Post on 14-Oct-2018
Guia de posicionamento
para cuidadores de pessoas
acometidas por
Acidente Vascular Encefálico
(AVE)
Cartilha Informativa
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2017
Itajaí – SC
Elaboração:
Projeto de Extensão – Grupo de Apoio aos
Profissionais que Compõem a Rede de
Atenção à Pessoa com Deficiência.
Apoio:
Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa,
Extensão e Cultura
Autores:
Alexsandra Marinho Dias
Ana Paula Marcelino de Aquino
Simone Beatriz Pedrozzo Viana
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FICHA CATALOGRÁFICA
D543g
Dias, Alexsandra Marino,
Guia de posicionamento para cuidadores de pessoas
acometidas por acidente vascular encefálico (AVE): cartilha
informativa / Alexsandra Marinho Dias, Ana Paula Marcelino,
Simone Beatriz Pedrozo Viana – Itajaí, SC. : Univali, 2017.
21 p. ; il. ; 22 cm.
Projeto de Extensão – Grupo de apoio aos profissionais que
compõem a Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência.
Apoio Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e
Cultura.
1. Acidente vascular cerebral. 2. Material didática
(Cartilha). I. Marcelino, Ana Paula, Viana, Simone
Beatriz Pedrozo. II. Título.
CDU: 616.831-005.1
Ficha elaborada pela Universidade do vale do Itajaí
SUMÁRIO
1. Acidente vascular encefálico.......................................... 6
2. Fase flácida..................................................................... 7
3. Fase crônica.................................................................... 8
4. Atenção! ........................................................................ 9
5. Orientações fundamentais............................................. 10
6. Pontos de pressão .......................................................... 12
7. Tipos de posicionamento............................................... 13
8. A importância de um bom posicionamento no leito..... 14
9. Decúbito dorsal/barriga para cima................................. 15
10. Decúbito lateral/de lado................................................. 16
11. Sentado........................................................................... 17
12. Equipe Multidisciplinar.................................................. 19
Referências..................................................................... 20
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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
O O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também
conhecido como Acidente Vascular Encefálico
(AVE), ou ainda, popularmente como “derrame” se
caracteriza principalmente pela perda de função
neurológica, decorrente de uma interrupção do
fornecimento de oxigênio e sangue numa parte do
cérebro. Causada por um entupimento ou
rompimento de um vaso sanguíneo. Podem ser de
dois tipos:
O Hemorrágico: quando um vaso sanguíneo se rompe,
causando um sangramento numa área do cérebro.
O Isquêmico: quando há uma obstrução (por coágulo
ou placa de gordura) ou uma diminuição do fluxo
sanguíneo numa determinada área do cérebro.
O As pessoas acometidas por derrame tendem a perder
movimentos no lado do corpo, contrário ao da lesão
cerebral. Por exemplo: Se a lesão foi do lado
esquerdo do cérebro, esta pessoa perderá função de
todo o lado direito do corpo.
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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
FASE AGUDA/FLÁCIDA
Logo após o AVC, a pessoa fica com uma fraqueza
muscular, não conseguindo movimentar o lado do corpo
acometido, também chamado de fase flácida.
O O que acontece?
Os músculos responsáveis por sustentar o ombro
enfraquecem, fazendo com que o braço se desloque para
baixo, gerando muita dor, inchaço, comprometendo a
vascularização e podendo gerar mão fria. Já na parte
inferior do lado do corpo acometido também há
fraqueza e flacidez.
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PADRÃO HIPOTÔNICO
O lado afetado fica flácido ,
onde a pessoa não consegue
movimentar o corpo por
conta própria.
Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
PADRÃO ESPÁSTICO
o A espasticidade é uma alteração no tônus muscular
(rigidez do músculo).
o Geralmente resulta em padrão flexor (dobrar) do
braço e padrão extensor (estender) da perna.
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ESPASTICIDADE/FASE CRÔNICA
Nesta fase há presença de rigidez muscular de uma ou
mais parte do corpo.
A rigidez leva a incapacidade de controlar os
músculos.
Braço dobrado e
perna estendida-
padrão da
patologia
Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
ATENÇÃO !
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O uso de bolinhas para a realização
de exercícios pode ser realizado
durante a fase flácida (hipotônico),
porém durante a fase espástica
(rígido) é contraindicado, pois o
exercício pode favorecer o aumento
do padrão flexor (dobrar) de dedos,
mão e punho.
Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
ORIENTAÇÕES FUNDAMENTAIS
o O paciente deve permanecer no máximo 2 horas na
mesma posição.
o O tamanho de travesseiro deve ser adequado,
posicionando completamente entre o espaço da
cabeça e do colchão.
o Ter cuidado ao mudar a pessoa de lugar ou de
posição, evitando que a pele friccione no lençol ou na
cadeira, pois a pele é muito fina e frágil e pode abrir
feridas.
o Os lençóis da cama devem ser trocados
frequentemente, devem estar sempre secos e
esticados, pois isto pode aumentar a pressão na pele e
associado ao suor da pessoa pode deixar a pele frágil
e suscetível a lesões por pressão.
o Quando a alimentação for realiada no leito,
posicionar a pessoa sentada recostada com
travesseiros ou almofadas para não se engasgar.
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o Se a pessoa cuidada fica a maior parte dotempo em cadeira de rodas ou poltrona, épreciso ajudá-la a aliviar o peso do corpo sobreas nádegas, da seguinte maneira:
o Caso a pessoa tenha força nos braços: oriente apessoa cuidada a sustentar o peso do corpo orasobre uma nádega, ora sobre a outra, durantepelo menos 1 minuto a cada 15 ou 20 minutosde intervalo.
o Se a pessoa não consegue se apoiar nos braços:o cuidador deve ajudá-la a se movimentar. Paraisso, você deve conversar com sua equipe desaúde (Unidade Básica de Saúde) sobre omelhor procedimento para o caso específico doindividuo sob seu cuidado.
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Fonte: Google imagem
PONTOS DE PRESSÃO
o Conforme o posicionamento, recomenda-se a
permanência do mesmo durante 2 horas no
máximo, pois conforme a ilustração abaixo,
existem pontos no corpo que recebem maior
pressão, essas áreas tem diminuição de irrigação
sanguínea que por tempo prolongado levam a
morte tecidual (feridas), também conhecidas como
escaras.
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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
TIPOS DE POSICIONAMENTO
o DECÚBITO DORSAL/
BARRIGA PARA CIMA
o DECÚBITO LATERAL/
DEITADO DE LADO
o DECÚBITO VENTRAL/
BARRIGA PARA BAIXO
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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
Posicionamento
correto
A IMPORTÂNCIA DE UM BOM
POSICIONAMENTO NO LEITO
o Previne contraturas (rigidez) musculares e
deformidades;
o Estimula a circulação, ajudando a prevenir trombo
flebites (veia entupida), úlceras de pressão e edema
(inchaço) de extremidades;
o Melhora a respiração, prevenindo complicações;
o Alivia a pressão sobre uma área corporal.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
o Durante a fase flácida, o posicionamento do lado
acometido é fundamental para diminuir o padrão
espástico (rígido) que irá se instalar.
o Isso pode ser feito adotando posições contrária ao
padrão como ilustra a figura abaixo.
o Por exemplo: Se o braço vai ficar dobrado, deve-se
colocar ele estendido e a perna que ficará estendida
deve-se colocá-la dobrada na posição deitada.
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Padrão
espástico
Fonte: Google imagem
DECÚBITO DORSAL/
BARRIGA PARA CIMA
o Neste posicionamento, o cuidador deve procurar
apoiar o braço acometido de forma que a palma da
mão fique virada para cima, com cotovelo e dedos
esticados. Entretanto, nada deve ser apoiado sobre a
mão, pois isto gera estímulo constante na superfície
palmar que poderá estimular a palma da mão a se
contrair e “fechar”.
o Para as pernas, o cuidador deve apoiar a coxa da
pessoa sob um travesseiro, de modo que o quadril e
joelho fiquem o mais dobrado possível. E para o
tornozelo pode-se fazer um rolinho com toalha ou
cachecol e colocar em baixo do calcanhar.
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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
Rolinho apoiado
embaixo do tornozelo,
sem entrar em
contato com a sola do
pé
Palma da mão
virada para
cima
Decúbito lateral/de lado
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o Ao deitar a pessoa de lado com a parte acometida
voltado para cima, deve-se posicionar o braço da
seguinte maneira: estender o braço por cima do
travesseiro e a palma da mão virada para cima, a
fim de evitar o padrão de rigidez muscular que irá
se instalar. Conforme figura abaixo.
o A perna afetada fica a frente do corpo, dobrada e
apoiada sobre um travesseiro. A perna em contato
com a cama deve ficar esticada e joelho levemente
dobrado.
Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
Fonte: Google imagem
SENTADO.
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o Antes de sentar a pessoa, coloque uma cadeira ao
lado da cama para que não haja necessidade de sair
de perto e deixá-lo sozinho, pois as chances de haver
tonturas, desequilíbrio e mal estar podem ser grandes
podendo levar a queda.
o Atenção: sempre deixe a cadeira virada para o lado
do corpo que não foi afetado. Além disso, tenha
certeza que o freio da cadeira de rodas esteja ativado.
o Com a pessoa deitada de lado, traga as pernas para
fora da cama, e com ajuda do lado não
comprometido, solicite que a pessoa faça
movimentos de apoiar o braço e esticá-lo para
auxiliar você a colocá-la sentada na cama.
Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
o Para ter uma boa base de apoio, o cuidador deve
manter seus pés um pouco afastados: um
apontando para a cama e o outro para a cadeira de
rodas;
o Apoie os braços dele sobre a cama; e peça para
ele dobrar um pouco a perna não acometida, para
que na hora em que você for tirá-lo da cama, ele
possa te auxiliar com a impulsão do corpo do lado
não comprometido.
o Quando for transferir para a cadeira, peça para a
pessoa inclinar mais o seu corpo para frente e girar
o corpo em direção à cadeira, após sentar, deve-se
verificar se está bem posicionado na cadeira, com
as costas, pernas e braço bem apoiadas.
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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique
Equipe Multidisciplinar
A equipe multidisciplinar é formada por um grupo
de profissionais que trabalham em conjunto, a fim
de chegar a um objetivo comum.
Na área da saúde a equipe multidisciplinar pode ser
formada por médico, enfermeiro, fisioterapeuta,
psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, entre
outros. Que reúnem-se para decidir quais serão os
objetivos de tratamento para um determinado
paciente, um exemplo disso são de pessoas
acamadas no leito após um AVE que necessitam de
acompanhamento médico para intervenção
farmacológica; fisioterapeuta para orientações,
mudanças de decúbitos e exercícios para
recuperação funcional; enfermeiros para auxilio de
higiene e outros cuidados, nutricionista para a
prescrição de uma alimentação saudável e
equilibrada; psicólogos afim auxiliar nas possíveis
dificuldade de ordem psicológica que as sequelas
do AVE podem gerar e fonoaudiólogos para
minimizar as disfunções de linguagem, mastigação
e deglutição, entres outros cuidados que só são
efetivos quando a família e o cuidador trabalham
em conjunto afim de proporcionar uma melhor
qualidade de vida para estas pessoas.
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Referências
o Guia do cuidador de pacientes acamados. nstituto Nacional
de. Câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2010. 16 p.: il. color. -
(Orientações aos Pacientes).
o CHAVES, Márcia L. F.. Acidente vascular encefálico::
conceituação e fatores de risco. Rev Bras Hipertens
Vol, Porto Alegre, RS, v. 7, n. 4, p.373-382, out. 2000.
o VENDRAMI, Daniele; COSMANN, Maria do Carmo.
AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONHECIMENTO DOS
ESTAGIÁRIOS DO CURSO DE FISIOTERIA SOBRE O
POSICIONAMENTO NO LEITO NA HEMIPLEGIA. 2005.
64 f. Monografia (graduação) - Curso de Fisioterapia,
Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí (sc), 2005.
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