento; células do hipotalo 7-14µm diâmetro e 16-30 µm comprimento; e
células dos filamentos contíguos unidos por fusões célulares. Conceptáculos
tetrasporangiais multiporados, elevados em relação à superfície do talo, 120-150 µm
de altura, diâmetro externo de 263-513 µm; câmara com 151-303 µm diâmetro e
126-210 µm comprimento; teto da câmara com 27-50 µm de espessura; poros em
depressão, com 6-8 µm de largura, circundado por 5-6 células em rosetas.
Comentários: As características dos espécimes encontrados conferem com
as que foram apresentadas por Farias (2009) e Bahia (2010). A depressão do teto
dos conceptáculos é facilmente distinguível e é uma caracteristica diagnóstica para a
identificação desta espécie, contudo, ela não dispensa a análise das demais
características vegetativas e reprodutivas. Harvey et al. (2003) referiu que a origem
das depressões do conceptáculo, seriam a desintegração das células superiores dos
filamentos que circundam o canal do poro. Basso et al (2011), sinonimizaram
Lithothamnion superpositum ao redescreverem a espécie L. crispatum, no entanto,
tal sinonimização ocorreu após a publicação do trabalho de Wynne (2011). Neste
trabalho optou-se pela utilização do nome referido por Wynne.
Distribuição: RN, BA, ES, SP, SC.
Citação para o litoral da Bahia: Bahia (2010).
Material examinado: Brasil, Bahia, Camaçari, estação C3, Cetrel 02.11
(ALCB 100568).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
128
Figura 23: Lithothamnion superpositum. (A) habito geral; (B) células epiteliais em vista
superficial; (C) conceptáculos multiporados com detalhe das depressões dos poros e com
células em rosetas (setas); (D) câmara do conceptáculo repleta de cristais de sais; (E)
corte transversal do talo, evidenciando fusões célulares (setas).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
129
18%
34%
37%
11%
Incrustante Grumosa Verrucosa Fruticosa
Figura 24: Representação gráfica da porcentagem de ocorrência das formas de
crescimento dos rodolitos.
5.2.2. FORMA DE CRESCIMENTO DOS RODOLITOS
Baseando-se no guia de Farr et al. (2009) foram identificadas 4 (quatro)
formas de crescimento das algas calcárias não geniculadas: verrucosa (warty) que
foi a forma de crescimento de 37% dos rodolitos analisados, grumosa (lumpy) 34%,
incrustante (encrusting) 18% e fruticosa (fruticose) 11% (Figura 24).
5.2.3. MORFOLOGIA DOS RODOLITOS
A morfologia predominante dos rodolitos foi a forma esférica, que
correspondeu a 47% do total analisado, enquanto que as formas cilíndricas e
laminares corresponderam 25% e 21% respectivamente, enquanto que a forma
discóide correspondeu a apenas 7% do total (Figura 25).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
130
Na estação seca, a morfologia de crescimento esférica foi a mais abundante
na maioria dos pontos de coleta, com exceção do ponto E5, que apresentou a
morfologia de crescimento cilíndrica como mais abundante (Figura 26; Figura 27).
47%
7%
21%
25%
ESFÉRICO DISCÓIDE LAMINAR CILINDRÍCO
Figura 25: Representação gráfica da porcentagem de ocorrência das morfologias dos
rodolitos durante o período do estudo
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
131
Figura 26: Representação gráfica das formas de crescimento dos rodolitos encontrados
nos pontos de coleta durante a estação seca. (A) ponto A4; (B) ponto C3; (C) ponto C4;
(D) ponto C5; (E) ponto D3; (F) ponto D4; (G) ponto D5; (H) ponto E3; (I): ponto E4; (J)
ponto E5.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
132
0
10
20
30
40
50
60
A4 C3 C4 C5 D3 D4 D5 E3 E4 E5
ESFÉRICO DISCÓIDE LAMINAR CILINDRÍCO
Durante a estação chuvosa, a forma esférica foi a morfologia de crescimento
mais abundante em todos os pontos de coleta, com exceção do ponto E5, cuja
morfologia de crescimento predominante foi a forma cilíndrica (Figura 28; Figura 29).
Figura 27: Representação gráfica da ocorrência das diferentes formas de crescimento
dos rodolitos nos pontos de coleta, durante a estação seca.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
133
Figura 28: Representação gráfica das formas de crescimento dos rodolitos encontrados
nos pontos de coleta durante a estação chuvosa. (A) ponto A4; (B) ponto C3; (C) ponto
C4; (D) ponto C5; (E) ponto D3; (F) ponto D4; (G) ponto D5; (H) ponto E3; (I): ponto E4;
(J) ponto E5.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
134
0
10
20
30
40
50
60
70
A4 C3 C4 C5 D3 D4 D5 E3 E4 E5
ESFÉRICO DISCÓIDE LAMINAR CILINDRÍCO
A morfologia de crescimento discóide foi a menos abundante em todos os
pontos de coleta tanto durante a estação seca quanto durante a estação chuvosa.
5.2.4. DIMENSÕES DOS RODOLITOS
Durante a estação seca, o ponto D5 apresentou os rodolitos com maior
dimensão média, enquanto que o ponto E5 concentrou os rodolitos de menor
dimensão média; durante a estação chuvosa os rodolitos de maior diâmetro médio
foram encontrados no ponto A4, e os rodolitos de menor diâmetro médio ficaram
concentrados no ponto E5 (Figura 30).
Figura 29: Representação gráfica da ocorrência das diferentes formas de
crescimento dos rodolitos nos pontos de coleta, durante a estação chuvosa.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
135
Figura 31: Representação gráfica da média das dimensões (cm) dos rodolitos
encontrados em cada ponto de coleta durante o período de estudo.
A4 C3 C4 C5 D3 D4 D5 E3 E4 E5
D. médio 1,73 1,50 1,62 1,60 1,60 1,56 1,70 1,58 1,55 1,15
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
Dim
en
sõe
s (c
m)
Média das dimensões dos rodolitos
Durante o período de estudo os pontos A4 e D5 apresentaram o maior
número de rodolito com medidas maiores, enquanto que o maior número de rodolitos
com medidas menores foi encontrado no ponto E5 (Figura 31).
Figura 30: Representação gráfica da dimensão média dos rodolitos (cm) encontrados em
cada ponto de coleta, durante a estação seca e a estação chuvosa.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
A4 C3 C4 C5 D3 D4 D5 E3 E4 E5
D. med. Seca 1,70 1,59 1,29 1,65 1,61 1,56 1,80 1,67 1,54 1,22
D. med Chuvosa 1,77 1,41 1,77 1,54 1,60 1,56 1,48 1,49 1,56 1,07
Dim
en
são
mé
dia
(cm
)
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
136
5.2.5. BIOVOLUME DOS RODOLITOS
O volume dos rodolitos variou de 1–15 ml, sendo que os de maior volume
médio foram encontrados no ponto A4, enquanto que os de menor volume médio
foram encontrados no ponto E5, tanto durante a estação seca quanto durante a
chuvosa (Tabela 3). Na estação seca foram encontrados rodolitos com volume
médio maiores do que os encontrados durante a estação chuvosa.
Tabela 3 – Volumes mínimos e máximos aferidos dos rodolitos encontrados na área de estudo durante a estação chuvosa e seca. Legenda: (V. min.) Volume mínimo; (V. máx.) Volume máximo; (V. med.) Volume médio.
Estação chuvosa Estação seca
V. min. (ml)
V. máx. (ml)
V. med. (ml)
V. min. (ml)
V. máx. (ml)
V. med. (ml)
A4 1 12 2,7 1 15 3,1
C3 1 3 1,2 1 5 1,6
C4 1 8 2,6 1 8 3,0
C5 1 6 1,8 1 7 2,1
D3 1 6 1,8 1 8 2,0
D4 1 6 1,8 1 7 2,0
D5 1 4 1,4 1 5 1,8
E3 1 4 1,4 1 5 1,8
E4 1 4 1,7 1 4 1,6
E5 1 2 1,1 1 3 1,2
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
137
Figura 32: Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²) encontrada na área de
coleta.
27,896 g/m²87%
4,119 g/m²13%
Estação chuvosa
Estação seca
5.3. PARÂMETROS QUALITATIVOS DA COMUNIDADE FITOBENTÔNICA
5.3.1. BIOMASSA SECA
A biomassa seca total encontrada durante o período de estudo foi de 32 g/m²,
sendo que destas, 27,8 g/m² (87,13%) foram obtidas durante a estação seca e 4,1
g/m² (12,87%) durante a estação chuvosa (Figura 32).
Do total de biomassa encontrada na área de estudo, 10,4 g/m² perteceram a
divisão Chlorophyta, 13,4 g/m² perteceram a divisão Heterokontophyta e 8,2 g/m² a
divisão Rhodophyta, excetuando-se destes cálculos as algas calcárias incrustrantes
(Figura 33).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
138
Figura 33: Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²) encontrada por divisão
taxonômica durante as estações de coleta.
Sub1 17,018
Sub2 9,025
Sub3 4,208
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Chlorophyta Heterokontophyta Rhodophyta
Estação chuvosa 2,083 0,219 1,816
Estação seca 8,342 13,156 6,399
0
2
4
6
8
10
12
14
16
A subárea sub1 foi a que apresentou os maiores valores de biomassa, sendo
responsável por mais de 56% de toda a biomassa encontrada durante o período do
estudo, enquanto que a subárea sub2 contribuiu com aproximadamente com 30% e
a subárea sub3 com 14% (Figura 34).
Figura 34: Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²) encontrada por subárea
amostral.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
139
Sub1 Sub2 Sub3
Chlorophyta 6,41 1,51 1,467
Heterokontophyta 8,105 3,394 1,323
Rhodophyta 2,503 4,121 1,418
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
As divisões Chlorophyta e Heterokontophyta apresentaram seus maiores
valores de biomassa na subárea amostral sub1, enquanto que a divisão Rhodophyta
apresentou o seu pico de biomassa na subárea sub2 (Figura 35).
Dentro do grupo das clorófitas, Halimeda gracilis contribuiu com 4,7 g/m²,
sendo responsável por 45% de toda a biomassa de clorofíceas durante o período de
estudo. Dictyopteris jolyana contribuiu com 3,9 g/m², sendo responsável por 29% de
toda a biomassa de feófitas durante o período de estudo. Dentro do grupo das
rodoficeas, Heterodasya mucronata contribuiu com 1,4 g/m², sendo responsável por
17% de toda a biomassa de rodoficeas durante o período de estudo (Tabela 4).
Os pontos C4 e C5, integrantes da subárea sub1, foram os que contribuíram
com a maior biomassa durante o período de estudo, com repectivamente 7,3 g/m² e
6,5 g/m², o que representa 23% e 20% de toda a biomassa total. Os pontos E5 e E3,
integrantes da subárea sub3, foram os pontos com menor biomassa, cada um com
respectivamente 1,3 g/m² e 1,1 g/m², o que corresponde a 4% e 3% da biomassa
total.
A subárea sub1 concentrou o maior volume total de biomassa por ponto de
coleta, sendo coletado no ponto C4 47% de toda a biomassa total de clorofíceas,
enquanto que no ponto C5 foram coletados 36% da biomassa total de feófitas. As
Figura 35: Representação gráfica da biomassa seca total (g/m²) de cada divisão
taxonômica por subárea amostral.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
140
Tabela 4 – Biomassa das espécies encontradas na área estudada.
Divisão Chlorophyta Biomassa (g/m²)
Halimeda gracilis 4,727
Caulerpa pusilla 3,923
Caulerpa prolifera 1,002
Chamaedoris peniculum 0,429
Udotea cyathiformis 0,127
Caulerpa sertularioides 0,081
Udotea flabellum 0,055
Avrainvillea nigricans 0,041
Dasycladus vermicularis 0,022
Demais espécies 0,019
Sub total 10,425
Divisão Heterokonthophyta Biomassa (g/m²)
Dictyopteris jolyana 3,896
Colpomenia sinuosa 2,217
Padina gymnospora 0,716
Lobophora variegata 0,714
Padina sanctae-crucis 0,700
Padina boergesenii 0,489
Rosenvingea orientalis 0,247
Dictyopteris polypodioides 0,235
Hincksia onslowensis 0,139
Demais espécies 4,021
sub total 13,375
Divisão Rhodophyta Biomassa (g/m²)
Heterodasya mucronata 1,445
Haloplegma duperreyi 1,163
Spyridia filamentosa 1,116
Cryptonemia seminervis 0,189
Bryothamnion seafortii 0,108
Heterosiphonia gibbesii 0,106
Demais espécies 4,089
Sub total 8,215
Biomassa total 32,015
rodofíceas, que tiveram a maior parte de sua biomassa concentrada na subárea
sub2, tiveram apenas no ponto D5, 41% de toda a sua biomassa total.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
141
5.3.2. NÚMERO DE TÁXON POR SUBÁREA AMOSTRAL
Dentro das três subáreas amostrais, foram identificados 61 táxons, sendo 15
clorofíceas, 14 feofíceas e 32 rodofíceas (Tabela 5), sendo registrados 20 táxons
durante a estação chuvosa e 55 durante a estação seca (Figura 36).
Com relação ao número total de ocorrência dos táxons por subárea amostral,
a diferença entre as áreas foi discreta, sendo a subárea sub2 a que apresentou o
maior número de táxons (36), e as subáreas sub1 e sub3 apresentaram,
respectivamente, 34 e 31 táxons (Figura 37). A divisão Rhodophyta apresentou um
maior número de ocorrências em todas as subáreas amostrais, enquanto que a
divisão Chlorophyta apresentou o menor número de ocorrência nas subáreas sub2 e
sub3, e a divisão Heterokontophyta possuiu o menor número de ocorrências da
subárea sub1.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
142
Tabela 5 – Taxons encontrados na área de estudo nas três subáreas de
amostragens, tanto na estação seca quanto na chuvosa. (+) = presença; (-) =
ausência.
CHLOROPHYTA
Táxon / estação seca chuvosa seca chuvosa seca chuvosa
Caulerpa mexicana - + + - - +
Caulerpa prolifera + - + - - -
Caulerpa pusilla + - - - - -
Caulerpa sertularioides - - - - + -
Caulerpa verticillata - - + - - -
Chamaedoris peniculum - - + - - -
Cladophora ordinata - + - - - -
Dasycladus vermicularis + + - - + -
Halimeda cuneata - + - - - -
Halimeda discoidea - + - - + -
Halimeda gracilis + + + + + +
Neomeris annulata - - - - + -
Udotea cyathiformis + - - - + -
Udotea dixonii - + - + - +
Udotea flabellum + - + - - -
sub1 sub2 sub3
HETEROKONTOPHYTA
Táxon / estação seca chuvosa seca chuvosa seca chuvosa
Canistrocarpus cervicornis + - - - + -
Chnoospora minima - - - - + -
Colpomenia sinuosa + - + - + -
Dictyopteris delicatula + + - + - +
Dictyopteris jolyana + + + - + -
Dictyopteris justii - - - - + -
Dictyopteris polypodioides + + + - - -
Dictyota mertensii - - + - - -
Hincksia onslowensis + - + - + -
Lobophora variegata + + + - + +
Padina boergesenii - - + - - -
Padina gymnospora + - + - - -
Padina sanctae-crucis + - + - + -
Rosenvingea orientalis + - + + - -
sub1 sub2 sub3
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
143
Tabela 5 – (continuação)
RHODOPHYTA
Táxon / estação seca chuvosa seca chuvosa seca chuvosa
Agardhiella ramosissima - - - - + -
Amansia multifida - - - - + -
Amphiroa rigida - - + - - -
Botryocladia occidentalis - - - - + -
Bryothamnion seafortii - + + - - -
Ceramium codii - - + - - -
Ceramium luetzelburgii - - + - - -
Claudea elegans + - + - + -
Cottoniella filamentosa - - + - - -
Cryptonemia crenulata - - + - - -
Cryptonemia seminervis - + + + - -
Dictyurus occidentalis + + + - - -
Digenea simplex - - + - - -
Dotyophycus pacificum - - - - + -
Gracilaria cylindrica - - + - - -
Griffithsia globulifera - - - - + -
Haloplegma duperreyi + + + + + +
Halymenia elongata + - - - - -
Halymenia floresii - - - - + -
Heterodasya mucronata + + + - + +
Heterosiphonia gibbesii + - + - - -
Jania adhaerens - - - - + -
Jania subulata + + - - - -
Lejolisia mediterranea - - + - - -
Leptofauchea brasiliensis - + - - + -
Meristotheca gelidium + - - - - -
Polysiphonia subtilissima + - + - + -
Spyridia filamentosa + - + + - +
Tricleocarpa fragilis - - - - + -
Wrightiella tumanowiczii - - + - - -
sub1 sub2 sub3
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
144
Est. seca Est. chuv.
Cholorophyta 11 7
Heterokontophyta 14 5
Rhodophyta 30 8
0
5
10
15
20
25
30
35N
úm
ero
de
tá
xo
ns
sub1 sub2 sub3
Chlorophyta 11 7 8
Heterokontophyta 10 11 9
Rhodophyta 13 18 14
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Nú
me
ro d
e t
áx
on
s
Figura 36: Representação gráfica do número total de táxons de cada divisão taxonômica
em cada período de coleta.
Figura 37: Representação gráfica do número total de ocorrência por divisão taxonômica
em cada subárea amostral.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
145
sub1 sub2 sub3
Est. seca 26 34 27
Est. chuv. 18 7 9
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Nú
mero
de t
áxo
ns
A comparação entre as estações seca e chuvosa, permitiu observar que há
uma predominância de ocorrência de táxons durante a estação seca, sendo que
durante esse período foi registrado aproximadamente 72% das ocorrências de todo
o período de estudo (Figura 38). A subárea sub2 apresentou os maiores e menores
números de ocorrência (34 e 7 respectivamente) de táxons dentre todas as subáreas
amostrais.
5.3.3. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE SHANNON (H’) E EQUITABILIDADE DE PIELOU (J)
O índice de diversidade de Shannon (H’), e de diversidade de Pielou (J), foi
calculado atraves das medidas de biomassas encontradas nas subáreas amostrais
durante os dois períodos de coleta.
Os maiores valores relacionados aos índices de diversidade de Shannon (H’)
e diversidade de Pielou, foram observados durante a estação seca, sendo
encontrada uma diferença significativa entre a estação seca e a estação chuvosa,
contudo, a diferença entre as subáreas durante as estações de coleta, não foi
significativa (Tabela 6).
Figura 38: Representação gráfica do número total de ocorrências de espécies em cada
estação de coleta
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
146
sub1 Est. seca sub1 Est. chuv. sub2 Est. seca sub2 Est. chuv. sub3 Est. seca sub3 Est. chuv.
sub1 Est. seca
sub1 Est. chuv. 45,28301887
sub2 Est. seca 61,11111111 38,0952381
sub2 Est. chuv. 35 45,16129032 28
sub3 Est. seca 56,25 36,36363636 40,54054054 19,04761905
sub3 Est. chuv. 37,20930233 52,94117647 30,18867925 66,66666667 26,66666667
A subárea sub2 apresentou o maior número de espécies, e os maiores
valores de equitabilidade e diversidade de Shannon durante a estação seca, sendo
também a responsável pelos menores valores durante a estação chuvosa. A
subárea sub1 apresentou o menor número de espécies durante a estação seca,
contudo seus valores de equitatividade e de diversidade de Shannon foram maiores
que os apresentados pela subárea sub3. Durante a estação chuvosa foi na subárea
sub1 que se obtiveram os maiores valores de diversidade de Shannon e de
equitabilidade, bem como o maior número de espécies.
5.3.4. SIMILARIDADE DE BRAY CURTIS
O cálculo de similaridade foi feito baseado nos dados de composição
específica de cada subárea tanto durante a estação seca quanto durante a estação
chuvosa.
O menor valor de similaridade foi encontrado entre a subárea sub2 durante a
estação chuvosa e a subárea sub3 durante a estação seca (19,05), enquanto que o
maior valor de similaridade foi encontrado entre as subáreas sub2 e sub3 durante a
estação chuvosa (66,67) (Tabela 7).
Tabela 7: Percentual de similaridade entre as subáreas na estação seca e na
estação chuvosa
Sub1 - seca Sub2 - seca Sub3 - seca Sub1 - chuv. Sub2 - chuv. Sub3 - chuv.
Num. Espécies 31 41 33 23 9 11
Shannon (H') 2,297 2,61 2,211 0,8074 0,3875 0,6686
Equitabilidade (J) 0,6689 0,7029 0,6324 0,2575 0,1763 0,2788
Tabela 6: Valores do índice de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade de
Pielou (J) segundo os valores de biomassa.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
147
O dendrograma gerado a partir destes dados evidenciou a formação de dois
grandes agrupamentos definidos pela estação chuvosa (49%) e pela estação seca
(48,4%), sendo que durante a estação chuvosa a similaridade entre a subárea sub2
e sub3 chega a 66,6%, enquanto que durante a estação seca a similaridade entre as
subáreas sub1 e sub2 chega a 61,11% (Figura 39).
Figura 39: Dendrograma gerado a partir da análise dos dados de similaridade. (1)
grupamento das subáreas durante a estação chuvosa. (2) grupamento das subáreas
durante a estação seca. (3) grupamento com as subáreas mais similares dentro da
estação seca. (4) grupamento com as subáreas mais similares dentro da estação
chuvosa.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
148
5.3.5. SEDIMENTOLOGIA
O sedimento coletado na área estudada exibiu granulometria principal de
areia durante a estação seca e de cascalho durante a estação chuvosa (Figura 40).
Durante a estação seca, apenas os pontos de coleta C3, D5 e E4
apresentaram cascalho como elemento principal de sua granulometria (Figura 41).
Durante a estação chuvosa, somente os pontos de coleta D4 e D5 apresentaram
areia como elemento principal de sua granulometria, enquanto que os pontos E3 e
E4 apresentaram uma composição próxima da igualdade entre as porções de areia e
casacalho (Figura 42).
Baseando-se nos dados sedimentológicos obtidos, a composição do
sedimento que cobre o fundo oceânico da área estudada, pode ser classificada
como areno-cascalhoso biodetrico durante a estação seca, e cascalho-arenoso
biodetríco durante a estação chuvosa.
Figura 40: Representação gráfica da composição granulométrica da área estudada.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Estação seca Estação chuvosa
Cascalho Areia Lama
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
149
Figura 42: Representação gráfica da composição granulométrica de cada ponto de
coleta durante a estação chuvosa
A4 C3 C4 C5 D3 D4 D5 E3 E4 E5
Lama 0,2 0,2 0,1 0,3 0 0,7 1 0 0,3 0,1
Areia 90,8 45,9 54,7 34,7 62,9 51,2 90 84,1 37,3 66,2
Cascalho 9 53,8 45,2 65 37 48,1 9 15,8 62,4 33,7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
A4 C3 C4 C5 D3 D4 D5 E3 E4 E5
Lama 0 0,1 0,4 0,3 0,1 0,1 0,1 0,3 0,1 0,4
Areia 46,6 38,3 22,7 12,2 19,5 64 59,4 48,3 32,9 48,9
Cascalho 53,4 61,7 77 87,6 80,4 36 40,5 51,4 67 50,7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Figura 41: Representação gráfica da composição granulométrica de cada ponto de
coleta durante a estação seca
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
150
A fração areia fina apresentou a composição sedimentológica composta
principalmente por biodetritos durante a estação seca e quartzo durante a estação
chuvosa (Figura 43).
A fração areia apresentou a composição sedimentológica composta
principalmente por algas calcárias tanto durante a estação seca quanto durante a
estação chuvosa (Figura 44).
Figura 43: Representação gráfica da composição sedimentológica da fração lama na área
de estudo.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Seca Chuv.
Quartzo
Biodetritos
Minerais pesados
Figura 44: Representação gráfica da composição sedimentológica da fração areia na
área de estudo.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Seca Chuv.
Quartzo
Equinoderma
Briozoário
Foraminifero
Halimeda
Molusco
Algas calcárias
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
151
A fração cascalho apresentou a composição sedimentológica composta
principalmente por algas calcárias tanto durante a estação seca quanto durante a
estação chuvosa (Figura 45).
91%
92%
93%
94%
95%
96%
97%
98%
99%
100%
Seca Chuv.
Quartzo
Halimeda
Molusco
Algas calcárias
Figura 45: Representação gráfica da composição sedimentológica da fração cascalho na
área de estudo.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
152
6. DISCUSSÃO
A flora fitobentônica encontrada na área de estudo foi composta por 66 táxons
infragenéricos, sendo 17 táxons de clorofíceas, 14 de feofíceas e 35 de rodofíceas, o
que corrobora com a informação de que Rhodophyta é a divisão de macroalgas mais
abundante em águas marinhas tropicais (Oliveira–Filho, 1981).
A maior ocorrência de Rhodophyta sobre Chlorophyta e Heterokontophyta –
Phaephyceae têm se configurado como um padrão que vêm sendo observado por
todo litoral brasileiro, desde a região norte-nordeste (Pereira, 1974; Pereira, 1977;
Pereira et al., 1981; Eston et al. 1986; Ferreira et al., 1988; Jansen et al., 1993;
Paula et al., 2003; Silva, 2006; Marins et al., 2008; Burgos et al., 2009; Riul et al.
2009; Amado–Filho et al. 2010; Silva, 2010 e Burgos, 2011) até a região sul –
sudeste (Horta, 2000; Oliveira, 2002; Figueredo et al., 2004; Amado-Filho et al.,
2006; Pascelli, 2009; Reis, 2009; Rocha-Jorge, 2010; Machado et al., 2011;
Pacheco, 2011).
Riul et al. (2009), no estado da Paraíba, Pascelli (2009), no estado de Santa
Catarina, e Pacheco (2011), no estado do Espírito Santo, ao realizarem estudos
específicos sobre a comunidade fitobentônica associada a bancos de rodolitos,
observaram respectivamente 67, 45 e 138 táxons de macroalgas. Riul et al. (2009),
ao estudar a comunidade fitobentônica da costa da Paraíba, identificaram 14 táxons
de clorófitas (22%), 13 de feófitas (20%) e 37 de rodófitas (58%). Pascelli (2009)
encontrou na reserva biológica marinha do Arvoredo um total de 12 táxons de
clorofícias (27%), 2 feofíceas (4%) e 31 rodofíceas (69%), enquanto que Pacheco
(2011), ao estudar o infralitoral do Espírito Santo observou 16 clorófitas (12%), 15
feófitas (11%) e 107 rodófitas (78%).
Marins et al. (2008), ao realizar estudos sobre as macroalgas marinhas em
formações recifais na região do infralitoral da Baía de Todos os Santos, encontraram
31 táxons de Chlorophyta (22%), 27 de Heterokontophyta – Phaeophyta (19%) e 83
de Rhodophyta (59%). Os números de ocorrências desse estudo, apesar de maiores
dos que encontrados no presente estudo, assemelham-se na relação de
porcentagem de ocorrência dos táxons (Chlorophyta - 26%, Heterokontophyta –
Phaeophyta - 21% e Rhodophyta - 53%).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
153
As ordens Bryopsiales (Chlorophyta) Dictyotales (Heterokontophyta) e
Ceramiales (Rhodophyta) foram as que apresentaram os maiores números de
táxons identificados, caracteristica esta que também foi observada nos trabalhos de
Horta (2000), Silva (2006), Lucena et al. (2007), Cocentino (2009), Silva (2010),
Burgos (2011), Machado (2011), Pacheco (2011). Tal informação corrobora os
dados obtidos por Martins et al. (2008) para a região sublitorânea da Baía de Todos
os Santos.
Durante a estação seca foram encontrados 55 táxons na área estudada,
enquanto que na estação chuvosa foram registrados 20 táxons, um decréscimo de
63,6% entre as estações, o que evidencia um padrão de sazonalidade onde a
estação seca é mais diversificada que a estação chuvosa. Marins et al. (2008), ao
estudarem a região sublitorânea da Baía de Todos os Santos, encontraram valores
que variaram entre 2,8% – 35% entre as estações seca e chuvosa; Pascelli (2009)
encontrou valores que variaram entre 50% – 65,5% entre as estações seca e
chuvosa, para a comunidade fitobêntica do banco de nódulos calcários da reserva
biológica marinha do Arvoredo; Silva (2010) ao estudar a comunidade fitobentonica
nos recifes e ambientes adjacentes de Maracajaú, observou valores que
decresceram entre 8,5% - 22,8% entre as estações seca e chuvosa.
Foram observadas também diferenças nos valores de biomassa entre as
estações seca e chuvosa, sendo que a estação seca possuiu uma maior
concentração de biomassa do que a observada na estação chuvosa. Do total de
biomassa observado durante o estudo, 87% foi oriunda da estação seca. Amado–
Filho (2006), ao analisar o infralitoral do parque marinho de Laje de Santos no
estado de São Paulo, também encontrou valores maiores de biomassa durante a
estação seca, sendo esta responsável por 56% de toda a biomassa encontrada;
Barbosa et al. (2008), encontraram para a região intramareal da praia de Jacaraípe
no Espírito Santo, aproximadamente 63% de toda a biomassa durante a estação
seca; e Amado–Filho et al. (2010), que ao estudar as algas marinhas encontradas
em um banco de rodolitos no Espirito Santo, encontraram uma variação de
aproximadamente 58% entre as duas estações. No entanto, Marins et al. (2008),
para o infralitoral da Baía de Todos os Santos na Bahia, encontraram valores de
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
154
biomassa maiores durante a estação chuvosa, sendo esta responsável por cerca de
51% da biomassa total encontrada na área de estudo.
Os bancos de rodolitos se configuram como ambientes instáveis uma vez
que, a força do movimento das correntes marítimas possuem a capacidade de se
movimentar livremente, gerando distúrbios que podem, entre outras coisas,
desprender os fitobentos associados aos bancos, promovendo assim condições para
o estabelecimento de novas espécies alterando a composição fitobentônica do
mesmo (Steneck, 1986; Marrack, 1999; Hinojosa-Arango et al., 2009). Vera et al.
(2002) e Amado-Filho et al. (2007) afirmam que durante o inverno a freqüência de
distubios típicos que ocorrem em alguns pontos da costa do Brasil são mais
freqüentes do que a freqüência desses distúrbios no verão, fator esse que corrobora
com a informação da queda na biomassa e da freqüência de táxons durante a
estação chuvosa, devido ao aumento dos disturbios. Na área estudada o aumento
dos distúrbios associado com a alteração da composição do sedimento do fundo
oceânico, pode estar entre os fatores responsáveis pela diferenciação da flora
fitobentônica entre as estações seca e chuvosa.
Os resultados obtidos pelos valores do índice de diversidade de Shannon (H’)
e equitabilidade de Pielou (J) evidenciaram uma grande distinção entre a estação
seca e a estação chuvosa, o que corrobora a existência de um padrão de
sazonalidade na área estudada, uma vez que os pontos de coleta apresentaram
características que lhes assemelharam mais durante uma mesma estação (seca ou
chuvosa) do que entre as estações (seca-chuvosa). O dendrogama gerado
demonstra a sazonalidade existente no local, ao agrupar as subáreas amostrais de
acordo com o período em que foi realizada a coleta, sendo que as subáreas
coletadas durante a estação chuvosa apresentaram 49% de similaridade, e as
subáreas coletadas durante a estação seca 48% de similaridade.
Outro fator que influencia na variação dos valores de biomassa e de número
de táxons entre os períodos de coleta, é a forma de crescimento bem como a
morfologia dos rodolitos. Tais características podem variar de acordo com as
condições ambientais e biológicas sob as quais eles se desenvolvem e de acordo
com as espécies que o compõem, devido a isso, esses organismos são altamente
variáveis morfologicamente, o que reduz a importância dessas características para a
sua identificação taxonômica (Woelkerling et al. 1993; Foster 2001). A morfologia do
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
155
rodolito pode alterar a sua capacidade de utilização como substrato para
desenvolvimento de macroalgas fitobentônicas, bem como a composição das
macroalgas que se desenvolvem sobre elas, o que possibilita uma grande variação
na composição das macroalgas que se associam ao banco de rodolitos entre
períodos distintos.
Estudos como o de Bosellini & Ginsburg (1971), Bosence (1976), Prager &
Ginsburg (1989) e Bosence (1991) sugerem que a forma apresentada por um
rodolito é passível de modificação, mediante a alteração da freqüência das rotações
causadas pela movimentação da água, sendo dessa forma, plenamente possível a
alternância do formato do rodolito a depender das condições ambientais a que estão
submetidos.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
156
7. CONCLUSÕES
Foram encontrados 66 táxons de algas marinhas associadas aos
rodolitos, sendo 17 pertencem à Divisão Chlorophyta, 14 à Divisão
Heterokontophyta e 35 à Divisão Rhodophyta.
A ordem Bryopsiales foi a mais representativa dentro da Divisão
Chlorophyta; Dictyotales foi a mais representativa dentro da Divisão
Heterokontophyta – Classe Phaeophyceae; e Ceramiales a mais
representativa dentro da Divisão Rhodophyta.
A composição da flora fitobentônica encontrada na área estudada foi
predominantemente tropical.
Houve uma forte variação sazonal na área estudada, sendo que a
estação seca se apresentou mais rica e mais diversa que a estação
chuvosa.
Com relação ao número de táxons encontrados, a ocorrência durante a
estação seca foi 2,7 vezes maior que a que foi obtida durante a
estação chuvosa.
A Divisão Heterokontophyta – Classe Phaeophyceae foi a que
apresentou a maior variação de ocorrência entre as estações seca e
chuvosa.
Grande parte da biomassa encontrada no local se concentra durante a
estação seca, sendo essa a responsável, neste ano, por 87% da
biomassa seca anual obtida no local de estudo.
Durante a estação seca, a Divisão Heterokontophyta – Classe
Phaeophyceae foi a principal responsável pela biomassa encontrada.
Durante a estação chuvosa, a Divisão Chlorophyta foi a principal
responsável pela biomassa encontrada.
Foram identificadas 4 (quatro) formas de crescimento das algas
calcárias não geniculadas: verrucosa (warty), grumosa (lumpy),
incrustante (encrusting) e fruticosa (fruticose).
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
157
A forma de crescimento verrucosa (warty) e grumosa (lumpy),
respresentaram mais de 70% da forma de crescimento dos rodolitos
encontrados.
Foram identificadas 4 (quatro) tipos de morfologias dos rodolitos:
esférica, cilíndrica e laminar e discóide.
A morfologia predominante dos rodolitos foi a forma esférica, que
correspondeu a 47% do total analisado, enquanto que a forma discóide
correspondeu a apenas 7% do total.
Foi observada uma maior média de dimensões dos rodolitos durante a
estação seca.
O Biovolume dos rodolitos foi maior durante a estação seca, contudo
as médias dos valores não apresentaram variação estatística
significante.
Os valores de dimensão média dos rodolitos, volume e forma de
crescimento, não demonstraram varaiações em relação à localização
dos pontos em que foram coletados.
As espécies Lithothamnion. brasiliense e L. superpositon, são duas das
principais algas formadoras de rodolitos encontradas no local de
estudo.
A estação seca apresentou valores maiores do índice de diversidade
de Shannon (H’), e de diversidade de Pielou (J), sendo encontrada
uma diferença significativa entre a estação seca e a estação chuvosa.
O cálculo de similaridade de Bray Curtis, agrupou as subáreas
amostrais de acordo com as suas respectivas estações de coleta (seca
e chuvosa).
A sedimentologia da área estudada apresenta uma variação de
composição entre a estação seca e a chuvosa, contituindo-se
principalmente de areia durante a estação seca e de cascalho durante
a estação chuvosa.
A composição do sedimento que cobre o fundo oceânico da área
estudada pode ser classificada como areno-cascalhoso biodetrico
durante a estação seca, e cascalho-arenoso biodetríco durante a
estação chuvosa.
Alves, G.L. Fitobentos Associados a Bancos de Rodolitos do Litoral Norte da Bahia.
158
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